Astronomia – Japão fracassa ao tentar pousar 1ª sonda privada na Lua


A empresa japonesa ispace reconheceu que a sonda HAKUTO-R 1 falhou ao tentar fazer um pouso controlado na Lua, na tarde da última terça-feira (25). A espaçonave perdeu contato com a Terra durante a descida e, provavelmente, fez um pouso forçado na superfície lunar.
Segundo a empresa, dados de telemetria indicam que a sonda realizava a manobra de aproximação final da superfície lunar, em uma posição vertical, quando a sua velocidade de descida aumentou rapidamente. Porém, após o horário do pouso programado, nenhum outro dado foi recebido pelos japoneses.
Durante a transmissão do pouso, é possível perceber que os dados ao vivo deixaram de ser exibidos cerca de 25 segundos antes do pouso, quando a HAKUTO-R 1 estava cerca de 80 metros acima da superfície. A suspeita inicial é que a sonda tenha esgotado o seu combustível, o que fez os seus motores desligarem antes do programado.
Mais de 25 minutos após o pouso agendado, a empresa reconheceu a falha. “Então, temos que assumir que não conseguimos completar o pouso na superfície lunar”, disse Takeshi Hakamada, fundador e executivo-chefe da ispace.
A HAKUTO-R 1 foi lançada por um foguete Falcon 9, da SpaceX, no último dia 11 de dezembro. Após meses de viagem, a sonda conseguiu entrar com sucesso em órbita da Lua, em 20 de março.
Durante a sua jornada até a Lua, a sonda já tinha enfrentado algumas anomalias, como problemas de temperatura e um computador de bordo que reiniciava várias vezes. Porém, a missão conseguiu concluir 7 dos 10 marcos previstos.

O lander começou a descida desta terça-feira a partir de 100 km de altura, realizando uma série de manobras ao longo de uma hora. O alvo era a base da Cratera Atlas, com 87 km de largura, localizada na região lunar conhecida como Mar do Frio, com pouso programado para 13h40 (horário de Brasília).
Se tivesse tido sucesso, esta seria a primeira missão privada a conseguir pousar na Lua. A espaçonave transportava várias cargas úteis de empresas e governos, incluindo um pequeno rover chamado Rashid, desenvolvido pelos Emirados Árabes Unidos.
Apesar do fracasso, a ispace afirmou que conseguiu adquirir dados valiosos e know-how para suas duas futuras sondas lunares, previstas para serem lançadas em 2024 e 2025.

“Este é um grande salto para a futura exploração lunar e um marco importante para o avanço do desenvolvimento espacial pelo setor privado em direção ao próximo nível, não apenas no Japão, mas também no mundo”, disse a empresa em comunicado.
Fundada em 2010, a ispace tem atualmente um contatro com a NASA, dentro do programa Artemis, com o objetivo de coletar regolito lunar para a agência espacial. Além disso, a empresa japonesa tem um outro contrato com a ESA (Agência Espacial Europeia) para fazer parte de um programa que está desenvolvendo tecnologias para extrair água da Lua.

Espaço – Rover da missão Artemis pousará no polo Sul da Lua em busca de gelo


Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (20-09-21), a Nasa anunciou que o Veículo de Exploração Polar para Investigação de Voláteis (ou Viper, na sigla em inglês) pousará no polo sul da Lua em 2023 em busca de água e outros recursos. O rover faz parte da missão Artemis e será lançado em um foguete da empresa SpaceX.
Até agora, informa a Nasa, a região do extremo sul lunar nunca foi estudada tão de perto; o que outros instrumentos já fizeram foi apenas uma observação remota. Por estar sob sombra constante, o polo sul do nosso satélite natural é uma das partes mais frias do Sistema Solar.
A intenção dos astrônomos é verificar a existência de gelo a partir de dados colhidos pelo Viper, cujo local de aterrissagem será a zona montanhosa a oeste da cratera Nobile. Formada a partir de uma colisão com outro corpo celeste menor, a área tem uma boa variedade de lugares de interesse científico e terreno acessível para veículos exploradores.

“Os dados do Viper fornecerão aos cientistas uma visão mais aprofundada da origem cósmica, evolução e história da Lua”, diz Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência na sede da Nasa, na nota divulgada. “Também ajudarão a documentar futuras missões Artemis e a entender melhor o ambiente lunar nessas áreas anteriormente inexploradas a centenas de milhares de quilômetros de distância”.
Em relação à água congelada e outros recursos, os pesquisadores pretendem entender de onde eles vieram, como permaneceram preservados por bilhões de anos e para onde vão.
O Viper deverá explorar uma área de superfície de 93 quilômetros quadrados ao longo da missão de 100 dias. O plano é que o rover transite por seis locais de interesse científico e possa usar seus painéis solares para permanecer carregado e quente ao longo da jornada.
Com sensores e brocas, o veículo vai coletar amostras de pelo menos três locais de perfuração, o que deve fornecer informações sobre a variedade de profundidade e temperatura. Com isso, a Nasa poderá prever outros lugares da Lua onde também exista gelo e, então, produzir um mapa de recursos da superfície lunar.

Qual a Maior Velocidade Atingida Por Um Objeto Espacial


A sonda solar Parker, da Nasa, registrou mais um recorde. Após se tornar o objeto a realizar o voo mais próximo do Sol, a 18,6 milhões de quilômetros de distância, a sonda foi reconhecida como a criação humana a atingir a maior velocidade possível, cerca de 393 mil km/h.
A sonda solar, lançada em agosto de 2018, foi construída para suportar as temperaturas escaldantes da atmosfera externa do Sol, desvendando alguns dos mistérios do astro. Um conjunto de quatro instrumentos vai ajudar os cientistas a entender como a coroa solar e o vento afetam a Terra e o resto do sistema solar.
A Parker quebrou seus próprios recordes de velocidade e proximidade com o Sol, de acordo com o controle da missão no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, durante seu sobrevoo em 29 de janeiro.
O voo foi a quarta vez que a sonda se aproximou do Sol. Em 1º de fevereiro, a espaçonave do tamanho de um carro emitiu um sinal de “status A”, querendo dizer que sua aproximação foi um sucesso.
Os recordes anteriores são datados de novembro de 2018 e apontam para a velocidade de 247 mil km/h e uma proximidade de 42,5 milhões de quilômetros. O recorde atual aponta para uma distância significativamente menor em relação ao anterior.
A ideia dos pesquisadores responsáveis pela missão é que a sonda Parker continue quebrando os próprios recordes até 2024, à medida que se aproxima do Sol. Protegida por um escudo térmico de ponta, a estimativa é que a sonda chegue a 4,3 milhões de quilômetros da superfície do Sol.
Estudos do Sol
Em 29 de janeiro, o telescópio Daniel K. Inouye, localizado no Havaí, capturou imagens da superfície solar com maior definição até então. O telescópio, que fica a cerca de 130 milhões de quilômetros mais longe do Sol do que a sonda Parker, é o telescópio solar mais poderoso já construído.
Em 9 de fevereiro, a Agência Espacial Europeia lançará o Solar Orbiter. Essa espaçonave não chegará tão perto do Sol como Parker, mas ajudará a guiar nossa compreensão de como a estrela afeta nosso sistema solar.

