Ecologia – Peixe mais cobiçado do mundo em risco de extinção


atum
Frango do mar – em inglês, Chicken of the Sea. Este é o nome de uma marca hoje pertencente ao maior fabricante de atum em lata do mundo, o Thai Union Group. A comparação fazia sentido em 1914, quando a Chicken of the Sea foi criada: o atum, até então destinado majoritariamente à alimentação de gatos, começava a ganhar importância na dieta dos humanos dos Estados Unidos. Para convencê-los a comprar a novidade, exaltava-se a qualidade do produto: carne macia, de sabor suave.
Com o devido respeito aos galináceos, a analogia é uma afronta ao atum. Como o mundo viria a aprender ao longo do século 20, esse peixe de sangue quente tem uma das carnes mais saborosas dos mares. Por isso mesmo, o atum tornou-se um favorito global. Sua carne gorda e suculenta está presente em uma gama enorme de pratos, que vão da larica improvisada à alta gastronomia.
Até porque o preço do atum varia imensamente, de acordo com a espécie. As mais valorizadas são a Thunnus maccoyii, a Thunnus orientalis e a Thunnus thynnus, todas conhecidas pelo nome genérico bluefin – “barbatana azul”. São animais enormes – o maior bluefin já capturado pesava 780 quilos, tanto quanto um Fusca. Eles são, portanto, vendidos aos pedaços. A parte mais apreciada e mais cara encontra-se na barriga do peixe. A ventrecha do bluefin, mais conhecida por seu nome em japonês (o-toro), é uma carne gorda, rosada. Deliciosa. Um único sushi desse corte chega a custar R$ 100 nos restaurantes de São Paulo. Como um sushi leva entre 10 gramas e 15 gramas de peixe, o quilo do o-toro pode chegar a R$ 10 mil para o consumidor final.
O lucro insano que um único atum pode proporcionar fez com que a bióloga marinha americana Barbara Block, da Universidade Stanford, apelidasse o bluefin de cocaína do mar. Mais poética, a pesquisadora inglesa Lucy Hawkes, da Universidade de Exeter, chama o atum de Ferrari do oceano. Os cardumes, com algumas dezenas de indivíduos, fazem viagens transoceânicas a 90 quilômetros por hora. “Para os biólogos, o atum é o epítome da excelência hidrodinâmica; ele é rápido, poderoso e tem o design ideal”, derrama-se Richard Ellis, também biólogo marinho.*
A indústria da pesca, menos reverente, fez do atum uma espécie de boi marítimo.
Mas não por se tratar de um peixe grande e de carne vermelha, e sim porque a altíssima demanda pelo bluefin fez surgir um sistema de produção semelhante ao do gado. Os animais são confinados em currais flutuantes, onde não fazem nada além de comer até atingir o peso ideal para o abate. O método mostrou-se ainda mais daninho à espécie do que a pesca indiscriminada, pois presume a captura de animais muito jovens para o confinamento. Como esses peixes são impedidos de procriar, a população de bluefin está caindo num ritmo preocupante.

Sommeliers de atum
Em dezembro de 2004, o jornal japonês Yomiuri Shimbun estampou uma notícia curiosa. O cliente de um sushi bar de Nagoya acusou o dono do estabelecimento de mentir sobre a procedência do atum. O peixe era vendido como se houvesse sido pescado no Estreito de Tsugaru, entre as ilhas de Honshu e Hokkaido. Ao provar seu sashimi, o homem achou a carne gordurosa demais para um animal capturado na natureza. Ele tinha razão a respeito da fraude: uma investigação provou que a origem do pescado era uma fazenda de atum na Turquia.
Não surpreende tamanha sensibilidade. O Japão consome 80% de todo o atum bluefin pescado ou criado no mundo. No Brasil, ele é pouco servido. Mas lá a obsessão chega a ponto de existirem especialistas análogos aos sommeliers de vinho – gente capaz de identificar, pelo sabor, o terroir do peixe, no caso, o hábitat de onde ele veio. A exibição mais gritante da “atumania” japonesa é o mercado de Tsukiji, em Tóquio, onde todas as manhãs são leiloados centenas de peixes para varejistas e donos de restaurantes. Uma vez ao ano, no primeiro sábado de janeiro, há um leilão cerimonial em que um exemplar de bluefin é arrematado por um preço exorbitante – por uma questão de marketing, já que o restaurante vencedor ganha fama nacional instantaneamente. O recorde foi estabelecido em 2013: US$ 1,76 milhão por um peixe que depois renderia US$ 80 mil com a venda da carne, mais um valor intangivelmente alto para a imagem do estabelecimento vendedor da carne.
Até meados do século passado, nem o Japão nem lugar algum no mundo dava valor ao atum bluefin. Enquanto espécies menores, como a albacora e o atum-bonito, já alimentavam a gigantesca indústria de enlatados (que corresponde a 99% do mercado de atum), a carne do grandão de barbatanas azuis era vendida para alimentar gatos. “Ninguém apreciava a carne sanguínea, de sabor intenso”, diz a chef Telma Shiraishi, do restaurante paulistano Aizomê, pesquisadora dos hábitos alimentares japoneses.
A mudança veio na esteira de dois marcos históricos: o barateamento dos equipamentos de refrigeração e a vitória aliada na Segunda Guerra. Freezers deixaram mais acessível o peixe cru, o que proporcionou a explosão do consumo de sashimi e sushi no Japão. Já a tara por atum bluefin é cortesia dos EUA.
Depois de Hiroshima e Nagasaki, o Japão foi bombardeado outra vez – agora pela cultura americana, e mudou seus hábitos alimentares. “Foi por influência ocidental que começaram a apreciar as carnes mais gordas, como a do bluefin.” Para saciar esse novo apetite, a pesca evoluiu para métodos cada vez mais eficazes (e destrutivos): barcos com múltiplas varas de pescar, redes flutuantes com quilômetros de extensão e o espinhel, uma traquitana flutuante com muitas linhas e anzóis. A voracidade dos pescadores e de seus clientes fez com que os cardumes minguassem, o que quase aniquilou o mercado de atum nos anos 1990. Os animais capturados eram pequenos demais para ter valor comercial.
Foi quando começou, na Austrália, a criação de atum em cativeiro – ou quase isso. Não existe maricultura legítima de atum porque até hoje ninguém conseguiu dominar o processo inteiro, a partir da eclosão dos ovos. As fazendas – ou ranchos – de bluefin são povoadas com peixes jovens, capturados nos oceanos. Eles não se reproduzem em cativeiro. Ao encarcerar um atum, então, você elimina a chance de que ele se reproduza.
Um helicóptero localiza o cardume de atuns adolescentes e avisa o barco pesqueiro. A embarcação envolve os peixinhos com uma rede, que é arrastada dentro d’água até o curral fixo. Trata-se de uma estrutura circular e flutuante, no meio do mar, em que os atuns vão morar até morrer. Nesse intervalo, que pode durar vários meses ou até um ano, eles são alimentados intensivamente com peixes menores – sardinhas, principalmente. Quando está gordo o bastante para o leilão de Tsukiji, dois “caubóis de atum” cuidam do abate como boiadeiros encarregados de capturar uma rês desgarrada. Um deles entra no curral usando equipamento de mergulho e escolhe a vítima, que é forçada a nadar até uma plataforma acoplada a um barco. Lá o peixe é agarrado a partir das guelras pelo segundo caubói, que desfere o golpe mortal no cérebro, com um arpão. Hoje, aliás, as fazendas de bluefin estão espalhadas pelo mundo, de Cabo Verde às Filipinas, mas não existem no Brasil – as frotas japonesas aniquilaram os cardumes, antes abundantes no Nordeste, já nos anos 1970. A produção é maior no Golfo da Califórnia (México) e no Mar Mediterrâneo, zonas naturais de reprodução do peixe.
Embora seja impossível fazer recenseamento de peixes, a variação no número de indivíduos pode ser verificada pela disponibilidade da pesca. A população de bluefin selvagem está em evidente declínio. Para interromper esse processo, entidades ambientais tentam estabelecer cotas, mas encontram uma série de obstáculos.
O mais óbvio é a resistência das partes economicamente interessadas: sempre que a restrição é posta em discussão, surge o argumento do desemprego que ela geraria na indústria da pesca.
Mas existe uma boa notícia. Os consumidores japoneses parecem ter percebido que algo precisa ser feito para o sushi não sumir do mapa. Nos últimos dois anos, o lance vencedor do leilão de janeiro em Tsukiji despencou de quase US$ 2 milhões para US$ 37,5 mil – sinal de que o marketing ligado à pesca irresponsável de atum não funciona mais.
E a notícia mais promissora dos últimos tempos para os fãs do peixe também vem do Japão: em abril deste ano, um time da Universidade Kinki, em Wakayama, anunciou que conseguiu procriar o bluefin em cativeiro. Se vai dar certo em escala industrial, não se sabe ainda. Mas caso esse tipo de iniciativa fracasse, não tem outra saída: os melhores restaurantes de sushi vão perder seu grande e gordo protagonista.

