Bioeletricidade coordena formação dos órgãos


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Biólogos demonstraram pela primeira vez que as células embrionárias se comunicam, mesmo em longas distâncias, utilizando sinais bioelétricos, e usam essa informação para coisas essenciais, como saber onde o cérebro deve ser gerado e até o tamanho que o cérebro deve ter.
A bioeletricidade teve seus dias de glória com pesquisadores pioneiros, mas foi deixada de lado por muitos anos pela academia. Agora, com melhores técnicas para seu monitoramento, os sinais elétricos do corpo humano voltaram à pauta dos cientistas.
E, segundo o novo estudo, estes sinais são mais do que uma mera chave liga/desliga de eletricidade. Na verdade, eles têm um papel similar ao de um software que permite que um computador realize atividades complexas.

Sinais bioelétricos
A conclusão da equipe é que os sinais bioelétricos entre as células controlam e coordenam o desenvolvimento do cérebro embrionário e de vários outros órgãos.
A expectativa é que, descobrindo como manipular esses sinais, possa ser possível reparar defeitos genéticos e induzir o desenvolvimento de tecido cerebral saudável.
“Os sinais não são necessários apenas para o desenvolvimento normal, eles são orientadores,” confirma o Dr. Michael Levin, da Universidade Tufts (EUA). “Nós constatamos que as células se comunicam, mesmo em longas distâncias no embrião, usando sinais bioelétricos, e usam essa informação para saber onde formar um cérebro e que tamanho o cérebro deve ter.”
Os experimentos mostraram que a sinalização bioelétrica regula a atividade de dois fatores de reprogramação celular – proteínas que podem transformar células adultas em células-tronco.
Esses sinais bioelétricos são gerados por alterações na diferença de tensão ao longo da membrana celular – o chamado potencial de repouso celular – e pelos padrões diferenciais de tensão entre as regiões anatômicas.
E a sinalização bioelétrica envolve diferentes tipos de células, incluindo células somáticas maduras e células-tronco.

Remédios elétricos
Os experimentos demonstraram a função dos gradientes bioelétricos na formação do olho, dos membros e dos órgãos internos, além de mostrar que os gradientes naturais de tensão elétrica no embrião coordenam a formação do cérebro.
Com a ampliação das pesquisas na área, a expectativa é que os cientistas descubram técnicas terapêuticas que possam funcionar em conjunto ou servir de alternativa às terapêuticas químicas dos medicamentos.

Odontologia – Dentes naturais são multiplicados pela primeira vez


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Os experimentos tiveram pleno êxito em animais, abrindo o caminho para os primeiros testes em humanos.
O processo começa com os chamados dentes germes, grupos de células que se formam no início da infância e que posteriormente se desenvolvem nos dentes.
Os dentes germes foram divididos em dois e depois implantados na mandíbula dos camundongos, onde se desenvolveram em dois dentes individuais totalmente funcionais.

Cultivo de dentes
Takashi Tsuji e seus colegas do Instituto Riken (Japão) concentraram-se no fato de que o desenvolvimento dos dentes se dá em um padrão de expressão gênica em forma de onda, envolvendo os genes Lef1, um ativador, e o Ectodin, um inibidor.
Para manipular o processo, eles removeram os dentes germes dos animais e os desenvolveram em meio de cultura. Num ponto apropriado do processo de desenvolvimento – 14,5 dias – eles cortaram os germes em dois usando um fio de nylon, mas sem separá-los completamente.
Os centros de sinalização, que controlam a onda de moléculas que regulam o desenvolvimento do dente, surgiram em cada um dos dois lados, gerando o desenvolvimento natural de dois dentes, que a equipe então transplantou para as maxilas dos camundongos.

Pacientes pediátricos
Ainda há questões a serem solucionadas, envolvendo o tamanho dos dentes, que ficaram menores do que os dentes naturais dos animais, e a pequena disponibilidade de dentes germes, mas os cientistas estão animados com novos progressos.
“Nosso método poderia ser usado em pacientes pediátricos que não desenvolveram devidamente os dentes como resultado de condições como lábio leporino ou síndrome de Down, uma vez que os germes de dentes permanentes ou dentes do siso poderiam ser divididos e implantados.
“No futuro, nós também poderemos considerar o uso de células-tronco para crescer mais germes, mas hoje existem barreiras para a cultura de tais células, que terão de ser superadas,” concluiu Tsuji.

Medicina – Células-Tronco para Tratamento de Cirrose


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Doença crônica do fígado, a cirrose afeta a função deste órgão e pode originar um carcinoma hepatocelular, o que piora o prognóstico do paciente. O tratamento consiste em transplante de fígado, prática que tem como fator limitante a quantidade de doadores. O surgimento de novas terapias é, portanto, fundamental.
Um alvo terapêutico que tem atraído a atenção de pesquisadores para reparação e regeneração de órgãos e tecidos são as células-tronco mesenquimais pluripotentes. Essas células possuem a habilidade de se autorrenovarem, de se diferenciarem em tipos especializados de células maduras, de regular a resposta imune, reconstituir in vivo um determinado órgão, além de possuir propriedades anti-inflamatórias.
O grupo do professor Shuichi Kaneko da Universidade de Kanazawa (Japão), tem pesquisado essa possibilidade terapêutica, com o intuito de avaliar o potencial de regeneração e de reparo de fígados com cirrose, a partir da utilização de células-tronco mesenquimais. Para isso, os pesquisadores estabeleceram um modelo clínico relevante de cirrose não-alcoólico em camundongos, por meio de uma dieta rica em gordura. Os animais foram alimentados com colesterol, manteiga de cacau e fator de liberação de corticotropina, conhecido por induzir esteatohepatite, condição de acúmulo de gordura e inflamação das células do fígado.
Após o estabelecimento da situação clínica, os camundongos receberam células-tronco derivadas de tecido adiposo de outro camundongo, identificadas com um marcador fluorescente. Injetadas na veia portal/esplênica, essas células foram verificadas por intervalos de dias, com o objetivo de observar se elas se incorporaram ao tecido hepático.
De fato, os autores demonstraram que as células-tronco derivadas do tecido adiposo foram incorporadas ao tecido hepático e contribuíram para a diminuição da cirrose. O benefício foi comprovado por meio dos resultados que demonstraram recuperação da expressão de albumina, proteína produzida pelo fígado e presente em maior quantidade no plasma do sangue circulante. Outro benefício observado foi a redução da área de tecido com fibrose (substituição de células por fibras, o que acarreta a piora do paciente), tendo como resultado a recuperação da área afetada; bem como a supressão da persistente inflamação do fígado, podendo com isso ser restaurada a função hepática. De acordo com os pesquisadores, tais resultados abrem a possibilidade do uso dessas células-tronco como alternativa do transplante de fígado.

