Mega Bloco Biologia – O que é uma espécie invasora?


labrador
Os cães, talvez os primeiros animais domesticados pelo homem, possivelmente surgiram através da seleção artificial de linhagens de lobos e chacais selvagens, e hoje têm uma população mundial estimada em 400 milhões de indivíduos. Em muitos lugares, principalmente onde existem populações de vida livre, eles são uma ameaça a espécies nativas

É aquela que, oriunda de certa região, penetra e se aclimata em outra onde não era encontrada antigamente (espécie introduzida), prolifera sem controle e passa a representar ameaça para espécies nativas, para a saúde e economia humanas e/ou para o equilíbrio dos ecossistemas que vai ocupando e transformando a seu favor.
Ainda que as invasões possam acontecer de maneira natural, e de fato já aconteceram inúmeras vezes na história da Terra, as atividades e movimentações humanas vêm desempenhando, em tempos históricos, o maior papel na introdução, em praticamente todas as regiões do mundo, de espécies exóticas que se tornaram invasoras, um processo que recentemente vem se acelerando tanto que assumiu a dimensão de crise global, gerando extensas repercussões negativas no equilíbrio ecológico, na economia, na sociedade e na cultura. A invasão de relativamente poucas espécies muito adaptáveis e competitivas sobre vastas áreas do globo tende a empobrecer e homogeneizar os ecossistemas, e é um dos principais fatores em ação na atualidade para a crescente e acelerada perda de biodiversidade mundial, cujo impacto continua a ser subestimado.
Além do declínio ou extinção de espécies nativas, as invasões acarretam prejuízos em colheitas, degradação de florestas, solos e pastagens, favorecem a disseminação de doenças e pragas, e, perturbando os ciclos físicos, químicos, biológicos e climáticos, afetam todos os serviços ambientais oferecidos pela natureza, que são fundamentais para a vida humana. Com a crescente a interferência do homem nos ambientes, projeta-se que as invasões se multipliquem no futuro e, com elas, seus impactos indesejáveis.
Ao contrário de outros problemas ambientais que podem se diluir e amenizar com o tempo, as invasoras muitas vezes se tornam espécies dominantes e as consequências negativas tendem a se agravar à medida que sua adaptação se completa. O combate às invasões nem sempre é possível e, quando tentado, em regra se revela um procedimento altamente complexo, custoso e nem sempre garante bons resultados, podendo ocorrer até mesmo efeitos adversos imprevistos.
Espécie nativa: espécie que evoluiu no ambiente em questão ou que lá chegou desde épocas remotas, sem a interferência humana.

Espécie exótica: espécie que está em ambiente diferente de seu local de origem, por ação do homem (intencional ou acidental).

Exótica casual: espécie fora de seu ambiente de origem, sem a capacidade de formar população persistente.

Exótica naturalizada: espécie fora de seu ambiente de origem, capaz de formar população persistente e de conviver com a comunidade nativa sem invadir ecossistema natural ou antrópico.

Invasora: espécie exótica em ecossistema natural ou antrópico, que desenvolve altas taxas de crescimento, reprodução e dispersão.

Praga: espécie exótica ou não, indesejável no local por razões geralmente econômicas.