10.502 – Envenenamento – A Histamina no Pescado


O envenenamento por histamina é um problema a nível mundial e ocorre em países onde se consome pescado contendo altos níveis da substância. Os pescados possuem três causas de deterioração: por alteração autolítica, oxidativa e microbiana; e ocorrem alterações bioquímicas produzidas por este crescimento microbiano.
A histamina é formada no peixe post mortem através da descarboxilação bacteriana do aminoácido histidina. Algumas espécies de peixes possuem uma alta quantidade de histidina como a família Scombridae, como o atum, cavala, cavalinha e bonito, mas podem estar também envolvidas espécies não escombroides como o camarão e a sardinha. As bactérias que produzem a histamina são Morganella morganii, Klebsiella pneumoniae, Hafnia alvei, Vibrio sp, Clostridium e Lactobacillus sp.
A histamina no peixe é um problema de saúde publica e causa no ser humano intoxicação e processo alérgico. A legislação brasileira (Portaria nº 185 de 13/05/1997) estabelece um limite máximo de 100 ppm para pescados formadores de histamina. O método laboratorial de identificação e quantificação mundial é por cromatografia liquida de alta eficiência. O grande problema é que a histamina é termoestável, ou seja, depois de formada, nem esterilização a inativa. Além disso, ela não modifica as características sensoriais, não sendo detectada facilmente.
O termo aminas biogênicas refere-se a aminas não voláteis tal como a cadaverina, putrescina, espermidina, espermina, tiramina, triptamina e histamina, produzidas após a morte do peixe. Além da histamina, estas outras aminas biogênicas cuja ocorrência no peixe deteriorado é bem conhecida, podem ser formadas e estas potencializam a ação da histamina, e ao ingerir causa um quadro clínico mais severo.
O controle da produção da histamina é a manutenção do peixe à baixa temperatura durante toda a armazenagem, o que diminui a atividade microbiana, e manter a higiene desde a captura até a mesa do consumidor. Todos os estudos parecem concordar que a armazenagem a 0°C ou muito próximo desta temperatura limita a formação de histamina no peixe a níveis desprezíveis.

10.268 – Cientistas querem o fim de toda a pesca em alto mar


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Águas profundas absorvem 1,5 bilhão de toneladas de CO2
Biólogos marinhos fizeram na semana passada um apelo radical para proteger a biodiversidade e sequestrar carbono da atmosfera: eles querem o fim de toda a pesca em alto mar.
Isto compreende as partes do oceano que ninguém possui, ou reivindica, por estarem além das zonas econômicas de 200 milhas patrulhadas e por vezes disputadas por governos nacionais. São também o que cientistas do clima chamam de um sorvedouro de carbono, uma fonte natural de sua remoção da atmosfera.
A vida nas águas profundas absorve 1,5 bilhão de toneladas de CO2 da atmosfera e enterra meio bilhão de carbono no mar por ano, de acordo com Rashid Sumaila, da Universidade da Columbia Britânica, e Alex Rogers, da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Os dois colocaram um valor na vida nos altos mares em U$ 148 bilhões por ano, em sua capacidade de sequestrar carbono.
Apenas um centésimo dos peixes que chegam a todos os portos do mundo são encontrados só no alto mar. Nesta região são pescadas 10 milhões de toneladas, com um valor de mercado de U$ 16 bilhões.
“Manter peixes nestas áreas tem mais valor do que apanhá-los,” diz Sumaila. “Se perdermos a vida no alto mar, teremos de encontrar outro modo de reduzir emissões, a um custo muito mais alto.”
Sumaila ajudou a calcular o valor econômico do carbono armazenado pela vida no alto mar aplicando preços à sua quantidade, e isto incluiu os benefícios de mitigação dos custos da mudança do clima, informa o Escience News.

