Esporte – Dopping na Rio 2016


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Simone Biles, com seu 1,45 m de altura, foi uma das maiores sensações da Olimpíada do Rio de Janeiro, e deixou a competição com 5 medalhas. O que Biles, as irmãs Williams do tênis, um cavaleiro inglês do ciclismo e o time de natação da Alemanha têm em comum?
Todos eles fazem parte do grupo de 25 atletas que teve laudos médicos confidenciais vazados nessa semana por hackers chamados de Fancy Bears. Os “Anonymous do doping” invadiram o site da WADA (Agência Mundial Antidoping) e distribuíram documentos chamados de TUE – Exceções de Uso Terapêutico.
Um TUE é emitido quando um atleta está usando uma substância proibida pelas regras do seu esporte – mas por motivos médicos. Um profissional da WADA analisa os laudos que provam que aquele atleta precisa do remédio proibido e aí aprova ou nega essa autorização especial.
Só que a acusação dos Fancy Bears é que os TUEs estão sendo usados para justificar o doping de alguns atletas e esconder que eles estariam melhorando sua performance de um jeito injusto – não seria coincidência, então, que 17 dos 25 atletas citados tenham acabado de ganhar medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio.
Na maioria dos casos, os atletas estavam usando algum tipo de esteroide. O nome parece alarmante, certo? Mas e se a gente estiver falando de uma bombinha de asma? As bombinhas, afinal, contêm esteroides para aliviar os sintomas da asma.
O ciclista Sir Bradley Wiggins, que ganhou sua oitava medalha olímpica no Rio (e virou cavaleiro inglês em 2013) não ligou a mínima de ver seu nome no mais recente vazamento dos Fancy Bears. Isso porque, segundo disse ao jornal The Telegraph, o mundo inteiro sabe que ele tem asma. Não estava usando estimulantes para se destacar – estava tomando remédio para não ter que escolher entre competir e respirar.
Dos 5 atletas alemães na lista, 3 eram nadadores – e todos estavam tomando remédios indicados para a asma. Um time de natação de elite cheio de asmáticos medicados é um tanto bizarro.
O problema é o seguinte: se, por um lado, esses são remédios totalmente justificáveis para um quadro alérgico, por outro eles aumentam a capacidade do pulmão e oferecem vantagens injustas, especialmente na natação. Se for esse o caso, porém, não deu muito certo: os alemães da lista saíram do Rio sem medalha.
Outro tipo de remédio comum nos documentos vazados eram antiinflamatórios como a prednisona. A maioria dos extensos documentos vazados das irmãs Serena e Venus Williams falavam justamente dessa droga, que é conhecida de qualquer um que tem infecções respiratórias frequentes. Só que nem todo remédio ali é “light” assim: Serena tinha uma autorização de uma semana para tomar Oxicodona, um analgésico opioide parente da heroína.
Todo mundo já precisou de um corticoide na vida para se recuperar de alguma doença – e os TUEs realmente só “perdoam” os atletas por prazos curtos, de 5 a 15 dias. Só que a história fica ainda mais polêmica entre os atletas norteamericanos.
5 dos 11 esportistas americanos denunciados pelo Fancy Bears não estava tomando antiinflamatórios e sim anfetaminas, indicadas para quadros de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Entre eles estava a própria Simone Biles, que se manifestou sobre seu TDAH pelo Twitter e disse tomar Ritalina desde que era criança.
Todo mundo já precisou de um corticoide na vida para se recuperar de alguma doença – e os TUEs realmente só “perdoam” os atletas por prazos curtos, de 5 a 15 dias. Só que a história fica ainda mais polêmica entre os atletas norteamericanos.
A história fica ainda mais complicada, porque os hackers que fazem acusações, os Fancy Bears, se declaram um grupo internacional, mas foram ligados à Rússia pela própria WADA. O Kremlin negou a conexão, dizendo que todo mundo “põe a culpa na Rússia por tudo”. Mas, caso a ligação seja comprovada, o grupo de ataque teria motivos nada nobres para denunciar outros atletas, já que o país foi punido pela WADA por um amplo esquema de doping apoiado pelo governo nas Olimpíadas de Inverno de 2014. E eles prometem: vem mais por aí.

Mega Sampa – São Paulo recebe desfile da tocha olímpica neste domingo


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A tocha olímpica desfila neste domingo (24) pelas ruas da cidade de São Paulo. Serão 56km de trajeto percorridos por 260 condutores, entre às 7h45 e 19h. O desfile começa no Museu do Ipiranga e termina no Sambódromo do Anhembi.
No sábado (23), Guarulhos e o ABC Paulista receberam a tocha. Foram 39,7 km de trajeto com a tocha passando por 193 condutores. O desfile começou em Guarulhos e terminou em São Bernardo do Campo. Na quinta-feira (21), a tocha passou por Osasco, na Grande São Paulo.
– Museu do Ipiranga, às 7h45
– Rua Bom Pastor
– Av. Dom Pedro I
– Av. Arno
– Av. Presidente Costa Pereira
– Rua Sarapuí
– Rua Canuto Saraiva
– Rua Visconde de Inhomerim
– Av. Paes de Barros
– Rua da Mooca
– Rua João Antônio de Oliveira
– Rua Almirante Brasil
– Avenida Alcântara Machado
– Avenida Venceslau Brás
– Praça da Sé, às 9h10
– Rua Boa vista
– Largo São Bento
– Rua Líbero Badaró
– Viaduto do Chá
– Praça Ramos de Azevedo
– Rua Conselheiro Crispiniano
– Av. São João
– Av. Ipiranga
– Rua da Consolação, às 9h46
– Av. Paulista, às 10h06
– Av. Bernardino de Campos
– Rua Vergueiro
– Rua Dona Júlia
– Av. Prof. Noé Azevedo
– Av. Domingos de Moraes
– Rua Sena Madureira
– Rua Paulo Francis
– Av. Ibirapuera
– Av. República do Libano
– Rua Manoel da Nobrega
– Av. Pedro Alvares Cabral, às 12h11
– Parque do Ibirapuera
– Viaduto General Marcondes Salgado
– Rua Colombi
– Av. Brasil
– Av. Rebouças
– Praça Charles Muller, às 14h47
– Rua da Cantareira
– Av. Senador Queiroz
– Av. Ipiranga
– Av. Rio Branco
– Praça Princesa Isabel
– Praça Julio Prestes
– Rua Mauá
– Praça da Luz, às 15h42
– Rua Ribeiro de Lima
– Av. Almirante Pereira Guimarães
– Rua Pasto de Almeida
– Rua Olavo Freire
– Praça Charles Miler, às 16h26
– Praça Ana Maria Popovic
– Praça Ricardo Ramos
– Av. Pacaembu
– Ponte da Casa Verde
– Praça Heróis da FEB, às 18h22
– Sambódromo do Anhembi, às 19h

