Saúde – Mais Sobre Tirzerpatida – Novo remédio para diabetes que promove perda de peso inédita


Trata-se de uma medicação injetável de uso semanal bastante aguardada por médicos e pacientes após estudos anunciarem efeitos significativos no controle da glicemia e do peso corporal.

O remédio, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, inaugura uma nova classe terapêutica que simula a ação de dois hormônios naturalmente produzidos pelo organismo, o GLP-1 e o GIP.  Essa atuação estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, desacelera o esvaziamento do estômago e eleva a sensação de saciedade, contribuindo para o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue e a perda de peso – fator que também favorece o controle do diabetes.

Nos estudos clínicos com o medicamento, mais da metade dos participantes alcançou índices considerados normais de hemoglobina glicada, exame que dá uma média do comportamento da glicemia nos últimos três meses.

O sinal verde concedido pela Anvisa foi amparado em um conjunto de dez estudos envolvendo, ao todo, mais de 19 mil pessoas com diabetes tipo 2 pelo mundo, inclusive no Brasil. 

O diabetes é um problema de saúde global que afeta aproximadamente 463 milhões de adultos (20 a 79 anos de idade) mundialmente, com o T2DM sendo responsável por aproximadamente 90% de todos os diabetes no mundo (IDF 2019). O diabetes mellitus tipo 2 é uma das principais causas de insuficiência renal, cegueira, amputação e doença CV, e essas complicações são as principais causas de óbito na maioria dos países (IDF 2019). Espera-se que a prevalência mundial de diabetes aumente ao longo do tempo: no ano de 2030, a projeção de 578,4 milhões de adultos com idade entre 20 e 79 anos e, no ano de 2045, a projeção de 700,2 milhões viverão com diabetes.

Estudos evidenciaram que a tirzepatida reduz efetivamente a HbA1c e espera-se que resulte em redução do risco de doença microvascular a longo prazo, prevenindo cegueira, insuficiência renal com necessidade de diálise e amputação devido à neuropatia. Além disso, a tirzepatida parece fornecer controle glicêmico superior a algumas outras terapias disponíveis. Outro benefício dessa droga é a mudança favorável do peso corporal (perda de peso), uma vez que o sobrepeso e a obesidade contribuem para a fisiopatologia do DM2. O perfil de reações adversas é semelhante ao dos agonistas de GLP-1 comercializados e, devido ao uso prevalente dessa classe de medicamentos, espera-se que seja bem aceito por pacientes com diabetes. As reações adversas mais comuns estão relacionadas à tolerabilidade gastrointestinal e diminuição do apetite. Na dose mais alta de 15 mg, 6,6% dos pacientes descontinuaram a tirzepatida devido a eventos adversos gastrointestinais. Essas reações adversas são facilmente identificáveis por pacientes que podem optar por descontinuar a terapia sem danos residuais e espera-se que a dose seja titulada clinicamente de acordo com a tolerabilidade e as necessidades de controle glicêmico.

Saúde – Obesidade Hoje



A Organização Mundial de Saúde afirma: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
No Brasil, essa doença crônica aumentou 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Diante dessa prevalência, vale chamar a atenção que, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde, a obesidade voltou a crescer entre nós após uma breve trégua. Entre 2015 e 2017, ela ao menos se manteve estável em 18.9%.
A maior taxa de crescimento foi entre adultos de 25 a 34 anos (84,2%) e de 35 a 44 anos (81,1%). Hoje, no país, 20,7% das mulheres têm obesidade e 18,7% dos homens.
Já em relação à obesidade infantil, o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde apontam que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos.

Saúde – Vírus da Obesidade


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Fonte: Hospital das Clínicas, São Paulo

O estudo publicado pela New England Journal of Medicine mostra que obesidade pode ser transmitida de uma pessoa para outra, assim como um vírus. Isto traz à tona alguns estudos que mostram que vírus também podem causar ganho de peso. Vamos aos fatos, à luz da ciência: há muitos anos sabe-se que alguns tipos de vírus podem causar obesidade em animais, principalmente afetando áreas do cérebro responsáveis pelo apetite. Por outro lado, já foram publicados casos – raros, aliás – de obesidade humana quase certamente causadas por infecções virais do sistema nervoso central. Galinhas gordas A história deste vírus – o AD36 -, que foi objeto da publicação, é um pouco diferente e, a meu ver, bastante curiosa. Há vários anos, um médico de sobrenome Dhurandhar, da Índia, teve a oportunidade de verificar um fenômeno curioso: galinhas afetadas por um vírus aviário – chamado de SMAM-1 -, quando não morriam pela infecção, tinham grande chance de engordar muito. Sendo um indivíduo com espírito científico, o médico pensou na hipótese de que talvez alguns humanos poderiam sofrer o mesmo fenômeno. Sendo assim, colheu sangue de indivíduos obesos e de não obesos para verificar a percentagem de reações sorológicas – que atestam o contato com o vírus – positivas de cada grupo. Batata: muito mais pacientes obesos apresentavam reação positiva que não obesos. O médico ficou tão fascinado pela descoberta que não teve dúvidas: mudou-se – com sua família – para os Estados Unidos, para aprofundar seu estudo. Como o SMAM-1 é um tipo que chamamos de adenovírus, ele procurou por adenovírus humanos – aliás, muito freqüentes e transmissíveis pelo ar – para verificar a possibilidade de alguns deles engordarem. O primeiro a ser estudado foi o AD36. Seria ele capaz de causar obesidade? Mais uma vez, batata: animais (galinhas, camundongos, etc.) injetados com o AD36 engordaram! E quanto a nós, humanos? Seria antiético, é claro, injetar vírus na nossa raça, mas à semelhança do que ocorrera na Índia, estudos de reações sorológicas para o AD36 mostraram também muito mais indivíduos que tiveram contato com o vírus entre os obesos que os não obesos. Ganho de peso saudável Curiosamente, os modelos animais (não humanos) de obesidade induzida pelo vírus mostraram que o aumento de peso é paralelo à diminuição das gorduras (triglicérides e colesterol) no sangue. Trata-se, em suma, de um ganho de peso sob certo ponto de vista saudável. Estudando a razão desta obesidade induzida pelo AD36, o dr. Dhurandhar e sua equipe verificaram que o vírus ativa um mecanismo de proliferação de células de gordura, com uma maior incorporação de gorduras do sangue nas mesmas – e, portanto, diminuição delas no sangue. Evidentemente, com estes dados na mão, os autores sugeriram a possibilidade de uma vacina contra o AD36 prevenir a obesidade em uma certa proporção de pessoas. Na minha opinião, a obesidade produzida por vírus deve ser rara, mas vou aguardar um tempo a mais para ter um julgamento decisivo. O mais importante, no entanto, é verificar mais uma vez que obesidade é doença muito mais complexa do que se imagina, com várias causas e que um simples vírus pode, modificando o funcionamento do organismo, causar um grande excesso de gordura em nossos corpos.

Adesivo com injeções minúsculas combate obesidade e diabetes


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Pesquisadores norte-americanos deram um jeito de substituir a tradicional injeção da vacina da gripe por um adesivo com aparência de curativo.
A superfície inferior desse band-aid (a que adere à pele) é repleta de minúsculas agulhas – pequenas o suficiente para você não sentir dor, mas grandes a ponto de colocar a substância que precisa ser injetada dentro de você. Bônus: isso pode ser feito em casa. Nada de posto de saúde ou farmácia.
Se já parecia bom, acaba de ficar melhor. Pesquisadores da Universidade Columbia deram um jeito de usar adesivos similares para aplicar outro remédio: um que transforma gordura branca – a que cria barrigas salientes e pneuzinhos por aí – em gordura marrom, composta de células feitas para queimar energia, e não armazená-la. A técnica tem potencial para colaborar com o tratamento de obesos e diabéticos, mas, até agora, só foi testada em ratos.
“Há várias drogas disponíveis que promovem a transformação da gordura branca em marrom, mas elas precisam ser aplicadas com pílulas ou injeções”, afirmou em comunicado Li Qiang, um dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa. “Isso expõe o corpo todo às drogas, o que pode causar efeitos colaterais, como irritação no estômago, ganho de peso e fraturas nos ossos. Nosso adesivo de pele alivia essas complicações levando a droga diretamente ao tecido adiposo.”
Em outras palavras, quando é colado na barriga, o remédio vai só onde interessa. Sem escalas, e na dose ideal. O princípio ativo é colocado em cápsulas microscópicas – centenas de vezes mais finas que um fio de cabelo – na extremidade das agulhas. “As nanopartículas foram projetadas para armazenar a droga em segurança e então se romperem gradualmente, liberando-a nos tecidos próximo de forma lenta e constante em vezes de espalhar a droga pelo corpo rapidamente”, explicou Zhen Gu, também envolvido na pesquisa.
Bebês recém-nascidos são cheios da gordura conhecida como marrom. Graças ao grande número de mitocôndrias que suas células possuem, esse tipo de gordura pode ser queimada rapidamente pelo corpo para mantê-lo aquecido. Conforme você cresce, porém, seu corpo para de queimar energia à toa e passa a estocá-la em forma de gordura branca – que resiste justamente para servir de reserva calórica em caso de emergência. “Convencer” a gordura branca a se tornar gordura marrom, hoje, é uma das principais linhas de pesquisa no combate à obesidade.

