Distante 401 km da capital estadual e a 676 km de Brasília. Possui uma área de 605,679 km², dos quais 86,92 km² estão em zona urbana, e sua população estimada em agosto de 2021 era de 358.539 habitantes.
É conhecida em todo Brasil como a Capital Nacional do Calçado e a Capital Nacional do Basquete.
Sendo considerada a 5.ª cidade mais segura do Brasil, a 4.ª cidade com o melhor saneamento básico do país, a 5.ª melhor cidade para se viver no Brasil, a 41.ª mais desenvolvida e a 52.ª em qualidade de vida, Franca é um importante centro urbano, econômico e industrial, atraindo diariamente milhares de pessoas de cidades ao seu redor tanto do estado de São Paulo como de Minas Gerais. Franca foi eleita pelo Instituto Trata Brasil, a cidade brasileira com a melhor rede de saneamento básico e tratamento de água dentre todos os municípios brasileiros com mais de 300 mil habitantes.
O município está no nordeste do Estado de São Paulo, uma das regiões com maior incidência solar do Estado, os fatores naturais e a boa infraestrutura a tornam atrativa para investimentos de empresas nacionais e estrangeiras para a economia solar, além do desenvolvimento de tecnologia de ponta.
A história da região denominada Sertão do Capim Mimoso próxima aos Rio Pardo e rio Sapucaí tem início com os bandeirantes: a partir da bandeira do Anhanguera (o filho), em 1722, que construiu o “Caminho de Goiás”, ou “Estrada dos Goiases” que ligava a cidade de São Paulo até as minas de ouro de Goiás, que naquela época pertencia à Capitania de São Paulo.
Começam a surgir, a partir de então, os famosos “pousos” de tropeiros, locais onde os paulistas paravam para descansar – eles e os animais de carga -, durante as viagens que faziam em sua busca pelo ouro no interior do Brasil. O pouso que deu origem à cidade de Franca era conhecida, na época, pelos bandeirantes, por “Pouso dos Bagres”.
A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca foi criada em 3 de dezembro de 1805, pertencendo ao termo da Vila de Mogi Mirim. O território original da Freguesia da Franca, que fora desmembrado da Vila de Mogi Mirim, abrangia a região de Batatais e estendia-se até Igarapava e Guaíra e era muito extenso. Foi, porém, bastante reduzido com a criação de novos municípios: Batatais em 1839, Igarapava em 1873, Ituverava e Patrocínio Paulista em 1875, São José da Bela Vista em 1948, Cristais Paulista em 1959, Restinga, Jeriquara e Ribeirão Corrente em 1964.
Em 1819, Franca foi visitada pelo naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire que deixou o seguinte relato sobre o local: “A vila de Franca, onde pousei, é aprazivelmente localizada em meio de vastas pastagens, numa região descoberta, semeada de capões de mato e recortada por profundos vales. Ocupa essa encantadora vila o centro de uma elevação do terreno, larga e arredondada, de cada lado banhada por um pequeno regato. Não havia ali, ao tempo de minha viagem, senão cerca de cinquenta casas, mas já estavam assinalados os locais para a construção de um grande número delas, e era fácil de perceber que Franca não demoraria em adquirir grande importância”.
Em 1821, Minas Gerais tenta anexar a região, mas devido à resistência dos francanos, a tentativa falha. Esse episódio está registrado no brasão da cidade, com a cidade fortificada e o lema “GENTI MEAE PAULISTAE FIDELIS” (Fiel à Minha Grei Paulista). Em 1838 houve em Franca uma rebelião que ficou conhecida como Anselmada. Em 1839 é criada a comarca da Franca. Neste ano, Franca perde grande parte de seu território para a criação da Vila de Batatais.
Franca participou da Guerra do Paraguai com os Voluntários da Franca e com o famoso Guia Lopes. Na década de 1890, Franca passa a ser servida pela Estrada de Ferro Mogiana, mas, no início do século XX, o ramal de Franca foi abandonado e os trilhos retirados porque a Estrada de Ferro Mogiana construiu outro ramal, uma variante, ligando Ribeirão Preto a Uberaba sem passar por Franca. A cidade empenha-se durante a Revolução Constitucionalista de 1932, na qual morreram por São Paulo seis cidadãos francanos.
Atualmente, destaca-se no setor da indústria de calçados masculinos, mas as indústrias calçadistas de Franca já estão dando atenção e produzindo também calçados femininos, ainda que, até hoje, o café tenha ativa participação na economia do município.
A cidade apresenta um relevo bastante elevado, com altitude próxima a 1 040 metros, sendo o quinto município mais elevado do estado. Campos do Jordão é o mais alto, construído a 1 620 m acima do nível do mar, seguido por Pedra Bela, com 1 120m, Santo Antônio do Pinhal, com 1 080 m e Pedregulho, com 1 060m.