10.212 – Poluição Ambiental – Atletas olímpicos, não caiam nas águas do Rio, alerta NYT


Poluição na Baía da Guanabara
Poluição na Baía da Guanabara

Os velejadores que competirão nas Olimpíadas de 2016 e os órgãos brasileiros envolvidos na preparação do evento têm pela frente um desafio comum: enfrentar a poluição da Baía de Guanabara, afirma matéria publicada pelo jornal The New York Times.
Especialistas ouvidos pela reportagem compararam a qualidade das águas da região à de uma latrina, tamanha a quantidade de lixo e sujeira encontrados, como ilustra uma sequência de fotos impressionantes que acompanham a reportagem. Quase autoexplicativo, o título sugere: “Velejadores, não caiam nas águas do Rio”.
A matéria ressalta o contraste entre a imagem que o país busca passar e os graves problemas que enfrenta na realidade. “A Baía de Guanabara, aninhada entre o Pão de Açúcar e outros picos, oferece o tipo de imagem que as autoridades do Rio de Janeiro querem comemorar como anfitriões dos Jogos. Mas tornou-se um ponto focal de reclamações por suas águas poluídas, que se transformaram em símbolo de frustrações nos preparativos para os Jogos Olímpicos”, diz um trecho.
“Bem-vindo ao depósito de lixo que é o Rio”, disse ao jornal a equipe de vela da Alemanha. Atletas brasileiros não parecem discordar. “Ela [a Baia] pode ficar realmente nojenta, com carcaças de cães em alguns lugares e água marrom de contaminação por esgotos”, contou o carioca Thomas Low-Beer, 24, que treina na baía.
Segundo a reportagem, o velejador Lars Grael, lenda da vela brasileira, teria sugerido que os eventos espostivos mudassem para outro lugar. Na época da candidatura para as olimpíadas, há cinco anos, a promessa brasileira era de que a Bahia de Guanabara seria 100% despoluída até 2016.
Agora, já se fala do objetivo de tratar pelo menos 80%, mas menos de 40% é atualmente tratado, pondera o jornal. Em entrevista ao jornal, Carlos Portinho, principal autoridade ambiental do Rio de Janeiro, disse que as críticas da Baía de Guanabara são exageradas.
Ele afirma que testes recentes mostraram que a contaminação fecal na área que receberá a regata estava dentro dos padrões considerados “satisfatórios” no Brasil.

8318 – Mega Almanaque – Quem é o maior medalhista olímpico?


jogos-olimpicos-olimpiadas

É a ex-ginasta ucraniana Larissa Latynina.
Ela subiu ao pódio 18 vezes, em três edições dos Jogos Olímpicos, entre 1956 e 1964. Fez a sua estreia aos 19 anos, no campeonato mundial em Roma, defendendo a antiga URSS. Dois anos depois, disputou as Olimpíadas de Melbourne, na Austrália, onde ficou famosa pela precisão e sincronia em saltos. Em 1966, depois do campeonato mundial na Alemanha, Larissa pendurou o colã e entrou nos bastidores do esporte: foi técnica da equipe soviética até 1977 e fez parte da organização das Olimpíadas de Moscou, em 1980.
Além das medalhas, recebeu várias honrarias – entre elas, uma homenagem do International Gymnastics Hall of Fame e o título de Ordem de Honra, do presidente Vladimir Putin (em 2000). Hoje, já aposentada e com 77 anos, a maior campeã olímpica vive com a família em Semenovskoye, perto de Moscou.

Melbourne e Estocolmo (1956) – quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze
Roma (1960) – três de ouro, duas de prata e uma de bronze
Tóquio (1964) – duas de ouro, duas de prata e duas de bronze
*Larissa que se cuide! O nadador Michael Phelps, recordista de medalhas de ouro (com 14), está a duas medalhas do recorde da ginasta!

8317 – Esporte – Quem são os atletas olímpicos com mais medalhas de prata e bronze?


jogos-olimpicos-olimpiadas

1. ALEKSANDR DITYATIN

3 x ouro

6 x prata

1 x bronze

Em Montreal (1976), o russo ganhou duas pratas. Mas em Moscou (1980) ele fez por merecer o título de Mestre de Honra dos Esportes da ex-URSS: aos 23 anos, foi medalhista nas oito provas disputadas, levando um bronze, quatro pratas e três ouros. Outro feito? Foi o primeiro ginasta olímpico a tirar nota 10.

2. MIKHAIL VORONIN

2 x ouro

6 x prata

1 x bronze

Outro ginasta da ex-URSS que levou duas pratas na primeira Olimpíada (Cidade do México, 1968) e quatro na segunda (Munique, 1972). O sucesso da estreia rendeu a Voronin, em 1969, a honraria da Ordem do Estandarte Vermelho do Trabalho, pelo seu destaque nas competições.