Marte: Ingenuity já tem data para decolar pela primeira vez



O drone transportado pelo rover Perseverance em 2020 está pronto para levantar seu primeiro voo em Marte. A missão da aeronave é provar a possibilidade de voar no planeta vermelho, mesmo com sua atmosfera 100 vezes mais fina que a da Terra. A previsão é de que a pequena máquina, chamada de Ingenuity, levante voo no dia 11 de abril.
O Perseverance, da Nasa, foi lançado em julho de 2020 com intuito de levar a engenhosidade até Marte e acompanhá-la durante os testes. O helicóptero, que chegou no dia 18 de fevereiro deste ano com sucesso, mede meio metro de altura e pesa apenas 1,8 quilo.
Com tecnologia avançada e tamanho pequeno, a nave conta com uma estrutura de dois rotores que giram em direções opostas 40 vezes por segundo fazendo com que ela decole. A velocidade da aeronave é cerca de cinco vezes mais rápida do que os rotores normais de helicópteros comuns na Terra.
“Ele sobreviveu ao lançamento, sobreviveu à jornada através do espaço, ao vácuo e à radiação, sobreviveu à entrada e descida e aterrissagem na superfície do rover Perseverance”, disse Bob Balaram, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) e Engenheiro-chefe da Ingenuity, durante uma coletiva de imprensa.
Devido sua missão fazer parte apenas de provar a possibilidade de voo em Marte, o helicóptero não carrega equipamentos científicos. Por outro lado, ele possui um computador de bordo que o ajuda a navegar e que é cerca de 150 vezes mais rápido do que o do Perseverance, e muito mais poderoso do que qualquer coisa que tenha sido enviada para outro planeta antes.

Espaço – Quantas Sondas Já Foram Enviadas A Marte?



A corrida espacial impulsionada pela Guerra Fria foi responsável pelas primeiras missões rumo a Marte, e agora chegamos ao marco de seis décadas de falhas e acertos nas tentativas de explorar o planeta, com algumas novas missões sendo lançadas neste mês de julho. A seguir, destacamos algumas das missões mais marcantes dos últimos 60 anos quando o assunto é a exploração de Marte.
Na acirrada competição promovida pela Guerra Fria, os soviéticos saíram na frente, fazendo os primeiros lançamentos de sondas espaciais já em 1960, apenas três anos depois de colocarem em órbita seu primeiro satélite artificial, o Sputnik-1.
A primeira missão soviética para Marte tinha como objetivo investigar o espaço entre a Terra e o Planeta Vermelho, estudando a superfície marciana por meio de imagens obtidas ao se sobrevoar o planeta. Esperava-se também estudar os efeitos de longas viagens espaciais sobre os instrumentos de bordo e ainda explorar comunicação via rádio a longas distâncias.
As sondas Marsnik 1 e 2, contudo, sequer conseguiram alcançar a órbita da Terra. Quatro anos mais tarde, a sonda Zond 2 foi a primeira a se aproximar de Marte, ainda que não tenha sido possível investigar o planeta.
1965: o primeiro contato
Menos de um ano depois do lançamento de Zond-2 pela União Soviética, os Estados Unidos passaram à frente na corrida: em 15 de julho de 1965, a sonda Mariner 4, da NASA, conseguiu alcançar Marte, enviando de volta à Terra aproximadamente vinte imagens da superfície desértica do planeta, que hoje já nos é tão familiar.
Alguns anos mais tarde, as Mariner 6 e 7 repetiram o sucesso de sua antecessora, aumentando o acervo de fotografias de Marte.
1971: chegamos para ficar
Depois das sondas na década anterior, Mariner 9 foi o primeiro satélite artificial a alcançar a órbita de Marte, no ano de 1971. Graças ao satélite, foi possível fazer um detalhado mapeamento fotográfico da superfície do planeta, registrando inclusive traços de atividade vulcânica e erosão fluvial.
Ainda neste mesmo ano, tivemos o primeiro pouso em Marte, desta vez feito pelos soviéticos: Mars-3 foi a primeira nave a aterrissar no planeta, mas infelizmente o contato se perdeu por completo cerca de vinte segundos depois.
1976: as primeiras missões completas
Foram necessários mais cinco anos de preparativos e estudos para termos as primeiras missões de exploração da superfície de Marte plenamente bem sucedidas. Viking 1 e Viking 2, também da NASA, tinham objetivos que iam muito além de fotografar o território: foram conduzidas também experiências no campo da biologia, averiguando a possibilidade de sinais de vida extraterrestre.
Os experimentos verificaram atividades químicas inesperadas no solo marciano, mas não foi encontrada qualquer evidência conclusiva da presença de microorganismos no entorno das zonas de aterrissagem.

