O cão Distingue cores?


Os olhos de todos os animais possuem dois tipos de células: cones e bastonetes.

Os primeiros servem para enxergar cores. Já os bastonetes, identificam a luminosidade. A visão é uma mescla da atuação desses dois tipos de células.

Esse é um dos motivos pelos quais os gatos, por exemplo, enxergam de forma menos nítida que os humanos de dia, mas, à noite, os bichanos podem ver muito melhor que nós. Isso se dá porque, além de uma estrutura que reflete a luz atrás da retina, os gatos possuem mais bastonetes e menos cones, assim como os cachorros!

Afinal, cachorro enxerga colorido?
Segundo o médico-veterinário da Petz, Samuel Teófilo, você pode parar de ter pena de seu filho de quatro patas.

“Os cães enxergam em cores, sim”, explica o especialista. “A diferença é que eles não conseguem distinguir todas elas.” Isso porque os cachorros possuem apenas dois tipos cones, os receptores de cor, enquanto nós possuímos três.

Se você se recorda das aulas de artes, deve lembrar que há três cores primárias: vermelho, verde e azul. A combinação entre elas gera todas as outras cores. Nossos receptores podem identificar todos esses tons, enquanto os cachorros só percebem vermelho e azul.

Dessa forma, conforme explica o Dr. Samuel, as cores ficam mais apagadas, porque para suprir a ausência do verde, o cérebro do cãozinho completa tudo com cinza.
Como muitos tons são uma combinação das cores primárias, incluindo o verde, para os cães tudo fica um pouco cinzento. Isso significa que com essa visão de um cachorro ele não irá perceber todos os detalhes de um belo parque em um dia de sol. Mas, não é por isso que ele vai se divertir menos.
Visão canina: cachorros são míopes?
Comparados com os humanos, os cães possuem uma visão um tanto limitada. Segundo o Dr. Samuel, estudos mostram que os cachorros enxergam com nitidez objetos que estejam, no máximo, a seis metros de distância. Enquanto para os humanos essa distância é de 22 metros.

Ou seja, para os nossos parâmetros, um cachorro pode, sim, ser considerado um pouco míope. Mas não vá achando que seu filho de quatro patas precisa de óculos! Conforme explica o especialista, os pets utilizam de outros sentidos para compensar essa aparente limitação.

“Não podemos dizer que a visão dos cachorros é ruim, porque ela não afeta a vida deles”, explica o veterinário. “Com o excelente olfato, eles podem perfeitamente se orientar.” É só uma forma diferente do pet de balancear os órgãos do sentido.

Cachorros enxergam a noite?
Este é um ponto em que os cachorros são melhores que nós! Os olhos dos cães, graças ao número maior de bastonetes, conseguem captar mais luz do que os olhos humanos. Por isso, sua visão noturna dos cães é bem melhor do que a nossa!

“Os cães podem, sim, enxergar bem na penumbra”, explica o Dr. Samuel. Não podemos esquecer que essa bolinha de pelos fofa, que dorme, brinca e come ração, um dia foi um temido predador.

Assim como os lobos, seus parentes um tanto próximos, a visão permite que seu cachorro enxerga no escuro. “Porém, na escuridão total os cães não conseguem enxergar”, complementa o veterinário.

Cuidados com a visão canina!
Agora que você já conhece mais da visão canina, é hora de aprender um pouco sobre a saúde dos olhos deles. Assim como os humanos, os cachorros também podem ter doenças que afetam a visão. Alergias, glaucoma e conjuntivite são algumas das enfermidades mais comuns.

Dificuldade de desviar de objetos;
Mudança da coloração ocular;
Secreção intensa;
Córnea esbranquiçada.
Se você notar qualquer um dos sinais acima, procure um veterinário imediatamente. Problemas de visão podem atrapalhar a qualidade de como os cachorros enxergam. Além disso, um diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz.

Veterinária – Por que Gatos são mais Independentes?


Por causa da história, da socialização e até da genética dos felinos. Enquanto cães já convivem com os seres humanos há 50 mil anos, os gatos nos acompanham há apenas 8 mil, o que demonstra que eles ainda não passaram por um processo completo de domesticação. Além disso, cachorros têm uma predisposição natural a aceitar ordens, “herdada” de sua vida selvagem, já que os caninos evoluíram em bando, com uma hierarquia bem estruturada.
Os gatos silvestres, por outro lado, sempre foram caçadores solitários. Sua relação com outros indivíduos – seja um gato, seja um humano – é uma parceria entre iguais. Por fim, nos cães, cientistas identificaram 41 genes ligados à domesticação. Nos gatos? Apenas 13.
Grandes felinos roçam uns nos outros quando voltam da caça, o que pode ser uma demonstração de companheirismo. Também pode ser uma forma de demarcar território, já que esse contato espalha o cheiro do gatinho nos seus “alvos”.
Assim, ele está determinando que nós (e nossas coisas), na verdade, somos dele. Além disso, com esse ato, o bicho pode estar reconhecendo que somos maiores, mas não superiores.
Uma teoria é de que os gatos são, por natureza, caçadores. Assim, instintivamente, poupam o máximo de energia para o momento de buscar uma presa. Em média, eles dormem de 16 a 18 horas por dia, mas é um sono leve, interrompido rapidamente ao primeiro sinal de perigo. Talvez por isso eles tirem pequenos cochilos, e não durmam pesado por longos períodos, como os humanos. Alguns estudos dizem que eles alternam o sono leve (cerca de 70% do tempo) com períodos de sono profundo. Nestes últimos, podem ser observados os movimentos rápidos dos olhos (REM, em inglês), que também ocorrem quando os humanos estão sonhando, além de atos involuntários, como a agitação das patas e das unhas ou a rotação das orelhas. Tudo isso faz alguns especialistas acreditarem que, sim, eles sonham! Gatos em ambiente selvagem raramente miam entre si. Essa comunicação parece criada exclusivamente para a interação com humanos.
Somos uma espécie falante, e os gatos sacaram isso, o que facilitou o seu processo de domesticação. Os gatos que sabiam miar com jeitinho para pedir comida viraram os favoritos dos nossos antepassados.
Como é uma característica aprendida, cada gato mia de um jeito único, de acordo com o seu dono.
Eles conseguem emitir cerca de 100 sons diferentes. Os cães, por volta de dez.
O aprendizado dos filhotes começa quando eles nascem e termina por volta das 7 ou 8 semanas de idade. O gato que é muito tocado ou manuseado nessa idade vai se tornar mais afetuoso e ligado aos humanos. Do contrário, pode se tornar mais arredio e pouco simpático à nossa presença.
Por que ronronan?
Ainda não se sabe exatamente por que, nem como. Algumas pesquisas sugerem que o ruído seria produzido pela passagem de ar nos brônquios; outras, por certos vasos do coração. Mas gatos não ronronam só quando estão felizes: o barulho aparece também quando estão machucados ou doentes como uma espécie de mantra tranquilizador. A maioria vibra em uma frequência entre 20 e 140 Hz, considerada terapêutica tanto para eles quanto para os humanos.
Idade dos gatos
O principal consenso é que o primeiro ano equivale a cerca de 16 anos humanos. Ou seja, em apenas 12 meses ele passa por toda a infância e parte da adolescência, com as típicas evoluções corporais, metabólicas e cognitivas de uma “fase de crescimento”.

Quantas Raças de Gato Existem?



O número de raças de gatos existentes hoje depende muito dos critérios usados, podendo variar de 15 a 71 raças no total.
Certamente, muitos tutores de felinos domésticos se perguntam quantas raças de gatos existem em todo o mundo. Essa resposta não é simples, pois de acordo com os critérios de classificação, o número total varia consideravelmente.

É necessário ressaltar que todas as informações que vamos apresentar se limitam apenas ao gato doméstico (Felis silvestris catus), portanto, todas as raças de gatos selvagens são deixadas de fora. Mesmo assim, a variedade registrada com certeza vai surpreender você.
Embora se acreditasse que os primeiros focos de domesticação felina tivessem surgido em 2000 a.C. no Egito, novos estudos refutam essa ideia. Em 2004, o fóssil de um gato foi descoberto ao lado de um cadáver humano em uma sepultura localizada na ilha de Chipre. Por incrível que pareça, esses vestígios geológicos datam de 9,5 milhões de anos.
Assim, o gato-selvagem-africano (Felis silvestris lybica) é colocado como o precursor basal de todas as raças de gatos domésticos que conhecemos hoje. Sugere-se que essa domesticação tenha acontecido como resultado de uma simbiose: os humanos precisavam se livrar de pragas de roedores e os gatos precisavam de presas para caçar.
Dessa associação ancestral, diferentes raças de gatos surgiram ao longo dos anos, com características morfológicas específicas, produto da seleção genética humana. Deve-se notar que, por mais diferentes que sejam externamente, dois indivíduos de raças diferentes podem se reproduzir e, portanto, são considerados da mesma espécie.
A Associação Internacional de Gatos (TICA) calcula que exista um total de 71 raças padronizadas.
A Cat Fanciers’Association (FCA) coloca esse número em 44.
Um total de 43 raças são reconhecidas pela Fédération Internationale Féline (FIFe).
Por fim, o menor valor é defendido pela Enciclopédia Britânica, com um total de 15 raças felinas domésticas oficiais.
Como se pode observar a partir desses números, a disparidade entre as federações é absoluta. Esse caos numérico responde a diferentes critérios de classificação. Por exemplo, algumas dessas entidades não reconhecem como raças próprias aquelas que não possuem um pedigree diferenciado, ou seja, um pedigree efetivamente registrado.
Em outros casos, alguns organismos optam por incluir vários tipos de felinos na mesma raça. Um exemplo disso são alguns dos gatos colorpoint (com membros e rosto de uma cor e o resto do corpo da outra), que podem ser classificados separadamente de acordo com sua origem ou em uma mesma “mega-raça”.
A resposta a essa pergunta é um claro e retumbante sim. Por exemplo, em 2018, a FCA introduziu duas novas raças: o gato Lykoi e o Khao Manee. Apesar disso, esses sistemas de classificação tendem a se manter inalterados ao longo dos anos, uma vez que são necessárias evidências bastante originais para que uma variedade de gatos domésticos acabe sendo considerada uma raça em si.
Essa pequena variação também responde a uma proteção dos animais de estimação e à busca pelo bem-estar animal em detrimento da novidade. Muitas das raças de felinos domésticos compartilham certas características genéticas, que podem apresentar potencial para estarem relacionadas a certas doenças ou que simplesmente não foram suficientemente exploradas.
É por isso que essas federações tomam muito cuidado ao promover o cruzamento entre indivíduos e a seleção genética para dar origem a raças diferentes. Não devemos esquecer que o bem-estar animal está acima de tudo.
Assim, pudemos verificar que o número de raças de gatos na Terra não é fixo, pois depende de uma série de critérios de classificação impostos pela própria associação que registra a variedade desses animais. Apesar de tudo isso, podemos afirmar que o número de raças felinas é muito inferior ao de cães, já que este último número gira em torno de 350 raças diferentes.

Como se Orienta um Cão Cego?