Superdominante: espécie nativa que se comporta como invasora, mediante desequilíbrio ambiental.
Todos os grupos taxonômicos, incluindo as plantas, os animais, os fungos e os microrganismos, têm espécies de potencial invasivo, e qualquer ecossistema pode ser afetado.
As invasões podem se dar de forma natural, através de migrações de populações, transporte de sementes pelo vento, água ou animais, e ser provocadas por alterações geográficas e climáticas, entre outros meios. A flora e a fauna da Terra variaram radicalmente ao longo de sua história de milhões de anos, adaptando-se às sempre mutantes feições do planeta. Populações se dispersaram no espaço, eliminando competidores no caminho, e espécies conheceram grande florescimento somente para serem superadas por outras mais versáteis, mais equipadas ou mais resistentes, que apareciam no cenário da ininterrupta evolução dos seres e da luta pela vida sob condições ambientais cambiantes.
No entanto, desde que o homem apareceu sobre a Terra ele vem interferindo em seu ambiente. Entre as formas de interferência está a introdução de espécies exóticas em regiões onde elas originalmente não existiam. A domesticação, desde milhares de anos atrás, de animais como o cão, o gato, o gado, e de plantas como o milho e o trigo, espécies que adquiriram elevado valor alimentício, econômico, social ou cultural para o homem, as difundiu por grandes regiões do planeta à medida que a população humana migrava, aumentava em número e expandia seus domínios. Em tempos mais recentes, os usos ornamentais, sociais, medicinais, religiosos, científicos e paisagísticos de muitas espécies as difundiu por toda parte.
Com a crescente mobilidade do ser humano, muitas outras, como os ratos e as baratas, se transportaram inadvertidamente para regiões distantes de sua origem, ocultas em veículos, cargas, bagagens e mesmo pessoas, pois deve-se incluir neste cômputo as espécies que usam o homem como hospedeiro ou veículo habitual ou eventual, sendo especialmente ilustrativo o fato de que a maior parte das invasões acontece exatamente ao longo de linhas importantes de tráfego de bens e pessoas.
Também contribui significativamente o intenso comércio internacional – legal e ilegal – de animais de estimação e plantas ornamentais exóticas, e em alguns países é a principal causa de invasões; muitos desses indivíduos fogem, espalham sementes ou acabam liberados pelos donos em ambientes que lhes são estranhos, estabelecem populações com sucesso, e passam a ser invasores, alterando os sistemas ecológicos da região.
Outros fatores antropogênicos que têm levado a invasões são o desmatamento e a degradação de áreas verdes, abrindo espaços para a penetração de espécies exóticas, e o aquecimento global, que força populações para fora de suas áreas de origem em busca de locais mais propícios à sua sobrevivência.
Por exemplo, nos últimos 30 anos 9 milhões de km² de tundra do Hemisfério Norte já foram invadidos por espécies arbóreas e arbustivas nativas das regiões temperadas, em função do rápido aquecimento da região ártica.
Todos os biomas da Terra já foram de alguma maneira prejudicados por invasões, e os impactos mais acelerados ocorrem nas florestas temperadas e tropicais, nas zonas semiáridas do Mediterrâneo, nas savanas e campos tropicais e nas águas interiores.
Os efeitos da introdução de espécies exóticas são em geral imprevisíveis, mas elas só se tornam uma ameaça significativa quando passam a ser invasoras, quando os efeitos podem ser graves e extensos. Esse fenômeno ocorre não só quando a espécie exótica encontra no novo local boas condições para sua vida e reprodução, mas acima de tudo quando não encontra inimigos naturais capazes de efetivarem sobre sua população um controle biológico, preservando o equilíbrio dos ecossistemas invadidos. Por isso, as invasoras tendem a proliferar de maneira explosiva e serem grandes transformadoras dos ambientes conquistados, alterando suas características físicas, modificando as relações entre os seres vivos e os sistemas de dominância, se tornando predadoras, interferindo nas cadeias tróficas e na química dos substratos inorgânicos, na densidade e distribuição da biomassa, no balanço energético e genético, e competindo diretamente por espaço e nutrientes com espécies residentes. Às vezes as transformações são tão profundas a ponto de inviabilizar a sobrevivência de outros seres, causando sua extinção ou deslocamento para regiões mais favoráveis, e assim obrigando as espécies expulsas a se tornarem elas mesmas invasoras de outras áreas, num efeito de cascata.
Estima-se que seja cerca de 480 mil o número das espécies introduzidas modernamente em outros locais, e destas até 30% se tornaram invasoras em pelo menos uma das regiões que as receberam, causando uma série de efeitos danosos.
A extinção ou declínio de predadores que estão no topo da cadeia alimentar, por exemplo, em geral desencadeia um efeito cascata que altera o equilíbrio ecológico de toda a região, favorecendo a proliferação intensa das espécies que eles predavam, ora livres de sua maior ameaça. Estas, por sua vez, florescendo em grande número, esgotam as populações de suas próprias presas. Tal vem sendo o caso dos grandes tubarões, dizimados pela pesca predatória, causando uma multiplicação de antigas presas como as focas e de predadores secundários como arraias e tubarões menores, e ocasionando o declínio de outras espécies das quais essas se alimentam.
Em 1994 a população de leões do Parque Nacional de Serengueti, na Tanzânia, declinou em cerca de 30% em função uma epidemia transmitida por cães domésticos que viviam no entorno da reserva.
Vários estudos relataram casos de extinção de populações inteiras de certas espécies de regiões isoladas ou insulares pela introdução de um único indivíduo de espécie exótica.