3. SHIRLEY BABASHOFF

0 x ouro

6 x prata

0 x bronze

Aos 15 anos, a norte-americana conquistou duas pratas logo na estreia, em Munique (1972). Quatro anos depois, em Montreal, se destacou ao enfrentar as nadadoras da Alemanha Oriental – turbinadas pelo doping sistemático de atletas do país, comprovado 30 anos depois – e levar quatro pratas.

4. ALEXEI NEMOV

4 x ouro

2 x prata

6 x bronze

Entre as conquistas de bronze do ginasta russo, destaque para a apresentação no solo, sua prova favorita, em Sydney (2000). Em seu adeus olímpico, em Atenas (2004), Nemov não levou medalhas, mas após mandar bem na barra fixa e receber uma nota baixa, ouviu a torcida vaiar a decisão dos juízes.

5. MERLENE OTTEY

0 x ouro

3 x prata

6 x bronze

Esta corredora jamaicana é famosa pelas conquistas e pela longevidade da carreira. Ela participou de sete jogos, de Moscou (1980) a Atenas (2004).
Em 2002, a “rainha de bronze” passou a representar a Eslovênia e só não se classificou para Pequim (2008), aos 48 anos, por 28 milésimos. De
Atenas (1896)
a Pequim (2008), as Olimpíadas já premiaram 26.513 atletas com medalhas.

7600 – Jogos Olímpicos de Londres 2012 – Os brasileiros que ganharam medalha de ouro


londres 2012

Cesar Cielo, Robert Scheidt e Bruno Prada, o futebol masculino e o vôlei de praia do Brasil estão entre os principais nomes do esporte do planeta, sempre favoritos a ganhar. Por isso, qualquer vacilo pode trazer frustração.
Apesar de terem conseguido honrosas medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres, eles voltaram para casa sabendo que poderiam ter feito mais, poderiam ter levado o ouro. A expressão de todos eles ao final de suas participações mostrou perfeitamente que nem toda medalha “tem sabor de ouro”.

CESAR CIELO, bronze nos 50m livre – Cesar Cielo chegou a Londres como o homem a ser batido nos 50m livre, atual campeão olímpico e mundial, e com chances nos 100m livre, prova em que foi bronze em Pequim-2008.

ROBERT SCHEIDT, seu “pior” resultado olímpico – Conseguir cinco medalhas em cinco Olimpíadas consecutivas é um feito para poucos, e Robert Scheidt tem essa conquista em seu glorioso currículo. No entanto, após dois ouros (Atlanta-1996 e Atenas-2004) e duas pratas (Sidney-2000 e Pequim-2008), o velejador brasileiro teve o “pior” desempenho olímpico de sua carreira, ficando com o bronze na classe Star da vela, ao lado do parceiro Bruno Prada.
A dupla brasileira chegou à Inglaterra como uma das grandes favoritas ao primeiro lugar e batalhou pelo ouro até a última regata, em um duelo acirrado com Ian Percy e Andrew Simpson, da Grã-Bretanha. No entanto, etapa final, Scheidt e Prada, assim como os britânicos, foram surpreendidos e superados pelos suecos Fredrik Loof e Max Salmien, que conquistaram o título inédito. “O vento não foi para o nosso lado”, lamentou Scheidt, outro que não escondeu o descontentamento pelo resultado.

DUPLAS DA AREIA, e o ouro que escapa no vôlei de praia – Candidatas ao lugar mais alto do pódio, as duplas masculina e feminina do Brasil acabaram deixando escapar a medalha de ouro no vôlei de praia. Alison e Emanuel ficaram com a prata, enquanto Juliana e Larissa levaram o bronze na Olimpíada-2012.

FUTEBOL e o jejum amargo que continua – Ainda não foi desta vez que o Brasil quebrou o jejum de nunca ter conquistado a medalha de ouro olímpica no futebol masculino. Após ter superado adversários com pouca tradição no futebol pelo caminho, a seleção brasileira fracassou e perdeu a final dos Jogos Olímpicos para o México, por 2 a 1, no estádio de Wembley em Londres. O atacante Peralta, com dois gols marcados na decisão, foi o vilão brasileiro em 2012, enquanto Hulk descontou, e a prata teve um sabor amargo.

Na primeira fase, o time comandado pelo técnico Mano Menezes venceu Egito (3 a 2), Bielorússia (3 a 1) e Nova Zelândia. Depois, superou Honduras (3 a 2) e Coreia do Sul (3 a 0). Na final, no entanto, a equipe de Neymar, Oscar, Leandro Damião e companhia decepcionou e foi derrotada pelos mexicanos. Assim como em 1984 e 1988, a prata foi o prêmio de consolação.
Com os altos volumes de dinheiro que são movimentados no futebol, especialmente comparados aos baixíssimos investimentos em outros esportes, a medalha de prata acabou sendo uma das grandes “derrotas” do Brasil na Olimpíada de Londres.

Veja o quadro brasileiro de medalhas de Londres 2012
Medalha de ouro
– Sarah Menezes no judô (categoria ligeiro, até 48 kg).
– Arthur Zanetti nas argolas.
Medalha de prata
– Thiago Pereira na natação masculina (400 metros medley)
– Alison e Emanuel no Vôlei de Praia.
Medalha de Bronze
– Mayra Aguiar no judô (categoria até 78 kg).
– Rafael Silva no judô (categoria acima dos 100 kg).
– Cesar Cielo na natação (50 metros livres).
– Robert Scheidt e Bruno Prada na Vela (classe Star).
– Felipe Kitadai no judô (categoria até 60 kg).
– Adriana Araújo no boxe (categoria até 60 kg)
– Juliana e Larissa no vôlei de praia.

