Avanço ou Retrocesso? Ler no papel é melhor para a aprendizagem do que ler em telas


Seguindo na onda do analógico versus o digital, uma outra pesquisa agora mostra que as telas também perdem no quesito aprendizagem.

Ao que tudo indica, você também consegue reter melhor informação quando lê no papel do que quando lê no computador ou celular. Essa é a conclusão de um artigo científico recém-publicado por pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália.

É claro que essa não é uma descoberta exatamente nova. Há anos vem sendo feito pesquisas que mostram as diferenças entre os dois tipos de leitura para o cérebro das pessoas; essa é mais uma para engordar a seleção.

Primeiro porque a habilidade de leitura não é natural para nossa espécie. Enquanto a fala e a audição são características inatas – nosso cérebro nasce programado para a comunicação oral –, a leitura e a escrita são criações culturais que precisam ser ensinadas.

“Nós não evoluímos para ler, e a interação dos sistemas cognitivos e visuais necessários para fazê-lo é incrivelmente complexa. Nossa linguagem se desenvolveu como fala, então falar e ouvir vêm naturalmente, mas a leitura só surgiu há cerca de 5.500 anos atrás.”

“Não estamos programados para ler e isso continua sendo algo que precisamos aprender, e só podemos dominar praticando por 10 a 15 anos”.

Isso nos leva ao segundo ponto. Se ler e escrever já são algo bastante recente em termos biológicos, ler em telas é algo que surgiu praticamente agora na escala humana.

A maior parte das pessoas vivas hoje foi alfabetizada antes da onipresença de computadores domésticos. 

Quando lemos em PCs ou smartphones, forçamos a nossa atenção ao extremo, já que precisamos batalhar contra anúncios, links, pop ups, cores, notificações e outras coisas se mexendo. 

Quem já nasceu nessa terra sem lei da propaganda pode até crescer acostumado ao caos, mas quem passou a adolescência em um mundo mais analógico é mais suscetível. 

Se adaptar ao contexto de leitura digital até é possível, mas exige um grau de motivação e autocontrole que nem todo mundo consegue ter o tempo todo. “Quando as pessoas se envolvem em uma narrativa, como um romance, é menos provável que a compreensão seja afetada pela leitura em uma tela. No entanto, a compreensão diminui quando estamos usando uma tela para ler textos densos em informações.

“A quantidade de tempo disponível também parece ser um fator. Quando os leitores são pressionados a ler algo rapidamente, sua compreensão diminui nos testes na tela em comparação com o papel.” Como temos dificuldade até de assistir a um programa de TV ou curtir um simples momento de ócio sem mexer no celular, ao pegarmos um pedaço de celulose para ler, demoramos mais para engatar a leitura.

Os pesquisadores avisam que não há nenhuma tática milagrosa. A concentração precisa ser treinada, trabalhada de forma gradual. A dica é começar com um material de leitura simples e que você curta, em local tranquilo, sem distrações.

Não Digite, escreva – Você retém a informação melhor quando escreve em vez de digitar


O bom e velho papel e caneta podem ser mais eficientes do que o teclado do celular ou computador – pelo menos quando o assunto é te lembrar do que foi anotado. Pesquisadores descobriram que escrever aumenta a conectividade de diferentes áreas do cérebro, e pode ajudar a reter melhor as informações.

A culpa é do movimento que você faz. Ao digitar, você simplesmente pressiona as letras, uma de cada vez, em movimentos simples e relativamente iguais – não há grandes diferenças entre caracteres. Por outro lado, ao escrever algo à mão você deve fazer movimentos específicos para traçar cada uma das letras. Para avaliar a diferença entre a escrita e a digitação e seus efeitos no cérebro, os pesquisadores conduziram experimentos com 36 estudantes destros, na média dos 20 anos. Seus resultados foram publicados no periódico científico Frontiers in Psychology. Cada um dos voluntários recebeu 30 palavras em norueguês (o experimento foi feito pela Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega) precedidas por um comando: digite ou escreva. Conforme a ordem, deveriam escrever com letra cursiva sobre uma tela ou digitar em um teclado usando o indicador direito – evitando o cruzamento entre os dois hemisférios do cérebro, já que o lado direito do córtex motor controla os movimentos da mão esquerda e o esquerdo, os da mão direita.

Metade das palavras foi digitada; a outra metade, escrita. Os participantes tinham pequenos eletrodos colados em suas cabeças para monitorar os sinais elétricos do cérebro. Em todos os voluntários, escrever à mão levou a um aumento na conectividade entre as partes centrais do cérebro e o lobo parietal, na parte externa, o que não aconteceu com a digitação. Esse aumento de conectividade já foi associado a uma melhoria da memória e da aprendizagem. Segundo os pesquisadores, o trabalho “pode ser interpretado como prova de que a escrita à mão promove a aprendizagem”.

