Psicologia – Por que o medo de ser otário faz mal para você


A versão original do Bolsa Família, que vigorou entre 2003 e 2019, foi um dos programas de transferência de renda mais bem-sucedidos do mundo. Custava uma fatia minúscula do PIB brasileiro – algo entre 0,5% e 0,8%, nos primeiros anos –, atendia um quarto da população e garantia que crianças carentes estivessem matriculadas em escolas públicas e com as vacinas em dia. Caso o contrário, o benefício não caía na conta das mães.

Um estudo realizado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) averiguou se jovens que tinham entre 7 e 16 anos em 2005 e estavam cadastrados no Bolsa Família na época continuavam recebendo dinheiro em 2019. Resultado: 64% dessa primeira leva de beneficiários havia saído da lista, e 45% haviam tido pelo menos um emprego formal entre 2015 e 2019.

um número razoável, considerando que mais de 40% da população brasileira está no mercado informal. Ou seja: não há evidência de que o programa crie preguiçosos dependentes do Estado.  Outra ideia comum, a de que pessoas pobres teriam mais filhos de propósito para receber mais benefício, também se provou falsa, já que a fertilidade de pessoas de baixa renda caiu nas últimas duas décadas. Ninguém é contra dar comida a quem tem fome. O que acontece é um pouco mais sutil: as pessoas de classe média e alta, que arcam com o grosso dos impostos, têm medo de estarem sendo feitas de otárias  pelo governo federal ou pelas famílias carentes. 

Uma pesquisa realizada por dois sociólogos americanos com 840 pessoas de vários países revelou que a maioria esmagadora dos entrevistados considera que políticas públicas de alimentação, moradia, atendimento médico ou auxílio-creche são preferíveis às de distribuição de dinheiro, já que não se poderia confiar na capacidade das famílias de gastá-lo ciosamente. O problema de confiar nos outros é que os outros não sabem se podem confiar em você. Há um ramo da matemática chamado teoria dos jogos que se dedica justamente a investigar por que as pessoas escolhem certas atitudes quando querem sair na vantagem.

Em geral, portanto, somos mais sensíveis aos supostos golpes que vêm de classes sociais mais baixas, porque eles parecem ameaçar nosso status. Apanhar de quem já está por cima, por outro lado, é algo esperado. Vale, portanto, combater esse comodismo se quisermos uma sociedade minimamente justa. Garantir cotas a pessoas negras em vestibulares – ou chances iguais para mulheres em processos seletivos – não vai, de fato, tirar oportunidades de estudo e de emprego dos privilegiados que já nasceram com mais chances. Vale também para o campo da segurança pública, claro. Não é coincidência que a criminalidade seja menor em países com políticas sociais melhores. Em suma: faz bem abaixar a guarda e encarar a vida com uma estratégia menos defensiva. Buscar avanços sociais, afinal, não é fazer ninguém de trouxa.

É garantir um ambiente melhor para todos, inclusive para quem está no topo da pirâmide.

Medicina-A Bioquímica da Felicidade


Porque a felicidade é fugidia: às vezes conseguimos agarrá-la, e queremos ficar assim para sempre, mas aí ela começa a escorrer como areia por entre os dedos – ou simplesmente some, sem motivo aparente, para reaparecer tempos depois.
Ela é muito mais do que ter saúde, dinheiro, liberdade e uma rede de apoio social – os critérios usados pelo World Happiness Report, da ONU, para medir o grau de felicidade de uma nação. O Brasil aparece apenas na 38a posição; e os países mais felizes do mundo são, pela ordem, Finlândia, Dinamarca e Islândia. A Finlândia, aliás, lidera o ranking há cinco anos. Só que 18,8% da sua população tem algum problema psicológico, especialmente depressão – o percentual mais alto da União Europeia. Você pode “ter” tudo, objetivamente, e mesmo assim não se sentir feliz.
Cada vez mais gente tenta resolver o problema recorrendo aos antidepressivos, mas isso desencadeou um fenômeno curioso: ao mesmo tempo em que aumenta o uso desses medicamentos,a porcentagem de deprimidos na sociedade segue crescendo. Em 2013, segundo dados do IBGE, eram 7,6% dos brasileiros.
Recentemente, um trabalho publicado por cientistas ingleses jogou lenha na fogueira. Eles revisaram os dados de 17 grandes estudos, que somados avaliaram mais de 100 mil pessoas, e chegaram a uma conclusão bombástica: não existe relação entre a depressão e baixos níveis de serotonina no cérebro – o que a maior parte dos antidepressivos trata.Uma onda de manchetes dizendo que essas drogas não funcionam, e seu efeito é mero placebo. Todos os antidepressivos que estão no mercado, porém, foram submetidos a testes clínicos, e passaram.
O mais provável é que a felicidade, e a infelicidade, estejam relacionadas a mecanismos cerebrais mais complexos do que se imagina.
O que é, exatamente, a felicidade? Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles. O melhor caminho para entender a felicidade parece estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.
A hedonia é imediata, e se manifesta em situações pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que você adora.Ela é aquela sensação súbita de felicidade após fazer ou viver algo bom. Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e morais e buscando evoluir como indivíduo.
É a combinação dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõe a felicidade. Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará, mas, aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser naturalmente pessimista. 
Pesquisas norte americanas de várias instituições científicas apresentou uma descoberta revolucionária: experiências em ratos haviam mostrado que uma molécula, a neurotensina, era a responsável pela classificação das memórias como positivas ou negativas. “Quando alteramos artificialmente a concentração de neurotensina na amígdala, conseguimos mudar o comportamento dos ratos”, diz Hao Li, neurologista do Salk Institute em um estodo que também contou com pesquisadores do MIT, das universidades Harvard e de Michigan.
“É a quantidade de neurotensina disponível que gera o balanço entre o processamento das memórias, que vai definir se elas serão positivas ou negativas”.
A neurotensina é uma molécula formada por 13 aminoácidos. Foi identificada pela primeira vez no cérebro de bois – e também está presente em outros animais, humanos inclusive.
Ela circula por todo o sistema nervoso, embora sua maior concentração esteja no hipotálamo (que regula funções básicas, como sede, apetite, temperatura corporal e pressão arterial)e na amígdala (ligada ao comportamento social, ao controle das emoções e ao medo).

O estudo em ratos demonstrou que o cérebro deles precisa fazer mais esforço,produzindo a neurotensina, para gravar memórias boas. Existe uma propensão à negatividade; e isso pode ser proposital.
“Acredito que a tendência a formar memórias ligadas ao medo seja resultado da evolução: do ponto de vista da sobrevivência, evitar o perigo sempre foi muito mais importante do que buscar recompensas”.
Na psicologia, há uma série de estudos mostrando que a mente humana é especialmente sensível a informações e acontecimentos negativos: eles causam efeitos mais profundos e duradouros do que as experiências positivas.
Você já deve ter notado isso. Quando acontece alguma coisa boa, a gente eventualmente esquece dela – mas as ruins ficam na cabeça por muito mais tempo. E a neurotensina (ou a ausência dela) pode ter a ver com isso.

O papel dessa substância na formação das memórias começou a ficar mais claro em 2011, quando cientistas dos EUA e da China submeteram 460 voluntários a análises genéticas e testes de memória. Os pesquisadores constataram que cerca de 5% daquelas pessoas apresentavam duas mutações em um determinado gene, o NTSR1, que controla a quantidade de receptores de neurotensina no cérebro. O cérebro está sempre funcionando a todo vapor. Ele gasta muito mais energia do que qualquer outro órgão (sozinho, queima 20% de todas as calorias que você ingere), e isso acontece mesmo quando a mente está em repouso. Uma das características mais típicas da tristeza é ficar ruminando as coisas: repetir muitas vezes os mesmos pensamentos negativos, que ocupam um tempo enorme e vão assumindo um peso bem maior do que o real. Quem tem depressão também costuma fazer isso. E o motivo pode estar na Rede de Modo Padrão. 

Há alguns estudos mostrando que, nas pessoas com a chamada “ruminação depressiva”. É como se a rede trabalhasse demais ou de forma errada, e isso ajudasse a desencadear pensamentos negativos.
A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não, mesmo quando não há estímulos claramente negativos. Na década de 1970, a ciência conseguiu identificar regiões cerebrais envolvidas no prazer – monitorando a atividade cerebral de voluntários durante o orgasmo, a área mais ativada foi a do septo cerebral, uma membrana bem no meio do cérebro – a mesma que havia sido estimulada, e gerado uma forte reação, nos testes em ratos.
O trabalho, publicado por cientistas da University College London, é categórico: baixa serotonina não causa a doença. Ele também mostra, citando as conclusões de outros estudos, que o uso de antidepressivos pode até reduzir a quantidade de serotonina no sangue.
Só tem um detalhe: na prática, esses remédios funcionam. Isso foi comprovado por diversos estudos ao longo das últimas décadas, em pacientes das mais variadas idades, etnias, histórico pessoal e condições sociais. “Os antidepressivos funcionam, ainda que seu mecanismo de ação seja conhecido apenas de forma periférica”. É assim com muitos remédios. Até alguns dos mais banais, como o anti-inflamatório paracetamol, não têm seu mecanismo de ação plenamente compreendido pela ciência.Depressão e patologias à parte, a tristeza e a felicidade se complementam. Da mesma forma que ninguém deve se afundar numa bad, também não é razoável querer uma rotina 100% feliz, ao estilo Instagram. Vale a pena andar na montanha russa das emoções – mesmo que isso signifique encarar uma sequência interminável, muitas vezes imprevisível, de subidas e descidas. Por mais que estejamos sempre correndo atrás da felicidade, sabemos que ela vai escapar e voltar sem muito controle, guiada por balés neuroquímicos e ventos da vida.

Psicanálise é uma Pseudociência?


Seria como dizer que existem estrelas e planetas, mas a Astrologia passa longe de ser uma Ciência.
Tal como as evidências históricas sobre Jesus ter existido não provam seus milagres, as descobertas neuropsicológicas sobre o inconsciente ainda não provaram as principais hipóteses psicanalíticas.
Freud acreditava que lembranças doloridas de um trauma poderiam ser reprimidas no inconsciente, tornando-se inacessíveis á consciência. No entanto, evidências científicas parecem não apoiar. Pseudociências são doutrinas que emborta careçam de confiabilidade, são defendidas como se fossem confiáveis. Desde o seu nascimento, a psicanálise vem sido criticada. Muitas religiões por exemplo, podem melhorar a vida social dos fiéis, dando a eles respostas reconfortantes, mas isso não faz com que as doutrinas religiosas sejam científicas. Isso vale também para a Psicanálise.

Comportamento – O que é Nostalgia?


É um termo que descreve uma sensação de saudade idealizada, e às vezes irreal, por momentos vividos no passado associada a um desejo sentimental de regresso, impulsionado por lembranças de momentos felizes e antigas relações sociais. A palavra vem do grego nóstos (νόστος – “reencontro”) e ἄλγος (álgos – “dor, sofrimento”). A nostalgia já foi considerada uma condição médica no início da Era Moderna por ser associada à melancolia, além de ser importante na literatura como um frequente tropo no Romantismo.
A nostalgia é diferente da saudade, pois a saudade é direcionada a um alvo ou momento específico, e até pode ser superada pela presença ou repetição, já a nostalgia não pode ser superada no campo físico pois diz respeito somente a uma visão idealizada de passado que cada um possui.
Costumeiramente associa-se o sentimento nostálgico a emissões sonoras de baixa frequência. Podemos sentir nostalgia em vários casos, como ouvindo músicas do passado, exalando algum cheiro, relembrando momentos/acontecimentos vividos no passado, etc.

