8672 – Dia Mundial da Água – 22-03-1992


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No dia 22 de março de 1992 a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu que nessa data de cada ano seria celebrado o Dia Mundial da Água. Em um mundo coberto em seus dois terços por água, pode parecer um contrassenso mencionar que o difícil acesso à água potável é a causa de doenças e da miséria para 1.500 bilhões de pessoas. Contudo, esta é a realidade. A água apta para uso humano (doce, potável e de fácil acesso) é uma parte muito pequena do total e sua escassez não se deve só às condições naturais de determinadas regiões, mas tem muito a ver com o aumento da população, o desperdício e a contaminação. A situação é preocupante e muitos especialistas consideram a questão da água como o desafio mais importante que a humanidade deve enfrentar no século XXI.

8671 – Brasil – Quais obras foram censuradas na ditadura?


Centenas, entre filmes, livros, músicas, peças e outras obras. O jornalista e escritor Zuenir Ventura apurou que, durante os dez anos de vigência do AI-5 (1968-1978), cerca de 500 filmes, 450 peças, 200 livros e mais de 500 letras de música sofreram veto. Os critérios eram obscuros: cenas de sexo, palavrões e a sugestão de propaganda política eram as justificativas mais comuns, mas pretextos vagos, como “atentado à moral e aos bons costumes” e “conteúdo subversivo”, também eram usados. O órgão responsável era a Divisão de Censura de Diversões Públicas, que durou até 1988, ano em que a Assembleia Nacional Constituinte pôs fim à censura.
MUSEU DOS MUDOS
Qualquer obra diferente era vista com suspeita, e muitas foram completamente vetadas
Comunistas por tabela
A encenação de Romeu e Julieta pelo Ballet Bolshoi seria transmitida pela TV em 1976, mas foi vetada pelo ministro da Justiça da época, Armando Falcão. A explicação: o Bolshoi era uma companhia russa, e a Rússia fazia parte da União Soviética, que era comunista. Logo, a peça podia ser comunista também.

A campeã dos vetos
Falecida em 2002, Cassandra Rios é a escritora mais censurada do Brasil. Em 1976, ela teve 33 de seus 36 livros proibidos pela ditadura. Os censores alegavam “temas atentatórios à moralidade pública” para vetar livros apimentados, como O Prazer de Pecar. Homossexual, Cassandra chegou a ser condenada à prisão.
Caminhando calado
A música Pra Não Dizer que Não Falei das Flores (Caminhando) foi proibida por causa do conteúdo subversivo. O autor, Geraldo Vandré, foi para o exílio e por muito tempo acreditou-se que ele tivesse sido torturado pelos militares, o que o artista negou há pouco. A canção virou um símbolo da oposição à ditadura.
Bandido obsceno
O movimento artístico Cinema Novo foi um dos alvos preferidos da ditadura. A maioria dos cineastas da época, como Glauber Rocha e Joaquim Pedro de Almeida, teve pelo menos um de seus filmes censurados. O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, foi retalhado devido às cenas de sexo e nudez.
Bolinhas na laranja
Dirigido por Stanley Kubrick, Laranja Mecânica foi lançado em 1971 e duramente censurado em vários países. Barrado pelo governo Médici, o filme só conseguiu liberação por aqui em 1978. Mesmo assim, bolinhas pretas cobriam os seios e a genitália dos atores nas cenas de nudez do filme.
Uma peça pregada
Em 1968, uma apresentação da peça Roda Viva, escrita por Chico Buarque, já tinha terminado quando um grupo paramilitar invadiu o teatro em São Paulo e depredou o cenário. Dias depois, a atriz Norma Bengell foi sequestrada e agredida. No dia 3 de outubro do mesmo ano, Roda Viva foi proibida em todo o país.
Década Perdida
Por meio de grampos telefônicos, os militares descobriram que a novela Roque Santeiro, prevista para estrear em 1975, era baseada em uma peça de teatro censurada. Roque acabou só indo ao ar em 1985 em nova versão, com só Lima Duarte do elenco original. Já Selva de Pedra teve capítulos inteiros tesourados.
Cortando em tirinhas
Quadrinhistas famosos também foram censurados. Eram tantos os vetos que, em muitos casos, as HQs ficavam incompreensíveis. No número 1 da revista Fradim, em 1973, nove páginas foram cortadas. Diante de tamanha perseguição, o autor, Henfil, decidiu ele mesmo suspender a publicação no número 6.

8670 – Bioquímica – A Dopamina


vicio

É um neurotransmissor monoaminérgico, da família das catecolaminas, produzido pela descarbonização de dihidroxifenilalanina (DOPA). Os receptores de dopamina são subdivididos em D1, D2, D3, D4, e D5 de acordo com localização no cérebro e função. A dopamina é produzida especialmente pela substância nigra e na área tegmental ventral (ATV). Está envolvida no controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição, sono e memória.4
É precursora natural da adrenalina e da noradrenalina, outras catecolaminas com função estimulante do sistema nervoso central.
Desregulação da dopamina está relacionado a transtornos neuropsiquiátricos como Mal de Parkinson, no qual ocorre escassez na via dopaminérgica nigro-estriatal, e na Esquizofrenia, no qual ocorre excesso de dopamina na via dopaminérgica no mesolímbico e escassez na via mesocortical).
Mecanismo de ação
Estimula os receptores adrenérgicos do sistema nervoso simpático. Também atua sobre os receptores dopaminérgicos nos leitos vasculares renais, mesentéricos, coronarianos e intracerebrais, produzindo vasodilatação. Os efeitos são dependentes da dose.

Em doses baixas (0,5 a 2 mcg/kg/min) atua predominantemente sobre os receptores dopaminérgicos, produzindo vasodilatação mesentérica e renal. A vasodilatação renal da lugar a um aumento do fluxo sanguíneo renal, da taxa de filtração glomerular, da excreção de sódio e geralmente do volume urinário.
Em dose baixas a moderadas (2 a 10 mcg/kg/min) também exerce um efeito inotrópico positivo no miocárdio devido à ação direta sobre os receptores beta 1 e uma ação indireta mediante a liberação de norepinefrina dos locais de armazenamento. Destas ações resulta um aumento da contratilidade do miocárdio e do volume de ejeção, aumentando então o gasto cardíaco. A pressão arterial sistólica e a pressão do pulso podem aumentar, sem variação ou com um ligeiro aumento da pressão arterial diastólica. A resistência total periférica não se altera. O fluxo sanguíneo coronário e o consumo de oxigênio do miocárdio geralmente se incrementam.
Com doses mais elevadas (10mcg/kg/min) ocorre estímulo dos receptores alfa adrenérgicos, produzindo um aumento da resistência periférica e vasoconstricção renal. As pressões sistólica e diastólica aumentam como resultado do incremento do gasto cardíaco e da resistência periférica.
Distribuição
Distribui-se amplamente no organismo, não atravessa a barreira hematoencefálica, não se sabe se atravessa a placenta.
Metabolismo
No fígado, rins e plasma pela MAO (monoaminoxidase) e COMT (catecol -O- metiltransferase) a compostos inativos. Em torno de 25% da dose se metaboliza a norepinefrina nas terminações nervosas adrenérgicas.
Meia-vida
Plasma – aproximadamente 2 minutos
Duração da ação
Menos de 10 minutos
Eliminação
Renal – cerca de 80% da dose de dopamina é excretada na urina em 24 horas, fundamentalmente com metabólitos e uma pequena porção de forma inalterada.
Via mesolímbica: Sabe-se que a dopamina está relacionada ao pensamento. Esquizofrenia envolve aumento da atividade dopaminérgica no mesolímbico.
Via nigro-estriatal: A Dopamina estabiliza os movimentos. O Mal de Parkinson está relacionado a escassez dopaminérgica nessa via.
Via túbero-Infundibular: A Dopamina na hipófise inibe a prolactina. Na Depressão pós-parto ocorre diminuição da dopamina.
Via mesocortical: A Dopamina atua no controle do apetite.
Utilização Médica
Dopaminérgicos podem ser administrados por seringa (via endovenosa) ou comprimidos (via oral e sub-lingual).
É um agente que tem ação inotrópica,sem alterar padrão cronotrópico, aumenta o poder de contração cardíaca através dos receptores beta-1. Tem ação vasopressora e simpaticomimética. Estimulante dos receptores da dopamina. É também precursor da noradrenalina e catecolamina.
Tem utilização no tratamento de alguns tipos de choques tal qual o choque circulatório sendo particularmente benéfica para os pacientes com oliguria e com resistência vascular periférica baixa ou normal. A dopamina também é utilizada com grande exito no tratamento do choque cardiogênico (causado pelo sistema circulatório) e choque bacteriêmico (causado por excesso de bactérias prejudiciais), bem como no tratamento da hipotensão intensa seguida a remoção do feocromocitoma.
Contra-indicação Médica
A dopamina é contra-indicada para pacientes portadores de feocromocitoma, bem como na presença de taquiarritmias ou fibrilação ventricular.
Como a segurança e a eficácia do uso da dopamina durante a gravidez ainda não foram bem estabelecidas, ela só deve ser feito caso o médico ache conveniente, ou se os efeitos benéficos sobrepujarem os riscos potenciais para o feto.
A dopamina não deve ser administrada junto com bicarbonato de sódio ou outras soluções alcalinas intravenosos, pois ela se torna inativa na presença de soluções alcalinas.

