História – Inquisição na Idade Média


inquisição
A instituição denominada de Inqusitio haereticae pravitatis, mais conhecida como Inquisição, foi criada pelo Papa Gregório IX, em 1233, por meio da bula Licet ad capiendos. A história da inquisição é um dos temas que mais geram discussão, tanto entre especialistas no assunto quanto entre o público não especializado. Isso ocorre por conta da confusão e desconhecimento acerca dos propósitos dessa instituição, bem como da falta de compreensão razoável do contexto em que ela foi criada. Para compreendermos bem o que foi a inquisição na Idade Média, é necessário sabermos um pouco a respeito da proliferação, na Baixa Idade Média, de uma heresia denominada de catarismo.
O catarismo (termo de origem grega que significa “puro”) era herdeiro de elementos do gnosticismo antigo e, sendo assim, pregava a existência de dois deuses, um deus bom e um deus mau. Para os cátaros, toda o mundo material criado, incluindo o corpo humano, era fruto da ação do deus mal, por isso a corruptibilidade do tempo e o destino fatídico da morte. De sua parte, o deus bom teria criado o espírito dos homens, que, quando libertado da carne, voltava à sua pureza. Os cátaros identificavam Cristo como esse deus bom. Ocorre que esse tipo de crença catarista produzia sérias implicações de ordem social. Um exemplo estava no fato que os cátaros opunham-se à ideia de ter filhos, pois julgavam que tal prática nada mais era que dar a um espírito puro a “prisão da carne”.
A seita catarista mais famosa foi a dos albigenses, que se organizou de uma forma complexa e conseguiu milhares de adeptos. Para a dogmática católica, a prática do catarismo era encarada como um problema seríssimo, haja vista que se negava a Trindade (as três pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo) e, por consequência, a humanidade de Cristo, isto é, a parte humana, carnal, de Deus feito Filho. Uma das graves consequências que a ação dos albigenses e demais cataristas suscitava era a perseguição popular, que resultava em pequenas guerras, linchamentos etc. A primeira medida significativa contra essa situação foi tomada em 1148, quando foi reunido o sínodo de Verona, comandado pelo papa Lúcio III e pelo Sacro Imperador Frederico Barbaroxa.
Entretanto, os conflitos entre cátaros e cristãos foi tomando proporções maiores nas décadas seguintes, e a seita ganhava progressivamente mais adeptos. O papa Inocêncio III, que assumiu suas funções como sucessor de Pedro em 1189, tomou as primeiras medidas mais drásticas contra o catarismo, como a exclusão dos hereges das funções públicas e confisco de seus bens. Além disso, foi com a autorização de Inocêncio III que teve origem a Cruzada contra os Albigenses para combater os cátaros, que, graças à sua grande organização, também chegou a possuir um exército.
Passado esse período de turbulências do século XII, no século seguinte, a prática da heresia dos cátaros ainda persistia, em muitos casos de forma não explícita, de modo que foi necessário que a Igreja fundasse um tribunal de inquirição judicial, um tribunal investigativo, a fim de atestar se o acusado de heresia era de fato herege. Foi assim que o Papa Gregório IX criou a Santa Inquisição em 1233. Muito ao contrário do que se pensa, a Inquisição não matou milhões de pessoas na Idade Média e nem na Idade Moderna – quando assumiu um viés mais violento nos Estados ibéricos, em virtude de sua instrumentalização secular.
O caso das torturas, que foram autorizadas pelo Papa Inocêncio IV por meio da bula Ad extirpanda (que suscitou muitas discussões, haja vista que o papa reivindicava para a Igreja características do poder imperial), também é superdimensionado por alguns autores que escreveram sobre a Inquisição. As torturas eram empregadas em casos bem específicos e não era, de modo algum, uma prática corriqueira de todos os inquisidores, como bem destaca a historiadora Regine Pernoud, em seu livro “Luz sobre a Idade Média”, que fala sobre as mortes e torturas durante a Inquisição medieval:
“Em novecentas e trinta condenações produzidas pelo inquisidor Barnard Gui durante sua carreira, quarenta e duas ao todo conduziram à pena de morte. Quanto à tortura, apenas se assinalam, em todo a história da Inquisição no Linguadoque, três casos certos em que ela foi aplicada; é dizer que o seu uso era nada menos que geral. Era preciso, por outro lado, para que ela fosse aplicada, que houvesse começo de prova; só podia servir para fazer completar confissões já feitas. Acrescentemos que, como todos os tribunais eclesiásticos, o da Inquisição ignora a prisão preventiva e deixa os acusados em liberdade até a apresentação de provas da sua culpabilidade.
Vale ressaltar ainda que quem executava o herege condenado não era a Igreja, mas a autoridade civil, o poder secular, ao qual era entregue.

Dica de Livro – Os Gênios Também Erram


erro de Einstein
Nas salas de aula, os professores de ciência ensinam que Albert Einstein e Charles Darwin são gênios incontestáveis. Nada mais justo. O primeiro decifrou a expansão do universo, e o segundo escancarou o parentesco entre homens e macacos. Mas o caminho que levou a essas descobertas não foi pavimentado apenas com acertos. Houve erros, e não foram poucos. É sobre eles que se debruça o astrofísico e escritor romeno Mario Livio no recém-lançado livro “Brilliant Blunders” (“Erros Geniais”, em tradução livre, com lançamento em maio de 2014 no Brasil).
Além de apontar os equívocos, o livro deixa claro o quanto a evolução científica não é necessariamente uma progressão linear do pensamento, em que um cientista passa o bastão para o seguinte. Darwin foi brilhante em desenvolver a teoria da seleção natural, mas não enxergou as repercussões dela sobre as regras da hereditariedade aceitas em sua época. “Mas isso levou outros cientistas a reescreverem completamente essas normas, levando às nossas noções modernas de genes”, diz a física e jornalista Marcia Bartusiak, professora de redação científica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Assim como no exemplo de Darwin, muitos equívocos forçaram outros pensadores a corrigir ou redirecionar ideias. Linus Pauling desenvolveu um modelo de DNA (ácido desoxirribonucleico) errado na essência, já que a estrutura pensada pelo cientista não era a de um ácido. “Os outros pensaram: ‘Como o maior químico do mundo poderia estar errado?’”, diz Marcia. Dois cientistas muito mais jovens, James Watson e Francis Crick, não só tinham certeza do erro como se apressaram e chegaram à descrição de DNA.
Um exemplo curioso de erro que não estava “tão errado” assim diz respeito a Einstein. Quando o cientista formulou a Teoria da Relatividade, as equações que desenvolveu só fariam sentido se o universo estivesse se expandindo ou se contraindo, mas os cientistas da época acreditavam que o cosmo era estável. Para “consertar” a teoria, o físico adicionou às equações uma constante cosmológica. Astrônomos descobriram que o cosmo não estava estático, mas se expandindo. Einstein baniu a constante e a chamou de seu maior erro. Contudo, outros cientistas reabilitaram-na, já que ela poderia explicar a “energia escura”, força hipotética que estaria acelerando a expansão do universo.
Outro ponto sobre o qual “Brilliant Blunders” joga luz é o fato de algumas dessas mentes brilhantes serem cabeças-duras na hora de admitir os erros. Exemplos são William Thomson, conhecido como Lord Kelvin, e Fred Hoyle. Mesmo diante de evidências de que estavam errados (Kelvin com o cálculo da idade da Terra e Hoyle com a sua teoria furada sobre o universo), eles se recusaram a admitir o lapso. Os acertos posteriores em suas carreiras deram um lustro na imagem que eles deixaram no panteão do conhecimento humano. Os erros flagrados no livro não diminuem a importância desses gênios. Mostram apenas que a ciência é um empreendimento humano e, como tal, sujeito às nossas fraquezas.

kelvin

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Medicina – O que é o Micro AVC?


