Astrofísica – Estrelas já nasciam a todo vapor só 250 milhões de anos após Big Bang


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Graças a alguns dos mais poderosos telescópios em operação, astrônomos conseguiram obter detalhes de uma das galáxias mais distantes de que se tem conhecimento. Medições indicaram que a luz do objetoMACS1149-JD1 foi emitida há 13,3 bilhões de anos — apenas 500 milhões de anos após o Big Bang. Mas há indícios de que estrelas já se formavam ali bem antes disso.
Uma equipe internacional de pesquisadores descreve a descoberta de oxigênio naquela galáxia, a mais distante detecção do elemento já realizada no Universo. E sua presença só pode ser explicada pela existência de uma geração anterior de estrelas, que teria começado a se formar 250 milhões de anos antes.
Como apenas hidrogênio, hélio e lítio foram forjado pelo próprio Big Bang, o surgimento do oxigênio só se deu através do processo de fusão das primeiras estrelas. Para quantificar o elemento e obter medidas precisas da distância de MACS1149-JD1, os astrônomos utilizaram o radiotelescópio ALMA e o VLT, do ESO, além dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer.
“Essa galáxia é observada em um tempo no qual o Universo tinha apenas 500 milhões de anos e, ainda assim, já possui uma população de estrelas maduras”, disse em um comunicado o co-autor do artigo, Nicolas Laporte, pesquisador da University College London (UCL). “Podemos usá-la para sondar um período anterior, completamente desconhecido da história cósmica.”

O estudo coloca os cientistas um passo à frente em uma das buscas mais acirradas da astronomia moderna: determinar o momento em que as primeiras estrelas e galáxias surgiram. É a chamada aurora cósmica.
“Com essas novas observações de MACS1149-JD1, estamos chegando mais perto de testemunhar diretamente o nascimento da luz das estrelas! Como somos todos feitos de material estelar processado, estamos descobrindo nossas próprias origens”, diz o co-autor Richard Ellis, astrônomo sênior da UCL.

11.763 – Astronomia – As Galáxias mais estranhas do Universo


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Galáxia Olho Negro: também chamada de M64 ela está repleta de novas estrelas. Seu centro possui bastante hidrogênio, indicando formação de novas estrelas. O mais intrigante dessa galáxia é que estrelas e o gás na parte avermelhada giram para um lado, enquanto, a poeira em torno da estrutura gira para o outro.
Galáxia do Boto: trata-se de um sistema de duas galáxias: o “boto” (que é parte da NG 2936) e o “ovo”, chamado de Arp 142. Esta galáxia está inserida na constelação de Hydra e dentro de um bilhão de anos ou mais as duas galáxias serão uma só.
Galáxia Cata-vento do Sul: localizada na constelação de Hydra, a galáxia Catavento do Sul, ou M83, é uma das mais brilhantes do nosso céu.
Galáxia Sombrero: seu formato parece o famoso chapéu mexicano. Essa galáxia é formada por diversos e variados grupos de estrelas. Não se sabe como os seus anéis foram formados, mas especula-se que no seu interior exista um buraco negro maciço.
Galáxias Antennae: é mais um exemplo de duas galáxias que estão se fundindo, porém em um estágio muito avançado. O próximo passo é atingir um equilíbrio que resultará em uma única galáxia. Somente as maiores estruturas sobreviverão à fusão.
Objeto de Hoag: esta galáxia é formada por estrelas brilhantes e amarelas no centro e um anel azul de estrelas separadas por um gigantesco vazio. Apesar dessa curiosa configuração, trata-se mesmo de uma galáxia única.

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11.665 – Astronomia – O Universo está morrendo?


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Um estudo descobriu que 200 mil galáxias haviam perdido metade de sua energia em apenas dois bilhões de anos. “O Universo está morrendo lentamente”, diz sombriamente uma declaração do Observatório Europeu do Sul (ESO).
A teoria de que o Universo está morrendo através de um aumento na entropia não é nova, mas esta é a mais extensa análise divulgada, com a perda de energia de uma grande parte do espaço com galáxias, foi medida com mais precisão. Tal perda foi estudada em 21 comprimentos de onda, do ultravioleta ao infravermelho distante, e foi descoberto que todos estavam diminuindo. A pesquisa era parte do projeto Galaxy and Mass Assembly (GAMA), que está usando os telescópios mais poderosos do mundo para estudar o cosmos.
“Como usamos muitos espaços e telescópios terrestres, foi possível medir a produção de energia de mais de 200.000 galáxias com a mais ampla gama de comprimentos de onda possível”, disse Simon Driver, no International Centre for Radio Astronomy Research (ICRAR), na Austrália, que lidera a grande equipe GAMA, em um comunicado.
O que está acontecendo é o seguinte: estrelas usam sua energia, que é dissipada como luz e calor. Quando certas estrelas terminam suas vidas em explosões de supernovas cataclísmicas, podem alimentar o nascimento de novas estrelas, mas em última análise, toda essa energia vai se espalhar tanto que novas estrelas não poderão se formar. Nas galáxias estudadas, a taxa de formação de estrelas diminuiu muito em pouco mais de dois bilhões de anos.
Os pesquisadores chegaram à sua conclusão comparando a produção de energia das galáxias mais antigas e galáxias mais recentes. Jochen Liske, da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, que esteve envolvido na pesquisa, disse ao portal IFLScience que “o universo está se tornando um lugar cada vez mais frio e escuro”.
A pesquisa, apresentada na Assembleia Geral da União Astronômica Internacional XXIX, no Havaí, EUA, é um pouco diferente de outra teoria para o fim do Universo, conhecida como morte térmica. Ela afirma que, como a expansão do Universo continua acelerando, não haverá interação entre os corpos. No entanto, os pesquisadores não tem certeza de que acontecerá: “Essa é uma pergunta que não tem muitas respostas. Nós ainda não sabemos o que causa a expansão acelerada”.
Mas a morte térmica do Universo está prevista para muitos bilhões de anos. É provável que, antes que ela ocorra, as galáxias já estarão sem energia. E este cenário não pode ser evitado. “Nós definitivamente vamos seguir por esse caminho. Para revertê-lo, seria preciso um processo cósmico que mudasse o universo, apagando enormes flutuações de densidade. Não há nenhum processo conhecido que possa fazer isso”, acrescentou Liske.
A previsão é que antes que tal fato ocorra, a Terra já tenha sido consumida pelo Sol, daqui há 5 bilhões de anos, quando ele se transformar em um gigante vermelho, antes de morrer, deixando nosso planeta um mundo árido, desprovido de vida.

11.424 – NASA varre 100 mill galáxias em busca de extraterrestres


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O que seria mais assustador: saber que temos companhia ou que estamos sozinho no Universo? Uma primeira exploração sistemática, que fez uma varredura em 100 mill galáxias, indica que a última hipótese é a mais provável. De acordo com critérios usados na busca por supercivilizações extraterrestres conduzida o resultado é ZERO. Sim, teríamos que encarar de frente a solidão cósmica e tentar viver em harmonia por aqui mesmo de acordo com o experimento liderado pelo astrofísico Jason Wright, da Universidade do Estado da Pensilvânia.
Mas o que seria exatamente uma supercivilização e quais critérios foram usados para encontrar esse tipo de sociedade no Universo? Wright explica que se trataria de um povo extramamente avançado, muito mais do que nós. De acordo com o pesquisador, essas supercivilizações usariam alguma forma de energia que seria detectável no espectro infravermelho médio. Essa é a frequência que capta o calor produzido por toda tecnologia e que foi usada na varredura das 100 mil galáxias.
Wright, sua equipe da NASA e o Centro para Exoplanetas e Mundos Habitáveis da Universidade da Pensilvânia usaram um satélite da NASA para detectar essas frequências infravermelhas. Os resultados foram publicados na edição de abril do Astrophysical Journal.
Apesar do resultado, muitas vezes frustrante para alguns, existem diversas teorias de que, na verdade, as supercivilizações já estiveram na Terra há muito tempo.