6417 – Olimpíadas de Londres: como grandes eventos podem mudar uma cidade?


A organização do evento promete que estes serão os jogos mais “sustentáveis” da história. Se, além de iniciativas válidas de reciclagem, transportes e projetos sociais, o investimento for perpetuado em infraestrutura para a população, dá pra dizer que o objetivo foi atingido.
A competição, o que não é novidade, deixa marcas em cada uma das cidades por onde passa a cada quatro anos. A parte ruim é que muitas delas não são boas: dívidas públicas, estádios sem uso, rede de transporte que não serve de forma eficiente a população local, especulação imobiliária. E muitos gastos.
O geógrafo norte-americano Christopher Gaffney fez importantes observações em uma entrevista concedida à revista CartaCapital. O pesquisador cita exemplos como a Copa do Mundo de 2002, no Japão e Coreia do Sul, para a qual foram construídos 20 estádios, com utilidade quase zero nos dias de hoje.
Barcelona, que foi sede dos Jogos Olímpicos de 1992, também sofreu profundas transformações – que, segundo ele, podem ser positivas ou negativas de acordo com os critérios de avaliação. O evento ajudou a cidade a se projetar como centro turístico mundial, por ser parte de um processo de transformação iniciado com o Plano Diretor da cidade. Com as alterações na paisagem urbana e na economia local, porém, a cidade sofreu mudanças irremediáveis. “Ela perdeu sua essência histórica. Hoje é menos para ser vivida e mais para ser apreciada, fotografada”.
Para a África do Sul, a última anfitriã da Copa, a coisa não foi muito diferente. Foi boa em termos culturais, por “quebrar um pouco barragens sociais que ainda são muito fortes por lá”, explicou o geógrafo na entrevista. “Houve melhorias de transporte em Joanesburgo, por exemplo. Mas a dívida sul-africana com as obras do Mundial eram de 4 bilhões de dólares para sediar a Copa, a mesma quantia que a Fifa anunciou como lucro. Foi uma transferência direta de dinheiro público sul-africano para a Fifa. E nove dos dez estádios não estão sendo utilizados”.

O planejamento “verde” de Londres
A anfitriã Londres diz que os jogos podem ser excelentes catalisadores para a mudança sustentável, com bilhões de pessoas assistindo e mais de 200 países envolvidos. “Vamos lutar para provar que existe um jeito diferente de anfitriar os jogos, um jeito que oferece a melhor experiência a atletas e espectadores e ao mesmo tempo provê o melhor para a comunidade local e o meio ambiente”.
As experiências sustentáveis começaram na construção do estádio olímpico, dentro de padrões de mínimo impacto, e com o entorno revitalizado e transformado em um dos parques mais extensos da Europa.

No quesito mobilidade, a bandeira mais forte é desestimular o carro. Foi criado o programa Active Travel, que visa encorajar as pessoas a andarem mais de bicicleta e a pé – ou seja, fazerem seus deslocamentos de forma mais ativa.
As melhorias promovidas nas rotas que podem ser feitas dessas duas formas foram planejadas para complementarem outras modalidades de locomoção, em especial transporte público. Como a cidade estará muito cheia na época, a ideia é fazer com que essas opções sejam as mais atrativas possíveis.

A organização criou um manual chamado Food Vision (ou “visão da alimentação”), que tem guiado as diretrizes de fornecimento de alimentos durante os jogos. A ideia é garantir que o país ofereça comida acessível, diversa e saudável – e que possa, ao mesmo tempo, atender a dietas especiais e especificidades culturais de delegações e turistas.
O tema é trabalhado sobre alguns pilares principais:
– Comida segura e com higiene;
– Cadeia de produção rastreada e sustentável;
– Opções nutritivas e saudáveis;
– Acesso à água potável;
– Alimentos com o mínimo de impacto ambiental e padrões de qualidade elevados;
– Redução do uso de embalagens;
– Práticas que minimizam o desperdício e promovem a reciclagem.
Segundo estimativas, 82 toneladas de peixe serão servidos na Vila Olímpica e Paraolímpica durante os jogos. “Nós decidimos usar apenas peixes criados de forma sustentável, para mostrar que o produto é acessível e delicioso”, diz a organização.

6254 – Esporte – Jogos Olímpicos de Seul em 1988


Seul, capital da Coréia do Sul, entre 17 de setembro e 2 de outubro de 1988, com a participação recorde de 159 países e 8.391 atletas, entre eles 2.194 mulheres.
Após os boicotes ocorridos nos jogos anteriores em Montreal, Moscou e Los Angeles, estes Jogos tiveram a presença de nações de todo o planeta, à exceção da Coréia do Norte, sua vizinha comunista, que não teve atendido seu pedido para uma co-participação como sede olímpica e de Cuba.
Países como Etiópia, Ilhas Seychelles e Nicarágua também não participaram devido a dificuldades econômicas para enviarem suas equipes.
Os Jogos de Seul serão sempre lembrados pelo seu fato mais marcante, o escândalo com o velocista canadense Ben Johnson, que teve sua medalha de ouro e seu recorde mundial na prova dos 100 metros rasos cassados por ter corrido dopado, mas alguns de seus principais momentos são inesquecíveis pela emoção e nele foram conquistadas algumas das maiores performances olímpicas da história.

Trigrinho Odori, o mascote, em alusão aos tigres asiáticos.

Detalhes
Seul foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 1988 em uma votação realizada em 30 de setembro de 1981, ficando a frente da cidade japonesa de Nagoya.
Como consequência dos problemas financeiros das edições anteriores, apenas duas cidades se interessaram a se candidatar para a sede dos Jogos de 1988: Seul e Nagoya, no Japão.
A votação ocorreu na 84ª sessão do Comitê Olímpico Internacional e 11º Congresso Olímpico, realizados na cidade de Baden-Baden, na então Alemanha Ocidental.