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Formalmente conhecido como Ataque Isquêmico Transitório (AIT), o mini-AVC, de acordo com a American Heart Association e American Stroke Association, é um episódio transitório de disfunção neurológica causada por focos de isquemia (restrição do fluxo de sangue e oxigênio) no cérebro, medula espinal ou retina, sem que haja, de fato, um “AVC completo”.
Em outras palavras, o AIT surge quando uma região do sistema nervoso, normalmente o cérebro, sofre uma relevante, porém temporária, redução do fluxo sanguíneo. No entanto, o problema é insuficiente para causar morte do tecido cerebral.
É importante lembrar que, apesar de ser conhecido como “mini-AVC”, o AIT e AVC são doenças completamente diferentes, apesar de apresentarem fisiopatologia semelhante e afetarem o mesmo grupo de risco (acima dos 55 anos, histórico de doenças cardiovasculares, hipertensão, colesterol elevado, diabetes, tabagismo, etc). Contudo, é mais correto chamá-lo de pré-AVC, uma vez que o problema deve ser encarado como um aviso de que algo está errado com a circulação sanguínea no cérebro.
squemia temporária, fazendo com que o órgão receba menos sangue e oxigênio. Então, com menos oxigênio disponível, os neurônios não conseguem desempenhar suas funções, resultando em sintomas neurológicos.

Essa diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro pode ocorrer por três razões:

1- Embolia cerebral (AIT embólico): causado por um coágulo, oriundo do coração ou artéria carótida, que viaja até o cérebro e obstrui o fluxo de uma artéria cerebral.

2- Aterosclerose de uma artéria cerebral (AIT lacunar): causada por obstruções relacionadas a placas de colesterol alojadas na parede de uma artéria cerebral.

3- Estenose da artéria carótida (AIT por baixo fluxo): fluxo sanguíneo na carótida é severamente reduzido como consequência de aterosclerose ou dissecção da própria artéria.
Sintomas
Os sinais e sintomas variam de acordo com a artéria acometida, tamanho da região afetada e mecanismo fisiopatológico por trás da isquemia. No entanto, a sintomatologia geral pode incluir:

– Perda de força em toda uma metade do corpo

– Dificuldade para falar ou articular as palavras

– Dificuldade para entender o que os outros dizem

– Incapacidade de reconhecer a própria doença

– Fraqueza ou dormência nos membros, face ou língua

– Tontura e desequilíbrio.

– Movimentos abruptos

– Visão dupla

– Perda total ou parcial da visão em um dos olhos

– Queda da pálpebra

– Incapacidade de olhar para cima

– Dor de cabeça súbita e intensa

– Dificuldade para andar
– Perda da audição

– Amnésia
Tratamento
Embora não exista um tratamento específico para o AIT, uma vez que os sintomas normalmente desaparecem de maneira espontânea após um período de tempo, os cuidados são voltados para a prevenção de um AVC.
As estratégias atuais de prevenção incluem a administração de remédios para controlar a pressão arterial, redução dos níveis de colesterol, terapia antitrombótica e uma modificação severa de estilo de vida, que pode incluir mudança de dieta, abandono do álcool e cigarro e a prática de exercícios físicos.

História – A Queda de Constantinopla


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Fato histórico de extrema importância.
Para que se tenha uma dimensão dessa importância, basta pensarmos que o dia em que ela ocorreu, 29 de maio de 1453, foi por muito tempo (e ainda é, em alguns casos) considerado o marco do fim da Idade Média e início da Idade Moderna. A queda de Constantinopla foi o símbolo do declínio do Império Romano do Oriente (também conhecido como Império Bizantino), inaugurado por Constantino – que havia dado seu nome à cidade – no século IV d.C. Esse mesmo acontecimento marcou também o triunfo de outro império, o Otomano, que se formou a partir de um sultanato turco, em 1299, e foi o responsável pela conquista de Constantinopla.
O Império Romano do Oriente representava, na Idade Média, o que ainda havia de mais poderoso, em termos institucionais, herdado da antigo Império Romano. Por estar localizada em um lugar estratégico da Anatólia (Ásia Menor), Constantinopla sempre foi uma cidade cobiçada por diversas civilizações. Muitos tentaram subjugá-la, desde bárbaros, hunos e até os cavaleiros cruzados cristãos.
Os ataques frequentes acabaram por deixar as defesas da cidade em péssimas condições, e o seu território, drasticamente reduzido. Ainda que durante o século XIV tivessem negociado várias vezes com os bizantinos, na época do imperador João V Paleólogo, os otomanos, que disputavam espaço na Anatólia, sob o comando do sultão Mehmed II, deram o golpe fatal contra a cidade. Famosa por sua muralha que a protegera por séculos, Constantinopla não foi capaz de resistir ao poder dos canhões otomanos. Com a batalha vencida, Mehmed II logo se prontificou a estabelecer vínculos simbólicos com a cidade. A principal referência cristã de Constantinopla, a basílica de Hagia Sofia (Santa Sabedoria), foi transformada em mesquita no mesmo dia em que os otomanos conseguiram transpor as muralhas, como narra o historiador Alan Palmer:
Quando o Sultão Mehmed II entrou em Constantinopla em seu tordilho naquela tarde de terça-feira, foi primeiro a Santa Sofia, a igreja da Santa Sabedoria, e pôs a basílica sob sua proteção antes de ordenar que fosse transformada em Mesquita. Cerca de sessenta e cinco horas mais tarde, retornou à basílica para as preces rituais do meio-dia da sexta. A transformação era simbólica para os planos do Conquistador. O mesmo aconteceu quando insistiu em investir com toda solenidade um erudito monge ortodoxo no trono patriarcal, então vago.
Um tempo depois a cidade de Constantinopla receberia o nome de Istambul (nome que significa “na cidade”) e se tornaria a sede do Império Otomano. Esse Império sobreviveu até o início do século XX, quando ocorreu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o que provocou o esfacelamento de sua unidade.

A África na Idade Média


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De forma geral, o estudo do período Medieval concentra-se em três eixos principais: a formação da cristandade na Europa Ocidental, o desenvolvimento do Império Bizantino na Europa Oriental e o nascimento e expansão da civilização islâmica, desde a Península Ibérica até a Pérsia, abrangendo também o norte da África e o sul da Europa. Normalmente, quando se chega ao tema da expansão islâmica, tangencia-se a questão das civilizações que se desenvolveram na África nesse período, porém de forma muito sucinta e pouco expressiva. A África na Idade Média constitui um tema que deve ser estudado de forma pontual e sistemática, haja vista que interessa a todos que queiram compreender a fundo a formação do mundo moderno.
Desde a Idade Antiga, no continente africano, algumas civilizações destacaram-se enormemente. Foi o caso dos cartagineses (de origem fenícia), que se estabeleceram no noroeste da África; da civilização egípcia, que floresceu no nordeste africano a partir do delta do rio Nilo; da civilização da Núbia, situada abaixo do Egito; do reino de Axum, que se desenvolveu na região da atual Etiópia, entre outros. Todas essas civilizações, algumas em maior e outras em menor grau, mantiveram contato com as civilizações da Europa Ocidental, como a romana, e outras que se desenvolveram na Península Arábica, nas planícies iranianas e no Extremo Oriente.
Toda essa região do norte da África passou a sofrer, no período da Idade Média, uma intensa penetração da civilização árabe islamizada. A partir do século VII, o islamismo passou a expandir-se por toda a Península Arábica e em direção ao norte africano e ao sul europeu. Nesse período, houve a um só tempo um choque e um enriquecimento cultural com as culturas locais africanas, bem como com as civilizações desse continente que já haviam sido cristianizadas.
Na região do Magrebe, a conversão ao islã ocorreu de forma sistemática, desde reinos poderosos como o de Mali até povos nômades. Com a islamização, a prática da escravidão, que era muito comum no continente africano desde a Antiguidade, intensificou-se. Como acentuou o historiador Ricardo da Costa, especialista em Idade Média: “Ao converter meia África, o Islamismo contribuiu muito para estimular ainda mais a escravidão, pois praticou-a desde cedo: antes mesmo de Maomé, já no século VI, mercadores árabes frequentavam todos os portos da costa oriental da África, trocando cereais, carnes e peixes secos com tribos bantus por escravos. As populações negras não muçulmanas também consideravam a escravidão um fato absolutamente normal (como veremos, normalmente os reis africanos tinham centenas de escravos como soldados – e em suas guardas pessoais!)”.
Além do reino de Mali, outros reinos também tiveram destaque no continente africano nesse período, principalmente aqueles que se desenvolveram abaixo do deserto do Saara, tais como Gana, Kanem-Bornu, Iorubá e Benin. A principal forma de contato e de comércio entre esses reinos eram as caravanas de camelos, que permitiam o deslocamento para longas distâncias em meio ao deserto com uma quantidade muito grande de mantimento, pedras preciosas, escravos, metais, porcelanas, tapetes e muitas outras coisas.

