Mais Sobre Nanotecnologia


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A nanotecnologia consiste nos estudos e na manipulação da matéria em escala atômica e molecular. O nome dado a essa nova tecnologia deriva do termo nanômetro, que corresponde a um bilionésimo do metro (0,000000001 m), e foi definido pela Universidade Científica de Tóquio, em 1974.

O avanço da nanotecnologia ocorreu a partir do desenvolvimento do Microscópio eletrônico de varredura (MEV), em 1981, na Suíça. Esse microscópio tem uma capacidade de aumento muito maior que os microscópios ópticos. Ele é constituído por uma agulha extremamente fina, formada por poucos átomos, que executa a varredura de uma superfície a uma distância de um nanômetro. Durante essa varredura, os elétrons tunelam da agulha para a superfície, criando uma corrente de tunelamento, que é utilizada por um computador para criar uma imagem extremamente ampliada dessa superfície, tornando visíveis os seus átomos.
Ao tornar possível a visualização do relevo atômico de uma superfície, esse microscópio também possibilitou a criação de uma série de instrumentos para visualizar e manipular materiais em escala atômica.

Qual a importância dos estudos da nanotecnologia?
A matéria em escala nanométrica tem propriedades diferentes dos materiais macroscópicos. Nessa escala, já não são válidos os princípios da Física Clássica, e sim os da Física Moderna, que considera a dualidade onda-partícula e a Física Quântica. Pequenas mudanças na estrutura da matéria podem acarretar mudanças significativas em suas características físicas e químicas.
Atualmente, a nanotecnologia está presente em várias áreas de pesquisa, como Física, Química, Eletrônica, Medicina, Ciência da Computação, Biologia e Engenharia, e tem permitido o desenvolvimento de novos materiais e técnicas muito mais eficientes que os já conhecidos.
Indústria de cosméticos: As nanopartículas podem ser usadas para diferentes finalidades, como o preenchimento de rugas, maquiagens, protetor solar etc. Os benefícios da nanotecnologia nessa área devem-se à melhor penetração dos ingredientes na pele ou no cabelo. Afinal, se as partículas são menores, elas podem chegar a pontos mais profundos.

Informática: nos processadores eletrônicos, que podem ter um tamanho de apenas 45nm. Esses dispositivos possuem tecnologia avançada e podem trabalhar a altíssimas velocidades. Além disso, a capacidade armazenamento desses materiais é muito maior.

Medicina: No diagnóstico por imagem da ressonância magnética, em que as imagens são obtidas pela interação entre o campo magnético produzido pelo aparelho e o momento magnético do próton no núcleo dos átomos de hidrogênio.

Riscos da nanotecnologia
Embora as pesquisas na área da nanotecnologia tenham como objetivo proporcionar a melhora na qualidade de vida das pessoas, essa ciência também tem um potencial muito grande em ser prejudicial ao meio ambiente.
O tamanho mínimo das nanopartículas facilita sua dispersão na atmosfera, na água e no solo. Sua remoção torna-se praticamente impossível por técnicas de filtração. Além disso, quanto menor uma partícula, mais reativa ela é, além de poder desenvolver também novas propriedades que podem torná-la nociva.

ASTROBIOLOGIA – Nova pista pode ajudar a descobrir se há vida em Marte


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É verdade que as missões da NASA já forneceram muitas informações sobre Marte. Nós sabemos que, provavelmente, o planeta já foi maior e que conta com muita água. Mas, até agora, sinais de vida não foram encontrados. No entanto, uma descoberta feita pelo rover Curiosity pode ser mais uma pista rumo a descoberta desse mistério.
Em um novo post no blog, o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa descreve a descoberta “de níveis surpreendentes de metano no ar de Marte”. De acordo com eles, a medida é de aproximadamente 21 partes por bilhão de volume, fato que não prova que existe ou já existiu vida no planeta, mas ainda assim é empolgante.
Bom, talvez você queira saber qual a relação do metano com algum sinal de vida no planeta. Por enquanto, sabemos que esse tipo de gás pode ter duas origens: vir de vários mecanismos geológicos ou ser um subproduto obtido através de organismos microbianos.
“Com nossas descobertas atuais, não conseguimos dizer se a fonte de metano é biológica ou geológica, ou mesmo se é antiga ou nova”, disse em comunicado Paul Mahaffy, principal pesquisador do Sample Analysis at Mars, instrumento laser construído na Curiosity.
Antes que os cientistas possam determinar o que significa a quantidade do componente no planeta, eles precisam saber se a medição foi um acaso. Essa não é a primeira vez que o Curiosity detectou metano, mas a concentração deu um grande salto desde a última vez.
Os pesquisadores agora vão tentar determinar se os níveis de metano estão ligados a mudanças sazonais, e talvez, até medir quanto tempo dura essa elevação nos níveis do gás. Essas informações podem proporcionar novas pistas sobre a fonte do gás e se ele está ligado à atividade biológica ou geológica.

Se tem água, tem vida – Reserva gigantesca de água é descoberta em Marte


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Água no Planeta Vermelho! O líquido congelado foi encontrado abaixo da superfície do polo norte de Marte. Um grupo de cientistas detectou a enorme quantidade de água usando um radar capaz de penetrar no solo marciano. Para se ter uma ideia da quantidade, é tanto gelo que, se derreter e subir para a superfície, pode deixar boa parte do planeta submerso. A descoberta é uma espécie de depósito de múltiplas camadas de gelo que está misturado com areia e se formou ao longo de centenas de milhões de anos. A descoberta pode ser o terceiro maior reservatório de água no planeta vermelho, juntamente com outras duas camadas de calotas polares. Toda essa água em Marte pode favorecer a ideia dos humanos de colonizar o planeta. Pode ser exatamente isso que os cientistas estavam esperando para iniciar uma missão.