Auto Ajuda-Como ter Equilíbrio e Auto Controle


Você já deve ter sentido ansiedade, nervosismo, raiva e diversas outras sensações em determinados momentos da vida.
Enquanto seres humanos, é muito comum e natural experienciarmos diferentes sentimentos de acordo com os estímulos que recebemos e com os ambientes em que estamos.
Contudo, existem certos momentos em que os sentimentos podem nos pregar peças e nos prejudicar – seja na vida pessoal, acadêmica ou profissional.
Quem nunca ficou nervoso demais e não conseguiu se expressar bem em uma entrevista de emprego? Ou foi tomado por aquele famoso “branco” na hora de responder uma questão do Enem por conta da ansiedade?
O autocontrole é uma habilidade essencial para todas as pessoas, tanto para os que buscam crescer profissionalmente quanto para aqueles que querem cultivar boas relações.
Pensando nisso, o EAD Univali preparou um conteúdo exclusivo sobre autocontrole, explicando a importância e como desenvolver essa habilidade.
Autocontrole é a capacidade de dominar seus próprios impulsos, emoções e paixões.
Essa habilidade não diz respeito a frear ou impedir que os sentimentos nos atinjam, mas trata de uma forma mais saudável de lidar com as emoções, especialmente as negativas.
O autocontrole ajuda a ter inteligência emocional para guiar as emoções negativas, como a ansiedade, o estresse e o nervosismo.
Na maioria das vezes, não é possível impedir que emoções ruins nos aflijam, uma vez que são espontâneas e automáticas em certas situações.
No entanto, a pessoa que tem autocontrole consegue lidar melhor com esses sentimentos, fazendo com que a resposta a eles seja a melhor possível.
Ainda está difícil de entender? Vamos a um exemplo!
Imagine a seguinte situação: João está fazendo o Enem pela primeira vez e está sentindo muito nervosismo.
Se João não tem autocontrole, ele vai acabar respondendo de forma negativa a essa emoção, deixando-a interferir em sua capacidade de raciocinar.
Por outro lado, se João é uma pessoa com autocontrole, é bem provável que ele consiga internalizar a situação e controlar esse impulso que o impede de pensar claramente.
O autocontrole é uma das habilidades mais essenciais da vida. Afinal, sem ele, não conseguiríamos lidar com grande parte das situações cotidianas.
Já imaginou se as pessoas cedessem a preguiça e decidissem não ir trabalhar? Ou se cada vez que você recebesse uma crítica passasse a descontar em todos ao seu redor? A vida seria bem complicada, não é mesmo?
O autocontrole é uma habilidade que regula nosso comportamento e nos leva a agir de forma mais equilibrada, incluindo desde situações mais simples, como chegar pontualmente no trabalho, até aquelas um pouco mais desafiadoras, como gerenciar a raiva em um momento de estresse.
Cada experiência vai exigir níveis diferentes de autocontrole. É por isso que muitas pessoas dominam essa habilidade de forma mais abrangente e conseguem controlar seus impulsos com mais facilidade do que outras.
No entanto, independente de você já dominar ou não o autocontrole, é sempre possível aperfeiçoar essa habilidade.
Ela trará diversos benefícios para suas relações pessoais e profissionais.
Além disso, se cada um fizer a sua parte, poderemos viver em uma sociedade em que todos se respeitam, são mais pacientes e empáticos uns com os outros.
Você sabe o que é autocontrole emocional?
Você já deve ter sentido ansiedade, nervosismo, raiva e diversas outras sensações em determinados momentos da vida.
Enquanto seres humanos, é muito comum e natural experienciarmos diferentes sentimentos de acordo com os estímulos que recebemos e com os ambientes em que estamos.
Contudo, existem certos momentos em que os sentimentos podem nos pregar peças e nos prejudicar – seja na vida pessoal, acadêmica ou profissional.
Quem nunca ficou nervoso demais e não conseguiu se expressar bem em uma entrevista de emprego? Ou foi tomado por aquele famoso “branco” na hora de responder uma questão do Enem por conta da ansiedade?
O autocontrole é uma habilidade essencial para todas as pessoas, tanto para os que buscam crescer profissionalmente quanto para aqueles que querem cultivar boas relações.
Essa habilidade não diz respeito a frear ou impedir que os sentimentos nos atinjam, mas trata de uma forma mais saudável de lidar com as emoções, especialmente as negativas.
O autocontrole ajuda a ter inteligência emocional para guiar as emoções negativas, como a ansiedade, o estresse e o nervosismo.
Na maioria das vezes, não é possível impedir que emoções ruins nos aflijam, uma vez que são espontâneas e automáticas em certas situações.
No entanto, a pessoa que tem autocontrole consegue lidar melhor com esses sentimentos, fazendo com que a resposta a eles seja a melhor possível.
Ainda está difícil de entender? Vamos a um exemplo!
Imagine a seguinte situação: João está fazendo o Enem pela primeira vez e está sentindo muito nervosismo.
Se João não tem autocontrole, ele vai acabar respondendo de forma negativa a essa emoção, deixando-a interferir em sua capacidade de raciocinar.
Por outro lado, se João é uma pessoa com autocontrole, é bem provável que ele consiga internalizar a situação e controlar esse impulso que o impede de pensar claramente.
Mas como se desenvolve o autocontrole? Fique conosco que explicaremos nos tópicos a seguir.
Qual a importância do autocontrole?
O autocontrole é uma das habilidades mais essenciais da vida. Afinal, sem ele, não conseguiríamos lidar com grande parte das situações cotidianas.
Já imaginou se as pessoas cedessem a preguiça e decidissem não ir trabalhar? Ou se cada vez que você recebesse uma crítica passasse a descontar em todos ao seu redor? A vida seria bem complicada, não é mesmo?
O autocontrole é uma habilidade que regula nosso comportamento e nos leva a agir de forma mais equilibrada, incluindo desde situações mais simples, como chegar pontualmente no trabalho, até aquelas um pouco mais desafiadoras, como gerenciar a raiva em um momento de estresse.
Cada experiência vai exigir níveis diferentes de autocontrole. É por isso que muitas pessoas dominam essa habilidade de forma mais abrangente e conseguem controlar seus impulsos com mais facilidade do que outras.
No entanto, independente de você já dominar ou não o autocontrole, é sempre possível aperfeiçoar essa habilidade.
Ela trará diversos benefícios para suas relações pessoais e profissionais.
Além disso, se cada um fizer a sua parte, poderemos viver em uma sociedade em que todos se respeitam, são mais pacientes e empáticos uns com os outros.
O que um bom autocontrole pode evitar?
Na sua vida pessoal ou ambiente de trabalho, é bem possível que você já tenha visto alguém perder o controle sobre suas emoções e ter uma reação exageradamente negativa diante de uma situação.
Vamos ilustrar melhor o que estamos falando.
Imagine que você passou a semana repleto de demandas exaustivas no trabalho, chega sexta-feira, e tudo o que você quer é ir para a casa descansar.
No final do expediente, seu superior vem até você e pergunta sobre a possibilidade de você trabalhar meio período no sábado, cobrindo um colega que está doente.
Como você reage a essa situação? Certamente, sentimentos relacionados à raiva serão despertados.
É bem possível que uma pessoa sem autocontrole acabe puxando uma discussão calorosa com seu superior e criando atrito naquela relação.
Já uma pessoa que domina o autocontrole, provavelmente buscará dialogar de forma pacífica com o supervisor, explicando sua situação e tentando entrar em comum acordo.
Ou seja, o autocontrole é uma forma de evitar conflitos. Essas situações de explosão podem abrir rachaduras nas relações, tanto na vida pessoal quanto profissional.
É essencial encontrar um equilíbrio de emoções para ter relações mais saudáveis, evitando criar inimizades ou deixar o ambiente de trabalho pesado.

Psicologia – Por que as Pessoas Odeiam?


Sabia que as pessoas possam estar odiando você pelo simples fato de você está fazendo algo desagradável para elas? Confira a seguir o que você não deve ser para que as pessoas não odeiem você.
Quando você é uma pessoa egoísta e egocêntrica
Todos nós somos falhos, nós erramos diariamente de nossas vidas. Nós somos egoístas com os outros e conosco, como também egocêntricos. O que pensamos é mais importante do que o que as outras pessoas pensam?
Se as outras pessoas não concordarem com sua ideia, não tem nada do que você tentar “empurrar” para elas sem elas aceitarem.
Fazendo isso, você se tornará uma pessoa insuportável, consequentemente se tornando uma pessoa odiada.
Não seja um ditador de regras e visões de mundo. As suas próprias visões são vistas como princípios absolutos e irreconciliáveis ​​continuamente em guerra com visões alternativas de outras pessoas que pensam diferente.
As pessoas odeiam indivíduos que querem doutrinar as pessoas sem pensar no que pensam. Não seja um ditador de ideias que só você concorda.
Quando você costuma catalogar os tipos de pessoas ao seu redor
Para de se uma pessoa que gosta de atribuir identidades às pessoas e as colocamos em categorias com se fossem produtos em um supermercado.
Sendo uma pessoa assim insuportável em que todo mundo tem que fazer o seu tipo, você se tornará uma pessoa odiado por onde passar.
Habitualmente as pessoas pensam em ter apenas dois lados de uma discussão. Isso inevitavelmente polariza as questões e cria dois campos de inimigos concorrentes.
Mas quando você não tem um caráter forte e uma ideia de mundo fortificada, você sempre ficará trocando de lado em uma discussão ou debate de ideias.
As pessoas odeiam indivíduos que não sabem o que quer e que sempre ficam trocando de lado com se fosse uma roupa.
Quando você usa linguagem corporal ameaçadora ao apresentar os argumentos aos outros. Isso inclui rostos carrancudos, vozes altas, socos com a mão em direção a outras pessoas e golpes no braço para cima e para baixo.
Não seja um assassino de caráter. O assassinato de caráter permite ao acusador assumir um falso manto de sinalização de virtude, que no que lhe concerne não é apreciado pelos acusados ​​de ser moralmente deficiente.
Assumir a posição de vítima de um tratamento injusto e cruel permite a você acusar outras pessoas de opressão e, assim, atribuir a elas culpa e vergonha.
As pessoas não gostam de ninguém que não sabe e nem gostam de assumir os próprios erros. Se você tem alguma dúvida se alguém odeiam você, preste atenção nos seus comportamentos.
Você costuma admitir os próprios erros e não deixar outra pessoa levar a culpa por você? Isso é muito grave, pois a outra pessoa pode perder um emprego, a credibilidade com as outras pessoas.
Quando você se faz se coitado por tudo de errado
Uma razão simples e básica para assumir o lado de vítima é que isso fornece desculpas para as outras pessoas. Não tenha que assumir a responsabilidade por nenhum dos seus próprios erros que contribuíram para o infortúnio.
As pessoas esperam de você igualdade, não apenas oportunidades iguais de igualdade de condições. Elas assumem que todos têm o mesmo direito, independentemente de esforço, educação ou habilidade.
Assim, quando outras pessoas nos negam auxílio, nós os odiamos por serem injustos. Talvez o odeio de outras pessoas por você seja porque você não ajuda também.
Às vezes, as pessoas criam inimigos por ciúme ou desejo de vingança pela percepção de uma injustiça imposta. As pessoas odeiam isso nas outras pessoas, não seja uma dessas pessoas que vivem de obsessão.
Quando você é um julgador de reputações
Não seja uma pessoa que censura as pessoas e “cancelam” outras pessoas só porque elas não concordam com o seu ponto de vista.

Psicologia – A Angústia


É uma situação psicológica caracterizada por um conjunto de sintomas que surgem devido a alguma situação em que a pessoa se sente ameaçada por algo que irá acontecer, o que leva à preocupação excessiva, irritabilidade, alteração dos batimento cardíacos e insegurança, por exemplo. Além disso, devido à preocupação excessiva, é possível também notar dor muscular provocada pela tensão e dor de cabeça constante. Na presença de sinais e sintomas indicativos de angústia, é importante que o psicólogo seja consultado para que seja identificado o fator responsável pelo sentimento e, assim, possa ser iniciado o melhor tratamento, além de ser também importante que a pessoa pratique atividades que ajudem a promover a sensação de bem-estar, como atividade física ou meditação, por exemplo.
Os sintomas de angústia podem surgir de forma progressiva, sendo os principais:

Dor e sensação de aperto no peito e na garganta;
Batimentos do coração rápidos;
Sensação de sufocamento, com dificuldade em respirar;
Inquietação e desassossego constante;
Dor de cabeça constante;
Tensão muscular;
Mudança repentina de humor;
Falta de ar;
Pensamentos negativos;
Insegurança;
Insônia;
Tristeza constante.
Além destes sintomas comuns de angústia, a pessoa pode ainda apresenta outros sintomas que que podem ser confundidos com depressão e que tem impacto no dia-a-dia, como apatia, falta de apetite, insônia, dificuldades de concentração, contraturas musculares, dores no corpo e cansaço constante.

Possíveis causas
A angústia é normalmente desencadeada por situações que ainda vão acontecer e que é percebida como uma ameaça para a pessoa, o que gera preocupação excessiva e insegurança, resultando nos sintomas. No entanto, é possível também sentir-se angustiado quando há a lembrança de alguma situação passada ou ser consequência da perda de um ente querido, por exemplo.
Tratamento
é necessário resolver a causa que está na sua origem, de forma a eliminar todos os sintomas, sendo importante que esse processo seja acompanhado por um psicólogo. Isso porque o psicólogo poderá auxiliar melhor no processo de auto-conhecimento e de desenvolvimento de habilidades para enfrentar os sentimentos e as situações que causam angústia.