Na região de Stellenboschberg, África do Sul, as bacias de captação pluvial foram invadidas por Pinus patula e Eucalyptus grandis, causando uma redução de 52% no volume captado nas áreas invadidas por P. patula, e de 100% nas invadidas por E. grandis, e reduzindo em 30% o fornecimento de água potável para a Cidade do Cabo, o que ocorre similarmente em outras regiões num país em que a água é escassa, além de causar a extinção de muitas outras espécies.
Os excrementos corrosivos dos pombos-comuns, nativos da Europa mas encontrados em bandos em todas as grandes cidades do mundo a ponto de se tornarem uma praga urbana, são uma importante causa de degradação de monumentos históricos e estruturas humanas, além de essas aves potencialmente transmitirem doenças para as pessoas e outros animais.
A introdução do cupim Coptotermes formosanus no Havaí foi responsável por intensos danos em estruturas de madeira e gasta-se anualmente mais de 60 milhões de dólares em seu controle;[36]
A introdução de ratos Rattus norvegicus nas Ilhas Seychelles desencadeou um declínio acentuado no turismo local pelas perdas que provocou na biodiversidade insular, que constituía um dos maiores atrativos locais.
O caracol argentino Pomacea canaliculata tem sido a causa de enormes quebras de safras de arroz em vários países asiáticos, além de veicular doenças humanas.
A introdução de coelhos Oryctolagus cuniculus na Inglaterra e na Austrália. Esses coelhos, originários da Península Ibérica, foram levados da França para a Inglaterra, no século XII e, em 1778, daí para a Austrália. Eles se tornaram praga tanto na Inglaterra como na Austrália, gerando grande prejuízo por perdas agrícolas. Seu controle foi tentado por meio de sua contaminação pelo vírus da mixomatose que, embora letal à grande maioria dos indivíduos, deixou de sê-lo na medida em que foi havendo a seleção de populações do coelho resistentes ao vírus.
A abelha europeia africanizada Apis mellifera, introduzida no Brasil para pesquisa científica, e que escapou do controle dos laboratórios, espalhando-se por toda a América do Sul e Central. Essa abelha é agressiva ao ser humano e também compete por recursos com as abelhas nativas.
Segundo o Secretariado da Convenção sobre a Biodiversidade, os prejuízos econômicos causados pelas espécies invasoras em todo o mundo, na forma de perdas em colheiras, pastagens e florestas, além das despesas nos planos de combate, podem chegar a 1,4 trilhões de dólares a cada ano, equivalendo a 5% da economia mundial. Nestes custos não estão incluídos o declínio da biodiversidade e as extinções de espécies, os danos estéticos e culturais às paisagens e comunidades, e a perda de serviços ambientais, que ainda não foram bem calculados em termos econômicos e às vezes nem podem sê-lo, mas que sem dúvida são altíssimos, afetando o homem e a natureza como um todo, ameaçando a estabilidade social e política das nações, o seu crescimento econômico, e o desenvolvimento de um futuro sustentável e equitativo para todos os seres.
A gravidade da situação é tanta que já em 1996 a ONU, através da Convenção sobre a Biodiversidade, elaborada por um grande grupo de especialistas de 80 países e ratificada por 168 governos nacionais, alertou que as invasões constituem um desafio “imenso, insidioso, crescente e irreversível”.
A Convenção sobre a Biodiversidade considera a prevenção como a melhor forma de combate às invasões, mas se ela não é possível, a erradicação é a medida indicada, mas deve ser iniciada preferencialmente assim que forem notados os primeiros sinais da invasão, pois mais tarde a propagação da espécie pode ficar inteiramente fora de controle. Muitas ações de erradicação já foram empreendidas, tendo se tornado rotineiras em muitos países.
A erradicação do ratão-do-banhado das Ilhas Britânicas custou 4 milhões de dólares e oito anos de esforço. Nos Estados Unidos foi tentada a erradicação do caracol exótico Achatina fulica, uma praga agrícola e vetor de doenças, com a introdução de um outro caracol, do gênero Euglandina, que em seu habitat de origem era um inimigo natural do outro. No entanto, a espécie da qual se esperava a solução gerou mais problemas, pois não demonstrou nenhum interesse pela sua presa potencial, preferindo em vez se alimentar de espécies nativas, tornando-se ele mesmo outra praga e provocando a extinção de pelo menos sete outras espécies.
Mas, como assinala enfaticamente o consenso virtualmente unânime dos especialistas e instituições internacionais como a ONU e seus organismos afiliados, é preciso lembrar que a invasão de espécies é um fenômeno que interage com outros problemas ambientais de origem humana, como a poluição, o aquecimento global, o desmatamento, os quais se reforçam mutuamente e que, juntos, estão atualmente levando o mundo a um perigoso estado crítico, sendo previstas consequências catastróficas em escala global se continuar inalterada a tendência predatória, imediatista e irrefletida do homem de superexplorar, destruir e perturbar o ambiente.
O Brasil não é uma exceção nesse contexto. Desde o século XVII se registram casos de invasões, mas apenas há poucos anos o problema vem recebendo atenção oficial e acadêmica, e foi somente em 2005 que apareceu a primeira listagem de espécies invasoras no Brasil, compilada por uma parceria entre várias instituições e o governo federal. Essa ausência de dados dificultou e dificulta o mapeamento da situação atual e a estimativa das mudanças já provocadas, bem como o planejamento de ações de manejo e combate às invasoras.
O estudo de espécies invasoras pode ser feito por várias áreas da biologia, mas a maior parte das procuras sobre organismos invasores tem sido feita pela ecologia e pela geografia, onde a questão das invasões biológicas é especialmente importante. Embora, por volta de 1860, Charles Darwin já tivesse chamado a atenção para o crescimento explosivo das espécies invasoras, foi só em 1958 que Charles Elton, em seu livro Ecology of invasions by animals and plants, adverte para a necessidade de se conhecer melhor essas espécies e estabelecer estratégias de controle.