1997: a retomada
Depois de um longo período sem novidades, os anos 1990 marcaram o retorno das atividades de exploração de Marte. Mas não foi fácil: sete sondas foram perdidas nas primeiras tentativas.
Quando a NASA finalmente teve sucesso, ele veio em dose dupla. O ano de 1997 foi marcado pela missão Pathfinder, que levou o rover Sojourner a Marte em segurança para uma exploração detalhada do território ao seu redor. Em paralelo, o satélite Surveyor se estabeleceu na órbita marciana, com a missão de estudar toda a superfície de Marte, bem como sua atmosfera e o interior do planeta.
2003: ESA se junta ao time
A Agência Espacial Europeia (ESA) lança a sonda Mars Express, que permanece em atividade até hoje, circulando Marte. A missão, contudo, não foi de todo bem-sucedida: ela também incluía a sonda Beagle-2, que deveria explorar a superfície do planeta. Beagle-2 jamais enviou qualquer sinal de volta à Terra e sua situação permaneceu um mistério até 2015, quando enfim foi avistada.
2004: os rovers Spirit e Opportunity
Os rovers Spirit e Opportunity foram levados a Marte pela NASA para conduzir observações de caráter geológico por períodos consideravelmente longos: os dois estiveram na ativa até 2010 e 2018, respectivamente.
O Opportunity, inclusive, tem até hoje o marco da mais longa distância percorrida em outro planeta: o rover cobriu 45 quilômetros, enviando de volta à Terra mais de 200 mil fotos. Ele também foi responsável pela descoberta de umidade na atmosfera marciana.
2012: rover Curiosity (e uma dose de Brasil em Marte)
Também uma iniciativa da norte-americana NASA, o rover Curiosity aterrissou em Marte há oito anos, sendo o único veículo robótico operando atualmente na superfície do planeta. Ainda em plena atividade, o Curiosity revolucionou nosso conhecimento sobre o Planeta Vermelho, comprovando, por exemplo, que Marte teve condições de abrigar vida microbiana em seu passado remoto. Dados recentes indicam que o planeta pode já ter tido água o suficiente para dar origem à vida como a conhecemos.
Por sinal, Ivair Gontijo, físico brasileiro, faz parte da equipe da NASA e se dedica a projetos de exploração de Marte — incluindo o rover Curiosity. Há mais de dez anos, ele ajudou a construir os transmissores e receptores do radar utilizado para o pouso do rover na superfície marciana. Ele também tem envolvimento com o rover Perseverance, que faz parte da missão Mars 2020, chegando ao seu destino em fevereiro de 2021 para buscar por bioassinaturas.
2014: Índia chega com menos gastos e mais agilidade
Primeiro país asiático a se juntar à exploração de Marte, a Índia tem uma sonda orbitando Marte desde setembro de 2014. A Mars Orbiter Mission, como é chamada, tem por objetivo medir a presença de metano na atmosfera do planeta, tendo sido produzida em velocidade recorde, com custos reduzidos.

2020: uma nova era na exploração de Marte
A década de 2020 é promissora para a exploração de Marte. O cenário da pandemia de COVID-19, contudo, afetou o andamento de alguns projetos.
A nova fase da missão ExoMars, desenvolvida em uma parceria entre a ESA e a Agência Espacial Federal Russa, tem como principal objetivo averiguar se já houve vida no Planeta Vermelho com o rover Rosalind Franklin. Seu lançamento estava previsto para este ano, mas dificuldades técnicas e o atual cenário global fizeram com que a missão fosse adiada para 2022.
Ainda assim, três outras missões estão sendo lançadas em julho: os Emirados Árabes Unidos lançaram sua primeira sonda marciana com a missão Hope Mars, enquanto a China também teve sucesso ao lançar a sonda Tianwen-1, em uma missão envolta em mistérios. Enquanto isso, os Estados Unidos continuam trabalhando nos preparativos da missão Mars 2020, que, tal qual a ExoMars, tem por objetivo encontrar bioassinaturas na superfície de Marte. A missão partirá nesta quinta-feira (30) e levará ao Planeta Vermelho o rover Perseverance e um helicóptero chamado Ingenuity.

Fonte: Mars Daily; NASA (1), (2), ESA

PARAQUEDAS DA SONDA PERSEVERANCE TEM CÓDIGO ESCONDIDO COM MENSAGEM



Além do momento histórico e das possibilidades de estudo do planeta, o momento envolveu também um mistério.
O engenheiro responsável pela equipe de pouso, descida e reentrada da Perserverance em solo marciano, Allen Chen, disse em uma coletiva de imprensa que o equipamento da sonda continha uma mensagem secreta — e desafiou os entusiastas a encontrar e decifrar o código.
A mensagem codificada da Perseverance estava na ilustração no topo do paraquedas da sonda, que aparentemente parecia um desenho abstrato e sem padrão definido.
O desenho é, na verdade, um conjunto de três círculos concêntricos, ou seja, que dividem o mesmo centro com dimensões diferentes. A cada círculo, foi possível formar uma palavra a partir de códigos binários e letras em ASCII.
A frase final é “Dare Mighty Things”, ou “Ouse Coisas Poderosas”, em uma tradução livre para o português. Quem confirmou que o código foi desvendado e liberou uma explicação visual para a resposta correta foi Adam Steltzner, engenheiro-chefe da NASA.
Além de ser uma frase inspiradora e que resume bem a ousadia da Perseverance, esse é um slogan não oficial do Jet Propulsion Laboratory (JPL), a divisão da NASA responsável pelo controle da missão — inclusive registrada em algumas paredes do local.
Já o anel externo do paraquedas traz números que formam as seguintes coordenadas geográficas: 34°11’58” N 118°10’31” W. Elas se referem exatamente à sede da JPL, que fica no sul do estado norte-americano da Califórnia. O resultado foi obtido em menos de seis horas por um grupo de usuários no Reddit. A Perseverance foi lançada em julho de 2020 e vai enviar à Terra materiais em forma de imagem, além de registros de áudio e vídeo do planeta. Ela vai estudar principalmente a região conhecida como cratera de Jezero, que pode conter evidências a respeito da formação geológica do local e até evidências de vida.

Tecnologia – A Sonda Perseverance



É um rover planetário baseado nas configurações do rover Curiosity do Mars Science Laboratory. Desenvolvido pela NASA, foi lançado em 30 de julho de 2020 com destino a Marte. Investigará a astrobiologia, geologia e história de Marte, incluindo a possibilidade do planeta ter sido habitável no passado. Foi anunciado pela agência americana em 4 de dezembro de 2012, na União de Geofísica dos Estados Unidos, em São Francisco. O rover é do tamanho de um carro, com cerca de 3 metros de comprimento (sem incluir o braço), 2,7 metros de largura, 2,2 metros de altura e {{fmtn|1050]]kg. O veículo era conhecido pelo nome genérico do veículo da missão Mars 2020, mas, em 5 de março de 2020, a NASA revelou o nome escolhido para o veículo espacial. O veículo espacial foi renomeado como Perseverance (lit. Perseverança).
Perseverance possui uma broca capaz de perfurar o solo marciano para recolher amostras e deixá-las na superfície de Marte. Uma missão futura poderia recolher essas amostras e trazer de volta para a Terra para serem estudadas. O lançamento ocorreu em 30 de Julho de 2020, na base de lançamentos Cabo Canaveral, num foguete Atlas V.[5] Àquela data, Terra e Marte estavam em boas posições em relação um ao outro. Para manter os custos e riscos da missão mais baixos possíveis, o projeto foi baseado na missão do Mars Science Laboratory, que pôs Curiosity em Marte.
A missão também oferece oportunidade de adquirir informações e desenvolvimento das tecnologias que poderão ser usadas futuramente para expedições humanas no planeta vermelho.
Cronograma da Missão
A missão foi lançada a 30 de julho 2020, onde as posições da Terra e de Marte eram ideais para viajar para Marte. O Rover pousou em Marte em 18 de fevereiro de 2021, com uma missão planejada de pelo menos um ano na superfície de Marte (668 sois ou 687 dias terrestres).
O pouso foi bem sucedido, ocorrendo às 17h 55min (horário de Brasília). Após o pouso, o Perseverance imediatamente começou a enviar imagens de sua área ao redor, na frente e atrás do rover, usando suas câmeras de prevenção de perigos a bordo. A primeira imagem mostra um par de pedras de dez cm na frente do veículo e dunas em segundo plano.