11.274 – Uma galáxia com 40 bilhões de Terras


Na Via Láctea não há apenas uma Terra. Há 40 bilhões delas. O Kepler-186f, planeta fora do Sistema Solar muito semelhante ao nosso, descoberto no último dia 17, provavelmente será conhecido como o primeiro dessa espécie. Em um futuro próximo, contudo, muitos planetas assim, parecidos com a Terra, serão revelados pelos astrônomos.
Com dimensões muito próximas às do mundo onde vivemos, o Kepler-186f deve ser rochoso e composto também de ferro, água e gelo, segundo cientistas. Isso significa que sua atmosfera também deve ser parecida com a nossa. Ele orbita a zona habitável de uma estrela anã – ou seja, uma faixa nem muito próxima e nem muito distante de sua fonte de calor e luminosidade, o que faz com que suas temperaturas não sejam extremas. Essa é uma das características que mais empolgou a comunidade científica: o planeta tem grandes chances de ter água na forma líquida, uma das condições fundamentais para a existência de vida sobre sua crosta.
“Essa descoberta mostra que realmente existem planetas do tamanho do nosso em zonas habitáveis”, afirma a astrofísica Elisa Quintana, principal pesquisadora da Nasa responsável pela revelação do Kepler-186f. “Estamos percebendo que há muitos como ele e, por isso, as chances de existir vida em outros planetas é muito alta.”
Até 2010 ainda não havia confirmações de que outros lugares no espaço poderiam reunir as mínimas condições propícias à vida – água na forma líquida, energia e algum dos seis elementos fundamentais para a existência (carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre). No entanto, com o lançamento de missões como a Kepler, há cinco anos, e o avanço de telescópios capazes de visualizar e enxergar não só partes longínquas do cosmo, mas também pequenos planetas (do tamanho da Terra ou menores que ela), os cientistas estão percebendo que, sim, há bilhões de planetas que exibem as mesmas características do nosso. E deles, o Kepler-186f é o mais semelhante à Terra até agora. Então por que, entre inúmeras possibilidades, seríamos os únicos privilegiados com a vida?
Para a Nasa, vida é oficialmente definida como “um sistema químico auto-sustentado, capaz de sofrer evolução Darwiniana”. Não significa dizer que há animais ou civilizações como as criadas pelo homem em planetas afastados. Mesmo organismos muito simples, como vírus ou colônias de bactérias, significam vida para a Nasa e para as quase 150 missões em todo o mundo que buscam planetas fora do Sistema Solar. Em conjunto, eles tentam responder à questão que inquieta astrônomos desde a Antiguidade: estamos sozinhos no universo? Ainda não chegou a confirmação categórica de que existe vida fora da Terra. Mas o conjunto de evidências, que agora ganhou reforço com a existência do Kepler-186f, indica que a resposta está cada vez mais próxima. E talvez a pergunta a ser respondida nos próximos anos seja outra: que tipo de vida nos cerca?
A descoberta de mundos – A divulgação do novo planeta mereceu a atenção de todo o mundo porque era aguardada desde a metade do século XX pelos cientistas. Foi nessa época, com o lançamento de telescópios como o Hubble, que os cientistas puderam, finalmente, ter imagens nítidas do cosmo. Com elas, perceberam que vivemos em um universo muito mais rico e cheio de planetas do que antes se imaginava. As novas informações indicaram a possibilidade da existência de diversos sistemas estelares, ou seja, que outras estrelas, além do Sol, têm planetas orbitando ao seu redor. A confirmação dessa hipótese, entretanto, só veio em 1995, quando astrônomos da Universidade de Genebra, na Suíça, identificaram um planeta feito de gás, como Júpiter, em volta de uma estrela, a 51 Pegasi. Assim, faz menos de 20 anos que sabemos que outros sistemas solares, como o nosso, podem povoar o universo.
“Nossa galáxia tem cerca de 300 bilhões de estrelas e estamos rapidamente confirmando a noção de que todas têm planetas rochosos ao seu redor”, afirma o astrofísico Stephen Kane, da Universidade Estadual de São Francisco, nos Estados Unidos, coautor da pesquisa que descreveu o Kepler-186f. “Resultados da missão Kepler têm nos mostrado que, quanto menor o planeta, mais comum é sua existência. Assim, parece-nos que planetas rochosos são muito frequentes. Ainda precisamos saber quantos deles estão em zonas habitáveis, mas as primeiras estimativas já mostram que o número também deve ser incrivelmente alto.”
A última conta feita pelos cientistas, publicada em novembro de 2013 na revista Pnas, mostra que uma em cada cinco estrelas como o Sol tem pelo menos um planeta do tamanho da Terra em sua zona habitável. Isso significa que só na Via Láctea podem existir 11 bilhões de planetas como o nosso. Se na conta entrarem os planetas ao redor de estrelas anãs, o número sobre para 40 bilhões. De acordo com os autores do estudo – entre eles Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, um dos “caçadores de planetas” mais bem-sucedidos da astronomia moderna – o mais próximo pode estar a 12 anos-luz de distância (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros).
Ou seja, os astrônomos imaginavam que planetas como o Kepler-186f existiam aos bilhões, mas ainda não tinham visto nenhum. A cerca de 500 anos-luz do Sol, o novo planeta orbita uma estrela anã, o tipo mais comum em nossa galáxia – elas são mais de 70% das centenas de bilhões de estrelas.
“Há pelo menos um século tínhamos ideias sobre os planetas fora do sistema solar e há mais de cinquenta anos desenvolvemos o conceito de zona habitável. Ainda não contávamos, no entanto, com telescópios potentes para fazer os experimentos e ter as confirmações que precisávamos sobre eles. Agora finalmente possuímos essa tecnologia”, afirma Kane. “Nos próximos anos, muitas descobertas devem ser feitas. Só nos dados da missão Kepler há várias, aguardando para serem reveladas.”
Missões do futuro – A sonda Kepler, que forneceu os dados para a revelação do novo planeta, foi a grande alavanca para a explosão de novos planetas encontrados pelos cientistas nos últimos anos. Lançada em março 2009 pela agência espacial americana, ela tinha o objetivo principal de procurar planetas parecidos com o nosso, durante quatro anos. Seu telescópio e um sistema de imagens em alta definição são capazes de identificar mesmo planetas considerados pequenos, como a Terra. Em relação ao Hubble, a Kepler tem duas vantagens: capta mais estrelas em detalhes e faz imagens mais nítidas por possuir um filtro que diminui as interferências luminosas e detecta diferentes cores.
Até agora, a maior parte dos planetas revelados por ela tem um tamanho intermediário entre a Terra e Netuno, quatro vezes maior que a Terra. A análise das informações dos três primeiros anos da missão já identificou 3 845 possíveis candidatos a planetas. Desses, 962 foram confirmados.
Como outras missões de busca, a Kepler tem mais facilidade em identificar grandes planetas. Eles são mais visíveis e facilmente monitorados pelos telescópios em regiões longínquas do cosmo. Por isso, grande parte das descobertas são de super-Terras, planetas mais pesados e maiores que Terra, ou gigantes gasosos, bolas de gás como Júpiter, planeta de hidrogênio com massa equivalente à de 317 terras. Lugares assim, no entanto, exibem condições menos propícias à vida – os gigantes gasosos costumam ter uma atmosfera maciça, causando uma grande pressão que praticamente inviabiliza a existência de seres complexos, enquanto as super-Terras têm menor probabilidade de reunir as condições atmosféricas necessárias para garantir a presença de vida.
Por isso, programas espaciais em todo o mundo investem maciçamente em telescópios potentes, capazes de captar planetas menores. Dados e imagens ainda mais precisos que os da missão Kepler – que encerrou a primeira fase de seu programa em 2013 e, no início da segunda fase, chamada K2, teve um problema com o sistema que “mira” o telescópio, mas continua em atividade – virão de programas como aquele que será lançado pela Nasa em 2017, com uma nova geração de telescópios. Nessa data, irá para o espaço o Transiting Exoplanet Survey Satellite (Tess) e o telescópio James Webb, substituto do Hubble. O Tess vai monitorar planetas ao redor de estrelas anãs, enquanto o James Webb pretende examinar a atmosfera desses planetas e procurar substâncias que só poderiam ser geradas por organismos vivos, como os seis elementos essenciais à vida (carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre).
Possibilidade de vida – Quanto mais planetas são descobertos, maior é a probabilidade de achar planetas semelhantes ao nosso e, assim, os astrônomos acreditam que aumente também as chances de encontrar vida em outros lugares do universo. A definição de vida, porém, é algo complexo, que está longe de ser consenso entre os cientistas. O estudo da vida terráquea – o único tipo conhecido até hoje – mostrou que, apesar da grande biodiversidade terrestre, todos os seres são similares: são feitos de células ou, como os vírus, dependem delas; usam ácidos nucleicos como o DNA para armazenar e transmitir informação genética; e possuem um metabolismo similar.
Mas não é impossível a existência de outros tipos de vida espalhados pelo universo. Afinal, mesmo a Terra guarda muitos organismos que ainda são enigmas para os cientistas. Em 2010, pesquisadores da Nasa encontraram uma bactéria em um lago da Califórnia, nos Estados Unidos, que se comporta como um ser extraterrestre: não usava nenhum dos seis elementos fundamentais à existência, mas sobrevivia a partir de arsênio, um elemento altamente tóxico.
“Sabemos que para surgir vida é necessária uma complexidade química mínima, ou seja, moléculas orgânicas e razoavelmente complexas, formadas a partir de elementos básicos. Mas sua origem pode exigir algumas condições especiais. Ainda estamos aprendendo como todos esses elementos se juntam para formar um sistema químico autossustentado, capaz de se reproduzir e evoluir”, explica Douglas Galante, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, e do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP).
Por isso, os cientistas ainda procuram corpos vivos no espaço de uma maneira “Terrocêntrica”, buscando as condições que proporcionaram o surgimento dos seres por aqui: presença de água líquida ou moléculas orgânicas complexas.
“Mesmo a vida que conhecemos tem uma flexibilidade imensa a diferentes situações. Não é impossível imaginar um universo com muitos planetas, alguns mais quentes, outros frios, porém todos com organismos capazes de lidar com essas condições. Talvez em muitos desses planetas que estamos descobrindo as condições sejam extremas demais para atingir a multicelularidade, ou chegar a uma civilização tecnológica como a nossa. Mas, ainda assim, isso mostraria que a Terra não é privilegiada em ter vida”, afirma o cientista.
Um cosmo próspero? – Quando se fala da existência de seres animados no espaço, normalmente os cientistas imaginam formas microscópicas, como as primeiras que provavelmente habitaram a Terra em sua origem.
“Se houver vida, como ela funciona? Podemos estar próximo a um momento de descobrir sistemas vivos completamente novos, novas biosferas para conhecer e explorar. É quase como se estivéssemos no papel do naturalista inglês Charles Darwin, em 1800, a bordo do navio Beagle explorando novas terras e toda a sua riqueza”, diz Galante.
Para a maior parte dos astrônomos envolvidos com a busca de planetas fora do Sistema Solar, é muito improvável que, em um universo tão cheio de constelações, planetas e sistemas estelares com condições próximas a nossa, a Terra seja o único lugar a ter desenvolvido organismos vivos. “Sabemos agora que planetas semelhantes à Terra são comuns na Via Láctea. Para nosso planeta ser o único com vida na galáxia, isso significa que a vida é algo incrivelmente raro – uma ocorrência em 40 bilhões. Mas, mesmo que a probabilidade seja apenas de 1 em 1 milhão de possibilidades, isso já significaria muita vida só nessa galáxia”, afirma o astrofísico Erik Petigura, pesquisador da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Se essas hipóteses forem confirmadas nos próximos anos pelos cientistas, esses alienígenas, que podem estar na iminência de serem encontrados, causariam uma grande revolução científica, semelhante à provocada pelo astrônomo Nicolau Copérnico, quando ele formulou, no século XVI, a teoria de que o Sol é o centro do Sistema Solar. Teríamos de aprender que somos apenas mais um planeta – e minúsculo – cercado de bilhões de outros com seres diferentes.
“Uma descoberta como essa teria impactos profundos. Até o momento, o conhecimento que temos parte da hipótese de que a Terra é o único lugar do cosmo onde a vida apareceu e evoluiu. Se for provado que a vida é uma consequência natural da formação de planetas nas zonas habitáveis, assim como foi provado que a formação de planetas é uma consequência natural da formação de estrelas, então isso significa que o universo é, literalmente, fértil em vida”, diz o astrofísico Stephen Kane. “O único desafio que permanecerá depois disso será descobrir como atravessar as vastas distância que nos separam desses outros seres.”