ratoburguer
Rattus norvegicus, uma espécie com difusão mundial que causa grandes prejuízos de vários tipos para o homem e o ambiente.

Um milhão de espécies estão na linha de fogo da extinção, diz a ONU


EXTINCAO
Cientistas acabam de publicar o relatório mais abrangente já produzido sobre a “saúde” dos ecossistemas e da biodiversidade no planeta. E as coisas não vão nada, mas nada bem. Os resultados são sinistros. Todas as frentes avaliadas pelo documento elaborado por centenas de especialistas apontam: a natureza está se deteriorando rapidamente. E a não ser que mudanças profundas sejam implementadas logo, a humanidade está em perigo.
Entre as descobertas mais preocupantes do extensivo levantamento está o número de espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Nada menos que um milhão delas podem desaparecer, muitas já nas próximas décadas. Ao todo, a biodiversidade dos ambientes terrestres caiu 20%, sobretudo no último século. A pesquisa contou com a participação de 145 autores de 50 países, além da colaboração de outros 310 cientistas.
Foram revisadas sistematicamente 15 mil fontes governamentais e científicas para produzir uma análise baseada em evidências de como o desenvolvimento econômico impactou a natureza nos últimos 50 anos. Esse trabalho colossal divulgado ao mundo nesta segunda (6) foi coordenado pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), órgão da ONU criado em 2012 aos moldes do IPCC para o clima.
“A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependemos está se deteriorando mais depressa do que nunca”, disse em comunicado Robert Watson, dirigente do IPBES. “Estamos erodindo os próprios alicerces de nossas economias, sobrevivências, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida no mundo todo.” A mensagem aqui é muito clara: a vida na Terra é interconectada como uma rede. Ela está sendo perigosamente rasgada em vários pontos, esticada quase à beira de romper-se por completo.
Segundo a Avaliação Global do IPBES, pelo menos 680 espécies de vertebrados foram extintas desde o século 16, e as maiores culpadas são a agricultura e a pecuária. Mais de um terço das terras do planeta são dedicadas a essas duas atividades, que consomem 75% de toda a água doce disponível. Mas a degradação dos ecossistemas terrestres já derrubou 23% da produtividade das lavouras, e o risco de prejuízo anual decorrente da perda de polinizadores como as abelhas é estimado em US$ 577 bilhões.
Outros fatores responsáveis pela devastação da biodiversidade da Terra são, em ordem de culpa: exploração de organismos, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras. No ar, as emissões de gases estufa dobraram desde 1980, elevando a temperatura global em 0,7°C, impactando os ecossistemas e até a genética dos seres vivos. Nas águas, a situação também é dramática. Mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão ameaçados.
O lixo plástico aumentou dez vezes desde 1980. Entre 300 e 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, resíduos tóxicos e outras sujeiras industriais vão parar nos mares todos os anos. Ecossistemas costeiros sofrem com os fertilizantes, que já produziram mais de 400 zonas mortas, com área combinada superior à do Reino Unido. Mas ainda há tempo de reverter a iminente catástrofe ecológica que paira sobre a civilização humana.
“O relatório também nos conta que não é tarde demais para fazer a diferença, mas só se começarmos agora em todos os níveis, do local ao global”, disse Watson. O químico e cientista atmosférico afirma que, através de uma “mudança transformadora”, a natureza ainda pode ser conservada, restaurada e usada sustentavelmente. “É uma reorganização fundamental de todo o sistema em fatores tecnológicos, econômicos e sociais, incluindo paradigmas, metas e valores.” Não vai ser fácil, mas é nossa única esperança.