Tratamento experimental contra Alzheimer tem resultado promissor


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Um grupo de cientistas que buscam um tratamento para atrasar o avanço do Alzheimer receberam com esperança os resultados de um pequeno ensaio clínico. O fármaco experimental LMTM, da empresa TauRx Therapeutics Ltd., sediada em Cingapura, foi concebido para reduzir a acumulação das proteínas tau no cérebro.
Quando o cérebro não funciona corretamente, essa proteína se acumula de forma anormal, provocando degenerações nos neurônios, como a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência. De um modo geral, o ensaio clínico envolvendo 891 pessoas com suspeita de Alzheimer não mostrou nenhum benefício para os que tomaram até duas doses da droga ou um placebo.
A maioria dos pacientes do estudo estava tomando, além da droga experimental, outros medicamentos já aprovados para a doença de Alzheimer, disseram os pesquisadores. Mas um subgrupo menor, de cerca de 100 pacientes que estavam tomando apenas o fármaco experimental e não recebiam nenhum outro tratamento para a doença de Alzheimer, mostrou um ritmo de atrofia cerebral muito lento, de acordo com os resultados apresentados na quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC), em Toronto, no Canadá.
“Os resultados do estudo não mostraram benefícios do tratamento para nenhum dos grupos, independentemente das doses do fármaco, nas análises preliminares”, disse o autor do estudo Serge Gauthier, professor de neurologia na Universidade McGill. “No entanto, análises adicionais deram resultados muito alentadores e mostraram que os pacientes que tomaram o LMTM como monoterapia tiveram um declínio significativamente menor do que os pacientes de controle ou do que aqueles que tomaram o LMTM associado a outros tratamentos existentes para Alzheimer”, completou.
Os pesquisadores relataram “um benefício estatisticamente significativo nos resultados cognitivos e funcionais, e uma desaceleração da atrofia cerebral” neste pequeno subgrupo. Os resultados são parte do primeiro ensaio completo de fase III com uma droga anti-tau para a doença de Alzheimer.
“Em um campo minado pelos fracassos consistentes de novos candidatos a fármacos testados nas fases finais de ensaios clínicos e onde não houve nenhum avanço terapêutico prático na última década, estou animado com a promessa do LMTM como uma potencial nova opção de tratamento para esses pacientes”, acrescentou Gauthier.

Cautela
Especialistas não envolvidos no estudo, porém, pediram cautela na interpretação dos resultados. As conclusões são “interessantes mas também complexas, e vai levar tempo para a área determinar o que elas significam”, advertiu Maria Carrillo, diretora científica da AAIC.
“O pequeno número de participantes que receberam a medicação do estudo como monoterapia levanta questões muito importantes. São necessárias pesquisas adicionais para nos ajudar a entender esses resultados, para que mais e melhores terapias para o Alzheimer possam ser criadas e efetivamente testadas”, acrescentou.
O estudo mostrou também que 80% dos participantes relataram pelo menos um evento adverso, incluindo distúrbios do sistema gastrointestinal ou nervoso, infecções e problemas renais.
Quase 47 milhões de pessoas no mundo sofrem algum tipo de demência, um número que deverá subir para 131,5 milhões até 2050, segundo a federação Alzheimer’s Disease International. Não há cura para a doença, mas FDA, a agência sanitária americana, aprovou cinco medicamentos nos últimos 20 anos para tratar seus sintomas.

Mega tabus – Fantasmas da Idade Média ainda assombram o sexo na modernidade


Muito do que pensamos, fazemos e condenamos hoje em relação ao sexo tem origem na Idade Média. Mesmo que de forma inconsciente, repetimos alguns tabus, medos, culpas e preconceitos que remontam há mais de 1 mil anos.
Confira algumas curiosidades sobre as relações sexuais em um período compreendido entre os séculos V e XV.

Preservativos
As “camisinhas” medievais eram feitas de pedaços de intestino de animais amarrados com barbante ou de linho. Em ambos os casos, o objetivo era prevenir doenças venéreas. A contracepção é algo bem mais recente. Só se pensou nisso em meados do século XVII.

Posição correta
A Igreja determinava que a única posição natural para o sexo era a conhecida “papai e mamãe”, na qual o homem fica em cima da mulher, cara a cara. As outras posições, assim como o sexo anal e oral, eram consideradas pecado.
Atos contra a natureza
Um estudo de São Tomás de Aquino concluiu que o único ato possível era o coito vaginal. Todo o resto eram sodomia ou “atos contra a natureza”: masturbação, sexo oral ou anal e homossexualismo eram pecados tão terríveis que podiam ser punidos com a morte na fogueira, forca, fome ou mutilação.