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Renascimento comercial na Europa medieval


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O renascimento comercial da Idade Média ocorreu por causa da ampliação das rotas comerciais e do estabelecimento de feiras anuais, que atraíam inúmeros comerciantes interessados na venda e troca de produtos. Uma consequência desse fenômeno foi o retorno da utilização da moeda.
O renascimento comercial está diretamente ligado ao renascimento urbano. Atribui-se o renascimento do comércio ao crescimento populacional e ao aumento da produção agrícola, que proporcionou um excedente que pôde ser comercializado.
O desenvolvimento das cidades a partir do século XI gerou uma necessidade de mercadorias, que só era suprida a partir do comércio. Com essa demanda, começaram a se estabelecer comerciantes em determinadas cidades europeias. Além disso, muitos mercadores passaram a sedentarizar-se, pois, as rotas comerciais terrestres na Europa eram muito precárias e inseguras. Apesar desse processo de sedentarização, o comércio europeu dependia, principalmente, das rotas marítimas, que eram consideradas mais baratas que as rotas terrestres.

Comércio mediterrâneo e nórdico
Com o crescimento das rotas marítimas, foram estabelecidos dois grandes eixos comerciais na Europa: o eixo do mediterrâneo, dominado pelas cidades italianas de Veneza e Gênova, e o eixo nórdico, conhecido como Liga Hanseática.
Atribui-se o impulso de Veneza e Gênova ao fato de a produção agrícola de ambas ter sido pequena. Assim, no século XI, essas cidades apoiaram o início das Cruzadas, com o interesse de obter mercadorias de luxo existentes no mercado oriental, que havia sido fechado desde a conquista muçulmana. Também ficaram conhecidas por incentivar a Quarta Cruzada, com o objetivo de expandirem seus negócios para as terras do Império Bizantino.
A Liga Hanseática dominou o mercado no norte europeu. Era formada por um grupo de cidades germânicas que se aliaram e conseguiram exercer o controle sobre o mercado em regiões que iam do leste europeu até a Islândia. Sobre a rota hanseática, Hilário Franco Júnior afirma que:
“os hanseáticos recolhiam num local e vendiam noutro peles, mel e cera da Rússia, trigo e madeira da Polônia e da Prússia, minerais da Hungria, peixe da Noruega e Islândia, cobre e ferro da Suécia, vinho da Alemanha do sul, sal da França e de Portugal, lã da Inglaterra e tecidos de Flandres”
Os dois eixos de comércio tinham como ponto de encontro as feiras realizadas em Champagne, região da atual França. Essas feiras desenvolveram-se a partir do final do século XII em “Lagny, em Bar-sur-Aube, em Provins e em Troyes” |2| (pequenas vilas e cidades que ficavam na região de Champagne) e eram realizadas uma vez por ano, em ciclos que duravam alguns meses. Atribui-se o desenvolvimento das feiras à postura dos condes da região, que eram mais liberais e, muitas vezes, isentavam os comerciantes das cobranças de pedágios – um dos entraves para o comércio itinerante terrestre.
O desenvolvimento comercial fez com que a moeda passasse novamente a ser utilizada. Esse impulso iniciou-se a partir de Gênova, que passou a cunhar moedas a partir de 1252, seguida pela França, em 1266, e Florença, em 1284. Entretanto, a grande quantidade de moedas existentes na Europa dificultou a maior circulação do dinheiro.
A partir do final do século XIII, principalmente, os comerciantes de maior sucesso estabeleceram casas comerciais, passando a exercer um controle muito grande sobre parte do fluxo comercial e, muitas vezes, sobre as cidades nas quais estavam instalados. Um exemplo são os comerciantes da cidade alemã de Colônia, que conseguiram estabelecer uma casa comercial à beira do rio Tâmisa, em Londres, em 1130
Esse impulso resultou no desenvolvimento de uma nova classe social: a burguesia. À medida que enriquecia, o poder da burguesia, vindo de suas fortunas, passou a se confundir com o poder da nobreza, sobretudo nas cidades.

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Arqueologia – O Manuscrito Liber Linteus Zagrabiensis


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Redigido em etrusco, um idioma usado em uma região que hoje corresponde à península itálica, o Liber Linteus Zagrabiensis — ou “Livro de Linho de Zagreb” em latim — é o único livro escrito em linho de que se tem notícia, assim como o texto mais extenso em etrusco já descoberto no mundo. O manuscrito se encontra em exposição em um museu da cidade de Zagreb, na Croácia, daí o seu curioso nome.
O documento de tecido — escrito em tinta vermelha e preta — foi utilizado para envolver uma múmia de aproximadamente 2,2 mil anos encontrada no Egito em meados do século 19. O livro consiste em um texto com cerca de 13 mil palavras distribuídas em aproximadamente 230 linhas que, por sua vez, se repartem em uma dezena de colunas verticais redigidas sobre um pedaço de linho dividido em 20 requadros retangulares.
Contudo, como apenas umas 1,2 mil palavras continuam legíveis, os cientistas não conseguiram decifrar completamente o texto. Atualmente, o consenso é de que o Liber Linteus seja um calendário ritualístico, embora as menções aos meses só apareçam a partir da sexta coluna do manuscrito.
Com relação à explicação de como um documento etrusco foi parar no Egito, os especialistas explicaram que, na época em que o corpo da múmia foi preparado, o comércio já havia se espalhado por todo o Mediterrâneo, e era comum que diversos materiais fossem reutilizados para envolver cadáveres ou produzir máscaras funerárias. Assim, não era incomum que itens produzidos na Itália circulassem por outras paragens.

O Códice de Dresden


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É um antigo texto Maia com cerca de 800 anos que “apareceu” na Real Biblioteca de Dresden, na Alemanha, no século 18. O manuscrito consiste em 39 páginas ricamente ilustradas e redigidas na frente e no verso e, ao que tudo indica, ele traz registros das diferentes fases do planeta Vênus, presumivelmente para que os maias pudessem planejar diferentes cerimônias e rituais.
Ninguém sabe como é que o códice foi parar na Alemanha, já que a maioria dos textos maias (infelizmente) foi destruída pelos colonizadores e missionários cristãos na tentativa de eliminar as crenças pagãs daqueles povos. De qualquer forma, pesquisas recentes apontaram que os maias celebravam um elaborado conjunto de eventos e rituais conectados com o comportamento de Vênus e provavelmente usavam o códice como uma espécie de calendário.

Deep web ganha buscador parecido com o Google


grams
Como tudo é difícil de se encontrar na deep web (a parte obscura da internet), você precisa saber exatamente para aonde está indo. Não há como fazer buscas específicas da forma como estamos acostumados na web convencional. Bem, não havia. Agora, a coisa muda de figura com o lançamento do Grams.
O Grams é um site de buscas com um design parecido com o do Google que indexa informações de mercados negros na deep web, que permitiram ser incluídos nas pesquisas. O criador do site atende pelo pseudônimo “Gramsadmin”, mas sua verdadeira identidade é preservada.
A deep web é um ambiente arenoso onde há todo tipo de coisa, postada anonimamente, com criptografia pesada, reunindo desde comunicações entre rebeldes em países em guerra até a venda de armas e drogas.
Caso você queira conhecer o Grams, o endereço é “http://grams7enufi7jmdl.onion/”, que só pode ser acessado por meio do navegador TOR, específico para chegar às profundezas da deep web. Recomendamos cuidado, no entanto, já que o lugar é desconhecido da maior parte dos usuários e recheado de vírus complexos e assuntos desagradáveis.