Mega Techs – Novo spray pode substituir curativos para queimaduras e feridas


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A startup israelense Nanomedic Technologies criou um spray para a pele que pode tratar feridas rapidamente sem dores de queimaduras com a ajuda de nanomateriais que imitam o tecido humano. O aparelho chamado de SpinCare pulveriza um curativo de polímero transparente, semelhante à pele, diretamente na ferida. O produto é resistente à água por 24 horas após a aplicação, e descasca naturalmente assim que a pele tenha cicatrizado. O tratamento pode permanecer na pele danificada por duas ou três semanas.
A camada de pele temporária e transparente que o dispositivo gera pode ser aplicada sem tocar na pele carbonizada, ajudando a prevenir infecções. O SpinCare pode ser utilizado por médicos e outras equipes médicas que trabalham em hospitais ou clínicas ou que prestam atendimento domiciliar, diz a startup em seu site.
Como funciona
“Ao cobrir a ferida, reduzimos a dor, melhoramos a cicatrização e até, por suas características, imitamos totalmente a camada superior da pele, temporariamente, para que ela possa cobrir até que o corpo se cure sozinho”, explica Chen Barak, CEO da Nanomedic.
Ele ressalta a facilidade com que os profissionais de saúde podem aprender a usar o produto, a eficácia do produto em evitar infecções e os termos de tempo, quando comparado aos métodos tradicionais de curativo.
O spray consiste em um dispositivo leve, em forma de pistola, e um kit rotativo de ampolas descartáveis ​​contendo uma solução de polímero. A solução de polímero – na qual os polímeros dissolvidos podem ser naturais ou sintéticos – pode ser combinada com vários aditivos de acordo com a natureza da ferida e as necessidades do paciente: cremes antibacterianos, antibióticos, colágeno, silício, hidrogel e canabinoides.
A camada precisa ser aplicada apenas uma vez no ponto da ferida e permanecer neste ponto até que um novo tecido epidérmico cresça embaixo, um processo que pode levar de uma a três semanas. Quando o novo tecido é regenerado, a pele artificial descasca naturalmente, sem dores para o paciente.
As pessoas podem tomar banho de um a dois dias após o tratamento. Na maioria dos casos de queimaduras, o curativo precisa ser removido e alterado para isso.
O tratamento “destina-se a qualquer tipo de feridas que precisam de tratamento médico, incluindo lesões cirúrgicas e crônicas”, disse Barak.

Produto testado e aprovado
O dispositivo foi utilizado em mais de 100 pacientes em estudos clínicos em Israel em centros médicos como o Sheba Medical Center, o Hospital Ichilov em Tel Aviv e o hospital Rambam em Haifa, bem como vários na Europa.
A NanoMedic pretende lançar o novo produto no mercado no segundo semestre deste ano, primeiro na Europa e depois, após a aprovação da FDA, nos Estados Unidos.
Dr. Chen Barak, CEO da NanoMedic, informou que um preço final para o SpinCare ainda está para ser definido, mas que será significativamente mais barato do que outros produtos avançados no mercado. Além da compra única do próprio dispositivo, as ampolas utilizadas para carregar o polímero também serão relativamente baratas e vão exigir apenas uma aplicação por ferida.
“Sabemos que este é um sistema de entrega muito bom e, portanto, nosso pipeline de P&D possui ampolas que contêm componentes antibacterianos, além de componentes de colágeno que acabará indo para as células”, disse o CEO.
Cerca de 180 mil mortes acontecem a cada ano em todo o mundo por causa de queimaduras, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Mega Personalidades – Patrick Swayze


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(Houston, 18 de agosto de 1952 — Los Angeles, 14 de setembro de 2009) foi um ator, dançarino, cantor e compositor norte-americano.
Começou sua carreira como dançarino clássico, interrompendo-a por problemas recorrentes de lesões originadas na juventude pelo futebol americano. Decidiu então priorizar sua carreira como ator.
Estrelou filmes de sucesso como Ghost, Dirty Dancing, Donnie Darko, Point Break e Steel Dawn . Seu último trabalho foi como Charles Barker, um agente do FBI, na série The Beast. Foi nomeado em 1991, pela revista norte-americana People, como o “Homem mais sexy do mundo”.
Em Dirty Dancing desempenhou o papel de Johnny Castle, um instrutor de dança e dançarino num hotel, contracenando com Jennifer Grey. Este e Ghost foram os filmes pelos quais o ator ficou mais conhecido.
Patrick Swayze nasceu em Houston, Texas, filho de Patricia Yvonne Helen, apelidada de Patsy, uma coreógrafa e dançarina, e Jesse Wayne Swayze. Embora o sobrenome “Swayze” seja de origem francesa, é oriundo da ascendência irlandesa do artista. O irmão dele, Don Swayze, também é ator.

Até os vinte anos, Swayze vivia no bairro de Oak Forest, Houston, onde estudou em Santa Rosa de Lima, uma escola católica. Durante este tempo, desenvolveu múltiplas habilidades artísticas e desportivas, como patinação no gelo, balé clássico, e representação. Estudou ginástica na vizinha San Jacinto College, por dois anos. Em 1972, mudou-se para Nova York para completar sua formação formal de dança no Ballet Harkness e Joffrey Ballet. A escola de dança da mãe de Patrick Swayze realmente foi o amuleto da sorte do ator. Além de ter dado uma carreira de sucesso para o filho, a professora Patsy Swayze também foi a cupido da relação de Patrick com uma das suas alunas, na época com 15 anos de idade, Lisa Niemi. Casados desde o dia 12 de Junho de 1975, o casal não teve filhos. Lisa fez diversos tratamentos para engravidar, mas sofreu dois abortos espontâneos, um em 1990 e outro em 2005.
Swayze morreu em 14 de setembro de 2009, aos 57 anos, após sofrer por dois anos com um câncer pancreático. Antes de saber da doença, o ator disse que num primeiro momento pensou estar sofrendo de indigestão crônica. Quando os sintomas pioraram, procurou seu médico tendo sido feita uma biópsia e o diagnóstico foi câncer. Seu alcoolismo e excesso de consumo de cigarros, mesmo após o diagnóstico, foi apontado como causas do desenvolvimento de tumores no pâncreas, que criaram metástase para o fígado.
Sua assessora de imprensa confirmou a morte, afirmando que ele estava ao lado da família.
O seu corpo foi cremado e suas cinzas dispersas no seu rancho no Novo México.