Tecnologia – O que são as sondas espaciais?


sonda new horizons
São naves que carregam equipamentos de laboratório e câmeras para lugares ainda inacessíveis ao homem. Em Marte e em Vênus, os planetas mais próximos da Terra, várias sondas já pousaram. Outras passaram raspando por Mercúrio, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Só Plutão, o mais distante, ainda não recebeu nenhuma visita. Mas a participação dessas exploradoras espaciais começou bem mais perto, com a própria Lua, quando, ainda em 1959, a ex-União Soviética mandou suas primeiras sondas para lá. Uma delas, a Luna 3, fez as pioneiras fotos do lado escuro do nosso satélite. Entre as americanas, as estreantes foram as sondas Ranger, que tiraram mais de 17 mil fotos da Lua na década de 60. Essas imagens, claro, foram essenciais para que, em 1969, astronautas fossem levados para lá com relativa segurança. Depois da Lua, os soviéticos mandaram com sucesso esses equipamentos para Vênus: em 1975, suas sondas Venera 9 e 10 tiraram as primeiras fotos a partir da superfície de outro planeta.
Os Estados Unidos, no ano seguinte, fizeram o mesmo, só que em Marte, com as sondas Viking 1 e 2. E repetiram a dose 20 anos depois, com o famoso jipinho da missão Mars Pathfinder, o primeiro veículo a se locomover para fazer filmagens fora da Terra. Entretanto, o trabalho de uma sonda não é só de cinegrafista espacial.
Ela carrega poderosos instrumentos capazes de analisar a composição química da atmosfera, a velocidade dos ventos e o relevo do solo, além da radiação e do campo magnético dos astros. Mesmo que a parte mais vistosa dessas jornadas sejam as imagens enviadas de volta à Terra, os outros equipamentos são fundamentais para mostrar segredos menos visíveis, mas muito mais surpreendentes. Os instrumentos das primeiras sondas a passar por Júpiter (as Pioneer 10 e 11, em 1974) detectaram um comportamento estranho na carga elétrica de partículas ao redor do planeta.
A tradução dos resultados, para os cientistas, sugeria que Júpiter teria anéis, como Saturno.
Foi uma indicação reveladora, mesmo sem as Pioneer conseguirem imagens que provassem tal teoria.
Isso só foi acontecer em 1979, quando outras sondas, as Voyager 1 e 2, foram mandadas direto para o planeta. Aí, sim: vistos de um ângulo diferente, os anéis finalmente deram o ar da graça e puderam ser filmados. Essa não foi a única novidade que as sondas encontraram por aquelas bandas. A própria Voyager 2, única nave que já passou por planetas mais distantes que Júpiter, descobriu dez novos satélites em Urano em 1986 – antes, só cinco eram conhecidos. Em 1989, foi a vez de Netuno: seis de seus oito satélites só foram revelados pela exploração da Voyager.
O curioso é que tanto essa veterana quanto sua irmã funcionam até hoje. Sem nenhum planeta por perto, elas investigam as últimas fronteiras do sistema solar.
De quebra, levam um alô da Terra para um eventual encontro com habitantes de outros planetas.
São centenas de fotos, diagramas, músicas e sons, que cumprem o papel de uma autêntica mensagem na garrafa jogada pela humanidade no oceano cósmico.
Este disco é uma espécie de cápsula do tempo, que leva imagens e sons da Terra para o caso de seres inteligentes encontrarem a Voyager por aí. Feito em cobre, no final da década de 70, traz gravações em formato analógico. Esses desenhos são instruções de como pôr o disco “para tocar”. Mas, convenhamos, os ETs vão ter que ser muito inteligentes para decifrar esse estranho manual de instruções.
A cápsula do tempo tem 115 imagens, com fotos, esquemas e diagramas como os que você vê ao lado, de um congestionamento na Índia e de uma ilustração da gravidez humana.
Há ainda 21 sons, de latido de cachorro a motor de carro, e dezenas de músicas, da 5ª Sinfonia de Beethoven a “Johnny B. Goode”, de Chuck Berry.
Há também diferentes mensagens de boas-vindas gravadas em 55 idiomas. A mensagem em português é um “paz e felicidade a todos”, com sotaque carioca.
Voando a 61 mil km/h, as sondas Voyager 1 e 2 – que são idênticas – estão a 13 bilhões e a 10 bilhões de quilômetros da Terra, respectivamente.
Aliás, a Voyager 1 é a campeã de distância do nosso planeta, deixando a Pionner 10 (com 12 bilhões de quilômetros) em segundo lugar. Há dez anos as duas Voyager já deixaram para trás a órbita de Plutão.
Alguns quilos de plutônio-238 servem de combustível para os equipamentos da nave. Esses átomos, radioativos, atiram partículas nas paredes de um cilindro, gerando calor. Depois, uma miniusina termoelétrica converte o calor em energia elétrica para a sonda.
Com 70 metros de diâmetro, a antena manda dados para a Terra a 7,2 quilobits por segundo (kbps), taxa oito vezes menor que a de um modem comum, de 56 kbps.
Mas os sinais vêm rápido: viajando à velocidade da luz (1,08 bilhão de km/h), demoram só 12 horas para atingir a Terra.
Os dados chegam logo, mas em pequenos blocos de informação.
PENEIRA DE ÁTOMOS

Detectores de partículas captam os chamados raios cósmicos, jatos de núcleos atômicos e elétrons que saem de estrelas e atravessam a galáxia.
Quando a nave estiver fora da área de influência do Sol, poderá captar e estudar as propriedades desse turbilhão sem a interferência das partículas atiradas por nosso astro.
Das quatro lentes da Voyager, duas são semelhantes às das câmeras terrestres. A menor filma panoramas abertos, como uma grande-angular, e a maior focaliza detalhes, como uma teleobjetiva. Uma terceira lente, a de infravermelho, pode medir o calor de planetas. Já a de ultravioleta ajuda a analisar as composições químicas dos astros.