No entanto, em alguns casos, mesmo quando são realizadas sessões de terapia, é possível que os sinais e sintomas persistam, podendo a angústia ser acompanha por outros transtornos psicológicos, como depressão e/ou ansiedade, sendo necessário acompanhamento psiquiátrico, que pode indicar o uso de medicamentos que ajudam a promover a qualidade de vida.

Além da terapia, é importante investir em atividades que ajudem a relaxar e que possam promover a sensação de bem-estar, como por exemplo:

Praticar atividade física regularmente, pois a prática de exercícios promove a liberação de substâncias como dopamina, serotonina e endorfinas que estão associadas ao bem-estar e prazer, aliviando os sintomas de angústia. Além disso, a atividade física ajuda a relaxar os músculos e a aliviar as dores e tensões do corpo;
Praticar meditação, pois através do controle da respiração, redução das distrações e do silêncio é capaz de ajudar a acalmar a mente. O mindfulness é um tipo de meditação que pode auxiliar na redução dos sentimentos de angústia, pois ajuda a pessoa a lidar melhor com seus pensamentos negativos por meio da atenção e consciência plena, ou seja, estar mais atento às atividades diárias e cotidianas;
Ter uma alimentação saudável e rica em triptofano pode também ajudar a melhorar os sentimentos de angústia a promover o bem-estar. Dessa forma, é importante ter uma alimentação rica em grãos integrais, legumes e frutas, e reduzir alimentos que tenham muito açúcar e gordura;
Praticar yoga, que corresponde a um conjunto de exercícios para o corpo e para a mente que ajudam a aliviar sintomas de ansiedade e estresse. É baseado em três elementos como postura, respiração e meditação e ajuda a melhorar o equilíbrio, força muscular e promove bem-estar emocional.
Além disso, fazer a técnica de controle da respiração também pode ajudar a relaxar e aliviar os sintomas da angústia. Para isso, deve-se tentar respirar de forma profunda e lenta pelo nariz, levando o ar até ao abdômen e soltando o ar suavemente através da boca.

Mega Polêmica, trocadilho no dito popular – Franqueza não se põe na mesa, é um presente da Natureza



É cada vez mais comum ver por aí pessoas que fazem questão de afirmar –em alto e bom som ou nas redes sociais– o quanto são sinceras, verdadeiras e que “falam na cara, mesmo”. Muitas vezes, no entanto, toda essa atitude anti hipocrisia não passa de um comportamento grosseiro. Muita gente que se diz autêntica, na prática, acaba magoando os outros sem necessidade, com comentários que parecem motivadores ou críticas construtivas, mas não passam de ofensas.
Vários comentários, considerados sinceros, são desnecessários. Afinal, qual a utilidade de falar para um amigo que ele está ficando careca, chegou ao trabalho com um ar abatido, engordou ou se parece com alguma celebridade intragável? Se ele anda insatisfeito com a própria aparência, ouvir esse tipo de observação só fará com que se sinta ainda pior. Se você faz parte do time dos adeptos da “franqueza a qualquer preço”, está na hora de rever a forma como vem tratando os outros. O primeiro passo é entender as diferenças entre sinceridade e grosseria. De acordo com Alexandre Bortoletto, instrutor da SBPNL (Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística), a sinceridade é sinônimo de assertividade. “É algo positivo, que oferece ganhos tanto para quem escuta como para quem diz”, afirma. “Porém, quando a ação está carregada de intenções ofensivas para o outro, a ponto de menosprezar e não agregar nada, pode ser sinal de baixa autoestima de quem fala”. São comuns comentários travestidos de sinceridade que nada mais são do que alfinetadas, ditas por pessoas que projetam as próprias fraquezas nos outros. Na opinião da psicóloga organizacional Izabel Failde, muitos dos que se dizem sinceros são, realmente, mal-educados e desrespeitosos. Mas podem ser, também, sensíveis, por isso tratam os demais de um jeito indelicado propositalmente, para manter distância, como uma forma de proteção.
“Assertividade é dizer o que precisa ser dito, para a pessoa certa, no lugar certo e no momento certo, tudo isso com uma embalagem elegante”.
É preciso, ainda, ter cuidado com as ênfases, pois determinadas palavras recebem um peso maior ou menor. O tom e o volume de voz também devem ser levados em consideração, assim como o perfil da própria pessoa que pediu a opinião ou para quem você vai falar o que pensa. Há pessoas mais frágeis emocionalmente, enquanto outras filtram o que escutam ou conseguem dar uma boa resposta sem precisar retribuir a alfinetada.
Segundo a psicóloga Maria Rocha, podemos dizer certas verdades que podem parecer mais construtivas e não grosseiras quando temos uma relação mais íntima com a pessoa. Por outro lado, em um contexto no qual não temos um grau de liberdade com o outro, há o risco de uma opinião pessoal soar agressiva para quem está ouvindo.
Para mudar esse padrão de conduta, tenha autocontrole. É preciso refletir antes de falar, pois não se deve por para fora tudo o que vem à mente. E, principalmente, é essencial reconhecer o próprio posicionamento errado para realizar a mudança.
Para quem vem sendo alvo de grosseria disfarçada de sinceridade, a psicóloga Izabel Failde tem uma dica: “A pessoa grosseira não está acostumada a ser tratada com educação, por isso, a polidez pode ser impactante e quebrar o padrão. Sem entrar na mesma frequência mal-educada, solicite que o emissor da mensagem seja mais polido, calmo ou claro”.

Mega Polêmica – O que é certo e o que é errado?



Como as pessoas decidem o que é certo e o que é errado? Aliás, o que é certo e errado mesmo? Apesar de durante grande parte da história ocidental a filosofia ter sido a responsável por responder a essas questões, ninguém precisa ser filósofo para tomar decisões e emitir julgamentos morais no cotidiano. Quer dizer, ninguém precisa se perguntar sobre a natureza do certo e do errado para saber que trapacear é errado. Atualmente, a psicologia social e a filosofia experimental se responsabilizaram por responder algumas dessas perguntas, isto é, os mecanismos fisiológicos, cognitivos e fatores contextuais por trás de uma decisão moral. Às vezes isso pode ser lido como a ciência finalmente sendo utilizada para responder com evidências a perguntas que os filósofos respondiam de forma especulativa. Essa moda de matar a filosofia encontrou vozes como a do próprio cosmólogo recém-falecido Stephen Hawking. Acredito que olhar para a ciência como superação da filosofia está fundamentalmente equivocada.

Esse texto é uma tentativa de mostrar um pouco da diferença completamentar entre filosofia e ciência no estudo da moral. Isto é, você vai perceber que as duas áreas respondem a perguntas diferentes sobre o mesmo tema, não estando de maneira nenhum em competição para ver quem fica com o osso. Isso nos levará a refletir sobre como uma mente humana essencialmente enviesada e falha poderia chegar a princípios morais gerais.
Filósofos estudam a natureza do bem e do mal, do certo e do errado, discutem o certo a fazer de acordo com essas definições metafísicas de moralidade. Por outro lado, cientistas (especificamente psicólogos) estudam como as pessoas tomam suas decisões morais.
Um cientista não poderia classificar uma ação como moralmente correta ou errada com base em evidências. Isso é tarefa da filosofia. Mas sim, um cientista poderia demonstrar como processos internos (cognição, fisiologia, personalidade e sexo) e externos (cultura, criação, contexto) influenciam não apenas as nossas decisões morais, mas também nossas intuições filosóficas sobre certo e errado. Ou seja, chegar a princípios morais é diferentes de estudar como as pessoas respondem a questões morais. Uma coisa é tarefa filosófica, a outra é tarefa científica (psicologia social e filosofia experimental).

As intuições morais
Filósofos chegam a respostas sobre a natureza do certo e do errado através de intuições. Existe um verbete inteiro na Stanford Encyclopedia of Philosophy com explicações sobre intuição num sentido filosoficamente relevante, mas para meus propósitos neste texto podemos ficar com uma definição mais próxima do senso comum. Intuição pode ser a mera percepção de que determinado argumento faz mais sentido do que outro.
Por exemplo, você salvaria mil pessoas sacrificando um único indivíduo? Se você acha que essa troca vale a pena, então você é um utilitarista moral (certa é sempre a ação que causa mais bem, ou que salva mais vidas). Agora, se você achou esse dilema absurdo porque considera que qualquer vida humana tem valor absoluto, então você é a favor de imperativos morais, conhecido também como deontologia kantiana (existem coisas erradas por princípio, em qualquer situação, e matar pode ser uma dessas coisas).
Estudos de filosofia experimental utilizam um famoso dilema moral para apreender intuições sobre responsabilidade moral. Imagine que um empresário está diante de um investidor apresentando um projeto ambiental que vai render milhões em lucro. O investidor alega que não está nem aí sobre se o projeto vai causar danos à natureza ou não, o que importa é o lucro. No final das contas o projeto até ajuda importantes causas ambientais. Você acha que o investidor foi responsável por esses resultados ambientalmente benéficos? A maioria das pessoas diz que não — o que é racional já que as consequências não foram propositais.
Agora, considere uma versão alternativa desse dilema. Nessa versão, o investidor também não está nem aí para os possíveis danos ou benefícios gerados pelo projeto, mas dessa vez além de lucrar muito, o projeto gera importantes danos à natureza. Você acha que o investidor foi responsável por esses danos? A maioria das pessoas responde que sim — pelo princípio usado no primeiro dilema, a pessoa também não deveria ser responsabilizada aqui.
Uma das interpretações dadas a esses resultados é que os seres humanos evoluíram com uma espécie de algoritmo cognitivo que facilita a punição altruística. Em outras palavras, temos mais facilidade de punir comportamentos que geram problemas para o grupo quando inferimos que as consequências desse comportamento foram propositais. Repare, eu não estou advogando que deva ser assim, estou reportando que as pessoas parecem se comportar de acordo sob essa lógica.

Conclusão
É bom que algumas coisas fundamentais fiquem estabelecidas com esse texto. A primeira delas é essa complementaridade entre filosofia e ciência. É positivo que exista uma filosofia cientificamente informada (um exemplo disso é a filosofia das ciências cognitivas), mas ainda assim, a Filosofia se dedica a assuntos essencialmente diferentes. Esses assuntos exclusivos da filosofia geralmente incluem questões metafísicas, dilemas explicativos/conceituais e pressupostos que muitas vezes são tomados como certos por cientistas (o que não está errado). Isso significa que cabe à Filosofia discutir o que é certo e errado moralmente, e cabe à ciência descobrir como as pessoas chegam a essas intuições metafísicas.
A interdisciplinaridade entre filosofia e psicologia social/filosofia experimental também é importante porque dá margem para discutir a natureza das intuições filosóficas. Em tese, as intenções filosóficas são janelas para se chegar a verdades mais abstratas. Mas o que acontece com essa tese se consideramos que a razão humana não é fruto da atividade de uma mente abstrata límpida intocada pelo corpo e pelo mundo material? Isso não necessariamente derruba o castelo de cartas da metafísica, mas indica que os seres humanos estão longe de ser animais racionais.

Dito Popular – De onde surgiu a expressão “Só enxerga o próprio umbigo”?


