10.719 – Atmosfera – A Nuvem Cúmulo Nimbo


Eu acho que vem água por aí...
Eu acho que vem água por aí…

Um cúmulo-nimbo ou, em latim cumulonimbus , é um tipo de nuvem caracterizada por um grande desenvolvimento vertical. Tipicamente, surge a partir do desenvolvimento de cúmulos que, por ação de ventos convectivos ascendentes, ganham massa e volume e passam a ser cumulus congestus e, no auge de sua evolução, torna-se um cúmulo-nimbo, quando atingem mais de quinze quilômetros de altura. Uma de suas principais características é o formato de bigorna que forma-se em seu topo, resultado dos ventos da alta troposfera.
Tipicamente produzem muita chuva, principalmente durante os meses mais quentes do ano. Nuvens isoladas possuem ciclo de vida médio de uma hora. Classificam-se em dois tipos principais, cuja diferença é o seu formato superior, enquanto que características peculiares ganham denominações especiais.
Este tipo de nuvem frequentemente associa-se a eventos meteorológicos extremos, como a ocorrência de tempestades com muitos raios e chuva volumosa, além de granizo e neve. Podem ocorrer isoladas, em conjunto (formando multicélulas) ou associadas à frentes. Um cúmulo-nimbo, ao atingir o extremo de seu desenvolvimento, forma uma supercélula que, por sua vez, é responsável por eventos extremos, como fortes chuvas de granizo, muitos raios e tornados.
Uma nuvem cúmulo-nimbo em seu ápice de desenvolvimento apresenta uma forma primariamente vertical, cuja altura se estende por mais de quinze quilômetros, especialmente nas regiões tropicais, embora possa ocorrer em praticamente todo o mundo. Logo abaixo de sua base, devido a sua grande espessura, manifesta-se grande escuridão pelo bloqueio da luz solar. O que caracteriza um cumulonimbus maduro na maioria das vezes é a formação de uma estrutura em seu topo com textura fibrosa ou estriada, cuja forma lembra a de uma bigorna, enquanto que, em sua base, tipicamente encontram-se nuvens com forma de bulbos ou cúmulos menores.2 Estas nuvens podem manifestar-se isoladamente ou em grupos.
Ocorrem tipicamente nos meses mais quentes do ano, durante o período da tarde ou também associadas a frentes frias. Podem surgir também próximo a cadeias montanhosas em função da formação de ventos orográficos que possibilitam seu desenvolvimento vertical.
Em seu interior, os ventos podem chegar a mais de 150 quilômetros por hora. Sua base é formada por gotículas de água enquanto que, conforme a altitude aumenta, formam-se mais cristais de gelo que, no topo, são o componente principal. Tempestades provocadas por cumulonimbus podem ter várias formas de precipitação, com gotículas de água, neve e granizo.
O cumulonimbus desenvolve-se a partir da nuvem cumulus congestus, oriundos do desenvolvimento dos cúmulo que, por sua vez, têm início a partir de ventos ascendentes ricos em vapor de água. A altitude da base da nuvem está diretamente relacionada com a quantidade de vapor disponível, sendo que em regiões tropicais, onde a umidade é tipicamente maior, as nuvens são mais baixas comparadas com regiões áridas. O desenvolvimento deve-se aos ventos convectivos que levam umidade para cima, impulsionando seu crescimento vertical e ganho de volume.
Os cúmulo-nimbos são a fonte primária da ocorrência de raios na atmosfera. Entretanto, nem todas as nuvens deste tipo produzem descargas elétricas. A atividade elétrica da nuvem deve-se ao processo convectivo que a formou em que, de acordo com o modelo mais aceito, as partículas de gelo com diferentes propriedades intrínsecas chocam-se e, consequentemente, surgem cargas elétricas que distribuem-se por toda sua extensão, criando um campo elétrico e permitindo a ocorrência das descargas. Quando a atividade elétrica é intensa, a nuvem passa a ser conhecida também como trovoada.
Em uma nuvem com desenvolvimento típico, a chuva inicia-se de forma súbita pouco depois de sua transição de cumulus congestus para cumulonimbus. Nota-se que, conforme os ventos deslocam a nuvem, esta deixa um traço de chuva na área sobre a qual passou. Tal traço pode estender-se de alguns quilômetros a até cem quilômetros da origem da tempestade. A chuva proveniente do núcleo da nuvem possui grande intensidade, enquanto que a água proveniente das regiões mais altas da bigorna evapora-se antes mesmo de atingir o solo. O ciclo de vida de um cúmulo-nimbo é de aproximadamente uma hora.
A previsão de chuvas deste tipo é extremamente difícil, pelo fato de serem eventos localizados. Comumente, o volume acumulado de chuva encontra-se entre um e dez milímetros.