Prostituição
Durante um tempo, a Igreja aprovou a prostituição como forma de evitar o adultério e o homossexualismo. As prostitutas trabalhavam em bordéis e, nas aldeias, eram identificadas por roupas especiais.

Celibato
Os solteiros não podiam fazer sexo. Os fornicadores (aqueles que tinham sexo sem estar casados) deviam ser denunciados ao padre de sua congregação.

Impotência
Caso um homem tivesse problemas para satisfazer sexualmente sua esposa, um grupo de mulheres sábias examinava seu órgão genital para determinar se ele era capaz de procriar. Se, aos seus olhos, não era, o casal então tinha que se separar.

E aí, vai encarar? Leite de barata é mais nutritivo que o leite de vaca


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Só os mamíferos alimentam suas crias com leite produzido no próprio corpo. Mas uma espécie de barata específica, a Diploptera punctata, adotou uma tática parecida à nossa e abandonou os ovos – o meio de reprodução padrão dos insetos – para adotar uma espécie de útero, um órgão especial no interior do corpo em que os filhotes crescem alimentados por uma substância análoga ao leite.
A barata, sábia, não adotou os polêmicos mamilos, e não alimenta suas crias após o “parto”. Por isso, a ordenha é impossível. Para extrair e analisar a substância, os pesquisadores fizeram pequenos cortes na barriga dos filhotes, onde o líquido, após consumo, se transforma em pequenos cristais.
O resultado das análises indicou uma concentração notável de lipídeos, proteínas e açúcares, uma composição que, ao que tudo indica, deixaria um pote de whey protein com inveja – são quatro vezes mais nutrientes que o leite de vaca.
Um pequeno salto para a ciência, um grande passo para a academia do bairro.
Leonard Chavas, um dos cientistas que estão por trás da descoberta, perdeu uma aposta com os demais pesquisadores e precisou tomar um gole da substância. “Tem um gosto que não se parece com nada em especial”, afirmou à rede americana CNN.
A pesquisa foi resultado de uma colaboração entre membros do Instituto para Biologia de Células-Tronco e Medicina Regenerativa em Bangalore, na Índia, com especialistas de outras instituições.

Brasil tem menos mulheres na política que o Afeganistão


É isso mesmo que você acabou de ler: quando o assunto é proporção de mulheres na Câmara e no Senado perdemos para o Afeganistão, que nem está tão bem cotado assim – entre 193 países, ocupa o 50º lugar na classificação.
O ranking com a representatividade feminina na política foi divulgado pela União Interparlamentar Internacional (UIP) em junho deste ano. Os países foram classificados levando em consideração o número de assentos ocupados por mulheres nas duas casas (Câmara ou Casa Baixa e Senado ou Casa Alta) de seus respectivos congressos.
Ruanda é o país com a maior porcentagem de mulheres em cargos políticos – 51 dos 80 lugares da Câmara são ocupados por elas. Na sequência, aparecem Bolívia, Cuba, Seicheles, Suécia e Senegal. Na lanterna do ranking está o Haiti, onde nenhuma mulher exerce cargo político.
Dentre os 50 melhores colocados, é difícil estabelecer um padrão para definir as nações com mais igualdade de gênero na política: 19 deles ficam na Europa, 16 na África, 11 na América, três na Ásia e apenas um na Oceania.
Mas o fato é que estamos no 153º lugar do ranking. Não chega a ser 7 X1 para o Afeganistão, mas enquanto 27,1% dos representantes do congresso afegão são mulheres, aqui elas ocupam apenas 12% dos cargos parlamentares.
Ok, 50º lugar não é exatamente um ideal de igualdade. Mas o Afeganistão coleciona elementos que dificultam a compreensão da boa representatividade de suas mulheres na política. Primeiro porque é extremamente militarizado e vive em guerra.
Em um recente estudo do Instituto de Economia e Paz (IEP) sobre os países mais perigosos do mundo, o Afeganistão aparece em quarto lugar. O último grande conflito envolve grupos islâmicos extremistas que impõe severas restrições às mulheres. Por lá, as mulheres não podem andar na rua em locais ocupados pelo Estado Islâmico se não estiverem acompanhadas por um homem.
Além disso, o país viveu sob o regime Talibã de 1996 a 2001: na época, as mulheres eram proibidas de ir à escola, não participavam de decisões políticas e tinham que andar cobertas dos pés à cabeça. A primeira Constituição a defender (alguns) direitos iguais a homens e mulheres foi promulgada em 2004. Ou seja, faz 12 anos que as afegãs votam e são votadas.
Apesar da mudança nas leis, o Afeganistão é o quarto país com maior distinção de gênero em decisões legais. Uma mulher solteira não consegue tirar passaporte, não faz documento de identidade nem viaja sozinha. Também não existe nenhuma lei que as proteja contra assédio. E isso se reflete no mercado de trabalho: se você entrar em uma empresa afegã, verá poucas funcionárias – elas são apenas 16% da força de trabalho.
Convenhamos, Afeganistão não é um exemplo de nação democrática e Cabul está bem longe de ser Genebra. Mesmo assim, estão na nossa frente e diante de países progressistas como Uruguai, França e Austrália.
O trunfo das afegãs foi talhar seu lugar no principal documento do país: na Constituição de 2004 ficou estabelecido que 27% dos assentos da Câmara e 16% do Meshrano Jirga (o equivalente ao nosso Senado) seriam reservados às mulheres.
Enquanto isso, tem ministro brasileiro fazendo troça com o assunto. Em uma viagem ao México, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, brincou sobre o “perigo” que a grande quantidade de mulheres no senado do país representa para os políticos homens no Brasil. Como era de se esperar, a piada não teve tanta graça no meio diplomático.
Apenas uma das provas de que, na Praça dos Três Poderes, o poder ainda é um só: o masculino.