Serra da Capivara – O Paraíso (quase) Escondido


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Falar do continente americano é falar de forasteiros: o Novo Mundo foi o penúltimo continente desbravado pelo Homo sapiens. Só a Antártida passou mais tempo sossegada. Mas como era a América antes dos humanos? E quando foi que estes primeiros imigrantes começaram a aparecer por aqui? Junto às respostas consensuais para essas perguntas, há uma série de controvérsias científicas que, curiosamente, convergem para um lugar inesperado: o interior do Piauí.
Nos paredões do semiárido brasileiro, homens pré-históricos registravam narrativas para a posteridade. É num pedaço da caatinga do tamanho da cidade de São Paulo que fica a maior concentração de pinturas rupestres do planeta. Há exatos 40 anos, em 1979, essa região foi transformada no Parque Nacional Serra da Capivara – sendo reconhecida, em 1991, como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
A região sudeste do Piauí, onde fica a Serra da Capivara, ocupa uma zona de fronteira entre duas grandes formações geológicas: ao sul, um escudo cristalino do Período Pré-Cambriano, e a bacia sedimentar do mar Siluriano-Permiano, ao norte. Entre 440 e 360 milhões de anos atrás, esse mar cobria a região. Os paredões rochosos da Serra, com mais de 100 metros de altura, foram criados embaixo d’água.
Essa época deixou uma série de vestígios: na região da Serra, já foram encontradas dezenas de fósseis marinhos – mais especificamente, de trilobitas (artrópodes extintos de até 70 centímetros que andavam no fundo do oceano). Há 220 milhões de anos atrás, porém, mudanças geológicas profundas transformaram a paisagem, acabando com a farra dos animais aquáticos: um grande movimento tectônico levantou o fundo do mar no Piauí – e jogou toda a água para o Ceará. Os sedimentos desta tremedeira se tornaram parte dos paredões da Serra – e essa história toda ficou documentada nas camadas dos grandes cânions da Serra da Capivara.
Paredões que, centenas de milhões de anos depois, continuaram a testemunhar fatos pitorescos. Um deles aconteceu outro dia (geologicamente falando). Foi há 115 mil anos, quando começou a última Era do Gelo. O Piauí se tornou uma espécie de oásis – a região, próxima da linha do Equador, nunca congelou. Os planaltos da Serra viram nascer uma floresta tropical úmida, e nas planícies predominavam os campos e o cerrado. Vestígios paleontológicos mostram que o clima ameno atraiu uma fauna exuberante: tigres-dente-de-sabre, preguiças gigantes, mastodontes (parentes do mamute), paleolhamas (uma mistura de cavalo, tamanduá e, é claro, lhama).
Com o fim da Era do Gelo, há 12 mil anos, veio outra transformação climática: a umidade caiu e as temperaturas aumentaram severamente. Ao longo dos 3 mil anos seguintes, os animais da megafauna anterior foram extintos, e a vegetação mudou para se adaptar às novas condições: nascia a caatinga.
Nessa época, já havia humanos por lá. A abundância de sítios arqueológicos na Serra é prova disso. São mais de mil, cheios de instrumentos de pedra lascada, esqueletos humanos e, claro, pinturas rupestres.
Por falar em pinturas, a quantidade de desenhos isolados, chamados de “figuras”, é única no mundo: enquanto sítios europeus possuem de 10 a 12 figuras, apenas na Toca do Boqueirão da Pedra Furada, um dos pontos mais famosos da Serra, há 1.200 pinturas.
A maioria das pinturas rupestres da Serra da Capivara foram feitas entre 6 mil e 12 mil anos atrás. Só como base de comparação, as mais antigas do mundo têm mais de 30 mil.
A riqueza das imagens da Serra, porém, está nas cenas que elas mostram. Na Europa, por exemplo, o mais comum é encontrar animais e cenas de caça – episódios obviamente importantes para qualquer comunidade humana, e que também estão presentes na Serra.
Há quem defenda, porém, que a Serra estava ocupada por humanos bem antes de Zuzu, ou mesmo de Luzia. Estamos falando de Niède Guidon. A arqueóloga franco-brasileira de 86 anos foi a primeira a desconfiar do potencial científico escondido no meio do Piauí. Guidon fez da Serra o trabalho de sua vida. Sua obstinação foi o que levou a Capivara a atrair interesse arqueológico de cunho internacional. Mas a mesma insistência da pesquisadora em teorias controversas trouxe a Serra para o centro de disputas científicas que já duram décadas.
Em 1978, Niède Guidon começou a escavar o sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada, aquele que guarda 1.200 figuras rupestres. Lá, ela encontrou dois dos artefatos mais controversos de sua carreira: pedras que aparentavam ter sido lascadas por Homo sapiens e pedaços de carvão que pareciam vir de fogueiras feitas por humanos.
Ao final da escavação, Niède mandou o carvão para a França, para ser datado em laboratórios de lá. Para a surpresa da própria pesquisadora, os testes de carbono-14 indicavam que a amostra tinha 26 mil anos de idade. Nos anos seguintes, Guidon encontrou objetos progressivamente mais antigos, até que, em 1986, atingiu a data de 32 mil anos. Foi nesse ano que os vestígios da Serra da Capivara ficaram conhecidos mundialmente:” Niède publicou suas descobertas na prestigiosa revista científica Nature, em um artigo em que defende o carvão e as pedras como indícios da presença de seres humanos na América do Sul há 32 milênios.

Esse é um dado que distorce toda a história das ocupações na América: o consenso na comunidade arqueológica é o de que o homem chegou ao Novo Mundo há cerca de 15 mil anos – não muito mais, não muito menos.

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É preciso voltar no tempo para entender a polêmica: o Homo sapiens surgiu na África entre 200 mil e 300 mil anos atrás. De lá, espalhou-se por Europa e Ásia. Há 60 mil anos, nossa espécie atingia a Austrália. Depois, as Américas (de acordo com as teorias mais aceitas, via Estreito de Bering, que era terra seca na Era do Gelo).

E é aqui que a arqueologia chega aos homens de Clóvis – por muito tempo considerados o povo mais antigo da América. Nos anos 1920, nas cidades americanas de Folsom e Clóvis, no Novo México, foram encontradas pontas de lanças ao lado de fósseis de animais de grande porte. Eram armas humanas de 13 mil a 13.500 anos de idade, que comprovavam, pela primeira vez, a presença de homens na América em plena Era Glacial. Daí surgiu a teoria “Clovis First”, segundo a qual todo e qualquer outro grupo humano que habitou o continente teria vindo, necessariamente, depois deles.

Nas últimas décadas, porém, a primazia de Clóvis tem sido fortemente contestada entre os cientistas. Hoje, há centenas de sítios mais antigos ao longo do continente: na Venezuela, no Peru, no Brasil, na Argentina e nos próprios EUA. O sítio Monte Verde, no Chile possui datações de 14,6 mil anos. Mesmo assim, muitos arqueólogos americanos (chamados pejorativamente de “polícia de Clóvis”) ainda duvidam dessas descobertas. Defendem que os achados são só pedras comuns, não ferramentas humanas.

Perceba, porém, que mesmo os artefatos pré-clovis mais aceitos, datando de 15 mil anos, vieram apenas 2 mil anos antes da cultura Clóvis. É uma variação bem menos radical do que sugerem as datações de 20 a 30 mil anos dos achados da Serra – e, justamente por isso, elas são tratadas com amplo cetismo. A maior parte dos especialistas considera que as amostras de carvão de Niède foram criadas por incêndios naturais. Por raios de tempestade, não por pessoas. Números ainda mais antigos do que isso, então, são tidos como absurdos.
Niède, porém, foi encontrando pedras lascadas cada vez mais arcaicas na Serra, e segue certa de que entre elas há ferramentas humanas. Segundo ela, não poderia vir de fogo natural. Uma queimada produziria restos de carvão pra todo lado – os de Niède estavam concentrados num lugar só, protegidos sob paredões da Pedra Furada. Já sua defesa das pedras baseia-se no formado delas: as lascas estão presentes apenas de um lado da pedra, como se tivessem sido moldadas de forma contínua, em uma direção só, e não da maneira aleatória que uma pedra quebra após uma queda, por exemplo.
O mais antigo desses supostos instrumentos tem 100 mil anos de idade. Ele foi a peça final na teoria excêntrica que Niède defende até hoje: há 100 mil anos não apenas existiriam comunidades humanas no Piauí, como elas seriam formadas por homens vindos para a América diretamente do berço da humanidade: da África, e não pelo estreito de Bering.