Por que vemos sempre a mesma face da Lua daqui da Terra?


terra vista da lua
A Lua tem, sim, um movimento de rotação. Mas é verdade, também, que daqui da Terra a gente sempre vê o mesmo lado, ou hemisfério, do satélite natural. Por isso se fala tanto no “lado escuro da Lua”, mas atenção: é errado falar “lado escuro” quando se fala do hemisfério lunar que nunca podemos ver daqui da Terra — o correto é dizer “lado afastado” da Lua.
Voltando à explicação sobre por que vemos sempre o mesmo lado da Lua, isso acontece por causa da rotação sincronizada. A combinação da distância da Lua para a Terra, da gravidade terrestre e da força das marés faz com que o satélite gire em torno de si próprio na mesma velocidade em que translada ao redor do nosso planeta. Assim, fica sempre com a mesma face virada para nós, enquanto a outra fica oculta para nós — e o sentido de “lado afastado” se refere a isso. Este misterioso hemisfério lunar, por sinal, nunca tinha sido visto por nós até 1959, quando a sonda russa Luna 3 o fotografou.
Esse lado afastado é mais robusto do que a face vista da Terra. São menos planícies escuras formadas por antigas erupções vulcânicas, e há uma gigantesca cratera de 180 km de largura, chamada Von Kármán. Essa cratera cobre quase um quarto da circunferência do satélite natural e fica dentro da Bacia do Polo Sul-Aitken.

Os dois lados recebem luz solar direta, em dias que duram cerca de duas semanas terrestres para cada hemisfério. O lado afastado é iluminado durante a fase da Lua Nova; já o lado voltado para a Terra recebe um pouco mais de luz graças à iluminação cinérea, que são raios solares refletidos pelo nosso planeta. No entanto, o satélite natural é considerado um objeto escuro por não emitir luz própria — a Lua não “brilha”, ela apenas reflete a luz solar.
A Lua não é o único satélite natural do Sistema Solar com esta rotação sincronizada, pois outros também mantêm sempre a mesma face virada para seus planetas. É o caso de Caronte, lua de Plutão: ambos estão sempre com a mesma face virada um para o outro, o que levou alguns astrônomos a classificá-los como um sistema binário no passado.

Exploração no lado afastado da Lua

Humanos tiveram a oportunidade de ver o lado afastado da Lua por si próprios, pela primeira vez, em 1968, com a missão orbital Apollo 8. Mas só no século XXI este hemisfério do satélite natural começou a ser mais vastamente explorado pela humanidade.

A China enviou a missão Chang’e 4 para lá, que pousou nesse lado afastado em 3 de janeiro de 2019, tornando-se o primeiro veículo construído pelo ser humano a tocar tal hemisfério lunar. Um rover, o Yutu-2, está naquele solo analisando melhor a superfície levemente diferente da que nossos olhos estão habituados a ver daqui do nosso planeta.
A missão ainda está em andamento e já nos enviou muitas informações interessantes, desde uma foto panorâmica do lado afastado da Lua até análises do solo, que pode ter comprovado uma teoria sobre a Cratera Von Kármán, onde a Chang’e 4 estacionou. De acordo com os dados, essa região pode ter rochas do manto lunar, mas na superfície, o que pode apontar um poderoso impacto ocorrido há quase 4 bilhões de anos.

sonda chinesa

sonda chinesa2

A Sonda Solar Orbiter


solar orbiter
Lançada pela NASA e ESA

O objetivo do aparelho é fotografar os polos sul e norte do Sol pela primeira vez, o que promete complementar nosso conhecimento sobre a estrela do Sistema Solar.
Segundo os astrônomos, a cada 11 anos a atividade solar tem seu pico, o que resulta em explosões que lançam matéria pelo espaço. Além disso, nesse intervalo de tempo os polos magnéticos do Sol de invertem: o norte vira o sul e o sul vira o norte.
A Sonda Parker, lançada em 2018, trouxe informações únicas para nós. Mas o foco dessa missão é explorar a corona do Sol, que é a parte mais externa da estrela. Já a Solar Orbiter também irá estudar essa parte do astro, mas com outro intuito.
“Com o Solar Orbiter focando diretamente nos polos, poderemos ver as enormes estruturas de buracos coronais”, disse Nicola Fox, diretor da Nasa, em comunicado. “É daí que todo o vento solar rápido vem. Será realmente uma visão completamente diferente.”
Para proteger os instrumentos sensíveis da espaçonave do calor escaldante do Sol, os engenheiros criaram um escudo térmico com um revestimento preto externo feito de carvão de osso queimado semelhante ao usado nas pinturas rupestres pré-históricas. O escudo térmico tem 40 centímetros de espessura e é feito de uma folha de titânio para resistir à radiação.
De acordo com os especialistas, o aparato deve se aproximar da nossa estrela até 2021 e enviar as primeiras informações em 2022. “Nosso entendimento do Sol irá mudar dramaticamente. Posso dizer que estamos vivendo em um momento revolucionário nessa área”, comentou Teresa Neves-Chinchilla, uma das pesquisadoras, em vídeo.
Lançamento da Sonda
O lançamento ocorreu em 10 de fevereiro de 2020, às 04:03 UTC, em um foguete United Launch Alliance Atlas V 411 do Space Launch Complex 41 em Cape Canaveral.
A bordo estão dez instrumentos científicos, totalizando 209 quilos de carga útil, para uma missão de mais de 1,5 mil milhões de dólares. Depois de passar pelas órbitas de Vénus e Mercúrio, o satélite, cuja velocidade máxima será de 245.000 km/h, poderá aproximar-se até 42 milhões de km do Sol, ou seja, menos de um terço da distância que o separa da Terra. A sonda é protegida por uma blindagem térmica, pois as temperaturas a que será exposta atingirão 600°C.
A sonda espacial e seus instrumentos, incluindo seu conjunto solar de 18 m, foram projetados para sobreviver a temperaturas escaldantes de até 500 ° C e suportar um cerco constante por partículas do vento solar com carga excepcional por pelo menos sete anos.
SWA – Solar Wind Plasma Analyzer (Reino Unido): consiste em um conjunto de sensores que medem as propriedades de massa de íons e elétrons (incluindo densidade, velocidade e temperatura) do vento solar, caracterizando o vento solar entre 0,28 e 1,4 UA do sol. Além de determinar as propriedades do volume do vento, o SWA fornecerá medições da composição de íons de vento solar para elementos-chave (por exemplo, o grupo C, N, O e Fe, Si ou Mg).
PHI – Polarimetric and Helioseismic Imager (Alemanha): Para fornecer medições em alta resolução e em disco completo do campo magnético do vetor fotográfico e velocidade da linha de visão (LOS), bem como a intensidade contínua na faixa visível do comprimento de onda. Os mapas de velocidade do LOS terão precisão e estabilidade para permitir investigações heliossísmicas detalhadas do interior solar, em particular da zona de convecção solar, medições de alta resolução e disco completo do campo magnético fotográfico.
EUI – Extreme Ultraviolet Imager (Bélgica): Para fornecer seqüências de imagens das camadas atmosféricas solares acima da fotosfera, fornecendo assim um elo indispensável entre a superfície solar e a coroa externa que molda as características do meio interplanetário. Além disso, forneça as primeiras imagens UV do Sol desde um ponto de vista fora da eclíptica (até 34 ° de latitude solar durante a fase prolongada da missão)
METIS – Coronagraph (Itália): Imaginar simultaneamente a emissão visível, ultravioleta e extrema ultravioleta da coroa solar e diagnosticar, com cobertura temporal e resolução espacial sem precedentes, a estrutura e dinâmica da coroa completa na faixa de 1,4 a 3,0 (de 1,7 a 4,1) raios solares do centro do sol, no periélio mínimo (máximo) durante a missão nominal. Esta é uma região que é crucial na ligação dos fenômenos atmosféricos solares à sua evolução na heliosfera interna.
SoloHI – Gerador heliosférico de orbital solar (Estados Unidos): Para visualizar tanto o fluxo quase constante quanto os distúrbios transitórios no vento solar sobre um amplo campo de visão, observando a luz solar visível dispersa pelos elétrons do vento solar. Ele fornecerá medidas únicas para identificar as ejeções de massa coronal (CMEs). (NRL fornecido).