10.267 – Maior varejista online do Japão para de vender carne de baleia


Decisão envolve também golfinhos, mas não peças de marfim
O varejista online Rakuten afirmou hoje que vai abandonar até o final de abril todas as vendas de carne de baleia e golfinho, depois de esta semana a Corte Internacional de Justiça de Haia ter ordenado que o Japão pare imediatamente de caçar baleias no Oceano Sul.
O veredito de segunda-feira, no entanto, não cobre a venda de carne de baleia no país, que é legal, ou a caça a um número delas no noroeste do Pacífico e em suas águas costeiras.
As aquisições da Rakuten incluem a Buy.com (agora Rakuten Shopping) nos EUA e a Play.com no Reino Unido. Ela é dona da empresa de leitores de e-books Kobo e importante acionista do Pinterest. “A Rakuten, que expandiu sua presença global em anos recentes, também pediu a suas subsidiárias que removam todos os itens relacionados de suas vendas”, disse uma fonte do varejista.
Até recentemente, o site da companhia tinha mais de 28.000 anúncios de produtos derivados de presas de elefantes e 1200 de baleias., de acordo com a Agência de Investigação Ambiental e a Humane Society International. As vendas cobriam não apenas carne, mas ainda pele, ossos, e outros produtos.
“Há no Japão um enorme comércio ilegal de marfim e os milhares de anúncios na Rakuten ajudam a fomentar a matança em massa de elefantes em toda a África”, disse Allan Thornton, presidente da agência. “Estamos pedindo à empresa que pare imediatamente a venda de produtos de marfim”.
Clare Perry, também da agência, afirmou que “a remoção dos produtos das baleias são um passo bem-vindo e um reconhecimento claro da empresa que as vendas são perigosas tanto para sua reputação internacional como para a saúde dos consumidores”. Eles contém até 20 vezes o nível de mercúrio recomendado pela agência de regulamentação japonesa de alimentos, informa o International Business Times.

9772 – Biologia Marinha – Tubarões em Perigo


Discovery & Mega de ☻lho nos oceanos

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Sobrepesca
Tal como centenas de outras espécies de peixes, os tubarões se encontram sob uma pressão crescente por parte da indústria de pesca mundial. Com o declínio das reservas de peixes comestíveis no mundo, muitas das frotas pesqueiras estão se voltando para os tubarões como uma fonte alternativa de alimento, o que pode vir a provocar efeitos catastróficos não somente nas populações de tubarões em geral, mas também nos ecossistemas marinhos como um todo.
As populações de tubarões demoram muito tempo a se recomporem da sobrepesca. Esses animais possuem um crescimento lento e demoram a atingir a maturidade sexual – 20 anos ou mais, dependendo das espécies. Em comparação às outras espécies de peixes, os tubarões dão à luz poucas crias. Estes fatores já colocaram a sobrevivência de várias espécies de tubarões em perigo, principalmente em áreas costeiras com grandes populações, como na costa da América, no Atlântico Norte.
O declínio no número de espécies de tubarões provoca sérias conseqüências no ecossistema em que vivem. Os tubarões são uma parte vital da cadeia alimentar e a sua natureza predatória ajuda a manter sob controle as populações marinhas. Sem tubarões para manter um equilíbrio saudável, o ambiente marinho está sujeito a sofrer enorme risco de danos permanentes.

9757 – Pesca – Cuidado com a Perkinsiose


O Perkinsus marinus causa uma doença de importância econômica em moluscos bivalves. Este parasito é um protozoário do filo Apicomplexa e infecta as ostras e as amêijoas, ocasionando uma infecção de notificação obrigatória pela OIE (World Organisation for Animal Health) e foi notificada no Brasil pelo Ministério da Pesca.
Todas as cepas e fases deste protozoário são infectantes. Sua infecção ocorre por contato de hospedeiro a hospedeiro. O ciclo de vida precisa essencialmente de temperatura e salinidade. Este parasito é sensível à dessecação, cloração, UV e água doce. Não são conhecidos hospedeiros selvagens.
Os principais hospedeiros acometidos são as ostras e as amêijoas. As espécies de ostras são: Ostra Americana – Crassostrea virginica, Ostra do Mangue – Crassostrea rhizophorae (que foi descrita no Brasil) e Ostra do Pacífico – Crassostrea gigas. Amêijoa – Mya arenaria e Macoma balthica. O Perkinsus marinus parasita o epitélio do tubo digestivo, tecido conjuntivo e hemócitos. A infecção crônica é geralmente fatal e tem duração de 1 a 2 anos. Observa-se a presença de bivalves mortos ou abertos nos cultivos, tecido fino e aquoso e resposta lenta de fechamento das valvas.
A transmissão se dá principalmente pela água com fezes e com a decomposição de animais mortos contaminados. Fatores ambientais como aumentos de salinidade e temperatura são diretamente relacionados com a infecção. A prevalência é de até 100% em ostras C. virginica e de 10% em amêijoas. Tem sua distribuição geográfica na Costa Leste Norte Americana e na Costa do Pacífico do México. Não se conhecem vacinas. As drogas utilizadas para tratamento são: N-halamina, bacitracina, cicloheximida e água doce. É feita a seleção genética com a linhagem de sobreviventes e repovoamento com essas espécies resistentes. São recomendadas práticas de manejo como o cultivo em águas de menor salinidade e uso de linhagens precoces e tolerantes.
O diagnóstico é clínico-epidemiológico. Amostras da branquial e do manto são mandadas para o diagnóstico no qual é feito o cultivo em meio de RFTM (Ray’s Fluid Thioglycollate Culture Method) que tem como objetivo favorecer a visualização do P. marinus. Na histopatologia há visualização de inclusão parasitaria, utiliza AFA de Davidson ou formol 10% tamponado para conservar a amostra, esfregaço e técnicas moleculares como hibridização in situ (ISH) e PCR também são feitos.