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Alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias, já diria Carl Sagan. A comunidade científica recebeu as teorias de Niède com tremenda cautela – para não dizer hostilidade. No Brasil, um de seus críticos mais ferrenhos foi o bioarqueólogo Walter Neves, conhecido como “pai” de Luzia. “Eu não acreditava em uma vírgula nas descobertas dela na Pedra Furada, e confesso que achava que era uma questão de incompetência. Mas, quando ela me convidou para visitar a Serra [em 2005] e eu vi os artefatos, foi um choque”, nos disse Walter sobre as pedras lascadas. “Saí da visita 99% convencido de que ali tinha mãos humanas de 30 mil anos atrás, a cronologia de Niède na época. Mas 1% de dúvida ainda é algo extremamente significativo.”

Se Walter é cauteloso quanto aos 30 mil anos, é abertamente cético com relação a qualquer objeto de 100 mil anos: “Isso é Guerra nas Estrelas, ficção científica, nem se discute”. A migração direta pela África também é amplamente descartada. Segundo o arqueólogo André Strauss, professor da USP que trabalhou na Serra da Capivara, mesmo que haja provas de uma migração mais antiga na Serra, esses homens precisariam ter vindo pelo Estreito de Bering mesmo. Para ele, essa suposição é pura extrapolação de Niède.

Apesar de seguir irredutível quanto às suas teorias, Guidon cercou-se de figuras conceituadas para dar continuidade ao seu trabalho na Serra. Quando se aposentou, convidou o arqueológo francês Eric Boeda para dar liderar as pesquisas por lá. Ele goza de respeito e admiração da comunidade arqueológica internacional: dirigiu escavações importantes na Europa, África e Ásia, e é um dos maiores especialistas do mundo em indústria lítica – ou, em bom português, no estudo de ferramentas antigas feitas de pedra.

Em seus 20 anos no Piauí, Boeda, de fato, fez datações mais conservadoras do que Niède – mas elas ainda vão bastante além do que a teoria oficial de ocupação humana no continente é capaz de explicar. Boeda defende que pedras de 22 mil anos sejam instrumentos humanos. Seus números mais extremos chegam à casa dos 40 mil. “Acredito que ele está com uma estratégia inteligente, passando por números mais palpáveis primeiro”, diz André Strauss. “Eric, além de ter prestígio internacional, está aberto ao diálogo, algo difícil com a Niède. Antes de tudo, ele está tentando recuperar a credibilidade dos achados humanos da Serra”, disse Strauss.
A fundadora teimosa
Entre pinturas, pedras lascadas e farpas, uma coisa ninguém contesta: Niède Guidon é uma exímia administradora. Ela vive permanentemente na Serra da Capivara desde 1998, ao lado de uma das instalações que ajudou a fundar, o Museu do Homem Americano. A arqueóloga recebeu a SUPER em sua casa para uma conversa. Com a saúde instável – além da idade avançada, ela já teve dengue, Zika e Chikungunya – Niède segue irredutível e linha-dura tanto em suas descobertas, quanto com sua proteção quase maternal à Serra da Capivara.
O relacionamento entre Guidon e o Piauí já ultrapassa as Bodas de Ouro. Tudo começou em 1963, quando a Serra da Capivara era uma completa desconhecida da arqueologia. Niède trabalhava bem longe, na curadoria do Museu do Ipiranga, em São Paulo, onde foi organizada uma exposição sobre figuras rupestre no Brasil – as únicas conhecidas até então, feitas em Minas Gerais. “Foi quando um senhor, que veio visitar a exposição, me mostrou fotos de outras pinturas, dizendo que também havia esses ‘desenhos de índios’ perto da cidade dele”, conta Niède.
Foi só em 1970 que Niède teve a chance de encontrar pessoalmente os tais “desenhos de índio”. Oito anos de estudo depois, ela criou uma comissão permanente de pesquisa, fruto de uma parceria entre a França e o Brasil. Reuniu biólogos, zoólogos, botânicos e paleontólogos para promover uma ampla investigação em toda a Serra da Capivara. “Não se conhecia nada daqui. Não tinha estrada, nada. Os moradores locais foram nossos primeiros guias, exploramos tudo a pé”.
Fauna, flora e riqueza arqueológica nunca antes documentadas pela ciência foram reunidos em um relatório, que Niède e sua equipe enviaram a Brasília. O pedido de “preservação absoluta” do local culminou, em 5 de junho 1979, no decreto Nº 83.548, que criava oficialmente Parque Nacional Serra da Capivara.
Estabelecer uma área totalmente dedicada a preservação e pesquisa, porém, foi um trabalho árduo. “O governo criou o parque, mas não colocou um funcionário sequer”, conta Niède. Tirar o Parque do papel significava não só torná-lo um instituto de ciências fechado, mas também um bem público, que atraísse turistas e movimentasse a economia da região. Conseguir tudo isso custa dinheiro. E não é pouco.
Quem pintou os paredões há milhares de anos, afinal, não estava pensando na facilidade de exibir sua arte a visitantes externos. O parque precisava ser alcançável, primeiro por estradas, mas também por passagem e pontes internas. Seus 130 mil hectares também tinham de ser protegidos e vigiados.
Guidon e sua equipe angariaram apoio técnico do antigo Banco Interamericano de Desenvolvimento, e receberam doações da Petrobras para manter o Parque de pé. Essas verbas, porém, não foram suficientes para fazer deslanchar o paraíso arqueológico escondido: ainda hoje, a serra recebe só 20 mil turistas por ano. O tamanho da estrutura, ironicamente, dificulta as coisas: a Serra ocupa a área de quatro municípios diferentes, todos com pouca estrutura hoteleira e de transporte, a 522 km distância da capital Teresina.
Se o turismo já é insuficiente para suprir a manutenção do Parque, a situação só piorou quando as verbas públicas ficaram escassas. Os repasses da Petrobras cessaram com a crise geral na empresa. De 270 funcionários que o Parque já teve, hoje só é possível manter 40. A estrutura, hoje, depende de pequenos repasses do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do governo do Piauí.
Em 2014, porém, o BNDES aprovou verba para a construção do último sonho de Niède: o Museu da Natureza (MuNa). Nele, a pesquisadora quis contar a história da Serra de uma forma similar à que você leu nestas páginas: uma viagem no tempo por toda evolução natural da Capivara, que levasse o visitante da época em que o Piauí era mar, até os dias de hoje.
O dinheiro, pedido a primeira vez em 2001, veio sem correção monetária. Os R$ 13,7 milhões, graças à magia da inflação, já compravam três vezes menos tijolos, concreto e massa corrida quando a verba finalmente chegou. O MuNa, porém, insistiu em nascer e foi inaugurado em dezembro de 2018. Final feliz (e aguerrido) para Guidon e sua Serra.
E quanto à origem das pedras lascadas milenares? Elas realmente foram feitas por humanos? Estaria Niede totalmente enganada na tese que guiou toda sua carreira? Apontar para uma conclusão não é tão simples. “Nem todas as perguntas têm como resposta sim ou não. Há uma terceira opção, que talvez seja a mais frequente de todas: não sei”, diz André Strauss. No caso da Serra, essa é a conclusão mais honesta. E é uma resposta perfeitamente científica. Existia gente lá há 40 mil anos? Esse é um debate legítimo, e que segue em aberto.”