O canadense Ben Johnson produziu as manchetes e o maior escândalo de doping dos Jogos e da história olímpica nos 100m rasos. Numa prova esperada com ansiedade e acompanhada ao vivo pela TV por bilhões de pessoas ao redor do mundo, Johnson derrotou seu maior adversário e mais famoso corredor da época, o norte-americano Carl Lewis, quatro medalhas de ouro nos Jogos de Los Angeles quatro anos antes, estabelecendo o recorde mundial de 9s79, marca impensável para a prova naqueles dias. Dois dias depois, o mundo perplexo tomava conhecimento de que Johnson havia sido pego no exame anti-doping pelo uso do esteróide stanozolol, sendo obrigado a devolver sua medalha de ouro – entregue a Lewis, segundo colocado – e recebendo a pena de dois anos de banimento do esporte.
Florence Griffith-Joyner conquista três ouros nas provas de velocidade para o atletismo dos Estados Unidos.
Pela primeira na história olímpica, as três medalhas individuais no adestramento, do hipismo, são todas ganhas por mulheres.
A esgrimista sueca Kerstin Palm se torna a primeira atleta a participar de sete Jogos Olímpicos consecutivos.
O norte-americano Greg Louganis conquista pela segunda vez o ouro nos saltos ornamentais, após abrir a cabeça batendo no trampolim durante um salto nas eliminatórias da prova.
Seul marca a estréia do tênis de mesa, dominado pela China e pelos anfitriões, e a volta do tênis após um hiato de 64 anos. A alemã Steffi Graf, maior tenista da época e vencedora de quatro torneios profissionais do Grand Slam, é a primeira campeã olímpica feminina após o retorno.
Anthony Nesty, do Suriname, é o primeiro negro a ganhar uma medalha de ouro na natação e a primeira de seu país, nos 100m borboleta.
Dois halterofilistas búlgaros têm suas medalhas cassadas após darem positivo no exame anti-doping. O escândalo faz com que a delegação da Bulgária se retire dos Jogos.
O Brasil também bisou seu ouro de 1984, desta vez com o judoca Aurélio Miguel nos meio-pesados. Assim como quatro anos antes, o futebol ficou com a medalha de prata ao perder a final olímpica para a União Soviética, mesmo tendo revelado jogadores que seriam tetracampeões mundiais em 1994 como Taffarel, Jorginho, Mazinho, Bebeto e Romário, que terminou como artilheiro da Olimpíada com 7 gols marcados. O Brasil também faturou a prata no atletismo com Joaquim Cruz nos 800 metros e o bronze com Robson Caetano nos 200 metros rasos. Na vela, Torben Grael faturou o bronze na classe star ao lado de Nelson Falcão e seu irmão Lars Grael também ganhou o bronze em parceria de Clínio de Freitas na classe tornado.

Veja o Clip com os melhores momentos:

6176 – Mega Memória – As Olimpíadas de Montreal


Os Jogos Olímpicos de Montreal, no Canadá, realizados entre 17 de julho e 1 e agosto de 1976, com a participação de 6.804 atletas de 92 nações competindo em 21 esportes, foram os primeiro marcados por um grande boicote. Lideradas pela Republica do Congo, 26 nações africanas, o Iraque e a Guiana se recusaram a participar dos Jogos, em protesto pelo COI não suspender a Nova Zelândia, que havia autorizado sua seleção nacional de rugby excursionar pela África do Sul, que no momento se encontrava suspensa da comunidade internacional por causa do Apartheid, fazendo com que o nível de diversas provas do atletismo ficasse abaixo do esperado, já que os africanos dominavam essas provas.
A escolha de Montreal, que havia conquistado o direito de sediar os Jogos contra cidades importantes como Los Angeles e Moscou, não foi feliz no seu evento, apesar da boa organização e total segurança – reflexos dos ocorrido em Jogos de Munique em 1972.
Financeiramente os Jogos foram um fracasso, causando o maior prejuízo financeiro da história do evento até Atenas 2004. Totalizando mais de 2 bilhões de dólares americanos em dívidas, levando a cidade a demorar mais de 40 anos para conseguir quitar as dívidas relacionadas ao evento Seu ousado, caríssimo e problemático estádio olímpico até hoje permanece como um símbolo do fracasso desta edição . No campo esportivo, mais uma grande decepção. Pela primeira e única vez na história dos Jogos de Verão, o país anfitrião terminou a competição sem conseguir conquistar uma única medalha de ouro.
Os Jogos Olímpicos de Montreal, no Canadá, realizados entre 17 de julho e 1 e agosto de 1976, com a participação de 6.804 atletas de 92 nações competindo em 21 esportes, foram os primeiro marcados por um grande boicote. Lideradas pela Republica do Congo, 26 nações africanas, o Iraque e a Guiana se recusaram a participar dos Jogos, em protesto pelo COI não suspender a Nova Zelândia, que havia autorizado sua seleção nacional de rugby excursionar pela África do Sul, que no momento se encontrava suspensa da comunidade internacional por causa do Apartheid, fazendo com que o nível de diversas provas do atletismo ficasse abaixo do esperado, já que os africanos dominavam essas provas.
A escolha de Montreal, que havia conquistado o direito de sediar os Jogos contra cidades importantes como Los Angeles e Moscou, não foi feliz no seu evento, apesar da boa organização e total segurança – reflexos dos ocorrido em Jogos de Munique em 1972.
Financeiramente os Jogos foram um fracasso, causando o maior prejuízo financeiro da história do evento até Atenas 2004. Totalizando mais de 2 bilhões de dólares americanos em dívidas, levando a cidade a demorar mais de 40 anos para conseguir quitar as dívidas relacionadas ao evento Seu ousado, caríssimo e problemático estádio olímpico até hoje permanece como um símbolo do fracasso desta edição . No campo esportivo, mais uma grande decepção. Pela primeira e única vez na história dos Jogos de Verão, o país anfitrião terminou a competição sem conseguir conquistar uma única medalha de ouro.
Como vimos em um capítulo anterior, a ginasta romena Nadia Comăneci, de apenas 14 anos, foi a grande estrela de Montreal, sendo a primeira atleta da história a receber a nota perfeita de 10.0 neste esporte, nas barras assimétricas. A nota teve que ser apresentada nos placares eletrônicos do ginásio como 1.00, pois até então os placares da ginástica não eram fabricados com dois dígitos antes da divisão da fração, já que a nota 10 era considerada impossível. Comaneci conquistaria três medalhas de ouro e receberia nada mais nada menos que outras seis notas 10 da equipe de jurados durante a competição.
Cinco boxeadores americanos conquistaram medalhas de ouro em Montreal, naquela que para muitos foi a maior equipe de boxe olímpico já formada nos Estados Unidos, composta de Sugar Ray Leonard, Leon Spinks, Michael Spinks, Leo Randolph e Howard Davies Jr. A exceção de Davis, todos se tornariam campeões mundiais profissionais em suas categorias nos anos seguintes.
O ginasta japonês Shun Fujimoto conquistou a excelente nota 9,7 nas argolas, terminado o exercício com uma difícil pirueta de três voltas e a queda em pé na posição ereta perfeita, ajudando a conseguir a medalha de ouro por equipes para o Japão, que disputava a liderança lado a lado com a URSS. Fujimoto realizou a prova com o joelho quebrado.
O italiano Klaus Dibiasi conseguiu o inédito tricampeonato olímpico nos saltos ornamentais, tornando-se o ídolo e modelo de toda uma geração de atletas, entre eles o jovem que o igualaria anos mais tarde, o norte-americano Greg Louganis.
Os Jogos de Montreal assistiram ao primeiro atleta filho de campeão olímpico tornar-se também campeão olímpico. Com um lenço encharcado de lágrimas de um choro convulsivo, um homem no meio da multidão na arquibancada do estádio olímpico, o húngaro Imre Németh, campeão olímpico de lançamento do martelo nos Jogos de Londres em 1948, acenava para o filho Miklos Németh, que ali na sua frente, no gramado do estádio, acabava de se sagrar campeão olímpico do lançamento do dardo, 28 anos depois.
Clarence Hill, das Bermudas, conquistou a medalha de bronze na categoria super-pesados do boxe, dando a seu pequeno país a honra de se tornar a nação de menor população do mundo (53.500 habitantes na época) a ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos.

5602 – Olimpíadas – Competir é melhor do que guerrear


Luta corpo-a-corpo, provas de velocidade, saltos, arremesso de pesos e lanças e corridas de carros de guerra foram as modalidades esportivas praticadas nas primeiras Olimpíadas, criadas em 776 a.C. na cidade de Olímpia, Grécia, onde havia o mais importante templo grego dedicado a Zeus. Os Jogos Olímpicos, realizados de quatro em quatro anos, eram tão importantes entre os gregos que até guerras eram interrompidas no período das competições. Com as Olimpíadas nasce a noção de esporte como meio de confraternização entre os povos, pois as competições reuniam atletas vindos de colônias gregas espalhadas por toda a região do Mediterrâneo. As Olimpíadas duraram mais de 1 000 anos e só terminaram quando, em 394 d.C., o imperador romano Teodósio, convertido ao cristianismo, ordenou o fim da adoração a Zeus entre os gregos – que haviam sido dominados pelos romanos.
O americano Raymond Ewryo foi o atleta que mais ganhou medalhas em toda a história dos Jogos da Era Moderna, com dez medalhas conquistadas entre 1900 e 1908. Já o nadador Mark Spitz, também dos Estados Unidos, detém o recorde de medalhas numa mesma Olimpíada.
No ano de 1972, em Munique, Alemanha, ele conseguiu conquistar sete medalhas.
O homem mais rápido do mundo é o americano Maurice Greene. Ele quebrou o recorde dos 100 metros com 9,79 segundos, no dia 16 de junho de 1999, numa prova em Atenas, na Grécia. Greene conseguiu outros dois feitos memoráveis: pela primeira vez na história, desde 1960, quando o tempo eletrônico foi introduzido, um atleta superou o recorde com uma diferença de apenas 0,05 segundo – a marca anterior, de 9,75 segundos, pertencia ao canadense Donovan Bailey, que a havia estabelecido nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Greene também igualou o seu tempo ao de Ben Johnson, o canadense que, em 1998, havia atingido os mesmos 9,79 segundos. A diferença é que o recorde de Ben Johnson foi invalidado depois que testes comprovaram o uso de substâncias proibidas. Ao chegar ao mesmo resultado, Greene provou que é possível aos atletas quebrarem mesmo os recordes mais difíceis sem precisar recorrer a drogas.

• A atleta dos 100 metros mais rápida de todos os tempos é Florence Griffith Joyner, também dos Estados Unidos, conhecida como Flo-Jo. Sua marca, de 10,49 segundos, foi estabelecida em 1988.
• O maratonista mais rápido do mundo é o marroquino Khalid Khannouchi. Em 1999, em Chicago, nos Estados Unidos, ele terminou a prova em 2 horas, 5 minutos e 42 segundos.