Dica de Livro – A China Antes e Depois de Mao Tse Tung


China C Rossi
Trechos do ☻Mega Foram Usados Para Escrever o Livro
Este livro junta artigos de Ernest Mandel, S. Wu, Carlos Rossi, Pierre Rousset, Roland Lew acerca da evolução da Revolução Chinesa.
O crescimento demográfico aliado aos fenômenos de urbanização, industrialização e disseminação dos padrões de consumo das nações mais desenvolvidas em direção às nações menos desenvolvidas tem exacerbado o conflito redistributivo em nível mundial. A globalização da economia e a monopolização dos mecanismos de mercado como forma de alocação de recursos e decisão sobre o que produzir e consumir expõe as enormes contradições abrigadas dentro do sistema via os impactos ambientais e o preço das “commodities” agrícolas e minerais, aí incluso o petróleo.
Quando Mao Tsé-tung morreu, em 1976, a China era um país rural de 1 bilhão de habitantes, pobre, quase paupérrimo, com 85% de sua população vivendo no campo numa economia de subsistência, com uma parca dieta vegetal, sem meios de transporte além de pernas, bicicletas e de seus animais.
A maior fonte de energia disponível era primária, tirada deles próprios ou da natureza sem nenhuma sofisticação industrial. A infraestrutura de energia e transporte era quase inexistente para o tamanho de sua população, e os padrões de consumo, tão frugais que seria impossível a um ocidental imaginar como eles podiam viver daquela maneira. O sonho de consumo de um chinês era um rádio e uma bicicleta, e a moda, ano após ano, eram os indefectíveis terninhos tipo Mao, com o mesmo design e cores, distribuídas duas ou três peças por habitante. Tudo era racionado, da comida ao sabonete. Os níveis de consumo da China, principalmente de alimentos, beiravam o limite da sobrevivência, daí a grande criatividade dos chineses nos ingredientes de sua culinária, principalmente no que tange a proteína animal.
O impacto da China no mercado mundial de commodities agrícolas, minerais e energia era zero, assim como seu impacto no mercado de bens industrializados. Embora já dispusesse de um razoável poderio militar e inclusive detentora de bombas nucleares, do ponto de vista do impacto econômico no mundo e pressão sobre recursos naturais e emissão de poluentes, tudo se passava como se a China e suas centenas de milhões de habitantes não existissem! Era um enorme ponto no mapa mundial despertando mais curiosidade do que qualquer preocupação. A China de Mao, em 1976, não era muito diferente da China vista por Marco Polo ao final do século 13 ou por Lorde MacCartney ao final do século 18. A China era um imenso país igualitário, vivendo na pobreza absoluta.
Em 2012, apenas 36 anos depois, a China de Hu Jintao, em termos mundiais, era a segunda maior economia, a primeira nação industrial e maior exportador de bens industriais. O país é hoje o maior produtor e consumidor mundial de aço, alumínio, cimento, automóveis, eletrodomésticos, computadores, roupas, sapatos, para nomear alguns itens. Maior consumidor mundial de alimentos, energia e commodities minerais. Nesse curto espaço de tempo, a China deixou de ser uma bucólica nação agrícola e rural para se tornar uma nação industrializada, quase urbana com mais de 50% de sua população vivendo nas cidades.
Nossa civilização ocidental desenvolveu um modelo econômico baseado na abundância relativa, isto é, os recursos do mundo são para todos e devem ser comercializados livremente pelas forças de mercado, mas os padrões de vida e consumo, não. Assim caberá a algumas nações e povos trabalharem mais e fornecerem os recursos. E a outras consumirem. Umas viverão na abundância e outras na penúria! Parafraseando Clausewitz, que dizia que “a guerra é continuação da política sob outros meios”, atrevo a dizer que “a globalização dentro da visão ocidental é a continuação do colonialismo e da escravidão sob outras formas”.

Depois de séculos de exploração colonial, a pregação pela abertura comercial e dos benefícios da economia de mercado, propagados à exaustão pelas nações abastadas do centro como modelo a ser seguido pelas nações pobres da periferia, parece não estar resistindo a seu grande teste que é o crescimento chinês. Imaginem se os demais 4,7 bilhões da população mundial seguirem o mesmo caminho da China! O crescimento acelerado da China era tudo que as nações ocidentais não sabiam que não queriam!

mao tse tung

Mini avião é capaz de voar sem turbinas nem hélices


Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgaram nesta quinta-feira, 22, a construção do primeiro protótipo de avião do mundo sem partes mecânicas. A miniatura é movida a um sistema conhecida como “propulsão iônica”.
Um par de eletrodos são usados para acelerar íons e gerar um tipo de “vento” que faz o avião se lançar ao céu e se manter no ar. A tecnologia permite substituir as turbinas e hélices usadas em aeronaves atuais, tornando-as potencialmente mais leves.
A propulsão iônica não é necessariamente uma novidade. O fenômeno é conhecida na natureza desde os anos 1960. A Apple chegou a considerar a hipótese de usar tecnologia semelhante para resfriar MacBooks em 2012, mas a ideia não foi adiante.
A miniatura usada para testar a tecnologia no MIT pesa apenas 2,45 quilos e possui uma bateria de 40.000 volts. Num avião de verdade, a propulsão iônica pode tornar voos mais seguros, confortáveis, sem barulho e de manutenção mais prática.
Porém, a construção de uma aeronave do tipo em larga escala demandaria custos maiores e uma fonte de energia gigantesca que, por sua vez, poderia contrabalancear o peso perdido com a ausência de turbinas, criando um desafio para engenheiros.
De todo modo, os cientistas do MIT dizem que ainda vai demorar para que a propulsão iônica seja usada em voos comerciais. Os pesquisadores acreditam que, a princípio, a tecnologia seja usada em pequenos drones ou em combinação com hélices e turbinas tradicionais.
Ou, quem sabe, não é essa a tecnologia que vai sustentar os carros voadores do futuro?

 

Medicina – Por que sentimos azia?


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(Ilustração do G1)
Segundo o médico gastroenterologista do Hospital Vita Batel João Henrique Lima, a azia não é uma doença e sim um sinal de alerta, um sintoma de alguma enfermidade no organismo. “A azia pode ser sintoma da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), por exemplo, uma doença que faz com que o ácido gástrico do estômago passe para o esôfago e que acomete cerca de 15% da população mundial, com dois ou mais episódios de azia por semana. Mas além da DRGE, também pode ser sinal de outras doenças mais graves”.
Quando um paciente apresenta azia, uma das primeiras providências dos médicos é solicitar um exame de endoscopia digestiva alta, que utiliza as imagens feitas com uma microcâmera no interior do estômago e esôfago para determinar se existem lesões como úlceras, gastrites e também hérnias de hiato. “Fazemos o diagnóstico apoiados no resultado da endoscopia e na análise do histórico clínico do paciente, avaliando também se seus hábitos e estilo de vida contribuem com o agravamento da doença e da azia”.
Após os exames, com o diagnóstico confirmado, o médico dá início ao tratamento que logo nos primeiros dias oferece alívio dos sintomas, com melhora já nas primeiras 48 horas após o começo do uso dos medicamentos. “Mesmo com uma melhora rápida, o tratamento não pode ser interrompido neste período. É preciso seguir com os remédios e demais cuidados, para tratar não só os sintomas, mas principalmente a inflamação e as demais causas da azia”.
Quando a azia e o refluxo são provocados por uma hérnia de hiato, uma cirurgia pode ser a solução mais apropriada. “A cirurgia é indicada quando a azia é muito frequente, quando os sintomas não melhoram com a medicação, quando há muita dor ou refluxo intenso. Nestes casos, após uma avaliação a cirurgia pode ser indicada para os pacientes que já tentaram outras formas de tratamento sem sucesso”.
Como evitar a azia
Para evitar ou amenizar os desconfortos provocados pela azia, algumas medidas simples podem incorporadas à rotina. Entre elas, está evitar o hábito de se deitar logo após ter feito uma refeição (o ideal é esperar ao menos duas horas), evitar utilizar remédios anti-inflamatórios, fazer várias refeições ao dia com porções menores de cada vez, não fumar, praticar atividades físicas com regularidade, evitar a obesidade e, principalmente, cuidar da alimentação.