9663 – Nem aí pro Oscar… – Pescadores japoneses saem novamente ao mar para capturar mais golfinhos


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Pescadores japoneses voltaram ao mar para tentar capturar mais golfinhos na costa do arquipélago, anunciaram organizações de defesa dos animais, que tentam alertar a opinião mundial sobre a prática.
O governo japonês defendeu a caça a golfinhos em sua costa, confrontando a nova embaixadora americana, Caroline Kennedy, que criticara a caça recentemente em um post no Twitter, no qual a qualificava de “desumana”.
Kennedy se opôs a uma forma de pesca conhecida como “drive hunt”, em que golfinhos são conduzidos por barcos a uma área da qual não podem escapar, onde dezenas ou, talvez, centenas de animais são capturados. Críticos haviam considerado a prática desumana em razão do número de golfinhos mortos e da ameaça que isso traz às populações do animal.
Ativistas da associação de defesa dos animais Sea Sheperd, com sede nos Estados Unidos, viajaram a Taiji, no oeste do Japão, para denunciar o que consideram uma carnificina.
Segundo este organismo, desde o início da temporada de pesca de golfinhos nesta região 41 cetáceos foram mortos e 52 foram capturados para serem vendidos vivos por somas que podem alcançar milhares de dólares. Mais de 200 animais foram confinados na baía e parte deles foi libertada, acrescentou a Sea Sheperd.
Esta prática local foi divulgada em todo o mundo no documentário “The Cove”, de 2009, que obteve o Oscar de melhor documentário em 2010.
As autoridades e os pescadores de Taiji afirmam, no entanto, que esta atividade é primordial para a economia da comunidade e acusam os ativistas de não respeitarem a cultura local.

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7593 – Cadê o tutu, barão? Pescador foi multado por por capturar tubarão e posar para fotos


O pescador sul-africano Leon Bekker foi multado em cerca de R$ 27 mil depois que posou para fotos com um tubarão branco que havia capturado em março de 2011 em Mossel Bay, na África do Sul, segundo reportagem do jornal “Cape Times”.
De acordo com o periódico, Bekker é a primeira pessoa a ser condenada em 22 anos. A lei que entrou em vigor em 1991 proíbe a caça de tubarões brancos. O pescador também foi condenado a um ano de cadeia, mas a pena foi suspensa por cinco anos.

A pesca ao tubarão branco foi proibida na África do Sul
A pesca ao tubarão branco foi proibida na África do Sul

7570 – O que é a piracema?


É o movimento dos cardumes de peixe que nadam rio acima, contra a correnteza, para realizar a desova no período de reprodução. A palavra vem do tupi e significa algo como “saída de peixes”, como os índios descreviam esse fenômeno que ocorre com milhares de espécies no mundo inteiro. Na maior parte do Brasil, a piracema coincide com o período das chuvas de verão.
Quando a temperatura da água e do ar esquenta e o nível do rio sobe em até 5 metros, os peixes percebem que é hora de vencer a correnteza para se reproduzirem. Junto à cabeceira dos rios, a chance de sobrevivência dos recém-nascidos é maior”, afirma o biólogo Geraldo Barbieri, do Instituto de Pesca de São Paulo, entidade do governo estadual. O ponto de partida é o chamado lar de alimentação, onde os peixes encontram comida suficiente para sobreviver na maior parte do ano.
Na jornada rio acima, o esforço contra a corrente é essencial para o processo de reprodução, pois os peixes queimam gordura e estimulam a produção de hormônios responsáveis pelo amadurecimento dos órgãos sexuais.
A duração da viagem varia bastante. Peixes como as piavas não vencem mais do que 3 quilômetros por dia, mas há registros de curimbatás que chegaram a rasgar 43 quilômetros de rio em apenas 24 horas. Para todos, porém, a jornada é cheia de perigos. Além de superar cachoeiras, predadores e outros obstáculos naturais, esses animais precisam também vencer a pesca predatória.

Alguns peixes sobem até 600 quilômetros de rio para procriar
No período de chuvas, os cardumes iniciam a subida dos rios para a desova. Peixes como o curimbatá e o dourado migram mais de 600 quilômetros até o local da reprodução. No trajeto, o testículo dos machos aumenta de tamanho, fica repleto de sêmen e esbranquiçado. Nas fêmeas, o aspecto amarelado das ovas indica a presença de vitelo, rica reserva de alimento presente nos óvulos que sustentará os futuros peixinhos.
Na hora da fecundação, a fêmea lança todo o seu conjunto de óvulos no fundo do rio. O número varia bastante: a piava desova em média 160 mil óvulos, enquanto para a fêmea de dourado o total pode ultrapassar 1,5 milhão. O próximo passo é dado pelos machos, que despejam sucessivos jatos de sêmen sobre os óvulos, dando origem a ovos fertilizados.
Após a fecundação, os peixes iniciam o caminho de volta. Os ovos são hidratados pela água, aumentam três vezes de tamanho e são carregados pela correnteza. A maioria não resiste e se torna alimento de peixes carnívoros. Só os que alcançam as águas calmas de várzeas e lagoas marginais é que conseguem sobreviver – menos de 1% do total.
Poucas horas após a fecundação, a larva rompe a casca do ovo e durante três dias tem a reserva de vitelo como principal alimento. Após duas semanas, o peixe, com pouco mais de 1 centímetro, já tem nadadeiras e escamas e consome microorganismos aquáticos das lagoas marginais, locais ricos em alimentos e que funcionam como verdadeiros berçários.

Na hora do acasalamento, a iniciativa é das fêmeas
Durante o trajeto da piracema, os peixes “namoram” até quatro horas antes de iniciarem o processo de fecundação. Esse período de paquera entre machos e fêmeas parece um verdadeiro balé aquático. Nadando no meio do rio, os machos são tocados por duas fêmeas, que vêm pelas laterais. Os peixes se roçam, nadam em círculos e emitem um ruído estridente, enquanto lançam óvulos e sêmen no fundo do rio.

6878 – Máquina Estatal – O Ministério da Pesca



Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) assessora direta e imediatamente o Presidente da República na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento da produção pesqueira e aquícola. O ministério foi criado em 1 de janeiro de 2003 com o nome de Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca (SEAP) pela medida provisória 103, que depois se transformou na lei nº 10.683. A transformação em ministério se deu pela lei nº 11.958 de 26 de junho de 2009.
A criação de diversos novos ministérios durante a gestão Lula (recebeu de Fernando Henrique Cardoso 26 Ministérios e passou 37 para Dilma Rousseff) tornou impossível a acomodação de todo o aparato governamental no espaço inicialmente planejado, a Esplanada dos ministérios. Segundo o Ministério do Planejamento, o número de funcionários da União aumentou em 204 mil ao longo dos oito anos do governo Lula, aumentando os gastos anuais com a folha de pagamento de funcionários federais de R$ 75 bilhões, em 2002, para R$ 179,5 bilhões em 2010. Assim, vários ministérios alugam prédios particulares em outras regiões de Brasília. O Ministério da Pesca e Aquicultura gasta 575 mil reais por mês, totalizando 7 milhões de reais por ano, em aluguel de um prédio espelhado de 14 andares que acomodam 374 funcionários. A ex-ministra Ideli Salvatti e 67 assessores não frequentavam o local, já que dão expediente em um prédio da esplanada.
Durante o governo Lula, os recursos do ministério aumentaram de 11 milhões de reais para 803 milhões. Contudo, nesses oito anos não ocorreu nenhum aumento na produção nacional de pescado, continuando estacionada em 990 mil toneladas.