4207 – Ginástica Olímpica – As 7 Magníficas


As Sete Magníficas, em inglês: Magnificent Seven, foi o nome dado à seleção norte-americana feminina de ginástica durante os Jogos Olímpicos de 1996, que conquistou pela primeira vez o ouro por equipes para os Estados Unidos em uma Olímpiada.
As sete ginastas eram: Shannon Miller, Dominique Moceanu, Dominique Dawes, Kerri Strug, Amy Chow, Amanda Borden e Jaycie Phelps
Essa realização, ocorrida na Geórgia, território norte-americano, é considerada magnífica por ser inédita, tanto em Olimpíadas, quanto em campeonatos mundiais. Acrescentado como fator ao feito, está o superar as favoritas européias Rússia – que “herdou” as ginastas da União Soviética – e Romênia, segunda e terceira colocadas.
A líder das Sete Magníficas é sempre apontada como sendo Shannon Miller, a ginasta norte-americana mais expressiva a competir, seguida das estrelas Dominique Dawes e Dominique Moceanu. No entanto, durante a classificatória, foi Kerri Strug quem classificou-se para a final do concurso geral.
Nas finais, Strug, durante a prova do salto, feriu o tornozelo no primeiro, executou o segundo e protagonizou junto ao técnico Béla Károlyi, umas das imagens mais marcantes da história da ginástica norte-americana: foi carregada ao pódio da final por equipes sob os aplausos dos compatriotas torcedores.
Barras assimétricas
Para este evento, classificaram-se Amy Chow e dominique Dawes.
Nas barras assimétricas, entre as norte-americanas, Chow era a que detinha a rotina de maior pontuação. Com 9,837, a ginasta empatou com Bi Weijing, da China, em segundo lugar, superada pela russa Svetlana Khorkina. Dawes, que não subiu ao pódio, encerrou em quarto, totalizando 9,800, em uma prova com empates duplo (2º) e triplo (5º).
Solo
Para a final desse aparelho, classificaram-se Dominique Moceanu e Dominique Dawes.
O solo, assim como a trave, possui tradição entre as norte-americanas e aguardava-se bons resutlados das atletas. Ao final das apresentações, Dawes conquistou a medalha de bronze, 0,050 atrás da primeira colocada. Moceanu, por sua vez, encerrou com 9,825, 0,012 atrás de sua companheira, em quarto lugar.
Pós-Olimpíadas

As Sete Magníficas entraram em uma turnê logo após o encerramento das Olimpiadas. Strug, contudo, não participou, devido a lesão sofrida durante os Jogos.
A equipe apareceu em várias caixas de cereais e em diversos talks shows. Miller , foi considerada a mais bem sucedida membro da equipe, somando um total de cinco medalhas olímpicas, em suas participações. Pouco depois, a equipe foi inserida no Hall da Fama Olímpico Norte-Americano.

3968 – Grandes nomes do esporte – Nádia Comaneci


Nádia em 1976

Nadia Elena Comăneci (Oneşti, 12 de novembro de 1961) é uma ex-ginasta romena, que disputou a modalidade artística e é ainda hoje tida como um ídolo mundial esportivo.
Uma das primeiras alunas do treinador Béla Károlyi, enquanto atleta, conquistou nove medalhas olímpicas, cinco delas de ouro, foi a primeira ginasta a receber uma nota dez – desempenho perfeito – em um evento olímpico de ginástica artística, arquiva quatro medalhas mundiais e doze medalhas europeias. Ao lado da russa Svetlana Khorkina, Nadia é detentora do tricampeonato do individual geral continental, além de bicampeã olímpica na trave de equilíbrio. Em campeonatos nacionais, é ainda pentacampeã do concurso geral.Desde que deixou a vida de atleta profissional, Comăneci continuou envolvida com o desporto: hoje é membro de algumas associações e federações, bem como fundadora de uma instituição filantrópica e colaboradora em diversas outras tanto na Romênia quanto nos Estados Unidos, além de também colaborar para a revista International Gymnast – a publicação mais veiculada da ginástica – ao lado do marido, também ex-ginasta, Bart Conner. Por suas notas e conquistas, é considerada uma das maiores ginastas da modalidade de todos os tempos. Fugida do regime comunista da Romênia, radicou-se nos Estados Unidos e tornou-se cidadã norte-americana. Lá, teve seu primeiro e único filho, Dylan, e abriu um ginásio e uma empresa de equipamentos gímnicos, que produz uma linha de vestuários.
Como premiações, recebeu a Ordem Olímpica por duas vezes, na primeira delas, como a atleta mais jovem a atingir tal distinção; foi eleita uma das cem mulheres mais importantes do século XX; figura, desde 1993, no International Gymnastics Hall of Fame, no qual fora a segunda inserida desde a inauguração da honraria; foi eleita pelo líder comunista romeno, Nicolae Ceauşescu, uma heroína do trabalho socialista, feito este atingido como a mais jovem; também fora eleita, na Romênia, a atleta mais importante do país, em votação realizada no ano de 2006; em 2007, foi escolhida pelo público a celebridade mais confiável da nação, foi eleita a melhor atleta do século XX pelo jornal português Mundo Desportivo, e recebeu da Academia Mundial de Recordes, o título de recordista mundial em sua modalidade.
Ativa durante a infância, adorava tanto saltar que quebrou as molas de quatro sofás em casa.Certa vez, brincando de ginasta com uma amiga no pátio da escola, foi reparada por Béla Karolyi, que, aproximando-se para falar com as meninas, ouviu o sinal tocar e as pequenas sumirem para dentro do colégio. Insatisfeito, entrou na escola e, classe por classe, foi atrás das duas garotas. Na terceira investida, as encontrou e de imediato as convenceu a fazerem o teste para treinar. Nadia andou sobre a trave, aparelho do qual as crianças tinham medo, saltou e cumpriu os requisitos da prova para iniciar seus treinamentos aos seis anos de idade. Na ocasião, o treinador declarou ser a menina a pupila perfeita: “Ela não conhece o medo”