Nascer cego é diferente de ficar cego. Um cão que já nasce cego pode ter algumas dificuldades, sem dúvida, mas ele não conhece nada diferente disso. Então, ele não precisa se ajustar – ele irá, desde o início da vida, aprender a viver como um cão cego. Já um cão que se torna cego, após ter passado anos usando a visão como o sentido primário, pode sofrer mais.
Os cães são conhecidos pela sua filosofia “carpe diem” (viver no momento, sem remoer o passado ou se preocupar com o futuro). Por isso, a maior parte dos cães se adapta com relativa facilidade à cegueira, sem que haja um grande impacto emocional. Quando o animal se torna cego de forma mais lenta e gradual, como ocorre na maioria dos casos de catarata, há mais tempo para a adaptação, e tudo se torna mais fácil . Por outro lado, alguns animais podem sim ficar abalados. A catarata dos diabéticos, a perda acidental dos olhos, derrames e outros problemas mais agudos podem surgir muito rapidamente, e pegar o cão de surpresa. Sem entender o que aconteceu e sem saber como reagir, ele pode ficar desorientado e deprimido.
Os cães usam a visão para se situarem e para se comunicarem. Com os olhos, eles observam atentamente a linguagem corporal de seus companheiros caninos e humanos. É por isso que às vezes cães cegos parecem sofrer “bullying” por parte de outros cachorros: por ignorarem sinais de alerta, eles inadvertidamente podem provocar ataques. Um cão que esteja emocionalmente fragilizado por conta da sua nova condição também pode se tornar alvo dos outros cães: eles podem querer destitui-lo da função de líder da matilha (se for o caso), ou até mesmo expulsá-lo da matilha devido à sua instabilidade.
A falta da visão pode despertar o mais primitivo dos instintos no cão: a reação de luta ou fuga. Ao se sentir ameaçado, qualquer animal (humanos inclusive) tem duas reações possíveis: lutar ou fugir. Um animal que não saiba onde está, e não consiga identificar quem está perto, ou pior, quem – ou o quê – o tocou, naturalmente irá se assustar com mais facilidade. Uma aproximação inesperada pode fazer com que o cão se sobressalte e tente se esquivar, ou reaja de forma agressiva.
Dentro ou fora de casa, surgem novos desafios. Um cão cego precisa aprender a se orientar sem se bater, tropeçar, ou cair. Precisa encontrar a sua cama, comida, água, e “banheiro”, sem ver onde está. Apesar de que já é possível operar e corrigir a catarata em cães, a verdade é que, na maioria dos casos, não temos como devolver a visão a eles. Mas podemos ajudá-los em outros aspectos.
Em relação ao tutor, precisamos ter em mente a reação de luta ou fuga do cão, que pode resultar num ataque. Apesar do famoso faro apurado dos cães, eles costumam depender muito mais da sua visão do que do olfato para identificarem pessoas/animais se aproximando. Uma aproximação muito silenciosa pode, portanto, gerar uma reação agressiva. Habitue-se a avisar o cão quando você estiver se aproximando, e também de que ele será tocado. Se houver crianças na casa, não deixe de educá-las neste sentido também. Crianças pequenas e bebês não devem ser deixados sozinhos com o cão, em hipótese alguma. Se a criança quiser tocar no bichinho, o contato deve ser anunciado antes pelo adulto, e devidamente supervisionado. Toda interação deve ser positiva: Puxões (de pêlos, orelhas, etc.) apenas deixarão o cão mais aflito diante de contatos físicos, e podem fazer com que ele acabe mordendo a criança.
Um outro cuidado de segurança em relação ao tutor deve ser na hora da alimentação. Evite oferecer alimentos na sua mão, sejam petiscos ou a comida normal do cão. Se o animal estiver muito afoito, ele pode acidentalmente morder a mão do tutor junto com o alimento, causando um estresse desnecessário. Se for o caso, prefira erguer o pote até o focinho do cão, ou use sons (bater com o pote ou a mão no chão) para mostrar onde está.
Já a segurança do cão deve ser principalmente no sentido de evitar que ele acidentalmente entre em locais perigosos. Apesar de ser recomendável para qualquer cão, um muro ou cerca ao redor da casa são indispensáveis se o animal for cego. Isso evitará que ele saia de casa e se perca, ou seja atropelado. Dentro de casa, use portões de segurança nas entradas/saídas de escadas para evitar quedas.
Mapeamento da Casa e Uso de Odores
Os cães cegos aprendem a “mapear” mentalmente a casa com certa facilidade, mas podemos ajudá-los. Todo cão cego precisa de pontos de referência a partir dos quais ele consiga se orientar. O cantinho dele, onde fica a caminha, é um destes pontos. Os comedouros/bebedouros, e o “banheiro” do cão também podem ser. Os pontos de referência são locais onde o animal se sente seguro e protegido. Ele irá procurar por eles quando estiver assustado ou desorientado.
Idealmente, evite mudar os móveis de lugar. Uma vez que o cão tenha formado um “mapa mental” da casa, ele não irá mais se perder ou se bater… se as coisas continuarem sempre da mesma maneira.
Facilite a orientação do cão usando tapetes do tipo “passadeira”, de preferência com diferentes texturas para cada parte da casa. A textura ajudará o cão a saber em que local está e para onde seguir. Os tapetes também fornecem uma superfície menos escorregadia, o que é ótimo para cães pesados e/ou com artrose.
Trilhas de odores, feitas com o uso de essências, também são muito úteis para ajudar o cão a se orientar. Se cada pedaço da casa tiver um odor característico, será fácil para ele saber onde está. O interessante é que, na ausência do tutor, estes cheiros familiares ajudam a reconfortar o cão e a diminuir a ansiedade de separação. Se os tutores viajarem e precisarem deixar o cão hospedado em algum lugar, o uso dos mesmos odores nos ambientes onde o cão ficará também é indicado. A dica do odor também serve para os tutores. Se o(s) tutor(es) usar(em) sempre um perfume característico, o cão conseguirá identificar com mais facilidade quando alguém se aproxima, e quem é.
Fora de Casa
O cão cego se sente mais à vontade em ambientes familiares. Repetir sempre o mesmo trajeto faz com que ele caminhe com maior segurança e aproveite melhor o passeio. Outra vantagem é que, conforme o tempo for passando, diminuem também as chances de que ele tropece, ou se bata em algum lugar.
O uso de guias é imprescindível para qualquer cão, sem dúvida. Mas, para cães cegos, este item se torna ainda mais essencial. Através da guia, é possível manter o controle sobre o cão e evitar que ele se desvie do trajeto, caia em algum buraco, ou seja atropelado. O próprio cão se sente mais seguro, sabendo que o seu tutor cuidará para que ele não se acidente. A melhor forma de se guiar um cão cego é através de arreios, como os usados por cães-guia. Este tipo de equipamento permite a melhor comunicação tutor-cão, e ajuda o tutor a fazer com que o animal desvie de obstáculos. Como os arreios podem ser difíceis de achar, pode-se recorrer também às peitorais, usando-se uma guia curta. Tal como o arreio, a guia curta facilitará o controle sobre o cão caso seja necessário fazer com que ele desvie de algum obstáculo.
Uma vez cego, o cão passa a depender do olfato e da audição para perceber o mundo à sua volta. Por esta razão, ele pode demonstrar maior interesse em cheirar plantas, objetos, e até mesmo o chão, durante os passeios. Este comportamento é benéfico para cão, mas é preciso estar atento para que, nestas “cheiradas”, ele não acabe encontrando – e ingerindo – algo que não deva.
Comunicação e Treinamento de Cães Cegos
Já mencionamos que grande parte da comunicação do cão é visual. Eles interpretam os humanos com base na sua linguagem corporal, muito mais do que pela voz. Apesar disso, nós normalmente usamos comandos verbais quando treinamos os nossos cães. O lado positivo do nosso pequeno “deslize” é que, se o cão já estiver devidamente treinado quando perder a visão, não haverá prejuízos ao seu adestramento.
Por outro lado, caso um tutor deseje treinar o seu cão que já esteja cego, a tarefa pode ser um pouco mais desafiadora. Cachorro não fala, e, não importa quantas vezes você repita a mesma palavra, ele não irá compreendê-la se você não mostrar o que ela significa. Como o cão não terá como observar a sua linguagem corporal, ele pode demorar um pouco mais para aprender os comandos. Ele também pode ter dificuldade para saber se acertou ou não, se você não verbalizar a sua satisfação.
Técnicas de treinamento positivo, com o uso de “ímãs de focinho” (petiscos usados para guiar o movimento do cão) e de clickers costumam funcionar bem. Ainda que muitos tutores considerem desnecessário adestrar os seus cães, com comandos do tipo senta/ deita/ etc., alguns comandos podem ser muito úteis. Um comando interessante, por exemplo, pode ser “cuidado”. Ao ouvir o comando, o cão deve parar imediatamente, e prestar atenção aos seus arredores. A intenção é alertar o animal, caso ele esteja prestes a se bater em algum lugar, cair em algum buraco ou precisar descer escadas, por exemplo. Com um pouco de treino, você também pode ensiná-lo a subir – e, principalmente, descer – escadas com segurança. Descer escadas pode ser bem desafiador para um cachorro cego, e o ideal é que ele não tenha acesso a elas sem supervisão; mas, principalmente se ele for grande, pode ser interessante que ele consiga fazer isso conta própria quando precisar.
Outros comandos úteis para cachorros cegos incluem: “devagar”, “direita”, “esquerda”, “suba”, “desça”, e “pare”. O objetivo é ajudar o cão a se orientar onde estiver, e evitar acidentes. Você pode procurar um adestrador para ajudá-lo a ensinar estes comandos, caso tenha dificuldade. Para quem fala inglês, há um site muito interessante dedicado exclusivamente ao treinamento de cães cegos: http://www.blinddogtraining.com/ .

Contatos Com Humanos e Cães
Se você tem uma “matilha” em casa, é possível que o seu cão cego esteja sofrendo alguma dificuldade para se relacionar com os companheiros caninos. Isso acontece porque, como já dissemos, ele fica um pouco “sem noção” por não perceber os alertas dos outros, e também porque ele pode estar instável emocionalmente.
A “falta de noção”, infelizmente, não temos como corrigir. Alguns cães toleram melhor companheiros assim, e outros nem tanto. Mas a instabilidade emocional pode ser trabalhada. Se o seu cão estiver parecendo depressivo por conta da perda da visão, olhe primeiro para si próprio: como VOCÊ encarou o problema? você está sentindo pena dele? você chora ou fica triste ao ver o seu companheiro cego? se a resposta foi “sim” a qualquer uma das perguntas, pode ser que o problema não esteja nele. Os cães são bem sensíveis às nossas energias, e podem ficar tristes ou depressivos se os seus tutores também estiverem assim. Desta forma, ainda que você esteja tendo dificuldade para processar a nova condição do seu cão, evite demonstrar isso a ele. Não se dirija a ele com “pena”, ou chore na presença dele. Tente agir o mais naturalmente possível, como se nada tivesse mudado. Só isso pode já ser suficiente para ajudá-lo.
Mas se você sentir que está lidando bem com o seu problema, e o seu cachorro não, o que fazer? novamente… não pense que abraçá-lo e dizer “coitadinho de você” vai trazer qualquer benefício. Pelo contrário: vai deixá-lo ainda mais inseguro! Converse com ele sempre de forma alegre e positiva: ele pode não entender as suas palavras, mas reconhecerá o seu tom de voz. Brinque com ele, e ajude-o a superar os desafios que surgiram usando as dicas que já demos anteriormente: avisando antes de se aproximar ou tocar, criando “trilhas de odores”, ensinando comandos que o ajudem a se orientar, etc. Quando o cão perceber que consegue navegar pelo ambiente onde vive com facilidade, e que o seu tutor continua cuidando dele da mesma forma, ele se sentirá mais seguro e tranquilo.
Em relação a outras pessoas, avise. Muitas pessoas que amam cães na verdade sabem muito pouco sobre eles, e não são cuidadosas ao se aproximarem de animais desconhecidos. Ao receber visitas, ou encontrar com pessoas na rua que queiram interagir com o seu cão, ainda que ele seja dócil, alerte-as sobre a sua condição. Avise também o cão que quem quer tocá-lo é “amigo” (mais um comando legal), e peça para a pessoa sempre avisar o animal antes de mexer com ele.
Acessórios
Por fim, não poderíamos deixar de mencionar alguns acessórios que podem ajudar o seu cão cego a interagir com o mundo. Eles não são essenciais, mas podem ser úteis.
Uma invenção muito legal, mas que ainda não está à venda no Brasil, são os “Muffin’s Halo“. Os “Muffin’s Halo” são quase equivalentes às bengalas que pessoas cegas usam, e servem para evitar que o cachorro se bata em móveis ou na parede. Eles são armações de metal que ficam presas ao cão através de uma peitoral, e se estendem a alguns centímetros adiante do focinho, acima da cabeça. O nome do produto, que significa “Auréola do Muffin” se refere ao cãozinho da tutora que o criou. Muffin era um cão cego, que se batia muito em objetos. Então, ela desenvolveu este aro que fica sobre a cabeça animal, semelhante a uma auréola de anjo. Para deixá-la ainda mais fofa, a peitoral vem com asinhas de anjo que dão sustentação à auréola. Quem quiser comprar pode fazê-lo através do site dela. Os “Muffin’s Halo” são enviados para o mundo todo, mas, ao comprar, lembre-se da conversão do dólar e do imposto de importação (60% sobre o valor total pago, incluindo o frete, a ser pago aos Correios na retirada do objeto).
Outro produto que também não encontramos no Brasil são as bandanas, coleiras e peitorais de cães cegos. Estes produtos são mais fáceis de improvisar, já que eles não têm nada de muito especial. Eles, basicamente, contêm um aviso de que o cão é cego, e servem de alerta para pessoas que desejem interagir com ele. Se quiser um para o seu cão, já que é difícil encontrarmos para vender, você mesmo pode pintar o aviso com tinta para tecidos em uma bandana, ou então mandar bordar a bandana/ coleira/ peitoral que ele usa.
E por último mas não menos importante, finalmente um produto que nós conseguimos sim encontrar no Brasil: os marcadores olfativos. São adesivos com odores que servem para alertar o cão sobre obstáculos, ou para criar “trilhas” para orientá-lo dentro de casa. Você pode comprar essências para fazer isso se preferir, mas a vantagem dos adesivos é que o cheiro será perceptível apenas para o seu aumiguinho!

Veterinária – O Cão Mastim



É uma categoria de cães que engloba raças de porte grande a gigante e estrutura molossoide com aptidão para guardar rebanhos e/ou propriedades.
O termo mastim pode ser usado também como um sinônimo de molosso, embora nem todos os molossos sejam classificados como mastins.

Os mastins estão fortemente ligados aos cães guardiões de gado, dos quais provavelmente descendem.
O mastiff americano(em inglês: American Mastiff) é uma raça canina oriunda dos Estados Unidos. Surgiu do cruzamento entre o pastor-da-anatólia e o Mastiff inglês.
Fredericka Wagner em parceria com a fazenda Flying W Farm, cruzou o mastim inglês com o pastor-da-anatólia com a intenção de criar um “mastim saudável”, livre de problemas genéticos. E após anos de seleção e cruzamentos planejados, conseguiu criar o Mastim americano, um cão com típico aspecto do mastim mas que possuía “boca seca” e menos problemas genéticos que o mastim inglês. Um cão de guarda rústico e leal, que ficou conhecido como “gigante gentil” por sua docilidade, especialmente com crianças de casa.
Fisicamente, o mastiff americano é bem semelhante ao Mastim inglês. Porém é um pouco mais leve e funcional. Os machos pesam até 90 kg e possuem até 91 cm na altura na cernelha.
Mastim Espanhol – Esta raça espanhola é apontada como uma das que possivelmente contribuíram na formação da raça fila brasileiro, juntamente com raças portuguesas.
Historicamente a criação e migração dessa raça está relacionada aos rebanhos mantidos pelos antigos povos espanhóis. Desde o seu surgimento, o mastim acompanhava os pastores protegendo e guardando os rebanhos dos lobos durante as estações de movimentação, na qual os homens levavam seus rebanhos de uma localidade a outra para pastarem. Fosse em fazendas, pessoas ou propriedades, este canino executava e executa sua função de protetor da mesma maneira.
Mastim Napolitano
O seu possível ancestral direto, o molosso romano ou cane pugnax, foi citado e descrito por oradores da Roma antiga e alguns de seus traços ainda podem ser observados na raça moderna. Mas, assim como no caso de muitas outras raças, a mastim napolitano também tem sua verdadeira origem incerta, podendo ser relacionada ao extinto mastim assírio, presente em representações artísticas milenares.
Fisicamente pode chegar aos 70 kg e medir até 77 cm na cernelha; sua cabeça é a maior entre todas as raças caninas. Sua personalidade é descrita como leal, apesar da sua face carrancuda; é tido como paciente e dócil.

Biologia – Os Canídeos


lobos
Canidae é uma família de mamíferos da ordem Carnivora que engloba cães, lobos, chacais, coiotes e raposas. É composto por 35 espécies distribuídas por todos os continentes com exceção da Antártica.