Vício – Do Prazer à Dor


Quem nunca se divertiu ao consumir álcool ou tentou esquecer algum problema tomando um porre que atire a primeira pedra. Se não foi com álcool, pode ter sido com o cigarro, com drogas ilícitas e até mesmo com chocolate e café. Ou ainda, numa fúria consumista, no shopping ou em um sexo bem feito. O fato é: a busca pelo prazer nos move, tendemos a repetir ações agradáveis e às vezes é nesse prazer que encontramos uma forma de fugir das dificuldades. O problema é quando o “gostar muito” se transforma em dependência, e o prazer se transforma em dor.
Não são apenas os consumidores de drogas ilícitas (cocaína, heroína, maconha…) ou lícitas (cigarro e álcool) que estão sujeitos a isso. Sexo, jogo, compras e comida também podem ser alvo de compulsão e os seus dependentes apresentam os mesmos sintomas de quem se vicia em substâncias químicas. Os especialistas são categóricos ao dizer que não existe sociedade sem drogas – isso se estende, para todo tipo de substância psicoativa, ou seja, que afete o funcionamento do cérebro (o que inclui também a cafeína, presente no café, na Coca-Cola e no chocolate). Mas é possível ir além: talvez não exista sociedade sem vícios – sejam eles por drogas ou por comportamentos.
Faz parte da história da humanidade buscar substâncias psicotrópicas. Acredita-se que o consumo de ópio, álcool e Cannabis já ocorria de 3.000 a 4.000 anos antes de Cristo.
“O fenômeno de dependência de drogas é algo que se prende à condição humana com diversas finalidades, desde a de apaziguar as dores, as angústias, as tristezas, até o de elevar aos deuses”, escrevem os psiquiatras Antônio Pacheco Palha e João Romildo Bueno no prefácio do livro “Dependência de Drogas”, que compila textos de 54 especialistas no assunto. “Assim sendo”, continuam eles, “é natural que, enquanto houver dor, angústia, frustração, abatimento e dúvidas o homem irá continuar o uso de drogas “.
Mas não é só a busca de um alívio que leva a esse consumo. “Existem dois tipos de vício: um que serve para alterar a percepção de uma realidade intolerável e outro que passa só pela questão do prazer”, afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
É o prazer que explica por que é possível ficar dependente de coisas tão diferentes como drogas, chocolate, café, jogo, sexo ou compras. Análises de mapeamento mostram que há uma região no cérebro, conhecida como sistema de recompensa, que é ativada por substâncias presentes tanto nas drogas quanto no nosso próprio corpo (hormônios e neurotransmissores) e que são liberadas quando passamos por estresse, excitação, alegria etc.
“Tudo o que é bom a gente quer repetir. Isso porque o cérebro se lembra que gostou e pede mais”, explica a neurocientista Suzana Herculano Houzel, autora do livro “Sexo, Drogas, Rock´n´roll e Chocolate – O cérebro e os prazeres da vida cotidiana”. Esse comportamento do cérebro é que nos faz ter motivação para tocar a vida.
O que intriga é por qual razão uma boa parcela dos usuários se contenta com o consumo recreativo de drogas e a prática saudável de sexo, por exemplo, enquanto outros tantos caem na dependência. A explicação da neurociência é que, diante de certos comportamentos ou consumo excessivo de uma substância, o sistema de recompensa é ativado ao extremo e, por proteção, acaba se dessenbilizando. Fazendo uma comparação bem simples, é o mesmo que ocorre com o elástico esticado além do limite e que não volta mais ao normal.
“Na próxima vez, aquele mesmo comportamento vai resultar em uma ativação menor do sistema de recompensa, em um prazer menor, e, para conseguir o mesmo grau de prazer que se conseguia antes, vai ser preciso mais daquilo. Jogar mais, fazer mais sexo, usar mais droga, comer mais chocolate”, diz Suzana.
O problema é que essa dessensibilização do sistema de recompensa gera uma espécie de déficit de satisfação. Imagine que, no estado natural, todos temos um nível médio de ativação do sistema de recompensa. Entre os dependentes, o nível fica abaixo do normal.
Dependência Psicológica
No caso da maconha, menos de 10% dos usuários ficam dependentes, número que sobe para 60% com a cocaína e para 80% com o crack e a heroína, de acordo com Xavier.
Além disso, o maior problema é a dependência psicológica. “A medicina evoluiu tanto que é facílimo tirar alguém de uma dependência física, mas o indivíduo recai por causa da psicológica”.
Ele cita um estudo feito na década de 80, na Universidade Harvard, nos EUA, que descreveu pessoas que usavam heroína, uma das drogas que mais causa dependência, sem se viciar. Isso mostra que nem tudo pode ser atribuído à droga. “Ela é um fator necessário para causar dependência, mas não suficiente. É preciso ter a droga e mais um monte de coisas”, diz.
As dependências químicas e não-químicas estão tão arraigadas que o tratamento acaba sendo bastante parecido. É nisso que aposta o Proad, que criou, ao lado do ambulatório de drogas e álcool, um local voltado para compulsivos por comida, sexo e jogo. “Uma das hipóteses é de que existe um mecanismo central por trás de tudo, independente de a pessoa ser dependente de jogo, droga, álcool ou sexo. As formas de tratar são as mesmas.”
Os médicos e psicólogos perceberam também que muitos usuários tendem a transitar de uma droga para outra, e delas para um comportamento compulsivo.
Uma Sociedade do Vício
Para Dartiu Xavier, essas múltiplas opções também são reflexo de uma sociedade voltada para os vícios. “Tendemos a estimular esses comportamentos, somos consumistas e de certo modo até hedonistas. Tudo é voltado para a obtenção do prazer”. Para ele, o comportamento dos pais em exigir dos filhos desempenhos fantásticos em todos os aspectos da vida colabora para uma fuga para as drogas. “Esperamos que nossos filhos sejam muitos inteligentes, bonitos e satisfeitos sexualmente. Essas sensações todas são percebidas por quem usa cocaína. O modelo de mundo que a gente passa para as nossas crianças é o de intoxicação por cocaína. A gente não ensina o mundo de verdade. E depois eles ficam com a auto-estima lá em baixo, frustrados, e a droga aparece como uma saída”, dispara.
Assim pensa também o médico sanitarista Fábio Mesquita, pioneiro na criação de programas pela redução de danos aos usuários de drogas. “O consumo de drogas hoje é uma epidemia e está relacionado a uma vulnerabilidade social que faz com que as pessoas se apeguem a todo tipo de coisa. As pessoas são bombardeadas com propaganda de cigarros, de álcool e até mesmo de drogas ilícitas, que não estão na TV, mas que chegam às pessoas. Por isso acredito que hoje seria praticamente impossível, nesse contexto social, uma sociedade sem drogas”.
Ele lembra que em 1998, a ONU fez uma assembléia especial sobre drogas, quando foi proposto que até 2008 o mundo ficaria livre desse problema. Nesse ano foi feito o primeiro balanço e se constatou que cresceu o consumo. “Esse tipo de proposta é um delírio, completamente irreal”. Mas, se isso é uma condição inerente ao ser humano, como ficam as pessoas totalmente proibidas de usar drogas – como ocorre nas sociedades islâmicas mais radicais?
Todos os caminhos levam ao sistema de recompensa
A palavra “vício” costuma ser aplicada só para os casos de dependência de drogas, mas o que se caracteriza por esse desejo obsessivo, tolerância e síndrome de abstinência também se aplica para comportamentos compulsivos. Em todos os casos é ativado o sistema de recompensa do cérebro e, em geral a quantidade de dopamina (neurotransmissor ligado ao prazer) aumenta no núcleo acumbente (NAc), que é o centro do sistema. Como resultado a dopamina circulante pode chegar a ser dez vezes maior que a produzida por prazeres cotidianos, levando a um verdadeiro êxtase.
Diante de tamanha ativação, o sistema de recompensa reage e diminui a sua sensibilidade. A partir daí, para conseguir o mesmo prazer inicial, o usuário tem de consumir cada vez mais. Veja abaixo como cada droga interfere no circuito de prazer do cérebro:
Opiáceos e Opióides – Ópio, morfina e heroína ativam diretamente os receptores das endorfinas (opióides do próprio corpo) no núcleo acumbente. A função delas normalmente é regular o teor final de dopamina no NAc. Com a ação das drogas, a produção de dopamina cresce, o que leva a sensações de euforia e bem-estar.