Alimentos que podem causar azia
Segundo a nutricionista Andréa Barduco, os alimentos podem aliviar ou agravar os sintomas da azia. Assim, é preciso saber o que comer:
“Alguns alimentos que podem causar a ,azia são os refrigerantes, bebidas alcoólicas, alimentos que contenham cafeína como café, chá mate, chocolate, alimentos picantes ou gordurosos, leite integral e alguns derivados”, diz a nutricionista Andréa Barduco.
Alimentos que podem aliviar a azia
Já outros podem ser aliados na solução do problema. “Para equilibrar a produção e a concentração de ácido clorídrico estomacal e das enzimas essenciais para a digestão, podemos utilizar chás digestivos como de alecrim, hortelã, espinheira santa, melissa, camomila, boldo do Chile e maracujá”, aconselha a nutricionista Andréa Barduco.
Para ajudar no funcionamento do organismo, ela aconselha também utilizar alimentos alcalinos, que fazem com que o pH do sangue fique básico. “Na lista de alimentos alcalinos, estão o pepino, repolho, beterraba, cenoura, nabo, brócolis, couve-flor, entre outros. O limão é uma opção de alimento alcalino que funciona muito bem para melhorar a azia imediatamente, basta espremer meio limão num copo e tomá-lo”. Além deles, não devem faltar na alimentação diária as vitaminas que melhoram e fortalecem o crescimento da mucosa estomacal. “Nestes casos, é aconselhado consumir as vitaminas A, E, B12, C e o ácido fólico, encontrados nas frutas e hortaliças”, orienta Andréa.

História – Explanações Sobre a Idade Média


idade media
Termo utilizado para fazer referência a um período da história européia, que vai da desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V, até o século XV.
No final do século V, o término de uma série de processos de longa duração, entre eles o grave deslocamento econômico e as invasões e os assentamentos dos povos germanos no Império Romano, transformou a face da Europa.
Durante esse período não existiu realmente um mecanismo de governo unitário nas diversas entidades políticas, embora tenha ocorrido a formação dos reinos. O desenvolvimento político e econômico era fundamentalmente local, e o comércio regular desapareceu quase totalmente. Com o fim de um processo iniciado durante o Império Romano, os camponeses começaram seu processo de ligação com a terra e de dependência dos grandes proprietários para obter proteção. Essa situação constituiu a semente do regime senhorial. Os principais vínculos entre a aristocracia guerreira foram os laços de parentesco, embora também tenham começado a surgir as relações feudais.
Durante a Idade Média européia, os camponeses passaram, obrigatoriamente, a viver e trabalhar em um único lugar a serviço dos nobres latifundiários. Esses trabalhadores chamados servos que cuidavam das terras de seu dono, a quem chamavam de senhor, recebiam em troca uma humilde moradia, um pequeno terreno adjacente, alguns animais de granja e proteção ante os foragidos e os demais senhores. Os servos deviam entregar parte de sua própria colheita como pagamento e estavam sujeitos a muitas outras obrigações e impostos.
A única instituição européia com caráter universal era a Igreja, mas dentro dela também ocorreu uma fragmentação na autoridade. Em seu núcleo havia tendências que desejavam unificar os rituais, o calendário e as regras monásticas, opostas à desintegração local.
Foi respondendo “Deus o quer” que a multidão reunida em Clermont no dia 27 de novembro de 1095 acolheu a prédica do papa Urbano II em favor da guerra santa destinada a libertar o sepulcro de Cristo do controle dos “infiéis”. A repercussão a esse apelo foi tal, que as Cruzadas, que constituíram o fato político e religioso mais importante da Idade Média, marcaram a história do Ocidente durante dois séculos.
A atividade cultural durante o início da Idade Média consistiu principalmente na conservação e sistematização do conhecimento do passado.
Essa primeira etapa da Idade Média foi encerrada no século X com a segunda migração germânica e as invasões protagonizadas pelos vikings, procedentes do norte, e pelos magiares das estepes asiáticas.

A Alta Idade Média
Até a metade do século XI, a Europa se encontrava em um período de evolução desconhecido até esse momento. A época das grandes invasões havia chegado ao fim e o continente europeu experimentava o crescimento dinâmico de uma população já assentada. Renasceram a vida urbana e o comércio regular em grande escala. Ocorreu o desenvolvimento de uma sociedade e uma cultura complexas, dinâmicas e inovadoras.
Durante a Alta Idade Média, a Igreja Católica, organizada em torno de uma hierarquia estruturada, com o papa como o ápice indiscutível, constituiu a mais sofisticada instituição de governo na Europa Ocidental. As ordens monásticas cresceram e prosperaram participando ativamente da vida secular. A espiritualidade da Alta Idade Média adotou um caráter individual, pelo qual o crente se identificava de forma subjetiva e emocional com o sofrimento humano de Cristo.
Dentro do âmbito cultural, houve um ressurgimento intelectual com o desenvolvimento de novas instituições educativas como as escolas catedráticas e monásticas. Foram fundadas as primeiras universidades; surgiram ofertas de graduação em medicina, direito e teologia, além de ter sido aberto o caminho para uma época dourada para a filosofia no ocidente.
Também surgiram inovações no campo das artes. A escrita deixou de ser uma atividade exclusiva do clero e o resultado foi o florescimento de uma nova literatura, tanto em latim como, pela primeira vez, em línguas vernáculas. Esses novos textos estavam destinados a um público letrado que possuía educação e tempo livre para ler. No campo da pintura foi dada atenção sem precedentes à representação de emoções extremas, à vida cotidiana e ao mundo da natureza. Na arquitetura, o românico alcançou sua perfeição com a edificação de incontáveis catedrais ao longo de rotas de peregrinação no sul da França e Espanha, especialmente o Caminho de Santiago, inclusive quando começava a surgir o estilo gótico, que nos séculos seguintes se converteu no estilo artístico predominante.
O século XIII foi o século das Cruzadas, defendidas pelo Papado para libertar os Lugares Santos no Oriente Médio que estavam nas mãos dos muçulmanos. Essas expedições internacionais foram mais um exemplo da unidade européia centrada na Igreja, embora também tenham sido influenciadas pelo interesse em dominar as rotas comerciais do oriente.

A Baixa Idade Média
A Baixa Idade Média foi marcada pelos conflitos e pela dissolução da unidade institucional. Foi então que começou a surgir o Estado moderno, e a luta pela hegemonia entre a Igreja e o Estado se converteu em um traço permanente da história da Europa nos séculos posteriores.
A espiritualidade da Baixa Idade Média foi o autêntico indicador da turbulência social e cultural da época, caracterizada por uma intensa busca da experiência direta com Deus, através do êxtase pessoal ou mediante o exame pessoal da palavra de Deus na Bíblia.
A situação de agitação e inovação espiritual culminaria com a Reforma protestante. As novas identidades políticas conduziriam ao triunfo do Estado nacional moderno, e a contínua expansão econômica e mercantil estabeleceu as bases para a transformação revolucionária da economia européia.