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Kepler-438b e Kepler-442b
Candidatos a explonetas mais parecidos com a Terra já descobertos, eles orbitam estrelas anãs vermelhas, menores e mais frias do que o Sol. Enquanto a órbita do primeiro é de 35 dias, o Kepler-442b completa uma órbita em sua estrela a cada 112 dias. Com diâmetro apenas 12% maior do que o do planeta azul, o Kepler-4386 tem 70% de chance de ser rochoso, afirmam os pesquisadores, enquanto o outro, cerca de 30% maior do que a Terra, tem 60%.

11.086 – Astrofísica – O que explica a rotação das galáxias?


Imagem galática do Hubble
Imagem galática do Hubble

Galáxias apresentam um movimento de rotação que pressupõe certa quantidade de matéria, para que a gravidade mantenha o conjunto coeso. No final dos anos 70, porém, a astrônoma Vera Rubin, do Instituto Carnegie, dos EUA, descobriu que a quantidade de matéria visível nas galáxias não chegava nem perto da necessária para produzir essa gravidade. Uma explicação proposta foi a existência de uma esquisitíssima e invisível “matéria escura”. Partículas chamadas neutrinos contariam como “matéria escura”, mas seriam apenas parte dela. O resto, especula-se sobre o que possa ser. Por mais que os cientistas ajeitem a conta, faltam uns bons 30% de matéria nas galáxias. Ou estão erradas nossas idéias sobre como funcionam a gravitação e a aceleração em escala galáctica. Essa é a proposta da teoria Mond, sigla em inglês para dinâmica newtoniana modificada. Seu autor, o israelense Mordechai Milgron, acha mais razoável esquecermos a tal “matéria escura” e revermos as leis de Newton.