Brasileiros conseguem reverter dois terços das metástases colorretais no fígado


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E levam técnica a consenso internacional nos Estados Unidos
Grupo de oncologistas do Hospital A.C.Camargo liderado pelo cirurgião Felipe Coimbra alcançou a cura de duas em cada três metástases de fígado (66,2% de sobrevida em cinco anos) utilizando a hepatectomia em dois tempos. Pouco utilizada mesmo nos principais centros oncológicos norte-americanos e europeus, a técnica é aplicada desde os anos 90 no hospital brasileiro visando a reversão da metástase de fígado originária de tumor colorretal, a mais frequente (cerca de 60%). No dia 18 de janeiro, em São Francisco, EUA, um consenso internacional reuniu especialistas do mundo todo e definiu novas abordagens terapêuticas na área. Diretor da Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo, Coimbra foi o único médico sulamericano convidado.
Um grupo de médicos e cientistas brasileiros alcançou um resultado inédito na reversão de metástase de fígado originária de tumor colorretal e apresentou a técnica no dia 18 de janeiro, em São Francisco, Estados Unidos, em reunião de especialistas internacionais para a definição de novas terapêuticas na área. O evento, promovido pela SSC – Society of Surgical Oncology e AHPBA – American Hepato-Pancreato-Biliary Association, determinou um novo consenso mundial em abordagens terapêuticas para as metástases de câncer de intestino, terceiro tipo de câncer mais comum no Ocidente.
Pesquisas publicadas nas duas últimas décadas por pesquisadores de centros oncológicos como a Mayo Clinic, Memorial Sloan-Kettering e Pittsburgh Medical Center apontavam para índices de sobrevida em cinco inferiores a 36% para casos de câncer de intestino com metástase no fígado. Os estudos que resultaram na sobrevida de 66,2% em cinco anos, alcançados pela equipe de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo, acompanharam 240 pacientes tratados a partir de 1999, superando o melhor resultado mundial, de 58%, registrado em 2005 no M.D.Anserson por Pawlik et al, instituição que organiza o evento. Único sulamericano convidado para a conferência, o cirurgião oncológico Felipe Coimbra, diretor da área no A.C.Camargo, liderou o grupo brasileiro.
Seis entre dez casos de tumores que geram metástase hepática são originados no intestino. Os demais casos que se espalham para o fígado tiveram como ponto inicial os tecidos tumorais em órgãos como estômago, pâncreas, colo do útero, rim, melanoma e tumores neuroendócrinos. Segundo as estimativas 2012/2013 do INCA o câncer colorretal é o quarto tipo de tumor mais frequente no país, excetuando-se pele não-melanoma, com 30 mil novos casos anuais.

Desafio do balde de gelo leva à descoberta de gene ligado à esclerose


Lembram da campanha lançada em 2014 que estimulava as pessoas a jogarem baldes de água fria em si mesmas? Depois de dois anos, a brincadeira extrapolou as redes sociais, juntou muito dinheiro, financiou seis importantes estudos e levou à descoberta do gene NEK1, ligado à esclerose lateral amiotrófica (ELA). O cientista Stephen Hawking é a pessoa mais conhecida que sofre dessa doença.
Na época da campanha, o desafio era aguentar a água fria sobre a cabeça ou doar US$ 100 à “ALS Association”, associação norte-americana que financia pesquisas para encontrar a cura da doença e também serviços para paciente. Executivos como Mark Zuckerberg e Bill Gates, além de artistas como Ivete Sangalo, Justin Bieber e Steven Spielberg, são alguns dos que aderiram à ideia. Os vídeos foram assistidos mais de 440 milhões de vezes.

Gene descoberto
Com o dinheiro arrecadado na campanha – aproximadamente R$ 377 milhões – seis pesquisas foram desenvolvidas. Um dos grupos, liderado pelos professores John Landers, da Universidade de Massachusetts, e Jan Veldink, da Universidade Utrecht, identificou o gene NEK1, relacionado à esclerose lateral amiotrófica (ELA).

A pesquisa faz parte de um projeto internacional que analisa o genoma de 15 mil pessoas com doenças do neurônio motor. A descoberta do gene NEK1 foi publicada na revista especializada Nature Genetics. Trata-se do maior estudo a respeito da ELA hereditária. Mais de 80 pesquisadores em 11 países procuraram pelo gene da doença em famílias afetadas. A identificação do gene NEK1 abre caminho para que os cientistas desenvolvam uma terapia genética para o tratamento da doença.

“A sofisticada análise de genes que levou à descoberta do NEK1 só aconteceu devido ao grande número de amostras da doença disponíveis. O Desafio do Balde de Gelo permitiu que a ALS Association investisse na criação de vastos biorepositórios de bioamostras de esclerose que foram desenvolvidas para permitir exatamente esse tipo de pesquisa e para produzir exatamente esse tipo de resultado”, disse Lucie Bruijn, em comunicado oficial da Associação ALS.
ELA
A ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig, é um mal neurodegenerativo progressivo e fatal que afeta uma em 400 pessoas. Sua causa ainda é desconhecida, portanto não há uma cura. A doença afeta o cérebro e a coluna, ataca os nervos que controlam o movimento e impede o funcionamento dos músculos.
O cientista Stephen Hawking (abaixo) é a pessoa mais conhecida que sofre da doença. O físico foi diagnosticado com esclerose aos 21 anos e hoje, aos 74, continua produtivo.
No Brasil, estima-se que 12 mil pessoas sejam portadoras da ELA. Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABrELA), os homens são mais propensos a desenvolverem ELA que as mulheres e a idade média em que a doença começa a se manifestar é aos 57 anos – apenas 6% dos casos são detectados antes dos 40 anos.

