Mega Bloco – Questões Elementares da Ciência


A química como ciência séria e respeitável teria surgido em 1661, quando Robert Boyle, de Oxford, publicou The sceptcal chymist [O químico céptico] – a primeira obra a distinguir os químicos dos alquimistas –, no entanto a transição foi lenta e irregular. Até o século XVIII, os estudiosos
conseguiam se sentir estranhamente à vontade nos dois campos – a exemplo do alemão Johann
Becher, que produziu uma obra irrepreensível sobre mineralogia, com os materiais certos, poderia se tornar invisível.
Talvez nada exemplifique melhor a natureza estranha e muitas vezes acidental da ciência química em seus primórdios que uma descoberta de um alemão chamado Henning Brand, em 1675. Brand convenceu-se de que o ouro poderia, de algum modo, ser destilado da urina humana. (A semelhança das cores parece ter influído em sua conclusão.) Ele recolheu cinquenta baldes de urina humana, que manteve durante meses em seu porão. Por meio de diferentes processos secretos, converteu a urina primeiro em uma pasta venenosa e depois numa substância maleável e translúcida. Claro que nada daquilo produziu ouro, mas algo estranho e interessante aconteceu. Após algum tempo, a substância começou a brilhar. Além disso, quando exposta ao ar, muitas vezes entrava em combustão espontaneamente.
O potencial comercial daquela substância – que logo se tornou conhecida como fósforo, de raízes
gregas e latinas significando “que traz a luz” – não passou despercebido a homens de negócios
sequiosos, más a s dificuldades de fabricação tornavam cara demais sua exploração. Uma onça
(cerca de 28 gramas) de fósforo custava, no varejo, seis guinéus – uns quinhentos dólares em moeda atual –, ou mais do que ouro.
Scheele foi um sujeito extraordinário e extraordinariamente azarado. Farmacêutico pobre desprovido de aparelhagem avançada, descobriu oito elementos – cloro, flúor, manganês, bário, molibdênio, tungstênio, nitrogênio e oxigênio –, mas não ficou com a fama.Suas descobertas passaram despercebidas ou outra pessoa fez a mesma descoberta independentemente e publicou o resultado.
Ele também descobriu muitos compostos químicos úteis, entre eles a amônia, a glicerina e o ácido tânico, e foi o primeiro a ver o potencial comercial do cloro como branqueador – descobertas revolucionárias que enriqueceram outras pessoas.
Scheele porém possuía um defeito curioso: uma insistência em provar uma pitada de todas as
substâncias com que trabalhava, inclusive algumas notoriamente desagradáveis como mercúrio, ácido prússico (outra de suas descobertas) e ácido hidrociânico – um composto tão venenoso que, 150 anos depois, Erwin Schrödinger o escolheu como a toxina de uma experiência imaginária famosa. O descuido de Scheele acabou se mostrando fatal. Em 1786, com apenas 43 anos, foi encontrado morto em sua bancada de trabalho, cercado por uma série de substâncias químicas tóxicas, qualquer uma das quais poderia explicar o aspecto aturdido e mórbido de seu rosto.
Se o mundo fosse justo e o idioma sueco predominasse, Scheele desfrutaria da aclamação universal.
Em vez disso, a fama tendeu a ficar com químicos mais célebres, a maioria do mundo anglófono.
Scheele descobriu o oxigênio em 1772, mas, por vários motivos tristemente complicados, não
conseguiu publicar seu artigo em tempo hábil. Quem levou a fama foi Joseph Priestley, que descobriu o mesmo elemento de forma independente, porém mais tarde, no verão de 1774. Mais notável foi o não-reconhecimento da descoberta do cloro por Scheele. Quase todos os livros didáticos ainda a atribuem a Humphry Davy, que de fato o descobriu, contudo 36 anos depois de Scheele.
Embora a química tivesse avançado muito no século que separou Newton e Boyle de Scheele,
Priestley e Henry Cavendish, ainda restava um longo caminho a percorrer. Até os últimos anos do século XVIII (e, no caso de Priestley, um pouco além), cientistas em toda parte procuravam, e às vezes convenciam-se de ter encontrado, coisas que simplesmente não estavam ali: ares viciados, ácidos marinhos deflogisticados, floxes, cales, exalações terrestres e acima de tudo, o flogístico, a substância que se julgava ser o agente ativo na combustão.
Era preciso alguém de visão para trazer a química à era moderna, e foram os franceses que
forneceram essa pessoa. Seu nome era Antoine-Laurent Lavoisier. Nascido em 1743, Lavoisier era membro da nobreza inferior (seu pai adquirira um título para a família). Em 1768, comprou uma
participação numa instituição profundamente desprezada denominada Ferme Générale (Fazenda Geral), que coletava impostos e taxas em nome do governo. Embora o próprio Lavoisier fosse, segundo os relatos, brando e justo, a companhia para a qual trabalhava não era. Para começar, ela não taxava os ricos, somente os pobres, e muitas vezes arbitrariamente. O que atraiu Lavoisier à instituição foi o fato de ela fornecer os recursos para ele seguir sua principal devoção: a ciência. No auge, sua renda pessoal atingiu 150 mil libras por ano – uns 20 rnilhões de dólares em moeda atual.

Medicina – Terapia devolve os movimentos a roedores paralisados


As lesões na medula espinhal representam uma das maiores barreiras na medicina. A depender da gravidade, mesmo com agilidade no atendimento, podem levar o paciente da plena autonomia à perda parcial ou total dos movimentos de membros, controle de funções básicas do sistema excretor e alterações na sensibilidade. Nas últimas três décadas, a chamada medicina regenerativa se debruçou sobre as tentativas de reconstrução e retomada das funções de estruturas afetadas principalmente por acidentes, quedas e ferimentos com armas de fogo. Dada a intrincada rede que envolve a comunicação entre o cérebro e demais partes do corpo, os avanços ainda podem ser considerados discretos. Um novo estudo publicado pela renomada revista Science, no entanto, se contrapõe a essa regra. Em linhas gerais, o trabalho consiste em uma terapia injetável de dose única que demonstrou em camundongos potencial para regenerar partes das células cerebrais, formar novos vasos sanguíneos e preservar neurônios motores, resultando no retorno da capacidade de andar em apenas quatro semanas. Parece algo extraordinário e, ao que tudo indica, realmente é.
O trabalho do pesquisador costa-­riquenho Samuel Stupp, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, atraiu a atenção da comunidade científica por comprovar, ao menos entre os roedores, a possibilidade de reparar o tecido espinhal e reverter a paralisia. No processo, que ele chamou pelo sugestivo nome de “moléculas dançantes”, um biomaterial feito de proteínas e gordura desenvolvido pelos cientistas foi injetado na medula espinhal das cobaias com lesão recente, ocorrida no dia anterior. Em apenas um mês, elas retomaram a capacidade de caminhar e, após doze semanas, o tratamento tinha sido absorvido pelo organismo. “Tenho investigado o assun­to nos últimos vinte anos e essa descoberta é empolgante porque tem a possibilidade de se converter em terapia”,Há indícios, segundo ele, de que o método possa ser aplicado em ossos, cartilagens, músculos, órgãos e se tornar um tipo de tratamento capaz de dar aos médicos a possibilidade de cuidar de casos, até o momento, considerados irreversíveis. “Temos milhões de pessoas no mundo que ficam confinadas após situações devastadoras, como acidente de carro, explosão ou vítimas de arma de fogo. E, normalmente, são pessoas jovens”, apontou o cientista. Apesar de ser promissora, a pesquisa terá de esperar pela liberação da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, para chegar aos ensaios com humanos. O pesquisador acredita que, se tudo correr sem atrasos, a autorização pode vir em menos de cinco anos, prazo curtíssimo em se tratando de pesquisas de tamanha dificuldade.
A possibilidade de restabelecer partes do corpo degradadas permeia o imaginário da humanidade, desde o mito grego de Prometeu, que via seu fígado se regenerar após ser diariamente devorado por uma águia, até a construção de corpos biônicos em filmes de ficção científica. Foi apenas em 1992 que teve início um debate sobre a combinação de nanotecnologia, engenharia de tecidos, transplante de células e próteses biomecânicas como tecnologias de impacto para um futuro próximo. Sete anos depois, o cientista americano William Haseltine condensou o uso dessas técnicas no termo “medicina regenerativa”, utilizado até hoje.
Ao longo de seu desenvolvimento, a área passou dos estudos de danos mais superficiais, embora não menos complexos, como a reconstrução de tecidos destruídos em queimaduras, para projetos focados em tirar da cama e da cadeira de rodas pacientes que sofreram lesões severas na coluna vertebral. Células de gordura, células-tronco — aquelas capazes de se diferenciar em células específicas — e biomateriais são algumas das técnicas aprimoradas nos últimos anos. Outra vertente vem se concentrando em um conceito mais tecnológico, como implantes cerebrais para devolver os movimentos através de comandos emitidos pela mente.
No Brasil, o exoesqueleto do cientista Miguel Nicolelis alimentou expectativas para o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014 feito por uma pessoa que havia perdido os movimentos, mas o resultado decepcionou quem esperava por um chute espetacular — expectativa injusta diante da complexidade para a execução da tarefa. Atualmente, um dos focos está na aposta da empresa de neurotecnologia Neuralink, liderada pelo controverso dono do Twitter, Tesla e SpaceX, Elon Musk. Por enquanto, os testes estão sendo realizados com macacos que utilizam chips implantados no cérebro. Ao contrário das novas moléculas dançantes, o chip de Musk não tem prazo para ser testado em pessoas de carne e osso. Na verdade, seu projeto despertou debates sobre a falta de ética no trato com as cobaias e o risco de disseminação de doenças infecciosas provocada pelos implantes.
O salto maior, a aplicação das novas terapias e tecnologias em humanos, é algo que demandará esforço redobrado dos cientistas. Nos chips da Neuralink, o maior gargalo é aprimorar o método para que os implantes sejam instalados sem causar danos ao cérebro. “Para movimentar um braço, são necessários 500 eletrodos”, Segundo o especialista, um método que utilize as informações do cérebro e um exoesqueleto realmente eficaz seriam viáveis somente em trinta anos. Na pesquisa da Universidade Northwestern, o prazo é mais curto, mas não há garantias de que o sucesso com os camundongos seja replicado em homens e mulheres que perderam os movimentos.

O que é Medicina Regenerativa?