Saúde – Como perder gordura abdominal


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A melhor forma de perder gordura abdominal e secar a barriga é fazer exercícios localizados, como abdominais, associados a uma dieta pobre em calorias e gorduras, sob orientação de um professor de educação física e de um nutricionista.
Além disso, também podem ser utilizados suplementos para queimar gordura, sob orientação profissional, como L-carnitina, CLA ou enzima Q10, que facilitam a perda de gordura abdominal localizada através da destruição dos depósitos de gordura, ao mesmo tempo que aumentam os níveis de energia e de força muscular.
Perder gordura abdominal é importante porque além de melhorar a imagem corporal o acumulo de gordura entre as vísceras aumenta o risco de doenças cardíacas.
Dieta para perder gordura abdominal
A dieta para perder gordura abdominal tem de ser pobre em calorias e por isso, as frutas cítricas, como a laranja ou o kiwi, devem fazer parte da alimentação, uma vez que são hipocalóricas e ricas em água.
Na dieta para perder gordura abdominal, os alimentos fonte de hidratos de carbono, como o arroz, a massa ou o pão, não devem ser excluídos, mas consumidos em pequena quantidade e na versão integral.
Além disso, na dieta para perder gordura abdominal deve-se evitar alimentos como:
Frituras e bolos;
Queijos amarelos;
Sorvetes e balas;
Molhos;
Bebidas alcoólicas e refrigerantes.
Para complementar a dieta e ganhar massa magra deve-se ingerir alimentos ricos em proteína, como ovo, atum ou frango, mas um nutricionista poderá indicar uma dieta adequada às necessidades diárias do indivíduo, respeitando os seus gostos.

 

Fonte: Bio Ritmo

Nutrição – Dieta: como ela age no seu mundo


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Você pode não prestar atenção no que come, mas há um setor inteiro da economia que analisa e dialoga com nosso constante desejo e eterna dificuldade de emagrecer. Não há estimativas do tamanho do mercado de dietas no Brasil, mas nos EUA, onde 69% da população adulta está acima do peso, ele movimenta US$ 58 bilhões por ano – US$ 14 bilhões a mais que o mercado de calçados e só US$ 10 bilhões a menos que o gasto do governo americano com saúde.
O número leva em conta o faturamento de setores variados, como mercado editorial, refeições prontas e shakes, todo tipo de comidas e bebidas diet, light e zero, adoçantes, vídeos de fitness, sites de consultoria nutricional (afiliados ou não a uma dieta específica), remédios para emagrecer, spas.
Um passeio por qualquer livraria revela os milagres prometidos para todos os gostos, propósitos e crenças. Alguns títulos no Brasil são: Viva Melhor com a Dieta do Tipo Sanguíneo (seu tipo de sangue determina o que você vai comer), Emagreça Naturalmente com a Dieta da Lua (quando a lua muda, você só ingere líquidos por 24 horas), A Dieta do Abdome (programa de seis semanas, foca em 11 alimentos que magicamente tiram gordura só da barriga), A Dieta da Zona Ayurvédica (baseada em princípios da medicina milenar indiana), A Dieta do Mel (duas colheres de mel antes de dormir queimam gordura). Se você prestou atenção até aqui, já sabe que é picaretagem.
A variedade de títulos vem no embalo dos best-sellers do gênero. Os sete livros do cardiologista americano Robert Atkins emplacaram, desde 1972, 30 milhões de cópias. A edição revisada do primeiro livro encabeçou a lista de mais vendidos do New York Times por 300 semanas seguidas entre 1999 e 2004. Já a série da Dieta de South Beach, lançada em 2003, vendeu 22 milhões de cópias. Uma piadinha do meio diz que a indústria da dieta anda em muito melhor forma que seus consumidores.
O fato é que nós também fazemos nossa parte nesse jogo de me-engana-que-eu-gosto. Trocamos o açúcar da caipirinha por adoçante para beber sem culpa um copão de pinga supercalórica. Pagamos a academia para não ir, mas sentir que já demos o primeiro passo. Seguimos as dietas das revistas porque preferimos comprar motivação a encarar um esforço consciente e de longo prazo. “É mais fácil entrar numa dieta com a esperança de que ela fará você se sentir melhor do que tentar entender a sua ansiedade”.
A Dieta de Atkins, por exemplo. Seu pulo do gato seria um processo chamado cetose, que ocorre quando o corpo não tem seu combustível preferido, a glicose, e é forçado a se manter basicamente convertendo as reservas de gordura em energia. De brinde, a cetose ainda libera cetonas, substâncias que tirariam o apetite. Mas estudos já mostraram que essa excreção de calorias pode ser muito baixa, cerca de 100 por dia. O fato é que a Dieta de Atkins costuma emagrecer rápido no começo porque boa parte do peso que se perde é músculo e água – sem falar que o cardápio é monótono. Atkins também se equivocou ao dizer que carboidratos não dão saciedade, apenas gorduras e proteínas.
Outra confusão que virou lei é comer de 3 em 3 horas, o que manteria o organismo gastando energia. Ok, nutricionistas e endocrinologistas concedem: comer mais vezes pode ajudar a controlar a fome. Mas não acelera o metabolismo e, a longo prazo, dificilmente emagrece. Aliás, essa prática incentiva o consumo de snacks calóricos e as compulsões alimentares.
As dietas que liberam os líquidos são igualmente problemáticas. Sim, mesmo os sucos naturalíssimos, repletos de vitaminas. “Nosso organismo não tem a mesma capacidade de identificação de saciedade com líquidos e sólidos”, diz Patrícia Jaime. Compare um suco de maçã e uma maçã, por exemplo. A maçã tem fibras (o que manda sinais de saciedade) e você a mastiga (o que manda sinais de saciedade também). No suco, as fibras foram perdidas, ao extrair o sumo da polpa você tem um concentrado de açúcar de várias maçãs (é mais calórico). Apesar das calorias, a bebida ainda vai deixar bastante espaço para a comida.

Nas prateleiras
A indústria alimentícia é outro ator central desse jogo. Para a OMS, há evidências de que o aumento da obesidade é influenciado pelo marketing agressivo das cadeias de fast food – lembra-se do ambiente obesogênico, contribuindo sutilmente para engordar?
Outros vilões são os alimentos de alta densidade energética. Normalmente industrializados, eles concentram muitas calorias em pouco volume e confundem nosso corpo, que vai engordando sem nos avisar para parar. Quem já mandou um pacote de biscoitos recheados para dentro sabe bem.
Por outro lado, as prateleiras são inundadas com opções que protegem contra aumento de peso. Como os alimentos adicionados de fibras e com selo de “baixo índice glicêmico” piscando no rótulo. Estamos exagerando no açúcar? Nos dão versão diet. Precisa-se de Ômega-3? Compre margarinas enriquecidas dele. Muita gordura? Vá de livres de trans. É acender uma vela para Deus e outra para o Diabo.
Quer exemplos? Dois gigantes do mercado de refeições light, as multinacionais Jenny Craig e Slim-Fast (o carro-chefe são os shakes, também vendidos no Brasil), foram comprados pela Nestlé e pela Unilever (dona da marca Kibon), respectivamente. Já a multinacional Heinz, famosa pelas mostardas de grife, é também a dona do negócio de refeições prontas dos Vigilantes do Peso.
Por fraqueza sua ou astúcia dela, a indústria da dieta está aí, firme e forte, enquanto a gente está aqui, inseguro e guloso.

Mitos

1. “Comer de 3 em 3 horas ajuda”
Ajuda a comer menos nas refeições. Mas daí a acelerar o metabolismo vai uma distância. Para a OMS, não há evidências de que fracionar as refeições diminua o risco de engordar. Ao contrário: o hábito faz com que você perca o controle nas refeições intermediárias.

2. “Remédio para emagrecer funciona”
Além de efeitos colaterais, como irritação, insônia, taquicardia, quando você para de tomar o remédio, o apetite aumenta. Outro caso são os remédios irresponsavelmente prescritos que causam disfunções na tireoide, glândula que regula o metabolismo.

