5617 – Esporte – Como surgiu o jiu-jitsu brasileiro?


Tudo começou em 1914, com a chegada ao Brasil do japonês Mitsuyo Maeda. Especialista nas artes marciais do Oriente, ele vinha de uma turnê pela Américas do Norte e Central, onde apresentara – pela primeira vez no continente – o judô e o jiu-jitsu. Mais conhecido pelo apelido Conde Koma, Maeda fixou residência em Belém do Pará, como adido do cônsul do Japão, mas nunca deixou de ensinar as lutas em que era mestre. Um de seus alunos, Carlos Gracie, tinha um irmão franzino e de saúde frágil, chamado Hélio, que acabou criando uma técnica própria, baseada em alavancas – golpes que usam todo o peso do corpo (o seu e o do adversário). “Funciona como o macaco de trocar pneu. Vinte homens talvez consigam erguer um carro, mas um macaco faz o serviço com mais técnica e menos força”, diz Rorion Gracie, filho de Hélio e instrutor de jiu-jitsu em Los Angeles.
Ele constatou que constatou que o sistema funcionava melhor ainda no chão, onde o peso do corpo atingia sua força máxima. Nessa dupla estratégia – privilegiar as alavancas e levar a luta ao solo – está sua grande contribuição à luta original, possibilitando que um lutador mais fraco vença oponentes pesados.
Vejamos a estratégia da luta brasileira:
O primeiro objetivo é levar a luta para o chão
1 – A luta começa sempre com os lutadores de pé. Mas o jiu-jitsu brasileiro busca levar o combate para o solo o mais rápido possível. Para isso, o lutador menor puxa o adversário
2 – Ao girar o tronco, ele pressiona o oponente contra suas costas, travando-lhe o braço e – com um forte golpe do traseiro – tira seus pés do chão
3 – Inclinando o corpo, o lutador mais leve puxa o braço preso do adversário, atirando-o por cima do seu ombro. Assim, ele realiza o seu objetivo de trazer a luta para o chão, onde poderá levar vantagem
4 – O lutador que consegue levar a luta para o chão sabe que ali poderá fazer uso do seu peso corporal em um poderoso golpe de alavanca para render o oponente