O termo “Medicina Regenerativa” foi utilizado pela primeira vez em 1992 em um artigo sobre administração hospitalar escrito por Leland Kaiser. No artigo havia um parágrafo com esse título, e dizia que “Um novo ramo da medicina se desenvolverá que tentará mudar o curso da doença crônica e, em muitos casos, irá regenerar sistemas orgânicos degenerados ​​ou com falhas”.

Entretanto, o uso generalizado é atribuído a William A. Haseltine (fundador da Human Genome Sciences). William soube de um projeto para isolar células-tronco embrionárias humanas, e reconheceu a capacidade dessas células de regenerar diferentes tecidos do corpo humano. Ele explicou que seria criada uma nova classe de terapia, e empregou o termo Medicina Regenerativa como é usado hoje: “uma abordagem à terapia que emprega genes, proteínas e células humanas para crescer novamente, restaurar ou fornecer substituições mecânicas para tecidos que foram feridos por trauma, danificados por doenças ou desgastados pelo tempo e oferecem a perspectiva de curar doenças que hoje não podem ser tratadas com eficácia, incluindo aquelas relacionadas ao envelhecimento ”.
Como a medicina regenerativa funciona?
Hoje o Brasil está avançado em relação ao uso de células-tronco para promoção de saúde por meio da medicina regenerativa. São diversos fatores fundamentais para a medicina regenerativa acontecer em sua plenitude. Na R-Crio costumamos falar que há uma Tríade da medicina regenerativa, compreendida por: 1) Biomateriais; 2) Células-tronco e; 3) Sinalizadores.
Biomateriais
Os biomateriais são estruturas tridimensionais onde as células-tronco podem se multiplicar. Eles são primordiais para um tratamento, pois não basta infundir células-tronco no organismo. Nesse caso, elas seriam diluídas e perdidas no corpo, podendo não desempenhar o papel do tratamento. Por isso, muitas vezes as células-tronco são usadas com biomateriais para ficarem “grudadas” nele, e, posteriormente, o material é implantado no corpo do paciente. Dois exemplos práticos são implantes dentários ou próteses de joelho.
Células-tronco
As células-tronco são as protagonistas da medicina regenerativa. Em suma, as células-tronco são células “curingas”, capazes de se transformarem em diversas outras células do corpo. As células mesenquimais, possíveis de serem coletadas pelas polpas de dentes (siso e dente de leite), periósteo do palato e tecido adiposo, são as responsáveis por formar células de tecidos sólidos, como cartilagem, ossos, músculos, vasos sanguíneos, neurônios, células de órgãos, células produtoras de insulina, entre outras. As terapias celulares já são entendidas pela Anvisa como um medicamento especial, devendo ter a eficácia e segurança comprovadas para serem registradas como a maioria dos medicamentos.
Sinalizadores
As células-tronco possuem grande potencial de transformação, mas elas não são autônomas o suficiente para saberem qual papel elas devem desempenhar no organismo. Por isso, os sinalizadores são primordiais para dizerem para as células-tronco qual célula ela deve se transformar. São sinalizadores químicos, como proteínas. Eles podem estar no próprio biomaterial, fazendo com que, quando as células-tronco estiverem ali, elas sejam transformadas naquele tipo de célula. Os sinalizadores também podem ser usados dentro do laboratório, permitindo que entreguemos as células-tronco já preparadas para começarem a se transformar em determinado tipo de célula quando estiver no corpo do paciente.

Por que a medicina regenerativa é tão promissora?
Cada vez mais encontramos notícias sobre uso de células-tronco na saúde, como, por exemplo, atletas regenerando a cartilagem do joelho (veja exemplos). Isso se deve ao fato de que estamos vivendo mais, e o corpo também está sendo exigido além do normal. No caso dos atletas, hoje temos um esportistas de alto rendimento e em ambientes cada vez mais concorridos. Entretanto, isso causa mais lesões e aposentadorias precoces. Outro ponto de atenção é que o ser humano vem vivendo muito mais. Com isso, o corpo também se desgasta mais facilmente, fazendo com que doenças do envelhecimento sejam mais comuns. Alzheimer, diabetes, cânceres, doenças cardíacas e doenças crônicas, como a artrite e artrose são exemplos disso.
Essas doenças são causadas pelo envelhecimento do corpo, caracterizado pelo envelhecimento das células. Por isso, a medicina regenerativa busca maneiras de regenerar as células defeituosas que já não estejam cumprindo seu papel corretamente. O diabetes, por exemplo, é causado pela incapacidade das Células ß (Beta) do pâncreas em produzir insulina e metabolizar a glicose. Entretanto, as células-tronco mesenquimais podem ser transformadas nessas células, produzindo células jovens e sem esse defeito.

Quais desafios da medicina regenerativa?
Apesar de ser um assunto incrível e altamente promissor, a medicina regenerativa ainda tem algumas barreiras para vencer. O regulatório já está avançado no Brasil, colocando o país junto com países e regiões desenvolvidos, como EUA, Japão e Europa. Mesmo assim, devemos trabalhar em outras frentes para o Brasil ser uma potência na medicina regenerativa.

Educação
Primeiramente, profissionais de saúde em todas áreas de atuação ainda não conhecem o suficiente sobre a medicina regenerativa. Sabemos que a maioria das faculdades ainda falam muito pouco – ou não falam nada – sobre a medicina regenerativa. A tendência é que a medicina retorne para suas origens biológicas, e menos química, como é hoje.

Nota do Autor


☻ O Mega está completando 35 anos em março de 2023, mas já estamos lançando a novidade do ano que é o fim das numerações nos posts.

A numeração foi uma herança do antigo formato manuscrito e foi aderido para termos uma noção de quantos artigos foram publicados, mas refletindo chegamos a conclusão que a quantidade hoje já não faz tanto sentido de ser monitorada, além de motivos de pura logística de buscadores de navegação.

Vamos manter somente a numeração do post 1, ficando os demais sem numeração já a partir da data de hoje.

Obrigado por prestigiar o ☻Mega Arquivo

Como ter mais longevidade e expectativa de vida?


A evolução da longevidade cresce vertiginosamente desde o início do século. Entretanto, mesmo que no início do Século XX tivemos grandes revoluções na medicina, a expectativa de vida ao redor do mundo continuou crescendo por todo Século XXI também.
podemos ver claramente o aumento na expectativa de vida nos anos 1900 quando foram inventados novos medicamentos, como vacinas e antibióticos. Mas, posteriormente, o mundo se envolveu nas Grandes Guerras, e a expectativa caiu bruscamente nos anos 40. Mesmo assim, a expectativa de vida continuou crescendo, e levando novos desafios para a comunidade médica.
Como já falamos em outros textos, o aumento da longevidade fez com que doenças, antes consideradas raras, tivessem maior incidência, como as doenças neurodegenerativas, doenças crônicas pulmonares, cânceres e diabetes. Isso é facilmente entendido por cientistas e profissionais da saúde, pois, naturalmente, o corpo não foi feito para viver com auxílio de medicamentos e outros recursos. Nesse sentido, as células passam a falhar ao desempenhar suas funções, e por isso essas doenças são frequentemente relacionadas ao envelhecimento.
No início do Século XX a sociedade evoluiu em diversos sentidos que contribuíram para o aumento da longevidade de vida. Infelizmente, alguns desses avanços foram permitidos somente por conta das duas Grandes Guerras Mundiais que o mundo se envolveu, como é o caso da descoberta da Penicilina por Alexander Flamming, médico da 1º Guerra Mundial.
Mas, como falamos, não foi somente a descoberta de novos medicamentos que fez com que a expectativa de vida aumentasse. Na metade do século XX também foram feitos os primeiros transplantes de órgãos, e medidas de saneamento básico foram implementadas no mundo todo, diminuindo a incidência das doenças infectocontagiosas.
Também podemos mencionar que a população passou a ter mais instrução, tomando medidas para ter uma vida mais longeva. Na semana passada publicamos um texto sobre o tabagismo e os males que o fumo causa na saúde. Para se ter uma ideia, de acordo com o site Our World In Data, em 2000, 32,8% da população brasileira acima de 15 anos fumava um cigarro diariamente. Em 2018 esse número era de 16,5%.
Não faz bem para a saúde comer até se sentir “cheio”. Isso foi verificado pelo escritor e empresário Dan Buettner, conforme foi publicado pela UOL em 2019. O autor pesquisou os hábitos das pessoas que vivem em países mais longevos e constatou que é um hábito desses países não comer até ficar super satisfeito. De acordo com a publicação, é importante mastigar lentamente os alimentos, já que o cérebro demora cerca de 20 minutos para registrar a saciedade após a primeira garfada. A alimentação em excesso também está relacionada a obesidade, que, por sua vez, desencadeia outras doenças graves, como doenças cardíacas e diabetes.
Uma pesquisa promovida pelo Centro de Pesquisas Biomédicas Pennington, dos EUA, concluiu que cortar 15% das calorias diárias pelo período de dois anos já retarda o processo metabólico, diminuindo o dano da oxidação e protegendo o corpo de doenças relacionadas ao envelhecimento.
O corpo necessita de movimento, e, como já falamos, da mesma forma que ele não foi feito para viver tanto, ele também não foi feito para ficar parado. Após os 50 anos começamos a perder massa muscular, processo chamado de sarcopenia. Estima-se que cerca de 1% e 2% de massa magra seja perdida anualmente. A USP realizou uma pesquisa e constatou que a queda progressiva da composição natural é um fator relacionado a longevidade.
Num estudo, realizado ao longo de quatro anos com um grupo de 839 idosos, os pesquisadores observaram que o risco de mortalidade em geral durante o período foi de 63 vezes maior entre mulheres com pouca massa apendicular (massa dos braços e pernas) e 11,4 vezes maior entre homens. A OMS recomenda 150 minutos (2,5 horas) de exercício físico toda semana, principalmente musculação. Atividades diárias que exigem movimento, como caminhar para o trabalho e subir escadas são recomendadas também. Em todas as idades, os problemas de alimentação incluem tanto a desnutrição quanto o consumo excessivo de calorias. Uma dieta equilibrada para mais longevidade de vida consiste em consumir todos os MACROS (proteínas, gorduras e carboidratos) e MICRONUTRIENTES (vitaminas e minerais). O Guia Alimentar para a População Brasileira, criado pelo Ministério da Saúde, criado em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde, Organização Mundial de Saúde e a Universidade de São Paulo, recomenda priorizar alimentos naturais e frescos, e utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades, bem como evitar alimentos processados e ultraprocessados.
A Universidade de Harvard fez um estudo durante 12 anos para avaliar mudanças na dieta de 74 mil pessoas. Dessa forma, constataram que pequenas mudanças são suficientes para aumentar significativamente a expectativa de vida. Os resultados mostraram que as pessoas que comeram melhor, ingerindo grãos, frutas, vegetais e peixes, ricos em ômega 3, reduziram entre 8% e 17% o risco de morte prematura por qualquer causa. A piora na qualidade da dieta mostrou um aumento na mortalidade de 6% a 12%.
Além dos fatores físicos, a saúde mental está cientificamente associada a longevidade. Uma pesquisa, realizada em colaboração de diversas universidades renomadas dos EUA, como a Escola de Medicina da Universidade de Boston e a Escola de Medicina da Universidade de Harvard, analisou 71 mil homens e mulheres durante 30 anos e 10 anos, respectivamente. Com isso, eles constataram que as pessoas consideradas otimistas tiveram vidas de 11% a 15% mais longas que os considerados pessimistas, além de possuírem chance de 50% a 70% maior de chegarem aos 85 anos.
Um estudo realizado na Inglaterra analisou 9.050 pessoas com idade média de 65 anos. Ao longo dos oito anos e meio de pesquisa foi constatado que as pessoas que sentiam que o que faziam realmente valia a pena tiveram 30% menos chances de morrer, e viveram, em média, dois anos a mais do que os demais. A explicação é que as pessoas com propósito são mais motivados e possuem mais controle sobre suas emoções. Além disso, levam uma vida mais saudável e apresentam melhores índices metabólicos, com um sistema imunológico mais fortalecido e melhor desempenho cerebral.
Situações de estresse são comuns, mas viver estressado é muito prejudicial para a saúde. A situação de estresse faz com que haja uma série de reações físicas e emocionais, desencadeando problemas capazes de causar ou acelerar a morte e antecipar o envelhecimento. Enfraquecimento do sistema imunológico, alteração no sono, doenças psiquiátricas e indução a hábitos não saudáveis, como o fumo, são efeitos do estresse. Pesquisadores do Projeto Blue Zone verificaram que pessoas em países mais longevos se estressam em alguns momentos. Entretanto, o diferencial é que eles possuem mais recursos e tomam atitudes para aliar o estresse. Exemplo disso é não trabalhar tanto, ter momentos de lazer, participar de atividades comunitárias, praticar algum hobby e cuidar da espiritualidade.