Apareceu a Margarida – Índia localizou a sonda Chandrayaan-2 e está tentando fazer contato


sonda indiana
A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês) encontrou a localização do módulo de aterrissagem da sonda não tripulada Chandrayaan-2. Os cientistas perderam contato com o veículo espacial na sexta-feira (6), enquanto ele descia para a superfície da Lua. Agora, eles precisam determinar em qual condição a máquina está.
O presidente da ISRO, K. Sivan, disse ao canal India Today TV que Chandrayaan 2 enviou uma imagem térmica da localização do orbital lunar Vikram – parte que compõe a sonda e fora preparada para ficar um ano no satélite natural coletando dados. A espaçonave também possui um rover com seis rodas, chamado Pragyan, projetado para passar duas semanas na superfície da Lua realizando experimentos.
Essa é a primeira missão indiana a tentar chegar com sucesso na Lua. A equipe da ISRO perdeu contato com a sonda na sexta-feira e até o momento não havia informações se os sinais desapareceram por causa de um problema no módulo de aterrissagem ou por colidir com a superfície lunar.
O primeiro-ministro indiano Narendra Modi, em um discurso na manhã de sábado (7de setembro), indicou que a missão tinha falhado. “Chegamos muito perto, mas precisamos cobrir mais terreno. Nossa determinação de tocar a Lua se tornou ainda mais forte”.
A Chandrayaan-2 deveria ter pousado por volta das 17h20 (horário de Brasília) na sexta-feira (6). A essa hora, porém, na sala de comando da ISRO, a comunicação com a sonda foi interrompida. Segundo o painel de monitoramento, ela estava a apenas 2,1 quilômetros da superfície lunar.
Ao custo de aproximadamente 141 milhões de dólares, a Chandrayaan-2, cujo nome em sânscrito significa “nave lunar”, tem um objetivo ambicioso: chegar perto do polo sul da Lua, a um local jamais explorado em outras missões. O ponto escolhido para o pouso foi um planalto situado entre duas crateras apelidadas de Manzinus C e Simpelius N. Pensando em medidas terrestres, o local fica a 70,9 graus da latitude sul e 22,7 graus da longitude leste, ou seja, a cerca de 600 quilômetros do polo sul.
Com a missão, a ISRO pretende mapear a superfície lunar para estudar as variações na sua composição — algo essencial para o melhor entendimento da origem e da evolução da Lua. Antes, com a missão Chandrayaan-1, lançada em 2008, a Índia ajudou a confirmar a presença de água na Lua, mas fez isso sem pousar na superfície lunar.

Sonda chinesa pousa no lado oculto da Lua pela primeira vez na história


sonda chinesa
A sonda espacial chinesa Chang’e 4 pousou, nesta quinta-feira (3), no lado oculto da Lua — a parte do satélite que não é visível da Terra. Segundo a Administração Nacional Espacial da China, é a primeira vez na história que este pouso é realizado. As informações são das agências de notícias EFE, Associated Press, e da Rede Global de Televisão da China (CGTN, em inglês).
A nave, que tem um módulo e um ‘rover’ — veículo de exploração espacial — deve estudar a composição mineral, o terreno, relevo e a manta da superfície lunar, a camada abaixo da superfície. Também deve realizar observações astronômicas por meio de baixas frequências de rádio, a chamada radioastronomia.

“O lado oculto da Lua é um raro lugar calmo, que está livre da interferência de sinais de rádio vindos da Terra”, afirmou o porta-voz da missão, Yu Gobin, segundo a agência de notícias estatal Xinhua News. “Essa sonda pode preencher o vazio de observação de baixa frequência na radioastronomia, e irá fornecer informações importantes para estudar a origem das estrelas e da evolução da nébula [solar]”.
A alunagem [aterrissagem na superfície lunar], realizada às 0h26 (horário de Brasília), “abriu um novo capítulo na exploração humana da Lua”, afirmou a agência espacial chinesa. O local exato do pouso foi a cratera Von Karman, no polo sul lunar, que tem 186 quilômetros de diâmetro e 13 quilômetros de profundidade. Segundo a AP, cientistas chineses acreditam que pousar nessa cratera possibilitaria coletar novas informações sobre a manta da Lua.
O lado oculto da Lua é relativamente pouco explorado e tem uma composição diferente daquela do lado “próximo”, que pode ser visto da Terra, e onde outras naves já pousaram. Países como a antiga União Soviética, os Estados Unidos e até mesmo a própria China já haviam realizado missões desse tipo.
De acordo com a Nasa, a agência espacial americana, essa parte do satélite foi observada pela primeira vez em 1959, quando a nave soviética Luna 3 enviou as primeiras imagens. Em 1962, os Estados Unidos tentaram enviar uma missão não tripulada ao lado oculto da Lua, que não deu certo, segundo a EFE.
O objetivo do programa Chang’e, que começou com o lançamento de uma primeira sonda orbital em 2007, é uma missão tripulada à Lua a longo prazo, ainda sem data definida. A primeira missão espacial tripulada da China foi em 2003 — o terceiro país a realizar uma depois de Rússia e Estados Unidos. O país também colocou duas estações espaciais em órbita e planeja lançar um ‘rover’ em Marte no meio da década de 2020.