Ciência – Quando o homem julga ser Deus


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Os últimos 300 anos marcaram a história da humanidade pelo desenvolvimento científico-tecnológico. Todo esse desenvolvimento trouxe inúmeros benefícios ao homem, mas trouxe também dilemas éticos.
Recriar a origem da matéria
Em 2014, a NASA se propôs a recriar as origens da matéria e, para isso, construiu uma câmara de vácuo absoluto com temperaturas extremas, nas quais era possível o surgimento de poeira estelar. Como resultado, foi possível criar alguns grãos de elétrons observáveis através por microscópios.
Dominar o clima
Geoengenharia é a ciência que estuda os meios de manipulação do clima através da tecnologia. Um de seus projetos é eliminar o dióxido de carbono e a radiação solar, manipulando tecnologicamente os processos ambientais. Os cientistas definem o projeto como “manipulação intencional do clima planetário em grande escala para combater o aquecimento global”.

Manipulação genética de insetos
Pesquisadores da Universidade da Califórnia Irvine manipularam geneticamente o mosquito que transmite a malária para que ele rejeitasse a bactéria. Caso bem-sucedida, esta técnica poderia ser usada com outros insetos que transmitem doenças às plantas, aos animais domésticos e a seres humanos. Mas essa intervenção genética poderia trazer consequências trágicas, como a criação de uma doença mais perigosa.

Produção de seres alienígenas
Outro momento crítico de “brincar” de Deus foi na criação de um ser vivo com DNA diferente da vida na Terra. Os cientistas adicionaram um pedaço extra de DNA a um micro-organismo, criado a partir de uma bactéria E.coli.

Criar vida artificial
Em 2010, a revista Science publicou um artigo que detalha como o Dr. Craig Venter e sua equipe conseguiram criar vida sintética a partir de substâncias químicas. Para isso, os cientistas copiaram o DNA de uma pequena bactéria e o reproduziram em uma célula esvaziada artificialmente.

Nanomedicina – Você vai fazer exames engolindo uma pílula robô


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Se seu filho engolisse acidentalmente uma bateria, teria de correr ao hospital, tirar um raio-x e, se o objeto estivesse no estômago, precisaria passar por uma cirurgia para tirá-lo. E poderia ser pior: encarar uma cirurgia aberta no intestino.
Mas isso pode acabar. A nova invenção de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts é bem menos invasiva.
Uma espécie de ímã embrulhado em intestino de porco e fechado em uma cápsula de gelo promete expulsar do corpo objetos engolidos acidentalmente. Ao chegar ao estômago, o gelo derrete, a sanfona se abre e o ímã gruda na bateria. Do lado de fora, com a ajuda de um campo magnético, médicos conseguem mexer nos objetos e levá-los mais rapidamente ao ânus. Assim, os dois invasores são expelidos mais rapidamente do organismo – sem qualquer cirurgia.
O próximo passo é encontrar um jeito para que o robozinho saiba o caminho de saída sem precisar de um empurrão dos médicos. E o sonho é ir mais longe: acabar com exames ainda mais desconfortáveis, como a colonoscopia, curar feridas e levar medicamentos diretamente a órgãos que estejam doentes.

Hackers podem ver tudo o que você digita em teclados sem fio


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Não adianta encobrir os dedos ou se fechar em um escritório. Se você estiver usando um teclado sem fio e um hacker estiver por perto, a 75 metros de distância, ele poderá ter acesso a tudo o que você digita – inclusive a senha e os dados da sua conta bancária.
Foi o que pesquisadores especializados em segurança digital fizeram ao testar oito marcas de teclados sem fio, entre elas HP e Toshiba. Com um transponder de rádio e uma antena para aumentar o alcance, eles conseguiram interceptar o sinal enviado do teclado para o computador.
E registraram todas as informações que outro colega digitou ao fazer uma reserva online em um hotel: número do cartão de crédito, nome do titular, e endereço de correspondência.
O problema está nos sistemas de transmissão. Em alguns equipamentos, o teclado vem com um dispositivo USB que capta as mensagens do teclado. Essa conversa acontece pelas ondas de rádio. Só que a segurança é muito frágil – e qualquer transponder dá conta de roubar esse sinal. E o pior: é impossível corrigir essa falha.
A única saída, segundo os pesquisadores, é trocar seu teclado. Marcas como Logitech, Dell e Lenovo, ou aparelhos com comunicação via Bluetooth, não apresentaram problemas.

Golpe – Criminosos usam SMS para roubar dados de quem acessa o banco pelo smartphone


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O chamado internet banking – acesso ao banco através de aplicativos de smartphones ou pela web no PC – tem crescido cada vez mais no Brasil. Em 2014, 4,7 bilhões de operações bancárias foram feitas pela internet no País, número que saltou para 11,2 bilhões em 2015, segundo o laboratório de pesquisa em segurança Kaspersky.
Com isso, é claro que a ação de criminosos também se dirigiu para onde há demanda. Uma das estratégias usadas para roubar dados de quen acessa o banco pelo celular é o chamado SMiShing (phishing enviado por SMS). São mensagens de texto falsas que induzem a vítima a clicar num link para uma página maliciosa que se passa pelo seu banco.
O estelionato acontece da seguinte maneira: o usuário recebe uma mensagem SMS que aparenta ser da sua agência bancária. Normalmente, o texto diz que ele precisa acessar o link em anexo para atualizar seu cadastro, caso contrário terá sua conta bloqueada. Como diversos bancos realmente usam SMS para se comunicar com os clientes, a vítima acaba sendo mais facilmente enganada.
Ao seguir o link pelo PC, o site falso diz que o serviço de atualização de cadastro está liberado apenas para dispositivos móveis – o golpe é preferencialmente aplicado pelo smartphone. Uma vez que o usuário abre a mesma página pelo navegador do celular (e não pelo app do seu banco), ele vê uma página com as cores e logos que simulam sua própria conta.
As página geralmente vêm com campos de formulário a serem preenchidos com dados sigilosos, como número de agência, de conta, senha, telefone e outras informações. A Kaspersky explica que as mensagens SMS são disparadas por agência de envio de mensagens em massa, contratadas e pagas por criminosos usando cartões de crédito clonados.
A recomendação é a de sempre tomar cuidado com links suspeitos encaminhados por SMS que abrem em páginas do navegador, e não do aplicativo do seu banco, por exemplo.