Marvel – Falcão e o Soldado Invernal, 2ª temporada


Falcão e o Soldado Invernal acabou no Disney Plus. A primeira temporada entregou um desfecho emocionante para os fãs, mas certamente há espaço para mais.
A segunda série do Disney + da Marvel deu continuidade às histórias de Sam Wilson e Bucky Barnes pós-Vingadores: Ultimato, e encerrou a história no episódio 6, “One World, One People”. O final envolve a maioria dos pontos da trama, ao mesmo tempo que define alguns pontos para o futuro.
Com base nos eventos do episódio anterior, o final de Falcão e o Soldado Invernal mostra Sam se tornando o Capitão América, vestindo a nova roupa e as asas que foi presenteada por Bucky (que ele fez em Wakanda).
Além disso, vemos os Apátridas derrotados e ainda conseguindo o que queriam. John Walker assumiu uma nova identidade e Bucky tentou fazer as pazes e expiar suas ações anteriores como o Soldado Invernal.
A Marvel terá diversas novas séries do MCU chegando ao Disney +. E a palavra oficial até agora é que Falcão e o Soldado Invernal teria apenas uma temporada, assim como WandaVision.
No entanto, a Marvel revelou que algumas séries terão segundas temporadas, embora não tenha revelado quais.
Mas Kevin Feige disse que as ideias para a segunda temporada de Falcão e o Soldado Invernal foram discutidas. Claro, isso não é garantia de que ela acontecerá, mas foi outro sucesso em termos de audiência para o serviço de streaming, então há uma chance razoável de que isso aconteça.
A maior parte do elenco, provavelmente, retornará. Anthony Mackie e Sebastian Stan são as estrelas da atração, sem contar que interpretam os personagens que dão nome à série. Então, eles são presenças mais do que certas.
Outro ponto importante é que ambos os atores assinaram contrato de longa duração com a Marvel Studios, mas as séries de TV devem ter acordos separados. Só que seria inviável eles não estarem no projeto.
Além deles, deverão retornar, Wyatt Russell como John Walker, também conhecido como Agente Americano, Emily VanCamp como Sharon Carter, Julia Louis-Dreyfus como Valentina Allegra de Fontaine, e talvez Daniel Brühl como Barão Zemo.
Também esperamos que novos nomes no elenco apareçam, então vamos ficar de olho!
O final de Falcão e o Soldado Invernal revela um novo título para a série: Capitão América e o Soldado Invernal.
Isso reflete que Sam Wilson realmente se tornou o Capitão América, uma identidade que ele confirma no próprio episódio, enquanto Bucky é – apesar de estar se recuperando – ainda referido como o Soldado Invernal.
Já que Sam agora é o Capitão, ter “Falcão” no título da segunda temporada não faria mais sentido. Então, logicamente, teremos um novo título.

Ecologia – O Futuro do Plástico


O bebê consegue ouvir durante a gravidez, principalmente o som da circulação sanguínea da mãe. Também sente os toques na barriga dela, e o sabor dos alimentos que ela come. Mas, fora isso, é como se o feto estivesse em outro planeta.
Porque ele está separado do nosso mundo pela placenta: órgão que se forma a partir da quarta semana de gravidez e funciona como um filtro poderosíssimo, controlando o fluxo de nutrientes e impedindo que vírus e bactérias entrem. Mesmo estando dentro do corpo da mãe, onde há dezenas de trilhões de micróbios, o bebê se desenvolve num ambiente 100% estéril. Exceto por uma coisa ainda mais onipresente: plástico.
Em setembro, um estudo publicado por cientistas chineses detectou, pela primeira vez, a presença de microplásticos (partículas com menos de 5 milímetros) na placenta humana. Eles analisaram as placentas de 17 gestantes, e todas continham quantidades “muito abundantes” de microplásticos. Eram onze tipos, em especial o PVC, que é usado em canos (e estava presente em 43% das amostras), e o polipropileno, dos canudinhos e potes de margarina (14,5%).
Eles interferem com a placenta, e podem afetar o bebê. Em março, pesquisadores da Universidade de Manchester demonstraram como o Bisphenol A (BPA), ingrediente presente em vários tipos de plástico, faz isso.
Quando a gestante ingere fragmentos dessa substância, ela se espalha pelo corpo e chega à placenta, onde inibe um gene chamado ESRRG, que controla o crescimento do feto. Com isso, o bebê pode nascer menor, e sob maior risco de desenvolver pressão alta, diabetes e doenças da tireoide ao longo da vida.
Estamos expostos ao plástico antes mesmo de nascer. E, ao chegar a este mundo, somos bombardeados por ele. Literalmente. Em 2020, cientistas da Universidade Cornell, nos EUA, coletaram amostras de ar em 11 pontos do país – e descobriram que, nelas, “chovem” mais de 1.000 toneladas de microplásticos por ano, o equivalente a 120 milhões de garrafas PET.
Ele está em todos os lugares – até na neve dos Alpes e do Ártico.
É nesse cenário que, em março, a ONU assinou o primeiro acordo internacional de combate aos resíduos plásticos. Ele inclui mais de 70 países e é o maior pacto ambiental desde o Tratado de Paris, criado em 2015 para tentar frear as emissões globais de CO2. Mas, por enquanto, nada concreto ficou definido.
Os países signatários têm até 2024 para, aí sim, definir um cronograma de metas e obrigações. No fim de novembro, a União Europeia propôs uma série de novas leis, que tornam obrigatória a reciclagem de garrafas e limitam o uso de plástico em embalagens (os minifrascos de xampu em hotéis, por exemplo, ficariam proibidos).
Com essas medidas, dizem as autoridades, seria possível reduzir em 15% o uso de plástico até 2040. A nova legislação ainda terá de ser votada e regulamentada em cada país do continente.
Um estudo da Universidade de Newcastle analisou a quantidade presente em alguns alimentos, como peixes, mariscos, sal, cerveja, água, mel e açúcar – e concluiu que cada adulto ingere em média 20 gramas de microplásticos, o equivalente a uma pecinha de Lego, por mês.
E o cálculo não considera outros alimentos ou fontes, como os microplásticos presentes em cremes dentais ou liberados por panelas com o evestimento antiaderente danificado que podem soltar mais de 9.000 pedacinhos a cada uso. Ou seja: não estamos apenas sendo soterrados pelo plástico. Ele já está dentro de nós.
Em dois estudos, publicados este ano por cientistas italianos e holandeses, 75% das amostras de leite materno analisadas continham microplásticos – e o sangue de 77% dos voluntários. As consequências disso para a saúde ainda não estão claras. Estudos em animais sugerem que a ingestão de microplásticos pode provocar disfunções metabólicas e reprodutivas – e, em testes de laboratório. A palavra “plástico” vem da Grécia antiga. Era um adjetivo, plastikos, classificando qualquer material fácil de moldar. Foi só a partir do século 19 que ele começou a virar substantivo. Em 1856, o inventor inglês Alexander Parkes inventou a parkesina: nitrato de celulose, feito a partir de polpa de madeira tratada com ácido nítrico. Nascia o primeiro plástico.
Seu objetivo era relativamente modesto: substituir o marfim em objetos domésticos, como botões, puxadores de gavetas e suportes de escovas. Parkes fundou uma empresa, a Parkesine Company, para comercializá-lo. Não deu certo. O produto era caro e visivelmente inferior ao marfim, além de bastante inflamável.
Parkes acabou tendo de vender a empresa. Mas a ideia foi adiante, e deu origem ao celuloide usado em filmes fotográficos e de cinema. Parkes morreu em 1890, com mais de 60 patentes em seu nome. (Hoje, a parkesina tem outras aplicações: as armações de óculos geralmente são feitas de nitrato de celulose.)
Em 1907, o químico belga Leo Baekeland desenvolveu o primeiro plástico totalmente sintético: o baquelite, que é produzido com dois ingredientes simples e baratos, o fenol e o formaldeído (também conhecido como formol), em uma máquina que Leo chamou de Bakelizer.
Foi um salto e tanto. O baquelite (cujo nome científico, impronunciável, é polioxibenzimetilenglicolanidrido) era estável, maleável, versátil e, o mais importante, resistente à eletricidade e ao calor. Baekeland criou uma empresa para produzir e comercializar o material, a General Bakelite Company. Nas décadas seguintes, rádios, telefones e interruptores, entre uma infinidade de produtos, foram feitos de baquelite.
Baekeland ficou famoso, foi capa da revista Time, e se tornou um dos inventores mais ricos de sua época. Morreu em 1944, com mais de 100 patentes e um legado de peso: 175 mil toneladas de baquelite produzidas, para uso em mais de 15 mil produtos. Foi graças a ele que o plástico entrou nas casas das pessoas.
Mas Baekeland passou seus últimos meses de vida em um sanatório, acossado por manias – aposentado à força pelo filho após vários anos de desentendimentos, ele só aceitava comida enlatada e havia desenvolvido uma estranha obsessão: queria criar um jardim tropical de proporções bíblicas.