Idade Média – Cronologia


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486- Clóvis tornou-se rei dos francos e fundou a dinastia merovíngia, governante do Primeiro Estado Franco.

527-565 Justiniano I governou o Império Bizantino e desenvolveu o famoso Código Justiniano de leis.

622- Maomé, fundador da religião muçulmana, fugiu de Meca para Medina. A fuga de Maomé, chamada de Hégira, assinala o começo do calendário muçulmano.

661- O califado dos omíadas estabeleceu a capital do império muçulmano em Damasco.

711- Os muçulmanos invadiram a Espanha e deram início à ocupação que durou cerca de 700 anos.

732- Carlos Martel liderou os francos na derrota que impuseram aos invasores muçulmanos em Tours. Essa vitória impediu que os muçulmanos conquistassem a Europa.

750- O califado dos abássidas substituiu o dos omíadas como governantes do império muçulmano e posteriormente estabeleceu a nova capital em Bagdá.

750- Carlos Magno tornou-se governante dos francos.

770- Os chineses inventaram a impressão com blocos de madeira.

800- O papa Leão III coroou Carlos Magno imperador dos romanos.

843- O tratado de Verdun dividiu o império de Carlos Magno em três partes, iniciando-se o desenvolvimento nacional da França, Alemanha e Itália.

862- Rurik, chefe dos varegos (viquingues), estabeleceu seu governo em Novgorod e fundou o império russo.

878- Alfredo, o Grande, da Inglaterra, derrotou os dinamarqueses na batalha de Edington.
969- Os fatímidas conquistaram o Egito e transformaram o Cairo no centro do império muçulmano.

987- Hugo Capeto tornou-se rei da França e fundou a dinastia capetíngia que governou até 1328.

1000- Leif Ericson navegou para oeste, da Groenlândia para o continente norte-americano. Comandou o que foi, provavelmente, a primeira expedição européia ao continente das Américas.

1016- Canuto tornou-se rei da Inglaterra e submeteu todo o país ao domínio dinamarquês.

1037- Os turcos seldjuques conquistaram a maioria dos reinos iranianos.

1066- Forças normandas , sob o comando de Guilherme, o Conquistador, derrotaram os anglo-saxões na batalha de Hastings, terminando o domínio anglo-saxão na Inglaterra.

1099- Forças cristãs conquistaram Jerusalém, no final da Primeira Cruzada.

1187- Tropas muçulmanas sob o comando de Saladino reconquistaram Jerusalém.

1192- Yorimoto tornou-se o primeiro xogum a governar o Japão.

1215- Barões da Inglaterra forçaram o rei João a assinar a Magna Carta.

1279- Kublai Khan liderou os mongóis completando a conquista da China.

1368- A dinastia Ming começou seu domínio de 300 anos na China.

1440- Johannes Gutenberg, um impressor alemão, inventou o tipo móvel.

1453- Os turcos otomanos conquistaram Constantinopla (Istambul) e derrubaram o Império Bizantino.

Curiosidades – Qual a Velocidade de uma bala?


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O revólver de calibre 38 atira o projétil em média 349m/s ou convertido a 1256,4 Km/h (em média!)

Tiro pra cima

Dependendo do ângulo em que o atirador aponta a arma pode matar sim! Se o tiro for dado exatamente para cima, em um ângulo reto, de 90 graus, a bala provavelmente não vai matar alguém, mas pode causar acidentes graves. “Ao atingir uma certa altura, a velocidade do projétil cai a zero e ele despenca como se fosse uma pedra pequena, mas a resistência do ar não deixa a bala passar de 270 km/h no fim do trajeto. Para perfurar o tecido do corpo, ela precisaria atingir pelo menos 350 km/h”. A situação complica quando o tiro é disparado em ângulos menores. Nesses casos, o projétil traça um arco no céu sem chegar a parar e boa parte da velocidade inicial é mantida.
Para piorar, como a bala sai do cano girando, ela fura o ar como se fosse uma broca e acaba caindo com a ponta virada para baixo, quase sem perder o pique. O drama é que uma bala atirada de um revólver calibre 38 parte a 1 042 km/h. O projétil de um fuzil AR-15 é ainda mais veloz: atinge 3 500 km/h. Mesmo que elas percam metade da velocidade no trajeto, o tiro dado para cima ainda pode ser letal.

Embora ainda não alcançado, reversão do envelhecimento é cientificamente viável


Devido aos recentes avanços nas pesquisas genéticas, as alegações de três insiders e denunciantes do SSP-Secret Space Program (Programa Espacial Secreto) dos EUA, que dizem ter sofrido um processo de regressão (rejuvenescimento) de idade nos programas secretos espaciais, tornaram-se muito mais plausíveis.
Os denunciantes, Corey Goode, Randy Cramer e Michael Relfe, todos dizem que eles tiveram seu envelhecimento regredido para tornarem-se 20 anos mais jovens no final de seus respectivos tempo de serviço alistados em programas espaciais secretos dos EUA.
Recentemente, geneticistas identificaram os genes que controlam o processo de envelhecimento do corpo humano, e em experimentos impressionantes, cujos resultados foram publicados em revistas científicas revisadas por seus pares, demonstraram que foram capazes de reverter o processo de envelhecimento em vários graus de sucesso. Os resultados dessas experiências tornam plausível que os três denunciantes tenham realmente sofrido um processo de regressão de idade usando tecnologias médicas classificadas em programas secretos espaciais, como alegaram.
O principal cientista genético nos estudos de reversão de idade publicamente anunciados é o Dr. David Sinclair, que discutiu em uma entrevista os resultados de seus experimentos genéticos conduzidos pela primeira vez em ratos:
“Nós descobrimos genes que controlam como o corpo luta contra o envelhecimento e esses genes, se você ativá-los no caminho certo, eles podem ter efeitos muito poderosos, de mesmo reverter o envelhecimento – pelo menos em camundongos até agora … Nós lhes demos uma molécula que é chamado de NMN e este envelhecimento foi invertido completamente dentro de apenas uma semana de tratamento no músculo, e agora estamos procurando para reverter todos os aspectos do envelhecimento, se possível”.
Ele explicou como esse processo também poderia ser feito com segurança para os seres humanos:
“Nós fomos de ratos em primeiros estudos humanos na verdade. Houve alguns ensaios clínicos em todo o mundo, e estamos esperando nos próximos anos para saber se isso vai realmente funcionar em seres humanos também … Eles demonstram que as moléculas que prolongam a vida útil em ratos são seguras para uso nas pessoas”.
O Professor Sinclair passou a dizer em sua entrevista que as drogas baseadas na molécula Mononucleótido de Nicotinamida (NMN-Nicotinamide Mononucleotide) poderiam ser desenvolvidas com sucesso “para restaurar a juventude em células humanas.”
A opinião de Sinclair de que as drogas baseadas em NMN serão eventualmente desenvolvidas para uso seguro por seres humanos é impressionante em suas implicações. Ele pode muito bem estar no meio do desenvolvimento do lendário elixir da vida, o que o explica rapidamente sendo elevado às 100 pessoas mais influentes do mundo de acordo com a Time Magazine:
É importante ressaltar que a pesquisa genética pioneira da Sinclair é de código aberto e não classificada. Isto significa que é muito provável, se não quase certo, que a pesquisa classificada no campo da tecnologia de reversão / regressão de idade é muito mais avançada do que qualquer coisa conseguida por Sinclair e seus pares.
Em várias entrevistas particulares com William Tompkins, um engenheiro aeroespacial e ex-agente da Inteligência Naval dos Estados Unidos, que posteriormente trabalhou com importantes empreiteiros aeroespaciais por mais de quatro décadas, ele revelou que ele trabalhou em um estudo classificado como secreto desenvolvido pela empresa, TRW, em 1971.
Tompkins disse que ele se deparou pela primeira vez com o desenvolvimento de tecnologias de regressão de idade, quando participou das sessões informativas dos espiões da Marinha dos EUA que estavam implantados dentro da Alemanha nazista, de 1942 a 1945, na Estação Aérea Naval de San Diego. Esses espiões revelaram a existência de estudos de regressão de idade que estavam secretamente em andamento na Alemanha nazista.
Na época, o trabalho de Tompkins era distribuir pacotes de briefing para companhias e think tanks norte americanos com experiência nas áreas usadas pelos nazistas para desenvolverem suas tecnologias inovadoras. Tompkins disse que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) foi um dos centros de pesquisa acadêmica que ele entregou pacotes de relatórios feitos por ele. Portanto, é possível que os cientistas do MIT tenham conhecimento dos estudos nazistas de regressão de idade desde 1942!
Significativa e sincronicamente, a descoberta de Sinclair em estudos de regressão de idade foi alcançada enquanto ele fazia um pós -doutorado no MIT sob supervisão do Dr. Leonard Guarente no MIT. Isso foi meramente uma “coincidência”, ou foi Sinclair foi ajudado e/ou encorajado enquanto desenvolvia seus insights no MIT sobre a potencial de manipulação genética da reversão de idade ?
Recentemente, Tompkins revelou-me, em particular, que foram desenvolvidas drogas classificadas como secretas de “regressão por idade”. Ele diz que essas drogas têm sido usadas por algum tempo nas regressões de “em torno de 20” anos do tempo de serviço em programas espaciais secretos. Isto é consistente com o processo de regressão de idade sofrido pelos insiders e informantes do Secret Space program descrito por Goode, Cramer e Relfe, que envolveu a medicação administrada a eles durante um período de duas semanas em que estavam fisicamente imobilizados.
Ainda mais recentemente, Tompkins diz que as drogas foram refinadas para que possam ser usadas para períodos de regressão de idade mais extensa. Por exemplo, reverter um ser humano com 90 anos de idade de volta para quando ele / ela tinha o corpo físico de um jovem de 27 anos agora é possível. Tompkins diz que há um processo secreto de divulgação sancionado da Marinha dos EUA em andamento para liberar essas tecnologias de regressão de idade para o setor público. É, portanto, possível que a pesquisa de Sinclair possa ter sido estimulada por esta iniciativa secreta da Marinha durante seu tempo de trabalho no MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Mega Elefante Branco – O hotel de luxo que virou prisão de guerra e morada de sem-teto