Franca possui diversos pontos interessantes na cidade e em suas proximidades. A cidade está localizada a 70 quilômetros da reserva da Serra da Canastra e é um dos pontos de partida mais próximos para a visitação desta reserva.
O Jardim Zoobotânico (antigo Horto Florestal Municipal) está localizado no Bairro City Petrópolis e abriga grande diversidade de espécies vegetais. No local existe também área de lazer e alimentação, além de um parque infantil. São produzidas no local aproximadamente 400 mil mudas anuais utilizadas em paisagismo urbano, além de espécies nativas para recomposição florestal.
A cidade de Franca situa-se numa região de planalto, atingindo 1 040 metros de altitude, o que resulta em temperaturas mais moderadas, em relação a cidades vizinhas com altitudes menores. Com a atualização climática do período entre 1981-2010, a cidade deixou de ter clima tropical de altitude (ou subtropical úmido — Cwa, de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger) e tornou-se tropical com estação seca (Aw, segundo a tabela citada, devido ao fato de a temperatura média do mês mais frio ter se tornado superior a 18 °C), com invernos secos, verões chuvosos e temperaturas moderadas durante todo o ano. A média anual de chuvas é elevada e Franca é uma das cidades mais chuvosas do Estado de São Paulo, eventualmente registrando altos índices pluviométricos.
Segundo dados da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Franca, localizada no aeroporto da cidade, desde 1931 a menor temperatura registrada foi de 0 °C em 5 de julho de 1953 e 1° de junho de 1979 e a maior atingiu 37,8 °C em 15 de outubro de 2014.
Tem como via principal a Avenida Doutor Abraão Brickmann. Abrange os seguintes bairros: Leporace 1, 2, 3, Jardim Pinheiros 1 e 2, Jardim Tropical 1 e 2, Jardim Portinari, Jardim Luiza 1. Tem atualmente o maior corredor de compras da cidade com aproximadamente 200 lojas dos mas variados setores, porém a maioria está com situação irregular, pois foram construídas em áreas onde deveriam ser a garagem dos prédios. A partir do final de 2017 essas construções começaram a ser derrubadas e a área revitalizada.
Destaca-se pela relevante agricultura, como centro de uma das mais importantes regiões produtoras de café do mundo, a “Alta Mogiana”.
Cidade primordialmente industrial, Franca é a maior produtora de calçados do Brasil e da América Latina, possuindo mais de mil indústrias entre grande e médio porte, como: Calçados Netto, Calvest, Ferracini, Estival, Samello, Vitelli, Carmen Steffens, Tenny Wee, Amazonas, Mariner, Laroche, PG4, Sândalo, HB, Bull Terrier, Democrata e Opananken além de muitas outras de componentes utilizados na própria indústria calçadistas, como Damil têxtil, Focal, Impec, sendo importante observar que tais indústrias são muito bem instaladas e estruturadas, respeitando todas as normas ambientais e também sociais não havendo a participação de mão de obra infantil, tendo um dos maiores centros de ensino e pesquisa no setor coureiro-calçadista contando com centros de design e formação profissional que são considerados como um dos maiores e mais modernos que existem neste setor, sendo referência nacional e internacional.
Com produção em grande parte destinada à exportação, a cidade leva seus produtos a várias partes do mundo, como EUA, Europa, Ásia e América Latina, sendo que os calçados fabricados em Franca são tidos como de referência mundial em quesitos como conforto, qualidade, tecnologia e design, sendo feitos para diversos segmentos – infantil, feminino e principalmente masculino, assim como acessórios de moda, enfeitando vitrines da alta moda em todo o mundo, e os calçados francanos são destacados pelo alto giro de vendas e lucro para seus revendedores.
Cidade que conta com um dos mais modernos distritos industriais do Brasil, possuindo toda infraestrutura básica para a instalação de toda e qualquer tipo de indústria numa área de aproximadamente dois milhões de metros quadrados inteiramente urbanizados. Franca é também um dos maiores pólos de lapidação de diamantes do mundo, e no município encontra-se o único escritório do Brasil e da América do Sul especializado em diamantes, no ano de 2012 e 2013 uma operação realizada pela Policia Federal desbancou todo o comércio de diamante da região de Franca deixando uma enorme lacuna no comércio não legalizado.
No ramo de tecnologia, a cidade também tem seu potencial, contando com uma incubadora tecnológica com Startups que elaboram projetos e aplicativos, Além de empresas de Data Center, E-Commerce e de Investimentos, o município também conta com um Laboratório de Inovação e Tecnologia “LuizaLabs”, além do “IPT” – Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Além da população local, grande parte dos moradores da região dependem do comércio francano. Tem importantes empresas como Atacadão, Makro, Havan, entre outras, e dois shoppings: Franca Shopping e Shopping do Calçado de Franca. O Shopping do Calçado de Franca atualmente figura como o segundo maior shopping da categoria em toda a América Latina. Possui cerca de 76 lojas com mais de 300 marcas para vendas no atacado e varejo.