Estrelas são 100 milhões de anos mais jovens do que se acreditava


As primeiras estrelas são pelo menos 100 milhões de anos mais jovens do que os cientistas acreditavam. Um estudo feito a partir dos dados do telescópio Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), mostrou que a formação delas se deu 550 milhões de anos após o Big Bang, a grande explosão que deu origem ao Universo há 13,8 bilhões de anos. Os primeiros cálculos dos astrônomos mostravam que as estrelas haviam nascido 440 milhões de anos depois do fenômeno.

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Antes desse período, o Universo era uma grande massa escura, o que só começou a mudar com o surgimento das primeiras galáxias, entre 300 milhões e 400 milhões de anos após o Big Bang. No entanto, os cientistas dispunham de indícios de que elas sozinhas não teriam força suficiente para tirar o Universo da escuridão antes de 450 milhões de anos após o Big Bang. As novas evidências trazidas pelo telescópio Planck diminuem o problema, pois indicam que inicialmente surgiram as galáxias e, em seguida, suas estrelas.

“Essa diferença de 140 milhões de anos pode não parecer significativa no contexto de 13,8 bilhões de anos do cosmos, mas é uma grande mudança em nossa compreensão de como alguns eventos-chave se desenvolveram nas épocas mais remotas”, afirmou George Efstathiou, um dos líderes da equipe responsável pelo telescópio Planck, à BBC.
As informações para a descoberta foram coletadas por observações feitas entre 2009 e 2013 pelo telescópio espacial lançado pela ESA em 2009. Seu objetivo é estudar a chamada radiação cósmica de fundo, que são os primeiros raios de luz emitidos em toda a história. Nos primeiros momentos após o Big Bang, o Universo era composto por uma mistura muito quente de prótons, elétrons e fótons. Com o passar dos milênios, essa mistura foi se resfriando e, quando chegou a cerca de 2.700 graus Celsius, prótons e elétrons passaram a se juntar, formando os primeiros átomos de hidrogênio e hélio. Assim, os fótons, que são as partículas de luz, ficaram livres para percorrer o cosmos.
Essa mesma radiação primordial está até hoje, mais de 13 bilhões de anos depois, viajando pelas galáxias. No entanto, com a enorme expansão que o Universo sofreu durante esse tempo, esses raios de luz também tiveram seu comprimento de onda expandido. Eles são invisíveis ao olho humano e só podem ser observados por meio de radiotelescópios ou telescópios infravermelhos, como o telescópio Planck.
Apesar de essa radiação estar quase uniformemente distribuída pelo Universo, ela apresenta algumas flutuações pequenas de temperatura, que foram detectadas pelos instrumentos sensíveis do satélite. Essas flutuações representam pontos onde o Universo era mais denso e seriam como sementes das estruturas que formam o Universo hoje em dia, como as estrelas e galáxias de hoje. Trata-se de uma espécie de “luz-fóssil” que, pela primeira vez, pode ser vista em detalhes.

10.917- Astronáutica – Nasa estuda forma de viajar mais rápido que a luz


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Com a tecnologia atual, a humanidade não vai conseguir chegar longe no Cosmos. As distâncias são muito grandes – e nossos foguetes, muito lentos. Mas um grupo da Nasa diz que é possível construir uma espaçonave capaz de um feito incrível: voar mais rápido do que a velocidade da luz (300 mil quilômetros por segundo). Isso permitiria ir a lugares muito remotos e alcançar os planetas habitáveis mais próximos da Terra. Para fazer isso, a nave teria de deformar o espaço, comprimindo o que está à sua frente e esticando o que está atrás dela, criando a chamada dobra espacial. Pela Teoria da Relatividade, é possível. Só que não é fácil. Seria preciso pegar uma quantidade enorme de massa, equivalente à do planeta Júpiter, e transformá-la em energia (colidindo essa matéria com antimatéria, que pode ser produzida num acelerador de partículas). Inviável.
Mas o físico Harold White, da Nasa, diz que é possível aperfeiçoar o processo – e gerar a energia usando apenas 500 kg de matéria. A energia alimentaria anéis na frente e na traseira da nave, que produziriam um campo gravitacional artificial – deformando o espaço. “Seria o suficiente para alcançar dez vezes a velocidade da luz”, diz. Daria para ir até a estrela mais próxima, Alfa Centauri, em meros cinco meses.
Para chamar atenção para seu projeto, White produziu um desenho da nave. Mas ainda é cedo para saber se vai virar realidade. Esses 500 kg de massa ainda são muita energia: cerca de 25 mil tWh (terawatts-hora), tudo o que os EUA consomem em um ano. White, por ora, tem planos mais modestos. Está bolando um teste para demonstrar que é realmente possível gerar uma dobra espacial.