N° Ministro
1 José Fritsch
2 Altemir Gregolin
3 Ideli Salvatti
4 Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira
5 Marcelo Crivella

6873 – Ativistas planejam guerrilha contra pesca ilegal de atum no Mediterrâneo


O Black Fish, no momento, é um pequeno grupo de ativistas cuja proposta é ação direta no mar. Mas, se tudo sair como planejado, o grupo, no final do ano, pode estar conquistando manchetes com uma campanha em modo de guerrilha contra a pesca ilegal em águas europeias.
Com um nome que se refere ao termo usado para designar peixes pescados ilegalmente, o grupo com sede em Amsterdã tem orçamento de apenas alguns milhares de libras ao ano e não paga salários aos seus integrantes, mas conta com contatos e ativistas em toda a Europa, o que inclui o Reino Unido. Dentro de algumas semanas, espera ter arrecadado £ 500 mil em doações de simpatizantes europeus para comprar seu primeiro barco, uma embarcação antes usada pela guarda costeira.
O objetivo será promover confrontos escancarados em alto mar. A primeira ação do Greenpeace foi navegar às ilhas Aleutas para impedir testes com armas nucleares. Os 12 tripulantes da embarcação do Black Fish viajarão ao Mediterrâneo, onde planejam passar três anos enfrentando os pescadores ilegais, e esperam causar embaraços às companhias comerciais e persuadir as autoridades europeias a proibir completamente a pesca de espécies ameaçadas de peixes, como o atum-rabilho. O grupo libertou peixes dessa espécie que estavam sendo criados em confinamento ao largo da Croácia.
A cada ano, de 30 mil a 40 mil toneladas de atuns são pescados legalmente no Mediterrâneo e conduzidos em redes para criações no mar da Croácia e em outras áreas. Os peixes muitas vezes passam por diversos meses de engorda até que atinjam o peso pretendido, de cerca de 250 quilos, e então são vendidos, principalmente para o Japão, onde um atum de 269 quilos foi comprado este ano pelo preço recorde de quase meio milhão de libras.

Colapso
A maior parte das criações de atuns do Mediterrâneo opera de maneira responsável, mas a disparada nos preços encoraja as traineiras a exceder consideravelmente suas cotas e a pescar muitos atuns jovens. O resultado, de acordo com o grupo ecológico WWF, é que até 20 mil toneladas de atuns são pescados ilegalmente a cada ano. O número de peixes repostos despencou nos cinco últimos anos, o que sugere que todo esse setor pode entrar em colapso dentro de cinco anos, talvez sem chance de recuperação.
O comércio do atum será o alvo primário do Black Fish. “Já encontramos o barco –estamos a ponto de comprá-lo. A tripulação já se preparou para abrir mão de suas vidas pessoais, e estamos prontos para partir”, diz Wietse van der Werf, ativista ambiental holandês que viveu em Nottingham por seis anos, trabalhando com a organização Earth First!. Ele foi um dos co-fundadores do grupo de mídia comunitária Notts Indymedia.
O Black Fish se vê como organização jovem e ágil, e a maior parte de seus fundadores e integrantes tem menos de 30 anos; isso significa que não precisam enfrentar as desvantagens causadas pela burocracia das organizações maiores.

A fuga do atum
No mês passado, o grupo libertou milhares de atuns confinados, em valor de milhões de libras no mercado japonês, depois que os ativistas identificaram diversas áreas ao largo da Croácia nas quais os peixes passavam por engorda. Apesar da presença de barcos de patrulha e uma torre de vigilância, membros do grupo cortaram uma das redes e puderam assistir à fuga de uma torrente prateada do mais caro peixe do mundo, escapando rumo ao Adriático. De acordo com o grupo, milhares de atuns de todas as idades e tamanhos escaparam.
Em outra ação bem-sucedida, um pequeno grupo de mergulhadores do Black Fish foi ao Japão e cortou as redes de seis áreas de confinamento em Taiji que abrigavam golfinhos destinados a parques temáticos internacionais. O grupo também venceu uma batalha pelo fechamento de um aquário alemão cuja especialidade eram os golfinhos.
A “pesca sustentável” promovida por supermercados e alguns grupos conservacionistas é totalmente insustentável, diz van der Werf. “É uma opção sentimental, mas sem sentido prático. A pesca sustentável não ajudou a reduzir o excesso de pesca. Serve só para legitimar a pesca destrutiva”.