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O Xis da Questão – O ‘X’ SE TRANSFORMOU NA VARIÁVEL DESCONHECIDA DA MATEMÁTICA


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Mesmo que você não seja um gênio das ciências exatas, certamente sabe que a letra “X” na matemática representa um termo utilizado para substituir outro que, geralmente, é desconhecido. Mas você sabe como é que essa letra se transformou nessa variável? A resposta a essa questão, ao contrário do que você poderia imaginar, não está relacionada a nenhum cálculo secreto, mas sim com a fonética.
O pessoal da TED — uma respeitada fundação privada sem fins lucrativos que organiza conferências em todo o mundo para disseminar conhecimento — postou um vídeo no YouTube, no qual Terry Moore, durante uma das palestras, explica por que o X foi o escolhido para representar o desconhecido.
Basicamente, quando os textos árabes sobre matemática e outras ciências começaram a chegar na Europa — mais precisamente, na Espanha — lá nos séculos 11 e 12, obviamente os sábios da época se empenharam em traduzir todo esse conhecimento para um idioma europeu comum.
No entanto, alguns sons verbalizados em árabe não possuem correspondência com os idiomas europeus, sem contar que os caracteres desse alfabeto tampouco contam com equivalentes ocidentais. Assim, uma letra árabe muito comum — ? pronunciada “shin” — tem o mesmo som que “shhh” e é utilizada para escrever a palavra “Shalam”, que em árabe significa “algo”, ou seja, ela descreve alguma coisa indefinida.
Assim, os árabes utilizavam o termo “al-shalam” para designar “o desconhecido” que, por sua vez aparecia muito nos antigos textos matemáticos. O problema, contudo, é que, como no idioma espanhol não existe o som “shhh”, os estudiosos que traduziram os antigos textos árabes tiveram que encontrar uma alternativa, adotando o som “ck”, proveniente do grego clássico, para criar uma convenção.
No grego clássico, o som “ck” é representado pela letra “Kai”, cuja grafia é “χ”. E mais tarde, quando os textos espanhóis foram transcritos para o latim — que era o idioma mais comum da época —, o caractere grego foi substituído pela letra X. Uma vez em latim, esses textos serviram de base para os livros de matemática por quase 600 anos, e o “X” acabou se tornando o que é hoje simplesmente porque os espanhóis não têm uma letra para o som “shhh”.

WhatsApp – Tiro pela Culatra Contra os Spans


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Mandou pra mais de 5, dançou… 

O aplicativo censura sua mensagem sem nem mesmo saber o conteúdo

Mensalmente são mais de 2 milhões de contas banidas que supostamente estariam propagando spans.
Dessa forma, comportamentos não permitidos, como o envio de mensagens automatizadas e em grandes quantidades – o famoso “spam” – podem ser detectados sem invadir a privacidade das conversas. Vale lembrar que o novo limite de encaminhamento de mensagens só permite enviar o mesmo conteúdo para apenas cinco contatos por vez.
Ainda de acordo com o material oficial divulgado pela companhia, 75% das contas removidas por ações inadequadas são identificadas por meio do algoritmo de aprendizado de máquina do app.
Para banir usuários sem ler o conteúdo das conversas privadas, o WhatsApp usa metadados do registro no aplicativo e a taxa de envio de mensagens. Por meio dessas informações, não é preciso decriptar o bate-papo. Tudo ocorre por meio do sistema de Machine Learning, um campo de Ciência da Computação que combina inteligência artificial e reconhecimento de modelos. Desse modo, a detecção de abusos se dá em três estágios. Primeiramente, no próprio momento de registro da conta. Em seguida, durante a escrita e envio de mensagens. Finalmente, as reações negativas, por meio de denúncias e bloqueios, também ajudam no combate às contas abusivas.
No momento de registro, os dados do aparelho em que a conta é criada permitem ao WhatsApp verificar suas coordenadas. O número de telefone, o endereço IP do celular e outros detalhes podem ser utilizados para detectar a origem de um problema. O mensageiro consegue verificar se a conta está sendo criada de um mesmo telefone ou de uma mesma rede que mostrou atividade suspeita. Nesse caso, é provável que o aplicativo remova a conta quando o usuário tentar registrá-la. Só nos últimos três meses, o WhatsApp revelou que 20% de contas foram banidas no momento em que eram registradas.
A avaliação de mensagens em tempo real é o segundo estágio. Aqui, é a intensidade de uso que faz a diferença. É relativamente fácil identificar abusos nesse momento – afinal de contas, usuários bem intencionados usam o aplicativo com moderação ao encaminhar conteúdo apenas ocasionalmente. Por outro lado, se uma pessoa envia 400 mensagens por minuto, por exemplo, é bem provável que a conta esteja relacionada a um esquema de uso abusivo do mensageiro.
As reações negativas a uma conta são, enfim, outra ferramenta que permite banir usuários sem que as mensagens sejam lidas. As denúncias enviadas são categorizadas pelo WhatsApp e permitem compreender as motivações das contas que enviam mensagens indesejadas, como espalhar informação falsa (fake news) ou mesmo vender um produto. O software também estimula a proteção contra o envio de mensagens impróprias ao oferecer a opção de bloqueio de informações para números desconhecidos.
Para aprimorar a identificação de reações negativas, o app também filtra bloqueios injustos. Assim, do mesmo modo que o WhatsApp se esforça para identificar o envio excessivo de mensagens, um grande número de denúncias direcionadas a um mesmo usuário também pode ser investigado. Uma das formas de fazer isso é verificar se os números de telefone que efetuaram as denúncias interagiram de fato com a pessoa denunciada.
Inicialmente, o app permitia o envio de um mesmo conteúdo para mais de 200 pessoas simultaneamente.
O WhatsApp foi cenário para diferentes polêmicas em 2018. Golpes envolvendo marcas famosas, como Burger King e Cacau Show, tentaram roubar dados pessoais dos usuários, e o fenômeno Momo perturbou crianças e adolescentes utilizando o chat. Além disso, uma falha envolvendo o emoji de esquilo travava o mensageiro e até os celulares.
As fake news também se tornaram assunto recorrente envolvendo o aplicativo, após uma série de boatos espalhados pela plataforma ocasionar o linchamento e morte de várias pessoas na Índia. A fatalidade fez com que a empresa mudasse sua política de compartilhamento. Aqui no Brasil, as notícias falsas movimentaram as eleições presidenciais. Confira a seguir as maiores polêmicas relacionadas ao WhatsApp em 2018.
Mega Opinião
Colocar no mesmo rol indivíduos que divulgam fake news e profissionais de vendas é um erro grosseiro do aplicativo ou é mesmo feito com intenções obscuras, cercear o direito de trabalhar num mundo com frágil economia é um deserviço à sociedade.