3. “Carboidrato não sacia”
“Mentira. Todos os alimentos dão saciedade”, diz o endocrinologista Márcio Mancini. Os carboidratos têm sido vilanizados porque se conclui que os do tipo simples (pão e arroz branco, batata, açúcar) desequilibram o organismo. Mas basta consumi-los com moderação.

Nutrição – Dieta rica em carboidratos pode ser mais saudável do que apostar nas proteínas


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Na contra mão do que se sabe até hoje…
Um estudo publicado na revista Cell Metabolism pode destronar as dietas à base de proteína. É que, segundo pesquisadores australianos da Universidade de Sydney, uma alimentação com muito carboidrato e pouca proteína pode estimular a produção de um hormônio relacionado à maior longevidade e controle de obesidade em humanos.
Em outras palavras, comer muito arroz, macarrão e pães pode aumentar a concentração da substância FGF21 no organismo – no estudo, isso aconteceu com ratos de laboratório. Mas o que isso quer dizer, de fato? Uma maior produção de FGF21 pelo fígado modera o apetite e regula o metabolismo, fortalecendo o sistema imunológico e aumentando nossa vida útil. Um outro possível benefício do FGF21 é o combate a diabetes.
“Apesar da popularidade das dietas paleolíticas, com alto teor de proteína, nossa pesquisa sugere o oposto. Que pode ser melhor para nós, conforme a idade avança, adotar uma dieta rica em carboidratos para melhorar a saúde e a longevidade”, diz a principal autora da pesquisa, Dr. Samantha Solon-Biet.
O estudo analisou 25 tipos de dieta, com níveis variáveis de proteínas, carboidratos, gorduras e açúcares – todas elas testadas em ratos. O próximo passo é compreender como o FGF21 funciona e gera os efeitos benéficos apontados pela pesquisa.

Obesidade – Comer à noite engorda mais


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Os cientistas sempre acharam que tanto faz comer de manhã, de tarde ou de noite – afinal, as calorias dos alimentos são sempre as mesmas. Mas um estudo conseguiu provar, pela primeira vez, que comer à noite pode ter consequências diferentes (e piores).
Numa experiência feita por cientistas da Northwestern University, nos EUA, dois grupos de camundongos comeram a mesma ração durante seis semanas. Para o 1º grupo, ela era servida no horário normal. Já os ratos do 2º grupo só eram alimentados no horário errado, em que deveriam estar descansando. Ao final do estudo, haviam ficado 48% mais gordos – muito mais do que os ratos alimentados na hora certa, que tiveram 20% de ganho de peso. Conclusão: por algum motivo, comer à noite engorda mais – mesmo que você ingira os mesmos alimentos que comeria durante o dia.
Ninguém sabe exatamente por que, mas os cientistas suspeitam que a absorção da energia contida nos alimentos seja influenciada pelo ritmo circadiano – o relógio biológico do corpo. “Mudar a hora de comer pode ajudar a conter a epidemia de obesidade entre os humanos”, recomenda o estudo.
Mas o hábito de assaltar a geladeira à noite talvez não seja uma falta de caráter – pode ser culpa da própria comida. Outra experiência feita com ratos, também na Northwestern University, constatou que uma dieta rica em gordura causa alterações numa parte do cérebro chamada núcleo supraquiasmático, que controla o relógio biológico – e isso faz com que o indivíduo tenda a dormir e comer cada vez mais tarde.

Obesidade – Não existe dieta que seja boa para todo mundo


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Pelo menos não em ratos.
Antes era a tal pirâmide alimentar, que mandava você encher a pança de pães e massas e fugir como o diabo da cruz de qualquer gota de gordura saturada. Depois vieram dizer que não, que era o contrário: carboidrato é que é veneno e engorda, proteína é a receita paleolítica da saúde sarada. Soja, ovo, pão, vinho, carne, manteiga, café – a cada dia mudam os heróis e os vilões da alimentação saudável, enquanto cientistas, governos e a mídia inteira seguem na busca centenária da dieta perfeita.
Pois, no que depender do geneticista William Barrington, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, podem parar de procurar: essa coisa não existe. Barrington e sua equipe conduziram um experimento com ratinhos variados comendo dietas variadas – e sua conclusão foi que nenhuma dieta é boa para todo mundo. Diferentes perfis genéticos saem-se melhor ou pior com diferentes alimentos. A dieta perfeita de um pode embarangar o outro. E isso não deve valer só para ratinhos. “Dada a semelhança metabólica e genética entre humanos e camundongos, é altamente provável que o nível de diversidade de resposta a dietas que observamos no nosso estudo se repita em humanos”, disse Barrington, numa conferência de genética que aconteceu esta semana em Orlando, na Flórida.
O que os cientistas fizeram foi separar os bichinhos em quatro grupos e dar a cada um deles alimentos inspirados em alguma dieta humana, por seis meses. Um grupo de camundongos comeu como japoneses, com extrato de chá verde e tudo, enquanto outro ganhou extrato de vinho tinho como parte de sua “dieta mediterrânea”. O terceiro grupo de ratinhos recebeu uma dieta cheia de carne e proteínas, mas quase sem carboidrato algum, segundo os conselhos do nutricionista Robert Atkins, enquanto o último esbaldou-se em junk food, para representar a chamada “dieta ocidental”.
Os resultados detalhados ainda não foram publicados, mas, durante a conferência, Barrington contou que ratos diferentes responderam de maneira diferente a cada dieta. Ratinhos de uma certa linhagem genética ficaram obesos com a dieta ocidental mas permaneceram esbeltos seguindo os conselhos de Atkins. Outros, no entanto, reagiram ao contrário: engordaram com proteínas e mantiveram o peso com a dieta ocidental. Algumas variedade mais sortudas quase não pareciam sentir os efeitos da dieta: não engordaram com nenhuma das quatro. Mas houve também quem ficasse gordo até mesmo com a dieta mediterrânea, tida como ideal.
“Não existe dieta universalmente saudável”, disse Barrington, na conferência. “Há uma generalização excessiva dos benefícios e riscos à saúde ligados a cada dieta.”
Quer dizer então que eu posso comer o que eu quiser já que os cientistas não sabem mesmo o que engorda e o que emagrece?
Quer dizer quase o contrário disso: que é preciso que cada um de nós passe a vida prestando muita atenção no que come, para compreender o que lhe engorda ou emagrece, o que aumenta e o que baixa o colesterol, o que lhe faz bem e mal. Claro que ajuda ter acompanhamento profissional, de um médico ou nutricionista que o conheça bem. Mas provavelmente o mais fundamental é o trabalho individual de aprender a conhecer o que o seu corpo gosta. Nenhum médico, cientista, apresentador de TV – ou revista – pode fazer isso por você.

Sem Saída – Cientistas descobrem por que adoçantes engordam


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Como é possível que adoçantes artificiais engordem, se eles não possuem caloria nenhuma? Parece improvável, mas, nos últimos anos, surgiu uma porção de estudos surpreendentes mostrando que essas substâncias inventadas para nos ajudar a emagrecer acabam causando o efeito oposto, pelo menos em animais (as pesquisas com humanos ainda são inconclusivas).
Uma equipe de neurocientistas australianos contou que usou moscas de fruta para entender por que algo tão inusitado acontece. Ao final de um bem bolado experimento, eles chegaram à conclusão de que adoçantes fazem o cérebro acreditar que está morrendo de fome. Aí, fica difícil emagrecer.
O que os cientistas fizeram, para começar, foi dar adoçante para algumas moscas e açúcar para outras, de maneira a poder comparar. O resultado: as do adoçante consumiram 30% mais calorias que as do açúcar. A conclusão clara foi que consumir adoçante faz aumentar o consumo calórico. Para confirmar, os cientistas cortaram os adoçantes da dieta do primeiro grupo de moscas – e rapidamente o consumo de calorias voltou a cair.
Mas a pesquisa não parou aí. O passo seguinte foi tentar descobrir por quê. Os pesquisadores monitoraram a atividade das sensillas, que são pelinhos que as moscas têm na boca e que contém os receptores de paladar do animal. As sensillas ficam mais ouriçadas quanto maior for o apetite do inseto, e elas se agitam especialmente quando entram em contato com açúcar, prato preferido das simpáticas mosquinhas. Pois então: a pesquisa revelou que bichinhos que comem adoçantes artificiais ficam com as sensillas muito mais excitadas quando comem açúcar. Ou seja, o apetite delas por açúcar aumenta quando elas comem muito adoçante.
Em seguida, a equipe deu açúcar para todas as moscas e monitorou a atividade elétrica nas sensillas. Descobriu então que, nas moscas que comem adoçante, a atividade elétrica é maior, mesmo com pequenas quantidades de açúcar. Isso quer dizer que o adoçante deixa as moscas mais sensíveis ao açúcar.
Não terminou ainda: foi a partir daí que o experimento ficou realmente sofisticado. Os pesquisadores então vasculharam as enzimas e os neurotransmissores das mosquinhas para tentar decifrar o mecanismo molecular que estava em ação. Foi aí que eles perceberam que comer adoçante ativa uma rede neural que é exatamente a mesma que é ligada quando os animais passam fome. A lógica é a seguinte: quando passamos fome, nossos neurônios que transmitem o sabor doce ficam mais ativos e mais sensíveis. É por isso que fome é o melhor tempero – nossas redes neurais interpretam qualquer micro-estímulo como uma explosão de sabor para nos incentivar a comer mais. Acontece que adoçantes ativam esses neurônios, mas não nos dão nenhuma caloria. Por isso, deixam o corpo todo mais desejoso de comida, como se estivéssemos passando fome. Adoçante não engorda, mas ativa um sistema fisiológico que nos faz comer mais. E comer mais engorda, é óbvio.
Por mais que o raciocínio faça sentido, isso não quer dizer que o mesmo que acontece em moscas de fruta vá acontecer em humanos. Pessoas, ao contrário de moscas, são capazes de reprimir impulsos usando a razão. Talvez os usuários de adoçante sejam tão disciplinados que consigam resistir à fome que o adoçante causa. Mas, no mínimo, a pesquisa serve para mostrar que dieta é muito mais complexo do que imagina nossa indústria de alimentos.