Ecstasy – É uma anfetamina modificada, mas não age como uma (liberando dopamina direto no NAc), e sim como a cocaína, impedindo a reabsorção da dopamina. Essa ação é tão duradoura que o prazer pode se prolongar por horas. A droga age também em vários outros lugares do sistema límbico, inclusive o hipotálamo, que regula funções vitais. É esse comportamento que pode desencadear problemas com hipertermia e desidratação que podem levar à morte.
Cocaína e Crack – Impede a reabsorção da dopamina liberada no núcleo acumbente em uma situação de prazer. A droga bloqueia o processo de reciclagem da dopamina pelos neurônios aumentando sua duração e seus efeitos nas sinapses, o que leva à sensação de euforia característica da droga. O uso continuado danifica os neurônios e pode levar à redução dos efeitos da dopamina, provocando depressão e agressividade.
Álcool – Seu efeito vem de mais longe: ele age na origem das fibras dopaminérgicas que chegam ao NAc, numa área no meio do cérebro chamada área tegmental ventral (começo do circuito de prazer). O álcool ativa diretamente os neurônios do VTA, que passam a liberar mais dopamina sobre o NAc. O resultado, mais uma vez, é o aumento da concentração de dopamina no NAc. O uso prolongado prejudica a estrutura dos neurônios e afeta a comunicação entre eles.

8668 – Biologia – Veja aqui o que que a formiga baiana tem


A formiga baiana fêmea tem apenas uma relação sexual em sua vida enquanto o macho morre minutos depois.
Estudando a Dinoponera quadriceps, uma formiga que habita as matas do Recôncavo Baiano, os pesquisadores Thibaud Monnin e Christian Peeters, da Universidade de Paris, mostraram até que ponto chega a disputa pelo poder na natureza. Entre as dinoponera, a fêmea castra e mata seu parceiro após o acasalamento. Guarda o esperma do macho num órgão especial de seu corpo e nunca mais copula de novo. Embora todas as operárias possam se reproduzir, só uma conquista o direito de se acasalar, no tapa, transformando-se na chamada formiga alfa. “As operárias brigam entre si”, diz um biólogo da Universidade de São Paulo. “A que bater mais domina o grupo.” A vida dos machos se resume a procurar uma alfa, namorar e morrer nas patas da sua cara-metade. “Mas ele não deve se importar”, brinca Monnin. “Dificilmente encontraria uma outra alfa virgem.”
Uma única lua-de-mel
Depois de copular com o macho, a dinoponera fêmea desiste da vida sexual.
Entre as formigas dinoponera, o direito à reprodução é disputado a ferroadas. Só a vencedora, chamada alfa, poderá se acasalar com um macho
O macho sobe nas costas da alfa, vencedora da disputa, e introduz o órgão reprodutor, onde estão os espermatozóides. A cópula dura minutos.
Fertilizada, a fêmea dobra o abdômen e, assim, arranca o órgão genital do parceiro, que fica preso ao seu corpo. Castrado, o macho morre.
A viúva se livra do órgão do macho. E guarda o esperma dentro de seu corpo para usar pelo resto da vida. Ela nunca mais se acasalará de novo.

8667 – Na cozinha, tamanho do chapéu é documento


O chapéu do chefe de cozinha, branco e comprido, é usado por uma questão de hierarquia. Com ele, é possível distinguir o superior de seus ajudantes, que usam o bibico, chapéu com duas pontas. Chamado de “toque blanche” (touca branca, em francês), o chapéu tem uma origem incerta. Acredita-se que ele surgiu por volta do século 16, no Império Bizantino, na Europa Oriental. Conta a lenda que, naquela época, na Grécia, muitas pessoas se refugiavam em monastérios ortodoxos para fugir de invasões bárbaras e, inclusive, se vestiam como os monges, com longos chapéus pretos, para escapar da perseguição. Entre eles estavam os cozinheiros, que mais tarde adotaram o mesmo modelo de vestimenta, na cor cinza. A cor branca veio no século 19, quando o “chef” francês Marie-Antoine Carême (1784-1833) redesenhou os uniformes dos chefes de cozinha e adotou o chapéu comprido como símbolo de hierarquia elevada. É importante ressaltar que a “toque blanche” também é usada pela questão da higiene. Além de manter o cozinheiro protegido, ela impede que seus fios de cabelo caiam no prato em que estiver preparando.

8666 – Curiosidades – Qual é a frequência de som que incomoda os cães?


Convencionou-se chamar de som as frequências audíveis ao ser humano, de 20 Hz a 20.000 Hz (ou 20 kHz). Acima dessa faixa, há o ultra-som. Abaixo, ocorre o infra-som. Outros animais, que não o homem, ouvem uma faixa de freqüência diferente. Os cães escutam entre 15 Hz e 50 kHz. A partir de 20 kHz, faixa que o homem não detecta, o som pode se tornar incômodo a eles. Os animais que usam o som para se guiar têm capacidades auditivas ainda mais vastas. Os morcegos ouvem a faixa 1 kHz – 120 kHz e os golfinhos, 70 Hz – 240 kHz.
O homem, com seus aparelhos, produz frequências infra e ultra-sônicas. Essas fontes, no entanto, nem sempre causam incômodo aos animais. É o volume das ondas acústicas e a distância em que elas são produzidas que podem causar incômodo ou dor. Se a fonte emissora estiver próxima e o volume for muito alto, um cão poderá ficar incomodado, ainda que o humano não ouça nada. O ultra-som também é usado no adestramento desses animais. Cães de caça e de guarda às vezes são treinados a ter certos comportamentos ao ouvir o ultra-som de um apito especial.
Vale também dizer que alguns animais têm a capacidade de emitir o ultra-som. Os filhotes de gato, por exemplo, emitem sons nessa freqüência para chamar sua mãe e evitar predadores.

8665 – Por que a chama fica sempre para o alto?