(IN) Justiça Social – Pobreza e degradação social no Brasil contemporâneo


O aumento da pobreza e da desigualdade social é um dos maiores desafios do capitalismo contemporâneo, vivemos em um mundo de constantes mudanças e transformações estruturais com graves impactos sobre as comunidades, gerando medos e desesperanças, esta desigualdade não está mais restrita aos países em desenvolvimento, mas afetam todos os países e regiões, obrigando os governos e as lideranças empresariais a repensarem as estratégias de combate a estes desajustes e melhorar as condições destes grupos mais vulneráveis. A sociedade brasileira desde meados dos anos 90 passou a conviver com melhoras consideráveis na economia, a redução da inflação, os incrementos dos investimentos na educação, as políticas públicas e os avanços institucionais geraram um período de crescimento mais consistente, criando com isso, as expectativas de que uma nova classe média estivesse em ascensão e o país, felizmente, estaria melhorando suas condições econômicas e ingressando em um novo momento de progresso e de desenvolvimento social.
Depois desta euforia do período 2003/2012, onde o país apresentou crescimento anual na casa dos 4,3%, os avanços obtidos foram sendo perdidos e novos espaços de instabilidades foram sendo construídos de forma acelerada, as reivindicações de 2013 geraram mais instabilidades em um governo fraco e incompetente e contribuíram para mergulhar o país na sua mais intensa e demorada recessão, com forte degradação política e perdas consideráveis na renda agregada e um incremento no desemprego cuja recuperação econômica está se fazendo mais difícil e complicada, como não se imaginava anteriormente.
Dados recentes divulgados pelo Banco Mundial traduzem em números a nossa crise generalizada, segundo esta renomada instituição, entre 2014 e 2017, mais 7,3 milhões de brasileiros caíram na pobreza extrema e passaram a viver com renda mensal de até US$ 5,50 por dia, algo equivalente, pelo câmbio atual, a cerca de R$ 635 por mês, com isso, o grupo dos pobres cresceu de 17,9% para 21% da população nos anos da crise econômica, algo em torno de 40 milhões de pessoas.
A economia brasileira está entre as dez maiores do mundo e, mesmo assim, temos um contingente de pobres e miseráveis de quase 52 milhões de indivíduos, o total de brasileiros vivendo abaixo da linha de extrema pobreza saltou de 5,6 milhões para os 10,1 milhões entre 2014 e 2017, um incremento de 80% ou mais de 4,4 milhões de pessoas, tudo isto nos ajuda a compreender a explosão na área da insegurança e na violência urbana, somente em 2017 foram mais de 62 mil homicídios, um número semelhante a países que vivem em conflitos militares.
A crise econômica iniciada em 2014 foi responsável por grande parte destes números, nestes mais de cinco anos o Brasil conviveu com sua maior recessão, com uma queda no produto interno bruto de mais de 8% e um incremento no desemprego, que levou mais de 13 milhões de pessoa a verem sua renda ser reduzida e as perspectivas de retorno ao mercado de trabalho escasseando, gerando impactos imediatos na economia, reduzindo consumo e obrigando as empresas e os agentes econômicos a diminuir os investimentos.
Desde 2017, a economia não mais se encontra em recessão, o crescimento no último biênio foi de pouco mais de 1,1% ao ano, com isso, nossa renda agregada apresentou uma queda considerável, com previsão de volta aos números de 2013 apenas no ano de 2023, estamos vivendo uma situação sombria com forte degradação social e perdas crescentes para os trabalhadores, uma nova década perdida, diante disso, cabe aos movimentos organizados repensarem suas estratégias e construir alternativas para um futuro próximo, deixando de lado os conflitos por hegemonia e apresentar propostas consistentes para viabilizar novas politicas públicas para o incremento dos indicadores sociais tão devastados nos anos recentes.
Para que tenhamos ideia do tempo perdido pelo Brasil, a taxa média de crescimento econômico na década atual foi de 0,6%, sendo que, nos últimos 30 anos, foi de parcos 2,2%, números muito baixos e insuficientes para uma melhora mais consistente das condições econômicas e produtivas do Brasil. Este período foi marcado por políticas fortemente centradas no combate a inflação que assolava o país, com números na casa do 30% ao mês, onde para vencer os desequilíbrios nos mercados de preços foram adotadas as mais diferentes estratégias, desde congelamento de preços e tablitas a substituição da moeda corrente por uma nova base monetária, além de uma forte valorização cambial.
A trajetória de concentração de renda faz parte da história da sociedade brasileira, nossos números estão nos últimos lugares deste ranking vergonhoso, a população por mais que faça críticas crescentes a esta situação, já se acostumou com esta realidade assustadora e macabra, evitando um discurso político mais estruturado e consistente, fazendo de contas que esta situação está amplamente amparada num determinismo imutável, com isso, vamos vivendo e contribuindo para a perpetuação deste ambiente tenebroso.
Um dos livros mais instigante sobre o tema da desigualdade brasileira foi escrito por Pedro Ferreira de Souza, “Uma História da Desigualdade: a Concentração de Renda entre os Ricos no Brasil (1926-2013)”, uma obra de escol e leitura imprescindível, que retrata nossa histórica desigualdade social e como a população convive com esta chaga aberta na sociedade, para alguns a população é muitas vezes conivente com a desigualdade mas, com certeza, é pouco informada de como esta situação degrada os laços sociais e cria espaços para conflitos e desequilíbrios estruturais, incrementando a violência, a exclusão e a insegurança.
Vivemos em uma sociedade onde a mobilidade social é reduzidíssima, onde as chances de uma criança oriunda de uma favela carioca ou paulista crescer e se transformar em um profissional de destaque é algo desprezível, nesta sociedade somos governados pelos mesmos agentes públicos, com ocupações que passam de pais para filhos como se vivêssemos em um período feudal, onde a ascensão é desprezível, inexistente.
Como retratou Raimundo Faoro, no seu livro clássico Os Donos do poder, o poder público é indutor de nossa desigualdade, já que é exercido por grupos que administram a maquina pública para derivar benefícios do poder, privilégios e riquezas, esta descrição feita pelo ilustre intelectual em 1958, passados mais de sessenta anos, ainda se mantem bastante atual e preocupante, muitas vezes nos condenando a uma condição de indignidade e exclusão social.
A história da sociedade brasileira é uma história de violências constantes, inicialmente contra os indígenas, depois contra a população negra, fomos um dos últimos povos a abolir a escravidão, nossa elite agroexportadora explorou ao máximo os negros cativos e, ainda hoje, percebemos uma grande indiferença em relação a miséria e a violência generalizadas. Com estes atrasos históricos e a persistência nestas políticas, nos distanciamos a passos largos dos países mais civilizados no mundo que deixaram, a muito tempo, estas heranças escravistas e escravocratas nefastas que prejudicam a economia e retardam o desenvolvimento econômico e as melhorias sociais.
Existem muitas políticas para a redução desta pobreza, de um lado encontramos algumas teses interessantes que devem ser consideradas, tais como o aumento da tributação daqueles que auferem lucros elevados dentro do sistema econômico, principalmente dentro do sistema financeiro, temos uma estrutura tributária centrada nos impostos sobre consumo, tributamos muito pouco a renda e isentamos de impostos aplicações financeiras, com isso, estimulamos uma péssima concentração da renda, fazendo com que nossa situação se transforme em algo insustentável, onde uma pequena parte dos cidadãos são beneficiados enquanto uma grande quantidade são condenados a viverem em situação de degradação, incrementando a pobreza e a desigualdade social.
Temos muitas medidas imprescindíveis na pauta do país, desde a reforma da previdência, até as reformas tributária, política e do Estado, mas precisamos ainda, de reformas que estimulem a concorrência e o incremento da produtividade, reduzindo o papel do Estado em várias áreas através de parcerias público-privada, privatizações e a introdução de uma lógica de eficiência no setor público, ou seja, uma medida pró mercado que prescinda do Estado como agente fundamental no sistema econômico e produtivo.
O aumento da produtividade do trabalho pode ser traduzido como o chamado desenvolvimento econômico, sua efetivação leva a uma melhora nas condições sociais e aumenta as oportunidades de emprego e de renda, para isso, fazem-se necessárias uma maior qualificação do capital humano e uma educação de qualidade que capacite os trabalhadores para as grandes transformações da chamada Quarta Revolução Industrial.
Acreditamos fortemente na integração entre Estado e Mercado, cada um dos agentes possui um papel relevante dentro da sociedade, a atuação integrada é fundamental para garantir uma melhora mais consistente nos investimentos, na distribuição da renda, na geração de empregos e na condição social da população, atuando ainda como fiscalizador e regulador de todo o sistema econômico e produtivo, evitando sempre um crescimento exagerado de suas intervenções e seus resultados negativos, como excessos burocráticos e ineficiências generalizadas, além de um incremento da corrupção e fragilidade da democracia e do sistema político.
Um país com níveis de desigualdade como o Brasil, deve ter um projeto humanista de inclusão social, sem viés ideológico e não deve ser indiferente quanto a miséria de nosso povo, sobretudo esta miséria presente entre os descendentes de escravos, africanos e indígenas e, mais recentemente, de trabalhadores estrangeiros que fogem de seus países em busca de novas e melhores oportunidades de emprego e sobrevivência, muitos deles, como haitianos e venezuelanos, a chegada ao Brasil se dá em busca da sobrevivência.
A situação social do país é tão degradante que, segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), 45% da população brasileira não tem acesso adequado a esgoto e a saneamento básico, com implicações diretas na saúde da população, ao mesmo tempo, temos uma tecnologia cada vez mais avançada na sociedade global, onde encontramos uma elite com acesso a serviços inimagináveis em países mais ricos e desenvolvidos.
O país vive momentos de grandes transformações e retrocessos evidentes, depois de um forte e consistente crescimento na primeira década do século XXI, os desajustes fiscais e os desequilíbrios criados no pós 2013 levaram o país a uma forte recessão, depois de mais de 8% de queda no produto interno bruto a economia voltou a crescer de forma tímida e insuficiente, este crescimento nos parece frágil em demasia, necessitamos de uma impulso com urgência, sem este, dificilmente conseguiremos melhorar nossa performance, depois de diagnósticos de forte crescimento em 2019, muitos analistas se mostram preocupados e estão refazendo seus cálculos para 2019, antes 3% de crescimento, hoje as previsões estão na casa dos 2%, pra mim o crescimento será menor, algo entre 1,5% e 2%, número insuficiente para melhorar nossa condição de atraso econômico.
A crise econômica degrada as condições sociais, aumenta a informalidade e reduz os trabalhadores formalizados do sistema, desta forma, percebemos uma redução dos repasses para as instituições previdenciárias e um incremento nos gastos públicos, como forma de reduzir os impactos negativos desta crise, levando o Estado a déficits crescentes que reduzem sua credibilidade perante os agentes econômicos locais e internacionais, encarecendo a captação dos recursos e inviabilizando sua atuação efetiva como investidor para impulsionar o crescimento dos investimentos, atitude esta central para turbinar o crescimento econômico.
O brasileiro acostumou com esta paisagem marcada pela desigualdade social, desde os primórdios somos descritos como uma sociedade desigual, os indicadores do IBGE ou de organismos internacionais, como o Banco Mundial ou a Oxfam, nos mostram claramente esta realidade, sem políticas públicas consistentes e efetivas dificilmente conseguiremos uma melhora neste ambiente, outro ponto central para a redução das desigualdades no médio e longo prazo é a educação, cujos resultados a sociedade brasileira deixa muito a desejar, diante disso, os desafios para o Brasil são imensos e devem ser vistos com urgência pela sociedade, unindo os movimentos sociais, a classe política e os grupos empresariais, deixando de lado os confrontos ideológicos e as picuinhas políticas e eleitoreiras.