Mega Memória -Saddan Hussein


 

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti, mais conhecido como Saddam Hussein, nasceu em uma família de poucos recursos financeiros, na aldeia al-Awja, localizada no município de Tikrit, habitado por uma maioria de muçulmanos sunitas e terra natal do mítico Saladino, no dia 28 de abril de 1937.
Ele se tornaria uma das lideranças políticas mais significativas do universo árabe, e um dos ditadores mais sanguinários e odiados da história. Sob o regime ditatorial ele comandaria o Iraque de 1979 a 2003, atuando também como primeiro-ministro na era que se estendeu de 1979 a 1991, e no período de 1994 a 2003.
Seus pais eram lavradores e habitavam a região norte do Iraque. Seu progenitor faleceu ou sumiu antes mesmo do garoto nascer. Ele cresceu sob os cuidados de uma irmã de sua mãe. Consta que, antes de ascender ao governo do Iraque, Saddam já era acusado por algumas pessoas de ter matado uma de suas mestras escolares e uma prima.
Ainda adolescente ele seguiu para Bagdá onde, ao completar dezenove anos, filiou-se ao Partido Socialista Árabe Ba’ath e neste ano, em 1956, integrou um grupo que deflagrou um golpe de Estado mal-sucedido contra o monarca Faisal II. Nesta mesma ocasião seu ego foi profundamente ferido ao ser rejeitado na Academia Militar de Bagdá, talvez por não ter concluído sua formação. Em 1960 ele foi condenado à pena de morte por ter participado de outro movimento fracassado; livrou-se deste fim trágico ao escapar para o Egito, aí recebendo um generoso asilo político.
Neste país o futuro político pode completar a educação secundária e ingressou na Escola de Direito, graduando-se em 1968. Após ser absolvido em sua terra natal, ele retorna à capital do Iraque depois da revolta implementada por seu partido político, em fevereiro de 1963. Um ano depois ele é preso e só obtém sua libertação em 1967. Aos 26 anos ele conquista a patente de general.
Nos anos 70 seu poder começou a despontar e culminou com o golpe de Estado que lhe permitiu ascender ao cargo de Presidente do Iraque, em 1979. Um ano depois Saddam invadiu o Irã e deu início a uma das piores guerras desta época. Neste conflito os EUA atuaram como aliados dos iraquianos, ao mesmo tempo em que a URSS se unia aos iranianos.
O ditador também estaria no centro de outra conflagração internacional ao ocupar o Kuwait, em 1990, ao assumir controvérsias em relação aos preços do petróleo, questão que se somou a antigos problemas entre os dois países. Desta vez o governo dos Estados Unidos se voltou contra os antigos aliados, no episódio que se tornaria famoso como a Guerra do Golfo.
A partir deste momento os norte-americanos deram continuidade à luta contra Saddam, principalmente depois que o ditador transgrediu as cláusulas do contrato assinado após o fim do conflito, no qual o governante afirma respeitar as fronteiras do Kwait, entre outros itens significativos.
No dia 20 de março de 2003, em represália contra os atentados do 11 de setembro em Nova Iorque e na cidade de Washington, George W. Bush, então presidente dos EUA, ordenou a invasão do Iraque, dando início a mais uma Guerra do Golfo, sem que a ONU desse seu aval a essa iniciativa. Depois de permanecer escondido por diversos meses, Saddam foi finalmente encontrado pelas forças norte-americanas no dia 13 de dezembro de 2003, oculto em uma cova sob a terra, em uma fazenda localizada em Adwar, perto de sua cidade natal.
Depois de ser oficialmente decretado prisioneiro de guerra, em 2004, o ditador foi colocado aos cuidados do Governo temporário do Iraque. Em outubro de 2005 um Tribunal especial foi criado para desenvolver o processo judicial contra Saddam, considerado criminoso de guerra, acusado, entre outras coisas, de cometer genocídio.
No dia 5 de novembro de 2006 ele foi condenado à forca, embora o ditador preferisse morrer como um general, sob fuzilamento. Depois de muitos protestos, Saddam foi morto no dia 30 de dezembro de 2006, em Bagdá, sendo sepultado um dia depois, em terras familiares, próximo de Tikrit, sua cidade natal.

História – O enigma sobre as últimas palavras de Alexandre, o Grande


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A vida curta e intensa de Alexandre III da Macedônia terminou em circunstâncias obscuras, em junho de 323 a.C.
Em menos de 33 anos de vida, o grande imperador grego conquistou um dos maiores impérios que já existiu – anexando reinos como o do Egito, Pérsia – estendendo o território helênico até as portas da Índia.
Longe de prever seu final prematuro, o jovem Alexandre não havia deixado instruções sobre quem seria seu sucessor. Após duas semanas sofrendo com uma doença dolorosa e diante da pergunta de quem ocuparia seu posto, o rei da Macedônia respondeu: “Krat’eroi” (“O mais forte”).
Essa frase, em grego arcaico, parece-se muito com o nome do seu general de confiança, Crátero (“Krater’oi”), e é possível que o mal-entendido tenha sido responsável por quase meio século de guerras de sucessão.
Crátero não estava no leito de morte de Alexandre, por isso não pôde reivindicar sua herança. Desse modo, o poder do Império após a morte do rei ficou violentamente fragmentado entre os generais mais poderosos do seu exército. A maioria dos territórios conquistados por Alexandre, o Grande se perdeu após décadas de guerras.