A chama fica sempre para cima porque, durante a queima da vela, ocorre um processo contínuo em que o produto da combustão sai pelo topo da chama, enquanto mais oxigênio entra pela sua base, próximo de onde a parafina está sendo queimada. Qualquer que seja a posição da vela, o fogo sempre se mantém no sentido vertical. O ar frio é atraído para a chama por causa das chamadas correntes de convecção. Como os gases produzidos pela combustão são menos densos que o ar ao redor, eles sofrem menor ação da força da gravidade e sobem, ao contrário do ar frio, atraído pela gravidade da Terra por ser mais denso (mais pesado).
O ar quente, ao subir, deixa espaço para que o ar frio, com mais oxigênio, ocupe o seu lugar, realimentando o processo de combustão da chama. A fuligem, produto da queima incompleta da vela, também é carregada para cima durante a combustão. Portanto, a convecção do ar ocorre graças ao efeito da gravidade.

8664 – Como funcionam as drogas contra disfunção erétil?


Atualmente, existem quatro drogas que prometem combater o problema da disfunção erétil. Três delas, cujos princípios ativos são o sildenafil, o vardenafil e o tadalafil, agem de forma semelhante no organismo: ao barrar a atividade de uma enzima que inibe a ereção, chamada PDE5, elas fazem com que o pênis permaneça ereto por mais tempo.
Os medicamentos começam a agir cerca de 30 minutos após serem ingeridos e continuam eficazes por um tempo que varia entre cada medicamento. O vardenafil, por exemplo, pode ser tomado de 25 a 60 minutos antes da relação sexual, e ela pode ser iniciada até cinco horas após a ingestão da pílula. O sildenafil tem efeito semelhante. Já o tadalafil age no organismo por mais tempo: até 36 horas.
A quarta droga, com o princípio ativo apomorfina, age diretamente no cérebro, estimulando a produção mais elevada do neurotransmissor dopamina, com o objetivo de aumentar o desejo sexual no momento da relação e, dessa forma, estimular a ereção. A droga, dissolvida embaixo da língua, age após cerca de 20 minutos.
No entanto, os medicamentos não fazem o trabalho sozinhos. Para que entrem em ação, é preciso que a pessoa tenha um estímulo inicial, físico ou psicológico. Portanto, ninguém corre o risco de ter uma ereção de surpresa, no meio do trabalho.
No Brasil, estima-se que 12 milhões de brasileiros tenham problemas de disfunção erétil. Desses, apenas 300 mil procuram algum tipo de tratamento. Mas isso pode mudar. De acordo com especialistas, após o lançamento desses medicamentos, a procura pelos médicos aumentou. As pessoas passaram a encarar a disfunção erétil como uma doença que pode ser tratada.

8663 – Paradoxo Ecológico – Por que o derretimento das geleiras pode fazer o nível do mar recuar?


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Com o aquecimento do planeta e o derretimento das geleiras, o nível do mar subirá. Mas, em alguns lugares do mundo, por mais estranho que pareça, as águas deverão baixar. No passado, cientistas acreditavam que o nível do mar aumentaria por igual em todas as partes do mundo, como numa banheira cheia de água. Ao analisar os dados do aumento do nível do mar que já vivemos e as mudanças na última era do gelo, os números não batiam – e foram até usados como argumento, por céticos, para mostrar que a ciência do clima estava errada.
A solução para a questão só foi descoberta quando a equipe do pesquisador Jerry Mitrovica, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, decidiu colocar um dado a mais na equação: a força da gravidade. Mitrovica descobriu que as grandes geleiras da Antártica e da Groenlândia exercem forte atração gravitacional sobre o mar. Essa força puxa a massa de água na direção da geleira, aumentando o nível do mar nos polos. Quando a geleira derrete, a atração gravitacional enfraquece, e o nível do mar diminui ali.
A boa notícia é que o mar mais baixo nos polos pode ajudar a desacelerar o próprio derretimento das geleiras. Com menor quantidade de água do mar, as geleiras ficam menos expostas às correntes de água quente. Com isso, podem derreter em velocidade menor que a esperada. A má notícia é que essa água vai para algum lugar. Se o nível do mar diminuirá nos polos, deverá aumentar ainda mais em outras partes do globo. Os modelos mostram que o derretimento da Groenlândia pode diminuir o nível do mar no nordeste do Canadá, na Islândia e na Escócia. Em compensação, as águas subirão mais na América do Sul, inclusive no sul do Brasil. Os modelos de computador que calculam essas variações ainda estão em aprimoramento. Mas, provavelmente, quem gosta de praia terá de buscar refúgio na Escócia ou na Islândia. Pelo menos estará mais quente por lá.

8662 – Planeta Verde – A China limpará o mundo?


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“Observe profundamente o vento e a nuvem, e você conhecerá completamente este reino.” É assim que se encerra o poema “Habitando as montanhas”, do chinês Xie Lingyun, considerado o primeiro poeta paisagista da história. Lingyun viveu entre 385 e 433 a.C. e passou os dez últimos anos de sua vida recluso, numa região montanhosa do sudeste da China. Pouco imaginaria que, milênios depois, o céu limpo que o inspirou se tornaria tão poluído e cinza. Os moradores de Pequim que o digam. Em janeiro, a poluição do ar na capital chinesa ultrapassou em 25 vezes o limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a embaixada americana local, a concentração de sujeira no ar ao longo do mês foi de 194 microgramas de partículas por metro cúbico, maior que a média nos fumódromos dos aeroportos americanos.
O cenário quase apocalíptico é incongruente com os investimentos do governo chinês em energia limpa. Segundo um relatório publicado em abril pelo instituto americano Pew de pesquisa, em parceria com a empresa Bloomberg New Energy Finance, a China assumiu em 2012 o título de país que mais investe em energia limpa no mundo. Somente no ano passado, gastou US$ 65,1 bilhões instalando geradores de energia solar, eólica e de biomassa. É quase o dobro dos Estados Unidos, o vice-líder em investimentos verdes do mundo.
O empenho ambiental impressiona. Mas não anula a poluição produzida com as riquezas da China. “Embora o governo tenha metas ambiciosas para lidar com seus problemas ambientais, parece perder espaço em outras áreas importantes”, afirma Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro americano e ex-executivo-chefe do banco Goldman Sachs. Em nome do Paulson Institute, organização sem fins lucrativos que fundou em 2011, ele atualmente aconselha o governo chinês na busca de um crescimento sustentável. “Pouco adianta crescer e aumentar 1 ponto no PIB, se as pessoas estão morrendo pela poluição”, diz.
A China não sujeita seus moradores a infecções respiratórias, doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão à toa. O país paga a conta pelos planos de ultrapassar a economia dos EUA até 2030. “Para chegar lá, a China precisará gastar 400% a mais de energia que atualmente”, afirma Richard Brubaker, professor de sustentabilidade e liderança responsável da China Europe International Business School, em Xangai. “É impossível atingir essa meta de maneira sustentável.” Principalmente quando o país depende da energia gerada pelo carvão. Segundo a agência de Administração de Informação de Energia dos EUA, em 2011 a China consumiu 47% do carvão no mundo.
O custo da sujeira é alto. Segundo o Ministério do Meio Ambiente da China, os danos à saúde e aos ecossistemas custaram US$ 230 bilhões em 2010, o equivalente a 3,5% do PIB do país. “Muitas autoridades chinesas já admitem que os problemas ecológicos podem prejudicar o desenvolvimento futuro”, afirma Sam Geall, professor da Universidade de Oxford e editor do livro China and the environment: the green revolution (China e o meio ambiente: a revolução verde, em tradução livre).
As autoridades chinesas dão sinais de que pretendem um novo tipo de progresso. Um projeto desafiador para um país que pretende colocar mais 300 milhões de pessoas em cidades nos próximos 30 anos – o equivalente a criar uma Nova York a cada ano. “A China tem uma economia bem mais complexa que há dez anos, e seus interesses resistirão a mudanças. Mesmo sendo otimista, sei que elas levarão tempo”..
Um indicador positivo é a mudança na postura dos cidadãos. Há 20 anos a China tinha apenas duas ONGs ambientais. Hoje, são milhares. “Os jovens chineses estão cada vez mais preocupados com o meio ambiente, e muitos políticos sabem disso”.A mudança de mentalidade é importante para além da Grande Muralha, pois boa parte da poluição não tem fronteiras.