Saúde – É possível ser ‘gordo’ e ao mesmo tempo estar em boa forma?


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Mais de a metade da população brasileira (52,5%) está acima do peso. Deste percentual, 17,9% são obesos, segundo uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Ministério da Saúde. Mas será que essas dezenas de milhões de brasileiros estão correndo riscos de saúde?
Um dos indicadores mais comuns utilizados por especialistas para avaliar se uma pessoa tem ou não um peso saudável é o IMC (Índice de Massa Corporal). O IMC se baseia no seguinte cálculo: o peso da pessoa é dividido pelo quadrado de sua altura.
De acordo com os especialistas, indivíduos com IMC entre 18,5 e 24,9 têm peso normal. Uma pessoa está acima do peso quando seu IMC atinge 25. E indivíduos com IMC a partir de 30 são classificados como obesos.
Estamos acostumados à ideia de que ser gordo é prejudicial para a saúde. No entanto, alguns indivíduos com IMC alto estão expostos a riscos relativamente baixos no que diz respeito ao desenvolvimento de doenças sérias –como diabetes ou doenças cardíacas.
E pessoas com baixo IMC, por sua vez, podem, às vezes, correr altos riscos de desenvolver problemas de saúde. Há quem argumente que o IMC, um indicador criado no século 19, não se adequa mais aos nossos tempos. E pesquisas sugerem que talvez haja outros, mais precisos, indicadores de saúde disponíveis.

IMC X CINTURA
O IMC não faz distinção entre gordura, músculo e osso. Então, pessoas musculosas podem apresentar um IMC alto, embora tenham pouquíssima gordura em seus corpos.
Idosos, por sua vez, tendem a perder musculatura à medida que envelhecem. Portanto, podem apresentar IMC mais baixo, enquadrando-se na categoria “saudável”, mesmo que tenham altas concentrações de gordura em seu corpo.
O IMC também não leva em consideração a localização da gordura no organismo. Pesquisas indicam que pessoas que possuem excesso de gordura na região da cintura correm riscos mais altos de sofrer de doenças do que as que acumulam gordura nas coxas e na região glútea.
Ou seja, o tamanho da cintura pode ser uma melhor forma de monitorar sua saúde do que o IMC –mas também tem suas limitações como indicador da saúde de um indivíduo. Por exemplo, ele não é recomendado na avaliação da saúde de crianças, já que não leva em consideração a altura da pessoa.
Além disso, o tamanho da cintura tende a aumentar com a idade. E não deve ser usado como indicador de saúde durante a gravidez. E ele tem de ser ajustado para uso em certas etnias. Por exemplo, homens do leste e do sul da Ásia são mais suscetíveis ao diabetes do que caucasianos com a mesma medida de cintura.

EXERCÍCIOS AERÓBICOS
Há ainda um outro indicador de saúde, bastante preciso, que não se baseia no tamanho ou na forma do corpo. Trata-se do teste VO2max, que mede a quantidade de oxigênio que seu corpo utiliza quando você se exercita vigorosamente.
Esse teste é bastante útil para medir a saúde aeróbica de uma pessoa. Estudos revelaram que pessoas com índices mais altos de saúde aeróbica tendem a viver mais. Exercícios aeróbicos são todo tipo de atividade física que, por meio de movimentos rápidos e ritmados, provoca a oxigenação das células musculares, elevando o consumo de calorias.
Qualquer que seja o seu IMC, ou o tamanho da sua cintura, exercícios aeróbicos regulares são uma boa opção para você ficar em forma. Mas se o seu estilo de vida ainda não permite que você adote um programa regular de exercícios, não desanime. Cuidar do jardim, ir de bicicleta ao trabalho ou caminhar (em vez de dirigir) já são um começo.
Lembre-se: qualquer atividade que deixe você ligeiramente ofegante já ajuda a melhorar sua saúde aeróbica.

Nova Arma contra a Obesidade


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Será?
E se você pudesse comer qualquer coisa sem consequências para a sua cintura nem impactos na sua saúde? Essa é a ideia do AspireAssist, um dispositivo bem estranho que drena comida direto do seu estômago para evitar que o corpo absorva gorduras. Parece loucura. É loucura. Mas a Food and Drug Administration (a FDA, Anvisa dos EUA) acaba de aprovar essa engenhoca como uma possível solução para a obesidade.
Para usar o dispositivo, você precisa se submeter a uma cirurgia, que vai inserir um tubo fino – da espessura de um lápis – dentro do seu estômago. A outra ponta do tubo fica saindo pela barriga, como se fosse um segundo umbigo, só que com uma tampinha plástica que evita infecções e vazamentos. Uma vez feita a cirurgia, você estaria pronto para usar o AspireAssist – e o procedimento, que interrompe a digestão de até 30% da comida ingerida, funciona de um jeito simples: uns 20 minutos depois que acaba de comer, você abre a tampa do “umbigo” falso, pluga uma torneirinha ao tubo do estômago e drena a comida, que é descartada direto no vaso sanitário. Depois, é só lavar o estômago com um pouco de água filtrada, para facilitar a digestão do resto da comida, e pronto: acabou.
O maior objetivo do AspireAssist é ser prático. Por isso, o processo todo foi pensado para durar 10 minutos, no máximo. Além disso, a tampa do tubo é pequena o suficiente para não ser notada sob as roupas. A torneirinha e o tubo externo, que sugam a comida para fora, podem ser guardados em uma necessaire comum, e carregados para cima e para baixo. Quem tem o tubo na barriga não precisa, obrigatoriamente, usá-lo em toda a refeição, e pode removê-lo cirurgicamente quando quiser – embora a FDA considere o AspireAssist como um tratamento de longa duração.
O dispositivo foi inventado em 2013, mas só agora os resultados dos testes confirmaram a sua eficácia: 111 pacientes obesos perderam 12% da massa corporal total depois de um ano de uso do AspireAssist, associado à reeducação alimentar. Isso é bem mais do que o grupo de controle, que perdeu em média só 3,6%, mesmo recebendo a mesma reeducação. De acordo com o fabricante, a Aspire Bariatrics, o dispositivo funciona melhor do que a pura orientação nutricional porque, depois da drenagem, a pessoa não sente vontade de comer: o corpo entende que ela já comeu e está em processo de digestão.
Mas antes de sonhar com todo o sorvete que você vai poder comer sem culpa, saiba que esse “milagre” tem muitos efeitos colaterais. Diarreia, indigestão, náusea, vômito e constipação estão entre os enumerados pela FDA, que também cita alguns riscos da cirurgia: hemorragia, úlcera, pneumonia, refluxo e até morte. Se os efeitos colaterais não te desanimaram, a FDA lembra que e não é qualquer pessoa que pode colocar o AspireAssist – ele é indicado apenas para quem tem mais do que 22 anos e um índice de massa corporal (IMS) entre 35 e 55 – ou seja, quem é considerado obeso. A pessoa também deve ter tentado outros métodos de emagrecimento antes de partir para o Aspire Assist. E mais: a FDA também diz que o dispositivo não poderá ser usado por quem que tenha um histórico de distúrbios alimentares, como bulimia.
Pois é, nenhuma solução é definitiva. Em vez de ter todo esse trabalho e de correr todo esse risco, talvez valha mais a pena continuar comendo moderadamente e praticando exercícios físicos sempre que der.