china foguete

Astronomia – A comunicação entre a Terra e robôs em Marte


Robô Curiosity
Robô Curiosity

Em 2012 a Agência Espacial Americana, a NASA, enviou ao planeta Marte uma sonda robotizada com a missão de explorar o desconhecido astro, analisando as suas formações rochosas, solo, atmosfera e tudo mais, a procura da existência ou não de vidas passadas (muito provavelmente seres vivos microbianos) e estudar a formação do planeta afim de saber se o seu ambiente alguma vez na história já possa ter sido conveniente para a formação da vida como nós a conhecemos hoje.
Essa sonda recebeu o nome de Curiosity e é o primeiro laboratório móvel completo enviado a outro a planeta; terá por função estudar o solo marciano por cerca de dois anos. Essa sonda está equipada com um braço mecânico capaz de fazer furos, câmeras, sensores térmicos e de movimentos, etc, mas um de seus componentes mais importantes são as antenas, que são usadas para a transmissão de dados para a Terra. Existem três diferentes antenas acopladas à sonda: uma de baixo ganho, uma de alto ganho e uma antena do tipo UHF (Ultra High Frequency; Frequência Ultra Alta).
A primeira antena está ligada a um rádio lento, de baixa potência UHF. Ele é capaz de transmitir uma pequena taxa de dados para outras sondas orbitantes em Marte ou também diretamente para a Terra. Foi projetado para ser usado em situações de emergência, quando os demais dispositivos de transmissão falharem.
A segunda antena está ligada a um rádio UHF de alta velocidade. Este por sua vez transmite as informações rapidamente para as sondas orbitantes do planeta (Odyssey, Mars Reconnaissance Orbiter e Mars Express), a taxas entre 256 kbits/s a 2 Mbits/s e possui um consumo de apenas 15 watts. É o principal meio de comunicação, estima-se que cerca de 31 megabytes de dados cheguem à Terra por dia através deste canal.
Por fim, a antena de alto ganho. Ela conecta diretamente a sonda Curiosity com os cientistas e engenheiros aqui na Terra e por tal motivo este canal só se encontra disponível durante três horas do dia, devido ao alinhamento dos planetas e questões de energia. Esta antena usa um rádio que consome 40 watts e transmite apenas 12 kilobits por segundo. Existe um atraso de 20 minutos na transmissão das informações, pois o sinal precisa percorrer a distâncias superiores entre 100 a 400 milhões de quilômetros entre a Terra e Marte. Por ser um canal de comunicação direto, a NASA o utiliza para enviar comandos a sonda e também para receber dados críticos.
Na Terra, os sinais são captados por antenas de até 70 metros de diâmetro, que fazem parte da Deep Space Network (utilizada também para comunicação com todos os outros satélites e outras missões espaciais).

Notícias da Astronomia


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A sonda New Horizons, que visitou Plutão em 2015, acordou de sua “soneca interestelar”. O aparelho estava hibernando desde abril deste ano para economizar energia e cortar gastos até o desenvolvimento de outra missão pela NASA.
A New Horizons, contudo, não estava totalmente desligada da Terra. Mensalmente ela mandava informações sobre sua localização e estado de conservação, para que os especialistas pudessem monitorá-la.
O plano da agência espacial americana é promover o encontro da sonda com o 2014 MU69, objeto originário do Cinturão de Kuiper — área do Sistema Solar situada próxima à órbita de Netuno.
Se tudo der certo, o evento ocorrerá em 1º de janeiro de 2019 e será a maior aproximação (3500 km) entre uma nave e um fragmento do Cinturão, além do encontro planetário mais distante da história: a mais de 6,5 bilhões de quilômetros da Terra.

(Com informações de EarthSky.)

Sonda Rosetta colide em cometa e finaliza sua missão histórica


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Após doze anos coletando valiosos dados sobre o Sistema Solar, a sonda Rosetta terminou sua missão. O aparelho da Agência Espacial Europeia (ESA) colidiu com o cometa 67P/Churyumov-Gersasimenko no início da manhã desta sexta-feira (30) no horário de Brasília.
A agência perdeu contato com a sonda no fim da tarde de quinta-feira (29), quando ela entrou no curso de colisão com o cometa em uma altitude de 19 quilômetros. Rosetta foi eficiente até o fim: durante a aproximação, ela coletou informações sobre o gás, a poeira e o plasma que envolvem a superfície do 67P, além de captar imagens dele — os dados foram enviados para a Terra antes da perda de contato.
“A Rosetta fez história mais uma vez”, disse Johann-Dietrich Wörner, diretor da Agência Espacial Europeia. “Hoje celebramos o sucesso de uma missão que mudou o jogo, uma que ultrapassou todos nossos sonhos e expectativas e que continuará o legado da ESA no estudo de cometas.”

Histórico
Desde que saiu da Terra, em 2004, a Rosetta deu várias voltas ao redor do nosso planeta, passou por Marte e encontrou dois asteroides. Em novembro de 2014, o robô Philae se desprendeu da sonda para pousar no cometa 67P Churyumov-Gerasimenko, se tornando a primeira criação humana a tocar a superfície de um cometa.
A decisão de terminar a missão colidindo no cometa surgiu a partir do fato de que a sonda e o cometa estavam indo para além da órbita de Júpiter. A distância do Sol dificultaria a recarga de Rosetta, que ficaria com pouca energia para funcionar. Vida longa e próspera.

NASA lança sonda que voltará com um pedaço de asteroide para a Terra


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A United Launch Alliance (ULA) colocou no espaço o mais novo brinquedo da NASA: o Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security, Regolith Explorer (OSIRIS-Rex), cujo nome, para um leigo, não revela sua missão incrível nem em inglês nem em português. Trata-se de uma sonda sommelier de asteroides.
Ela não irá simplesmente chegar lá, cortar uma fatia e ir embora de barriga cheia, claro. Já em sua aproximação, que deve ocorrer em 2018, ela começará a analisar a topografia e a composição química do asteroide em busca do melhor ponto possível para fazer o corte. Ficará em órbita no rochedo flutuante por três anos e poderá fazer até três tentativas de coleta antes de começar a viagem de volta em 2021, quando a órbita do asteroide estará no ponto mais propício ao retorno.
Se tudo der certo, até julho de 2020, ela terá coletado uma amostra do astro Bennu, que em setembro de 2023 já estará na Terra para ser analisado. A ideia é entender um pouco melhor sobre a formação dos corpos celestes e, assim, ter mais pistas sobre o surgimento do Sistema Solar.