Relativo a egoísmo ou narcisismo

umbigo2Algumas definições:
O egoísta costuma viver em torno do próprio umbigo, quando cai, tonto pelo próprio egoísmo, sempre há alguém diferente dele para confortá-lo.
Humberto Rocha

Há pessoas que transformam o azul em cinza. Que só olham para o próprio umbigo. Que não são capazes de um gesto de gentileza. Que tem olhos de inveja. Que pensam que são muito melhores do que são. Que não dão valor ao trabalho. Que não tem uma palavra de elogio ao próximo. Há pessoas que vieram ao Mundo achando que são seu Centro. E por isso dão valor ao acessório, nunca ao principal!
Jorge Rodini
Tenho certeza, que, ficamos todos muito tristes quando percebemos a capacidade que algumas pessoas tem de olhar apenas para o próprio umbigo, um jeito egoísta de ver a vida acreditando que somente ela possui problemas e que os seus são maiores que os dos outros, e que só os seus são mais importantes e que tem que ser os primeiros a serem solucionados… Eu creio que algumas pessoas ao longo da vida perdem a sensibilidade de “ver” e “sentir” o outro, são pessoas que se dizem atarefados, que não enxergam mais nada na sua frente, além do próprio trabalho, seu cansaço ou a preocupação apenas com os seus problemas… Entre tantas outras situações e papéis em que a pessoa em questão só pensa no próprio umbigo e se lamenta.Ao olhar apenas para o próprio umbigo o ser humano perde a capacidade de se doar aos outros, de perceber quem está ao seu redor e até mesmo mais necessitado de atenção, amor, carinho…Pessoas egoístas não percebem nem ao menos quem precisa ser ouvido, porque são mesquinhas, egocêntricas… “O meu ‘EU” é o centro de tudo” .Você conhece alguém assim? Para mim eu posso sempre, para o outro vou até , talvez, pensar, se terei tempo ou paciência para ajudar… Porque qualquer coisa que eu possa fazer, que tire o meu olhar do meu Umbigo, me cansa, pois,Ouvir dá trabalho, é mais fácil falar de si sem parar e não perceber o outro e suas necessidades…Então iremos viver apartando-se de tudo aquilo sobre o qual temos inexorável responsabilidade, encontrando uma pomposa desculpa que nos faça de fato acreditar que não temos nada com isso.Assim é muito fácil !!! Nada me irrita mais que o egoísmo – é pelo egoísmo que o Ser Humano esquece de ser “Humano” de verdade. Acaba-se perdendo até mesmo o grau de parentesco, de vínculo afetivo. É por egoísmo que pessoas se matam, se magoam se destroem…Que pena que os seres humanos estão cada vez mais, perdendo a capacidade de sentir e de sensibilizar-se, de arregaçar as mangas e tentar ajudar quem precisa de algum modo, seja quem for e como puder… E não falo aqui de causas grandiosas não, saber ouvir já é um grande gesto de amor, ter empatia colocando-se no lugar do que sofre e pensando de que maneira poderia ajudá-lo, pois como seria duro se estivesse em seu lugar… Também é uma válida opção. Deveremos ser sempre para o outro o que gostaríamos que este outro fosse para nós. E ajudar também não se restringe somente a quem amamos não, isso também seria uma forma de egoísmo, nosso manancial para ajudar o próximo é inesgotável desde que tenhamos um pré- requisito também esquecido nos conturbados e modernos dias de hoje: a boa vontade, fazendo bem feita a parte que nos cabe fazer, que é nossa responsabilidade. Dizer a alguém que ela olha sempre para o seu próprio Umbigo é uma maneira de chamá-la de egoísta. Pois, esta expressão “olhar para o próprio umbigo” soa muito bem ao ouvido daquelas pessoas que não se importam com quem está ao seu lado e leva a vida como se o mundo girasse ao seu redor.Mesmo sabendo que o umbigo fica exatamente no centro geométrico do nosso corpo. Em qualquer lugar que olharmos em volta do nosso umbigo ainda vamos estar olhando para nós mesmos, devemos fugir dessa lógica!

próprio umbigo

Psicologia – Pioneiro e Ilustre Desconhecido


James william
William James (1842-1910) foi um filósofo americano e pioneiro da Psicologia em 1875. Montou um laboratório na Universidade de Harvard e sua obra Princípios de Psicologia de 1890 é um dos poucos clássicos da disciplina.
Ele foi o primeiro intelectual a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos. James foi um dos principais pensadores do final do século XIX e é considerado por muitos como um dos filósofos mais influentes da história dos Estados Unidos enquanto outros o rotularam de “pai da psicologia americana”
untamente com Charles Sanders Peirce e John Dewey, James é considerado uma das principais figuras associadas à escola filosófica conhecida como pragmatismo, e também é citado como um dos fundadores da psicologia funcional. Uma análise da da Psicologia Geral, publicada em 2002, classificou James como o 14º mais eminente psicólogo do século XX. Uma pesquisa publicada no American Psychologist em 1991 classificou a reputação de James em segundo lugar, atrás apens de Wilhelm Wundt, que é amplamente considerado o fundador da psicologia experimental. James também desenvolveu a perspectiva filosófica conhecida como empirismo radical. O trabalho de James influenciou intelectuais como Émile Durkheim, Edmund Husserl, Bertrand Russell, Ludwig Wittgenstein, Hilary Putnam e Richard Rorty, e até presidentes, como Jimmy Carter.
Nascido em uma família rica, James era filho do teólogo de Swedenborgian Henry James Sr. e irmão do famoso romancista Henry James. James inicialmente estudou medicina, mas nunca exerceu a profissão. Em vez disso, descobriu que seus verdadeiros interesses estavam na filosofia e na psicologia. James escreveu amplamente sobre muitos tópicos, incluindo epistemologia, educação, metafísica, psicologia, religião e misticismo. Entre seus livros mais influentes estão: Os princípios da psicologia, que foi um texto inovador no campo da psicologia; Essays in Radical Empiricism, um importante texto em filosofia; e As Variedades da Experiência Religiosa, onde James investiga diferentes formas de experiência religiosa, incluindo teorias sobre a cura de patologias mentais.
Em 1864, James decidiu ingressar o curso de medicina, na Harvard Medical School. Foi nesse período que ele começou a estudar teologia. Ele interrompeu seus estudos durante parte de 1865 para se juntar ao zoólogo e geólogo suíço Louis Agassiz numa expedição científica (Expedição Thayer) no Brasil. Permaneceu oito meses no país, principalmente no Rio de Janeiro e na Amazônia, inclusive rascunhou um diário e produziu diversos desenhos de cenas da expedição, que expressam uma consciência crítica e um distanciamento moral da ideia colonialista que a norteava. Teve de interromper sua viagem após sentir forte enjoo e contrair varíola.

Seus estudos foram interrompidos mais uma vez devido a doenças em abril de 1867. Ele viajou à Alemanha em busca de uma cura, onde ficou até novembro de 1868. Esse período marcou o início de sua produção literária, com alguns de seus artigos aparecendo em publicações especializadas. James completou o curso de medicina em Junho de 1869, mas nunca praticou essa profissão. Ele se casou com Alice Gibbens em 1878.
Durante seus anos em Harvard, James se juntou a discussões filosóficas com Charles Sanders Peirce, Oliver Wendell Holmes e Chauncey Wright, que evoluíram em um animado grupo conhecido como o Clube Metafísico, em 1872. Louis Menand, em seu livro sobre o assunto, especula que o Clube estabeleceu os fundamentos para o pensamento intelectual norte-americano por décadas.

Em 1882 ele começou a ser um notório pesquisador científico da paranormalidade, se associando a recém fundada inglesa Society for Psychical Research, organização que o influenciou a fundar em 1885 a American Society for Psychical Research. Durante duas décadas estudou a médium Leonora Piper, junto a cientistas das duas organizações. Em 1896, um discurso no qual ele descreveu Piper como uma paranormal autêntica chegou a ser publicado pela revista Science.
Em 1890, após 12 anos de escrita, William James publicou o livro Princípios de Psicologia, uma obra pioneira que combinava elementos de filosofia, fisiologia e psicologia. O livro abordou temas diversos como o fluxo de consciência (conceito introduzido por James), a vontade e as emoções. Embora inclua diferentes abordagens e métodos, James (influenciado por contemporâneos como Wilhelm Wundt e Gustav Theodor Fechner) declarou que Princípios de Psicologia é uma obra derivada do método da introspecção. Assim, o autor utiliza diferentes experiências próprias para ilustrar conceitos psicológicos, como a atenção e a consciência.

Um dos capítulos mais influentes dessa obra diz respeito às emoções. Nele, James expõe sua teoria – também associada a Carl Lange – que as emoções são conseqüências, e não causas, das reações fisiológicas associadas a ela: “O senso comum diz, nós perdemos algo, ficamos tristes e choramos; nós encontramos um urso, nos assustamos e corremos; somos insultados por um rival, ficamos bravos e atacamos. A hipótese a ser defendida aqui é que essa sequência está incorreta… que nós nos sentimos tristes porque choramos, bravos porque atacamos, e com medo porque trememos”. James defendia que é conceitualmente impossível imaginar uma emoção como a culpa sem suas claras consequências fisiológicas, como as lágrimas, dores no peito e falta de ar.

Pragmatismo
A perspectiva filosófica exposta em Pragmatismo, de 1907, postula que as teorias científicas e filosóficas devem ser usadas como instrumentos a serem julgados por seus resultados ou fins. James argumenta que todas as teorias são apenas aproximações da realidade, e que portanto seria um erro considerá-las apenas por sua própria coerência interna. O autor argumenta que essa busca por coerência seria a posição racionalista, em que a busca de princípios e categorias platônicas se sobrepõe aos fatos e aos resultados. Em contraponto, James sugere que a veracidade de uma ideia deve ser considerada em um sentido instrumental, analisando os resultados produzidos por sua adoção.

Uma das consequências dessa visão utilitária da verdade é que fenômenos como a religião, que para James são ideias úteis, deveriam ser considerados verdadeiros se mostrassem bons resultados: “em princípios pragmáticos, se a hipótese de Deus funciona satisfatoriamente no sentido mais amplo da palavra, ela é verdadeira”. A filosofia do pragmatismo é, para James, um meio-termo entre o racionalismo e o empiricismo, sendo uma perspectiva aberta à investigação de qualquer hipótese, desde que essa seja capaz de se mostrar concretamente útil. A perspectiva pragmatista de James teve grande influência para o movimento funcionalista da psicologia.

Mega Questões – Somos programados para acreditar em um Deus?


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Deus Netuno ou Poseidon

A religião – a crença em seres sobrenaturais, incluindo deuses e fantasmas, anjos e demônios, almas e espíritos – está presente em todas as culturas e permeia toda a História.

A discussão sobre a vida após a morte remonta a, pelo menos, 50.000 a 100.000 anos atrás.
É difícil obter dados precisos sobre o número de crentes de hoje, mas algumas pesquisas sugerem que até 84% da população do mundo são membros de grupos religiosos ou dizem que a religião é importante em suas vidas.
Vivemos em uma era de um acesso ao conhecimento científico sem precedentes, o que alguns acreditam que é incompatível com a fé religiosa. Então, por que a religião é tão difundida e persistente?
Os psicólogos, filósofos, antropólogos e até mesmo os neurocientistas sugerem possíveis explicações para a nossa disposição natural de acreditar, e para o poderoso papel que a religião parece ter em nossas vidas emocionais e sociais.

Morte, cultura e poder
Mas antes de falar das teorias atuais, é preciso entender como surgiram as religiões e o papel que elas tiveram na vida de nossos ancestrais.
As primeiras atividades religiosas foram em resposta a mudanças corporais, físicas ou materiais no ciclo da vida humana, especialmente a morte.
Os rituais de luto são uma das mais antigas formas de experiência religiosa. Muitos de nossos antepassados não acreditavam que a morte era necessariamente o fim da vida – era apenas uma transição.
Alguns acreditavam que os mortos e outros espíritos podiam ver o que estava acontecendo no mundo e ainda tinham influência sobre os eventos que estão ocorrendo.
E essa é uma noção poderosa. A ideia de que os mortos ou até mesmo os deuses estão com a gente e podem intervir em nossas vidas é reconfortante, mas também nos leva a ter muito cuidado com o que fazemos.
Os seres humanos são essencialmente sociais e, portanto, vivem em grupos. E como grupos sociais tendem à hierarquia, a religião não é exceção.
Quando há um sistema hierárquico, há um sistema de poder. E em um grupo social religioso, a hierarquia localiza seu membro mais poderoso: a divindade – Deus.
É para Deus que temos de prestar contas. Hoje em dia, a religião e o poder estão conectados. Estudos recentes mostram que lembrar de Deus nos faz mais obedientes.
Até em sociedades que reprimiram a fé, surgiu algo que tomou seu lugar, como o culto a um líder ou ao Estado.
E quanto menos estável é um país politica ou economicamente, mais provável que as pessoas busquem refúgio na religião. Os grupos religiosos podem, ao menos, oferecer o apoio que o Estado não fornece a quem se sente marginalizado.
Assim, fatores sociais ajudam a desenvolver e fortalecer a fé religiosa, assim como a forma como nos relacionamos com o mundo e com os outros.

Outras mentes
Em todas as culturas, os deuses são, essencialmente, pessoas, mesmo quando têm outras formas.
Hoje, muitos psicólogos pensam que acreditar em deuses é uma extensão do nosso reconhecimento, como animais sociais, da existência de outros. E uma demonstração da nossa tendência de ver o mundo em termos humanos.
Nós projetamos pensamentos e sentimentos humanos em outros animais e objetos, e até mesmo nas forças naturais – e essa tendência é um dos pilares da religião.
ssim argumentou-se que a crença religiosa pode ser baseada em nossos padrões de pensamento e de cultura humana. Alguns cientistas, no entanto, foram além e analisaram nossos cérebros em busca do lendário “ponto Deus”.