Astronomia – A Estrela de diamante


Uma estrela identificada por um grupo de astrônomos pode ser a anã branca mais fria e com brilho mais fraco já identificada. A temperatura estimada do astro – de cerca de 2,7 mil ºC – determina que o carbono que o compõe tenha provavelmente cristalizado, o que faria dele um grande diamante, do tamanho da Terra.
As anãs brancas são estrelas que têm mais ou menos o tamanho da Terra, compostas principalmente por carbono e oxigênio. Trata-se do estágio final da maioria das estrelas e tendem a esfriar e desaparecer ao longo de bilhões de anos.

A descoberta foi possível graças a observações feitas em instrumentos do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) e em outros observatórios.

Primeiro, os astrônomos identificaram uma um pulsar chamado “PSR J2222-0137”. Pulsares são estrelas de nêutrons, corpos muito densos com enorme gravidade, que giram rapidamente. É possível detectá-los por radiotelescópios, pois eles emitem ondas de rádio enquanto giram.

Os astrônomos identificaram que o pulsar girava 30 vezes por segundo e estava gravitacionalmente ligado a um segundo corpo celeste, que poderia ser tanto outra estrela de nêutrons quanto uma estrela anã branca.

Depois de observarem esse pulsar durante dois anos, cálculos permitiram determinar a distância do sistema em relação à Terra, de 900 anos-luz. Isso tornou possível uma análise mais precisa dos efeitos da gravidade do segundo objeto e a determinação da massa das duas estrelas.
A conclusão foi a de que o segundo objeto teria de ser necessariamente uma anã branca, de acordo com as informações coletadas. A equipe de astrônomos pôde, inclusive, determinar a localização precisa da anã branca. Mas ao tentar observar a região com luz óptica e infravermelha, nada foi detectado. “Se existe uma anã branca lá, e é quase certeza que existe, ela deve ser extremamente fria”, diz o estudante de graduação da Universidade da Carolina do Norte Bart Dunlap, um dos membros da equipe de pesquisa.
A uma temperatura relativamente tão baixa, o carbono que compõe a estrela deve estar cristalizado, como em um diamante. Segundo os pesquisadores, outras estrelas do tipo já foram identificadas. Mas, por terem um brilho tão fraco, sua detecção é extremamente rara.

Qual o Elemento Mais Raro no Universo?



Resposta: o ástato (At).

Quão raro? Muito. Na verdade, há atualmente apenas 31 gramas da substância na terra. De fato, a sua inclusão entre os demais elementos químicos efetuada, a princípio, apenas por uma necessidade teórica — quer dizer, “deveria” existir um elemento com 85 prótons em seu núcleo.
Entretanto, após algum tempo, os cientistas conseguiram provar a existência da substância, obtendo-a em laboratório. Mas a experiência é de dificuldade considerável. Isso porque o ástato é tão radioativo que vaporiza a si mesmo quando ajuntado em uma quantia apreciável! É provavelmente por isso que, até hoje, não há uma aplicação prática para o elemento — que serve apenas para estudos teóricos, e normalmente por meio de seus isótopos.

É derivado de sucessivas desintegrações de núcleos instáveis de urânio e tório, além de também ser radioativo (com radioisótopos bastante instáveis e com meia-vida máxima e mínima variando entre 8 horas e 0,11 microssegundos, respectivamente).

Apesar de ser comprovada sua existência, poucas propriedades são conhecidas, pois é muito raro na crosta terrestre, sua síntese é de difícil rendimento e é extremamente instável. Porém, infere-se que os possíveis estados de oxidação sejam -1, +1, +3, +5, +7.

Medicina – As Doenças Mais Antigas Do Mundo


☻Mega Arquivo 35º Ano

Raiva

Bastante conhecida até hoje, a Raiva possui registros desde pelo menos 2300 a.C., tornando-a em uma das doenças mais antigas do mundo. Embora muitas pessoas tenham ouvido falar desta enfermidade, boa parte só lembra dela pela necessidade de vacinar seus animações de estimação, já que gatos e cachorros podem transmiti-la com facilidade.
Infelizmente, essa é uma doença muito séria que sempre leva à morte caso o infectado não se trate imediatamente após ser mordido ou arranhado por um animal com o vírus. A Raiva ainda não possui cura, então apenas esse tratamento inicial pode salvar a vida de quem entra em contato com ela. Caso não faça isso, a sentença de morte é dada assim que você sente os primeiros sintomas, que chegam a níveis preocupantes em pouco tempo.

Malária
Outra doença muito antiga é a Malária, que ainda pode ser bem perigosa para os humanos, especialmente em países emergentes. Uma das primeiras menções a ela aparece aproximadamente no ano de 2700 a.C. no Nei Ching, um dos principais e mais antigos livros de medicina chinesa.
Atualmente, existem maneiras eficazes de se combater a Malária, incluindo a vacina e a destruição dos mosquitos e suas larvas. Durante o Império Romano, no entanto, recomendava-se usar um amuleto com a palavra “abracadabra” para se curar da doença. Felizmente, a medicina avançou bastante de lá para cá.

Pneumonia
A Pneumonia é uma infecção pulmonar ainda bem comum, podendo inflamar os sacos de ar dos nossos pulmões e enchê-los de líquido. Embora essa seja uma doença difícil de encontrar em vestígios arqueológicos, a Pneumonia foi nomeada por Hipócrates, uma das figuras mais importantes da medicina que viveu entre 460 a.C. e 370 a.C.
É claro que a inflamação e a presença de líquidos nos pulmões existia antes disso, mas já dá para ter uma noção de que essa é uma doença bem antiga.

Tuberculose
Se você já assistiu alguém tossindo sangue em algum filme ou série de época, sabe que dá para adivinhar que a pessoa está com tuberculose e deve morrer em pouco tempo. A famosa doença realmente era um tipo de sentença de morte antigamente, só que o mais interessante é ela existe há pelo menos 9 mil anos.
Essa descoberta não ocorreu por livros antigos, mas por testes de DNA em esqueletos encontrados na vila submersa de Atlit Yam, em Israel. Mais fascinante ainda é existirem ossos de 500 mil anos na Turquia que também possuem lesões características desta doença, mas ainda não foi possível confirmar a tuberculose com total certeza, nesse caso.

Tracoma
De todas as doenças da nossa lista, o Tracoma é provavelmente uma das menos conhecidas pela população geral hoje em dia. Para quem não sabe, esse é um tipo de conjuntivite e uma das principais causas de cegueira infecciosa no mundo, podendo levar a casos de perda de visão irreversível. Assim como a Pneumonia, o Tracoma também foi descrito por Hipócrates durante sua vida, mas há evidências da sua existência muito antes disso.

Alguns pesquisadores e cientistas encontraram esqueletos aborígenes do ano de 8000 a.C. com lesões ao redor dos olhos que teriam sido causadas por infecções bem específicas e poderiam indicar a presença do Tracoma. Vale mencionar que os esqueletos foram achados na Austrália, uma região em que essa doença é muito comum até hoje.

Escola Paulista de Medicina

Mega Almanaque Futebol – Puskas


Ferenc Puskás Biró (Budapeste, 1 de abril de 1927 — Budapeste, 17 de novembro de 2006) foi um futebolista e treinador húngaro.
Considerado o maior futebolista da história da Hungria e um dos maiores futebolistas de todos os tempos. Defendeu também a Seleção Espanhola. O seu nome de batismo era Ferenc Purczeld Biró
Puskás celebrizou-se como o líder da Seleção Húngara que fez história na primeira metade da década de 1950, quando seu elenco ficou conhecido como “os mágicos magiares”. O país ficou quatro anos invicto, ganhando a medalha de ouro do futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1952 e terminando a Copa do Mundo de 1954 vice-campeão, embora seja considerado indubitavelmente a melhor equipe deste torneio. Paralelamente, era o líder natural do clube que servia de base para aquele selecionado, o Honvéd. Seus 84 gols em 85 jogos pela Hungria fazem-no o maior artilheiro da seleção magiar; foi por muito tempo o maior goleador de uma Seleção, recorde batido pelo iraniano Ali Daei
Puskás, que tinha a patente de major (daí seu apelido Major Galopante), tem uma marca de gols excepcional por seu país: 84 em 85 jogos. Dono de habilidade precisa para passes e dribles curtos e secos, além de um primoroso chute de esquerda, era um jogador cerebral.
Em comparação com outros jogadores da época, era considerado gordo e baixo. Colocava brilhantina nos cabelos negros e penteava-os para trás.
Maior futebolista húngaro, entrou para a história do esporte também por seus feitos pelo Real Madrid no final daquela década e início da seguinte. É também um dos poucos a terem jogado Copas do Mundo por dois países: participou da de 1962 competindo pela Espanha.
De acordo com a FIFA, Puskás é um dos cinco a terem jogado Copas do Mundo por dois países considerados diferentes pela entidade, ao lado de Luis Monti (que jogou a de 1930 pela Argentina e a de 1934 pela Itália), José Santamaría (que jogou a de 1954 pelo Uruguai e a de 1962 pela Espanha), José João “Mazzola” Altafini (que jogou a de 1958 pelo Brasil e a de 1962 pela Itália) e Robert Prosinečki (que jogou a de 1990 pela Iugoslávia e as de 1998 e 2002 pela Croácia).
De acordo com o IFFHS, os 512 gols de Puskás (em 528 partidas) fazem dele o terceiro maior artilheiro do século XX.