10.860 – Astrofísica – Rachaduras nas paredes do Universo


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Você acha que lê esta frase aqui agora. Mas a imagem dela está no mínimo meio bilionésimo de bilionésimo de segundo no passado. E o Sol lá em cima na realidade não é o Sol. É só uma “fotografia” que viajou 150 milhões de quilômetros e demorou oito minutos para chegar na sua retina. A ideia de que o presente é invisível pode ser estranha, mas até que é simples de entender – a luz que um objeto produz ou reflete leva tempo para chegar até os seus olhos. Mas agora imagine que você é capaz de enxergar infinitamente longe. E que sua visão não é bloqueada por nenhum objeto. Nesta situação, sabe o que veria em todas as direções? Basicamente o mesmo ponto.
Se, quanto mais longe olhamos, mais avançamos no passado, ao olhar infinitamente longe só poderíamos ver uma coisa: o ponto mais antigo do cosmos. Ou seja, a “explosão” que criou nosso Universo há 13,8 bilhões de anos, mais conhecida pelo nome de Big Bang. Isso parece bem lógico, não? Só que é impossível de acontecer. Isso porque, na época do Big Bang, não havia nada que um olho pudesse enxergar – ainda que esse olho não fosse humano, e sim um telescópio. É que a luz ainda não existia. Bom, “luz” é só um nome poético que damos para certas ondas eletromagnéticas (as que os nossos olhos conseguem captar). O fato é que não existia onda eletromagnética nenhuma – nem luz visível, nem raios X, nem ultravioleta. Nada. Esse tipo de onda só surgiu 380 mil anos após o nascimento do Universo, quando a temperatura da grande explosão esfriou. Com o resfriamento, os prótons e elétrons soltos no espaço se uniram e formaram átomos. Desse encontro entre as partículas, nasceram as ondas eletromagnéticas. Elas aproveitaram a expansão cósmica e o tamanho reduzido do Universo para se espalhar por todos os pontos do cosmos. Hoje elas formam uma espécie de radiação quase uniforme, que está presente em todos os lugares do Universo, coisa que os astrônomos chamam de radiação cósmica de fundo. Olhe para o infinito e você verá esse mesmo eco do Big Bang, o ponto mais profundo da história do cosmos a que os humanos têm acesso.
Há 13,8 bilhões de anos, o Universo era pequeno. Cabia com folga na ponta de um alfinete. Muita folga: tudo o que existe hoje estava concentrado num ponto do tamanho de uma partícula subatômica. O Big Bang propriamente dito é a fração de trilionésimo de segundo em que o Universo surgiu do nada até ele ficar do tamanho de uma partícula. O que aconteceu depois disso foi algo bem mais espetaculoso: a partícula começou a crescer numa velocidade inimaginável – muito, muito, muito maior que a da luz. Parece impossível, mas não é. Sim: Einstein descobriu em 1905 que nada pode se mover mais rápido que a luz através do espaço. Mas isso não impede que O PRÓPRIO ESPAÇO se mova mais rápido que a luz. Não impede que as paredes do cosmos cresçam a uma velocidade absurda, porque do lado de fora dessas paredes nem existe um lado de fora, não existe nada, nem vácuo. Em suma: o espaço não se move através do espaço, então para ele não existe limite de velocidade.
Ainda não existe uma física que realmente explica o mundo. O que existe de fato é uma espécie de muro de Berlim que separa a física em duas partes: o domínio das escalas astronômicas (controlado pela teoria da relatividade de Einstein, que nada mais é do que a versão mais moderna da física tradicional, cujas bases foram fincadas por Isaac Newton no século 17) e o mundo das grandezas infinitesimais (que obedece aos princípios da física quântica). As regras do mundo das coisas grandes não se aplica ao das muito pequenas – neste último, por exemplo, o mesmo objeto pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. No nosso mundo, o das coisas grandes, isso seria mágica – violaria as leis da física. No mundo infinitesimal, não: estar em vários lugares ao mesmo tempo é a lei. Eis o muro entre a física quântica e a relatividade.
Destruir esse muro e fazer da física algo integrado e completo, em que um único “código de leis” baste para explicar o domínio das escalas astronômicas e o dos átomos, era o sonho de Albert Einstein.
Já a outra teoria extrapola os limites deste Universo. Imagine que nosso cosmos não está sozinho. Ele é apenas mais um em meio a infinitos Universos. É o que diz a teoria do Multiverso, talvez a mais ousada hipótese científica já concebida. Ousada, porém coerente. Pois não há nada na física que contradiga a existência do Multiverso. Ele está de acordo com os princípios einsteinianos de que vivemos num mundo composto de um tecido único, que engloba o tempo e o espaço juntos. É nesse tecido de espaço-tempo que viajam as ondas gravitacionais. E o espaço-tempo não é uma entidade estática, imutável. Ele cresceu junto com o Big Bang. E foi vítima de oscilações bruscas causadas por ondas gravitacionais que surgiram na época em que o Universo era muito instável. É exatamente a imagem de instabilidade que o cientista da Universidade de Stanford Andrei Linde evoca para dar ideia de como era viver no Universo inflacionário: “Se alguém anda se equilibrando numa ladeira, talvez caia para um lado ou para o outro. Agora, se o sujeito anda bêbado, irá cair de um jeito ou de outro. A inflação causa mais ou menos isso: a instabilidade com relação à expansão do espaço”. Ou seja: no Universo inflacionário, vários “pedaços” do Universo andavam meio trôpegos pelo tecido do espaço-tempo em expansão. E as violentas ondas gravitacionais que eram criadas a todo instante funcionavam como bebida destilada. Alguns pedaços do cosmos tomavam muito dessas ondas. E o porre de gravidade às vezes causava tombos tão fortes que rasgavam a própria “pele” do Universo – o tecido espaço-tempo, em termos técnicos. Esses “pedaços bêbados” se deslocavam e viravam bolhas em expansão: Universos-filhotes que continuavam a se expandir. Aquilo que você vê pela janela à noite é um desses Universos-filhotes. Nosso Universo, se a teoria estiver certa, é só um entre os zilhões de filhos do Big Bang. E inflação cósmica teria funcionado como uma espécie de cegonha cosmológica, entregando cada vez mais Universos ao Multiverso. “Se a inflação cósmica existe, o Multiverso também existe”, afirma Linde, que também é um dos criadores da teoria da inflação.
O Big Bang
A explosão que deu origem ao Universo não foi uma explosão. Ela AINDA É uma explosão. O Big Bang continua big-bangando, porque o cosmos continua expandindo. E cada vez mais rápido. Vivemos dentro de uma “explosão controlada”. Mais importante: o Big Bang não aconteceu em algum lugar distante nas profundezas do cosmos. Ele aconteceu exatamente aí, onde você está agora. Ele aconteceu em Guarulhos, em Júpiter e na sua testa. Ao mesmo tempo. É que, há 13,8 bilhões de anos, tudo o que existe hoje, aqui, no céu, na Crimeia ou na sua cabeça, estava espremido no mesmo ponto. E do lado de fora desse ponto não existia um “lado de fora”. Não existia nada. Todo o espaço e tudo o que preenche o espaço estava contido lá. Tudo mesmo: da energia que forma os átomos do seus cílios ao espaço físico que separa São Paulo do Rio – ou a Via Láctea da Galáxia de Andrômeda. Tudo bem apertado, numa quantidade de espaço que caberia na ponta de um alfinete. O Big Bang foi a expansão dessa quantidade de espaço. E ainda é.

10.846 – Astrofísica – Planeta em formação é registado pela primeira vez


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O caminho em direção a uma compreensão melhor e mais clara a respeito das origens do Sistema Solar está agora um pouco mais próximo, graças a uma imagem de altíssima resolução capturada pelo telescópio ALMA. Os especialistas que trabalham com o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array”) conseguiram tirar uma fotografia que revela, com precisão, detalhes extraordinários de um disco de formação planetária. Trata-se de um enorme avanço nessa área, que poderá ajudar a entender como os discos protoplanetários se desenvolvem e geram planetas.
Os cientistas basearam suas observações em uma estrela chamada HL Taui, localizada a 450 anos-luz da Terra, e rodeada por um disco de poeira. “Quando vimos essa imagem pela primeira vez, ficamos impressionados com o espetacular nível de detalhe. A HL Tauri não possui mais que um milhão de anos. No entanto, seu disco parece estar repleto de futuros planetas”, disse Stuart Corder, autor principal do trabalho. Ele espera que a imagem vá “revolucionar as teorias da formação planetária existentes”. Por enquanto, já é possível saber que o processo de formação planetária é muito mais rápido do que se imaginava. A observação dele permitirá também que saibamos como, há quatro milhões de anos, o Sistema Solar foi criado.

10.772 – Astrofísica – Universo o Multiverso?