Os canídeos têm uma cauda longa e dentes molares adaptados para esmagar ossos. Têm quatro ou cinco dedos nas patas dianteiras, quatro nas patas traseiras, e garras não retrácteis adaptadas para tração em corrida. O tamanho é variável, bem como os hábitos sociais que podem ser gregários, como o lobo e o cachorro-vinagre, ou solitários como os coiotes e raposas. Os sentidos da audição e olfato são mais importantes que a visão. Os canídeos são predadores mas podem também ter alimentação onívora, se as condições ambientais assim o exigirem. Apesar de serem bons corredores, não são velozes como as chitas por exemplo, e caçam as presas por corridas de resistência, os canídeos são bem semelhantes com as Hienas (Crocuta crocuta) mas não apresentam nenhum parentesco com estas.
As espécies de Canidae podem ser tanto diurnas quanto noturnas e algumas podem apresentar os dois tipos de atividade. Vivem em tocas no solo ou em cavidades naturais, como aquelas encontradas sob rochas, podendo ser solitários, viverem em pares ou montarem grupos de diferentes tamanhos e com diferentes níveis de complexidade social e hierarquia. Algumas espécies apresentam comportamento nomádico, realizando grandes incursões em busca de alimentos. Várias espécies, sejam elas gregárias ou não, são territorialistas e realizam demarcação por micção repetida em marcos na periferia e no interior do território.
A estratégia de caça principal dos Canidae envolve perseguição da presa por longas distâncias, geralmente em terreno aberto, até que esta se canse e seja abatida. Quando caçando vertebrados de pequeno e médio porte, os canídeos agarram com a boca a nuca do animal e, com um movimento brusco da cabeça, partem o pescoço da presa. Se o animal apresentar maior tamanho corporal, ele pode ser imobilizado através de mordidas na região ventral, o que muitas vezes provoca rompimento do tecido e morte da presa por choque. Algumas espécies, geralmente aquelas de maior tamanho, formam grupos de caça e, com isso, conseguem abater animais maiores do que eles próprios.
Devido à sua ampla distribuição, canídeos podem ser encontrados em uma grande variedade de habitats, que engloba savanas, estepes, colinas, bosques, florestas, desertos, pântanos, regiões de transição e montanhas de até 5000 metros. As espécies que habitam ambientes extremos, como desertos, apresentam adaptações que permitem que suportem altas temperaturas e baixa disponibilidade de água.
Como parte da ordem Carnivora, canídeos são, em sua maioria, predadores generalistas,possuindo muitas vezes hábitos oportunistas. Muitas espécies apresentam dieta onívora, consumindo, além das presas que caçam, carniça, matéria vegetal e invertebrados. Espécies Neotropicais (encontradas nas Américas Central e do Sul) incluem em sua dieta artrópodes, como insetos e caranguejos, sapos, ovos, répteis, mamíferos, carniça, raízes, frutas, cana de açúcar e outras gramíneas. Dessa forma, essas espécies possuem diferentes nichos ecológicos e podem se apresentar como consumidores primários, secundários ou terciários em diferentes cadeias tróficas, também apresentando importante papel na dispersão de sementes.
Apesar de muitas serem grandes predadoras, as espécies integrantes de Canidae também podem ser presas de outros animais. Independente do seu tamanho, canídeos podem ser predados por felinos (pumas, onças, leões, leopardos, linces e tigres), cobras constritoras (sucuris, jibóias e pítons), aves de rapina, ursos, mustelídeos (texugos e carcajus), civetas, hienas, crocodilos e outros canídeos de maior tamanho, inclusive o cão-doméstico(Canis lupus familiares). São muitas vezes alvos desses animais quando ainda filhotes, mas também podem ser predados quando adultos.
Com exceção do cão-do-mato (Speothos venaticus), Canidae apresenta reprodução uma vez ao ano, com um aumento da frequência de marcações odoríferas e de vocalizações de ambos os sexos no período que antecede o cio, bem como aumento dos encontros agressivos entre os machos. O cio dura de quatro a cinco dias e, nesse período, machos e fêmeas copulam uma a duas vezes por dia, sendo que em boa parte das espécies ocorre laço copulatório (pode estar ausente ou ser muito curto no cão selvagem africano (Lycaon pictus). A gestação pode levar de cinquenta a setenta dias.
Em Canidae, é comum observar a formação de um casal monogâmico e de longa duração, estratégia pouco comum entre os mamíferos no geral. Porém, ao se observar a organização social dentro do espectro de canídeos de pequeno à grande porte, percebe-se uma grande variação na proporção dos sexos nas diferentes populações, bem como na dispersão e nos sistemas de acasalamento e criação dos recém-nascidos. Canídeos de pequeno porte (menores do que 6 kg ) tendem a apresentar em suas populações maior número de fêmeas, migração de machos, fêmeas ajudantes e poligamia, isto é, os machos possuem mais de uma parceira reprodutiva. Já em canídeos de grande porte (com exceção do lobo guará) o quadro se inverte. As populações possuem maior proporção de machos, emigração de fêmeas, machos ajudantes e poliandria, ou seja, as fêmeas possuem mais de um parceiro reprodutivo. Em espécies de tamanho intermediário, a proporção de machos e fêmeas é igual em relação à acasalamento, grupos sociais, ajudantes e migração e elas tendem a apresentar maior flexibilidade para alterar seu comportamento social e organização em resposta ao ambiente. Essa característica faz parte de um padrão encontrado nessa família em que o tamanho corporal está causalmente relacionado à taxas metabólicas e padrões de história de vida dos organismos.
O tamanho corporal também se relaciona ao tamanho dos filhotes e das ninhadas. Canídeos de grande porte possuem ninhadas maiores compostas de filhotes de menor tamanho (comparados ao tamanho materno) e, portanto mais dependentes de cuidado parental após o parto e por mais tempo. Essa relação entre tamanho da ninhada e tamanho do corpo materno é algo que não é observado em outros mamíferos.
Parâmetros ecológicos, especialmente aqueles relacionados ao tamanho e disponibilidade do alimento, podem interferir de forma significativa no tamanho da ninhada, bem como em estratégias de reprodução, o que indica que Canidae possui uma alta flexibilidade para responder à características do ambiente, podendo gerar altas taxas de variação dentro de uma mesma espécie.
A maioria dos integrantes da família Canidae são solitários e geralmente se socializam apenas na época reprodutiva com uma comunicação baseada na audição e no olfato. Nas espécies sociais a comunicação requer sistemas mais complexos, como por exemplo a visão. Cães domésticos, lobos e coiotes são capazes de utilizar combinações faciais simultâneas para comunicarem-se com outros indivíduos, diferentes das raposas que não desenvolveram tal habilidade.[9] O desenvolvimento dos sinais comunicativos entre os membros do grupo está relacionado com a coesão social.
Quanto às unidades sociais, conforme o maior ao menor grau de organização social, generalmente os lobos formam grandes alcateias, os coiotes vivem de forma solitária ou em um grupo familiar pequeno e as raposas são invariavelmente solitárias (exceto durante a época reprodutiva e durante os primeiro meses do recém-nascido). Essa variação por conta das diferenças ecológicas pode estar relacionada com o desenvolvimento dos sinais comunicativos citados anteriormente.
As alcateias são vistas como grupos familiares, ou seja, compostas por um casal de progenitores e suas crias, as quais se dispersam quando atingem a maturidade sexual. Entretanto, pode haver indivíduos não aparentados que se tornaram membros da alcateia por adoção ou por substituição de um dos progenitores. Nessa unidade social e reprodutora persiste um sistema de divisão de tarefas, em que a fêmea reprodutora cuida das crias e o macho reprodutor obtém o alimento.O comportamento de dormir em contato uns com os outros é encontrado regularmente em algumas espécies como os cães-guaxinins, raposas-orelha-de-morcego, cachorros-do-mato-vinagre, cães-selvagens-africanos, etc. Mas como a maioria das espécies são solitárias, este é um comportamento ocasional pois normalmente agem de forma independente, como encontrado em raposas vermelhas.
A forma de caça mais comum é a caça individual, eventualmente em pares, predando presas de pequeno porte. Mas há espécies que caçam de forma coletiva e cooperativa, como por exemplo os lobos, dingos, cachorro-do-mato-vinagre, cão-selvagem-africano, cão-selvagem-asiático e, ocasionalmente, em chacal-listrado.[10]

Uma curiosidade quanto à alimentação e a caça cooperativa de cães-selvagens-africanos é que também assumem um papel importante na manutenção da coesão social da matilha. Tanto os adultos como os jovens incitam repetidamente os outros indivíduos a regurgitar a carne por meio de uma postura de súplica específica derivada da súplica infantil.
Para a expressão do domínio, assim como para os momentos de ataque, o indivíduo adere postura e expressão corporal que conduzem a impressão de um maior tamanho corpóreo: o corpo é mantido rígido, há piloereção da cauda e as orelhas ficam eretas com as aberturas apontadas para frente. Esse comportamento é encontrado na maioria dos canídeos. Ao se tratar de cognição de Canidae, há um evidente destaque das pesquisas voltadas principalmente para os cães (Canis lupus familiares). Assim, a quantidade de pesquisas especificamente sobre a cognição dos outros canídeos é comparativamente escassa, com exceção dos lobos (Canis lupus) que possuem um número considerável, provavelmente por estarem vinculados ao cães por questões evolutivas e filogenéticas.Os canídeos são relativamente velozes: os cães da raça “whippet” (raça canina utilizada para corridas) atingem uma velocidade média de 55km/h, os coiotes cerca de 69km/h e as raposas vermelhas 72km/h.
Os cães, assim como a maioria dos mamíferos, possuem dentes difiodontes, ou seja, há apenas dois conjuntos de dentes durante a vida, sendo que a dentição decídua ou “dentes de leite” do filhote são perdidos e substituídos pela dentição permanente.
A família Canidae é originária do continente norte americano, tendo irradiado dessa região para o resto do mundo, salvo a Antártica.
Domesticação
A associação entre canídeos e humanos teria começado da adoção do hábito migratório caçador de lobos por grupos humanos. Isso se sustenta, por ser encontrado indício do desenvolvimento do hábito caçador migratório em grupos humanos em lugares que coincidem em ambientes habitados por matilhas de lobos.
Outro fator, além da coincidência geográfica, que também suporta tal teoria, está relacionada às dinâmicas de comportamento grupais de matilhas e de grupos de grandes primatas atuais.
Grupos de lobos demonstram comportamento, geralmente, mais cooperativo e comunitário que o observado em grupos de chimpanzés. Esses por sua vez, têm características comportamentais mais individualistas. A capacidade de caça cooperativa de grandes alvos não teria sido desenvolvida pelos grupos humanos caso esses apresentassem dinâmica semelhante aos grupos de primatas. Logo, pela observação do comportamento dos canídeos, teriam alterado hábitos e desenvolvido técnicas de caça próprias.
Dessa forma, lobos e humanos teriam passado por processo de co-evolução, alterando seus hábitos e técnicas mutuamente, e não um processo de domesticação do lobo pelo homem, como também é inferido.
Algumas poucas espécies possuem distribuição extremamente restrita, como é o caso da raposa-de-Darwin (Lycalopex fulvipes), endêmica do Chile e com a população restrita principalmente à Ilha Grande de Chiloé, e do lobo-etíope (Canis simensis), restrito à algumas regiões elevadas do continente africano.
América do Sul: 11 espécies
América Central: 3 espécies
América do Norte: 9 espécies
Europa: 4 espécies
Ásia: 12 espécies
África: 13 espécies
Oceania: 2 espécies
As zoonoses são doenças que podem ser passadas dos animais para o homem. Tendo em vista a íntima relação entre os seres humanos e espécies animais, em especial os cães domésticos (Canis lupus familiaris), buscou-se por avanços para o controle e a incidência de zoonoses. Entretanto, os números de casos de contágio permanecem altos em todos os países em desenvolvimento.
A raiva, provavelmente, é a zoonose mais conhecida na relação cães-homens, uma vez que no Brasil, em meados do século XX, a taxa de incidência de raiva humana era relativamente alta, até que em 1973 foi criado o Programa Nacional de Profilaxia da Raiva Humana visando diminuir a infecção humana através do controle nos animais domésticos e a adoção de medidas profiláticas imediatas para aqueles que tiveram contato com animais raivosos.[36] Os animais infectados apresentam alterações comportamentais, escondendo-se em lugares escuros ou demonstram grande agitação e agressividade, apresentam anorexia, irritação na região da mordedura, estimulação das vias geniturinária, ligeiro aumento da temperatura corporal, salivação abundante e, em fases agudas, convulsões generalizadas. A doença pode ser passada para o homem através de mordidas e causa angústia, cefaléia, elevação da temperatura corporal, mal-estar, anorexia, náuseas, irritabilidade, alterações sensoriais imprecisas, extrema sensibilidade à luz, alucinações e convulsões, terminando em morte, uma vez que não há cura. O controle da doença se dá pela vacinação, dos animais e dos homens.

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Biologia – Rato, inimigo ou amigo?