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Inaugurado em 1955 na cidade de Beira, mil quilômetros ao sul de Maputo, a capital de Moçambique, o Grande Hotel era um dos mais sofisticados da África. Com traços curvilíneos às margens do Índico, tinha piscina olímpica, grandes escadarias, restaurantes, cinema e 122 quartos, além de um cassino, que nunca chegou a funcionar (Moçambique ainda era uma colônia de Portugal, que proibia o jogo). Apesar (ou por causa) da pompa, o hotel não atraía muita gente e o negócio logo se mostrou pouco rentável.
Em 1963, o hotel passou a ser usado apenas para grandes eventos. A última festa particular foi o Réveillon de 1981. Durante a Guerra Civil Moçambicana (1977-1992), ele serviu de base militar e cadeia para presos políticos. Após o conflito, o Grande Hotel foi abandonado, mas, com o tempo, pessoas sem moradia o ocuparam. Hoje, ele conseguiu o que não alcançou nos primeiros anos: está lotado, com 3,5 mil moradores.
Não há água encanada, luz elétrica nem saneamento básico. As enormes rachaduras nas paredes deixam claro que há risco de acidentes. Nos arredores do prédio (e até nos corredores), barraquinhas vendem produtos como açúcar, ovos, biscoitos, legumes e frutas. A antiga piscina olímpica hoje serve como uma grande lavanderia. A pobreza não é muito diferente de boa parte do país, que tem o 5º pior IDH do mundo.
Os moradores do hotel não pagam aluguel, mas, como em outras ocupações, há regras. Na falta de um serviço de coleta de lixo, é proibido jogar resíduos nas áreas comuns. Quem brigar ou causar qualquer tipo de tumulto leva uma advertência, e pode acabar banido se repetir a infração. Aqueles que agredirem mulheres ou crianças podem ser expulsos imediatamente.
Algumas famílias vivem no hotel há três gerações. Casais, idosos e crianças subdividem quartos com colchões. Mas as pessoas não ocupam apenas os leitos. Tem gente vivendo nos bares e até sob as escadas, que podem abrigar famílias inteiras. Hoje, 26 anos depois do fim da guerra, mais da metade da população do Moçambique vive com menos de US$ 60 por mês – abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial.

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História da Medicina – A Peste Negra


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Foi uma pandemia, isto é, a proliferação generalizada de uma doença causada pelo bacilo Yersinia pestis, que se deu na segunda metade do século XIV, na Europa. Essa peste integrou a série de acontecimentos que contribuíram para a Crise da Baixa Idade Média, como as revoltas camponesas, a Guerra dos Cem Anos e o declínio da cavalaria medieval.
A Peste Negra tem sua origem no continente asiático, precisamente na China. Sua chegada à Europa está relacionada às caravanas de comércio que vinham da Ásia através do Mar Mediterrâneo e aportavam nas cidades costeiras europeias, como Veneza e Gênova. Calcula-se que cerca de um terço da população europeia tenha sido dizimada por conta da peste.
A propagação da doença, inicialmente, deu-se por meio de ratos e, principalmente, pulgas infectados com o bacilo, que acabava sendo transmitido às pessoas quando essas eram picadas pelas pulgas – em cujo sistema digestivo a bactéria da peste se multiplicava. Num estágio mais avançado, a doença começou a se propagar por via aérea, através de espirros e gotículas. Contribuíam com a propagação da doença as precárias condições de higiene e habitação que as cidades e vilas medievais possuíam – o que oferecia condições para as infestações de ratazanas e pulgas.
Como ainda não havia um desenvolvimento satisfatório da ciência médica nesta época, não se sabia as causas da peste e tampouco os meios de tratá-la ou de sanear as cidades e vilas. A peste foi denominada “negra” por conta das afecções na pele da pessoa acometida por ela. Isto é, a doença provocava grandes manchas negras na pele, seguidas de inchaços em regiões de grande concentração de gânglios do sistema linfático, como a virilha e as axilas. Esses inchaços também eram conhecidos como “bubões”, por isso a Peste Negra também é conhecida como Peste Bubônica. A morte pela peste era dolorosa e terrível, além de rápida, pois variava de dois a cinco dias após a infecção.
Uma das tentativas de compreensão do fenômeno mortífero da Peste Negra pode ser vista nas representações pictóricas da chamada “A dança macabra”, ou “A Dança da Morte”. As pinturas que retratavam a “dança macabra” apresentavam uma concepção nítida da inexorabilidade da morte e da putrefação do corpo. Nestas pinturas, aparecem sempre esqueletos humanos “dançando” em meio a todo tipo de pessoa, desde senhores e clérigos até artesãos e camponeses – evidenciando assim o caráter universal da morte.
Outro fenômeno da época em que se desencadeou a peste foi a atribuição da causa da moléstia aos povos estrangeiros, notadamente aos judeus. Os judeus, por não serem da Europa e por, desde a Idade Antiga, viverem em constante migração, passando por várias regiões do mundo até se instalarem nos domínios do continente europeu, acabaram por se tornarem o “bode expiatório” das multidões enfurecidas. Milhares de judeus foram mortos durante a eclosão da Peste.
Hoje em dia os surtos pandêmicos são raros, mas várias doenças, como a causada pelo vírus Ebola que se desenvolveu na região da África Subsaariana, ainda oferecem risco de pandemia para o mundo. Por isso é monitorado por centros de investigação epidemiológica internacionais.