8661 – Mega Curiosidades – Por que não conseguimos provocar cócegas em nós mesmos?


Porque a capacidade de prever as consequências das nossas próprias ações faz o cérebro reagir diferentemente a um auto-estímulo. Ou seja, se você sabe que vai sentir cócegas, porque é você mesmo quem as está provocando, deixa de senti-las. Um estudo coordenado pela pesquisadora Sarah Blakemore, do Instituto de Neurologia da College University de Londres, observou o cérebro de dois grupos de voluntários. Em um deles, a palma das mãos, onde normalmente se sentem cócegas, era tocada por um robô e, no outro, pelos próprios donos das mãos. Os exames revelaram que no primeiro grupo foram ativadas mais áreas cerebrais que interpretam os estímulos sensoriais do que no segundo. “Acreditamos que uma região do cérebro, o cerebelo, seja a responsável por prever as conseqüências sensoriais de nossos próprios movimentos”, diz Sarah Blakemore. “Nesse caso, ele enviou sinais para cancelar as respostas sensoriais interpretadas como cócegas produzidas pela própria pessoa.”

Vejamos como o cérebro responde aos estímulos:

Se uma pessoa faz cócegas em outra, as regiões do cérebro onde estão as células que captam as sensações são ativadas.
Quando alguém tenta fazer cócegas em si mesmo, o estímulo é bloqueado e menos sensores são ativados.

8660 – Fala Chita! Descobertos os neurônios da fala do chimpanzé


De acordo com os neurologistas, o bicho homem domina a linguagem porque tem um cérebro meio torto. É que, para decodificar os sons, e com isso criar a fala, os neurônios formam duas pequenas estruturas chamadas plano temporal, uma de cada lado do crânio. E elas não são iguais: a do lado esquerdo é ligeiramente maior do que a da lateral direita. Foi essa diferença que deu ao homem a aptidão para entender as palavras, já que só ele, em todo o reino animal, tem o plano temporal canhoto crescido. Ou melhor, tinha: agora se sabe que o “órgão” da fala também existe no chimpanzé. A descoberta pertence ao antropólogo Patrick Gannon, da Faculdade de Medicina Monte Sinai, em Nova York. Com isso, a estrutura cerebral da linguagem deixa de ser exclusiva da espécie humana. “O Chimpanzé evidentemente não fala”, disse Gannon à Super. “Mas é impressionante pensar que, há uns 8 milhões de anos, a linguagem estava começando a evoluir no crânio dos ancestrais dos macacos”.

8659 – Física – Existem chamas com temperaturas diferentes?


A do álcool etanol está entre 200° e 300° Celsius enquanto a da parafina da vela chega a 600°. E um fósforo, no instante em que é aceso, chega a 750°. A queima é uma reação entre um material qualquer e o oxigênio do ar, que libera calor. O quanto é liberado depende do que é queimado. “Uma das características de um material é o chamado poder calorífico, a capacidade de emitir energia durante a queima”, explica um engenheiro químico, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. Isso depende das ligações químicas dentro do tal material. O carbono e o hidrogênio, presentes no gás butano, por exemplo, têm um poder calorífico maior e produzem uma chama mais quente do que a da ligação de carbono com oxigênio, característica dos álcoois. Também é possível elevar a temperatura de uma chama sem mudar o material em combustão: basta aumentar a concentração de oxigênio no ar.

8658 – De ☻lho no Mapa – Estado do Piauí tem o menor litoral do Brasil


litoral do Piauí

O Piauí é o estado marítimo de menor litoral, apenas 66km de extensão. Isto deve – se ao sistema de colonização adotado em nosso estado, do interior para o litoral e as questões de fronteiras que tivemos com os vizinhos: Estado do Maranhão e Ceará.
Durante muito tempo o Piauí foi um estado sem litoral. Somente no século passado, o estado fez uma troca com o Ceará, cedendo os municípios de príncipe Imperial, hoje Crateús – Ce e Independência que permanece com o mesmo nome naquele estado, conseguindo em 1880, o território de Amarração; com os mesmos limites estabelecidos pelo Ceará.
O litoral é pouco recortado, apresentando costas baixas e arenosas, nas quais observa-se a existência de dunas que resultam de ação do vento sobre a areia das praias. Os 66km do litoral que possuímos estão divididos em duas partes:
– 30km na Ilha Grande de Santa Isabel.
– 36km na parte continental.

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Extensão:
O litoral piauiense começa na Barra das canárias – na fronteira com o Maranhão e segue pela Ilha Grande de Santa Isabel, passando pelo farol e praia da Pedra do Sal, vai até a Barra da Timonha – na foz do rio São João da Praia, na fronteira com o Ceará.
O principal acidente do litoral piauiense é o delta do rio Parnaíba, que só nos pertence em parte, o restante pertence ao Estado do Maranhão.

Barra das Canárias:
Um dos braços formadores do delta do Parnaíba, que serve de divisa entre o Piauí e o Maranhão.
Barra do Iguaçu:
Outro braço formador do delta do Parnaíba que pertence ao Piauí.
Barra da Timonha:

Acidente do litoral piauiense onde encontramos a importante Ilha do cajueiro que pertence ao Piauí. Na barra da Timonha desembocam os rios: São João da Praia ou Ubatuba e o Timonha, no local onde termina o litoral do Piauí e começa o litoral cearense.
Ilhas:
Todas as ilhas do Delta do Parnaíba pertencem ao município de Parnaíba. As principais são:
Ilha de Santa Isabel:
A maior e mais importante ilha do delta do Parnaíba, fica situada entre a Barra das Canárias e a Barra do Iguaçu. Nela encontramos o ponto extremo norte do Piauí. Outras ilhas Batatas, Trindade, Estevão e Morros.

Canais:
Canárias – com o farol. Morros, Trindade, Iguaçu e o canal de São José. Este último, artificia, cortando a ilha de Santa Isabel, tem por finalidade encurtar a distância entre Parnaíba e o Porto de Tutóia no Maranhão.
Pontas:
Itaqui, do Anel e Pedra do Sal.
Baías:
Canárias – na foz do Parnaíba, entre o Piauí e o maranhão, ponta do Anel, Amarração, Barrinha e Timonha.

Praias:
Pedra do Sal: na ilha Grande de Santa Isabel, no município de Parnaíba.
Atalaia: a mais freqüentada, já urbanizada e com pista asfáltica, onde encontramos um farol e alguns hotéis. No município de Luís Correia.
Praia do Coqueiro: com linda paisagem onde predomina coqueiros (coco da praia), local de grande atração, devido a pesca. Localizado no município de Luís Correia. Nossas praias oferecem ótimas condições de turismo, devido suas belezas naturais.

Lagoas:
No município de Luís Correia, estão quatro lagoas litorânicas: Sobradinho, Santana, São Bento e Alagadiço, sendo as duas primeiras de grande importância econômica, pela sal que acumulam.

Porto:
O único porto marítimo do Piauí é o de Luís Correia, antiga Amarração, fundado em 1820 na foz do Iguaçu, pelo governo do Ceará.
Atualmente, há no Piauí dois municípios litorâneos – Parnaíba e Luís Correia, ambos integrantes da micro – região do Litoral Piauiense, cujo o pólo é a cidade de Parnaíba.
O clima do litoral piauiense é quente e úmido, com chuvas de verão e temperaturas médias anuais em torno de 26ºC e os totais pluviométricos estão por volta dos 1.200mm.
A vegetação é constituída de mangues, vegetação de dunas e cerrados, também existem coqueiros que se espalham por todo o litoral. Nas partes baixas e úmidas, aparecem a carnaúba e o buriti.
A pesca é a mais importante atividade econômica do litoral. Também merecem destaque as grandes reservas de sal e a Indústria de turismo.
O transporte marítimo é muito precário, por que o Porto de Amarração precisa ser ampliado e aparelhado para receber navios de grande calado.