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A presença dos bichos é repugnante, mas não há motivo para desespero. Afinal, há no mercado um arsenal de ratoeiras e iscas envenenadas. Depois de armar uma arapuca perfeita, você vai dormir sossegado, certo de que os intrometidos estão com as horas contadas. Doce ilusão. No dia seguinte, as armadilhas estão intocadas. Os ratos não deram nem uma mordida. Em compensação, devoraram mais um pouquinho da comida que restava, como se adivinhassem suas intenções. Esses roedores são mesmo tão inteligentes?
Bem, se os ratos fossem assim tão fáceis de derrotar, eles não seriam um dos inimigos mais antigos – e odiados – da humanidade. Segundo o zoólogo americano Anthony Barnett, já faz 10 mil anos que tentamos nos livrar deles. “Convivemos com os roedores pelo menos desde que a agricultura começou”, diz Barnett, professor emérito da Universidade Nacional da Austrália e autor do livro The Story of Rats. Depois de tanto tempo de convivência, não é de espantar que os dentuços tenham aprendido nossas manias e nossas falhas e desenvolvido truques para conviver conosco sem correr muito risco.
Mas o convívio com a humanidade não mudou só a vida dos ratos. Segundo Barnett, esses animais, na mão contrária, alteraram a história da humanidade também. Especialmente na ciência, mas não só. Os gatos, por exemplo, que na antiga mitologia egípcia alcançaram o status de divindade, só foram admitidos nas casas depois que as pessoas perceberam sua utilidade na caça aos roedores. Até na Bíblia os ratos mereceram citação. Em algumas passagens, escritas há 3 mil anos, eles são classificados como “impuros”. Os homens tementes a Deus deveriam manter distância deles.
Essa rusga histórica teve dois momentos cruciais. O primeiro deles foi a fundação das primeiras cidades, há 10 mil anos, que, desde então, propiciam uma fonte inesgotável de alimento e abrigo para os roedores. “Nós fornecemos muita comida e boas condições de sobrevivência para eles”, afirma Neide Ortêncio Garcia, do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo. Tanto é assim que, dos milhares de tipos de roedores nas florestas capazes de sobreviver de vegetais e insetos, as três espécies mais numerosas do mundo são aquelas que vivem nos esgotos, nos depósitos e nas ruas das cidades. São elas a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus).
As grandes navegações, no século XIV, selaram de vez a aliança dos bigodudos conosco. A bordo das caravelas e de outras embarcações, essas três espécies se espalharam do seu local de origem – a Eurásia – para o resto do mundo. Poucas vezes, aliás, homens e roedores estiveram tão próximos. Eles infestavam os navios, e se alimentavam da mesma comida que os marinheiros. Matá-los ajudava os tripulantes a aliviar o tédio, mas também fornecia uma boa refeição. Um dos marinheiros de Fernão de Magalhães (1480-1521) – comandante da primeira viagem ao redor do mundo – relatou que lamentava comer biscoitos que fediam a urina de rato e não conseguir nenhum desses animais para comer. “Eles provavelmente eram uma boa fonte de vitamina C e ajudavam a aliviar doenças como o escorbuto”, afirma Barnett.
Nojento é relativo: até hoje nós desfrutamos dos ratos como alimento. Os irulas, um grupo étnico do sul da Índia, capturam milhares de ratos por ano, os cozinham e os colocam como ingredientes de uma farta (mas não necessariamente deliciosa) refeição. Para quem tem estômago forte e não se preocupa com doenças, o Larousse Gastronomique, um dos mais importantes livros de culinária do mundo, traz uma receita em que ratazanas e ratos devem ser limpos, despelados, temperados com óleo e cebolas e grelhados em fogo alto.
Duro de matar
Para as pessoas de paladar tradicional, no entanto, ter ratos na despensa não significa ter um item a mais no cardápio do mês, mas apenas um problema difícil de resolver. Entre os vários truques que ratazanas e ratos de telhado desenvolveram para evitar nossos ataques, está uma habilidade especial em evitar armadilhas e devorar apenas a comida saudável. Não se trata de um sexto sentido ou de uma esperteza diabólica: eles simplesmente têm aversão a objetos novos colocados em um ambiente conhecido, uma característica que os cientistas chamam de neofobia. Como as ratoeiras e o veneno são novidades, acabam intocados. Já a comida que estava lá…
É preciso astúcia para capturar um rato. “Existem muitas estratégias para enganá-los”, uma delas é colocar pequenos alimentos inofensivos durante dias, até que os ratos se acostumem a comê-los, e só depois acrescentar veneno. Outro truque é utilizar substâncias químicas que só fazem efeito mais de cinco dias depois de ingeridas, o que impede que os animais relacionem a morte de um de seus companheiros ao alimento ingerido. As ratoeiras só funcionam com espécies menos desconfiadas, como o camundongo. “O mais eficaz é retirar a comida disponível e, com ela, as condições de sobrevivência dos roedores”.
Por que exterminar os ratos? Porque eles transmitem doenças ao ser humano. São pelo menos 55 enfermidades, segundo Normam Gratz, biólogo aposentado da Organização Mundial de Saúde (OMS), que listou doenças transmitidas direta ou indiretamente pelos rabudos. Mas ele mesmo reconhece que o número certamente é maior. Nenhuma delas teve um impacto maior que a peste negra, que começou no século 14, na Ásia, e invadiu a Europa. Uma das hipóteses afirma que, durante uma batalha, guerreiros turcos, sem conseguir romper a muralha de uma cidade na atual Ucrânia, arremessaram cadáveres contaminados para dentro dos muros. A peste, causada por bacilos transmitidos por pulgas de ratos, espalhou-se rapidamente e matou cerca de 25 milhões de europeus – um terço da população do continente naquela época.
Mas a lista de doenças graves transmitidas por roedores não termina aí. A leptospirose, por exemplo, uma infecção provocada por uma bactéria que causa febre, dores e às vezes hemorragias e morte, é transmitida pela urina de ratos. A doença infecta centenas de pessoas todo ano e é um dos maiores riscos decorrentes de enchentes. E há ainda as enfermidades causadas por hantavírus, micróbios que vivem nas secreções dos roedores e são transmitidos pelo ar. Apesar de terem sido detectadas há poucas décadas, as doenças causadas por hantavírus já se espalharam pelo mundo e têm alto índice de letalidade. “Os ratos são uma rede global e subterrânea de transmissores de doenças”, diz Bartlett.
Especialistas e entediados
Graças à diversidade existente entre elas, as três espécies de ratos adaptadas ao homem ocupam habitats diferentes e acabaram por cobrir praticamente todas as possibilidades de convívio humano: camundongos, por exemplo, preferem lugares fechados (como um armário). Ratos de telhado são encontrados normalmente no ambiente que lhes dá o nome. Já as ratazanas costumam cavar buracos no chão e possuem uma habilidade impressionante para caminhar nesses túneis.
Em seu habitat, eles são eficientes como atletas profissionais em sua especialidade. Experiências com ratos em labirintos, que já são realizadas há mais de cem anos, desde 1900, mostraram que esses animais não só são capazes de aprender os caminhos com rapidez, mas também conseguem inventar atalhos e retornar sem dificuldades para o ponto de partida. Um biólogo comparou essa habilidade à de um pianista que, depois de aprender uma peça, consegue tocá-la de trás para a frente com a mesma desenvoltura. Nessa área, a inteligência dos roedores chega a rivalizar com a humana. Cientistas fizeram experiências em que estudantes universitários e ratos precisavam achar a saída de labirintos de desenho idêntico. Os humanos perderam de lavada: os roedores não só conseguiram acertar de primeira como gravaram mais rapidamente o percurso. No entanto, o desempenho dos estudantes melhorou com o tempo e, depois de muito treino, eles conseguiram trazer o troféu para a nossa espécie. Ufa!
Não se sabe ao certo qual a origem dessa incrível noção espacial, mas alguns fatores ajudam os ratos. Um deles são os bigodes, que funcionam como órgãos sensoriais e permitem que eles achem o caminho até mesmo no escuro. Também é importante o gosto natural por explorar ambientes novos. Mesmo faminto, um rato que seja colocado em um lugar desconhecido irá explorar o ambiente inteiro antes de partir para a refeição. Ele consegue com isso aprender os caminhos, encontrar novos parceiros, água ou abrigo e também, por incrível que pareça, aliviar o tédio. Os ratos tendem a preferir situações novas. E frequentemente se enjoam de atividades repetitivas. Se treinarmos uma cobaia para acender e apagar a luz da gaiola, ela a princípio ficará acionando o interruptor apenas pela diversão da mudança. Só quando estiver cansada da brincadeira é que deixará o quarto com a luminosidade que achar adequada.
O gosto por mudanças pode ser muito útil para o aprendizado dos roedores, como mostraram algumas experiências do psicólogo canadense Donald Hebb, um dos pioneiros da psicobiologia. Ele levou alguns ratos de telhado para sua casa, onde eles poderiam brincar com suas duas filhas, uma de cinco e outra de sete anos. Depois de um dia de diversão, esses felizardos se saíram muito melhor nos testes de laboratório que os colegas que ficaram presos no tédio das gaiolas.
A inteligência e o aprendizado dos ratos também se estendem ao principal fator da sua vida: a comida. Se tiver acesso a diversos tipos de alimento, um roedor comerá um pouco de tudo e manterá uma alimentação equilibrada em calorias e nutrientes. Algumas pesquisas indicam que o ser humano também teria essa habilidade inata, mas o acesso que temos hoje a comidas muito saborosas e pouco saudáveis bagunçou nossos hábitos alimentares. Apesar de terem uma dieta saudável por instinto, os ratos também aprendem com seus ancestrais os lugares que oferecem boas refeições e identificam, pelo cheiro de outros roedores, que comidas podem ser atacadas sem problema.
Comer (quase) sem frescura
Apesar de todo o conhecimento sobre os bichos, os cientistas ainda se deparam com peculiaridades. Em um experimento, antes mesmo de o estudo começar, um grupo de pesquisadores enfrentou um dilema: as ratazanas não gostaram do alimento que lhes foi dado, uma conhecida marca de cereal matinal. O teste só foi adiante quando alguém esqueceu por ali um pedaço da embalagem do cereal. Os ratos adoraram o petisco e a experiência finalmente foi feita.
Comida é fundamental para entender a sociedade dos ratos. É a comida, ou melhor, a quantidade dela, que determina o tamanho de uma população de ratos. “Quando há muito alimento, as fêmeas procriam mais”, afirma o biólogo Luiz Eloy Pereira, do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Em situações de fartura, as ratazanas têm uma gestação de apenas 22 dias, podem ter até 13 filhotes de uma só vez e engravidar novamente 21 horas depois de parir. Ou seja: em um ano, uma fêmea pode dar à luz mais de 200 felpudinhos.

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Mas a superpopulação dá origem a conflitos, e a programação biológica das ratazanas também prevê essa situação. Se o ambiente já estiver lotado e com pouca comida, o número de filhotes será menor e, em alguns casos, a fêmea poderá até devorar alguns dos que nascerem. “Ratos lutam para dominar um espaço e também as fontes de comida. São animais territoriais que não aceitam invasões”, diz Luiz Eloy. As lutas entre machos envolvem patadas, arranhões, cortes e mordidas, mas nunca levam à morte, ou ao menos não diretamente. Experiências mostram que, quando ratos são colocados no ambiente de outros, os conflitos dão origem a três grupos de machos. Os primeiros, chamados de alpha, são grandes, movem-se livremente e atacam intrusos. Os segundos, apelidados de beta evitam os alpha, mas não têm dificuldade em se alimentar e sobreviver. Já o terceiro grupo (ômega) anda e come pouco, ganha uma aparência deprimida, perde peso e, se não tiver para onde fugir, morre.
O motivo desses óbitos ainda é um mistério para os cientistas, mas acredita-se que, de alguma forma, o estresse social debilita o sistema imunológico dos roedores e os torna mais suscetíveis a infecções. Pois é. Os ratos também têm seus párias.
Seus hábitos sociais complexos e sua capacidade de aprender, de procriar e de comer de tudo fizeram dos ratos as cobaias favoritas dos cientistas ao longo do século XX. Hoje, mais de 80% das pesquisas feitas com animais envolvem roedores (incluídos aí os coelhos e os porquinhos-da-índia), originando uma demanda que criou gerações e gerações de bichos que nunca viveram fora de ambientes controlados. Resultado: os animais de laboratório são hoje bichos muito diferentes de seus parentes selvagens. A ratazana de laboratório, uma das espécies mais utilizadas, adquiriu características diferentes, como perda da neofobia – aquela desconfiança de elementos estranhos ao seu hábitat, porque isso atrapalharia muito as pesquisas.
Hoje, há ratos de todo tipo, criados por empresas especializadas em desenvolver cobaias para pesquisas específicas. Para estudos sobre hipertensão, por exemplo, há cobaias que vêm “de fábrica” com pressão alta. Em outros casos, é preciso animais muito semelhantes uns aos outros, para diminuir a variabilidade de um indivíduo para outro. Para essas ocasiões, as empresas fabricam milhares de ratos com código genético idêntico, como se fossem gêmeos múltiplos. A última novidade, anunciada no mês passado, foi o rato com controle remoto. Funciona assim: os cientistas instalaram três eletrodos no cérebro do animal, dois deles dando indicações da direção que ele deve seguir. Quando ele segue a orientação, recebe uma descarga do terceiro eletrodo, plugado a uma região que fornece sensação de prazer ao bichinho. Graças a essas pesquisas, a ciência já conseguiu, ao menos nas cobaias, vencer inúmeras enfermidades que ainda afligem os humanos, como mal de Parkinson, nanismo, obesidade e vários tipos de câncer.
Toda essa pesquisa, no entanto, ainda não foi capaz de responder à pergunta que você se faz quando se vê ludibriado pelos ratinhos do seu porão: os ratos são inteligentes ou é tudo apenas instinto? “Não existe um consenso a respeito do que é aprendizado ou inteligência em animais”, afirma Anthony Barnett. “Tudo o que podemos dizer é que muitas vezes os ratos parecem pensar de modo mais rápido e lógico que nós.”

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Biologia – O Bipedismo


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Avestruz africano, o mais veloz bípede vivo

É uma forma de locomoção terrestre, onde um organismo se move por meio de seus dois membros posteriores ou pernas. Um animal ou máquina que normalmente se move desta forma é conhecido como bípede, que significa “dois pés” (do latim bi para “dois” e ped para “pé”).
Poucas espécies modernas são bípedes habituais, quando método de locomoção normal é sobre duas pernas. Dentro dos mamíferos, o bipedalismo habitual evoluiu várias vezes, como entre os Macropodidae (que inclui os cangurus), Dipodomyinae, Notomys, Hominina (humanos) e pangolins, assim como em vários outros grupos extintos que evoluíram esta característica de forma independente. No período Triássico alguns grupos de arcossauros (um grupo que inclui os antepassados dos crocodilos) desenvolveram o bipedalismo; entre os descendentes dos dinossauros, todas as primeiras espécies e muitos grupos posteriores eram bípedes habituais ou exclusivos; as aves descendem de um grupo de dinossauros que eram exclusivamente bípedes.
Um número maior de espécies modernas utilizam movimento bípede por curtos períodos de tempo. Várias espécies de lagartos movem-se de maneira bípede quando estão correndo, geralmente para escapar de ameaças. Muitas espécies de primatas e de urso adotam o bipedalismo para alcançar alimentos ou explorar o ambiente. Várias espécies de primatas arborícolas, como gibões e indrídeos, utilizam exclusivamente a locomoção bípede durante os breves períodos que passam no chão. Muitos animais também apoiam-se sobre as patas traseiras, enquanto lutam, copulam, tentam alcançar a comida ou para ameaçar um concorrente ou predador, mas não conseguem se mover de forma bípede.
A grande maioria dos vertebrados terrestres vivos são quadrúpedes, com o bipedismo exibido apenas por um punhado de grupos vivos. Seres humanos, gibões e grandes pássaros caminham levantando um pé de cada vez. Por outro lado, a maioria dos macrópodes, pássaros menores, lêmures e roedores bípedes se movimenta pulando nas duas pernas simultaneamente. Os cangurus de árvores são capazes de andar ou pular, geralmente alternando os pés quando se movem de forma arbórea e pulando simultaneamente em ambos os pés quando estão no chão.
Muitas espécies de lagartos se tornam bípedes durante a locomoção a alta velocidade, incluindo o lagarto mais rápido do mundo, a iguana-de-cauda-espinhosa (gênero Ctenosaura)
Arquinossauros (inclui pássaros, crocodilos e dinossauros)
Todas as aves são bípedes quando estão no chão, uma característica herdada de seus ancestrais dinossauros.