Nádia virou selo

Oito anos mais tarde, quando adolescente, cultivava em sua coleção cerca de duzentas bonecas, outra paixão além da ginástica. Nessa época, vieram seus primeiros grandes êxitos. Em 1976, Nadia, aos quinze anos, foi eleita a personalidade do ano dentre os componentes de sua categoria, além de escolhida a atleta feminina geral do ano e figurar nas capas das revistas Time e Sports Illustrated, devido a seus êxitos inéditos nos Jogos Olímpicos. Em setembro do mesmo ano, um canal da tv norte-americana viajou até Onesti para filmar um especial de uma hora sobre a ginasta, que foi ao ar pela CBS em novembro. Dois anos após tornar-se destaque na modalidade artística, seus pais divorciaram-se, fato este que gerou boatos a respeito de seus ruins resultados, incluídos os atingidos no Mundial, terem ligação com sua vida pessoal à época e não apenas com os treinamentos.Adiante, foi eleita pelo líder comunista romeno, Nicolae Ceauşescu, uma heroína do trabalho socialista, feito este atingido como a mais jovem. Na festa de premiação, ao ser questionada sobre o próximo passo, a menina timidamente respondeu que só queria voltar para casa.
Sua estreia em Jogos Olímpicos foi aos catorze anos, na edição de 1976 realizada no mês de julho, no Canadá. Na ocasião, a ginasta esteve presente em seis das seis finais possíveis.
Na competição qualificatória, realizada no dia 18 de julho, a romena executou nas paralelas assimétricas uma rotina arrojada, que agradou ao público. No final da apresentação, após análise dos árbitros, o placar mostrou a nota 1.00. Em um primeiro momento, o ginásio ficara em silêncio, sem entender como aquela técnica poderia receber um score tão baixo. Contudo, não se passou muito e logo percebeu-se a fragilidade dos placares: como um dez perfeito nunca havia sido atingido antes, não foram programados para registrar tal marca. Assim, pela primeira vez na história olímpica, uma ginasta recebia o chamado dez perfeito.No dia seguinte, durante a final por equipes, Nadia atingiu suas segunda e terceira notas dez ao executar o seu exercício na trave de equilíbrio e, novamente, nas barras assimétricas. Ao final, apesar das notas alcançadas, a Romênia encerrou na segunda colocação. Ao lado das companheiras de equipes, Teodora Ungureanu, Mariana Constantin, Anca Grigoraş, Gabriela Truşca e Georgeta Gabor, Comăneci conquistou a medalha de prata, ao ser superada pela União Soviética de Ludmilla Tourischeva.
Em 21 de julho, na final do concurso geral, tirou sua terceira nota dez nas assimétricas, e sua segunda na trave, para conquistar a medalha de ouro na competição, após somar 79,275, 0,600 a frente da segunda colocada, Nellie Kim, em prova que reuniu um total de 36 ginastas, dentre as quais três eram da Romênia nas primeiras quinze posições.
Nas finais por aparelhos, sucedidas em 23 de julho de 1976, a atleta atingiu suas sexta e sétima notas dez, mais uma vez nas paralelas e na trave. Como resultado, conquistou mais duas medalhas de ouro. Na trave, encerrou a frente da também soviética Olga Korbut, enquanto nas assimétricas superou a compatriota Ungureanu; no solo, encerrou na terceira colocação, atrás das soviéticas que havia superado dois dias antes, no individual geral; por fim, no salto, sem subir ao pódio, foi a quarta classificada em disputa vencida por Kim.
Em 1980, Comăneci despediu-se dos Jogos Olímpicos com a participação na edição de Moscou, Rússia. Nestes Jogos, a ginasta conquistou o direito de disputar cinco das seis finais possíveis durante a fase qualificatória.
Agora, aos dezoito anos, conquistou sua segunda medalha de prata na disputa coletiva, ao ser novamente superada pelas soviéticas. Somando 196,80, a equipe romena, formada por Nadia, Emilia Eberle, Rodica Dunca, Melita Rühn, Dumitriţa Turner e Cristina Grigoraş, encerrou na segunda colocação por 0,350 ponto de diferença para as vencedoras. No individual geral, 36 atletas disputaram as rotações que compunham o evento. Após o encerramento delas, a atleta totalizou 79,075, suficiente para empatar na segunda posição com a alemã oriental Maxi Gnauck. No entanto, foram 0,075 ponto atrás da medalhista de ouro, Yelena Davydova. Com melhor desempenho, as três romenas presentes nesta prova realizada no dia 24 de julho, terminaram entre as dez primeiras posições.
No ano de 1984, após encerrar oficialmente a carreira, teve um filme lançado em sua homenagem, intitulado Nadia, no qual a ginasta estadunidense e campeã mundial das barras assimétricas, Marcia Frederick, a interpreta.No mesmo período, graduou-se pelo Instituto de educação Física e Desportos em Bucareste. Na época de sua formatura, foi convidada a integrar o grupo da Federação Romena de Ginástica como treinadora da equipe júnior do país. Essa função exerceu até o ano de 1989, interrompida pela chegada da Revolução, que pretendia derrubar o líder comunista.
Em dezembro, seu pedido de asilo nos Estados Unidos fora atendido e para lá se mudou. Devido a problemas causados por Panait, mudou-se para o Canadá no ano seguinte, onde viveu até 1991 promovendo equipamentos de ginástica e se apresentando em algumas exibições da modalidade. Após a acidental morte de Stefu, que a acolheu, Bart Conner a convidou para trabalhar em seu ginásio, localizado na cidade de Norman. Em dezembro do ano 2000, deu início ao Dia Internacional do Voluntário e tornou-se a primeira atleta a falar como porta-voz da União Nacional.

Nádia em 2005