Mais sobre a Missão Juno


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Juno vai mapear a atmosfera e a estrutura de Júpiter, investigando como o fortíssimo campo magnético e a monstruosa gravidade do gigante gasoso interferem em suas propriedades. Um dos mistérios jupiterianos que poderão ser solucionados é o da Grande Mancha Vermelha, uma tempestade que dura séculos e que vem encolhendo nas últimas décadas. “Se antes cabiam três Terras ali dentro, hoje não chega a uma”, disse Adriana Ocampo, executiva da NASA que coordena a missão, ao Luneta.
A sonda também pretende responder se Júpiter tem um núcleo sólido ou de hidrogênio metálico, além de explicar como sua presença pode ter influenciado até mesmo a vida na Terra. “Uma das hipóteses é que um planeta do tamanho de Júpiter seja capaz de distribuir as moléculas de água pela região interna do Sistema Solar”, afirma Ocampo. Da próxima vez que for se hidratar, não se esqueça de agradecer ao poderoso deus romano. Ou então ao nosso vizinho grandalhão.

Instrumentos
– JunoCam (JC)
– Espectrógrafo Ultravioleta (UVS)
– Mapeador Infravermelho de Auroras Jupterianas (JIRAM)
– Instrumento de Ondas de Plasma (WAVES)
– Ciência da Gravidade (GS)
– Experimento de Distribuições de Auroras Jupterianas (JADE)
– Radiômetro de Micro-ondas (MWR)
– Instrumento Detector de Partículas Energéticas de Júpiter (JEDI)
– Magnetômetros (M)

Funções
GS e M: mapear campos gravitacional e magnético para estudar estrutura profunda
MWR: sondar atmosfera profunda para medir a quantidade de água e oxigênio
JEDI, JADE e WAVES: analisar campos elétricos, ondas de plasma e partículas para determinar como o campo magnético se relaciona com a atmosfera e com auroras
UVS e JIRAM: fotografar atmosfera e auroras com câmeras ultravioleta e infravermelha para identificar a composição dos gases
JC: tirar imagens coloridas em alta resolução definidas por estudantes e pelo público

Após cinco anos, sonda Juno chega a Júpiter


Jupiter 2
Se você quer conhecer os segredos de Júpiter, quem melhor que a mulher dele para revelá-los? A sonda americana Juno, batizada com o nome da esposa do deus dos deuses, chega hoje ao maior planeta do Sistema Solar.
Em pleno feriado americano da Independência, funcionários do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa farão plantão para monitorar a delicada manobra de inserção orbital da espaçonave.
Aliás, a palavra-chave aí é “monitorar” mesmo. E fazer figas. No piloto automático, a sonda Juno fará toda a manobra sozinha, e aos controladores em terra só caberá monitorar o sinal e se certificar que tudo foi como planejado. Ou não.
Se tudo correr bem, a Juno deve se tornar a segunda sonda da história da exploração espacial a se estabelecer ao redor de Júpiter. A primeira foi a Galileo, que partiu em 1989 e chegou lá em 1995.
Maior dos planetas do Sistema Solar, Júpiter ganhou na Antiguidade o nome do deus dos deuses da mitologia greco-romana.
Seguindo a lógica, as quatro principais luas jovianas, descobertas no século 17 (Europa, Io, Ganimedes e Calisto), receberam nomes de amantes dele.
E agora a sonda Juno chega para representar a ciumenta “número um” de Júpiter com bom motivo: em sua órbita polar ao redor do planeta, ela se aproximará mais dele que qualquer de suas luas e terá a capacidade de enxergar através do típico véu de mentiras de seu marido infiel.
Numa trajetória elíptica bastante excêntrica, a Juno vai se alternar entre aproximações e afastamentos do planeta, passando a cerca de 4.200 km da cobertura de nuvens do gigante gasoso em seu perijove –nome dado ao ponto de mínima distância a Júpiter.
Como se poderia esperar de uma esposa, seu interesse no planeta vai além das aparências –a Juno se destina a investigar os mistérios do interior do gigante gasoso, ocultados por suas nuvens e a imensa turbulência atmosférica.

Sonda Galileu – Missão Suicida em Júpiter


sonda galileu
Sonda Galileu entra na atmosfera de Júpiter e explode

Os vaivéns da nave americana Galileu, que estava desde 1989 fotografando e estudando diversos planetas e luas, terminariam num espetacular mergulho kamikase. Ela se estatelou no maior dos mundos do sistema solar, Júpiter. Os cientistas da Nasa queriam evitar que a nave caisse no satélite jupiteriano Europa, que se acreditavam ser habitado por micróbios ou outras formas de vida. Se despencasse por lá, Galileu contaminaria o ambiente extraterrestre mais promissor à vida que se conhece. Decidiu-se então estender o voo por um ano, tirando dele o maior proveito possível, e depois mandar a viajante do espaço para Júpiter sem bilhete de volta.

Sonda da NASA que utiliza energia solar bate recorde de distância


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A sonda Juno, da NASA, acabou de se tornar a missão que chegou mais longe no espaço utilizando energia solar: 793 milhões de quilômetros ou 3,5 vezes a distância entre a Terra e Marte – e ela pretende ir ainda mais longe.
Lançada em 2011, a missão Juno foi desenvolvida para estudar Júpiter, onde ela deve chegar em julho de 2016. Ela é a primeira nave que substitui as baterias de energia nuclear por energia solar criada para funcionar a um intervalo tão grande do Sol. A uma distância Terra-Sol, as células conseguem gerar aproximadamente 14 quilowatts de eletricidade. Como a intenção é operar em Júpiter, essa quantidade de energia diminui significativamente, por isso seus painéis são gigantescos: nove metros de matrizes, com 18.698 células solares individuais. No total, a construção pesa quatro toneladas.
“Júpiter é cinco vezes mais distante do Sol do que a Terra, e a luz lá é 25 vezes mais fraca. Os nossos painéis vão gerar apenas 500 watts de energia em Júpiter. Mas Juno foi desenhada com muita eficiência, e isso deve ser mais que suficiente para fazer o trabalho”, diz Rick Nybakken, gerente do projeto.
Estudar Júpiter é tão importante quanto estudar o próprio Sol: pelo seu tamanho e por ter sido o primeiro planeta gasoso a se formar, ele influenciou profundamente a formação e evolução de outros corpos. Já salvou a Terra de diversos impactos de cometas: a sua massa é tão grande que é capaz de formatar órbitas de planetas, asteroides e de outros corpos. A NASA espera que algumas perguntas como quando Júpiter nasceu, como o seu campo magnético foi formado e qual a sua composição sejam respondidas através da análise da sonda.
O nome da missão não foi escolhido aleatoriamente: Juno (Hera), na mitologia greco-romana, é a esposa de Júpiter (Zeus). O pai dos deuses criou um véu de nuvens ao redor de si mesmo, para esconder sua perversidade. Sua esposa conseguiu atravessar as nuvens, para revelar sua verdadeira natureza. Espera-se que Juno, a sonda, consiga fazer o mesmo.