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8657 – Planeta Verde – Floresta e cerrado sob risco de extinção


Planeta Verde
As projeções são alarmantes. Segundo estudos recentes, o cerrado corre sérios riscos de desaparecer até 2030, enquanto a Amazônia não veria o alvorecer do próximo século.
Dois dos maiores biomas (nome dado a regiões onde predomina um conjunto de espécies de fauna e flora) do país, o cerrado ocupa 2,04 milhões de km2 (22% do território brasileiro), enquanto a floresta Amazônica responde por 3,4 milhões de km2 (mais de 40% do Brasil).
Coincidentemente os dois alertas foram dados em julho passado. Primeiro, a revista Nature publicou nota sobre um estudo feito pela ONG Conservação Internacional (CI) revelando que cerca de 20 mil km2 de cerrado são destruídos todos os anos para dar lugar ao cultivo de soja, trigo e algodão. “É o equivalente a 2,6 campos de futebol por minuto”, diz o biólogo Ricardo Machado, um dos autores do estudo. Os pesquisadores compararam imagens de satélites de 2002 com dados de 1993. Naquele ano, 49% da área total do cerrado havia sido destruída. Em 2002, a devastação chegou a 54%. Nesse ritmo o cerrado poderá acabar em 2030, dando lugar a áreas agrícolas e urbanas.
O mais irônico dessa história é que, se o cerrado sumir, ele poderá ressurgir em outra região do país, como fruto de mais um desastre ecológico: a devastação da floresta Amazônica. Em estudo recente, o meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre analisou como a floresta tem interagido com o clima nos últimos 20 mil anos e fez uma projeção. “O aquecimento global e o crescente desmatamento podem trazer mudanças climáticas importantes, principalmente com a diminuição de chuvas”, afirma. Com isso, ele prevê que a densa floresta possa dar lugar a uma vegetação típica do cerrado.
Para evitar que isso aconteça, é preciso agir em duas frentes. “A primeira é acabar com a exploração ilegal de madeira, que responde por até 80% dos desmatamentos. A outra é lutar para que a emissão de poluentes, que provoca a elevação da temperatura, seja reduzida”.

Glossário:
A FLORESTA AMAZÔNICA É…
• Principal bioma do país, ocupa uma área de 3,4 milhões de km2 (mais de 40% do Brasil, nove Estados) e tem um quinto da disponibilidade mundial de água doce
• Abriga cerca de 30 mil espécies de plantas, o que corresponde a 10% de todo o planeta. Só em árvores há cerca de 5 mil espécies
• Conta com, no mínimo, 1 300 espécies de peixes. Mas esse número pode ser 40% maior, já que nem todos são conhecidos.
O CERRADO É…
• Segundo maior bioma do Brasil, estende-se continuamente por 11 estados, contabilizando 2,04 milhões de km2 (22% do território nacional)
• Reúne 112 espécies animais ameaçadas de extinção
• Espécie de “caixa-d’água” da América do Sul, abriga nascentes e cursos de água que escoam para as bacias dos rios Amazonas, Tocantins, Parnaíba, São Francisco, Paraná e Paraguai.

8656 – Neurociência – Decifrando o Cérebro


Os dedos da mão esquerda de um violinista fazem todo tipo de movimentos. Já os da mão direita fazem só um: segurar o arco, algo importante, mas simples. Todas essas ações são coordenadas pelo córtex motor, uma fatia acima da orelha que possui um mapa de todo o corpo: um pedaço coordena o pé, outro, a perna, e assim vai até a cabeça. Quando os cientistas analisaram esse mapa em violinistas, repararam em algo curioso: a região que comanda os dedos da mão esquerda é maior do que a da direita. O cérebro se adapta ao estilo de vida do seu dono.
O mesmo acontece com todo mundo. Quem lê textos em braile desde pequeno utiliza para o tato uma parte do cérebro normalmente ocupada pela visão. Em pessoas que perdem um braço, a área que recebia sensações desse membro se liga a outras partes do corpo, como o rosto, o que às vezes gera “dores fantasmas”: um toque na bochecha é interpretado como uma lesão no braço. Aliás, não se assuste, mas, agora mesmo, este texto e tudo o mais a sua volta estão deixando marcas físicas no seu cérebro.
Está aí a revolução: segundo os cientistas, o seu cérebro é muito elástico. Há menos de 20 anos, imaginava-se que ele era como um computador, uma máquina com circuitos fixos, em que tudo o que se podia fazer era acrescentar informações. Agora se sabe que não. “O hardware também é aprendido. Caminhar, falar, mover partes do corpo envolve experiência e memória”, diz Iván Izquierdo, neurocientista da PUC gaúcha. O cérebro se reiventa, cria novos neurônios, novas conexões e novas funções para áreas pouco utilizadas.
Não é de espantar que os cientistas tenham demorado a perceber isso. Até 3 décadas atrás, tudo o que se podia fazer para estudar o cérebro humano era abrir a cabeça e olhar dentro. Alguns chegaram a fazer isso com pacientes vivos, mas o normal era esperar as pessoas morrerem e depois olhar o que sobrava. Na época, as principais descobertas vinham de pesquisas com animais ou com pessoas com lesões no cérebro – por exemplo, se alguém perdia o hipocampo e, junto com ele, a memória recente, é porque os dois deviam estar ligados.
Agora os cientistas conseguem desde entender como os genes dão origem às moléculas do cérebro até simular em computador conjuntos de neurônios. E surgiram maneiras de observar o cérebro em atividade, graças, principalmente, à ressonância magnética funcional (RMF), uma espécie de telescópio Hubble para os neurocientistas. O princípio é colocar o paciente em um campo magnético tão forte que, pendurado em um guindaste, seria capaz de levantar dois carros juntos (o que mostra por que não é uma boa idéia aproximar objetos metálicos de aparelhos como esse). Essas circunstâncias possibilitam detectar, por ondas de rádio, o fluxo de sangue oxigenado para diferentes partes do cérebro, o que indica as regiões mais ativas em cada situação.
A técnica permitiu, pela primeira vez, mapear o cérebro em funcionamento. Também enterrou aquela idéia de que só usamos 10% da nossa mente: todo o cérebro trabalha o tempo inteiro. Mas, de acordo com o que fazemos, algumas partes são mais ativadas que outras (veja quadro na página 54). Nos últimos anos, as pesquisas mostraram os sistemas que acendem em situações como se apaixonar, tomar uma decisão, sentir sono, medo, desejo de uma comida ou até schadenfreunde, palavra alemã para o prazer de ver alguém se dando mal (que, percebeu-se, é mais intenso em homens). “Estamos decifrando a linguagem com que as áreas do cérebro conversam. É possível que os sistemas que conseguimos ver sejam como um arquipélago: parecem ilhas isoladas, mas, por baixo, são parte de uma mesma montanha”, diz o radiologista do Hospital das Clínicas Edson Amaro, membro do projeto internacional Mapeamento do Cérebro Humano.
O que complica as pesquisas é que, assim como não existe pessoa igual a outra, cada cérebro é diferente. Além disso, a aparência dos neurônios não é um indicador fiel do que acontece na cabeça. “Existe quem morra com problemas de memória e, na autópsia, se percebe que o cérebro estava perfeito. E também os que não apresentaram problemas até o fim da vida, mas têm um cérebro danificado”, diz Lea Grinberg, uma das coordenadoras do banco de cérebros da USP, que reúne e tenta comparar 3 600 amostras para resolver problemas como esse. Mesmo ainda misterioso, é provável que seja esse o ponto em que o modo como você utiliza o cérebro faça a diferença.
Ao que tudo indica, exercitar o cérebro cria uma espécie de reserva. É possível que, quando necessário, os atletas mentais consigam recrutar outras áreas do cérebro mais facilmente, ou talvez compensem a perda por usarem cada área de forma mais eficiente.
Aliás, uma boa notícia: só o fato de você estar lendo este texto já é um começo. “Leitura é um exercício fantástico.
A história do seu cérebro começa pouco depois da concepção, quando o embrião humano ainda é chato como uma panqueca. Até que, com uns 17 dias, uma parte da superfície começa a dobrar até se fechar em um tubo. Esse tubo acabará se transformando no sistema nervoso inteiro. De 5 a 6 meses depois, seu crescimento cerebral atinge a velocidade máxima, espantosos 250 mil novos neurônios por minuto. Antes mesmo de você nascer, o cérebro está praticamente formado. Daí em diante, segundo o que se acreditava até há pouco tempo, ele poderia aprender coisas novas, mas não ganharia novos neurônios. Só nos restava cuidar bem dos que já temos.
Tudo isso mudou em 1998, quando os cientistas provaram que o cérebro produz, sim, novas células ao longo da vida – num processo batizado de neurogênese. Caía um dos mais arraigados mitos da ciência. Desde então, descobrir como surgem novos neurônios e para que eles servem se tornou um dos temas mais quentes da neurociência. É possível que dessas pesquisas saiam formas de curar doenças como depressão e Alzheimer, retardar o envelhecimento e até garantir um melhor funcionamento do cérebro para pessoas saudáveis.
Apesar de os cientistas terem visto sinais de novos neurônios em várias partes do cérebro, a produção está restrita a duas regiões.
Não há dúvidas de que a neurogênese é um processo importante. Sabe-se, por exemplo, que alguns tipos de derrames aumentam a produção de neurônios. A maioria deles morre, mas alguns conseguem chegar ao local da lesão e formar um remendo que não resolve os casos mais graves, mas corrige microderrames que acabam passando despercebidos. E um grande número de doenças, de uma forma ou de outra, está ligado à neurogênese. A depressão é uma delas. O mal de Alzheimer é outra: ratos modificados geneticamente para desenvolver a doença apresentam também problemas na neurogênese, prova de que alguma conexão há. E remédios capazes de estimular o nascimento de neurônios em cobaias conseguiram atenuar os sintomas de mal de Parkinson – uma abordagem que pode se revelar promissora para humanos.
O grande sonho dos cientistas agora é controlar o processo para fazer o cérebro tapar os próprios buracos – mais ou menos como uma lagartixa regenera uma perna cortada. E, possivelmente, estimular o cérebro de pessoas saudáveis a fabricar neurônios.