6774 – Pesca – Peixes Ameaçados na Amazônia


Um relatório em poder do Ibama desde o último mês setembro revela declínio nos estoques da dourada (o famoso bagre atacado por Lula), do filhote e de outras espécies de grandes peixes no rio Madeira em parte do ano passado. Em 42 páginas, o documento não conclui que as obras das usinas de Santo Antônio e de Jirau sejam responsáveis pelo fenômeno, mas aponta uma associação de causas possíveis.
A análise sobre a quantidade de peixes capturada entre abril e agosto de 2009 tem timbre do consórcio Santo Antônio Energia e foi baseada em dados de colônias de pescadores, principais portos de desembarque de pescado, comunidades ribeirinhas e outros pontos de amostragem no trecho do rio Madeira entre Porto Velho e Guajará Mirim, e parte do rio Mamoré. O relatório, assinado pela pesquisadora do Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal de Rondônia (Unir) Carolina da Costa Doria, reconhece a falta de dados regionais sobre hábitos e necessidades de peixes migradores e aponta que o declínio nos estoques naquele período pode ter ocorrido mais por influência da poderosa cheia que atingiu o rio, mudanças no esforço de pesca e aumento da fiscalização.
Para o pesquisador em biologia aquática Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), apesar de inconclusivo sobre as causas no declínio da pesca naquele período, o relatório atesta a estreita ligação entre os peixes do Madeira e seus ciclos de cheias e vazantes. “O estudo mostra que esses peixes dependem da dinâmica hidrológica e de indicadores ambientais relacionados à qualidade da água para completar suas migrações ao longo do rio. Isso significa que não só a barragem, mas também as alterações na dinâmica hidrológica do rio provocadas pelas obras podem afetar negativamente as populações de grandes bagres e de diversas outras espécies de peixes que habitam aquela bacia”.
As obras no rio Madeira ainda são tratadas pelo governo e empreendedores como mera ameaça a grandes peixes que dependem da saúde dos rios para sobreviver. Mas não faltam exemplos de prejuízos concretos à fauna aquática, causados por hidrelétricas, dentro e fora do Brasil.
Estudos do Departamento de Ictiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostraram que um em cada quatro tipos de peixes foram extintos no rio Paraíba do Sul com a construção de barragens, incluindo dourados e surubins e outras espécies migratórias.
Há trinta anos, as obras e enchimento do lago da hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, levaram degradação a florestas na região entre Remanso e Santo Sé, onde desde o início do século vinte foram registradas populações da ararinha-azul (Cyanopsitta spixi). Esses locais foram completamente destruídos, sem maiores avaliações sobre outros animais e plantas que haviam por lá. A ararinha está hoje extinta na natureza e seu retorno depende de um programa de reprodução no Qatar (Oriente Médio).

O Predador

A Pesca Predatória
Erro – Retirar dos oceanos mais do que eles são capazes de dar e repor.

Quem – A indústria mundial da pesca.

Quando – A partir dos anos 50.

Consequências – Espécies à beira da extinção, desequilíbrio ecológico, colapso dos estoques pesqueiros e impacto socioeconômico sobre populações que dependem dos mares para sobreviver.

Os estoques pesqueiros mundiais estão entrando em colapso. Estima-se que a indústria pesqueira recolha dos mares a cada ano algo em torno de 30 milhões anuais de pescado para o consumo humano. Nesse ritmo, muitas espécies de alto valor comercial podem desaparecer. E tudo leva a crer que isso não deva demorar muito para acontecer. Os cientistas acreditam que, nos próximos 50 anos, a maioria das espécies hoje ameaçadas poderá estar extinta com consequências ambientais e econômicas bem difíceis de prever.

A pesca começou a virar problema nos anos 50, com o desenvolvimento de equipamentos e técnicas que permitiram aos barcos localizar cardumes com mais precisão e capturá-los em maior quantidade. De lá para cá, a atividade pesqueira em escala industrial já provocou, nas contas da organização americana Save the Seas, uma redução superior a 90% nos estoques comerciais em todo o mundo. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) divulgado no início de 2011, dos 23 estoques mundiais de atum, a maior parte (mais de 60%) já foi totalmente explorada, alguns estão superexplorados ou esgotados (35%), e só um pouco (cerca de 5%) parece estar subaproveitado. A situação de tubarões também é preocupante. Estima-se que a população mundial desses animais tenha sido reduzida a apenas 10% do que era no início da década de 1970. Mesmo assim, mais de 70 milhões de tubarões são capturados todo ano, principalmente para abastecer o mercado asiático de barbatanas.

O impacto ambiental da redução drástica na população de espécies já podem ser sentidos em vários lugares. Um exemplo que vem dos EUA: o sumiço de tubarões fez aumentar em 12 vezes a população de arraias. Desequilíbrios desse tipo geralmente provocam o colapso de outras populações, em um processo de perda de biodiversidade em cadeia.

Sócio-Economia
Mas há os efeitos socioeconômicos também. A indústria da pesca gera uma receita importante para muitos países mundo afora, como China, Peru, Chile, Japão e EUA. Estoques pesqueiros em crise, nesse caso, é economia em crise.
Outro exemplo, agora vindo dos países nórdicos: nos anos 90, quando os estoques de bacalhau do mar do Norte deram os primeiros sinais claros de exaustão, 40 mil trabalhadores perderam o emprego por lá e muitos não conseguiram voltar ao mercado de trabalho até hoje – pelo menos, na atividade pesqueira. Sem contar a ameaça que esse cenário global representa para as populações que há milênios dependem da saúde dos mares para se alimentar – da vila de pescadores no litoral da Bahia à população inteira da Indonésia, um país com 235 milhões de habitantes.
É possível reverter essa situação. A primeira coisa a fazer, inevitavelmente, é comer menos peixe – ou pelo menos evitar as espécies mais ameaçadas. A segunda é regulamentar a indústria da pesca, estabelecendo limites seguros para a exploração de cada estoque. E a terceira é fiscalizar o cumprimento das regras. “Quanto mais valorizado um pescado, maior é a pressão sobre ele”, lembra o engenheiro de pesca Fábio Hazin, diretor do departamento de pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Ainda que cada uma dessas ações seja imediatamente executada, os cientistas receiam que alguns dos estragos feitos até aqui jamais possam ser revertidos. Um estudo feito no Canadá com quase 100 espécies de peixe revelou, por exemplo, que populações de espécies marinhas reduzidas em mais de 60% podem nunca mais se recuperar. Segundo Jeffrey Hutchings, professor de Biologia da Universidade de Dalhousie e um dos responsáveis pela pesquisa, a recuperação das populações avaliadas foi acompanhada ao longo de 15 anos, em áreas onde a pesca industrial havia sido proibida. “Mesmo depois desse tempo todo, a população de algumas espécies não voltou a ser o que era antes”, afirma o pesquisador.