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4155 – Atmosfera – O Tornado


Trata-se de um fenômeno meteorológico que se manifesta como uma coluna de ar que gira de forma violenta e potencialmente perigosa, estando em contato tanto com a superficie da Terra como com uma nuvem cumulonimbus ou, excepcionalmente, com a base de uma nuvem cumulus. Sendo um dos fenômenos atmosféricos mais intensos que se conhece, os tornados se apresentam sob várias formas e tamanhos, mas geralmente possuem um formato cônico, cuja extremidade mais fina toca o solo e normalmente está rodeada por uma nuvem de pó e outras partículas. A maioria dos tornados conta com ventos que chegam a velocidades entre 65 e 180 quilômetros por hora, mede aproximadamente 75 metros de altura e translada-se por vários metros, senão quilômetros, antes de desaparecer. Os mais extremos podem ter ventos com velocidades de até 480 km/h, medir até 1,5 km de altura e permanecer no solo, percorrendo mais de 100 km de distância.
Entre os diferentes tipos de tornados estão os landspouts, os tornados de vórtices múltiplos e as trombas marinhas. As trombas marinhas formam-se sobre corpos d’água conectando-se a nuvens cumulus e nuvens de tempestade de maior tamanho, porém são consideradas tornados por apresentarem características similares a estes, como sua corrente de ar rotativa em forma de cone. As trombas marinhas no geral são classificadas como tornados não-supercelulares que se formam sobre corpos d’água.
A escala Fujita é utilizada para medir a intensidade dos tornados, avaliando-os pelos danos causados, mas tem sido substituída em alguns países por uma nova versão da escala, a escala Fujita melhorada (em inglês, Enhanced Fujita Scale). Um tornado F0 ou EF0, o mais fraco da categoria, danifica árvores, mas não estruturas de grande porte. Já um tornado F5 ou EF5, o mais forte da categoria, consegue arrancar edificações de suas fundaçõe e podendo danificar seriamente arranha-céus. Existe ainda a escala TORRO, que vai do T0, para tornados extremamente fracos, ao T11, para os tornados mais intensos.

1988-Curiosidades da Meteorologia: Tornados


Tornado, a natureza mostra a sua força

África e EUA embora distantes parecem ligados a uma gangorra climática: quando a secura do Saara é amenizada por chuvas, são mais rigorosos os furacões sobre a Costa Leste americana. A terrível seca na região de Sahel, ao sul do Saara é uma evidência dessa inesperada ligação. Nesse período, que cobriu as décadas de 70 e 80, os furacões foram relativamente fracos, 25 vezes menos destrutivos que nos 20 anos anteriores.
Pelo menos é o que sugerem os números obtidos pelo climatologista da Universidade do Colorado que contou nada menos que 30 dias violentos de furacões na costa americana, contra apenas 15 dias entre 1970 e 1987. A análise é um sinal de alerta para seus compatriotas.
O que foi visto no filme Twister pode ser realizado na prática. Pesquisadores estiveram atrás de um tornado no Texas, mas sem arriscar em nenhum momento. A distância mais curta que chegou do monstro foi de 2,8 km. A experiência confirmou a teoria que a 200 metros do solo, o tornado atinge a velocidade máxima de 250 km/h.