Ler pensamentos?
Um macaco em um laboratório da Universidade de Parma, na Itália, jamais imaginaria que faria parte de uma das maiores descobertas da ciência quando, 15 anos atrás, descansava com eletrodos implantados no cérebro. Os fios estavam conectados a neurônios que disparavam quando ele fazia movimentos. Por exemplo, se o macaco levantava um objeto, um neurônio começava a funcionar. Até que, despretensiosamente, um cientista levantou um objeto perto do simpático primata. E, para surpresa de todos, exatamente o mesmo neurônio que disparava quando o próprio macaco fazia a ação começou a funcionar. Em alguns casos, bastava o som dessa ação para acionar a célula. Ou seja, era como se a mente do macaquinho simulasse tudo o que os outros fizessem ao redor. Essa tendência para imitar tudo fez com que, em 1996, ao publicarem a descoberta, os cientistas italianos batizassem essas células de “neurônios-espelho”.
Nos anos seguintes, os cientistas descobriram que não só temos o mesmo sistema dos macacos, como em humanos ele é muito mais desenvolvido. Em humanos, os neurônios-espelho envolvem muito mais áreas e são acionados com mais freqüência. Tanto que, apesar de recém-descobertos, eles já estão sendo propostos para responder por que os bocejos são contagiosos, por que apreciamos a arte, como surgiu a cultura, a sociedade, a linguagem e a civilização e até mesmo para definir quem somos nós.
Os neurônios-espelho estão ativos desde o momento em que nascemos. Faça o teste: mostre sua língua para um recém-nascido e, provavelmente, ele tentará copiá-lo. “Parece que o único modo de perceber as coisas é usando o nosso sistema motor e o nosso corpo para imitá-las”, diz o neurologista Marco Iacoboni, da Universidade da Califórnia em Los Angeles. Com o tempo, conseguimos até prever as intenções dos outros: o sistema pode disparar mesmo que as pessoas apenas dêem sinais de que farão alguma coisa. O mesmo vale para as emoções. Cientistas em Marselha, França, mostraram que sentir um cheiro nojento ou ver pessoas fazendo cara de nojo dispara o mesmo grupo de neurônios-espelho.

Depressão não é tristeza?
A teoria tradicional diz que a depressão é uma deficiência de serotonina – um neurotransmissor relacionado a funções como o humor, o sono e o apetite – e, para combatê-la, tudo o que os antidepressivos fazem é aumentar a quantidade dessa substância no cérebro. Mas duas questões nessa teoria intrigam os cientistas há algum tempo. A primeira é que, pouco depois de tomar esses remédios, o cérebro já está cheio de serotonina e, no entanto, nada acontece. O segundo é que os efeitos esperados só vão aparecer um mês depois. Um mês é exatamente o tempo que o cérebro leva para produzir novos neurônios e fazê-los funcionar. Foi daí que se suspeitou que existe uma relação entre a depressão e a queda na produção de novas células no cérebro.
Outros indícios reforçaram a hipótese: o estresse – um dos principais fatores que desencadeiam a depressão – também inibe a neurogênese, como se o cérebro estivesse mais preocupado em sobreviver ao fator estressante que em produzir neurônios para o futuro. Mas a primeira evidência concreta veio em 2000, quando cientistas americanos mostraram que os principais tratamentos antidepressivos aumentam a neurogênese em ratos adultos. No ano seguinte, percebeu-se também que bloquear o nascimento de neurônios em ratos tornava ineficazes os antidepressivos. Agora a esperança é encontrar uma forma de estimular a neurogênese e, com isso, aliviar a depressão. Ao que indicam esses estudos, essa doença pode não ser só um estado de tristeza, mas, sim, o efeito da falta de neurônios novos e da consequente perda da habilidade de se adaptar a mudanças.
Paixão
Muita coisa muda, mas poucas relacionadas ao desejo sexual. Os sistemas mais acionados são os de motivação e recompensa, também usado quando um viciado consome drogas ou quando um apostador ganha um prêmio. Para os pesquisadores, é uma resposta parecida com a que os demais mamíferos apresentam ao buscar um parceiro adequado.
Susto
O sentimento de uma possível ameaça faz dois caminhos no cérebro. Um é direto para um estrutura chamada amígdala, responsável por lidar com fortes estímulos emocionais e capaz de dar respostas rápidas, como aumentar os batimentos cardíacos. O segundo passa pelo córtex e é mais lento, mas é onde percebemos se aquilo é mesmo algo perigoso ou apenas um susto.
Humor
Ver cartuns aciona sistemas relacionados à linguagem e ao processamento de imagens para que você entenda a graça. Mas, uma vez que você pegou a piada, muda tudo lá no cérebro. Aí acendem sistemas de recompensa, que estão ligados a vários tipos de prazer. Curiosamente, isso acontece mais em mulheres que em homens – ninguém ainda sabe explicar bem por quê.
Concentração
Segundo cientistas israelenses, em tarefas que exigem muita atenção (como identificar uma imagem em uma série rápida de figuras), o cérebro concentra os esforços em áreas sensoriais e silencia uma região associada ao sentimento de introspecção. O que significa que, diante de uma tarefa difícil, você literalmente esquece que a vida existe.