Deus no cérebro
Os neurocientistas têm tentado comparar os cérebros dos crentes e ao dos céticos, para ver o que acontece no nosso cérebro quando rezamos ou meditamos. Se conhece pouquíssimo sobre esse campo – mas há algumas pistas, especialmente no que diz respeito às aéreas cerebrais.
O córtex pré-frontal medial está fortemente associado com a nossa capacidade e tendência para entender os pensamentos e sentimentos dos outros. Muitos estudos têm mostrado que esta região do cérebro está especialmente ativa entre os crentes religiosos, especialmente quando estão rezando. Isso corrobora a visão de que a fé religiosa é uma forma de interação social.
Já o lobo parietal, de acordo com estudos pode estar envolvido em experiências religiosas, especialmente aquelas caracterizadas com a dissolução do ego.
Na medida em que estamos constantemente à procura de padrões, estruturas e relações de causa-efeito, a religião pode fornecer uma variedade de estratégias para que essa busca faça sentido
As crenças religiosas ajudam os seres humanos a se organizar e dar sentido a suas vidas. E em todas as culturas, e até mesmo entre ateus, os rituais podem ajudar a pontuar eventos importantes da vida.
Embora nem a neurociência, nem a antropologia e nem filosofia tenham uma resposta definitiva para a questão “Deus existe?”, todas essas disciplinas dão pistas sobre como nós respondemos às nossas mais profundas necessidades humanas.
Talvez não sejamos programados para acreditar em Deus ou em um poder sobrenatural, mas somos animais sociais com uma necessidade evolutiva de ficar conectado com o mundo e com os outros.
De repente, as religiões são apenas canais para permitir essas conexões.

Diversidade de Gêneros – O que diz a Biologia


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As identidades são características fundamentais da experiência humana, pois possibilita aos seres humanos a sua constituição como sujeitos no mundo social. O gênero refere-se à identidade com a qual uma pessoa se identifica ou se autodetermina; independe do sexo e está mais relacionado ao papel que o indivíduo tem na sociedade e como ele se reconhece. Assim, essa identidade seria um fenômeno social, e não biológico. Uma pessoa cisgênera é aquela que tem sua identidade ou vivência de gênero compatível com o gênero ao qual foi atribuído ao nascer. Já uma pessoa transgênera é aquela que se identifica com o gênero diferente do registrado no seu nascimento. As pessoas trans podem preferir serem tratadas no feminino ou no masculino ou, ainda, não se encaixar em nenhuma dessas definições (trans não binárias). Para muitos especialistas, esse encaixe em definições tradicionais começa logo na infância.
Se existe ou não uma “teoria do gênero” (uma ideologia de gênero) é questão muito controversa. Uma coisa é certa: não existe nenhuma “teoria científica do gênero”. Existem, ao invés – há pelo menos sessenta anos – “gender studies” , ”estudos do gênero”: ou seja, estudos interdisciplinares sobre a “identidade de gênero” e sobre a “representação de gênero” que, quase sempre, se sobrepõem aos estudos sobre a sexualidade. Os “gender studies” dizem respeito à análise científica da identidade e da representação de gênero, mas também da sexualidade, feminina, masculina e LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgênero).
Todavia, há um geral acordo em considerar os complexos comportamentos que, de modo direto ou indireto, concernem à esfera sexual como o fruto de pelo menos quatro dimensões diversas, embora não de todo independentes e por sua vez complexos: o sexo biológico, a identidade de gênero e a orientação sexual.

O sexo biológico
No passado era (relativamente) simples distinguir a humanidade em dois sexos bem definidos: o feminino e o masculino. As evidências eram (e são) macroscópicas: dado como eram (e são) órgãos sexuais. Por certo a natureza apresenta ambiguidades. Há espécies de animais nas quais os dois sexos são confusos. E, embora raramente, também entre os Homo sapiens há alguma ambiguidade. Não por acaso, entre os personagens da mitologia grega há um filho de Hermes e de Afrodite, Hermafrodita, que manifesta genitais tanto masculinos como femininos. Hoje a diferença entre os dois sexos é confirmada em nível molecular: são femininos os indivíduos que têm dois cromossomos X e são masculinos aqueles que têm um cromossomo Y e outro X.
Alguém poderia fazer parecer esta como a prova absoluta da existência de dois e somente dois sexos. A dupla de cromossomos sexuais é a essência da diversidade sexual. Mas, a natureza talvez faça blefe das nossas atitudes taxonômicas. Malgrado a clareza da linguagem cromossômica – XX, mulher; XY, homem [macho] – a manifestação dos órgãos sexuais não só cobre um espectro muito amplo por formas e tamanho, mas também pelas qualidades consideradas essenciais.
Em suma, nem sempre é fácil atribuir univocamente as características de um indivíduo a um e a um só dos dois sexos. O espectro vai de qualidades consideradas secundárias (machos sem pelos e fêmeas com pelos) a caracteres considerados primários. Neste segundo caso se fala de hermafroditismo. Um tema que concerne à biologia é aquele dos determinantes genéticos da homossexualidade.
Nasce-se homossexual ou a gente se torna tal? O tema é controverso. Porque não há provas definitivas da existência de genes da homossexualidade. É provável, todavia, que exista um componente genético que predispõe à homossexualidade, o qual se ativa somente em presença de outros cofatores, de natureza ambiental e cultural.
Em suma, já em nível biológico a natureza humana (e não só a humana) manifesta uma dose não banal de ambiguidades. Talvez não seja por acaso. Na natureza a ambiguidade e a diversidade são quase sempre fatores positivos, selecionados no decurso da evolução para melhor sobreviver às mudanças ambientais.

A identidade de gênero
Os estudos de gênero concordam com o senso comum: pode-se pertencer a determinado sexo e “sentir-se” do outro sexo. Há pessoas com um corpo masculino que se sentem mulheres e vice-versa. A identidade de gênero é uma percepção e se refere, portanto, à esfera psicológica. Isso não tolhe que a identidade de gênero tem (pode ter), seja determinantes biológicas, seja determinantes sociais. O entrelaçamento destes fatores não é jamais determinístico.
Como o demonstra a história que teve como coprotagonista John William Money e como protagonista David Reimer.
David nascera homem em Winneping, no Canadá. Mas, por uma circuncisão mal sucedida, havia perdido o seu pênis. A ideia que bastasse somente a presença do órgão genital masculino para definir a identidade masculina levou a família e os médicos a criarem, no corpo de David, um simulacro de órgão genital feminino. Money, depois, como psicólogo e sexólogo, trabalhou para “convencê-lo” a “sentir-se” mulher. Porém, mais tarde, outro sexólogo, de nome Milton Diamond, entendeu que David não se sentia de fato mulher. E assim, o rapaz, na idade de 15 anos, voltou a perceber-se como macho. O epílogo da história – David morreu suicidando-se em 2004, na idade de 39 anos – demonstra quão complexo e dramático seja a relação entre ‘soma’ [corpo] e psique. Naturalmente, há muitos outros casos nos quais a identidade de gênero se encontrou (e se encontra) conflitando com a identidade biológica e com o papel de gênero: ou seja, com aquilo que os outros esperam de ti.

O papel de gênero
O papel de gênero é, realmente, uma construção social. Te comportas como os outros esperam que tu faças. Te comportas como macho porque, tendo os caracteres masculinos prevalentes, as pessoas esperam que tu te comportes como macho, mesmo que tu te sintas mulher. E vice-versa.Ou, ao contrário, reages ao “papel de gênero” que te é impingido, não sem obstáculos e sofrimentos, e afirmas tua “identidade de gênero”.
O papel de gênero, preciso dizê-lo, se refere à dimensão sociológica da pessoa. Mas, certamente não é preciso transcurar os determinantes biológicos e psicológicos. No papel de gênero incidem os estereótipos de gênero: do tipo ‘o macho é caçador’ e a mulher é submissa. O papel de gênero é tão forte que com frequência determina a identidade de gênero. A gente se força a si mesmo, a gene se “sente” de um sexo quando os outros o esperam de ti e a gente se comporta como os outros o esperam de ti. Eis porque Simone de Beauvoir dizia que “não se nasce mulher, mas se torna tal”.

A orientação sexual
Todas as pessoas têm (ou não têm) atração, afeto e amor pelas outras pessoas. Se esta orientação é por pessoas do outro sexo, ela é de tipo heterossexual. Se for para pessoas do mesmo sexo, é de tipo homossexual. Se for para pessoas de ambos os sexos, é bissexual.
Há, enfim, uma orientação que não prevê atração e/ou amor por ninguém.
Na luz de tudo o que dissemos, a orientação sexual pode corresponder ou não ao sexo biológico, à identidade de gênero e ao papel de gênero. E tudo isto com ou sem estresse e até sem sofrimento. Os “estudos de gênero” não dão juízos morais. Não definem o que é “segundo” ou “contra” a natureza.
A boa ciência ajuda os homens, não os julga: e isso em relação a qualquer sexo biológico, identidade de gênero, papel de gênero e orientação sexual. Os juízos morais dizem respeito a outra dimensão, e não àquela estritamente científica. Para juízos morais, vale o que disse o Papa Francisco: quem sou eu, para julgar?
Pontos a Analisar
“Me enoja ver dois gays se beijando”, vi um comentário em um blog. Frase esta que explica a quantidade absurda de violência contra LGBTs. O relatório Anual de Assassinato de Homossexuais no Brasil (LGBT) do Grupo Gay da Bahia (GGB) relativo a 2013 apontou que foram documentados 312 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo uma transexual brasileira morta no Reino Unido e um gay morto na Espanha. Segundo o grupo, esse número equivale a um assassinato a cada 28 horas. O documento apontou ainda que houve um decréscimo de 7,7% em relação a 2012, quando houve 338 mortes. O grupo divulgou no relatório que o Brasil continua sendo o campeão mundial de crimes homo transfóbicos, afirmando que segundo agências internacionais, 40% dos assassinatos de transexuais e travestis em 2012 foram cometidos no Brasil.

13.702 – Mega Polêmica – Egoísmo é uma Defesa Biológica?