Robô Cirurgião Contra o Câncer de Próstata


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Da Vinci, o robô cirurgião

As cirurgias robóticas já são uma realidade no Brasil. Mais ágil e segura do que os métodos tradicionais, a tecnologia vem auxiliando médicos na busca por resultados cada vez melhores em cirurgias que antes ofereciam riscos aos pacientes, seja na hora da operação ou em um segundo momento, com sequelas que o acompanham por toda a vida. No caso do tratamento cirúrgico para câncer de próstata, ela é, hoje, considerada a melhor opção para o paciente.
Entre as especialidades médicas, uma das mais beneficiada pela cirurgia robótica é a Urologia, abrindo diversas oportunidades para o tratamento não só do câncer de próstata, como também de doenças nos rins, bexiga e todo o trato urinário. Nesses casos, o robô usado é o Da Vinci SI, que entrega movimentos suaves e precisos através de suas pinças articuladas, reproduzindo de forma fiel os comandos das mãos do cirurgião.

Cirurgias que podem ser realizadas com o robô Da Vinci SI

– Prostatectomia: Retirada total ou parcial da próstata

– Nefrectomia: Retirada total ou parcial de um rim

– Pieloplastia: Tratamento na junção do rim com o ureter

– Adrenalectomia: Retirada de uma ou ambas as glândulas suprarrenais

– Cistectomia: Retirada total ou parcial da bexiga

“O paciente só tem a ganhar através da cirurgia robótica. A visão 3D dos campos operatórios permite total controle do procedimento. Outro ponto forte é a preservação dos vasos sanguíneos e nervos essenciais para as funções do organismo, como o controle da urina e a ereção”, explica o Dr. Raphael Rocha, urologista e cirurgião do Hospital São Lucas Copacabana.
A impotência sexual é justamente um dos grandes temores dos pacientes que têm indicação de cirurgia para tratar o câncer de próstata. Nas cirurgias abertas, esse risco é bem elevado, atingindo cerca de 90% dos homens; já na cirurgia robótica, esse número despenca para apenas 10% dos pacientes que ficam com a sequela no pós-operatório.

“Uma das grandes vantagens que a cirurgia robótica proporciona também para o cirurgião é que ela é minimamente invasiva. Muitas vezes o robô opera em orifícios de apenas 8mm, o que diminui muito os riscos de infecção e necessidade de transfusão de sangue. Além disso, no caso das cirurgias em Urologia, o paciente também tem menos chances de desenvolver hérnias”, diz o especialista.
O futuro da tecnologia médica aplicada nas cirurgias robóticas é promissor para a Urologia: na Suécia já estão sendo feitas cirurgias de grande porte para reconstrução da bexiga usando como base uma parte do intestino do próprio paciente, usufruindo de toda a precisão e rapidez que o método proporciona para um resultado excepcional.

Mega Básico – Para que serve a Atmosfera?


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A atmosfera terrestre é uma camada de ar que se mantem presa à superfície da Terra pela ação da gravidade. Assim como o Planeta Terra, outros planetas possuem atmosferas, entretanto, a atmosfera terrestre desempenha funções que são vitais para a manutenção da vida no planeta.
A atmosfera é constituída de diversos gases, como dióxido de carbono, oxigênio, nitrogênio e argônio. O gás carbônico ocupa apenas 0,039% do volume total da atmosfera, mas ele é fundamental para a manutenção de toda a cadeia biológica por ser utilizado pelos vegetais no processo de fotossíntese.
Outro importante gás encontrado na atmosfera é o oxigênio, que corresponde a 21% do volume da atmosfera. O oxigênio garante a vida dos seres aeróbicos, desde simples bactérias até seres complexos como os mamíferos.

Filtrar a radiação solar
A atmosfera é responsável por filtrar a maior parte da radiação solar. Cerca de 40% da radiação é refletida para o espaço pelas camadas superiores da atmosfera. A camada de ozônio, por sua vez, é responsável por filtrar cerca de 95% dos raios ultravioletas B (UVB) emitidos pelo sol.
Proteção contra impactos de meteoros
O espaço sideral está cheio de meteoros e outros tipos de fragmentos que constantemente atingem a o Planeta Terra. Os danos causados por esses corpos não são maiores porque a atmosfera atua como um escudo protetor da superfície. Ao entrar em contato com o ar concentrado da atmosfera, sobretudo oxigênio, os meteoros se fragmentam e entram em combustão, o que impede que causem danos a superfície.

Manutenção das temperaturas médias
4% do volume da atmosfera é composto por vapor d’agua. A presença de vapor d’agua garante a manutenção das temperaturas médias na superfície terrestre. Sem a presença de vapor d’agua, tanto o resfriamento quando o ganho de calor da superfície seriam muito mais rápidos, expondo o planeta a amplitudes térmicas extremas.

Efeito Estufa
A presença de dióxido de carbono na atmosfera garante o chamado efeito estufa. Por ser capaz de absorver calor, o dióxido de carbono evita a perda de calor da superfície, mantendo a superfície aquecida o suficiente para a manutenção da vida.

O que é órbita?


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É o movimento que um corpo celeste realiza ao redor de outro corpo celeste pela influência de sua gravidade. Logo, a órbita terrestre é o movimento que os satélites, sejam eles naturais – como a lua, ou artificiais, realizam em volta do Planeta Terra.
Existem diferentes tipos de órbitas terrestres. Cada uma delas é utilizada por diferentes propósitos dependendo da distância que se encontram da superfície, da área coberta e do tempo necessário para completar a trajetória orbital.
Órbita geoestacionária
Em uma órbita geoestacionária, também chamada de GEO, os objetos permanecem em uma posição fixa em relação a superfície da Terra. De acordo com a Segunda Lei de Newton, para que um objeto em órbita se mantenha em posição fixa em relação a superfície terrestre, ele deve estar a uma distância fixa de 35.786 km do nível do mar e sob a linha do Equador.