Biografia
Começou aos dezesseis anos a sua carreira de jogador profissional em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, numa equipe da sua cidade chamada Kispest, próximo de sua casa.O seu pai era um ex-jogador da equipe, do qual tornou-se treinador quando o jovem Ferenc Puskás tinha nove anos.O garoto recebera o seu novo sobrenome no ano anterior: o pai, por razões políticas, decidira trocar o sobrenome familiar original, de origem alemã.”Puskás”, em húngaro, significa “fuzileiro”.
Devido ao fato de ter o mesmo nome do pai, o garoto ficaria conhecido como “Öcsi Puskás”; “Öcsi” é a versão húngara para “júnior”. Até os doze anos de idade, utilizou o pseudônimo “Miklos Kovács” no Kispest.
Real Madrid
Inicialmente, Puskás morou um ano na vizinha capitalista Áustria, mas não conseguiu permissão para jogar. Manifestou depois desejo de jogar no futebol italiano, despertando interesse de Milan e Juventus, mas a possibilidade foi afastada com a sanção da FIFA. Foi então trazido em 1958 ao Real Madrid por seu ex-treinador no Honvéd, Emil Östreicher. Chegou cercado de críticas: não jogava com regularidade havia mais de um ano e já tinha 31 anos, parecendo distante do astro-símbolo do Honvéd e da Hungria no início da década. Segundo relatos, surpreso com a insistência dos blancos em contratá-lo, ele, com dezoito quilos acima do peso, foi franco com o presidente Santiago Bernabéu: “O senhor me olhou? Estou gordo”, no que foi respondido “Este não é problema meu, é seu”.
Todavia, demonstrou do que a sua canhota ainda era capaz; a Liga Espanhola ficou com o rival Barcelona, onde jogavam seus ex-colegas de Honvéd e Hungria, Sándor Kocsis e Zoltán Czibor (e outro compatriota, László Kubala), mas no torneio Puskás marcou 21 gols em seu retorno a jogos oficiais, logo desenvolvendo grande parceira com a estrela-mor do clube, o argentino Alfredo Di Stéfano. Juntava-se também a outro celebrado astro estrangeiro, o francês Raymond Kopa.
Puskás recebeu sua primeira convocação em 1945, com a Segunda Guerra Mundial recém-acabada, quando a Seleção Húngara se reuniu para dois amistosos contra a Áustria. Na estreia, marcou um gol na vitória por 5–2. Contudo, apenas com a reestruturação militar – quando não atuavam por seus clubes, os principais jogadores do país treinavam juntos e em tempo integral, desenvolvendo entrosamento perfeito- de Gusztáv Sebes é que os magiares voltariam a decolar – o país fora vice-campeão da Copa do Mundo de 1938.
Em 4 de junho de 1950, em vitória por 5–3 sobre a Polônia em Varsóvia daria início a uma impressionante série invicta que duraria quatro anos. Naquele ano, a Copa do Mundo voltou a ser realizada, no mundial do Brasil. Porém, a única nação do bloco comunista que competiu nas eliminatórias (e, posteriormente, no mundial) foi a Iugoslávia; a Hungria, bem como as demais nações, declinaram em participar, sem oferecer maiores explicações.
Em 1953, a Inglaterra enfim decidiu convidar a Hungria para um amistoso em Wembley. Isto fazia parte de uma tradição do English Team em provar sua superioridade sempre que uma seleção despontava na Europa; em seu mítico estádio, os britânicos costumavam aplicar uma surra nos desafiadores e continuavam a se proclamar os senhores do futebol.Os húngaros, além da conquista olímpica, estavam orgulhosos da conquista, naquele ano, da Copa Dr. Gerö, torneio precursor da atual Eurocopa. As únicas derrotas da Seleção Inglesa em seus domínios, até então, tinham vindo das outras seleções britânicas. No dia 25 de novembro, cem mil pessoas lotaram Wembley e o resultado da partida geraria uma comoção nacional entre os ingleses.
Com 90 segundos, Hidegkuti fez 1–0. Os ingleses empataram aos 13 minutos e o mesmo jogador pôs novamente a Hungria à frente aos vinte. Quatro minutos depois, Puskás aplicou um drible seco em seu marcador Billy Wright, arrastando a bola para trás com a sola de seu pé esquerdo e deixando o capitão inglês estatelado no chão, fuzilando então a meta inglesa, fazendo 3–1. Outros três minutos se passaram e o major fez o quarto. A partida terminaria 6–3. Logo um novo encontro entre as duas seleções foi marcada, para dar aos ingleses a chance da revanche. Mesmo preparando-se melhor, o English Team levou de 1–7 no Népstadion, em Budapeste. A vitória, em 23 de maio de 1954 não deixou dúvidas de que a Hungria era a melhor Seleção europeia, com seu misto de talento, disciplina e força.Outra tática era fazer um aquecimento cedo dentro de campo, enquanto o adversário ainda se preparava nos vestiários: desta forma, pegavam o oponente ainda frio e costumavam marcar uma ou duas vezes logo no início da partida.
Copa do Mundo de 1954
A um mês da Copa do Mundo de 1954, os magiares somavam 23 vitórias, 4 empates, 114 gols a favor e 26 contra em sua série invicta.
A estreia na Copa foi contra a Coreia do Sul. O resultado deixou a larga impressão de que não passara de um treino para os magiares, que venceram por 9–0, no que foi por muito tempo a maior goleada das Copas (superada apenas por um 10–1, curiosamente também aplicado pela Hungria, na Copa do Mundo de 1982 contra El Salvador). Puskás marcou duas vezes.
O jogo seguinte foi contra a Alemanha Ocidental, que escalou uma equipa de reservas, sabendo que não deveria vencer a partida. A Hungria venceu por 8–3 e Puskás marcou mais uma vez, aos 17 minutos do primeiro tempo, mas saiu no prejuízo: aos 15 minutos do segundo, sofreu uma entrada por trás de Werner Liebrich, caiu de mau jeito e torceu seriamente o tornozelo.
Para muitos, a Copa acabava para ele ali. Os colegas souberam vencer sem ele, mas o jogos foram mais difíceis: 4–2 contra Brasil nas quartas-de-final e o mesmo resultado contra o campeão Uruguai nas semifinais, este adversário só vencido em dura e extenuante prorrogação.
Na final, os húngaros enfrentariam novamente a Alemanha Ocidental, agora escalada com seus titulares e bem mais confiante, com uma trajetória crescente a cada jogo que incluiu uma goleada de 6–1 sobre a Áustria nas semifinais. Puskás finalmente voltou à equipa: mesmo com o tornozelo não totalmente curado, convenceu Gusztáv Sebes de que aguentaria jogar.
Com seu pré-aquecimento característico, a Hungria logo marcou: aos seis minutos, determinado a provar de que se recuperara, Puskás abriu o marcador após chutar rasteiro e cruzado a bola quando ela sobrou-lhe limpa depois que um cruzamento de Sándor Kocsis desviou justamente no carrasco Liebrich.
Três minutos depois, Kocsis ampliou. Porém, os alemães cumpriram à risca o esquema tático planejado por seu treinador, Sepp Herberger, que anulava a principal referência das jogadas húngaras, Nándor Hidegkuti.
Aos poucos, a Hungria passou a mostrar o desgaste físico provocado pelos duros confrontos contra Brasil e Uruguai. aos 39 minutos do segundo tempo, a Alemanha Ocidental conseguiu virar o jogo, em um de seus contra-ataques. Puskás, aos 43, conseguiu empatar. Porém, o bandeirinha marcou impedimento. Os germânicos, com bastante fôlego souberam segurar a partida, quebraram a invencibilidade húngara e sagraram-se campeões.
Embora não tenha tirado a camisa, a derrota para o Brasil acabaria realmente sendo a última partida de Puskás pela Seleção Espanhola.
Acabou tornando-se um treinador de relativo sucesso. Uma de suas melhores performances foi quando levou o Panathinaikos, da Grécia, à final da Copa dos Campeões de 1971, perdida para o Ajax de Johan Cruijff. Com a equipe, foi ainda campeão grego em 1971 e 1972. No San Francisco Golden Gate Gales, onde esteve em 1967, chegou a treinar seu compatriota László Kubala, então em fim de carreira.
Em 1997, por ocasião de seu 70º aniversário, recebeu do então presidente do Comitê Olímpico Internacional, Juan Antonio Samaranch, a ordem de honra do COI, a máxima condecoração olímpica.
Desde 2000, Puskás sofria do Mal de Alzheimer, doença degenerativa que atinge o cérebro e causa perda progressiva da memória, o que fez seu amigo Di Stéfano e outro ex-colega de Real, Amancio Amaro, viajara a Budapeste para vê-lo e saber de sua situação financeira e de saúde; seu ex-clube logo se dispôs a ajudá-lo com despesas de tratamento.
Em 2001, O Népstadion, estádio municipal de Budapeste, passaria a chamar-se Estádio Puskás Ferenc em uma justa homenagem ao maior símbolo do futebol húngaro. Uma última grande homenagem em vida veio em 2004, quando foi eleito o melhor jogador da Hungria dos cinquenta anos da UEFA, nos Prêmios do Jubileu da entidade.
Morte
O ídolo morreu em Budapeste, no dia 17 de novembro de 2006, depois de ficar internado com uma pneumonia durante cerca de dois meses, recebendo um funeral de Estado. Quatro anos depois, foi anunciada a estreia de um musical que destaca os feitos dele e de seus companheiros na Copa do Mundo de 1954. O espetáculo, que contém gravações e fragmentos de documentários da época, leva o nome da alcunha daquele mítico elenco: “A equipe de ouro”.
Prémio FIFA Ferenc Puskás
Em 20 de outubro de 2009 a FIFA criou o Prémio FIFA Ferenc Puskás a fim de premiar o jogador(a) que marcou o gol mais bonito do ano.