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Choque de Teorias

Muitos biólogos acreditam que somos todos seres egoístas, que buscam apenas espalhar os próprios genes e perpetuar a linhagem a que pertencemos – até em nossos atos mais benevolentes. Mas será mesmo que não existe altruísmo? Novas pesquisas mostram que a evolução pode se dar em termos bem mais caridosos do que costumamos imaginar.
É uma ironia amarga que ainda seja necessário promover campanhas contra a fome. Se você reparar bem, os hábitos sociais da espécie humana são de uma generosidade proverbial no que diz respeito à comida. Em virtualmente todas as culturas, grandes festas são acompanhadas de comilança. Estamos sempre oferecendo comida aos outros, seja na forma de um casual chiclete ou de uma recepção formal. E quem já não entrou numa daquelas ridículas disputas para pagar a conta no restaurante? O problema é saber se essas práticas sociais realmente se qualificam como exemplos de generosidade. Em inglês, um ditado muito corrente no mundo dos negócios diz que there’s no free lunch – traduzindo, “não existe almoço grátis”. Se um conhecido que você não vê há anos resolve convidá-lo para um churrasco, a desconfiança é imediata – será que ele vai pedir dinheiro emprestado?
Existe ou não almoço grátis? Esse é um dos grandes debates da biologia.
O gesto desinteressado do verdadeiro altruísmo parece ser uma impossibilidade evolutiva. Um comportamento só pode ser qualificado de altruísta se ele traz benefícios para os outros e custos para quem o pratica. Ou seja, o altruísta está diminuindo sua aptidão para favorecer a dos outros. Suas chances de sobreviver e de reproduzir são menores, enquanto todos os demais – inclusive os egoístas – levam vantagem. A longo prazo, o altruísta deveria ser levado à extinção, deixando o campinho livre para que o egoísmo grasse como erva daninha.
A luta pela sobrevivência parece favorecer mais os George Soros do que as madres Teresas. E no entanto ainda existem altruístas entre nós (ou não?). Como pode ter evoluído uma característica que parece antievolutiva? Há várias explicações. Antes de voltarmos ao almoço, é preciso remontar à história dessa discussão na biologia.
Egoísmo molecular
Para o biólogo Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, a evolução do altruísmo é o problema teórico central da sociobiologia, ciência que busca entender em bases biológicas o comportamento social de animais. A questão já intrigava o próprio naturalista inglês Charles Darwin, que em 1871, na obra A Origem do Homem, utilizou a seleção de grupo para explicar a evolução da moralidade humana. O comportamento moral, ensina Darwin, não traz vantagem para o indivíduo, que lucraria mais desobedecendo as regras para agir de acordo com sua vontade própria. Mas uma tribo regida por valores que enfatizem “o espírito de patriotismo, fidelidade, obediência, coragem e solidariedade” certamente será mais coesa e organizada e assim terá maiores chances de vitória na disputa por recursos naturais ou territórios com tribos menos virtuosas. A seleção natural, portanto, agiria não somente sobre indivíduos, mas também sobre grupos competidores.
Darwin, no entanto, colocava mais ênfase na seleção individual, na luta de cada um contra todos, e não desenvolveu plenamente o conceito de seleção de grupo. Na primeira metade do século 20, os cientistas usavam os diferentes níveis de seleção sem muito rigor. Recorriam ao grupo ou ao indivíduo conforme a idiossincrasia ou a conveniência ditassem. A seleção de grupo ganhou versões esquisitas. Acreditava-se até que os pássaros regulariam o número de ovos para evitar a explosão populacional, garantindo assim que todos tivessem seu quinhão de recursos naturais. A algazarra das aves em seus ninhos seria uma prova da natureza conscienciosa dessas criaturas: cantando e ouvindo suas parceiras cantar, elas conseguiriam aferir a densidade populacional da espécie. Ninguém ainda provou que as aves são capazes de conduzir essa curiosa forma de censo. Alguns ornitólogos sugerem que os pássaros na verdade diminuem o número de ovos quando há pouca comida.
Vale lembrar que Darwin montou a teoria da seleção natural sem sequer desconfiar da existência dos genes. Na primeira metade do século passado, genética e evolução foram combinadas no que os biólogos chamam de teoria sintética. E, a partir dos anos 60, uma nova revolução científica deu a primazia absoluta ao gene na luta pela sobrevivência. Essas pequenas seções do DNA são as unidades replicadoras básicas. Graças à sua habilidade ímpar de produzir cópias de si mesmos, os genes que você carrega em cada uma de suas células já estiveram presentes nos seus antepassados e serão transmitidos a seus descendentes. Você, leitor, é só um recipiente transitório. Portanto, é no interesse do gene – e não do indivíduo e muito menos do grupo – que a seleção natural opera. Os nomes fundamentais dessa corrente são os biólogos George C. Williams, da Universidade Estadual de Nova York, Estados Unidos, e William Hamilton, falecido em 2000, considerado um dos maiores teóricos da evolução de todos os tempos.
Hamilton desenvolveu o conceito de seleção de parentesco. Quando você come na casa de um parente, pode ter certeza de que esse não é um free lunch: ele já está pago em moeda genética. Nossa generosidade em relação aos parentes começa no DNA. Segundo a teoria de Hamilton, o sacrifício por um parente compensa na proporção da semelhança genética com ele. Assim, a aptidão reprodutiva de um indivíduo não se mede apenas pelo número de filhos que ele consegue ter, mas também inclui parentes próximos que carregam frações de sua carga genética. Você compartilha, por exemplo, metade dos genes com seu irmão ou irmã (na verdade, todos nós compartilhamos cerca de 90% do genoma, mas estamos considerando só os genes que variam na espécie humana). Portanto, do ponto de vista evolutivo, vale a pena se sacrificar por um irmão se o sacrifício custar a você no máximo a metade do benefício que traz a ele.
A melhor síntese da teoria talvez esteja em um gracejo do geneticista britânico J.B.S. Haldane, antecessor de Hamilton. Perguntado se daria a vida por um irmão, Haldane respondeu: “Não, mas daria por dois irmãos ou oito primos”.
Ainda mais feliz na síntese foi outro biólogo inglês – Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, Reino Unido. Em 1976, o título do seu livro O Gene Egoísta resumiu tudo o que a biologia mais recente estava propondo. Na trilha de Williams e Hamilton, Dawkins enfatiza o papel fundamental da genética na seleção natural. Para ele, nós somos apenas “máquinas de sobrevivência”, robôs a serviço dos genes – e “nós” inclui todos os seres vivos, da bactéria ao físico quântico. A imagem do robô atraiu muita crítica. Nas edições mais recentes do livro, uma nota de Dawkins esclarece que não somos controlados pelo nosso genoma. Sempre que usamos um método contraceptivo, por exemplo, contrariamos o desígnio único do gene: fazer cópias de si mesmo.
A despeito (ou por causa) de toda polêmica, os princípios expostos em O Gene Egoísta tornaram-se, na expressão do próprio Dawkins, “ortodoxia de manual”. Ou pelo menos é assim entre os cientistas, já que o senso comum conservou idéias anteriores a Williams e Hamilton. Pergunte a um amigo – que não seja biólogo, bem entendido – como funciona a seleção natural. Provavelmente, lá pelas tantas ele vai falar em “perpetuação da espécie”. Dawkins ensina que não é isso que está realmente em causa. Exemplo cruel mas esclarecedor: quando um leão junta-se a um novo grupo de fêmeas, ele muitas vezes mata os filhotes que elas tiveram com outros machos. Ele não está minimamente interessado em perpetuar a espécie. Quer apenas que as leoas estejam devotadas exclusivamente aos seus filhotes, herdeiros de sua preciosa carga genética.
A teoria do gene egoísta pode parecer uma forma desencantada de ver o mundo vivo. Ela contradiz não só as noções mais vulgares (e simpáticas) de evolução que circulam por aí. Desafia também aquele papo new age de viver em harmonia com a natureza, de entrar em sintonia com a mãe terra. Pois é: nada disso tem sustentação na ciência de Williams, Hamilton e Dawkins. A natureza não é harmônica e guarda tantos ou mais exemplos de egoísmo quanto de altruísmo. Tome os pingüins, por exemplo. Do alto das geleiras onde se agrupam, é difícil discernir se há predadores no mar abaixo. Se fossem altruístas, cada um se ofereceria para pular primeiro e verificar se a barra está limpa. Não é o que acontece: geralmente, um pingüim empurra o outro e vê se a vítima não é atacada.
A seleção de parentesco tem sido utilizada para explicar a extraordinária organização que vemos nos chamados insetos sociais. Se a cooperação em um formigueiro ou em uma colméia parece impecável, é porque geralmente todos são filhos da mesma rainha, o que os torna geneticamente semelhantes. Quando uma abelha operária resolve colocar ovos – o que raramente ocorre –, suas colegas os destroem, pois o filho de uma “irmã” será geneticamente mais distante delas do que os filhos da rainha-mãe. No formigueiro, as coisas são mais simples: todas as operárias são estéreis. “Em muitos sentidos, nós, humanos, somos menos cooperativos do que os insetos sociais”, diz o biólogo Robert Trivers, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, Estados Unidos. Mas, complementa ele, é preciso entender que são dois sistemas muito distintos: “Entre as formigas, há parentesco próximo e, em geral, muito pouco conflito interno.
Entre nós, há um sistema de altruísmo recíproco com um meio de troca – o dinheiro – que uniu o mundo inteiro em uma economia interligada, mas com muito mais conflito interno e muito menos altruísmo”.
Em 1971, Trivers formulou, com o incentivo de Hamilton, a teoria do altruísmo recíproco, que é, de forma simplificada, a idéia de que uma mão lava a outra. Para explicar esses modelos, os biólogos utilizam formulações matemáticas, valendo-se especialmente da teoria dos jogos, que elabora equações capazes de explicar o mecanismo de várias formas de disputa social (para saber mais, leia a matéria “Tudo está em jogo”, na edição de abril de 2002).
Com a reciprocidade em mente, podemos voltar ao hipotético almoço do primeiro parágrafo. Afinal, por que somos aparentemente tão generosos com comida? A sociobiologia encontra as raízes desse comportamento nos primórdios do Homo sapiens, quando ainda vivíamos em tribos de caçadores-coletores. Claro que não podemos saber como era a organização social do homem primitivo, mas algumas pistas podem ser buscadas entre os caçadores-coletores do mundo moderno. Estudos antropológicos têm revelado características comuns mesmo em culturas geograficamente afastadas, como os ache do Paraguai e os !kung do deserto de Kalahari, no sul da África. Há uma divisão sexual do trabalho: as mulheres coletam raízes e frutos; os homens saem à caça. Os vegetais obtidos pelas mulheres são geralmente consumidos somente pela família; a carne trazida pelos homens é dividida com a tribo de forma igualitária.
É a reciprocidade em prática: uma vez que o sucesso da caçada depende não somente de habilidade e esforço, mas também de sorte, é provável que mesmo um bom caçador muitas vezes termine o dia de mãos vazias. Por isso, é essencial que ele possa contar com uma porção da caça dos outros. Influi aqui também o fato de a carne ser um bem perecível. O caçador não seria capaz de comer sozinho um dos mamutes que ainda andavam por aí quando surgiu o ser humano.
Mas o que impede o Macunaíma da tribo de vadiar enquanto seus companheiros arriscam-se na caçada? E por que o bom caçador deveria dividir seu produto de forma tão equânime? Foi ele quem caçou – por que não ficaria com pedaço maior? Nesse ponto entra o sistema de recompensas e punições que reforça o altruísmo recíproco. Recusar-se a dividir carne seria quebrar a etiqueta e expor-se à vergonha pública. E o bom caçador também tem suas vantagens: é considerado o homem mais sexy da tribo. Consegue parceiras com mais facilidade, seja para o casamento, seja para casos extraconjugais.
Ecossistemas Projetados
Os modelos de seleção de parentesco e altruísmo recíproco, como se viu, abrem espaço para algumas formas de altruísmo. Mas quem faz o bem somente aos seus não é generoso – é nepotista. E podemos qualificar de altruísmo aquilo que fazemos com vistas a uma retribuição futura? Fica a sensação de que, sob a pele de cordeiro do altruísmo, vamos sempre encontrar um lobo egoísta. Aliás, é exatamente o que afirmou em 1974 o biólogo americano Michael Ghiselin: “Arranhe um altruísta, e você verá um egoísta sangrar”. A biologia, amparada pela teoria dos jogos, parece identificar um fundo de interesse em qualquer gesto desprendido. Peter Singer, filósofo norte-americano da Universidade de Princeton, conhecido por sua defesa dos direitos dos animais, certa vez argumentou que os bancos de sangue seriam uma prova de altruísmo. O sangue estocado serve igualmente a doadores e não-doadores; portanto, ninguém doa sangue com vistas a um benefício no futuro.
O biólogo Richard Alexander, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, retrucou lembrando que olhamos com respeito o sujeito que volta de um banco de sangue com algodão e esparadrapo no braço. A retribuição vem na forma do reconhecimento social.
Mais recentemente, porém, alguns cientistas voltaram a admitir a seleção de grupo. É o que diz o biólogo David Sloan Wilson, da Universidade Estadual de Nova York: “Não há dúvida de que o preconceito contra a seleção de grupo está diminuindo, mas em um ritmo terrivelmente lento e baseado mais em fatores sociológicos do que intelectuais. A maior parte dos manuais ainda a trata como heresia, fundamentando-se em obras escritas antes de o estudante universitário médio ter nascido”. A seleção de grupo foi, para ele, uma força poderosa (mas não única) na evolução da espécie humana.
Sloan Wilson trabalhou em parceira com o filósofo Elliott Sober, da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, para compor Unto Others (“Para os outros”, sem tradução em português), uma defesa da seleção em “múltiplos níveis”. O livro recorda que o próprio William Hamilton, tido como o papa da seleção individual, admitiu a seleção de grupo em um trabalho de 1975. A proposta básica de Unto Others é a de que seleção individual e de grupo podem coexistir, ainda que trabalhem em sentidos opostos – daí a expressão “seleção em múltiplos níveis”. Já vimos que o altruísta, sendo o único a pagar a conta da bondade, sacrifica a própria aptidão reprodutiva em prol dos demais e portanto tende a desaparecer. Sloan Wilson e Sober demonstram matematicamente que isso é verdade apenas para a seleção individual. Uma proporção maior de altruístas pode trazer vantagens adaptativas para o grupo, que assim terá melhores chances na competição com rivais.
A seleção de grupo já foi utilizada com sucesso nas granjas. Descobriu-se que os melhores resultados são obtidos selecionando para reprodução não as galinhas que individualmente põem mais ovos, mas os grupos de galinhas mais produtivos. Mais recentemente, Wilson está utilizando esses princípios para pesquisar ecossistemas microbiais em conjunto com seu aluno William Swenson. Eles criam comunidades com bilhões de micróbios de diferentes espécies. Depois, selecionam aqueles que apresentam propriedades como, por exemplo, a capacidade de decompor lixo tóxico. Os resultados, diz Wilson, têm sido positivos e abrem a possibilidade de, no futuro, projetarmos ecossistemas inteiros. “Os experimentos levam a seleção de grupo um passo adiante, pois lidam com ecossistemas de múltiplas espécies”, diz Wilson.
“Sem dúvida, as abordagens do gene egoísta e da seleção em múltiplos níveis são equivalentes. As duas estão corretas”, diz o físico e biólogo Rob Boyd, da Universidade da Califórnia, Estados Unidos. As divergências parecem dizer respeito não aos fatos, mas à interpretação. Um exemplo é o caso da divisão da carne em tribos de caçadores-coletores. Em Unto Others, Sober e Sloan Wilson partem dos mesmos dados etnográficos, mas reformulam as perguntas. Afinal, por que surgiria um sistema de punições e retribuições para encorajar a generosidade do caçador? Os dois autores dizem que, na medida em que os atos de punir e recompensar também envolvem algum custo – embora menor do que o esforço despendido em uma caçada –, eles também poderiam ser considerados altruístas.
Para Boyd, a evolução cultural pode ser tão importante quanto a genética na evolução do altruísmo. De certo modo, ele as considera como duas forças inextrincáveis no desenvolvimento social de nossa espécie – afinal, a sofisticação lingüística que é a base da cultura humana não seria possível se a capacidade de aprender uma língua não estivesse codificada em nosso genoma. De outra parte, muitos dos mecanismos emocionais que dão base a nosso sistema moral – a culpa ou a vergonha, por exemplo – podem ter sido depurados pela seleção natural ao longo de nossa evolução como primatas sociais. Na medida em que nos agrupamos em tribos maiores, com uma divisão do trabalho mais complexa e especializada, a necessidade de cooperação extrapolou os limites da família e nos obrigou a cooperar com estranhos. Essas novas exigências sociais teriam exercido sua pressão sobre a seleção entre grupos humanos, favorecendo o surgimento da moral. “A cultura está nos genes, mas os genes também dependem da cultura”.