Colocando um freio no tempo
Não é muito difícil fazer minutos e segundos durar mais. Algumas drogas ilegais bastante disponíveis fazem isso. Monges em meditação, atletas no auge de sua atividade e pessoas muito concentradas em sua atividade têm a mesma impressão. E pesquisas científicas podem encontrar outras formas de fazer isso, à medida que os cientistas comecem a decifrar os mecanismos com os quais percebemos a passagem do tempo. O nosso cérebro tem 3 relógios. O primeiro determina o ritmo dos dias, os momentos de sono ou de alerta. Outro controla atividades que duram milésimos de segundo, como as que se passam no controle de atividades motoras finas. Já o terceiro fica no meio do caminho, no ritmo dos minutos e segundos, e é em grande parte aí que está nossa consciência da passagem do tempo. No ano passado, pesquisas com técnicas de imagem feitas na Universidade Duke, EUA, levaram a um modelo de como ele funciona. O segredo pode estar no corpo estriado, uma região bem na base do cérebro que monitora as ondas que os demais neurônios emitem ao produzir suas atividades. Assim como um maestro dá o ritmo de uma orquestra, essa região integra todas essas ondas em uma estimativa da passagem do tempo. No futuro, talvez seja possível manipular neurotransmissores nessa região e, dessa forma, fazer o tempo passar mais devagar sem sofrer outros efeitos colaterais. Até lá, a única forma é tentar formas mais naturais de esticar os minutos e segundos, como exercícios de meditação e concentração, ou simplesmente ficando parado: afinal, sempre que você está sem fazer nada, o tempo passa mais devagar.

8655 – Sociologia – O que é um Eremita?


É um indivíduo que vive em local isolado da população.
Algumas pessoas não se interessam pela vida em sociedade e preferem estar mais próximos da natureza que de outros humanos. Esse é um dos motivos que as leva a se afastarem e seguir uma vida solitária, porém, aos seus padrões, mais satisfatórias. Em outros casos, a escolha por levar uma vida em um local deserto e sem contato humano é uma escolha feita baseada em penitências, ou seja, fruto de questões religiosas que levam o indivíduo a escolher viver sozinho para certa purificação espiritual. Em último caso, pode ser simplesmente misantropia, que nada mais é do que a pessoa ter aversão à natureza humana em geral. Seja qual for o caso, esses são os Eremitas, também chamado de Ermitão, e o local onde vivem é chamado de eremitério.
No que se refere à questão religiosa, o Eremita possui um papel significativo para a Igreja Católica. Ao longo da história do cristianismo, a prática apareceu com força significativa em dois momentos. O primeiro foi na fase inicial da religião, entre os séculos III e IV, quando apareceram os chamados Padres do Deserto que buscavam levar uma vida de pura contemplação. Esse movimento foi responsável por conquistar uma grande quantidade de fieis que estavam interessados em seus aconselhamentos espirituais e na vida retirada da sociedade.
O segundo momento de notória relevância do eremitismo para o cristianismo se refere a um período dentro do que chamamos de Idade Média, entre os séculos XII e XIII. Neste período, a intenção do Eremita era praticar uma vida nos moldes da de Jesus Cristo. Para alcançar tal objetivo, o movimento ganhou muitos adeptos, porém que seguiram práticas diferenciadas do eremitismo. Alguns adotavam uma vida isolada e pobre para alcançar os preceitos espirituais defendidos. Outros preferiam estar vinculados a mosteiros, enquanto uma terceira via seria o isolamento como forma de penitência.
O eremitismo é muito caro à religião cristã e seus adeptos procuram reviver os dias de isolamento de Jesus Cristo no deserto. Para os Eremitas europeus, contudo, o cenário tornou-se diverso. Em função da ausência de desertos em tais continentes, os seguidores dessa prática se refugiavam em montanhas e florestas. Apesar de tudo, as condições de vida, em geral, são semelhantes. Homens pobres, isolados, barbudos, descalços vivendo em locais remotos.
O Brasil também contou com um momento no qual a figura do Eremita foi muito marcante, o que aconteceu durante o chamado Ciclo do Ouro. Nessa fase, os Eremitas construíam por conta própria capelas para que pudessem se isolar.

8654 – Imprensa e Sociedade Brasileira


A informatização nos jornais do Brasil, iniciou na Folha de S. Paulo, na década de 80. A introdução de computadores na redação gerou a demissão de mais de 70 jornalistas revisores, cujo papel o computador já realizava em programas de auto-correção.
Os jornalistas mais velhos que não se adaptaram à informática também perderam seus empregos, cujas vagas foram ocupadas por jovens jornalistas provindos de faculdades e de remuneração mais baixa. Tais jovens não carregavam a visão política “panfletária” que os jornalistas mais tradicionais, de certo modo, apresentavam.
Virtualmente, a ditadura no Brasil terminou com a eleição de Tancredo Neves em 1985. Em 1989, o país voltou a eleger o seu presidente pelo voto direto, fato que não ocorria desde 1960, porém o processo de abertura e redemocratização não conseguiu democratizar as consciências e o acesso à informação de maneira profunda, pelo menos a curto prazo.
Segundo o geógrafo Milton Santos, “Não há uma real ‘democratização’ na América latina, os governos mantiveram o processo eleitoral, mas não o resto(…) Não é propriamente uma democracia porque a ampliação dos direitos efetivos não foi feitas” . Nos dias de hoje, através do celular e internet, todo mundo comunica, mas poucos analisam ou se conscientizam perante uma notícia.
O avanço da tecnologia nas redações criou uma linha industrial de produção dentro dos jornais. O tempo de uma redação é industrial, o que diminui o tempo de produção das matérias e sua apuração com a sociedade.

8653 – Sociedade – Violência contra Professor e Aluno


Nos últimos tempos, no Brasil e no exterior, se tornou frequente na mídia a veiculação de matérias referentes a casos de agressões sofridas por professores e alunos dentro de sala. Esse tema tem sido abordado em diversas salas de debate institucionais e governamentais.
No ano de 2008, o mundo se chocou com a morte de um aluno que faleceu após sofrer um chute do professor de matemática Haitham Abdel Hamid, na cidade de Alexandria, no Egito. No Brasil, em março de 2010, numa escola situada Ilha do Governador, bairro da cidade do Rio de Janeiro, uma aluna de onze anos de idade foi agredida por um apagador jogado pelo seu professor de Ciências, o professor justificou o ato pelo fato da aluna não ter parado de falar durante a aula.
Nesse caso, o professor foi atuado pelo artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente que prevê pena de até dois anos de reclusão. Por outro lado, professores também têm sofrido ameaças e agressões por parte de alunos.
Em junho de 2008, uma professora de Taguatinga (Distrito Federal) foi agredida fisicamente e verbalmente por um aluno de 14 anos semi-analfabeto, na época, o delegado da Delegacia da Criança e do Adolescente , que registrou o caso, disse à imprensa que casos dessa natureza costumam ser registrados seis vezes por semana em média.

Considerando os fatos descritos, assim como ocorre no Brasil, em muitos países há problemas sociais que prejudicam a qualidade do ensino e da disposição do docente, entre estes problemas estão o baixo salário e as más condições de trabalho. Mas em regiões bem desenvolvidas de nosso país e em países desenvolvidos também ocorrem violências contra alunos e professores, de maneira até mais especializada.
A violência proveniente de fatores sociais, psicológicos e pedagógicos demonstra o desafio da socialização e do respeito comum que têm faltado nos ambientes escolares. Sabemos que atualmente, a escola é exigida a repassar conhecimento, é exigida, muitas vezes, a substituir a conduta que deveria ser ensinada pelos pais e, sobretudo, é impulsionada a repetir conhecimento e formar mão-de-obra ao mercado, sem que haja uma profunda preocupação com a formação de cidadão.
Há algum tempo, já tramita no Congresso Nacional o projeto de lei 6269/09, que criminaliza a agressão contra professores, dirigentes educacionais, orientadores e agentes administrativos de escolas. Dentro deste projeto de lei, a pena prevista é de quatro anos de detenção (em casos de agressão física) e de três anos (em caso de agressão moral). Esse projeto alteraria o Código Penal 2.848/40 que se refere ao desacato ao funcionário público. Caso o aluno agressor seja menor de idade deverá receber penalidade estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90).
Em novembro de 2009, foi aprovada pela Comissão de Educação e Cultura do Senado, o Projeto de Lei 191/2009 que cria barreiras e punições contra alunos que cometerem agressão contra o docente. O projeto de lei aprovado não exclui as punições já previstas no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).