A orbita geoestacionária é muito utilizada por satélites utilizados em sistemas de comunicação. Por ficarem na mesma posição em relação a superfície terrestre, eles conseguem cobrir áreas específicas com regularidade, sem que seja necessário interrupções no serviço ou o reposicionamento de antenas responsáveis por captar suas ondas.
Uma órbita baixa da Terra, também chamada de LEO, são aquelas localizadas abaixo da órbita geoestacionária, podendo estar entre 160 km e 2.000 km de distância do nível do mar. A Estação Espacial Internacional está localizada em uma órbita LEO, bem como a maior parte dos satélites meteorológicos e muitos satélites de comunicação.
Órbita polar
As órbitas polares estão entre as baixas órbitas pois possuem altura entre 200km e 1.000km de distância do nível do mar. A particularidade das órbitas polares é que elas varrem a superfície terrestre de polo a polo, formando um ângulo reto com o Equador. Esse tipo de órbita terrestre é muito utilizado por satélite de observação e imageamento da superfície.

Órbita heliossíncrona
Trata-se de um tipo de órbita localizada entre 600 km e 800 km de distância do nível do mar, que descreve uma órbita polar mantendo-se sempre alinhada à posição do sol. Esse tipo de órbita é utilizado por satélites que necessitam de condições de luz para desempenharem suas funções, como satélites óticos.

Órbita média da Terra
As órbitas médias da Terra, também chamada de MEO, são aquelas localizada acima das órbitas LEO e abaixo da órbita GEO, ou seja, entre 2.000 km e 36.000 km de distância do nível do mar. Essas órbitas são muito utilizadas por satélites de geolocalização e para satélites de comunicação que atendem as regiões próxima ao círculo ártico, onde as ondas dos satélites geoestacionários não conseguem chegar.

Órbita terrestre alta
Uma órbita terrestre alta, também chamada de HEO, são as órbitas localizadas acima da órbita geoestacionária, ou seja, acima de 36.000 km de distância do nível do mar. Nestas órbitas, os satélites levam mais de 24 horas para concluir uma revolução completa. Esse tipo de órbita foi muito utilizado durante a Guerra Fria pelos EUA para vigiar o território Russo por meio do projeto VELA.

Órbitas excêntricas
Todas as órbitas citadas descrevem trajetórias circulares nas quais a centrípeta exercida pela gravidade da Terra é a principal propulsora. Diferente dessas órbitas, a orbita excêntrica descreve uma trajetória elíptica, sendo que nas extremidades mais estreitas sua distância da superfície terrestre varia entre 500 km e 2.000 km e nas extremidades mais distantes pode chegar até 150.000 km. Esse tipo de órbita é utilizada por satélites que precisam se afastar da influência eletromagnética e gravitacional da Terra para coletarem dados espaciais.

Toxicologia – Qual é o veneno mais potente?


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Quando você pensa em envenenamento, provavelmente você imagina líquidos densos, guardados em frascos pequenos, com uma caveira no rótulo. Mas, na vida real a coisa não é bem assim.
Só para que você tenha ideia, o veneno mais mortal do mundo é utilizado em tratamentos de beleza. Ou você você não sabia que a toxina botulínica é capaz de matar?
E não é preciso muito para que o veneno mais mortal seja letal. Apenas 0,4 nanograma por quilo já é o suficiente para tirar a vida de um adulto jovem e saudável, de 50 quilos, por exemplo.
Cianureto
Essa substância pode ser encontrada naturalmente em vegetais, como na mandioca; ou sintetizada, em gás ou em pó; e é extremamente tóxica se ingerida ou inalada. Uma pequena dose de 5 miligramas já é o suficiente para matar.
O cianureto age destruindo as células do sangue, causando parada respiratória e destruindo o sistema nervoso central. Seu único antídoto é o nitrito de sódio.

Estricnina
Retirada de uma plantinha conhecida como Strychnos nux vomica, a estricnina está entre os venenos mais fatais do mundo. Se você ingerir, inalar ou mesmo deixar entrar em contato com a pele apenas 2,3 miligramas do veneno, pode ser seu fim.
O pior de tudo é que não existe antídoto para esse tipo de veneno, embora o Diazepan intravenoso amenize os sintomas da estricnina. Sobre seu envenenamento, a substância, utilizada desde o século 19 no extermínio de ratos, gera convulsões, espasmos musculares e morte por asfixia (muito embora já tenha sido utilizada como anabolizante, para aumentar as contrações musculares dos atletas).

Sarin
A substância é sintetizada em laboratório e contamina se for inalada. Apenas 0,5 miligrama é suficiente para envenenar. Aliás, para quem não sabe, esse era o gás utilizado em uma das armas químicas mais poderosas que existem.
Em contato com o organismo, o veneno desabilita os músculos, causa parada cardíaca e respiratória. Mas, esses efeitos podem ser interrompidos com o remédio atropina.

Ricina
Extraída da mamona, a ricina contamina pela ingestão ou pela inalação. Ela não tem antídoto e 22 microgramas já são suficientes para matar.
Esse é considerado o veneno mais mortal do mundo de origem vegetal. No organismo, ele provoca dor de estômago, diarreia, vômito com sangue e, claro, a morte. No caso de crianças, apenas uma semente de mamona já é letal.

Toxina diftérica
Essa toxina vem de um bacilo, chamado Corynebacterium diphtheriar. A contaminação com esse tipo de veneno acontece por meio de gotículas de saliva, vindas da fala ou do espirro das pessoas contaminadas, por exemplo.
Para que você tenha noção da potência desse veneno, 100 nanogramas já pode ser considerada uma dose letal. Mas, a boa notícia é que o soro antidfitérico suspende o efeito mortal da toxina.
Agora, se ele não for administrado em tempo hábil, a difteria atinge órgãos como o coração, o fígado e os rins.

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Essa toxina é produzida pelas bactérias dos gêneros Shigella e Escherichia. Ele contamina pela ingestão de bebidas ou de alimentos contaminados. Com apenas 1 nanograma você já pode morrer envenenado e o pior de tudo é que não existe antídoto para isso.
Normalmente, tratam-se os sintomas até que o veneno seja expelido pelo corpo, mas isso pode não resolver completamente o problema.
No organismo, o veneno causa diarreia, destrói a mucosa do intestino, causa hemorragia, impede a absorção de água e pode acabar levando à morte por desidratação.

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Toxina tetânica
Vinda da bactéria Clostridium tetani, essa toxina envenena só de entrar em contato com a pele, especialmente se estiver com ferimentos. Uma porção minúscula de 1 nanograma já é o suficiente para matar, caso não seja administrado o soro antitetânico.
A toxina, inclusive, causa o tétano, doença que ataca o sistema nervoso provocando espasmos musculares, dificuldade de deglutição, rigidez muscular do abdome e taquicardia.