 

Maria Vai com as Outras – Efeito Psicológico na Black Friday


Black-friday
Enquanto uma parcela razoável da população está ansiosa à espera dos descontos monumentais da Black Friday, há um grupo seleto de economistas e psicólogos que aguardam o final de novembro por outro motivo: a data é um enorme (e imprevisível) experimento científico de economia comportamental, em que se joga dinheiro fora à rodo, de maneira irracional.
Pesquisadores como Richard Thaler – que levou um Nobel em outubro – fizeram história ao somar as nuances do comportamento humano à teoria econômica clássica. E é justamente em cima dessa união entre psicologia e dinheiro que as lojas trabalham para te convencer de que vale a pena torrar todas as moedas do porquinho em um dia só. Mesmo quando os descontos não estão tão bons assim.

Descontos são relativos
Se um produto custa R$ 2o em uma loja e R$ 30 na outra, você não tem dúvida: vai direto na primeira. Afinal, é uma diferença de preço considerável. Por outro lado, se um produto custa R$ 4490 em uma loja e R$ 5000 na outra, é bem provável que você nem perceba a diferença de valores. Talvez um amigo seu até diga que a segunda é mais honesta, por arredondar o preço.
Acontece que nos dois casos a diferença é a mesma: 10 reais. O que dá duas passagens de ônibus. Ou um café com pão de queijo na padaria. Pena que nosso cérebro não quer saber: ele trabalha com porcentagens, não com o valor em si.
Esse fenômeno está no cerne da Black Friday, em que é comum chutar o balde logo cedo – e sair na rua com uma geladeira nas costas às oito da manhã. Depois de deixar R$ 2000 em uma loja, todos os outros preços vão parecer melhores do que são de verdade. Camiseta por R$ 50? Leva. Celular por R$ 800? Leva também. Você, por mais pão duro que seja, vai no embalo da compra de maior porte – e se esquece do quanto realmente custa cada item menor.

Se todo mundo se jogar pela janela, você se joga também
Gastar dinheiro é um negócio que dói. Quem tem um filho que gosta da Kinder Ovo sabe bem disso.
Acontece que dói bem menos quando você olha em volta e todo mundo está fazendo a mesma coisa. Um artigo científico de 2009, da Universidade da Carolina do Norte, concluiu que nós não agimos de forma pouco ética só quando o custo benefício da ação é bom. Nós também nos baseamos no comportamento de quem está em volta, mesmo que de maneira inconsciente.
É claro que gastar dinheiro não é antiético. Mas é algo que te deixa culpado, com peso na consciência. Que te faz pensar duas vezes. Quando todos os vizinhos estão chegando em casa com TVs, porém, você tende a pensar que comprar algo um pouco mais barato – digamos, uma torradeira – não é tão grave assim.

A impressão geral é mais forte que as impressões específicas

Esse é um fenômeno chamado por psicólogos de Halo effect. Foi cunhado por Edward Thorndike em um artigo de 1920, chamado O Erro Constante nas Avaliações Psicológicas.
A ideia é simples, e já foi verificada experimentalmente várias vezes.
Se você pedir a funcionários de uma empresa que avaliem seus colegas de acordo com uma lista de qualidades e defeitos bem específicos (como inteligência, aparência física, capacidade de liderança, confiabilidade etc.), há uma tendência a que um pequeno grupo de pessoas seja muito bem avaliada em todas as categorias – mesmo que seja altamente improvável, do ponto de vista estatístico, que uma só pessoa seja ao mesmo tempo inteligente, confiável, bonita etc.
Isso acontece porque a boa impressão geral que essas pessoas passam convence os colegas de que elas são boas em tudo – mesmo que na prática não seja bem assim. Pelo mesmo raciocínio, pessoas pouco populares serão avaliadas de forma injusta em categorias em que, na verdade, se destacam.
Na Black Friday é parecido: os lojistas podem praticar preços que na verdade nem são tão bons assim. Eles se reverterão em vendas do mesmo jeito, porque pegam carona na boa impressão que o dia transmite, cultivada há anos em promessas de preço baixo e economia.

É mais fácil te pegar quando você está cansado, de cabeça cheia
Às vezes você já parou para pensar em toda a lista acima. E é mesmo um comprador racional em ocasiões normais. Mas a arma mais letal da Black Friday é justamente criar situações que te impedem de ser ponderado e racional. Ela ocorre no final da semana, quando você já está cansado. Te obriga a acordar cedo, o que te deixa meio zonzo. Te faz lidar com outros consumidores que não estão exatamente em um clima diplomático – o que te torna mais propenso a ficar de saco cheio com quem está na sua frente na fila. E inunda seu Facebook de ofertas das mais variadas, o que te obriga a decidir entre um enorme número de produtos muito diferentes entre si.
Um artigo científico publicado em 2009 pela Universidade Estadual da Flórida demonstrou que pessoas esgotadas mentalmente – do jeito que você fica depois de um longo de trabalho – são péssimas em tomar decisões. Isso acontece porque ter autocontrole é cansativo: você se segura uma vez. Duas. Na terceira, já se torna três mais propenso tanto a cometer atitudes como a cair no papo de pessoas que querem te passar a perna.
É claro que o teste acima não foi feito especificamente para compras: vale para golpes e jeitinhos em geral. Mas os descontos da Black Friday, muitas vezes, não são tão honestos assim, e te convencem justamente na base da insistência. Fica a dica: tome um banho e esfrie a cabeça antes de digitar o número do cartão.

Psicanálise funciona?


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A psicanálise, ou terapia psicanalítica, é uma forma de tratar problemas psicológicos de longa data que se baseia nos comportamentos de crença. Esses comportamentos têm mecanismos subjacentes que podem não ser reconhecidos, e se manifestar de forma inconsciente.
Com este entendimento, é possível pensar sobre o significado e as razões por trás de uma determinada postura e conduzir a possibilidade de mudança.
Embora a psicologia da mente descrita por Freud tenha se baseado na existência de um estado inconsciente, ele não foi o criador do termo. Os filósofos ocidentais do século XVII, John Locke e René Descartes e, mais tarde, Gottfried Wilhelm Liebniz, propuseram a ideia de um inconsciente, especulando a existência de algo dentro da mente, além da consciência, que também é capaz de influenciar comportamentos.

Razões para buscar tratamento psicanalítico
As pessoas podem buscar assistência psicanalítica por muitas razões – padrões de relação fracassados ou destrutivos, estresse no trabalho, depressão ou ansiedade, distúrbios de personalidade ou problemas em torno da autoidentidade e da sexualidade. Alguns buscam terapia após uma perda significativa, seja por morte ou divórcio, ou como resultado de um evento traumático ou abuso na infância ou na adolescência.
Um paciente pode consultar um psicoterapeuta psicoanalítico uma ou mais vezes por semana ao longo de meses ou anos. Um psicanalista pode receber um mesmo paciente por quatro ou cinco vezes por semana.
As consultas regulares e consistentes de 45 a 50 minutos permitem, ao longo do tempo, acompanhar e reunir informações sobre os padrões de pensamento e comportamento e a forma como estes afetam a pessoa em termos de seu estado emocional, bem como relacionamentos com parceiros, famílias, amigos, trabalho e a comunidade.

Psicanálise pelo mundo
Na Austrália, as pessoas que consultam um psicanalista ou um terapeuta psicanalítico que são medicamente treinados, seja como psiquiatra ou outra modalidade médica, podem conseguir as sessões pelo programa Medicare de forma contínua.
As pessoas que estão em terapia ou análises com profissionais não médicos podem solicitar até dez consultas por ano civil sob o Medicare, dependendo das qualificações profissionais do terapeuta.
O treinamento em psicanálise e terapia psicanalítica geralmente ocorre em um período de, pelo menos, cinco anos. É aberto a profissionais de várias áreas de formação, como psiquiatria, prática geral, psicologia, serviço social e enfermagem.
Esse treinamento inclui uma perspectiva de desenvolvimento, que considera o impacto que experiências da primeira e segunda infância podem ter sobre o indivíduo na vida adulta.
Ele engloba teoria, trabalho clínico supervisionado e observação de um bebê desde o nascimento, por um ano, com seminários de acompanhamento. Todos os formandos realizam análises pessoais ou terapia psicanalítica durante o período de treinamento.

O processo de tratamento
Em uma sessão, os pacientes tentam dizer tudo o que lhes vem à mente, permitindo que exteriorizem pensamentos, sentimentos, memórias e sonhos. Para habilitar seu depoimento, alguns deitam em um sofá com o terapeuta sentado atrás deles; outros se sentam cara a cara com o psicanalista.
Nessa configuração confidencial, e à medida que se cria confiança, pistas para o mundo inconsciente e interno do paciente começam a se formar, e padrões de relacionamento e possibilidades de evitá-los tornam-se visíveis.
O analista escuta cuidadosamente os reflexos, sonhos, memórias e pensamentos do paciente e tenta avaliar o que eles significam.
Espera-se que o paciente desenvolva uma visão sobre os padrões de vida destrutivos e a forma como estes foram formados, e entendê-los como uma resposta aos eventos pelos quais passou e relacionamentos que vive ou viveu.

Isso é eficaz?
Há um debate considerável sobre a eficácia do tratamento psicanalítico. Um problema apontado frequentemente é a relutância da profissão psicanalítica em reconhecer o valor da pesquisa formal e suas evidências ao desenvolvimento de diferentes trabalhos. Outro é a dificuldade de estudar o tratamento devido à sua natureza de longo prazo.

Um artigo de 2012 declarou:
“… a psicanálise já não é recomendada para tratar doenças mentais devido à falta de sólidas evidências. Uma revisão publicada recentemente não foi capaz de encontrar um único ensaio clínico apurado avaliando a psicanálise clássica. A evidência de uma psicanálise ‘moderna’ a longo prazo era conflitante, na melhor das hipóteses.
No entanto, desde então estudos com resultados mais positivos foram realizados e publicados.
Em 2015, o estudo Tavistock Adult Depression foi publicado. Ele examinava a eficácia da terapia psicanalítica. A pesquisa utilizou o modelo de teste do controle aleatório para examinar o tratamento de um grupo de pacientes diagnosticados com depressão profunda de longa data, que não tiveram sucesso em, pelo menos, dois tratamentos diferentes.
Um dos grupos foi submetido à terapia psicanalítica por dois anos; outro grupo de controle foi tratado com terapia cognitiva-comportamental, na qual os pacientes aprendem novas maneiras de pensar e se comportar.
Embora os resultados não tenham sido significativamente distintos entre os dois grupos ao final do tratamento, surgiram diferenças mais evidentes após 24, 30 e 42 meses.
Os resultados de depressão baseados em observação e questionários de autorrelatos mostraram declínios mais acentuados no grupo de terapia psicanalítica, junto a maiores melhorias na forma como se relacionam socialmente em relação ao grupo que passou por terapias cognitivo-comportamentais. Isso sugere que a terapia psicanalítica de longo prazo é útil para melhorar o desfecho da depressão resistente ao tratamento.