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A luz que sai dos objetos demora um tempo até chegar aos nossos olhos. Você acha que lê esta frase impressa aqui agora. Mas a imagem dela está no mínimo meio bilionésimo de bilionésimo de segundo no passado. E o Sol lá em cima na realidade não é o Sol. É só uma “fotografia” que viajou 150 milhões de quilômetros e demorou oito minutos para chegar na sua retina. A ideia de que o presente é invisível pode ser estranha, mas até que é simples de entender – a luz que um objeto produz ou reflete leva tempo para chegar até os seus olhos. Mas agora imagine que você é capaz de enxergar infinitamente longe.
Se, quanto mais longe olhamos, mais avançamos no passado, ao olhar infinitamente longe só poderíamos ver uma coisa: o ponto mais antigo do cosmos. Ou seja, a “explosão” que criou nosso Universo há 13,8 bilhões de anos, mais conhecida pelo nome de Big Bang.
Bom, “luz” é só um nome poético que damos para certas ondas eletromagnéticas (as que os nossos olhos conseguem captar). O fato é que não existia onda eletromagnética nenhuma – nem luz visível, nem raios X, nem ultravioleta. Nada. Esse tipo de onda só surgiu 380 mil anos após o nascimento do Universo, quando a temperatura da grande explosão esfriou. Com o resfriamento, os prótons e elétrons soltos no espaço se uniram e formaram átomos. Desse encontro entre as partículas, nasceram as ondas eletromagnéticas. Elas aproveitaram a expansão cósmica e o tamanho reduzido do Universo para se espalhar por todos os pontos do cosmos. Hoje elas formam uma espécie de radiação quase uniforme, que está presente em todos os lugares do Universo, coisa que os astrônomos chamam de radiação cósmica de fundo. Olhe para o infinito e você verá esse mesmo eco do Big Bang, o ponto mais profundo da história do cosmos a que os humanos têm acesso.
Há 13,8 bilhões de anos, o Universo era pequeno. Cabia com folga na ponta de um alfinete. Muita folga: tudo o que existe hoje estava concentrado num ponto do tamanho de uma partícula subatômica. O Big Bang propriamente dito é a fração de trilionésimo de segundo em que o Universo surgiu do nada até ele ficar do tamanho de uma partícula. O que aconteceu depois disso foi algo bem mais espetaculoso: a partícula começou a crescer numa velocidade inimaginável – muito, muito, muito maior que a da luz. Parece impossível, mas não é. Sim: Einstein descobriu em 1905 que nada pode se mover mais rápido que a luz através do espaço. Mas isso não impede que O PRÓPRIO ESPAÇO se mova mais rápido que a luz. Não impede que as paredes do cosmos cresçam a uma velocidade absurda, porque do lado de fora dessas paredes nem existe um lado de fora, não existe nada, nem vácuo. Em suma: o espaço não se move através do espaço, então para ele não existe limite de velocidade.
Imagine que nosso cosmos não está sozinho. Ele é apenas mais um em meio a infinitos Universos. É o que diz a teoria do Multiverso, talvez a mais ousada hipótese científica já concebida. Ousada, porém coerente. Pois não há nada na física que contradiga a existência do Multiverso. Ele está de acordo com os princípios einsteinianos de que vivemos num mundo composto de um tecido único, que engloba o tempo e o espaço juntos. É nesse tecido de espaço-tempo que viajam as ondas gravitacionais. E o espaço-tempo não é uma entidade estática, imutável. Ele cresceu junto com o Big Bang. E foi vítima de oscilações bruscas causadas por ondas gravitacionais que surgiram na época em que o Universo era muito instável.

10.669 – Astrofísica – A Constelação de Gêmeos


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O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Geminorum. As constelações vizinhas, de acordo com as fronteiras modernas, são Lynx, Auriga, Taurus, Orion, Monoceros, Canis Minor e Cancer. O planeta-anão Plutão foi descoberto próximo a Wasat, δ Gem, em 1930, por Clyde Tombaugh.
Em Gemini se encontra M35, um aglomerado aberto de magnitude aparente 5,5 que fica próximo à fronteira das constelações de Gemini, Orion e Taurus. Em Gemini encontram-se também Geminga, uma estrela de nêutrons, e a Nebulosa do Esquimó (NGC 2392), uma nebulosa planetária.
A maneira mais fácil para localizar a constelação é encontrar suas duas estrelas mais brilhantes, Castor e Pólux a partir do prolongamento de uma linha imaginária saindo do cinturão de Órion e passando por Betelgeuse. Outra maneira de localizar a constelação é traçar uma linha a partir do aglomerado das Plêiades até a estrela mais brilhante de Leão, Regulus. Ao fazer essa projeção, a referida linha imaginária estará relativamente próxima à eclíptica que cruza, aproximadamente no meio, a constelação dos Gêmeos. A linha tracejada vermelha no mapa da constelação é uma representação gráfica da eclíptica.
O ícone da constelação é ♊ e tem origem no ideograma acadiano correspondente ao mês Kas, quando o Sol entrava em Gemini. Também pode ter vindo do algarismo romano correspondente a dois. A constelação de Gemini representa Castor (α) e Pólux (β), irmãos de Helena de Troia, na mitologia grega.
Certa feita, Zeus havia se apaixonado por Leda, esposa do rei de Esparta, Tíndaro. Para se aproximar dela, Zeus se transformou em um belo cisne. Dessa paixão foram gerados os gêmeos Castor e Pollux.
Os dois tiveram os melhores tutores da época. Castor se transformou num excepcional cavalheiro; o seu irmão Pollux em um verdadeiro guerreiro. Porém, certa vez os irmãos desafiaram dois jovens para um duelo pela mão de duas jovens que já estavam prometidas. Nessa batalha Castor foi morto. Desesperado pela perda do irmão, Pollux tentou se matar para encontrar o irmão, mas era imortal e não conseguia. O drama foi então imortalizado nos céus, onde os gêmeos aparecem abraçados.
No entanto, existe uma corrente mística que dá à constelação um simbolismo mais rico: os dois rapazes seriam, na verdade, Apolo, brilho e luz, e Hércules, força e coragem. É assim que, em muitos tratados, um dos gêmeos aparece segurando arco, flecha e lira, enquanto o outro aparece com uma clava.
Os egípcios faziam ali a representação do deus Hórus, sendo um o Hórus velho e o outro o Hórus novo.
Existem outros mitos concernentes aos gêmeos, e um deles teria dado origem ao mito do gado de Gerião, que constitui um dos Doze Trabalhos de Hércules.

10.478 – Voyager – A sonda espacial que pode ter superado os limites do desconhecido


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A Voyager, considerada a invenção humana a alcançar as maiores distâncias na história depois de seu lançamento, em 1977, recentemente voltou a ser objeto de polêmica nos meios científicos. Um comunicado em 2012 anunciou ao mundo que a Voyager havia finalmente cruzado o limite do espaço sideral, deixando para trás o sistema solar. No entanto, alguns cientistas refutam esta afirmação. A pergunta natural portanto é: onde está realmente a Voyager I?
Segundo alguns especialistas, a nave ainda estaria vagando pela heliosfera, região do espaço dominada pelo Sol e seu vento, composta por partículas energéticas; ou seja, fora do espaço interestelar. Para comprovar essa teoria, os cientistas desenvolveram um estudo, publicado na Geophysical Research Letters. Ele afirma que, se a nave detectar uma mudança no campo magnético nos próximos dois anos, comprovará sua presença na heliosfera. Entretanto, se a mudança no campo magnético não ocorrer, a confirmação de que a Voyager I cruzou o limite interestelar será definitiva.
O professor George Gloeckler, um dos autores da denominada “prova final” explica de forma simples e direta: “Trajetórias são demonstradas com movimento”. O cientista, que desde 1972 trabalha na missão Voyager diz que a mudança de campo magnético não foi observada, apesar de a nave haver dado diversos sinais de haver chegado ao espaço interestelar, com a exposição a raios cósmicos, por exemplo. As gêmeas, Voyager I e II foram lançadas em 1977 para explorar Júpiter e Saturno. Apesar dos debates com relação ao seu paradeiro atual, não há dúvidas que a Voyager I chegou muito mais longe do que se imaginava.