Biologia – Rinoceronte negro é declarado oficialmente extinto


rinoceronte
O rinoceronte negro, uma espécie tradicional do Oeste africano, foi declarado oficialmente extinto.
Ele é uma das milhares de espécies que constam da chamada lista vermelha formulada pela organização União Internacional pela Conservação da Natureza.
De acordo com a entidade, é possível que outra espécie, o rinoceronte branco, da África Central, também pode estar extinto.
A entidade afirma, em um relatório, que a despeito de seus esforços, cerca de 25% dos mamíferos mundiais enfrentam risco de extinção.
O rinoceronte-negro-ocidental media de 3 a 3,8 metros de largura, tinha uma altura de 1,4 a 1,7 metros e pesava de 800 a 1 350 quilogramas.
O rinoceronte-negro-ocidental foi alvo proeminente de caçadores no início do século 20, mas a população cresceu nos anos 30 depois que medidas de preservação foram tomadas. Os esforços preservacionistas, no entanto, declinaram ao passar do tempo, assim como o número de rinocerontes-negros-ocidentais. Em 1980, a população era de centenas. Não se sabia de nenhum animal cativo, mas se acreditava em 1988 que em torno de 20 ou 30 eram mantidos para fins de reprodução. A caça ilegal continou, e em 2000 era estimado que apenas 10 animais sobreviveram. Em 2001, o número diminuiu para 5.
Um dos motivos mais fortes para a extinção da espécie reside na abrangência da caça ilegal, e na ineficiência dos esforços para prevenção da prática. O rinocerente-negro-ocidental foi avistado pela última vez em 2006, no Camarões. Foi oficialmente declarado extinto em 2011.

Biologia – A Tartaruga-das-galápagos


Galapagos_giant_tortoise_Geochelone_elephantopus
O nome científico é Chelonoidis nigra (Quoy & Gaimard, 1824), é uma espécie de tartaruga da família Testudinidae, endêmica do arquipélago de Galápagos, no Equador.
É a maior espécie de tartaruga terrestre existente e o 10º réptil mais pesado do mundo, podendo chegar a 400 kg, com um comprimento de mais de 1,8 m. É também um dos vertebrados de vida mais longa. Um exemplar mantido em um zoológico australiano, chamado Harriet, atingiu a idade de 170 anos. São conhecidas várias subespécies, embora sua classificação seja polêmica. São herbívoras e se alimentam de, frutas, líquens, folhas e cactos.
Desde o descobrimento do arquipélago no século XVI elas foram caçadas intensamente para alimentação, especialmente de marinheiros, e seu número original, que se calcula em torno de 250 mil indivíduos, decaiu para pouco mais de 3 mil na década de 1970. Outros fatores também contribuíram para o declínio acentuado, como a introdução de novos predadores pelo homem e a destruição de seu habitat. Em breve começaram a ser realizados projetos de recuperação das populações, e hoje o total de indivíduos chega a quase 20 mil. Mesmo assim ainda é considerada uma espécie vulnerável pela IUCN. Pelo menos duas subespécies já foram extintas – C. n. abingdoni e C. n. nigra – e somente dez das cerca de quinze originais ainda existem em liberdade.
As características morfológicas da carapaça óssea das tartarugas-das-galápagos variam de acordo com o ambiente de cada ilha. Esta variabilidade permite subdividir a espécie em vários subtipos, cada um característico de uma ilha, ou de uma parte dela. Esta diversidade morfológica foi reconhecida por Charles Darwin, durante a sua visita ao arquipélago em 1835, e foi um dos argumentos para a sua teoria da evolução das espécies.
As Ilhas Galápagos foram descobertas em 1535, mas só foram incluídas nos mapas em torno de 1570.
A primeira pesquisa sistemática sobre esses animais foi realizada em 1875 por Albert Günther, associado ao Museu Britânico. Ele identificou pelo menos cinco populações diferentes nas ilhas Galápagos, e três nas ilhas do oceano Índico. Em 1877 a sua lista foi expandida para cinco populações nas Galápagos, quatro nas ilhas Seychelles e quatro nas ilhas Mascarenhas. Günther imaginava que todas derivavam de uma única população ancestral que havia se dispersado através de pontes de terra mais tarde submersas.
Sua teoria foi refutada quando se compreendeu que as Galápagos, bem como as Seychelles e as Mascarenhas, eram ilhas de formação vulcânica recente, e jamais haviam sido interligadas por pontes de terra. Hoje se acredita que as tartarugas-das-galápagos provêm de um ancestral sulamericano. No fim do século XIX Georg Baur e Walter Rothschild reconheceram a existência de mais cinco populações.
Em 1906 a Academia de Ciências da Califórnia coletou espécimens os confiou a John Van Denburgh para que os estudasse, resultando identificadas quatro populações adicionais e postulando a existência de quinze espécies diferentes.
Hoje sobrevivem na natureza apenas cerca de dez subespécies – o número exato também é polêmico. Charles Darwin visitou as ilhas em 1835, a tempo de ver cascos dos últimos representantes da subespécie Chelonoidis nigra nigra, supostamente extinta na década de 1850. Em 24 de junho de 2012 a subespécie Chelonoidis nigra abingdoni foi extinta com a morte do último exemplar, conhecido como “Jorge Solitário”.