Entre pais e filhos

Um segundo estudo liderado pelo mesmo autor, publicado em 2016, analisou a terapia psicanalítica pai-bebê, que visa melhorar a interação entre pais e filhos. Os participantes foram alocados aleatoriamente nessa modalidade de psicoterapia, para garantir cuidados primários de suporte.
Não houve diferença significativa no resultado das medidas de desenvolvimento infantil, interação pai-bebê ou a capacidade de o progenitor considerar o estado mental do bebê, bem como o seu próprio estado.
No entanto, aqueles que receberam psicoterapia pai-bebê apresentaram melhorias em vários aspectos da saúde mental materna, incluindo no estresse parental e nas representações parentais do bebê e sua relação com os progenitores. Isso sugere que a terapia psicanalítica tem potencial para melhorar o relacionamento pai-bebê.
Os críticos da psicanálise argumentaram contra a duração do tratamento e seu alto custo, inacessível à maior parte das pessoas. Um paciente que procura psicoterapia pode não querer nem exigir tratamento de longo prazo, buscando apenas resolver alguns assuntos pontuais. Pode ser que a terapia comportamental cognitiva ou outros tipos de tratamento sejam a opção mais apropriada para esses pacientes em particular.
Muitas vezes, não é possível sustentar a terapia psicanalítica de longo prazo dentro das restrições de financiamento do sistema público de saúde mental e bem-estar social. Mais terapias centradas em solução e de sessão única podem ser aplicadas em indivíduos e famílias com dificuldades.
A terapia psicanalítica não está prontamente disponível em áreas regionais, rurais e remotas. Embora a “terapia à distância” esteja disponível através de tecnologias como Skype, Facetime, Zoom e por telefone, isso precisa ser avaliado para verificar se teria o mesmo efeito que a terapia cara a cara.

Comportamento (anti) Social – Pessoas neuróticas vivem por mais tempo (?)


neurose
Um novo estudo da Universidade de Southampton concluiu que pessoas neuróticas vivem consideravelmente mais. Mas o que quer dizer ser é neurótico? Não pense em Woody Allen ou em Freud. Não estamos falando de doença, e sim de personalidade.
Hoje, os testes psicológicos mais respeitados descrevem a personalidade com cinco traços, chamados de Big Five: extroversão, neuroticismo, consciência, afabilidade e abertura a novas experiências. As pessoas têm diferentes graus de cada um desses traços. Quem tem um alto grau de neuroticismo, nesse caso, são pessoas que gastam um baita tempo se preocupando, são pessimistas e se irritam facilmente (como o Lula Molusco).

O que o novo estudo concluiu é que esse tipo de personalidade pode trazer benefícios, como uma vida mais longa. Os pesquisadores analisaram dados de saúde de 500 mil habitantes do Reino Unido, com 37 a 73 anos. Para cada participante, foram levados em conta os resultados do teste de personalidade, sua dieta, seus hábitos de exercício e se eles fumavam ou bebiam. Além disso, cada voluntário fez uma autoavaliação do que achava da sua própria saúde.

E aí é que fica interessante: os neuróticos tendiam a fazer autoavaliações bem piores do que a média das pessoas. Elas sentiam que a saúde delas estavam pior. Mas, olhando os dados objetivos, os pesquisadores notaram que essas mesmas pessoas vivam mais e tinham chances menores de sofrer uma morte prematura do que a população em geral.
Para entender esses dados conflitantes, os pesquisadores criaram algumas hipóteses. Será que eles, por se sentirem mal com a própria saúde, tinham hábitos mais saudáveis?

Os dados diziam o contrário: pessoas com um grau maior de neuroticismo se exercitavam menos, comiam menos frutas e vegetais e tinham mais chances de beber e fumar quase todos os dias. Então como é que elas estavam vivendo mais?
Os autores voltaram, então, ao primeiro resultado do estudo: neuróticos vivem mais, mas sentem que têm uma saúde pior. Se pessoas com personalidade neurótica se sentem doentes o tempo todo, elas provavelmente vão mais ao médico.
Faltam dados que comprovem essa hipótese, mas, segundo os pesquisadores, essa foi a melhor interpretação possível para os dados que encontraram: o pessimismo e a preocupação dos neuróticos os torna mais vigilantes com a própria saúde. Se, por causa disso, eles frequentam o médico com mais frequência, têm maiores chances de diagnosticar doenças graves precocemente. E aí as chances de tratamento e recuperação são maiores. Vida longa – literalmente – ao neuroticismo.

CIENTISTAS EXPLICAM A EXPERIÊNCIA EMOCIONAL DE MORRER


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O temor à morte é uma experiência comum a todos os seres humanos – ela está associada à dor, à incerteza e ao medo. Porém uma pesquisa feita por cientistas psicólogos da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, revela que as emoções sentidas antes de morrer costumam ser felizes e positivas.
Os pesquisadores analisaram os escritos de vários doentes terminais e entrevistaram pacientes internados em unidades de cuidados paliativos e presos no corredor da morte. Surpreendentemente, na maioria dos casos, as sensações relatadas pelos entrevistados foram agradáveis.
O estudo demonstrou que as pessoas que, de fato, enfrentam uma morte iminente estão muito mais propensas a descrever a experiência com palavras doces e otimistas do que aqueles que imaginam a proximidade da morte sem sofrer nenhum risco.
Embora os resultados não sejam conclusivos, a pesquisa pode jogar um pouco de luz sobre a experiência misteriosa da morte.

Comportamento – O que é ser introspectivo?


introspecto
Pessoa retraida, que na maioria das vezes, fecha-se em seu mundo, deixando de interagir com o ambiente que integra e até corre o risco de tornar-se depressiva, pois na maioria das vezes, vive seu momento não dividindo nada com ninguém. Não generalizando, existem pessoas que preferem viver seu momento, pois só assim conseguem a paz que anseiam, até um momento para refletir, estar só consigo. Pessoas que preferem discutir seus problemas e anseios consigo mesma. Pessoas timidas e até em alguns momentos inseguras.
Pessoas que preferem ficar no anonimato, falam pouco, não gostam de ser notadas. Ex: Existem algumas donas de casas que preferem ser eternamente donas de casas, cuidar de seus afazeres domesticos, e não interagir com outras pessoas. Tambem existem pessoas quietas, que falam pouco, não se comprometem com nada, tudo está sempre muito bom e até aquele, que nunca sorrir, sempre seria.
Estar introspectivo é exercer a capacidade de refletir sobre sua própria condição, voltar-se para suas ações, avaliar os resultados e, com isso, poder tomar decisões, mudar caminhos ou continuar. Esse conceito deve estar ligado à capacidade de fazer uma análise íntima de suas vivências e experiências.
Entre as principais vantagens de um introspectivo, destacam-se duas: o relativo controle sobre as ações e a administração de suas consequências.
O introspectivo é um observador
Segundo a psicanalista e psicóloga Katya de Azevedo Araújo, o conceito equivocado da introspecção é comum, principalmente por que a pessoa vai permanecer isolada por um determinado período, parecer distante e estar mais observadora. “Por isso, a primeira impressão é de que se trata de tristeza ou até mesmo depressão”.
Dessa forma, é normal que os amigos mais próximos ou familiares se mostrem preocupados com o introspectivo. Mas o que deve ser levado em conta é o que pode ter desencadeado esse quadro, especialmente nas crianças.
Se o pequeno está pensativo e faz reflexões depois de ser alertado por uma professora, por exemplo, é saudável que ele busque formas de melhorar seu comportamento ou desempenho, se for o caso.
A questão pode ser motivo de preocupação se a criança não está conseguindo acompanhar a turma ou se comporta mal em sala de aula. Nesse caso, o problema é outro. Por isso, o olhar de quem está perto, o cuidado e a observação são tão importantes. O introspectivo pode se tornar alguém triste, mas é preciso enxergar bem mais além.

Ser introspectivo não é ser tímido
Um caso clássico é o da timidez, que também pode ser confundida com estados de introspecção. De acordo com Katya, a timidez pode ser reflexo da dificuldade que a pessoa tem de se relacionar. Também se apresenta a partir da incapacidade de agir, da inibição e da insegurança. “Já o introspectivo, vai ter a força e a condição de pensar sobre si”, diz Katya.
Por isso, se você percebe alguém capaz de buscar soluções e evoluir por meio da autoanálise e do silêncio, aprenda com essa pessoa. Acredite que esse quadro se traduzir em crescimento e não em preocupação.
Ao contrário do que se pode pensar, o introspectivo não necessita de ajuda psicológica, a não ser que a origem esteja em problemas bem sérios, ou se a introspecção estiver associada a algum tipo de isolamento afetivo bem importante.

O lado ruim da introspecção
Quando falamos em “desvantagens” da introspecção, logo é possível relacionar o entendimento errado por parte de outras pessoas em relação ao seu estado. O introspectivo vai passar, na maioria das vezes, a impressão de tristeza ou de alguém com problemas tão sérios que podem ser incapazes de dividir com outros de seu círculo familiar ou de amizades.
O essencial, de acordo com Katya, é aceitar que, de maneira natural, esse estado é benéfico em qualquer momento da vida, em toda idade. Ele é fundamental para traçar metas, avaliar conquistas e estratégias.

Psicologia e Psicologias – Quem é o Pai da psicologia?


pai da psico
Wilhelm Maximilian Wundt foi o fundador da psicologia.
Nascido em Neckarau, em 16 de agosto de 1832 — morreu em Großbothen, 31 de agosto de 1920. Wundt foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um dos fundadores da moderna psicologia experimental junto com Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e Gustav Theodor Fechner (1801-1889).
Entre as contribuições que o fazem merecedor de reconhecimento histórico estão a criação na Universidade de Leipzig, na Alemanha, do primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia.
Por esse fato e por sua extensa produção teórica na área, ele é considerado o pai da Psicologia moderna ou científica. Wundt desenvolveu a concepção do paralelismo psicofísico, segundo a qual aos fenômenos mentais correspondem à fenômenos orgânicos. Por exemplo, uma estimulação física, como uma picada de agulha na pele de um indivíduo, teria uma correspondência na mente deste indivíduo. Para explorar a mente ou consciência do indivíduo, Wundt cria um método que denomina introspeccionismo.
A partir de 1858 Wundt publicou fragmentariamente vários estudos sobre psicofísica, sensação e percepção organizados em livros:
Contribuições para a teoria da percepção sensorial. Em 1863 publica as Lições de psicologia humana e animal (“Lectures on human and animal psychology”, um dos primeiros estudos de psicologia comparada). Em 1874, publica os Fundamentos da psicologia fisiológica / Principles of Physiological Psychology. Neste livro ele salienta as relações entre fisiologia e psicologia. Ele também divulgou sua crença que a psicologia deveria ser estabelecida como disciplina científica independente.
Em 1879 é o ano de fundação do primeiro laboratório de pesquisas psicologia que recebe o nome de Psychologische Institut na Universidade Leipzig; muitos consideram esse ato como marco do início da psicologia como uma ciência experimental (Bringmnn et al. 1997).
Wundt definia a psicologia como uma ciência da mente seu objeto a experiência imediata tal como é dada direta e fenomenalmente ao observador. Analisava os compostos e complexos conscientes a partir dos elementos ou unidades: sensação e sentimentos ou afetos. Para Wundt, a mente executa uma síntese química mental que se processa através da associação e que se realiza de três formas: pela fusão, onde os elementos combinados aparecem sempre juntos; Pela assimilação, que é também uma combinação de elementos em que nem todos estão presentes no consciente. Os afetos ou sentimentos acompanham as sensações e suas combinações entre os modelos de classificação dos sentimentos que utilizou o mais influente foi o referente à sua teoria tridimensional das emoções, que estabelecia três pares dicotômicos: agradável – desagradável; tenso – descontraído; excitado – calmo.
O materialismo científico também esteve com Wundt, buscando a relação entre os fenômenos psíquicos e fisiológicos. Os processos mentais e os processos corporais e fisiológicos decorrem paralelamente, sem interferência mútua.

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