Toxina botulínica
Proveniente da bactéria Clostridium botulinum, essa é a mesma toxina que, em pequenas doses, ajuda a mulherada a lutar contra as rugas, por meio de aplicações locais. Mas, não se engane.
Essa toxina é o veneno mais mortal do mundo, muito mais potente que os venenos de cobra, por exemplo.
No organismo, em doses iguais ou superiores a 0,4 nanograma, ela age diretamente no sistema neurológico, causa paralisia respiratória e pode levar até a morte, caso seu antídoto, a antitoxina trivalente equina, não for administrado em tempo hábil.

Medicina – A Demência Senil


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Demência é uma categoria genérica de doenças cerebrais que gradualmente e a longo prazo causam diminuição da capacidade de raciocínio e memória, a tal ponto que interfere com a função normal da pessoa.
O tipo mais comum de demência é a doença de Alzheimer, responsável por 50 a 70% dos casos. Entre outras causas comuns estão a demência vascular (25%), demência com corpos de Lewy (15%) e demência frontotemporal. Entre outras possíveis causas, menos prováveis, estão a hidrocefalia de pressão normal, doença de Parkinson, sífilis e doença de Creutzfeldt-Jakob. A mesma pessoa pode manifestar mais de um tipo de demência.
O diagnóstico tem por base a história da doença e exames cognitivos, complementados por exames imagiológicos e análises ao sangue para despistar outras possíveis causas.
Não existe cura para a demência. Em muitos casos são administrados inibidores da acetilcolinesterase, como a donepezila, que podem ter alguns benefícios em demência ligeira a moderada.
Em 2015, a demência afetava 46 milhões de pessoas em todo o mundo. Cerca de 10% de todas as pessoas desenvolvem demência em algum momento da vida. A doença é mais comum à medida que a idade avança. Enquanto entre os 65 e 74 anos de idade apenas cerca de 3% de todas as pessoas têm demência, entre os 75 e os 84 anos a prevalência é de 19% e em pessoas com mais de 85 anos a prevalência é de cerca de 50%. Em 2013, a demência foi a causa de 1,7 milhões de mortes, um aumento em relação aos 0,8 milhões em 1990. À medida que a esperança de vida da população vai aumentando, a demência está-se a tornar cada vez mais comum entre a generalidade da população. No entanto, para cada intervalo etário específico a prevalência tem tendência a diminuir devido à diminuição dos fatores de risco, pelo menos nos países desenvolvidos. A demência é uma das causas mais comuns de invalidez entre os idosos. Estima-se que em cada ano seja responsável por custos económicos na ordem dos 604 mil milhões de dólares. Em muitos casos, as pessoas com demência são controladas fisicamente ou com medicamentos em grau superior ao necessário, o que levanta questões relativas aos direitos humanos. É comum a existência de estigma social em relação às pessoas afetadas.
A demência é um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente as pessoas da terceira idade. Todavia a expressão demência senil, embora ainda apareça na literatura, tende a cair em desuso. A maior parte do que se chamava demência pré-senil é de fato a doença de Alzheimer.O risco de demência é maior em pessoas que vivem perto de autoestradas ou vias com muito trânsito.

Entre 2001 e 2012, investigadores acompanharam dois milhões de pessoas no Canadá e concluíram que 7% dos casos de demência diagnosticados diziam respeito a pessoas que viviam até 50 metros de distância de estradas com muito tráfego automóvel.

O estudo publicado na revista médica “The Lancet”, indica que ao longo desses 11 anos foram diagnosticados 243 611 casos de demência e observou-se que havia mais casos da doença entre os que viviam perto de estradas congestionadas. Nestes casos, o número de diagnósticos foi 4% superior em pessoas quem residiam entre 50 e 100 metros de distância destas vias e 2% entre os que moravam entre 101 e 200 metros.
Ou seja, entre 7% a 11% dos casos de demência diagnosticados em moradores até 50 metros de uma via de movimento intenso podem estar relacionadas com o trânsito.
Os principais fatores de risco modificáveis para a demência são, no intervalo entre os 18 e os 45 anos o baixo nível de escolaridade. No intervalo entre os 45 e os 65 anos são a hipertensão, a obesidade e a perda de audição. No intervalo superior a 65 anos são o fumar, a depressão, a inatividade física, o isolamento social e a diabetes.
Atualmente, o principal tratamento oferecido para as demências baseia-se nas medicações inibidoras da colinesterase (donepezil, rivastigmina ou galantamina), que oferecem relativa ajuda na perda cognitiva, característica das demências, porém, com uma melhora muito pequena. Nesse sentido, a melhora das funções cognitivas verificadas no estudo avaliado não pode ser relacionada apenas a esse tipo de medicação.

Embora os pacientes do estudo avaliado evidenciassem um quadro de demência moderada e depressão, pesquisa de Kessing et al. (no prelo) demonstrou que o uso de antidepressivos em longo prazo, em pessoas com demência sem um quadro de depressão, diminuiu a taxa de demência e minimizou as perdas cognitivas associadas, sem, no entanto, ter reduzido tais perdas totalmente. Esse estudo também identificou que os antidepressivos utilizados em curto prazo geraram mais prejuízos às funções cognitivas em pessoas com demência. Portanto, apenas o uso de antidepressivos em longo prazo foi que surtiu um efeito protetivo.

Desse modo, podemos considerar que os antidepressivos usados em longo prazo, além de tratarem os quadros de depressão, que podem estar associados aos quadros de demência, são benéficos para o tratamento desta patologia. Alguns estudos revelaram que os antidepressivos podem ter efeitos neuroprotetivos, aumentando o nascimento e permitindo a sobrevivência de neurônios nas zonas do hipocampo (parte do cérebro relacionada principalmente à memória).
Um estudo publicado no “Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory and Cognition” conclui que os declínios que se verificam na memória reconstrutiva são indicio de um comprometimento cognitivo leve e de demência de Alzheimer, e não se verificam no envelhecimento saudável. “A memória reconstrutiva é muito estável em indivíduos saudáveis​​, de modo que um declínio neste tipo de memória é um indicador de comprometimento neurocognitivo” revela Valerie Reyna.
O envelhecimento da população leva a um aumento das doenças crônicas e degenerativas, acarretando um maior custo-paciente na área de saúde e a necessidade de inúmeras adaptações sociais, ambientais e econômicas. É provável que, em 2025, o Brasil se torne o 6.º país com mais idosos no mundo.[carece de fontes] O número de vítimas de demências aumenta exponencialmente com a idade afetando apenas 1,1% dos idosos entre 65 e 70 anos e mais de 65% depois dos 100 anos. A média em São Paulo no ano de 1998 na população acima de 65 anos foi estimada em 7,1%.