O segredo do homem mais velho da história
Li Ching Yuen teria vivido 256 anos e sua vida é objeto de admiração e curiosidade para todos aqueles que acreditam no poder da sobrevivência.
Médico, herborista e mestre taoísta chinês, ele viajou por seu país para colher pedras e plantas e, depois, passou a se dedicar à alquimia enquanto residia no templo taoísta de Yu Qing.
De acordo com os papéis que um amigo seu levou ao The New York Times, em 6 de maio de 1933, o dia de sua morte, ele teria nascido em 1677. No mesmo jornal, em 1928, um de seus correspondentes escreveu um artigo no qual os anciões do antigo bairro de Yuen afirmavam que seus avós o haviam conhecido quando eram crianças e Li Ching já era um adulto.
Wu Chung Chieh, diretor do Departamento de Educação da Universidade de Chengdu, afirmou ter encontrado uma nota do Governo Imperial Chinês de 1827, na qual Li Ching era parabenizado por seus 150 anos de idade. Segundo o artigo do professor, ele teve 180 filhos e 23 esposas ao longo de sua vida.
Da Liu, discípulo do famoso ancião, revelou que seu maestro aprendeu técnicas de respiração, movimentos coordenados com sons, exercícios e dietas que conseguiram aumentar sua longevidade, além do consumo de ginseng e gotu kola.
“Mantenha o coração tranquilo, sente-se como uma tartaruga, caminhe alegre como um pombo e durma como um cão”, seriam as palavras que, segundo o jornal, Li Ching disse em resposta à pergunta de como alcançar uma longa vida.

Seu celular está deixando você gordo (?)


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Luz azulada da tela pode arruinar o metabolismo.
Um estudo da Northwestern University revelou que a exposição à luz branca intensa faz com que o corpo tenha dificuldades em remover o excesso de glicose do sangue. A consequência disso é conhecida: acumulação de gordura e risco de diabetes.

Os 19 voluntários, todos adultos saudáveis, foram expostos a dois tipos de luz: “intensa”, enriquecida com a parte azul do espectro, e “fraca”, avermelhada, como a das velas e lâmpadas incandescentes. Em ambos os grupos, uma parte ficava no ambiente iluminado no café da manhã ou no jantar. Todos os que receberam a luz intensa apresentaram resistência à insulina, fazendo a glicose acumular, mas era bem pior para os que a recebiam à noite.
“Nossas descobertas mostram que a insulina se tornou incapaz de baixar a glicose até o nível normal após uma refeição com exposição à luz intensa na noite”, afirma a neurologista Ivy Cheung, autora do estudo. “Esses resultados enfatizam a ideia de que a iluminação do ambiente tem impacto na saúde.”
Outros estudos já provaram que essa mesma luz branca azulada também está relacionada a outro problema: a insônia. A produção de melatonina, o hormônio do sono, despenca após a exposição das pessoas a esse tipo de luz. E dormir mal, vejam só a encrenca, também causa excesso de peso.
Luzes fluorescentes brancas e de telas de LCD, como TVs, monitores e celulares, produzem a luz branca azulada. Para se proteger do problema, compre lâmpadas de cor quente (amarelada) e instale aplicativos como o f.lux, que mudam a cor das telas durante a noite.

Nutrição – A Verdade sobre as Calorias


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Da Super para o ☻Mega

No Brasil, seis de cada dez adultos têm excesso de peso, segundo o IBGE (e dois deles são obesos). A explicação disso, todo mundo sabe: estamos comendo demais e fazendo atividade física de menos. Ou seja, ingerimos cada vez mais calorias do que queimamos – e o corpo transforma essa energia excedente em gordura. Mas talvez a responsabilidade não seja inteiramente nossa. Novos estudos estão revelando que boa parte do consenso científico sobre o que faz emagrecer ou engordar está errado, e bem no cerne da questão: as calorias.”O maior mito sobre as calorias é que podemos medi-las de um jeito simples”, explica o biólogo Rob Dunn, da Universidade Estadual da Carolina do Norte. “O teor calórico de um alimento, escrito na embalagem, é uma estimativa de quantas calorias você obteria se digerisse tudo que está ali dentro.” Como você verá nesta reportagem, isso nunca acontece – e faz com que, na prática, os alimentos forneçam bem menos calorias do que se acreditava. Já outros, que em tese contêm pouquíssimas calorias, podem confundir nosso metabolismo – e fazer você engordar sem saber o porquê. As regras tradicionais, que recomendam um consumo diário de 2.000 kcal para mulheres e 2.500 para homens, também estão caindo por terra. E a conta que mais interessa, quantas calorias você precisa queimar para emagrecer, acaba de ser totalmente refeita. O resultado é radicalmente diferente. E explica, pela primeira vez, por que tanta gente tenta e não consegue perder peso.
O corpo não pode contar com toda a energia dos alimentos – pois uma parte é usada na própria digestão. Isso faz com que, na prática, a comida tenha menos calorias úteis do que está nos rótulos.
O que é uma caloria
1 caloria é a quantidade de energia necessária para esquentar 1 ml de água em 1 grau (ou o equivalente a 4,18 joules).

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Caloria x Kilocaloria
Os alimentos contêm grande quantidade de calorias. Para facilitar a contagem delas, Atwater decidiu agrupá-las em blocos de mil – nas chamadas kilocalorias, ou kcal. Essa é a medida usada para medir a energia da comida.

Como são calculadas as calorias dos alimentos
Utiliza-se a fórmula 4-9-4, criada no século 19 pelo químico americano Wilbur Atwater – que queimou diversos tipos de alimento, com um maçarico, e mediu a quantidade de energia liberada. Para chegar às kilocalorias de um alimento, multiplica-se a quantidade de gramas de carboidratos por 4, a de gorduras por 9 e a de proteínas por 4.
Uma regrinha de ouro da nutrição diz que precisamos queimar, ou deixar de consumir, 7.000 kilocalorias para perder 1 quilo de gordura corporal. Dessa forma, bastaria cortar 500 kcal por dia para perder 2 quilos por mês – ou 24 quilos num ano. Essa regra foi criada em 1958 pelo médico americano Max Wishnofsky, quando os conhecimentos sobre o metabolismo ainda engatinhavam. Wishnofsky analisou os estudos da época (em sua maioria feitos em períodos curtos, e apenas com mulheres obesas) para chegar ao número, que virou uma norma universal. Só que está errado. “Esse cálculo não leva em conta que o gasto de energia do organismo muda à medida que o peso muda”, explica o fisiologista e matemático Kevin Hall, do National Institutes of Health (NIH), o órgão de pesquisa médica do governo americano. Conforme você vai perdendo peso, o seu metabolismo desacelera – e o corpo passa a gastar cada vez menos calorias. Isso acontece por causa da adaptação metabólica, um mecanismo que herdamos da evolução. O organismo entende o emagrecimento como uma ameaça, um sinal de que está faltando alimento, e reage para sobreviver pelo maior tempo possível. Nossas mitocôndrias ficam mais eficientes, queimando menos calorias para produzir quantidades similares de energia. E o corpo aumenta a produção de hormônios que promovem o apetite, como a grelina.
Um estudo de oito anos, conduzido pelo NIH com biólogos, matemáticos e fisiologistas das universidades Harvard e Columbia, conseguiu quantificar esse efeito. E chegou a uma conclusão não muito animadora. Você precisa queimar o dobro das calorias. Isso mesmo: para perder 907 gramas de gordura corporal, você tem de queimar 14 mil kilocalorias a mais do que ingerir. O modelo foi testado e comprovado, durante dois anos, em 140 voluntários, que tiveram a ingestão de calorias e a variação de peso detalhadamente registradas. Se você quiser emagrecer, terá de malhar – ou fechar a boca – ainda mais do que se imaginava.

E também há outra má notícia (calma, prometemos que é a última). Talvez você esteja comendo bem mais do que o seu corpo realmente necessita. Isso porque a recomendação tradicional, de 2.000 kilocalorias diárias para mulher e 2.500 para homem, é apenas uma estimativa geral, que não leva em conta características individuais. Mas existe uma fórmula que permite calcular com mais precisão o seu gasto calórico. É a Equação de Harris-Benedict, que foi criada em 1919 pelos cientistas americanos James Harris e Francis Benedict, e confirmada por estudos ao longo do século 20. É uma conta que você mesmo consegue fazer, em menos de dois minutos . Em alguns casos, ela chega a resultados surpreendentes – e não muito agradáveis. Um homem sedentário com 40 anos, 1m70 e 70 kg, por exemplo, precisa de apenas 1.920 kcal diárias – bem menos que as 2.500 que ele achava que podia ingerir sem engordar.
De quantas calorias o seu corpo precisa?
O nível diário recomendado de calorias é 2.000 para mulher e 2.500 para homem, certo? Não. Na prática, pode ser bem menos, ou bem mais.