10.388 – Os ETs vêm aí – Nasa acredita que encontrará alienígenas em 20 anos


Galáxia espiral, podem existir bilhões delas
Galáxia espiral, podem existir bilhões delas

Em 20 anos, a humanidade poderá descobrir que não está sozinha no universo, segundo pessoas da Nasa.
Recentemente, a agência espacial norte-americana promoveu uma discussão sobre a busca por vida alienígena e o astrônomo Kevin Hand fez a aposta de duas décadas – que parece fazer sentido para boa parte dos presentes.
Conforme noticiado pela CNET, Charles Bolden, um dos administradores da Nasa, afirmou que sempre procurou por alienígenas em seu tempo como astronauta mas nunca encontrou nada. Apesar disso, sua fé e o conhecimento que tem da ciência o fazem crer que há vida fora da Terra.
“Imagine o momento quando descobrirmos sinais de vida”, declarou Matt Mountain, diretor do Space Telescope Science Institute. “Imagine o momento quando o mundo acordar e a raça humana descobrir que sua longa solidão no tempo e no espaço pode ter acabado.”

10.290 – Astrofísica – Fim do Universo Simulado


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A ideia de que um dia todas as estrelas do céu se apagarão e o universo, em toda a sua misteriosa imensidão, deixará de existir, pode parecer inconcebível. Ou pelo menos, inimaginável para a maioria dos mortais. O que não se aplica a Joe Hanson, escritor e autor do vídeo “Futuro da Terra e Fim do Universo”.
Hanson explica, no vídeo, que, em 100 mil anos, a posição do planeta Terra, dentro da Via Láctea, será tão diferente que as constelações que conhecemos serão praticamente irreconhecíveis na escuridão do céu.
Ainda dentro da progressão, o vídeo relata como, em 500 mil anos, a Terra sofrerá uma colisão com um asteroide grande o suficiente para mudar radicalmente todo o clima no planeta. Em 600 milhões de anos, o processo de fotossíntese vegetal será inexistente. Em um bilhão de anos, os oceanos desaparecerão, evaporados pela ação do Sol, e qualquer espécie de vida multicelular, inclusive a humana, se ainda existir, desaparecerá com eles.
Em 4 bilhões de anos, nossa galáxia finalmente sofrerá uma colisão com Andrômeda, evento durante o qual seis bilhões de estrelas se chocarão. Quatro milhões de anos depois, quando todas as reservas de energia tiverem desaparecido, o Sol começará a se expandir até finalmente engolir todos os planetas interiores e um bilhão e seiscentos milhões de anos depois, o majestoso astro-rei estará reduzido a uma estrela branca anã. Finalmente, em 10 bilhões de anos, a escuridão.

10.270 – A FRONTEIRA FINAL DO UNIVERSO: OS BURACOS NEGROS


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O ano de 2013 revelou novos mistérios do Universo que ainda estão longe de serem compreendidos pela ciência. Alguns passos à frente certamente foram dados no que se refere ao conhecimento sobre os buracos negros, um lugar de poderosa gravidade, matéria infinitamente densa, onde o tempo congela e a luz é “presa”. No buraco negro, só há o caminho de ida. É impossível voltar de lá. Mas, o que há lá? Como um buraco negro se parece? Ele existe mesmo?
Atualmente, a maioria dos físicos agora aceita a existência de buracos negros. Eles seriam de dois tipos principais: buracos de massa estelar, que continuam existindo após o colapso de uma estrela; e os supermassivos, que os cientistas dizem agora estar no núcleo de todas as galáxias. O centro de cada buraco negro seria uma singularidade, um ponto que escapa à nossa compreensão e que quebra as leis da física. Nas bordas de cada buraco negro existe uma fronteira, chamada “horizonte de eventos”, que separa o buraco negro do Universo. De acordo com pesquisadores, essa área é como uma “uma membrana unidirecional no espaço-tempo”, seria como uma porta de saída: quem passa por ali não pode voltar nunca mais.
No centro da Via Láctea, temos o suposto supermassivo buraco negro Sagittarius A*, que tem 4,1 milhões de vezes a massa do Sol e está há 27 mil anos-luz de nós. Este ano, uma pequena fração de sua luz, emitida há 26 mil anos, foi captada e divulgada pela Nasa. Resultados de outras observações indicam que Sagittarius A* tinha uma extensão de, aproximadamente, 50 milhões de quilômetros. Acredita-se que a distorção do espaço-tempo em torno do horizonte de eventos faz o diâmetro dessa região parecer maior do que realmente é – 24 milhões de quilômetros.
Contudo, os pesquisadores acreditam que a verdadeira prova da existência de um buraco negro ainda está por vir, pois eles querem investigar mais a fundo uma suposta “sombra” encontrada na frente deste fenômeno. Para isso, existe um projeto em andamento, chamado “Telescópio Horizonte de Eventos” (Event Horizon Telescope), nos EUA. Em 2015, o Alma, no Chile, passará a fazer parte do projeto. A partir daí, certamente, a ciência conseguirá apenas formular perguntas sobre os buracos negros. Passos ainda muito maiores terão que ser dados para obter qualquer tipo de resposta.

Nossa Galáxia Abriga um Túnel do Tempo, e não um buraco negro, como se supunha


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Pelo menos é essa a conclusão de um trabalho científico recente
Um grupo de cientistas chineses assegurou que no centro da Via Láctea existe um buraco de minhoca, e não um buraco negro, como acreditam os astrônomos. Caso a hipótese seja confirmada, o centro de nossa galáxia abrigaria um verdadeiro túnel do tempo. Buracos de minhoca são túneis hipoteticamente existentes através do tempo e do espaço e que alcançam um deslocamento mais rápido que a velocidade da luz. A teoria foi formulada pela primeira vez graças ao trabalho de Albert Einstein e Nathan Rosen, que na época, os batizaram como “Pontes de Einstein-Rosen.”
O estudo foi conduzido pela equipe de Zilong Li e Cosimo Bambi, membros da Universidade Fudan, em Shangai, na China. Os investigadores dizem haver encontrado uma emissão específica de energia que poderia ser detectada ao redor de um hipotético buraco de minhoca.
Apesar de a teoria mais aceita afirmar a existência de um maciço buraco negro no centro de nossa galáxia, os cientistas chineses discordam e afirmam tratar-se de um buraco de minhoca.
O grupo espera conseguir provar sua hipótese prontamente quando o telescópio VLT, do Observatório Europeu Austral no Chile, receber o aparelho Gravity, especialmente desenhado para observar o centro da galáxia com uma definição inexistente até hoje. Com esse novo recurso para análise plasmática do que quer que se encontre no centro da Via Láctea, o mistério será de vez, desvendado.