Marvel – Luto no QG dos Vingadores


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Stanley Martin Lieber nasceu em 1922, em Nova York, nos Estados Unidos. Começou a trabalhar em HQs com o pseudônimo de Stan Lee em 1939, contratado por John Goodman, fundador da Timely Publications e primo de sua mulher, Joan.
Ele foi um dos nomes mais importante dos quadrinhos americanos ao criar super-heróis como Homem-Aranha, Thor, Hulk, X-Men, Pantera Negra, Homem de Ferro, Doutor Estranho e Demolidor.
Roteirista e editor da Marvel, foi um dos responsáveis por transformar a empresa na maior editora de quadrinhos do mundo a partir de 1961.
Após a mudança do nome da editora, primeiro para Atlas Comics, e depois para Marvel Comics, Lee revolucionou o mercado de quadrinhos ao modernizar o gênero de heróis com criações para um público mais velho, como o lançamento de “Quarteto Fantástico”.
Com dramas familiares e heroísmos que utilizavam elementos de ficção científica, as histórias ajudaram na fama de personagens mais complexos e realistas da Marvel em relação à sua principal concorrente, a DC.
O mesmo aconteceu com o Homem-Aranha em 1962, um jovem adolescente que dividia suas aventuras com problemas no colégio e contas a pagar, e que se tornou um dos heróis mais populares dos quadrinhos.
Em parceria com artistas como Jack Kirby e Steve Ditko, Lee ainda criou outros personagens icônicos, como Hulk, Thor, Homem de Ferro e Demolidor.
Em 1963, com a cabeça no movimento por direitos civis de negros no Estados Unidos, lançou os X-Men, uma equipe de mutantes que eram marginalizados e hostilizados pelos humanos.
Dos quadrinhos para cinema e TV
Em 1981, Lee transformou seus heróis em desenhos animados exibidos por emissoras de TV.
Quando a Marvel Comics e a Marvel Productions foram adquiridas pela New World Entertainment em 1986, os horizontes do quadrinista foram se expandido ainda mais.
Lee teve a oportunidade de se envolver mais profundamente na criação e desenvolvimento de filmes e seriados. Ele constantemente fazia aparições nas produções do estúdio.
“Meu pai amou todos seus fãs. Ele era o melhor homem e o mais decente”, comentou a filha do editor, Joan Celia Lee.

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Futebol – Josef Bican, o maior artilheiro de todos os tempos


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Josef Bican, também conhecido como Pepi (Viena, 25 de setembro de 1913 — Praga, 12 de dezembro de 2001), foi um futebolista tcheco. Segundo o RSSSF, Bican (pronuncia-se Bítsan) teria sido o maior artilheiro da história do futebol com 1.468 gols marcados incluindo jogos amistosos que disputou, porém, tal informação nunca foi oficialmente comprovada, sabendo que os números de Josef que se tenha conhecimento de documentação sejam insuficientes para chegar a uma conclusão final. Apesar da carência de dados sobre seus números, ele ainda é considerado um dos maiores artilheiros da história do futebol.
Filho de jogador, rápido (corria 100 metros em 10,8 segundos, grande marca na época), bom chutador com as duas pernas, cinco vezes maior artilheiro da Europa, Bican fez parte da grande equipe da Seleção Austríaca dos anos 30, conhecida como Wunderteam (“Time Maravilha”), repleta de austro-tchecos: para a Copa do Mundo de 1934, a Áustria chamou, além dele e da estrela Matthias Sindelar, Franz Cisar, Anton Janda, Mathias Kaburek, Josef Smistik, Johann Urbanek e Karl Zischek. Apenas um dos 7 gols marcados pela equipe no torneio fora de um austríaco germânico, Anton Schall. Bican marcou o seu contra a França, nas oitavas-de-final.
A Áustria chegou às semifinais, onde foi sorteada para enfrentar o país-sede, a Itália, adversário vencido meses antes, em casa, em um amistoso entre as duas equipes. Desta vez, com uma pressão muito maior de Il Duce Benito Mussolini, que usava o mundial como propaganda de seu regime fascista, os italianos venceram por 1 a 0, com o gol de Enrique Guaita marcado em clamoroso impedimento. A Áustria ainda perderia para a Alemanha o terceiro lugar. O Wunderteam seria extinto de vez com a anexação austríaca pela Alemanha Nazista em 1938, no Anschluß, às vésperas da Copa do Mundo daquele ano.
Desde o ano anterior, Bican já estava na terra de suas raízes, onde se transferira para Slavia Praga, após quatro anos liderando o Rapid Viena. No Rapid, Bican marcara 68 gols em 61 jogos oficiais. Antes de chegar ao Slavia, ainda na Áustria, havia passado pelo Admira Viena, onde deixou 21 gols em 31 partidas.
Ficaria no futebol tchecoslovaco até o final da carreira, tendo seu melhor momento os onze anos de sua primeira passagem pelo Slavia, período em que marcou pelo clube incríveis 534 gols em 274 jogos – 54 em 27 em um dos anos. O campeonato nacional, entretanto, fora interrompido em 1938, ano em que a Alemanha, após anexar primeiramente a região dos Sudetos, avançou sobre toda a Tchecoslováquia.
O torneio só retornaria em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, e Bican acabou conquistando apenas uma edição pelo Slavia, saindo do clube uma temporada depois, em 1948. Retornaria em 1952, quando a equipe chamava-se Dínamo Praga, e lá encerrou a carreira, em 1955, aos 42 anos, ainda com gás para marcar 22 gols em 29 jogos.
Começou a defender a Tchecoslováquia, pela qual marcaria 12 vezes em 14 jogos, em 1938, já após a Copa do Mundo daquele ano. Durante a Guerra, quando o país foi desmembrado, jogaria ainda pela “metade tcheca”, uma Seleção do Protetorado da Boêmia e Morávia, marcando 3 gols. Seu sucesso chegou a provocar a inveja de alguns colegas de seleção, que se refeririam a ele como “bastardo austríaco”.
Em seus últimos meses de vida, Bican começou a sofrer problemas cardíacos. Desejava passar o natal de 2001 com a família, mas acabou falecendo duas semanas antes da data.
Data de nasc. 25 de setembro de 1913
Local de nasc. Viena, Flag of Austria-Hungary (1869-1918).svg Áustria-Hungria
Falecido em 12 de dezembro de 2001 (88 anos)
Local da morte Praga, República Checa República Tcheca

Reza a lenda que em toda a sua carreira, o jogador fez 5 mil gols. O atacante estreou aos 17 anos no Rapid Viena, em 1931, com um hat-trick contra o grande rival de sua equipe, o Austria Vienna.
Após a passagem pelo Rapid, Bican foi jogar no Admira Vienna, e em 1937 chegou ao Slavia Praga, clube no qual se aposentou em 1955, quando o clube tcheco já havia sido rebatizado como “Dínamo” por conta do regime comunista.
Relatos da época diziam que o jogador corria 100 metros em 10s80, era dotado de uma técnica apurada com ambos os pés e ótima finalização, e só errava uma a cada 20 oportunidades.
Bican era, ao lado do meia Mattias Sindelar, o grande nome da seleção austríaca dos anos 30, uma das melhores do mundo, conhecida por um futebol de passes curtos.
Sindelar, chamado de “Mozart do futebol”, “flutuava” sobre o gramado por conta de sua elegância com a bola.
Os dois levaram a seleção austríaca à semifinal da Copa do Mundo de 1934, mas a equipe foi derrotada por 1 a 0 pela Itália em partida que contou com muitos lances polêmicos.
Momentos após a eliminação, foi descoberto que o árbitro do jogo havia jantado na noite anterior à partida com o então ditador italiano Benito Mussolini.
Após a anexação da Áustria pelo Terceiro Reich em março de 1938, Bican se negou a jogar pela Alemanha nazista e pediu nacionalidade tchecoslovaca.
Em novembro de 1939, já em plena Segunda Guerra Mundial, um hat-trick seu evitou a vitória da Alemanha contra a seleção do Protetorado de Boêmia e Morávia, em jogo que acabou empatado em 4 a 4.
“Bican era bilíngue e foi educado em duas culturas, não podia propagar os princípios ideológicos do nazismo”.