PASSO 1
Calcule a sua taxa metabólica basal (TMB), que é a energia gasta pelo corpo em repouso. Basta usar a fórmula abaixo: (Peso em kg, Altura em cm, Idade em anos)

HOMEM
66,5 + (13,7 x peso) + (5 x altura) – (6,8 x idade)
MULHER
655 + (9,6 x peso) + (1,8 x altura) – (4,7 x idade)

Exemplo
Um homem de 70 kg, 180 cm e 30 anos tem TMB de 1.721. Uma mulher de 55 kg, 165 cm e 30 anos tem TMB de 1.349.

PASSO 2
Multiplique a TMB pelo nível de atividade:

Sedentário
–> TMB x 1,2

Levemente ativo (exercício leve, 1 a 3 dias por semana)
–> TBM x 1,375

Moderadamente ativo (exercício moderado/esporte, 3 a 5 dias por semana)
–> TMB x 1,55

Muito ativo (exercício pesado/esporte, 6 a 7 dias por semana)
–> TMB x 1,725

Exemplo
Se o homem acima for levemente ativo, precisará de 1.721 x 1,375 –> 2.366 calorias diárias. Se a mulher for sedentária, precisará de 1.349 x 1,2 –> 1.619 calorias.

Uma caloria não é uma caloria

As calorias da comida são calculadas usando um método criado pelo químico americano Wilbur Olin Atwater, no final do século 19. Ele levou diversos alimentos para seu laboratório, queimou (literalmente, usando uma chama) e mediu a quantidade de energia que cada um liberava, na forma de calor. Para quantificar o calor, Atwater usou uma unidade chamada caloria, criada em 1824 pelo físico francês Nicolas Clément. Uma caloria (cal) é a quantidade de calor suficiente para aumentar em 1 grau a temperatura de 1 ml de água. Como a comida contém muita energia, Atwater agrupou as calorias em grupos de mil – nas chamadas kilocalorias, ou kcal, usadas para medir os alimentos. Depois de muitos testes, ele concluiu que carboidratos e proteínas fornecem 4 kcal por grama, enquanto as gorduras fornecem 9. Essa fórmula, 4-9-4, é usada até hoje.

Atwater fez o melhor que pôde, mas hoje a ciência sabe que a digestão é um processo mais complexo do que queimar comida com maçarico. Na prática, os alimentos nos dão menos energia do que Atwater previu. A primeira a constatar isso foi a nutricionista Laura Kruskall, da Universidade de Nevada, que em 2003 realizou um estudo com 28 voluntários. Durante quatro meses, eles tiveram a dieta rigorosamente controlada, com as calorias contadinhas, para que seu peso não oscilasse. Na prática, o resultado foi totalmente diferente. Os participantes começaram a emagrecer bastante – e, para que isso não acontecesse, eles tiveram de ingerir 26% mais calorias, em média, do que o previsto.

De lá para cá, vários estudos têm mostrado que a fórmula 4-9-4 pode derrapar feio. O saquinho de amêndoas que você largou no supermercado, por exemplo, não tem 170 kcal. Tem muito menos. Foi o que descobriu a nutricionista Janet Novotny, do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que acompanhou um grupo de voluntários durante 18 dias. Eles foram divididos em três grupos e receberam a mesma dieta, exceto pelas doses diárias de amêndoas que comiam: nada, 42 g ou 84 g. Novotny mediu as calorias das fezes e da urina dos participantes (isso é feito medindo o teor de nitrogênio presente nos excrementos, se você estiver curioso). E concluiu que as amêndoas fornecem 129 kcal por porção, ou seja, 32% menos do que está nos rótulos.

Isso acontece porque a gordura da amêndoa inteira é mais difícil de digerir do que pensávamos. Portanto, fornece menos energia. Para quem consome cerca de 2.500 kilocalorias por dia, incorporar 84 g de amêndoas, no lugar de alimentos facilmente digeríveis (como cornflakes), resulta na redução de 100 a 150 kcal disponíveis por dia. “Essa redução poderia resultar em mais de 450 g de perda de peso por mês”, diz Novotny em seu estudo.

Cortar, bater, picar, moer e cozinhar aumentam a energia disponível nos alimentos. Isso porque a digestão é uma via de mão dupla: gastamos energia para quebrar as moléculas e transformá-las em estruturas mais simples, como açúcares e aminoácidos. Quanto mais firme estiver a parede celular de um alimento, mais difícil será a sua digestão – e menos energia ela nos deixará de saldo. Da mesma forma, quanto mais processado o alimento, mais energia ele irá fornecer.

Isso explica por que o angu é um combustível quase imediato, enquanto grãos de milho duros retêm suas calorias – porque passam quase intactos pelo tubo digestivo. Uma maçã crua fornece em média 72 calorias; assada, fornecerá 90, segundo o USDA. Mesmo se você cozinhar um alimento só com água ou no micro-ondas, o teor energético obtido será maior. Cientistas da Universidade Harvard constataram isso ao oferecer exatamente as mesmas quantidades de carne e batata a camundongos. Quando os alimentos eram moídos, os ratos engordavam. E quando eram moídos e cozidos, engordavam ainda mais. É que, além de desnaturar as proteínas, o calor mata os micróbios presentes na carne – o que exige que nosso organismo gaste menos energia para se defender.
Agora fica fácil entender por que certas comidas com menos calorias podem provocar mais aumento de peso. Um pão integral com muita fibra e grãos inteiros, por exemplo, pode até ter mais calorias que um pão branco. Mas é bem mais difícil de digerir. Como resultado, você gasta mais energia para absorvê-lo, durante mais horas, e obtém menos calorias no final. Já o pão branco é tão fácil de digerir que se transforma em açúcar rapidamente. E o seu organismo transforma esse excesso de açúcar em gordura corporal.

Mas também existe outra variável envolvida. Eu e você podemos comer exatamente a mesma quantidade do mesmo alimento – e extrair quantidades diferentes de energia. E os responsáveis por isso moram dentro das nossas barrigas.
Quanta energia cada órgão gasta
Fígado, cérebro, coração, rins e músculos consomem cerca de 80% da energia produzida pelo corpo de um homem adulto em repouso. No recém-nascido, o cérebro utiliza quase metade do total. Confira:

Homem de 70 quilos
Fígado 27%
É uma espécie de bateria do corpo, onde a energia é estocada na forma de glicogênio.

Cérebro 19%
As sinapses (ligações entre os neurônios) consomem altas doses de glicose.

Coração 7%
Depende da glicose para bombear sangue para todo o corpo.

Rins 10%
Utilizam energia para produzir urina, filtrar o sangue e eliminar toxinas.

Músculos 18%
Esse percentual se refere sobretudo aos músculos envolvidos na respiração. A proporção sobe quando são utilizados os demais.

Outros processos
(demais órgãos, sistema imunológico, produção de pele e cabelos, etc) 19%

Recém-nascido de 3,5 quilos
Fígado 20%
Cérebro 44%
Coração 4%
Rins 7%
Músculos 5%
Outros processos 20%

Mesmo que duas pessoas comam exatamente o mesmo prato, vão absorver quantidades diferentes de calorias. E isso tem a ver, acima de tudo, com os quase 100 trilhões de bactérias que moram em nosso intestino. As bactérias fermentam e quebram moléculas grandes de carboidratos que nosso organismo não conseguiria digerir sozinho. As mais abundantes são dos filos Firmicutes (60 a 80%) e Bacteroidetes (20 a 40%). Estudos indicam que, se você tem maior proporção de Firmicutes, absorve mais calorias da comida. Não é à toa que a espécie Lactobacillus reuteri (que pertence ao filo Firmicutes) tem sido associada à obesidade.

Como você faz para ter mais da bactéria “boa”, e menos da bactéria “ruim”? Mantendo uma dieta saudável, rica em legumes, verduras e cereais integrais. Estudos com camundongos indicam que a proporção de Bacteroidetes, o tipo de bactéria que ajuda a emagrecer, cai drasticamente quando os animais começam a ser mal alimentados – mudam de uma dieta com pouca gordura e muitos polissacarídeos (carboidratos complexos) para uma dieta típica do Ocidente, com muita gordura e muito açúcar.