“ É importante preservar a memória dos grandes nomes do futebol que deixaram sua marca na nossa história. Ferenc Puskás era não só um jogador com imenso talento que ganhou muitas honras, mas também um homem notável. É, portanto, um prazer para a FIFA lhe prestar homenagem e lhe dedicar este prémio à sua memória ”
O prazo para o primeiro prêmio foi julho de 2008 a julho de 2009. O prémio anual foi apresentado pela primeira vez durante a gala FIFA World Player of The Year, no dia 21 de dezembro 2009, na Suíça.

De☻lho no Mundo – Degradação Social nos Estados Unidos


O que fazer com drogados terminais ou vítimas de doenças mentais que acabam nas ruas, levando vidas miseráveis e arredios a ajuda para sair dessa condição?
É uma das perguntas mais difíceis de responder e um teste para nossa humanidade. Todo mundo é humanista até ser intimidado por um pedinte ou ver sua rua transformada em fossa séptica.
Mas o fato é que as cenas de degradação que, infelizmente, se tornaram tão frequentes em centros urbanos brasileiros agora se espalham por um país rico e desenvolvido como os Estados Unidos.
O problema, obviamente, tem causas múltiplas, inclusive falhas nas redes de proteção social. Impossível é deixar de ver que “soluções” como a liberação das drogas, apresentada por seus defensores como uma saída mágica, e o ativismo judicial que se propagou pelas máquinas da administração pública estão contribuindo gravemente para piorá-lo.
Cidades que eram associadas a tudo de bom que o modo de vida americano produz, como Los Angeles, São Francisco e Portland, hoje têm áreas intensamente degradadas.
Portland, do progressista estado de Oregon, pioneiro na liberação das drogas, incluindo heroína, uma espécie de crack dos países ricos, teve 1069 mortes do overdose no ano passado, um aumento de 40% em relação a 2020.
O tráfico sem repressão, o uso irrestrito de drogas e a população de pessoas sem teto nem esperança produzem o mesmo que qualquer cracolândia brasileira: cenas deprimentes de viciados completamente atordoados, ruas fétidas e a sensação de que seus infelizes habitantes estão num beco sem saída. Os republicanos não deixam esquecer que as grandes cidades americanas têm todas décadas de prefeitos democratas que seguem exatamente o oposto da “tese das vitrines quebradas”.
Como em qualquer país, quem mais sofre com a criminalidade são os mais pobres, submetidos à lei das gangues e ao temor de ver seus filhos tragados pela bandidagem. Ironicamente, muitos imigrantes clandestinos, especialmente da América Central, vão para os Estados Unidos em busca de uma vida sem esses riscos. A qualidade de vida e a segurança, em grande parte do país, continuam a ser admiráveis. Mas a degradação de áreas urbanas e a falácia de que criminosos são as verdadeiras vítimas estão plantando pequenas Honduras no coração da superpotência americana.

Cientistas inserem gene de jacaré em bagre para torná-lo mais resistente


Os pesquisadores da Universidade de Auburn, no estado norte-americano do Alabama, publicaram os resultados em janeiro em um artigo no site biorxiv.org, que ainda não foi revisado por pares. Os cientistas descobriram que um tipo de gene do jacaré pode ser uma resposta para proteger contra doenças nos peixes, pois codifica uma proteína antimicrobiana chamada catelicidina. Nos répteis, a estrutura ajuda contra infecções nas feridas que os animais sofrem durante lutas agressivas entre si. Utilizando a técnica de edição genética CRISPR, os pesquisadores inseriram o gene de jacaré na parte do genoma que codifica um importante hormônio reprodutivo sem o qual os peixes são incapazes de desovar.
Isso reduziu a capacidade de reprodução dos bagres, segundo conta Rex Dunham, um dos autores do estudo, ao site MIT Techonology Review. Tornar os bagres estéreis era importante para que os animais transgênicos não causassem estragos na natureza, gerando competição por comida e habitat.

Quando os cientistas colocaram dois tipos diferentes de bactérias causadoras de doenças em tanques de água, eles descobriram que os peixes “editados” tinham muito mais chance de sobreviver do que aqueles sem edição genética. Dependendo da infecção, “a taxa de sobrevivência dos peixes transgênicos com catelicidina era de duas a cinco vezes maior”, de acordo com Dunham. Supondo que o bagre modificado seja aprovado para a venda, ele não deve ser um risco para a saúde humana. Após o peixe ser cozido, a proteína produzida pelo gene do jacaré perde sua atividade biológica, segundo assegurou Baofeng Su, coautor da pesquisa, ao MIT Technology. “De qualquer forma, muita gente já come carne de jacaré”.

Astrônomos detectam planeta rochoso com massa terrestre em zona habitável


Satélite da Nasa descobre planeta do tamanho da Terra em zona habitável
Segundo os cientistas, o planeta recém-descoberto orbita a anã vermelha Wolf 1069 e pode ter uma atmosfera. Dos mais de 5 mil exoplanetas descobertos até agora, apenas cerca de uma dúzia tem massa semelhante à terrestre e povoa a zona habitável. O novo astro entra para esta lista de mundos nos quais a vida poderia ter evoluído, sendo o sexto planeta com massa terrestre mais próximo na zona habitável em torno de sua estrela hospedeira.
Como parte do projeto Carmenes, os autores da pesquisa desenvolveram um instrumento específico para a busca de mundos potencialmente habitáveis. A equipe está usando este aparelho no Observatório Calar Alto, na Espanha.
“Quando analisamos os dados da estrela Wolf 1069, descobrimos um sinal claro e de baixa amplitude do que parece ser um planeta com massa aproximada da Terra”, relata Kossakowski, em comunicado. “Ele orbita a estrela em 15,6 dias a uma distância equivalente a um décimo quinto da separação entre a Terra e o Sol.”
Conforme explica a especialista, a zona habitável do exoplaneta é deslocada para dentro, pois a superfície da anã vermelha é relativamente fria, parecendo laranja-avermelhada. Apesar de sua curta distância da estrela, Wolf 1069 b recebe só apenas cerca de 65% da potência radiante que a Terra ganha do Sol. Essas condições o tornam amigável à vida.
Planetas em torno de anãs vermelhas como este têm rotação travada na órbita de sua estrela hospedeira. Ou seja, a estrela sempre aponta para o mesmo lado do planeta, o que resulta em um dia eterno, enquanto do outro lado é sempre noite.
É possível que a temperatura média de Wolf 1069 b, mesmo no lado voltado para a anã vermelha, seja de apenas -23ºC, caso ele seja um planeta nu e rochoso. Por outro lado, se o astro tiver atmosfera, sua temperatura poderia ser de 13ºC — neste cenário, a água permaneceria líquida.
Se a radiação de uma estrela for muito intensa, ela também pode remover a atmosfera de um planeta, como aconteceu com Marte. Mas as anãs vermelhas emitem apenas uma radiação relativamente fraca, o que sugere que a atmosfera de Wolf 1069 b pode ter sido preservada.
As observações de candidatos à vida tão longínquos como Wolf 1069 b estão além das capacidades atuais da pesquisa astronômica, embora equipamentos futuros, como o Extremely Large Telescope (ELT), atualmente em construção no Chile, possam ajudar nos estudos. “Provavelmente teremos que esperar mais dez anos para isso”, prevê Kossakowski.

Optica – Olho Biônico a Caminho


Cientistas da Universidades de Sydney e de New South Wales criaram um olho biônico conectado a uma câmera que promete ajudar cegos a enxergar. O aparelho funciona quando o aparelho é acoplado a um par de óculos. O olho biônico, chamado de Phoenix 99, é composto por duas partes que se comunicam. Uma delas é instalada na retina – camada de células localizada na parte de trás do olho responsável por converter a luz em mensagens elétricas – do usuário. A outra parte do olho é um módulo instalado atrás da orelha. A visão acontece depois que a câmera, acoplada a um par de óculos, transmite as imagens para o módulo instalado atrás da orelha, e este traduz as imagens em instruções para o olho biônico estimular a retina.
Os estímulos acionam os neurônios, que entregam a mensagem para o cérebro, que por fim interpretará a visão da cena.
os olhos biônicos foram testados em um pequeno rebanho de ovelhas durante três meses. Eles foram implantados cirurgicamente atrás das retinas dos animais. Além de serem bem aceitos, causaram a restauração parcial da visão. “Não houve reações inesperadas do tecido ao redor do dispositivo e esperamos que ele possa permanecer no local por muitos anos”, diz Samuel Eggenberger, engenheiro biomédico da Escola de Engenharia Biomédica da Universidade de Sydney, em nota. “Nossa equipe está entusiasmada com este resultado extraordinário, que nos dá confiança para avançar em direção aos testes humanos do dispositivo.” A equipe de pesquisadores está confiante de que o dispositivo possa ajudar a restaurar a visão de pacientes com deficiência visual grave e cegueira causada por doenças degenerativas. Os responsáveis pela pesquisa vão solicitar aprovação ética, antes de realizar ensaios clínicos em pacientes humanos. Enquanto isso, vão continuar testando técnicas avançadas de estimulação.

Biologia – Os Sistemas Sensoriais Humanos


Aristóteles estabeleceu a existência de cinco sentidos humanos clássicos em sua obra “De Anima” (A alma, Livro II, capítulos 7-11, os cinco sentidos). E assim, continuamos a ensinar e aprender até os dias atuais.
Atualmente, isto é questionado por diferentes cientistas que tentam redefinir os conceitos de sentido e percepção. Eles questionam a quantidade e também tentam redefinir os conceitos em uma teoria explicativa mais coerente.
Alguns conseguem listar até 26 sensações diferentes, decompondo a percepção em inúmeros sentidos diferenciados. Enquanto outros, como Don Katz, consideram que todos são apenas nuances diferentes de um único sentido humano. E propõe uma grande síntese dos sentidos em um único sistema.
A grande maioria dos pesquisadores já reconhece 7 sistemas sensoriais, baseados na existência de 4 componentes importantes que caracterizam um sentido humano:
cada um é especializado em interpretar um tipo específico de informação que nos ajuda a nos situar e perceber o mundo ao nosso redor.
existe um órgão com sensores especializados em detectar a informação, sendo ativados pela interação com o estímulo.
O estímulo é transmitido ao cérebro por um sistema neural.
Uma região do cérebro é responsável pela interpretação da informação neural.