10.172 – Astronomia na TV – Série Cosmos no Discovery Channel


planetas cosmos

Quintas as 22:30 no Discovery
A série em oito episódios Como funciona o Universo mostra, de forma inédita, o funcionamento interno do nosso planeta, do Sistema Solar e das galáxias. Os episódios investigam o cosmos, explorando uma ampla variedade de fascinantes fenômenos celestiais. Dos buracos negros às supernovas, passando pelas estrelas de nêutrons e a matéria escura, cada episódio investiga a origem e evolução destes fenômenos. Com um elenco dinâmico de especialistas e uma nova geração de imagens geradas por computador, esta série permite que os telespectadores descubram a origem do Universo e de tudo o que nos rodeia.
Estrelas
Este episódio narra como estrelas surgiram e passaram a determinar importantes eventos no cosmos. A fusão nuclear no centro desses corpos celestes faz com que eles brilhem durante bilhões de anos, o que justifica a energia de nossa estrela mais próxima, o Sol. Elas transformaram o universo, espalhando novas gerações de estrelas, depois os planetas, e, no caso da Terra, abrigando vida.
Seguiremos o ciclo de existência das estrelas: as ‘gigantes vermelhas’, que morrem deixando atrás de si uma bela ‘névoa planetária’ e as maciças ‘supergigantes vermelhas’, que desaparecem com um evento espetacular – as supernovas.
O Big Bang
Este episódio nos contará a origem do espaço e do tempo. Há 13.7 bilhões de anos não existia nada. Do ‘nada’, acontece um explosão e uma partícula subatômica se expande para tamanho de uma galáxia. Depois dá-se a formação das forças fundamentais que vão reger o universo, inicia-se a batalha entre matéria e ante-matéria, a criação das primeiras partículas que virão a formar as células em nossos corpo, o chão sob nossos pés e as estrelas. Este é o momento mais importante da História: muito mais acontece no primeiro segundo do que nos 13 bilhões de anos que se passaram desde então.
Buracos negros
Os buracos negros são a força mais destruidora, poderosa e misteriosa do universo. Durante anos, sua existência foi especulada, mas a astronomia moderna provou que eles são reais, comprovando ainda que podem ser imprescindíveis para o equilíbrio do universo. Ficaremos sabendo como é que eles nascem a partir da morte de estrelas maciças, como seria viajar por dentro de um buraco negro e conheceremos as possibilidades de que um dia possamos realmente ver um deles de perto.

Galáxias
As galáxias são de todos os tamanhos e formatos. De majestosas espirais a bolas gigantescas, formadas por estrelas e gás, essas imensas cidades estelares são como unidades que somadas constituem o universo. COMO FUNCIONA O UNIVERSO testemunha a evolução das galáxias. Os telespectadores conhecerão os buracos negros e uma misteriosa matéria negra que pode ser descrita como a cola que mantém as galáxias unidas. Filamentos de gás unem as galáxias em uma rede cósmica colossal, formando a estrutura geral do universo e protegendo-as de uma força enigmática… a energia negra que ameaça romper o universo.
Luas
Recentes descobertas revelaram que as luas são os laboratórios químicos do Cosmos, e o lugar mais provável para encontrarmos vida fora de nosso planeta. Enquanto algumas luas não passam de asteroides capturados pelo campo gravitacional, outras são parte de gigantescos sistemas. Conheceremos a existência de 300 luas de nosso Sistema Solar – mas podem existir milhões. Saber como essas luas nasceram e como morrem é fundamental para o conhecimento das origens do nosso planeta – e do lugar que ocupamos no universo.

Sistemas solares
O Sistema Solar é nosso lar estável e confortável no universo. Mas o que sabemos sobre sua formação? Descobertas recentes revelam uma história de colisão entre planetas, alguns até foram devorados pelo Sol. Modelos futuros prevêem sua morte violenta. Desde a primeira descoberta de um planeta que orbitava uma estrela, em 1992, mais de 280 sistemas solares exógenos foram identificados. Observando sistemas solares muito afastados do nosso que poderemos compreender quão fascinante é a parte do universo que nos cabe.

Planetas
Há apenas oito planetas no nosso sistema solar, mas, em toda a Via Láctea, eles podem chegar 100 bilhões. Aprofundando-nos cada vez mais no espaço, encontraremos planetas muito mais estranhos do que poderíamos imaginar – de esferas gasosas em chamas a mundos gelados isolados, flutuando no espaço interestelar. Por que eles são tão diferentes? COMO FUNCIONA O UNIVERSO mostra a fantástica jornada dos planetas: de grãos de areia a mundos extremamente diferenciados.

10.171 – Simulação digital recria evolução do cosmo com detalhes


cosmos
Seis números predeterminados e um conjunto de equações, rodando por três meses em computador, produziram a simulação mais realista já feita da evolução do Universo.
Os resultados, publicados na revista científica “Nature”, representam um sucesso retumbante da cosmologia. Pode-se pegar um Universo-bebê, com menos de 0,09% da idade atual, e fazê-lo evoluir no computador até os tempos atuais.
No geral, os resultados são bem fiéis às observações astronômicas, dando suporte a um modelo específico de composição do Universo, que inclui as misteriosas matéria e energia escuras. Ajuda, portanto, a esclarecer o que elas são -um dos maiores enigmas da cosmologia atual.
Pela primeira vez, uma simulação conseguiu observar fenômenos das maiores escalas, como as estruturas em formas de filamentos formadas por aglomerados de galáxias, e também coisas relativamente pequenas, como o surgimento, o formato e a composição de galáxias individuais.
Uma simulação desse tipo, que reproduz com precisão as observações astronômicas, cria uma enorme confiança de que os modelos cosmológicos mais aceitos estão no caminho certo para explicar a evolução do Universo.
lado escuro
O trabalho corrobora o modelo chamado Lambda-CDM, que combina os efeitos da energia escura e da matéria escura para explicar os fenômenos observados.
Essas duas entidades misteriosas, ao que tudo indica, respondem por 95% do total de energia e matéria do Universo. Os outros 5% são a chamada matéria bariônica (aquela que faz planetas, pessoas e tudo aquilo que se pode observar diretamente).
Sem levar em conta seus efeitos, é praticamente impossível obter sucesso nas simulações. Afinal de contas, a energia escura se apresenta como uma força que age como uma espécie de antigravidade, acelerando a expansão do Universo. Já a matéria escura, que não interage com a luz, explica a rotação das galáxias e complementa o inventário total de conteúdo do Universo.
O fato de que a simulação consegue chegar a um Cosmo virtual muito parecido com o nosso é sinal de que esse modelo em particular é sólido.

9954 – Cientistas detectam ‘ecos’ do Big Bang


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Cientistas americanos anunciaram que detectaram “ecos” do Big Bang: ondas gravitacionais deixadas pelo fenômeno ocorrido há quase 14 bilhões de anos. Essa é a primeira vez em que há evidências indiretas da expansão cósmica e em que cientistas conseguem vislumbrar como o universo nasceu.
A descoberta foi feita por meio do telescópio Bicep (Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization), localizado no Polo Sul, e relatada por pesquisadores do Centro para Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos. Também fizeram parte do estudo especialistas da Universidade Stanford e do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
As ondas gravitacionais foram previstas há quase cem anos pela Teoria da Relatividade de Albert Einstein, mas eram até agora a única parte da teoria que ainda não havia sido comprovada. Elas são minúsculas distorções no campo gravitacional do universo que transportam energia pelo espaço.
O achado dos cientistas também pode comprovar outra teoria, a da inflação cósmica, proposta na década de 1980. Segundo ela, a inflação cósmica é o primeiro instante de existência do universo e ajuda a explicar, por exemplo, por que a expansão do universo foi tão grande e rápida e relativamente uniforme. A teoria propõe que foi nessa fase que ocorreram as ondas gravitacionais.
Os cientistas não identificaram as ondas gravitacionais em si, mas sim padrões de polarização provocados por elas. A descoberta ainda precisa ser confirmada por outros grupos de cientistas para ser totalmente comprovada. Especialistas ouvidos pela revista americana Time, no entanto, já consideram o achado como “extraordinário” e “merecedor de um (prêmio) Nobel”. “Esse é um verdadeiro avanço. Ele representa uma nova era para a cosmologia e a física”, disse ao jornal britânico The Guardian Andrew Pontzen, professor de cosmologia da Universidade College London.