O que dá para comer sem crise de consciência e o que deveria ser evitado
Espécies abundantes
Salmão
Robalo
Manjuba
Lula
Camarão-rosa

Estoques em declínio
Linguado
Sardinha
Anchova
Polvo
Mexilhão

Estoques críticos
Atum
Badejo
Lagostim
Lagosta

Espécies em extinção
Mero
Badejo-tigre
Cação-viola

5784 – Biologia – A Ictiologia


É o estudo dos peixes, incluindo todos os aspectos de sua biologia. Peixes marinhos são importante fonte de alimento para a humanidade e podem se tornar cada vez mais importantes para o futuro. Diversas pesquisas tem sido realizadas no intuito de investigar os hábitos, os ecossistemas e os padrões de migrações de espécies economicamente importantes, para evitar a pesca predatória e captura de peixes jovens demais destrua a insdústria.
Um pouco +
O Ministério da Pesca e Aquicultura

A criação de diversos novos ministérios durante a gestão Lula (recebeu de Fernando Henrique Cardoso 26 Ministérios e passou 37 para Dilma Rousseff) tornou impossível a acomodação de todo o aparato governamental no espaço inicialmente planejado, a Esplanada dos ministérios. Segundo o Ministério do Planejamento, o número de funcionários da União aumentou em 204 mil ao longo dos oito anos do governo Lula, aumentando os gastos anuais com a folha de pagamento de funcionários federais de R$ 75 bilhões, em 2002, para R$ 179,5 bilhões em 2010. Assim, vários ministérios alugam prédios particulares em outras regiões de Brasília. O Ministério da Pesca e Aquicultura gasta 575 mil reais por mês, totalizando 7 milhões de reais por ano, em aluguel de um prédio espelhado de 14 andares que acomodam 374 funcionários. A ex-ministra Ideli Salvatti e 67 assessores não frequentavam o local, já que dão expediente em um prédio da esplanada.
O ministério foi criado em 1 de janeiro de 2003 com o nome de Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca (SEAP) pela medida provisória 103, que depois se transformou na lei nº 10.683. A transformação em ministério se deu pela lei nº 11.958 de 26 de junho de 2009.
Assessora direta e imediatamente o Presidente da República na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento e o fomento da produção pesqueira e aquícola.

5748 – Biologia – O Atum


O atum

Da família dos escombrídeos, subfamília dos tunídeos, o atum se subdivide em treze espécies de características assemelhadas, mas só uma de qualidades superpreciosas de sabor e capacidade nutritiva. Atum-verdadeiro, só três: na ciência, o Thunnus.thynnus,o T. alalunga e o Euthynnus pelamis, peixes com peculiaridades que apenas recentemente a Biologia marinha conseguiu descobrir: as razões da sua competência, da cor e do paladar diferenciados da sua carne estão no fato de o atum-verdadeiro – ao contrário de quase todos os seus parceiros subaquáticos, possuir muito sangue – e sangue quente.
Os pescados em geral têm a carne branca precisamente por falta de hemoglobina. E quase todos desperdiçam calor, através das suas guelras, no processo de respiração. O atum-verdadeiro, todavia, consegue manter o ardor interno graças a uma admirável circunstância metabólica que lhe permite usar também os músculos do corpo na coleta e na filtragem do oxigênio à sua disposição nos oceanos. Um processo exatamente igual, embora de resultado invertido, àquele que move os aparelhos de ar-condicionado ou mesmo os refrigeradores domésticos.
Ocorre que as suas células musculares contêm fartos reservatórios de carboidratos, os reguladores da energização dos organismos vivos. Por meio de um sistema de trocas, que a Física explica bem, a energização dos músculos do corpo do atum-verdadeiro eleva e mantém alta a sua temperatura circulatória.
Pena que, na gastronomia, tanta gente confunda os Thunnus e o Euthynnus pelamis com seus primos mais pobres e muito menos eficientes. Para entender as razões, é necessário descrever os peixes e as suas características primordiais. O T. thynnus, que os americanos chamam de bluefin e os brasileiros de albacora azul, se assemelha muito ao T. alalunga, à albacora-branca ou yellowfin. Os seus formatos são quase idênticos. O T. thynnus.apenas ostenta uma nadadeira dorsal em tom de anil-brilhante, contra o quase dourado do T. alalunga, que, por sua vez, exibe uma nadadeira lateral muito comprida, daí a razão do seu apelido latino.
Dezenas de pescadores lançam ao mar sardinhas vivas e as suas varas poderosas em cujos anzóis apenas se dependuram pequenos tubos flexíveis e vazados, caninhos de plástico branco. Com o movimento das embarcações e com a ajuda de um esguicho de água, o atum-verdadeiro confunde o brilho com a correria dos peixes-voadores e abocanha os anzóis. Curiosamente, o bicho não reage como um marlim ou um espadarte, espetaculares no esporte da pesca oceânica.

5510 – Cidades Brasileiras – Guarapari ES


Guarapari, o paraíso é aqui!!

É um município brasileiro do estado do Espírito Santo. Sua população estimada em 2004 era de 108.120 habitantes. A distância de Vitória é 51 km, do Rio de Janeiro 474 km e de Belo Horizonte, 516 km.
A vila foi criada em 1679, com o nome da padroeira, cuja festa se comemora em 8 de dezembro. Tornou-se cidade em 1891. ‘Guara””Parim”(garça manca,em linguagem indígena),a antiga vila fundada pelo Padre José de Anchieta em 1585 é hoje o principal pólo turístico do Espírito Santo.
Na forma como é escrito hoje Guarapari significa Guará (pássaro) e Pari (armadilha), desta forma armadilha de pássaro.
Em meados dos anos 1960/1970 Guarapari tornou-se nacionalmente famosa em decorrência das propriedades medicinais de suas areias monazíticas. Por este motivo houve uma onda turística crescente em torno da cidade.
A cidade assim como toda a região central do Espírito Santo, possui vários afloramentos graníticos e possui muitas enseadas e baías protegidas. A sede da cidade é a nível do mar, mas graças à proximidade com a região serrana do estado, alguns distritos da cidade chegam a 1000 metros de altitude.
Parque Estadual Paulo César Vinha
Situado no extremo norte do município, na faixa litorânea, o parque possui 1.500 ha de área, protegendo o ecossistema restinga, uma rica flora composta por orquídeas, bromélias, clúsias e outras espécies típicas de restinga. Conta com uma fauna variada: de pererecas endêmicas a saguis-da-cara-branca, cotias,jiboias, quatis, tamanduás e veados. Possui três lagoas de águas avermelhadas, mas somente uma, a Lagoa de Caraís, é aberta a visitação.O Parque possui também duas trihas para visitação que é: Trilha da Clúsia – Trilha que possibilita ao visitante um contato mais intimo com a natureza, da uma impressão que está dentre uma mata fechada. Trilha da Restinga – Uma trilha relativamente maior, com grau de dificuldade fácil, está trilha leva o turista até a Lagoa de Caraís, ela possui 1,5km de extenção. Recebeu esse nome em homenagem ao biólogo Paulo C. Vinha, assassinado cruelmente nos limites do parque, enquanto fazia um levantamento fotográfico sobre líquens e fungos. Sua sede fica próxima ao bairro de Setiba, onde conta com guardas-parque e uma estrutura básica de apoio ao turista.