Outros arcossauros
O bipedismo evoluiu mais de uma vez nos arcossauros, o grupo que inclui dinossauros e crocodilianos. Todos os dinossauros são descendentes de um ancestral totalmente bípede, talvez semelhante a Eoraptor.
Vários grupos de mamíferos existentes desenvolveram independentemente o bipedalismo como sua principal forma de locomoção – por exemplo, humanos, pangolins gigantes, as preguiças gigantes terrestres extintas, numerosas espécies de roedores saltadores e macrópodes. Os seres humanos, como seu bipedalismo tem sido extensivamente estudado, estão documentados na próxima seção.
Primatas
A maioria dos animais bípedes se movimenta com as costas próximas à horizontal, usando uma cauda longa para equilibrar o peso de seus corpos. A versão primata do bipedalismo é incomum porque as costas estão próximas da posição vertical (completamente eretas nos humanos), e a cauda pode estar completamente ausente. Muitos primatas podem ficar de pé nas patas traseiras sem qualquer apoio. chimpanzés, bonobos, gibões e babuínos exibem formas de bipedalismo.
Indivíduos feridos
Ursos, chimpanzés e bonobos feridos têm sido capazes de sustentar o bipedismo.
Humanos
Existem pelo menos doze hipóteses distintas sobre como e por que o bipedismo evoluiu em humanos, e também algum debate sobre quando. O bipedismo evoluiu bem antes do grande cérebro humano ou o desenvolvimento de ferramentas de pedra. Na história da evolução humana, andar ereto remonta pelo menos 6 milhões de anos ao Sahelanthropus, uma espécie antiga com características de humanas e de macacos descoberta a partir de restos fósseis encontrados em Sahel. Uma teoria proeminente é que a mudança climática transformou a paisagem, criando savanas onde as árvores e florestas se encontravam.
Cientistas norte-americanos apontam para uma intervenção cósmica para a evolução do bipedismo humano. A Via Láctea explodiu em milhares de supernovas que começou há cerca de 7 milhões de anos e continuou por milhões de anos. As supernovas detonaram raios cósmicos em todas as direções. Na Terra, a radiação que chegou das explosões atingiu o pico de cerca de 2,6 milhões de anos atrás. Quando os raios cósmicos atingiram o planeta, eles ionizaram a atmosfera e a tornaram mais condutiva. Isso poderia ter aumentado a frequência dos raios, enviando incêndios florestais através das florestas africanas e abrindo caminho para as pastagens.

Austrália divulga nova imagem do extinto tigre-da-Tasmânia


tigre da tasmania
O Arquivo Nacional de Filmes e Som da Austrália (NFSA, na sigla em inglês) divugou uma gravação do que se pensa ser a última filmagem de um tilacino, também conhecido como tigre-da-Tasmânia, extinto em 1936.

Segundo Charles Feigin, biólogo de desenvolvimento evolucionário da Universidade de Melbourne, esse animal não era bem um tigre tigre. “Era uma espécie singular e bizarra”, disse o especialista à revista Nature, em 2017. O animal tinha cara e corpo de cachorro, uma bolsa para levar os filhotes, como a de cangurus, e listras — motivo por que ficou conhecido como tigre-da-tasmânia.
O animal da foto divulgada pelo NFSA é Benjamino, que morreu no zoológico australiano Hobart Beaumaris, em 7 de setembro de 1936. Pela tecnologia da época, existem poucas imagens do tilacino (menos de seis). A filmagem mais recente foi encontrada em um diário de viagem esquecido da Tasmânia e, agora, preservada digitalmente em 4K.
A gravação ocorreu no zoológico por volta de março de 1935, um ano depois da última imagem conhecida do tilacino, e mostra um tratador de animais sacudindo a gaiola do tigre-da-Tasmânia. O NFSA disse que a ação poderia ter sido realizada para provocá-lo a rugir. Benjamin morreu 18 meses depois, declarando a extinção da espécie.

Entretanto, existem relatos recentes de tilacinos na natureza. Em 2019, o Departamento de Indústrias Primárias, Parques, Água e Meio Ambiente da Tasmânia divulgou um documento apontando uma possível existência de oito exemplares da espécie. O Thylacine Awareness Group acredita que o animal ainda perambula pela Austrália continental.
Segundo Cath Temper, especialista em mamíferos do Museu da Austrália do Sul, se a espécie ainda existir, seria extraordinário. “Nunca houve um espécime de tilacino no continente”, disse à BBC em 2016. Apesar de persistir na Tasmânia até a década de 1930, acredita-se que o animal tenha sido exterminado da Austrália continental há mais de 3 mil anos.
Até os cientistas encontrarem a espécie viva ou clonarem o animal, teremos de nos contentar com as poucas imagens que existem dessas criaturas exóticas.

Biologia – Espécies em Extinção


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Gato-maracajá (Leopardus wiedii)
O gato-maracajá é um felino nativo da América Central e da América do Sul. Além da Floresta Amazônica, esta espécie também pode ser encontrada em outros biomas brasileiros.
O desenho de seus pelos são muito semelhantes ao da onça-pintada, tornando-se assim um alvo de caça. É um animal que está em risco de extinção, sendo classificado como vulnerável pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira ameaçada de extinção, publicado pelo ICMBio.

Este pode ter sido o animal que passou o novo coronavírus para humanos


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Uma equipe de pesquisadores chineses anunciou que o pangolim, um tipo de mamífero da África e da Ásia ameaçado de extinção, pode ter sido o animal que passou o novo coronavírus para humanos. O surto da doença provavelmente se iniciou em um mercado de animais silvestres em Wuhan, na China, e desde então já infectou mais de 31 mil pessoas em todo o mundo, totalizando 638 mortes até a tarde desta sexta-feira (07/02).
O resultado vem de uma análise genética feita por cientistas da Universidade Agrícola do Sul da China em amostras de mais de mil animais selvagens. Segundo a equipe, o material genético do 2019-nCoV – o vírus que vem infectando humanos e causando sintomas respiratórios – é 99% igual ao material genético de um vírus encontrado em pangolins, o que faz desse animal o melhor candidato, até agora, a ter trazido a doença para nós.
Mas cientistas de todo o mundo vêm encarando a nova possibilidade com cautela, principalmente porque o estudo completo ainda não foi publicado – por enquanto, os chineses só divulgaram resultados gerais em uma conferência de imprensa. A equipe disse que pretende publicar os detalhes o quanto antes para ajudar no combate à doença.
Estudos anteriores haviam indicado que o novo coronavírus surgiu primeiro em morcegos – que são conhecidos por hospedarem diversos vírus sem apresentar sintomas. Mas a possibilidade de haver um hospedeiro intermediário, ou seja, um animal que pegou o vírus dos morcegos e o transmitiu para nós, é alta. Desde o início do surto, cientistas vêm buscando qual seria o responsável por essa ligação, mas a tarefa é difícil, principalmente porque, no mercado em que se acredita que a doença tenha começado, diversos animais silvestres eram vendidos, tornando a lista de candidatos grande.
Outros vírus conhecidos, do mesmo grupo do novo patógeno, seguiram caminhos parecidos. O coronavírus responsável por causar a SARS (Síndrome respiratória aguda grave), doença que surgiu na China em 2002 e matou mais de 800 pessoas, teve sua origem em morcegos, mas chegou aos humanos através do contato com mamíferos conhecidos como civetas. Já o causador da MERS (Síndrome respiratória do Oriente Médio), doença parecida com a atual que causou mortes em 2012, também surgiu em morcegos e provavelmente passou para os humanos por meio de camelos.
O pangolim é um mamífero que habita regiões da Ásia e da África e lembra visualmente um tatu. Sua carne é considerada uma iguaria em algumas regiões da Ásia – e partes do animal, como suas escamas, também são usadas em procedimentos da medicina tradicional chinesa (mesmo que não tenham efeito comprovado pela ciência). A demanda pelo animal é alta e, por isso, o pangolim é o animal mais traficado de todo o mundo, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza e está altamente ameaçado de extinção, mesmo sendo protegido pela legislação internacional.
Um estudo anterior havia indicado que o hospedeiro intermediário do 2019-nCoV poderia ser uma espécie de cobra asiática, que foi vendida na feira onde se acredita ter originado o surto. Mas, desde a publicação dessa pesquisa, cientistas vêm contestando a tese, porque só há registros de coronavírus parecidos em aves e mamíferos, e não répteis.

A nova possibilidade também aumenta a pressão sobre o governo da China, que já há algum tempo vem sendo acusado de ser brando no combate ao tráfico de animais selvagens. Com o novo surto de coronavírus, instituições internacionais pediram que o comércio de vida selvagem acabe totalmente no país. Com isso, o governo chinês anunciou, em janeiro, uma proibição temporária da prática. Mas muitos ainda pressionam para que a legislação seja permanente.

Morcegos carregam dezenas de vírus, mas são imunes a eles


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Não existe um coronavírus só. Existem vários. O nome não se refere a um vírus específico, mas a um grupo de vírus que têm características em comum e foram responsáveis por várias crises de saúde pública nas últimas décadas – o surto chinês atual é só o exemplo mais recente.
Entre 2002 e 2003, a síndrome respiratória aguda grave (que ficou conhecida pela sigla SARS) também teve epicentro na China. Foram 8 mil infectados e 800 mortos em 17 países. Era um coronavírus, parente próximo do responsável pela crise atual. Anos depois, em 2012, a Arábia Saudita parou graças à MERS (dessa vez, a sigla significava síndrome respiratória do Oriente Médio). De novo, a culpa era de um coronavírus; houve 2,5 mil vítimas, 850 fatais.
Doenças epidêmicas virais como estas costumam ser zoonoses, isto é: os agentes causadores – como vírus, bactérias, protozoários, fungos etc. – originalmente parasitavam outros animais. O advento da pecuária há aproximadamente 10 mil anos aumentou a proximidade física entre seres humanos e os bichos que nos forneciam comida, leite, ovos e companhia. Vacas, cães e galinhas carregam seus próprios micróbios, que frequentemente aprendem a infectar também o Homo sapiens. De 1.415 patógenos conhecidos, 61% foram emprestados de outras espécies.
Uma dessas espécies são os morcegos. Eles definitivamente não são mascotes, e só em raros contextos culturais se tornam comida, mas a silhueta de suas asas recortadas e dentes afiados se embrenhou firmemente no imaginário popular. A maior parte das crianças pensa que todo morcego bebe sangue; na realidade, só três dentre as mais de mil espécies são vampiras de vocação (e, para derrubar outro preconceito, só um em cada 200 espécimes é infectado pelo vírus da raiva).
A fama gótica é injusta. Os morcegos são nossos aliados em muitas atividades, e são um dos objetos de estudo mais fascinantes da biologia. Nas palavras de James Gorman no New York Times, eles “comem insetos transmissores de doenças às toneladas, e são essenciais na polinização de muitas frutas, como bananas, abacates e mangas. Além disso, são um grupo incrivelmente diverso, que perfaz cerca de um quarto do total de espécies de mamíferos”.
Os morcegos, porém, são repositórios pululantes de vírus. Ebola, Nipah, Melaka, MERS e SARS todos pegam carona neles sem afetá-los. Ainda não há provas, mas é bem provável que o coronavírus atual também tenha chegado à nossa espécie pegando carona em morcegos. Isso é possível porque o sistema imunológico desses animais tolera tais agentes infecciosos com bem mais parcimônia que o nosso e o dos demais mamíferos.
Em um artigo publicado em fevereiro de 2019 na Escola de Medicina Duke-NUS, em Singapura, um grupo com dezenas de pesquisadores identificou que a proteína NLRP3, nos morcegos, é produzida pelas células em pequena quantidade e em uma versão menos sensível que a carregada por nós. Essa proteína é uma das responsáveis por desencadear a resposta inflamatória dos mamíferos a micróbios que adentram o corpo.
Vírus não são propriamente seres vivos. É mais correto defini-los como conjuntos complexos de moléculas capazes de produzir cópias de si mesmas usando o maquinário do hospedeiro (leia mais sobre isso neste texto). Normalmente, quando um vírus sequestra nossas células, ele ativa uma resposta inflamatória violenta.
Proteínas de sinalização chamadas citocinas atraem os sentinelas do sistema imunológico para o local da invasão; o fluxo de sangue por lá aumenta para permitir que nossa polícia microscópica atenda ao chamado mais rápido, gerando vermelhidão e inchaço. Se tal procedimento é mais relaxado nos morcegos, é porque a capacidade de pegar leve com os vírus, bactérias e afins os ajuda a sobreviver – o que soa contraditório. Por que um sistema imune pregiçoso seria melhor que um pavio curto?
Temos algumas hipóteses para responder a essa pergunta. Em outro artigo, este de 2018, pesquisadores do Instituto Wuhan de Virologia, na China, explicam que os morcegos têm necessidades energéticas muito mais altas que as dos demais mamíferos. Voar, afinal, queima muitas calorias. Isso os forçou a evoluir uma bioquímica diferente para aumentar a eficácia do processamento de combustível no interior de suas células, gerando subprodutos que não são verificados no metabolismo de um ser humano, gato ou cão.
Tais subprodutos são tóxicos e danificam o DNA desses animais. Pedacinhos da molécula que guarda o material genético acabam sendo liberados no interior do organismo e chamam a atenção do sistema imunológico como se fossem – veja só, que coisa doida – vírus. Se as células de defesa do morcego ficassem em prontidão constante, ele passaria o tempo todo atiçando reações inflamatórias contra pedaços de si mesmo. Um eterno alarme falso.
Isso é algo desgastante para o corpo. De fato, muitos dos sintomas que você tem quando está doente são seu corpo tentando combater a doença, e não a doença em si. Um morcego que passasse o tempo todo em alerta máximo morreria atacado pelo próprio sistema imunológico, o que não é lá muito bom para a seleção natural.
Assim, os morcegos dedicam atenção apenas parcial aos vírus, mantendo-os sob controle sem lançar ataques de larga escala. Isso permite que eles se tornem reservatórios ideias para esses parasitas. Abrigos seguros a partir do qual eles podem pular para outros organismos.
Isso significa que devemos lutar contra morcegos? De jeito nenhum. Como já dito, eles são animais essenciais não só para várias atividades humanas como também para a manutenção de incontáveis ecossistemas. Errados estamos nós, que destruímos os habitats desses bichos – e, veja só, até comemos eles quando oportuno. Sabe-se que faz tempo que zoonoses frequentemente têm origem em morcegos. Resta tomar precauções.