George_1
Último exemplar da espécie extinta

11.480 – Ecologia e Tecnologia – O APP da Biodiversidade


logo mol
Não importa onde você esteja, o Map of Life (MOL), Mapa da Vida em tradução literal, pode dizer quais espécies de animais e plantas vivem próximas a você com base na localização do seu celular. Em vez de procurar por centenas de páginas em um guia impresso, naturalistas podem ter um guia de campo digital feito sob medida para a sua localização através de um aplicativo.
O MOL*, projeto da Universidade de Yale em parceria com a Nasa, eBird, Google, entre outros, acabou de lançar um aplicativo que integra fontes diferentes de dados de distribuição das espécies pelo mundo. Mapas de área de distribuição, pontos de ocorrência e áreas de proteção são fornecidos pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês), WWF (Fundo Mundial para a Natureza, na sigla em inglês), GBIF (Sistema Global de Informação sobre a Biodiversidade, na sigla em inglês) entre outras instituições.
Ao acessar o aplicativo, você fornece sua localização e uma lista de espécies com área de ocorrência próxima ao lugar onde você se encontra aparece na tela do celular. Todos os dados são gerenciados, checados, armazenados e podem ser acessados via cloud hosting (sistema baseado na tecnologia de computação em nuvem que permite que um número ilimitado de máquinas funcionem como um sistema).
Fotos ajudam a identificar o animal ou planta e textos fornecem informações sobre as espécies. O usuário também pode criar listas pessoais de observação, contribuir com pesquisas científicas e projetos de conservação e ajudar a atualizar informações sobre a biodiversidade local.
“O aplicativo coloca uma parte significativa do nosso conhecimento global sobre a biodiversidade na palma da sua mão, e permite que você descubra e se conecte com a biodiversidade em um lugar, onde quer que esteja”, disse Walter Jetz, professor de ecologia e biologia evolutiva da Universidade de Yale e coordenador do MOL, em entrevista para o site YaleNews. Segundo Jetz, os guias de campo em forma de livros estão ultrapassados. O MOL é uma ferramenta que permite se conectar com a biodiversidade de uma forma mais eficiente e emocionante. “Esta vasta informação, personalizada para o lugar onde estamos, pode mudar a forma como identificamos e aprendemos sobre as coisas que vemos quando viajamos, caminhamos na mata, ou pisamos no nosso próprio quintal.”
O MOL está disponível em cinco idiomas (ainda não existe em português, mas as espécies da nossa fauna podem ser encontradas) para smartphones iPhone e Android. Para obter mais informações e baixar o aplicativo visite o site do Map of Life.