Em humanos, os resultados são similares. Isso foi demonstrado na prática por nutricionistas da Universidade de Florença, que compararam a flora intestinal de crianças de Burkina Faso com crianças da Itália. As crianças africanas tinham mais Bacteroidetes (57%) e menos Firmicutes (27% ), do que as europeias (cujo sistema digestivo possuía 22% de bactéria boa e 63% de bactéria ruim). Segundo os autores do estudo, a explicação está nas dietas rurais da África, que são formadas principalmente por cereais, legumes e verduras, tudo com muitas fibras e fontes de polissacarídeos, que as Bacteroidetes gostam de digerir.
Hoje, os brasileiros dormem em média 1h30 a menos do que duas décadas atrás, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto do Sono com 1.024 pessoas. 63% da população tem algum problema de sono. E isso – além de nos deixar cansados – também engorda. Cientistas da escola de medicina da Universidade Northwestern descobriram que deitar tarde favorece o ganho de peso. Os notívagos tendem a ingerir mais bebidas açucaradas, o dobro de fast food e metade das frutas e verduras que os madrugadores. Em média, consomem 248 kilocalorias a mais por dia. “Essas calorias extras podem significar um ganho de peso importante – 900 gramas por mês – se não forem equilibradas com atividade física”, diz Kelly Baron, coautora do estudo. É muita coisa, dá quase 11 quilos por ano. A pesquisa de Baron foi uma das primeiras a explorar a relação entre o ciclo circadiano (nosso relógio biológico), a dieta e o índice de massa corporal. “O estudo mostra que não importa só o número de calorias, mas também quando você as consome – e isso está ligado aos horários em que você dorme e acorda”, explica a neurologista Phyllis Zee, também da Universidade Northwestern. “Os ritmos circadianos do organismo são sincronizados com a rotação da Terra. Quando o Sol se põe você deve dormir, não comer”, diz Zee. “Quando o sono e a alimentação não estão alinhados com o relógio interno do corpo, isso pode levar a mudanças no apetite e no metabolismo, o que poderia levar ao ganho de peso.”

Dentro do seu intestino, vivem 100 trilhões de bactérias
As mais comuns são dos filos Firmicutes (60-80% do total) e Bacteroidetes (20-40% do total).
Estudos indicam que, se você tem maior proporção das Firmicutes, absorve mais calorias – e tende a engordar mais.

A nova ciência das calorias ameaça tirar os adoçantes do pedestal. Embora as evidências não sejam conclusivas, diversos estudos indicam que essas substâncias contribuem para o aumento de peso. Mesmo sem ter caloria alguma. Em 2012, por exemplo, médicos e nutricionistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fizeram uma experiência com 29 ratos, que foram divididos em três grupos. Um deles recebeu iogurte contendo 20% de açúcar, outro com 0,3% de sacarina sódica e o terceiro com 0,4% de aspartame. Todos os grupos também comeram ração normalmente.
Após 12 semanas, os ratos que haviam ingerido os adoçantes artificiais, sacarina e aspartame, engordaram mais que os do grupo do açúcar. O ganho de peso foi 28% maior no grupo da sacarina e 20% maior no grupo do aspartame em relação ao grupo do açúcar. O resultado não teve relação com o total de calorias ingeridas, que foi similar em todos os grupos (os ratos que ingeriram adoçantes acabaram comendo mais ração, o que compensou o baixo teor calórico dos produtos dietéticos).

Obesidade – Nova droga reduz ganho de peso de ratos


obesidade e bactéria

Novo estudo:

Pesquisadores descobriram um método para bloquear o grelina, o “hormônio da fome”, em ratos. No futuro, a técnica pode ser usada em humanos para tratamentos de redução de peso. O hormônio é conhecido por promover ganho de peso e estimular o apetite em mamíferos, quando ativado por uma enzima específica.
O grelina é um hormônio dispara sensações de fome para o cérebro quando o estômago está vazio. Por ser produzido diretamente no estômago, o hormônio diminui sua concentração conforme a pessoa ingere o alimento, reduzindo assim a sensaçao de fome e controlando a quantidade de comida ingerida.
Segundo a pesquisa, publicada na revista Science, os cientistas conseguiram bloquear em ratos a enzima que ativa o hormônio e os animais diminuiram consideravelmente o ganho de peso, apesar de comerem exatamente a mesma quantidade de ratos que não receberam o bloqueador.
Atualmente, o bloqueador da enzima está em fase inicial de testes com ratos e ainda deve demorar para ser testado em humanos. No entanto, os pesquisadores afirmam que os resultados promissores podem acelerar os estudos.

Genética – Espermatozoide leva informação sobre peso do pai para o filho


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A obesidade talvez seja, em parte, um problema sexualmente transmissível -não entre parceiros sexuais, mas de pai para filho, sugerem intrigantes alterações moleculares encontradas nos espermatozoides de homens que estão acima do peso.
Essas mudanças, identificadas por cientistas dinamarqueses e suecos, não têm a ver com uma tendência genética dos pais a serem gordinhos e, portanto, a gerarem filhos também mais gordos. São, na verdade, modificações na maneira de “ler” o DNA que estão ligadas ao estilo de vida da pessoa e que, mesmo assim, têm chance de ser legadas às gerações seguintes.
Os resultados, por ora, vêm de um grupo pequeno de homens (16 obesos e 10 com peso normal), e os pesquisadores não avaliaram se as alterações nos espermatozoides de fato têm um impacto no desenvolvimento de crianças.
Mas as mudanças são sugestivas porque parecem afetar o funcionamento do sistema nervoso, em especial os sinais que o cérebro usa para controlar o apetite.
Liderada por Romain Barrès, da Universidade de Copenhague, o estudo foi publicado na revista “Cell Metabolism”.
À primeira vista, a ideia de que modificações biológicas que ocorrem ao longo da vida dos pais podem ser transmitidas aos filhos parece uma heresia digna de Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829), o naturalista francês que empresta seu nome ao lamarckismo.
Uma forma simples de enunciar o conceito usa as girafas como exemplo. Acreditava-se (erroneamente) que os bichos ganharam pescoços tão compridos porque seus ancestrais se esforçavam para alcançar as folhas em galhos altos das árvores, de forma que, geração a geração, teriam se tornado cada vez mais pescoçudos.
Hoje, sabe-se que a maioria das alterações transmitidas de pais para filhos dependem de mudanças no DNA. Mas nem sempre -Lamarck tem sido parcialmente reabilitado pelo estudo do epigenoma, uma área cada vez mais intrigante da biologia moderna.
Ao examinar os espermatozoides dos dois grupos, a equipe identificou diferenças significativas nos padrões de metilação e em outros mecanismos epigenéticos. As mudanças se concentravam em genes que têm um papel no desenvolvimento do sistema nervoso -muitos envolvidos no controle de apetite e peso.
A equipe resolveu tentar entender até que ponto essas mudanças podiam ser alteradas por intervenções no organismo das pessoas e compararam os detalhes epigenéticos de homens que tinham obesidade mórbida antes e depois de eles passarem por redução de estômago.
Resultado: depois da cirurgia e da perda de peso, as marcações epigenéticas ficaram parecidas com as dos homens de peso normal.
Um pai que transmitisse sua tendência ao excesso de peso para os filhos estaria facilitando a vida dos rebentos quando eles precisassem estocar reservas energéticas também.

GORDURA E ESPERMATOZOIDE
Obesidade influencia padrão de ativação dos genes no esperma.
Voluntários
Pesquisadores compararam o DNA dos espermatozoides de dois grupos de homens, um formado por obesos, outro por voluntários com peso normal

Marcas no DNA
A comparação não envolveu os genes propriamente ditos, mas pequenas marcações neles -as chamadas marcações epigenéticas- que indicam se certos genes serão “silenciados” (desativados), por exemplo

Resultado
As marcações epigenéticas são diferentes nos dois grupos. Áreas afetadas envolvem genes ligados ao funcionamento do sistema nervoso, e possivelmente à regulação de apetite

Bariátrica
Um teste parecido foi feito com homens obesos antes e depois da cirurgia de redução de estômago. De novo, houve uma diferença significativa no padrão de marcações epigenéticas

A INCÓGNITA
Os pesquisadores não sabem até que ponto isso poderia influenciar tendências à obesidade em filhos desses homens. Sabe-se, porém, que marcações epigenéticas frequentemente são passadas de pais para filhos.

Saúde – Dieta mediterrânea retarda o envelhecimento cerebral


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A ciência descobriu mais uma qualidade da dieta mediterrânea: ela retarda o envelhecimento cerebral. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico Neurology.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, com 674 pessoas. A idade média dos voluntários era de 80 anos. Eles viviam em Manhattan, nos Estados Unidos, e não sofriam de demência.
Os resultados mostraram que os participantes que seguiam assiduamente a dieta mediterrânea tinham um volume cerebral maior do que aqueles que não a seguiam. O volume de massa cinzenta dos adeptos também era superior. Os autores afirmam que essa diferença corresponde a cerca de cinco anos de envelhecimento.
A dieta analisada pelo estudo incluiu a ingestão de uma grande quantidade de vegetais, frutas, legumes, cereais, peixes e gordura monoinsaturada, como azeite de oliva e um baixo consumo de gordura saturada, laticínios, carne vermelha e aves; e quantidades leves ou moderadas de álcool.
Ainda de acordo com os autores, o consumo frequente de peixe é particularmente benéfico. “Comer entre 85g e 140g de peixe por semana (e também não exceder o consumo de 100 gramas de carne vermelha diariamente) pode fornecer proteção considerável contra a perda de células cerebrais”, disse Gu ao jornal britânico The Guardian.