Biodiversidade – Cruzamento de espécies cria novo tipo de lobo


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Assim como algumas pessoas não querem admitir, os lobos, confrontados com uma escassez de parceiras sexuais, não se conformaram em diminuir sua necessidade reprodutiva. Por isso, na opinião dos biólogos, os lobos que viviam no sul da província canadense de Ontário começaram, há um século ou dois, a se acasalarem com cães e coiotes. O desmatamento de florestas com fins agrícolas e a perseguição que os seres humanos faziam aos lobos, dificultaram a preservação da espécie. Mas esse mesmo desflorestamento causou a disseminação dos coiotes em áreas antes exclusivas dos lobos, além da presença de cachorros trazidos pelos agricultores.

Os cruzamentos entre espécies de animais em geral resultam em descendentes menos vigorosos e que, às vezes, não sobrevivem à mistura de raças. Mas a combinação do DNA do lobo, do coiote e do cão gerou uma exceção. Os novos animais extraordinariamente bem constituídos e em número cada vez maior espalharam-se pela região leste da América do Norte. Alguns chamam essa nova espécie de coiote oriental. Outros apelidaram o animal de “coywolf”. Qualquer que seja o nome, de acordo com o pesquisador Roland Kays da Universidade da Carolina do Norte, em Raleigh, o número de animais já superou um milhão.
A mistura de genes que criou o coywolf teve uma evolução mais rápida, com um maior número de animais e mais alterações genéticas do que seria previsível. Embora o DNA do coiote seja o dominante, em média um décimo do material genético de um coywolf é de um cão e um quarto de um lobo. A herança genética de lobos e cães, em especial de cães de grande porte como doberman e pastor alemão, beneficiou o DNA dos coywolves. Com 25 quilos ou mais, muitos coywolves têm o dobro do peso de coiotes de raça pura. Com maxilares maiores, mais músculos e um passo mais rápido, um coywolf pode derrubar um pequeno cervo. E uma matilha é capaz de matar um alce adulto.
Os cientistas e biólogos ainda discutem se o coywolf pode ser classificado como uma nova espécie. As espécies, na definição geral das categorias taxonômicas, são seres morfologicamente semelhantes e que cruzam entre si gerando descendentes. Assim, nessa linha de raciocínio, como os coywolves continuam a se acasalar com cães e lobos, eles não se classificam como uma espécie animal. Mas, dada a forma como os coywolves surgiram, nessa definição os lobos e cães também não podem ser considerados espécies diferentes porque se acasalam e, ainda em uma extensão desse raciocínio, os cães seriam espécies evolutivas dos lobos selvagens que foram sendo aos poucos domesticadas.
Na verdade, o conceito de “espécies” foi criado pelos seres humanos. E como a discussão anterior mostrou esse conceito não tem uma definição precisa. O exemplo do coywolf mostra que a evolução não é o simples processo de cruzamento de espécies descrito nos livros didáticos.

Zoologia – O cão-lobo


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É um animal resultado do cruzamento entre cão doméstico e um lobo. Os cães podem acasalar com os lobos e terem filhotes férteis, por isso reclassificaram os cães de canis familiaris a canis lupus familiaris, o que tornou os cães uma subespécie de lobo, em vez de uma espécie a parte. Os cães-lobos precisam ser tratados de um jeito especial em relação aos cães normais, oferecendo-lhes grandes espaços para correr e se sentir livre. Eles podem se tornar agressivos em relação à comida.
Costumam manifestar temperamento variado, podendo ser mais agressivos do que seus parentes domesticados, não sendo adequados para donos inexperientes. As raças de cães mais escolhidas para cruzamento, são as que exibem os tratos físicos mais semelhantes aos lobos, como o husky siberiano, o malamute-do-alasca e o pastor-alemão. Existem cerca de 300 mil cães-lobos nos EUA. Existem três especies de cão lobo consideradas como raças, sendo elas o cão-lobo-checoslovaco,o cão-lobo de Kunming e o cão-lobo-de-saarloos, oriunda dos Países Baixos.
Cada tipo de cão lobo origina-se de um acasalamento específico. Tal como o cão-lobo-de-saarloos,fruto do acasalamento entre uma loba de um zoológico e um pastor-alemão, registrado pela primeira vez por Leendert Saarloos. Porém há controvérsias na qual é dito que o cão-lobo-de-saarloos é uma subespécie de um lobo russo, o canis lupus occidentalis ou de outro canadense.
Já o cão-lobo-checoslovaco, origina-se do acasalamento entre um pastor-alemão e uma loba da cordilheira dos Cárpatos tendo se originado na Checoslováquia. Não há nenhum indício do cruzamento que originou o cão-lobo de Kunming, porém sabemos, que foram originados na China.
A cabeça e o corpo dos cães Kunming são semelhantes em aparência ao pastor alemão, exceto pelo fato de serem mais altos nas costas. Eles têm pelos sazonais que se tornam um casaco de duas camadas durante o final do outono e início do inverno, mas que se deslocam para peles mais curtas durante o final da primavera. A cauda é longa como seus primos pastores alemães. Ocasionalmente, os cães-lobo de Kunming levantam suas caudas encaracoladas quando estão excitados, mas geralmente os carregam em suas costas como fazem seus ancestrais lupinos. Os casacos são marcados com uma parte traseira preta e focinho, com outras cores que vão desde um canudo claro até o óxido profundo.

Livro – Mundo do Cão


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“Só falta falar” é a frase favorita dos donos de cachorro. Pois o escritor francês Roger Grenier descobriu que os cães falam, ao seu modo. Pelo menos, encontraram grandes porta-vozes em figurões históricos, como Napoleão, ou em filósofos, como Schopenhauer. O cão é sobretudo o melhor amigo do escritor. Jack London, Baudelaire, Rilke, Gide e Thomas Mann são alguns dos autores lembrados em Da Dificuldade de Ser Cão (Companhia das Letras), coletânea de anedotas canino-literárias. Grenier reuniu essas histórias com afeto e sem método. Como quem leva o cão para passear.

Biologia – Como os animais trocam informações


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A comunicação animal é a transferência de informação de um ou de um grupo de animais (remetentes) para um ou mais animais (receptores) que afetam o comportamento atual ou futuro dos receptores. As informações podem ser enviadas intencionalmente, como em uma exibição de corte, ou involuntariamente, como na transferência de perfume de predador para presa. As informações podem ser transferidas para uma “audiência” de vários receptores. Comunicação animal é uma área de rápido crescimento de estudo em disciplinas, incluindo comportamento animal, sociobiologia, neurobiologia e cognição animal. A teoria da sinalização revela que, para que um sinal seja mantido na população, tanto o remetente como o receptor geralmente devem receber algum benefício da interação. A produção de sinal por remetentes e a percepção e a resposta subsequente dos receptores são pensadas para coevolver. A forma mais conhecida de comunicação envolve a exibição de partes do corpo distintivas ou movimentos corporais distintos. Muitas vezes estes ocorrem em combinação, então um movimento atua para revelar ou enfatizar uma parte do corpo. Um exemplo notável é a apresentação da Gaivota de arenque para seu filhote como sinal de alimentação. Como muitas gaivotas, a gaivota de arenque tem uma conta de cor brilhante, amarela com uma mancha vermelha na mandíbula inferior. Quando o pai retorna ao ninho com comida, fica acima da fêmea e bate a conta no chão; Isso provoca uma resposta do filhote com fome, o que estimula os pais a regurgitar os alimentos. O sinal completo, portanto, envolve uma característica morfológica distinta (parte do corpo), a mancha vermelha e um movimento distintivo (tocando no chão), o que torna a mancha vermelha altamente visível para o filhote. Enquanto todos os primatas usam alguma forma de gesto,Frans de Waal concluiu que macacos e seres humanos são únicos na medida em que eles usam gestos intencionais para se comunicar. Ele testou a hipótese de que os gestos evoluem para a linguagem ao estudar os gestos dos bonobos e dos chimpanzés.
Os gestos faciais desempenham um papel importante na comunicação animal. Muitas vezes, um gesto facial é um sinal de emoção. Os cães, por exemplo, expressam raiva por grunhidos e mostrando os dentes. Em alarme, seus ouvidos levantam, com medo, os ouvidos se abaixam enquanto os cães expõem os dentes levemente e estalam os olhos. Jeffrey Mogil estudou as expressões faciais dos ratos durante incrementos de dor crescente; Havia cinco expressões faciais reconhecíveis; Aperto orbital, protuberância no nariz e bochecha e mudanças no transporte de orelha e bigodes.
Os animais sociais coordenam sua comunicação monitorando a orientação de cabeça e olho uns dos outros. Esse comportamento tem sido reconhecido como um componente importante da comunicação durante o desenvolvimento humano, e o acompanhamento do olhar recebeu recentemente muita atenção em animais. Estudos foram realizados em macacos, cachorros, aves e tartarugas, e se concentraram em duas tarefas diferentes: “seguir o olhar de outro para o espaço distante” e “seguir o olhar de outro geometricamente em torno de uma barreira visual, por exemplo, reposicionando-se para seguir uma sugestão de olhar diante de uma barreira que bloqueie sua visão “. A primeira habilidade foi encontrada entre uma ampla gama de animais, enquanto o segundo foi demonstrado apenas para macacos, cães, lobos e corvos. Tenta demonstrar este “olhar geométrico seguinte” no sagui e o ibis deu resultados negativos. A mudança de cor pode ser separada em mudanças que ocorrem durante o crescimento, o desenvolvimento, aqueles desencadeados pelo humor, contexto social ou fatores abióticos, como a temperatura. Estes são vistos em muitas taxas. Alguns cefalópodes, como o polvo e o choco, possuem células de pele especializadas (cromatóforos) que podem alterar a cor aparente, a opacidade e a reflexão da pele deles.[5] Além do uso deles para camuflagem, mudanças rápidas na cor da pele são usadas durante a caça e nos rituais de namoro.O choco pode exibir simultaneamente dois sinais completamente diferentes dos lados opostos do corpo. Quando um choco macho atende uma fêmea na presença de outros machos, ele mostra um padrão masculino de frente para a fêmea e um padrão feminino de frente para enganar outros machos.Alguns sinais de cor ocorrem em ciclos, por exemplo, quando um babuíno fêmea começa a ovular, sua área genital incha e fica vermelho brilhante / rosa, isto indica aos machos que está pronta para se acasalar.
A comunicação pela produção de luz ocorre comumente em vertebrados e invertebrados nos oceanos, particularmente nas profundezas (por exemplo, peixe pescador). Duas formas bem conhecidas de bioluminescência terrestre ocorrem em vagalumes e vermes brilhantes. Outros insetos, larvas de insetos, anidratos, aracnídeos e até espécies de fungos possuem habilidades bioluminescentes. Alguns animais bioluminescentes produzem a própria luz, enquanto outros têm uma relação simbiótica com bactérias bioluminescentes.
Muitos animais se comunicam através da vocalização. A comunicação vocal serve para muitos propósitos, incluindo rituais de acasalamento, chamadas de alerta, transmissão de localização de fontes alimentares e aprendizagem social. Em várias espécies, os machos realizam chamadas durante os rituais de acasalamento como uma forma de competição contra outros machos e para sinalizar as fêmeas. Exemplos incluem morcegos com cabeça de martelo, veados vermelhos, baleias jubarte, elefantes e aves cantoras.O macaco vervet dá uma chamada de alarme distinta para cada um dos seus quatro predadores diferentes, e as reações de outros macacos variam adequadamente de acordo com a chamada. Por exemplo, se uma chamada de alarme sinaliza um píton, os macacos escalam nas árvores, enquanto o alarme para a águia, faz com que os macacos busquem um esconderijo no chão. Os cães de pradaria também usam chamadas complexas que sinalizam diferenças de predadores. De acordo com Con Slobodchikoff e outros, chamadas de cães de pradaria comunicam o tipo, tamanho e velocidade de um predador que se aproxima.Nem todos os animais utilizam a vocalização como meio de comunicação auditiva. Muitos artrópodes esfregam peças especiais do corpo para produzir som. Isso é conhecido como estridulação. Gafanhotos são bem conhecidos por isso, mas muitos outros usam estridulação também, incluindo crustáceos, aranhas, escorpiões, vespas, formigas, besouros, borboletas, mariposas, milipédios e centopédias. Outro meio de comunicação auditiva é a vibração de bexigas de natação em peixes ósseos. A estrutura das bexigas de natação e os músculos sônicos anexados variam muito em famílias de peixes ósseos, resultando em uma grande variedade de sons. As partes do corpo impressionantes em conjunto também podem produzir sinais auditivos. Um exemplo bem conhecido disso é a vibração da ponta da cauda de cascavéis como um sinal de aviso. Outros exemplos incluem as batidas de em gorilas. Apesar de ser o método de comunicação mais antigo, a comunicação química é uma das formas menos compreendidas devido, em parte, à abundância de produtos químicos em nosso ambiente e à dificuldade de detectar e medir todos os produtos químicos em uma amostra.
A eletrocomunicação é uma forma rara de comunicação em animais. É visto principalmente em animais aquáticos, embora alguns mamíferos terrestres, notadamente o ornitorrinco e os echidnas, detectem campos elétricos que possam ser usados para a comunicação. O toque é um fator chave em muitas interações sociais. Aqui estão alguns exemplos:

Luta: Em uma luta, o toque pode ser usado para desafiar um oponente e coordenar movimentos durante a luta. Também pode ser usado pelo perdedor para indicar a submissão.
Acasalamento: Os mamíferos muitas vezes iniciam o acasalamento, preparando-se, acariciando ou esfregando um contra o outro. Isso proporciona a oportunidade de aplicar sinais químicos e avaliar aqueles excretados pelo potencial parceiro. O toque também pode anunciar a intenção do macho de montar a fêmea, como quando um Canguru macho agarra a cauda de uma fêmea. Durante o acasalamento, os estímulos de toque são importantes para posicionamento em pares, coordenação e estimulação genital.
Integração social: O toque é amplamente utilizado para a integração social, um uso que é tipificado pela preparação social de um animal por outro. A higiene social tem várias funções: ele remove parasitas e escombros do animal preparado, reafirma o vínculo social ou a relação hierárquica entre os animais, e da ao líder a oportunidade de examinar as pistas olfativas sobre o indivíduo preparado, talvez adicionando outros. Esse comportamento foi observado em insetos sociais, aves e mamíferos.
Forrageamento: Algumas espécies de formigas recrutam colegas de trabalho para novas descobertas de alimentos primeiro tocando-as com suas antenas e pernas dianteiras, levando-as à fonte de alimento enquanto mantêm contato físico. Outro exemplo disto é a dança das abelhas meladas.
A comunicação sísmica é a troca de informações usando sinais de vibração autogerados transmitidos através de um substrato, como o solo, a água, teias de aranha, hastes de plantas ou uma lâmina de grama. Esta forma de comunicação tem várias vantagens, por exemplo, pode ser enviada independentemente dos níveis de luz e ruído, e geralmente tem um curto alcance e uma curta persistência, o que pode reduzir o perigo de detecção por predadores. O uso da comunicação sísmica é encontrado em muitos taxa, incluindo sapos, ratos cangurus, ratos mole, abelhas,nematoides e outros. Tetraploides geralmente fazem ondas sísmicas batendo no chão com uma parte do corpo, um sinal que é percebido pelo saco do receptor. O sacculo é um órgão na orelha interna contendo um saco membranoso que é usado para o equilíbrio, mas também pode detectar ondas sísmicas em animais que usam essa forma de comunicação. As vibrações podem ser combinadas com outros tipos de comunicação.
Uma série de cobras diferentes tem a capacidade de detectar a radiação térmica infravermelha (IR), o que permite que esses répteis obtenham imagens térmicas do calor radiante emitido por predadores ou presas em comprimentos de onda entre 5 e 30 μm. A precisão deste sentido é tal que uma serpente pode direcionar seu ataque para as partes do corpo vulneráveis ​​de uma presa. Os poços faciais que permitiram a termorregulação sofreram evolução paralela em víboras e pítons, tendo evoluído uma vez em víboras e várias vezes em pítons.
A eletrofisiologia da estrutura é semelhante entre linhagens, mas difere na anatomia da estrutura bruta. Mais superficialmente, os víboras possuem um grande órgão de cada lado da cabeça, entre o olho e a narina, enquanto em pitons têm três ou mais poços comparativamente menores que revestem a parte superior e às vezes o lábio inferior, dentro ou entre as escamas. Os das víboras são os mais avançados, com uma membrana sensorial suspensa em oposição a uma estrutura de poço simples. Dentro da família Viperidae, o órgão do poço é visto apenas na subfamília Crotalinae. Apesar da detecção de radiação IR, o mecanismo IR dos poços é diferente dos fotorreceptores. Enquanto os fotorreceptores detectam a luz através de reações fotoquímicas, a proteína nos poços faciais das cobras é um canal iônico sensível à temperatura. Ele detecta os sinais infravermelhos através de um mecanismo que envolve o aquecimento do órgão do poço, ao invés de reação química à luz.
Autocomunicação é um tipo de comunicação em que o remetente e receptor são o mesmo indivíduo. O remetente emite um sinal que é alterado pelo ambiente e eventualmente é recebido pelo mesmo indivíduo. O sinal alterado fornece informações que podem indicar alimentos, predadores ou conspeciais. Como o remetente e o receptor são o mesmo animal, a pressão de seleção maximiza a eficácia do sinal, isto é, o grau em que um sinal emitido é identificado corretamente por um receptor, apesar da distorção de propagação e do ruído. Existem dois tipos de autocomunicação. A primeira é a electrolocação ativa encontrada nos peixes elétricos Gymnotiformes, elefante (Mormyridae) e também no ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus). O segundo tipo de autocomunicação é a equalização, encontrada em morcegos.
Comunicação durante as disputas: A comunicação animal desempenha um papel vital na determinação do vencedor da disputa sobre um recurso. Muitas espécies têm sinais distintos que indicam agressão, vontade de atacar ou sinais para transmitir o recuo durante competições sobre alimentos, territórios ou companheiros.
Rituais de acasalamento: Os animais produzem sinais para atrair a atenção de um possível parceiro ou para solidificar par de ligações. Estes sinais envolvem frequentemente a exibição de partes ou posturas do corpo. Por exemplo, uma gazela assumirá poses características para iniciar o acasalamento. Os sinais de acasalamento também podem incluir o uso de sinais olfativos ou chamadas únicas para uma espécie. Os animais que formam uniões de par duráveis ​​muitas vezes têm exibições simétricas que eles fazem um ao outro. Exemplos famosos são a apresentação mútua de juncos por grandes grebes de cristais estudados por Julian Huxley, as exibições de triunfo mostradas por muitas espécies de gansos e pinguins em seus locais de ninho e o espetacular cortejo exibido por pássaros do paraíso.
Conforme descrito acima, muitos gestos, posturas e sons de animais, transmitem significado para animais próximos. Estes sinais são frequentemente mais fáceis de descrever do que interpretar. É tentador, especialmente com animais domésticos e macacos, antropomorfizar, isto é, interpretar ações animais em termos humanos, mas isso pode ser bastante enganador. Por exemplo, o “sorriso” de um macaco é muitas vezes um sinal de agressão. Além disso, o mesmo gesto pode ter diferentes significados dependendo do contexto dentro do qual ele ocorre. Por exemplo, o aborrecimento e a postura da cauda de um cão doméstico podem ser usados ​​de maneiras diferentes para transmitir muitos significados, como ilustrado em Charles Darwin’s The Expression of the Emotions in Man and Animals publicado em 1872.
. Existem também mudanças comportamentais que atuam de forma semelhante à coloração de advertência. Por exemplo, caninos como lobos e coiotes podem adotar uma postura agressiva, como grunhir com os dentes descobertos, para indicar que irão lutar, se necessário, e cascavéis usam seu chocalho bem conhecido para alertar potenciais predadores de sua mordida venenosa. Às vezes, uma mudança comportamental e uma coloração de advertência serão combinadas, como em certas espécies de Anfíbios que têm a maior parte de seu corpo colorido para se misturar com os arredores, exceto por uma barriga de cores vivas. Quando confrontados com uma ameaça potencial, eles mostram sua barriga, indicando que eles são venenosos de alguma forma.
Normalmente, os predadores tentam reduzir a comunicação para presas, pois geralmente isso reduzirá a eficácia de sua caça. No entanto, algumas formas de comunicação de predadores para presas ocorrem de maneiras que alteram o comportamento da presa e tornam sua captura mais fácil. Um exemplo bem conhecido é o Peixe-pescador-das-profundezas, um predador de emboscada que espera que sua presa venha a ele. Possui um crescimento bioluminescente carnudo que se projeta da sua testa, que pende na frente de suas mandíbulas. Pequenos peixes tentam tomar a atração, colocando-se em uma posição melhor para o peixe pescador para pegá-los. Outro exemplo de comunicação enganosa é observado no gênero das aranhas de salto (Myrmarachne). Estas aranhas são comumente referidas como “aranhas mímicas” por causa da maneira como elas agitam suas pernas dianteiras no ar para simular antenas.
Várias maneiras pelas quais os seres humanos interpretam o comportamento dos animais, ou dão comandos para eles, são consistentes com a definição de comunicação entre índices. A interpretação habilmente das comunicações animais pode ser fundamental para o bem-estar dos animais que são atendidos ou treinados por humanos. Por exemplo, os comportamentos que indicam dor precisam ser reconhecidos. Na verdade, a sobrevivência do animal e do seu cuidador humano pode estar em jogo se, por exemplo, um humano não reconhecer um sinal de ataque iminente.

Desde o final da década de 1990, um cientista, Sean Senechal, vem desenvolvendo, estudando e usando a linguagem visível e expressiva aprendida em cães e cavalos. Ao ensinar a esses animais uma linguagem gestual (humana), os animais foram encontrados para usar os novos sinais por conta própria para obter o que eles precisam. [30] Os recentes experimentos em linguagem animal são talvez a tentativa mais sofisticada ainda para estabelecer a comunicação humano / animal, embora sua relação com a comunicação animal natural seja incerto.
No caso da comunicação, uma importante discussão de John Krebs e Richard Dawkins estabeleceu hipóteses para a evolução de tais comunicações aparentemente altruístas ou mutualistas, como chamadas de alarme e sinais de namoro, que emergem sob seleção individual. Isso levou à percepção de que a comunicação nem sempre pode ser “honesta” (na verdade, há alguns exemplos óbvios onde não é, como em mimética). A possibilidade de uma comunicação desonesta evolutivamente estável tem sido objeto de muita controvérsia, com Amotz Zahavi em particular, argumentando que não pode existir no longo prazo. Os sociobiologistas também se preocuparam com a evolução de estruturas de sinalização aparentemente excessivas, como a cauda do pavão. É amplamente pensado que estes só podem surgir como resultado da seleção sexual, o que pode criar um processo de feedback positivo que leva ao rápido exagero de uma característica que confere uma vantagem em uma situação competitiva de seleção de parceiros.
Os etólogos e os sociobiologistas analisaram de forma característica a comunicação animal em termos de respostas mais ou menos automáticas aos estímulos, sem levantar a questão de saber se os animais em questão entendem o significado dos sinais que eles emitem e recebem. Essa é uma questão-chave na cognição animal. Existem alguns sistemas de sinalização que parecem exigir um entendimento mais avançado. Um exemplo muito discutido é o uso de chamadas de alarme por macacos vervet.Robert Seyfarth e Dorothy Cheney mostraram que esses animais emitem diferentes chamadas de alarme na presença de diferentes predadores (leopardos, águias e cobras), e os macacos que ouvem as chamadas respondem adequadamente – mas essa habilidade se desenvolve ao longo do tempo e também leva a Conta a experiência do indivíduo que emite a chamada. A metacomunicação, discutida acima, também parece exigir um processo cognitivo mais sofisticado.
Outra questão controversa é a medida em que os comportamentos humanos se assemelham à comunicação animal, ou se toda essa comunicação desapareceu como resultado da nossa capacidade linguística. Algumas das nossas características corporais – sobrancelhas, barbas e bigodes, vozes masculinas adultas profundas, talvez seios femininos – se assemelham bastante a adaptações à produção de sinais. Etólogos como Irenäus Eibl-Eibesfeldt argumentaram que gestos faciais, como sorrir, fazer caretas, e as sobrancelhas em saudação são sinais comunicativos humanos universais que podem estar relacionados a sinais correspondentes em outros primatas. Dado que a linguagem falada recentemente surgiu, é muito provável que a linguagem corporal humana inclua algumas respostas mais ou menos involuntárias que tenham uma origem similar à da comunicação que temos.
Os seres humanos também procuram frequentemente imitar os sinais comunicativos dos animais para interagir com eles. Por exemplo, os gatos têm uma resposta afiliada suave ao fechar lentamente os olhos. Os seres humanos muitas vezes imitam esse sinal para um gato de estimação para estabelecer um relacionamento tolerante. Acariciando e esfregar animais de estimação são todas ações que provavelmente funcionam através de seus padrões naturais de comunicação interespecífica.
Os cães mostraram capacidade de compreender a comunicação humana. Em tarefas de escolha de objetos, os cães utilizam gestos comunicativos humanos, como apontar e dirigir o olhar, a fim de localizar alimentos e brinquedos escondidos. Também foi demonstrado que os cães exibem um viés de olhar esquerdo ao olhar os rostos humanos, indicando que são capazes de ler as emoções humanas. É interessante notar que os cães não fazem uso da direção do olhar ou exibem o viés esquerdo do olhar com outros cães.

mostrando os dentes

O gene zumbi que protege os elefantes do câncer


elefante velho
Um elefante africano, em cativeiro, vive uns 70 anos. Mais ou menos o mesmo que um ser humano.
Um elefante africano pesa 6 mil kg. Mais ou menos 100 vezes o que pesa um ser humano.
Um corpo que pesa 100 vezes mais que o nosso, naturalmente, contém 100 vezes mais células, cada uma com sua própria cópia do DNA do animal. Isso significa que o elefante também está sujeito a um risco 100 vezes maior de sofrer um dano no DNA. Um erro que pode causar câncer.
Apesar disso, só 5% dos gigantes acinzentados morrem por causa de tumores, contra 17% dos Homo sapiens. O que os torna tão resistentes à doença? Bem-vindo ao paradoxo de Peto – batizado em homenagem ao biólogo Richard Peto, de Oxford, autor do primeiro texto que apontou essa anomalia estatística, de 1977.
Há três anos, em 2015, pesquisadores das universidades de Chicago e Utah deram um passo importante na solução do problema. Eles descobriram que os elefantes têm inacreditáveis 20 cópias de um gene chamado TP53. Já o ser humano tem só uma. E essa é uma daquelas situações em que 1 é bom, 2 é ótimo e 20 é excelente: a função do TP53 é justamente identificar que há um trecho de DNA danificado em uma célula – e consertá-lo antes que ela se multiplique e cause mais problemas. Quanto mais guardiões desses um animal tem, melhor.