Principal cidade turística do Espírito Santo, Guarapari atrai diversos turistas do mundo inteiro graças às suas belezas naturais e às areias monazíticas (radioativas), com virtudes alegadamente terapêuticas, apesar dos benefícios no tratamento de artrite ou reumatismo não terem comprovação científica.
Com mais de 30 praias e boa rede hoteleira, chega a atrair 700 mil turistas no verão, sendo que em 1994, a cidade recebeu 1,5 milhões de turistas, enfrentando graves problemas no abastecimento de energia e água.
O município possui ótimos clubes aquáticos, além de aquários, exposições marinhas e belas praias. Passeios de mergulho.
Conjunto de pequenas praias separadas por rochedos, praticamente sem ondas, com areia fina e escura. A água é esverdeada e transparente, boa para mergulho e pesca submarina. Possui um extensa área de lazer, sombreada por árvores e coqueiros. O acesso é feito de carro ou a pé,e não é preciso pagar. Há estacionamento mas são proibidas as práticas de camping e uso de churrasqueiras.
Praia de Meaípe
Esta aldeia de pescadores é hoje um dos lugares mais badalados do Estado. A 6 km do centro do município, com acesso pela Rodovia do Sol (ES-60), esta praia já foi considerada uma das dez mais bonitas do Brasil pela Revista Quatro Rodas. As ondas são fracas e a areia grossa é contornada por castanheiras.Lugar bom para se passar as férias, Meaípe tem “barraquinhas” na beira das praias, onde você encontra vários petiscos para passar uma perfeita estadia na praia.Point dos modismos de verão, a vida noturna é agitada. Os restaurantes do local preparam os melhores frutos do mar do município. As mulheres do vilarejo, em sua maioria esposas de pescador, fazem as rendas de bilro, artesanato característico do município. Panos, caminhos de mesa, golas, rendas de metro em bico e entremeios são produzidos por encomenda. Os trabalhos estão expostos na Casa das Rendeiras, na orla marítima de Meaípe.

Esta belíssima praia é visitada por milhares de turistas no verão

4467 – Pesca Esportiva



O apapá – Sardinhão Dourado
Nome científico: Pellona castel naeana
Família: Clupeidae
Habitat: Bacia Amazônica, Araguaia e Tocantins.
Descrição – Trata-se de um peixe de escama de cor amarelo-dourado, corpo comprido, cabeça pequena e pode passar dos 60 cm. Raramente ultrapassa 5 quilos. São peixes pelágicos (superfície e meia-água) Em alguns casos buscam maiores profundidades por causa do Sol forte. Alimentam-se de pequenos peixes e insetos. Os melhores horários para a sua pesca são no amanhecer e ao entardecer.
Equipamento recomendável: Varas muito rápidas entre 5′ 6″; e 6’6 de 8 a 17 LBS ou 10 a 20 LBS, carretilhas e molinetes de recolhimento rápido. Linhas de baixa elasticidade e bitola acima de 0,37mm. Se for utilizado linhas mais finas aumenta o tempo de briga com o peixe, matando-o, pois é sensível. As iscas mais eficazes são os plugs de uma meia água de 7 cm e no máximo 10 cm e as colheres. Ambos de cor. Garatéias e anzóis devem ser afiadíssimas.

Pacú-Borracha

O Pacú-Borracha – Protegido pela natureza e sem atrativos gastronômicos, o pacú-borracha deve voltar a água obrigatoriamente. O nome é porque os poucos que tentaram usa-lo na culinária, constataram que quanto mais cozido, mais duro fica. Mas para a pesca esportiva são interessantes. Eles possuem uma habilidade fora do comum em se desvencilhar do anzol. A tática é a rapidez de recolhimento com vara alta, além do fator sorte. Os peixes classificados cientificamente como piractus têm a forma do corpo lembrando um disco, causa grande resistência na água, daí a fama de brigador. São espécies onívoras com tendências herbívoras, atacando muitos tipos de iscas. Frutos, sementes, folhas, bolinhas de massa, filés de peixe, caranguejos e outras. Coquinhos e castanhas são rompidos por seus dentes. Entre os filés de peixe, a corimba azeda; peixe quase podre que depois de enterrado de um dia para o outro, exala cheiro insuportável. Bolinhas de massa são feitas em geral de farinha de mandioca. Com umpouco de trigo para dar liga, cozidas na água, ainda podem ser aromatizadas e coloridas com refresco em pó. Ocasionalmente atacam iscas artificiais, confundindo-as com frutas que caem das árvores. Entre as espécies de pacú estão o comum, o prata, o branco, o camunani, o corupeté, o borracha e etc. O peso varia dos pequenos prata de meio quilo aos caranhas com 20.
É um peixe saltador de cachoeira, como são também o cachorra, a mantrinxá e a bicuda.
Dica de locais para a pescaria – Rio São Benedito – Sudoeste do Pará – Acesso por Cuiabá. São 4 horas e meia de carro em estrada de terra a partir da alta floresta. Há pousadas na beira do rio.
Lagoa dos Patos – No Rio Grande do Sul. Tem 290 km de comprimento por 78 de largura. A margem oeste tem acesso pelas principais cidades da região. Rodovia BR116 de Porto Alegre são 300 km de rodovia em boas condições até Pelotas. Nos bons pontos de pesca é necessário veículo com tração nas 4 rodas. Devido a forte maré salina a pescaria no trecho pelotense ficou limitada a algumas corvinas que se beneficiaram deste ambiente. Com bela paisagem é um paraíso doce e praticamente virgem.
A Lagoa dos Patos, a maior laguna do Brasil e a segunda da América Latina.
O nome estaria ligado às tribos de índios que habitavam a região do Rio Grande do Sul, conhecidos como “patos”. Outra versão conta que a origem do nome desta laguna teria ocorrido em 1554, quando viajavam para a região do Prata algumas embarcações espanholas, que, acossadas por um temporal, viram-se na contingência de procurar abrigo na barra do Rio Grande. Aí deixaram fugir alguns patos que traziam a bordo e de tal modo se deram bem as aves com o lugar, que se reproduziram assombrosamente, chegando a coalhar a superfície das águas da laguna, dando-lhe o nome. No extremo sul, a Lagoa dos Patos é ligada ao mar por um estreito canal e sua água é salobra.

Lagoa dos Patos