11.706 – Acredite se Quiser – Enfim, a chave do emagrecimento


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Um estudo do Massachusetts Institute of Technology – o famoso MIT – conseguiu revelar, de uma vez por todas, o que faz algumas pessoas terem tendência a serem gordas, outras, magras. E foi capaz de, em células humanas e em ratos vivos, alterar essa tendência.
É aquela velha história. Todo almoço, seu colega de trabalho faz aquele vulcão havaiano de arroz e feijão, cercado por um mar de torresmo e nenhuma salada à vista. Levantar copo é o único exercício que ele faz, e ainda assim mantém o porte de um galgo. Você, por outro lado, está mais para buldogue. Apesar das horas na esteira, parece ter a capacidade mágica de transformar os 20 gramas de um brigadeiro em dois quilos de culpa.
Isso não é mito. Já se sabia, desde 2007, que a chave está nos genes, numa região chamada FTO. Isso faz com que algumas pessoas tenham um organismo pão-duro, sempre disposto a acumular mais e mais, enquanto outras gastam como adolescente no shopping em dia de mesada.
O caso é que, desde a descoberta, os cientistas estavam olhando para o lado errado. “Muitos estudos tentaram ligar a região FTO com circuitos cerebrais que controlam o apetite ou a propensão a se exercitar”, afirma Melina Claussnitzer, a principal autora. “Nossos resultados indicam que a região associada à obesidade atua primariamente como um progenitor de adipócitos, de uma maneira independente do cérebro.”
Adipócitos são as células que armazenam gordura. Mas elas também têm a capacidade de queimá-la para produzir calor. Quando a segunda parte está em ação, as pessoas tendem a emagrecer. A diferença entre ser magro e gordo, de acordo com a pesquisa, é uma única letra em um gene na região FTO. Quando ela é um T (timina), as células queimam energia. Quando ela é um C (citosina), essa capacidade é suprimida. Isso funciona através da ativação ou desativação entre dois genes distantes, o IRX3 e o IRX5.
Os cientistas então testaram mudar essa letra em células de gordura tiradas de europeus saudáveis, com ou sem risco de obesidade. O resultado foi que as células brancas, que armazenam gordura, transformaram-se em células “beges”, que queimam. Em ratos, a mudança deu a eles “resistência completa” a uma dieta hipercalórica.
É revolucionário, mas ainda longe de ir para a farmácia. Mudar os genes em pessoas vivas ainda é algo experimental e controverso. Mas é um brutal avanço em nossa compreensão do problema da obesidade. Recentemente, outro estudo revelou que, através de estresse constante – no caso, por meio de queimaduras em amplas regiões do corpo – é possível também transformar as células brancas em beges.

11.562 – Obesidade – Comer o quanto quiser e não engordar


dispositivo
Pelo menos é o que promete um novo dispositivo.
Os fabricantes do ‘AspireAssist’ afirmam ter ajudado centenas de pacientes nos EUA a perder grandes quantidades de gordura, alguns chegando a perder até 45 kg. O produto controverso também estará disponível no Reino Unido dentro de alguns meses, mas centenas de críticos estão se posicionando contra o dispositivo, advertindo que é uma medida paliativa que não resolve a verdadeira causa da obesidade.
AspireAssist é a ideia de Dean Kamen, em colaboração com um grupo de cirurgiões bariátricos. O dispositivo é instalado durante uma cirurgia de 15 minutos, com um tubo inserido no estômago do paciente, com uma válvula de escape no abdômen.
Vinte minutos depois de uma refeição pesada, o utilizador pode anexar uma pequena bomba na extremidade exterior do tubo, que esvazia o estômago com água, sugando todo alimento não digerido para um saco. Quando o processo se completa, a bomba pode ser separada e a extremidade exterior do tubo fechada com uma ‘rolha’. Acredita-se que vinte minutos é o tempo suficiente para o seu cérebro se satisfazer com a comida, mas não tempo suficiente para seu estômago digeri-la.
Os fabricantes afirmam que o dispositivo pode ajudar a evitar excessos, retirando até um terço dos alimentos consumidos. Isso significa que 30% de todas as calorias consumidas podem desaparecer rapidamente.
Anthony Shonde, gastroenterologista britânico, acredita que o dispositivo é uma excelente alternativa para a cirurgia bariátrica, e pretende oferecer aos pacientes em sua clínica de Londres, a partir de setembro. “O uso é através de uma montagem e não é perigosa. Os resultados de perda de peso são quase tão bons quanto os da cirurgia, mas sem os riscos”, disse ele, explicando que o princípio por trás do AspireAssist é o inverso da alimentação PEG – uma técnica que consiste na inserção percutânea de uma sonda na cavidade gástrica (gastrostomia), para alimentar pacientes que têm problemas para consumir alimentos via oral. “É exatamente o oposto da PEG, que temos usado por mais de 20 anos”.
Mas há quem não goste da ideia: Tam Fry, do Fórum Nacional de Obesidade dos EUA, disse que ele consiste em um ‘vômito sob encomenda’. “Eu não posso acreditar como se pode inventar um gadget que permite que as pessoas façam de si mesmos glutões, para comer como porcos e não sofrer as consequências. Me apavora pensar que as pessoas serão capazes de pressionar um botão para esvaziar o conteúdo de seus estômagos”, disse ele.
As pessoas que usaram o dispositivo afirmam que ele mudou suas vidas. Nos EUA, um acompanhamento de um ano mostrou que 24 pacientes obesos foram capazes de perder metade de seu excesso de peso apenas usando o AspireAssist.
Porém, AspireAssist tem suas falhas. A bomba se esforça para quebrar grandes alimentos como couve-flor, massas, e carnes, de modo que o tubo pode, por vezes, ficar entupido. Também existem preocupações de segurança, como o risco de desidratação, irritação do revestimento do estômago, e privação dos órgãos de eletrólitos vitais. Especialistas dizem que infecções, má absorção de nutrientes, depressão e até suicídio podem se tornar efeitos colaterais do dispositivo.
Os especialistas em nutrição, em geral, afirmam que a única maneira saudável de perder peso é mudando o estilo de vida e os hábitos alimentares. Mas nem todos conseguem seguir tais regras.
É o caso de Mikael Cederhag, um sueco que perdeu 30 quilos com o dispositivo. Ele espera que mudanças graduais em sua dieta possam resultar na remoção da bomba, um dia. Nesse meio tempo, ele diz: “Se eu tiver que continuar a lavar meu estômago todos os dias, ou a cada dois dias, então que assim seja. Eu não quero deixar de comer. Dessa forma eu posso comer junto com meus amigos e minha família, posso beber minha cerveja ou vinho se eu quiser. Depois eu tiro 30% disso rapidamente”.

11.545 – Estética – Nova técnica promete destruir gordura da barriga usando o congelamento


gordura congelada

Agora, a moda é o CoolSculpting®. O procedimento, que resfria as células a temperatura de – 7 ºC evita certas lesões na pele e músculos. Congelada, a gordura é convertida em triglicerídeos por meio dos glóbulos brancos do sangue.
Após metabolizada, a substância é eliminada naturalmente pelo corpo. Além disso, o processo recebeu aprovação por parte da Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos, órgão de validação de procedimentos estéticos. Tal procedimento “mágico” é capaz de remover de 20% a 25% de gordura da área tratada. E o melhor de tudo: sem esforços!
A sessão é realizada através de um pad com gel, colocado na área de gordura. Em seguida, a perda de temperatura é controlada por um aparelho denominado Zeltiq. Ao todo, são 17 máquinas e mais de 15 mil tratamentos foram finalizados no Centro de Cirurgia Plástica de Marina, na Califórnia.
Desde 2010, 1,5 milhão de sessões já foram feitas ao redor do mundo (cada uma custa de US$ 400 a US$ 1.800). O CoolSculpting® é uma adaptação semelhante ao resfriamento usado para o método de combate ao câncer.
De acordo com alguns médicos, ainda não é possível afirmar a eficácia do método e eliminação dos triglicerídeos. Contudo, a eliminação de gordura de forma simplificada vem, a cada dia, atraindo mais interessados em perder centímetros sem se submeter a processos complicados ou dolorosos – sem se importarem se isso, de fato, é apenas uma promessa mirabolante ou uma realidade científica.