Veterinária – Otite Canina


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De certo você já viu um cão coçando o ouvido, sacudindo a cabeça e até chorando ao se coçar a orelha, isso pode ser otite canina. Uma inflamação do conduto auditivo que leva a produção de uma cera de coloração alterada e em excesso, coceira descontrolada, cheiro forte e desconforto tanto para o animal quanto para o dono.
Essa inflamação seguida de infecção causada no ouvido é muito comum nos cães devido ao formato de sua orelha, que tem um canal comprido e fechado, o que torna fácil o aparecimento e replicação de ácaros, fungos e bactérias. Algumas raças de cães apresentam otite canina com mais facilidade e frequência como Golden Retriver, Basset Hound e Cocker Spaniel por terem o orelhas maiores.
Tome cuidado durante o banho do cão, pois, ao deixarmos entrar água no ouvido deles, favorecemos o aparecimento da doença, já que o que os causadores dela se proliferam em locais úmidos e quentes. Uma dica interessante é colocar algodões nos ouvidos do cachorro, evitando a entrada de água, e sempre secá-lo bem ao final do banho.
Os sintomas são: coceira intensa, dor e choro ao coçar, cheiro forte no ouvido, excesso de cerúmen (cera), balançar demais a cabeça de um lado para outro, perda de audição, além da perda de apetite, que ocorre devido à dor que o cachorro sente.
A otite pode surgir nos cães por uma série de fatores e afetar diferentes partes da região auricular dos animais; sendo denominada de otite externa, otite média ou otite interna de acordo com o local específico prejudicado pelo problema – e as principais motivações para a sua ocorrência são:

Infecção Causada por bactérias, a otite infecciosa chega, geralmente, acompanhada por pus, e requer um tratamento medicamentoso feito, principalmente, por meio do uso de antibióticos injetáveis e por via oral associado a tratamento local tópico.
Fungos Provoca sintomas mais clássicos de otites com uma secreção normalmente enegrecida com cheiro adocicado característico, sendo é causada por um fungo, na maioria das vezes, a malassezia.
Parasitas O agente do problema, neste caso, são parasitas como carrapatos e ácaros, sendo que o seu tratamento também requer o uso de remédios específicos tópicos associados, quando necessário há medicamentos injetáveis ou por via oral.
Produção excessiva de cera O ouvido de alguns cães produz cera de maneira exagerada, e o acúmulo dessa cera causa uma fermentação que se transforma em inflamação.
Predisposição genética As características específicas de cada raça são as grandes responsáveis nestes casos, e os cães que contam com orelhas grandes, caídas e peludas são os mais propensos a desenvolver a complicação.
Outros fatores Traumas, alergias, tumores, questões hormonais e a presença de algum corpo estranho no ouvido do animal também podem exercer influência no aparecimento da otite canina.
Dito isso, vale lembrar que a melhor maneira de definir a origem correta do problema é por meio de uma consulta com um profissional veterinário – já que, em muitos casos, um diagnóstico preciso só pode ser obtido por meio de exames laboratoriais ou de imagem.

Raças mais afetadas pela otite
Orelhas grandes, caídas e peludas são as principais características genéticas que influenciam no aparecimento da otite canina, e as raças a seguir fazem parte do grupo de cães que mais tendem a apresentar esse tipo de problema:

Cocker Spaniel
Teckel
Basset Hound
Golden Retriever
Dachshund
Setter Irlandês
Labrador Retriever
Pastor Alemão
No entanto, é importante ressaltar que nem só os cães de orelhas maiores e caídas podem ser acometidos pela otite, e qualquer raça está sujeita ao aparecimento dessa complicação, caso os cuidados básicos de higiene não sejam realizados de maneira correta e constante.

Os sintomas da otite em cães
Cada tipo de otite canina pode apresentar diferentes sinais, em função do seu agente causador; no entanto, há um grupo de sintomas e comportamentos bastante conhecidos entre os cachorros que apresentam a enfermidade, conforme descrito abaixo.
Forte coceira na região das orelhas: cão passa a coçar, balançar e esfregar a cabeça onde puder para aliviar o sintoma, incluindo o chão e os móveis da casa.
Secreções: o ouvido do cachorro passa a apresentar secreções de cor amarelada e, em alguns casos, com pus.
Odor diferente e forte ou mau cheiro no ouvido do cachorro
Vermelhidão, escurecimento ou aparecimento de crostas no ouvido do animal
Inchaço na região da orelha
Perda de audição do cão
Forte dor nas orelhas: o cachorro aparenta sentir muita dor nas ocasiões em que a orelha se mexe ou é tocada
Ferimentos Peri-auriculares, que são ferimentos próximos às conchas auditivas, causados pela coceira constante

Prevenção da otite canina
Manter a higiene da orelha do seu pet é a melhor maneira de prevenir o surgimento da otite canina, e limpar os ouvidos do cachorro semanalmente é de grande ajuda. Caso haja pelos em excesso na região, levar o seu cão para uma tosa higiênica é uma ótima ideia; retirando a pelagem que ajuda a reter ainda mais sujeiras na região.
O pote de água pode acabar causando a otite, quando o animal tem orelhas muito compridas e o pote de água é muito largo, sempre que ele vai beber água acaba deixado as orelhas úmidas e essa umidade propicia a proliferação exagerada de fungos já existentes na orelha, causando a otite.
Outra medida importante é sempre enxugar bem as orelhas do cão quando forem molhadas, já que o acúmulo de água na região forma um ambiente extremamente propício para o surgimento do problema.
Visitas ocasionais ao veterinário também são importantes para ajudar na prevenção da otite canina, além de facilitarem o tratamento de qualquer complicação que o cão possa estar desenvolvendo.

Tratamento da otite em cachorros
O tratamento da otite canina dependerá tanto da sua origem como do nível de desenvolvimento da inflamação no ouvido do cão. Em alguns casos, a realização de uma limpeza profunda na região – feita com o uso de soluções específicas – já pode melhorar bastante o problema; mas, dependendo do agente causador da otite, medicamentos como antibióticos e anti-inflamatórios podem ser receitados.
Em muitos casos a dor do animal ao ter a região auricular tocada é tanta, que há a possibilidade de que ele tenha que ser sedado para que se faça a limpeza do ouvido, e a otite pode ser tão profunda que chega a alterar o sistema de equilíbrio do animal, o fazendo andar em círculos, por exemplo. Portanto, levar seu pet a um profissional veterinário é imprescindível para que ele possa ser tratado e curado da melhor e mais rápida maneira possível.

Amigo do Homem ou Amigo da Onça?


Mulher morre atacada pelos próprios cães durante passeio

pit bull

A americana Bethany Lynn Stephens, de 22 anos, foi morta pelos próprios cães enquanto passeava com os animais em um bosque no estado da Virginia, situado no condado de Goochland, nos Estados Unidos. Os dois cachorros da raça pit bull teriam atacado a dona, que teve graves ferimentos na cabeça e na garganta, e permanecido em volta do corpo durante uma hora. Segundo o site Metrópoles.
O corpo da jovem teria sido encontrado pelo próprio pai, que estranhou a demora da filha em voltar para casa do passeio. Ao procurá-la no bosque onde Bethany costumava brincar com os animais, encontrou o corpo por volta das 20h, com os cães em volta. O homem chamou os serviços de emergência, que após examinarem o corpo constataram o ataque sofrido.
“A vítima tinha feridas defensivas em suas mãos e braços, tentando manter os cachorros afastados dela, o que seria consistente com o ataque enquanto ainda estava viva”, disse o xerife de Goochland, James Agnew, em depoimento reproduzido pelo site Metrópoles.
Após ser atacada no rosto e na garganta, ela teria caído no chão já inconsciente, sendo depois atacada em outras partes do corpo até a morte. O xerife ainda revelou que os cães são de grande porte e treinados para a luta.

Cães Que Mudaram a História Da Ciência


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Belka and Strelka
Foram as primeiras cadelas do programa espacial soviético a voltarem vivas para a Terra. Decolaram na missão Sputinik 5 em 19 de agosto 1960, e passaram um dia em órbita. Não ficaram tão famosas quanto Laika, mas forneceram dados científicos ainda mais valiosos sobre as condições de vida no espaço. Segundo a CNN, Strelka teve uma ninhada de filhotes logo após a missão – um dos quais (chamado Pushinka) foi dado de presente à filha do então presidente John F. Kennedy, Caroline. Talvez a provocação mais criativa da Guerra Fria.

snupi

Snuppy, nascido na Coreia do Sul em 2004, é o primeiro cão clonado do mundo. A matriz para sua produção foi uma célula tirada da orelha de seu pai (ou seria irmão gêmeo? Na foto, o menor é Snuppy, ainda bebê, e o maior é sua matriz).

Ele também é, acima de tudo, um sobrevivente: foram implantados óvulos em 123 úteros. Destes, três chegaram ao final da gestação, e apenas Snuppy alcançou a vida adulta. Em 2008, seu esperma foi usado para inseminar artificialmente duas fêmeas que também eram clonadas. Nasceram 10 filhotes, nove sobreviveram.
A técnica se popularizou rápido. Em 2009, sete labradores retriever clonados – todos chamado Toppy – começaram a trabalhar na alfândega sul-coreana. O projetou custou 240 mil dólares, e o resultado foi bem fofo.

Marjorie
Em 1921, o médico canadense Frederick Banting e seu assistente Charles Best entraram para a história da medicina por terem isolado a insulina – o hormônio que os diabéticos quase não têm, responsável por manter sob controle o nível de açúcar no sangue (isso na tipo 1. Na tipo 2, o hormônio é produzido, mas o corpo não reage a ele.
O que ninguém sabe é que a primeira pacientes deles foi Marjorie, uma vira lata que sobreviveu 70 dias sem pâncreas. Não era um problema congênito. O órgão foi retirado só para fazer os testes, o que soa cruel hoje em dia, mas era uma prática aceitável no começo do século – vale lembrar que ratos de laboratório passam por isso até hoje.

Marjorie não foi a única. Segundo a Harvard Magazine, dez cães ao todo morreram nas mãos de Banting e Best. A descoberta – que salva a vida milhões de pessoas com diabetes todos os dias – até hoje divide opiniões e gera longas discussões sobre ética e direitos dos animais.

O cão marrom de William Bayliss
O cão marrom, até hoje sem nome, foi o gatilho de uma polêmica que tomou conta dos jornais da Inglaterra entre 1903 e 1910. O resumo da ópera: no final do século de 19, professores de medicina abriam animais vivos em aulas de anatomia – uma prática chamada vivissecção. A ideia era treinar futuros cirurgiões (e também fazer pesquisas científicas) usando organismos vivos, e não cadáveres.
Às vezes isso era feito com anestesia. Às vezes, sem. Em 1903, William Bayliss, professor do University College de Londres, levou um cão marrom à aula. E não fez questão de anestesiá-lo. Um grupo de ativistas suecas que assistiu à cena se revoltou, apurou o caso e levou a pauta para as ruas.
O acadêmico, é claro, alegou que o animal estava inconsciente, mas não colou – a vivissecção era considerada cruel até para os padrões da época, e sua prática era regulamentada por lei desde 1876. A causa mobilizou a opinião pública e uma estátua de bronze em homenagem ao cão marrom foi erguida em 1906.

A inscrição na base relata sua história – ele foi submetido a cirurgias “pedagógicas” por dois meses antes de perecer –, e então provoca a escola de medicina de Bayliss com um pouco de estatística: “Também em memória dos 232 cães (…) dissecados no mesmo local durante o ano de 1902. Homens e mulheres da Inglaterra, por quanto tempo isso ainda acontecerá?”
Os estudantes não gostaram nada do monumento. Após uma série de disputas judiciais, em dezembro de 1907 mil deles foram às ruas de Londres contra o movimento de defesa dos direitos dos animais. A manifestação virou pancadaria e a polícia precisou intervir – vários receberam multas de três libras por atacarem os guardas. Parece pouco? Pois, considerando a inflação, é equivalente a 239 libras em 2017, mais de R$ 1 mil na cotação atual.

Jofi
O felpudo chow chow Jofi era um dos vários mascotes de Freud – apesar de intelectual, ele era fã de cachorros, e não de gatos. Na opinião do pai da psicanálise, manter animais de estimação na sala durante a consulta era um ótimo jeito de confortar seus pacientes.

Em seus diários, ele observa que Jofi era um bom “termômetro” de emoções – se afastava de pacientes ansiosos e interagia com os mais amigáveis. Essas anotações são as primeiras menções ao uso de cães para fins de diagnóstico e terapia. Hoje eles são presenças comuns em hospitais infantis e asilos – e artigos científicos como este aqui comprovam que fazer carinho em um cachorro ajuda com picos de pressão alta.

Bluey
Agora um caso mais light. Bluey, da raça boiadeiro australiano, nasceu em 1910 e morreu em 1939 – viveu exatamente 29 anos e 5 meses. É o cão mais velho já verificado pelo Guinness Book, o livro dos recordes. Trabalhou no campo durante dois terços de sua vida.
Depois dele veio Chilla, um cruzamento entre boiadeiro australiano e labrador que teria vivido 32 anos. Jornais deram a notícia de sua morte em 1984, mas ele não bateu Bluey no Guinness Book – sua data de nascimento nunca foi comprovada com exatidão. Seja como for, os boiadeiros australianos são uma das raças mais longevas que existem: vivem em média 13 anos. Um fato científico útil se você quiser um mascote para passar um longo, longo tempo ao seu lado.

Do Guiness:
A maior idade confiável registrada para um cachorro é de 29 anos e 5 meses para um cão de gado australiano chamado Bluey, de propriedade de Les Hall of Rochester, Victoria, Austrália. Bluey foi obtido como cachorro em 1910 e trabalhou entre gado e ovelha por quase 20 anos antes de dormir para 14 de novembro de 1939.
A maioria dos cães vive por 8-15 anos, e registros autênticos de cães que vivem mais de 20 anos são raros e geralmente envolvem as raças menores.