Visão
A VISÃO é a capacidade dos OLHOS focarem e detectarem imagens formadas pela LUZ VISÍVEL e gerar IMPULSOS NERVOSOS ELÉTRICOS para a variedade de cores, tons e luminosidade.
A PERCEPÇÃO VISUAL é como o CÉREBRO processa estes impulsos – reconhecer, diferenciar e interpretar os estímulos visuais por meio de comparações com experiências anteriores e um sistema de regras interpretativas (que podem levar às ilusões).

Olfato
É nossa habilidade de detectar aromas – MOLÉCULAS aromáticas dispersas no ar.
O sistema olfativo começa no nariz que possui centenas de RECEPTORES olfatórios. As moléculas aromáticas possuem uma variedade de aspectos que, então, excitam receptores específicos com mais ou menos intensidade. Esta combinação de excitações é interpretada pelo CÉREBRO para que possamos perceber o “cheiro” ou “aroma”.
Como a INFORMAÇÃO OLFATÓRIA é codificada no cérebro para permitir uma percepção adequada ainda está sendo pesquisada e o processo ainda não é completamente compreendido. Entretanto, o que sabemos que a natureza química do odorante é particularmente importante, pois pode haver um MAPA QUIMOTOPICO no cérebro.

Paladar
Ou gustação, se refere à capacidade de detectar o sabor de substancias tais como alimentos, certos minerais, e venenos, etc. O sentido do paladar é geralmente confundido com o SABOR que é uma combinação da percepção do olfato e do paladar.
O ser humano recebe a informação do gosto por meio de ÓRGÃOS SENSORIAIS chamados PAPILAS GUSTATIVAS concentradas na superfície superior da língua. Existem cinco sabore básicos: doce, amargo, azedo, salgado e umami.

Audição
Ouvir , ou a audição, é a habilidade de perceber SONS, detectando VIBRAÇÕES, mudanças na pressão do meio (na maioria das vezes, o ar) que nos cerca ao longo do tempo, por meio de órgãos muito específicos, as ORELHAS.
Como com a visão, o processamento auditivo se baseia sobre como o cérebro interpreta, reconhece e diferencia os estímulos sonoros.

Tato
Ou sistema somatossensorial, é uma percepção resultante da ativação de receptores neurais, geralmente na pele, incluindo os folículos capilares e uma variedade de receptores de pressão que reagem às variações em pressão).
O sistema somatossensorial é um sistema sensório diverso que está espalhado por todas as principais partes de seu corpo. No caso mais simples, o sistema funciona quando a atividade em um receptor sensório é disparada por um estímulo específico (tal como calor); este sinal eventualmente passa para uma área no cérebro unicamente dedicada àquela área do corpo e isto permite que o estimulo processado seja sentido como a localização correta.

Equilíbrio
O sistema vestibular explica a percepção de nosso corpo em relação à gravidade, movimento e equilíbrio. O sistema vestibular mede aceleração, força-G, movimentos do corpo e a posição da cabeça.
Exemplos do sistema vestibular na vida prática incluem saber que você está se movendo quando está dentro de um elevador, saber se você está deitado ou em pé, e ser capaz de caminhar ao longo de um travessão de equilíbrio.

Sistema de Propriocepção (posição relativa)
É o sentido da posição relativa de partes vizinhas do corpo e intensidade do esforço de ser colocado em movimento. Este sentido é muito importante pois ele nos permite saber exatamente onde as partes de seu corpo estão, como estamos posicionados no espaço e planejar nossos movimentos.
Exemplos de propriocepção na vida prática incluem ser capaz de bater palmas com nossas mãos com nossos olhos fechados, escrever com um lápis e aplicar uma pressão adequada, e navegar por meio de um espaço estreito.

Conclusão
Sem os órgãos dos sentidos nada seríamos. São eles que nos permitem enxergar, ouvir, saborear o alimento, sentir os cheiros agradáveis e também os desagradáveis, além de nos permitir sentir tudo aquilo que toque nossa pele.
Os órgãos dos sentidos são extensões do sistema nervoso cheios de sensores que capturam diferentes estímulos internos e externos e os enviam ao cérebro na forma de impulsos nervosos. Esses impulsos chegam até uma região chamada córtex cerebral, onde cada sentido possui uma área correspondente, que interpreta as sensações.

Livraria Cultura tem falência decretada pela Justiça de São Paulo


Uma das redes mais tradicionais do país, teve falência decretada pela Justiça de São Paulo nesta quinta-feira (9/fev/2023). A decisão ocorre mais de quatro anos após a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível aceitar o pedido de recuperação judicial da companhia.
Na época, a livraria já alegava estar em crise econômico-financeira. O pedido de recuperação havia informado dívidas de R$ 285,4 milhões – a maior parte com fornecedores e bancos.
A companhia vinha enfrentando uma forte crise desde meado de 2015, após o encolhimento do mercado editorial.

Livraria Cultura tem falência decretada pela Justiça de São Paulo
Uma das redes mais tradicionais do país, teve falência decretada pela Justiça de São Paulo nesta quinta-feira (9/fev/2023). A decisão ocorre mais de quatro anos após a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível aceitar o pedido de recuperação judicial da companhia.
Na época, a livraria já alegava estar em crise econômico-financeira. O pedido de recuperação havia informado dívidas de R$ 285,4 milhões – a maior parte com fornecedores e bancos.
A companhia vinha enfrentando uma forte crise desde meado de 2015, após o encolhimento do mercado editorial.

Música Contemporânea Fica Ainda Mais Pobre


Burt Bacharach, compositor e músico, morre aos 94 anos

Ele ganhou três estatuetas no Oscar e escreveu sucessos para artistas como Dione Warwick. Lista de hits tem clássicos como ‘Raindrops Keep Fallin on My Head’ e ‘I Say a Little Prayer’.
Desde o começo dos anos 60, as composições de Bacharach conquistaram grandes nomes da música americana, como Dione Warwick. Ela gravou várias canções cocriadas por ele, com destaque para “I Say a Little Prayer”.
O músico ganhou três estatuetas no Oscar: Melhor Trilha Sonora e Música Original, em 1982 (“Arthur, o Milionário Sedutor”); e Trilha Sonora em 1970 (“Butch Cassidy”). Na trilha do filme protagonizado por Paul Newman, o maior destaque era “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, cantada por B. J. Thomas, também já falecido.
Bacharach se dizia em busca de um pop perfeito e unia a classe da música sinfônica do final do século 19 com a orquestração pop moderna.
O maior parceiro era o letrista Hal David, que morreu em 2012. Juntos, eles escreveram músicas como “The Look of Love” (famosa na voz de Dusty Springfield e trilha do filme “Casino Royale”).
A música teve outras versões, incluindo uma do pianista brasileiro Sergio Mendes. A regravação o levou ao quarto lugar da principal parada da revista americana “Billboard”, em 1968.
“This Guy’s in Love With You”, lançado por Herb Alpert em 1968, foi hit número um da parada americana. “(They Long to Be) Close to You” também chegou ao topo das paradas dos Estados Unidos, em 1970, em performance do Carpenters.
“What’s New Pussycat?”, cantada por Tom Jones; “Magic Moments”, com Perry Cuomo; e “Heartlight”, com Neil Diamond, são outros sucessos que chegaram ao top 5 americano.
Seis Grammys no currículo
No Grammy, Bacharach teve ao todo 21 indicações e seis prêmios. Os gramofones mais recentes foram os de Álbum de Pop Instrumental, em 2006; e um prêmio especial pela carreira, em 2008.
“That’s What Friends Are For”, com Dione Warwick, Stevie Wonder, Gladys Knight e Elton John, levou o Grammy de Música do Ano, em 1987. A canção foi lançada em uma campanha para arrecadar fundos no combate à AIDS.

Bacharach também apareceu nos filmes de Austin Powers, paródia de James Bond estrelada por Mike Myers com temática dos anos 60.
O último grande colaborador foi Elvis Costello, com quem escreveu e fez shows. A parceria com o cantor inglês começou nos anos 90, com várias músicas incluídas em um box de discos chamado “The Songs of Bacharach & Costello”, lançado em 2023.
O músico foi casado quatro vezes. Ele deixa a esposa Jane Hansen e dois filhos, Oliver e Raleigh.

Astronomia – O Cometa Verde


O cometa foi descoberto em 2 de março de 2022, por astrônomos usando a câmera de pesquisa de campo amplo do Zwicky Transient Facility, no Observatório Palomar no condado de San Diego, na Califórnia. E fez sua maior aproximação do Sol em 12 de janeiro, de acordo com a Nasa.
Batizado como C/2022 E3 (ZTF), o cometa tem uma órbita ao redor do Sol que passa pelos confins do sistema solar, razão pela qual demorou tanto para passar pela Terra novamente, de acordo com a The Planetary Society.
De acordo com a EarthSky, os observadores que estavam no hemisfério norte com telescópios tiveram que olhar para o horizonte nordeste pouco antes da meia-noite para ver o cometa em 12 de janeiro.

Quando e como ver o cometa?
De acordo com a EarthSky, o objeto celeste gelado, que vem aumentando o brilho à medida que se aproxima do Sol, fará sua passagem mais próxima da Terra entre 1º e 2 de fevereiro, a cerca de 42 milhões de quilômetros de distância.

À medida que o cometa se aproxima da Terra, os observadores poderão identificá-lo como uma mancha verde fraca perto da brilhante estrela Polar, também chamada de Estrela do Norte, e deve ser visível no início da noite.

Segundo a Nasa, o cometa está visível no céu da manhã para observadores do hemisfério norte durante a maior parte de janeiro e para observadores do hemisfério sul no início de fevereiro.

Dependendo de seu brilho nas próximas semanas, o C/2022 E3 (ZTF) pode até ser visível a olho nu em céus escuros no final de janeiro.
O cometa pode ser distinguido das estrelas por suas caudas de poeira e partículas energizadas, bem como pela nuvem verde brilhante que o envolve. A nuvem é um envelope que se forma ao redor de um cometa quando ele passa perto do Sol, fazendo com que seu gelo se sublime, ou se transforme diretamente em gás. Isso faz com que o cometa pareça embaçado quando visto através de telescópios.