Comportamento – Ricos passam menos tempo na internet


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Quase metade da população mundial – ou 3,5 bilhões de pessoas – têm acesso à internet. Mas nem todas se relacionam com ela da mesma forma. Um estudo do The National Bureau of Economic Research, nos EUA, mostrou que, quanto maior for a conta bancária da pessoa, menos tempo ela passa online. Isso não tem a ver com produtividade – tem a ver com opções de lazer.
A lógica é a seguinte: quanto mais dinheiro alguem tem, mais maneiras de se divertir ficam a sua disposição, como sair para passear, comer fora ou viajar. Aos menos abastados resta menos opções, e eles passam mais tempo fuçando a vida alheia online – afinal, a internet tem um preço fixo. O estudo analisou lares que ganhavam entre US$ 25 e 35 mil dólares ao ano (cerca de R$ 100 mil reais) e os comparou com salários de US$$ 100 mil (R$ 330 mil anuais). Os primeiros passavam 92 minutos a mais online por semana.
A pesquisa também conseguiu definir quais são os hábitos favoritos dos mais ricos na internet. Ele gostam de ler notícias, fazer transações bancárias, assistir vídeos educativos e jogar games. Mas nas duas categorias (os mais ricos e os mais pobres), o tempo gasto com redes sociais não para de aumentar.

Economia – Lucro líquido da Tim despenca no segundo trimestre de 2016


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Crise
A Tim divulgou os resultados financeiros do segundo trimestre deste ano. Entre abril e junho, a empresa teve um lucro líquido de R$ 47,4 milhões, uma diminuição de 84,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com a redução nos lucros, as receitas líquidas também caíram, atingindo os R$ 3,8 bilhões, o que fez com que os investimentos da operadora no país fossem reduzidos, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 975 milhões.

Clientes
No segundo trimestre do ano houve queda de 18% na base de clientes de planos pré-pagos da TIM. Os planos pós-pagos tiveram ligeiro crescimento, de 1,4%. A provisão de inadimplência também cresceu 16,2%, atingindo os R$ 69 milhões.

Despesas
Os custos da operação cresceram 19,6%, atingindo os R$ 2,6 bilhões, mesmo com uma redução de 17% nas despesas com o pessoal, resultado de um programa de reestruturação iniciado no começo de 2016 e que incluiu demissões.
A dívida bruta cresceu, passando de R$ 7,5 bilhões para R$ 7,8 bilhões. Desse valor, 88% são contratos de longo prazo e 22% em moeda estrangeira.
“Apesar do ambiente macro difícil e dos esforços crescentes para aquisição de clientes pós-pagos, a Tim tem conseguido manter uma percentagem de provisões sobre receita bruta em níveis muito saudáveis (1,2%), repetindo a relação do primeiro trimestre”, explica a operadora no balanço.

Golpe na Reciclagem – Homem entrega 10 mil latinhas para reciclagem


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Reciclar pode dar dinheiro, ao menos se você for residente do estado de Michigan, nos Estados Unidos. Lá, cada lata de alumínio ou garrafa de plástico ou de vidro que é entregue para reciclagem vale 10 centavos de dólar. Michigan não é o único estado com essa prática, mas é o que paga melhor. E, com isso, a lei que tenta estimular práticas eco-friendly se torna alvo das maiores picaretagens.
Tentando se aproveitar da recompensa, Brian Everidge, de 44 anos, bolou um plano quase perfeito. Foi até Kentucky, o estado vizinho, que não paga nada pelo retorno de embalagens recicláveis, carregou um caminhão com 10 mil latas de alumínio e voltou a Michigan, pronto para receber US$ 1.000 com a sua “encomenda”.
A prática é ilegal: o retorno de 10 centavos por embalagem só vale para bebidas compradas dentro do estado, e tentar trazer lixo reciclável de propósito para tentar lucrar dá cadeia.
A gravidade da punição depende da quantidade de embalagens trazidas. Até 25 unidades, não é crime. Entre 25 e 100, a multa é de US$ 100. Entre 100 e 10 mil, a pena máxima é de 93 dias na prisão e/ou uma multa de US$ 1 mil. Já Everidge está sendo processado na classificação máxima do “esquema da reciclagem”: ele arrisca ser preso por até 5 anos ou receber uma multa de U$ 5 mil, cinco vezes o que ganharia com o golpe.
Na maioria das vezes, os estabelecimentos que recebem as embalagens não perguntam de onde elas vêm. O problema com o plano de Everidge foi outro: um pé muito pesado no acelerador. Com um caminhão tão pesado, ele só poderia chegar a 96 km/h na estrada, mas foi parado pela polícia rodoviária correndo a 115 km/h.
A surpresa do guarda, que testemunhou na audiência do pilantra, foi abrir o caminhão e encontrar sacos gigantescos lotados com latas de alumínio. Segundo seu depoimento, o motorista lotou o caminhão o máximo que pode – não tinha espaço nem para mais 5 latinhas, segundo avaliou o policial.
A ideia de lucrar em cima dos retornos ecológicos de Michigan não é nem um pouco original – pelo contrário, a série de comédia Seinfeld tem um episódio chamado “O Depósito das Garrafas”, em que os personagens traçam exatamente o mesmo plano.
Nem na ficção o esquema foi para frente – os personagens desistem quando percebem que o preço da gasolina para chegar até Michigan vai ser mais alto do que iriam faturar com os recicláveis. A trama foi ao ar 20 anos atrás – não dá para dizer que Everidge estava desavisado.