Encontra-se em Franca a sede do Magazine Luiza, uma das maiores redes varejistas do país. Em Franca encontra-se também a sede da Carmen Steffens, uma das maiores empresas de calçados e bolsas do Brasil com mais de 550 lojas em 18 países.
Franca é uma das pouquíssimas cidades brasileiras que têm 100% de água e esgoto tratados. Atualmente, segundo o ranking Trata Brasil, Franca aparece em primeiro lugar dentre as 100 cidades brasileiras com melhor a pior saneamento Básico sempre ficando e alternando entre as 3 primeiras colocações em Saneamento Básico do ranking nacional. A cidade ainda têm, também, 100% dos seus bairros com ruas asfaltadas.
A partir de 2006, começa um processo de verticalização da cidade com a construção de altos edifícios. Por muitas anos antes não se realizava na cidade esse modelo de construção. A partir de 2015 porém há um desaceleramento dando origem a outro modelo de construção, pequenos prédios de dois a quatro andares e de quatro a doze apartamentos, sendo a média de um empreendimento por dia. As perspectivas para os próximos anos são otimistas, já que nesses prédios não há taxa de condomínio e o financiamento é mais facilitado.
Educação em Franca
Franca conta com importantes instituições de ensino técnico e superior, e é considerada uma cidade universitária. A Universidade Estadual Paulista (UNESP) mantém cursos de Graduação em Direito, História, Relações Internacionais e Serviço Social; Mestrado em Direito; Mestrado e Doutorado em História e Serviço Social. A faculdade foi criada em 1962, sob a denominação de Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Franca. No ano de 1968, concedeu-se como sede as instalações do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, um dos monumentos históricos mais antigos da cidade, situado no centro de Franca. Já em 1976, a faculdade foi incorporada a UNESP, constituindo-se assim o Câmpus de Franca da UNESP. A Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, como é denominada atualmente, possui aproximadamente 1900 alunos e 90 professores. O novo campus foi inaugurado em 13 de janeiro de 2009 no Jardim Petráglia.
Outra universidade pública importante é a Faculdade de Direito de Franca, criada pela lei municipal nº 653, de 8 de agosto de 1957, sancionada pelo prefeito Onofre Sebastião Gosuen, a Faculdade de Direito de Franca, depois de obter autorização do Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira para funcionamento (decreto nº 43.290, de 28.2.1958), foi oficialmente instalada em 28 de março de 1958, sendo nomeado Diretor o Dr. Benedito de Freitas Lino, advogado da Prefeitura. Foi reconhecida pelo Decreto Federal 50.l26 de 26 de janeiro de 1961. Atualmente 1,4 mil alunos estudam na unidade. É uma importante instituição de ensino jurídico, portadora do Selo “OAB Recomenda”, da Ordem dos Advogados do Brasil. Figura entre as melhores faculdades de Direito do país.
Museus
O Museu da Imagem e do Som Bonaventura Cariolato[85] foi criado em 1992 (lei 4117, de 9 de junho, projeto de lei 61/92, de autoria do radialista e então vereador Valdes Rodrigues) e mantem registros e a preservação da Imagem e Som. O museu está instalado nas dependências do Espaço Cultural FEAC e conta com uma ampla sala de exposições com fotos, televisores para mostra de áudio visuais, laboratório de imagem e som, e inúmeras peças raras como: rádios, micros, fitas, projetores, câmeras fotográficas, editores manuais de filmes, filmadoras, aparelhos telefônicos e outros.
O Museu Histórico Municipal de Franca – José Chiachiri, localizado na rua Campos Sales, está instalado em prédio construído para abrigar o Fórum e a Cadeia Pública em 1896, e passou a abrigar o museu em 1970. Compõe-se de aproximadamente quatro mil objetos de personalidades da cidade e região. Conta com uma biblioteca de apoio à pesquisa regional. O arquivo caracteriza-se por fontes manuscritas e impressas da Câmara e Prefeitura Municipal de Franca, além de peças de porcelana a desenhos folclóricos, incluindo uma coleção filatélica. Acondicionado em sala climatizada, parte da documentação também se encontra digitalizada.
O Relógio do Sol é sem dúvida um dos pontos mais interessantes a ser visitados na cidade. Apresenta quatro mostradores – norte, sul, leste e oeste. Foi construído em 1887 em mármore de Carrara, pelo frei Germano de Annecy e é o único exemplar existente no Brasil.
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