Proteína-chave pode acelerar produção de vacina contra zika


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Pesquisadores americanos decifraram uma proteína-chave produzida pelo vírus da zika que o ajuda a se reproduzir no corpo de pessoas infectadas e interage com o sistema imunológico do paciente.
A descoberta pode acelerar a produção de uma vacina, afirma Janet Smith, da Universidade de Michigan, líder do estudo publicado na revista “Nature Structural and Molecular Biology”.
Segundo a pesquisadora, agora que a estrutura da NS1 é conhecida por completo, cientistas poderão avaliar qual parte da proteína pode ser usada com maior eficiência na produção de uma vacina contra o vírus. A NS1 pode ser usada ainda para melhorar o diagnóstico –o zika, do gênero dos flavivírus, é muitas vezes confundido com o vírus da dengue em testes de laboratório.
Além do Aedes aegypti, o pernilongo comum também transmite o vírus da zika, que pode causar microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré. Até o momento, 1.709 casos de microcefalia foram confirmados no Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que a infecção pelo vírus da zika foi registrada em pelo menos 60 países.
A NS1 é conhecida dos pesquisadores: além da zika, ela também é produzida por outros flavivírus, como dengue, febre amarela e febre do Nilo Ocidental. “Mas a proteína tem muitas funções que ainda não são bem compreendidas”, comenta Smith, que se dedica ao estudo da molécula há mais dez anos.
Já se sabe que a NS1 participa ativamente das infecções virais. Dentro das células infectadas, ela ajuda a fazer cópias do vírus e contaminar outras células. Pesquisadores afirmam que as células doentes escondem “pacotes” da proteína na corrente sanguínea do infectado, e um nível mais elevado de NS1 estaria associado à manifestação de doenças mais graves.
O grupo passou anos tentando isolar a proteína em sua forma pura. Em 2013, pesquisadores conseguiram esse feito para os vírus da dengue e da febre do Nilo Ocidental. Na ocasião, os cientistas usaram um método conhecido como cristalografia, que estuda a matéria numa escala atômica, para visualizar a proteína em 3D. “Quando a crise causada pela infecção pela zika surgiu, colocamos como meta determinar a estrutura 3D da proteína NS1 do zika”, contou Smith.
O vírus da zika circula em vários continentes há alguns anos, mas se tornou uma emergência internacional após a infecção pelo vírus ser associada a doenças graves, como microcefalia em recém-nascidos e síndrome de Guillain-Barré. Até o momento, não existe uma vacina contra o vírus. Em todo o mundo, pesquisadores e empresas correm contra o tempo para atingir resultados confiáveis e iniciar testes clínicos.
A situação de alerta fez com que a colaboração entre pesquisadores aumentasse, avalia Smith. “Por isso, deveremos fazer um progresso mais rápido que o usual no sentido de entender os perigos e opções de tratamento”, comenta. A pesquisadora ressalta que a experiência acumulada no combate a outras epidemias que causaram muitas mortes, como Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa) e ebola, trouxe mudanças.

Medicina – Transplante de mãos


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Há três anos, Chris King, de 57 anos, perdeu ambas as mãos – exceto os polegares – em um acidente de trabalho. Mas agora, ele se tornou o primeiro paciente do Reino Unido a ter ambos os membros transplantados com sucesso. Apenas cerca de 80 procedimentos semelhantes foram realizados no mundo, mas nunca antes nesta região da Europa.
King foi tratado no Leeds General Infirmary (LGI) pelo cirurgião e professor Simon Kay, que também realizou o primeiro transplante de uma única mão no Reino Unido, em 2012. O procedimento realizado em uma média de 6 a 12 horas permitiu que a mão se curasse sozinha, mesmo após partes delas terem sido danificadas pelo ferimento.
Agora, King está ansioso para ser capaz de segurar uma garrafa de cerveja, fazer serviços de jardinagem e poder vestir camisas com botões novamente, já que até então teve de se adaptar aos modelos de velcro. O acidente que lhe decepou ambas as mãos ocorreu há três anos, enquanto pressionava metal em uma máquina. “Eu não poderia desejar algo melhor. É melhor do que ganhar na loteria, porque você se sente inteiro novamente”, disse ele.
Os detalhes do procedimento não foram revelados para reduzir o risco de o doador ser identificado. No momento, ele conseguiu recuperar alguns movimentos, mas está ansioso para remover as bandagens e ver o resultado.
Já o médico recordou que, a princípio, alguns de seus colegas tentaram convencê-lo ao contrário. Porém, ele tomou a decisão de realizar o procedimento pioneiro na região após seu amigo, Mark Cahill – a primeira pessoa a ter a mão transplantada no Reino Unido, em uma cirurgia realizada por ele [Dr. Kay] – tê-lo convencido.
Segundo ele, trata-se de uma operação longa e extremamente complexa. São necessárias equipes de cirurgiões para remover a mão do doador, enquanto outra trabalha no paciente destinatário. Assim, os ossos são unidos com placas e parafusos de titânio e, bem como a cura de um osso quebrado, eles eventualmente se unem, deixando as placas no local para garantir a estabilidade. Os cirurgiões em seguida conectam os tendões e músculos principais, antes de fazer o mesmo com os vasos sanguíneos. Uma vez que o sangue está circulando, a sensação da mão pode voltar.
Esse tipo de transplante no Reino Unido, custa cerca de 50.000 euros, com um adicional de 2.000 a 3.000 por ano em custos com reabilitação e medicamentos. Os pacientes elegíveis normalmente perderam uma ou ambas as mãos, principalmente abaixo do cotovelo. Na avaliação dos médicos, o foco principal é adequação do grupo sanguíneo, tom de pele e tamanho da mão. Devido à natureza complexa do procedimento, os pacientes também são avaliados cuidadosamente em relação a adequação psicológica.