Embora seja muito mais fácil usar um computador, talvez seja melhor fazer anotações à mão em certos casos.

Qual é a Melhor Universidade do Mundo?


Desde que deixaram de publicar juntas a classificação das universidades, passando a usar diferentes metodologias, em 2009, os dois rankings ingleses mais conceituados sobre o assunto têm resultados bem diferentes.

A mais recente campeã, segundo o Times Higher Education World University Ranking, foi a Universidade de Oxford, na Inglaterra; já o QS World University Ranking colocou no topo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) , nos EUA.

MIT – MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY

Tem mais de 11 mil alunos, dos quais cerca de 3.700 vêm de outros países.

OXFORD UNIVERSITY

Cerca de 23 mil alunos, entre graduandos e pós-graduandos, frequentam as 38 faculdades que compõem a instituição. Por meio das pesquisas e invenções da Oxford University Innovation, empresa de transferência tecnológica, a entidade já contribuiu com a criação de mais de 100 novas empresas.

A Oxford University Press é a maior editora universitária do mundo, com 6 mil funcionários. O primeiro Jardim Botânico da Inglaterra fica na universidade.  Além de 283.000 m2 de parques, a área de Oxford inclui os 526.000 m2 do bosque Harcourt Arboretum, que abriga algumas das sequoias mais antigas do Reino Unido. 

Educação – Novo Modelo de Ensino Médio


O Novo Ensino Médio consiste em uma alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sancionada em 2017. As adaptações das escolas para a adequação à proposta devem ser implementadas de forma gradual, sendo que a 1ª série do Ensino Médio foi adequada à nova lei – obrigatoriamente – em 2022, e toda a transição deve estar completa até 2024.
As mudanças são significativas, alterando o currículo, a carga horária mínima — que passou de 800 horas para 1.000 horas anuais —, entre outros aspectos essenciais.
Nesse sentido, é importante frisar que as determinações da nova lei são válidas tanto para as escolas públicas, quanto para a rede privada de ensino. O Governo Federal determinou o cronograma e todas as escolas brasileiras precisam se enquadrar.
Por que a reforma foi criada?
A reforma do Ensino Médio foi fruto de uma percepção da defasagem da educação brasileira. Percebeu-se que os alunos concluíam os estudos básicos sem as habilidades e os conhecimentos necessários para a vida prática fora da escola.

Assim, tem como objetivo solucionar as lacunas da formação básica no Brasil, com foco em oferecer a educação de qualidade a todos os brasileiros, de maneira conectada com a realidade do mundo contemporâneo. Por esse motivo, é essencial que educadores, estudantes e a sociedade, em geral, acompanhem as propostas, já que mudarão significativamente a educação brasileira.

Quais são as mudanças com o Novo Ensino Médio?
Ciente do que é, além do que motivou a criação do Novo Ensino Médio, é essencial conhecer as mudanças que propõe. Acompanhe, nas próximas linhas, as principais alterações que estão sendo implementadas!

Carga horária
Como vimos, uma das mudanças marcantes do Novo Ensino Médio é a carga horária. A alteração tem a finalidade de abranger as aprendizagens acrescidas na proposta. Assim, se anteriormente, cada ano dessa etapa da formação contava com 800 horas, passa a ser de 1.000 horas. Com isso, o Ensino Médio todo acumulará, no mínimo, 3.000 horas.

Desse modo, o tempo deve ser distribuído entre as habilidades propostas na BNCC — documento que será conhecido adiante —, com 1.800 horas, e os itinerários formativos com, no mínimo, 1.200 horas. A ideia é que os estudantes tenham mais tempo para a aprendizagem e adquiram experiências essenciais para a sua formação integral.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina um currículo igualitário e obrigatório a todos os alunos, que é dividido em quatro grandes áreas:

Matemática e suas tecnologias;
Linguagens e suas tecnologias;
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
Ciências da Natureza e suas tecnologias.
Também é importante acrescentar que, além das áreas do conhecimento, a BNCC também inclui a Formação Técnica e Profissional, que pode ajudar na preparação para o mundo do trabalho.

Matérias obrigatórias
Como mencionamos, o currículo do Novo Ensino Médio é organizado em áreas do conhecimento, e não em matérias isoladas. Assim, as únicas disciplinas obrigatórias são Português, Matemática e Inglês. As demais são desenvolvidas pelas experiências multidisciplinares.

Além disso, é importante destacar que o foco da proposta não é desenvolver apenas os conhecimentos técnicos a respeito dos saberes. Toda a aprendizagem deve ser permeada pelo desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que focam uma formação emocionalmente saudável.

Também há espaço para a inclusão da aprendizagem técnica, que prepare o estudante para se profissionalizar, ainda durante os anos escolares. Com isso, permite acessar o mundo do trabalho de maneira qualificada.

Itinerários formativos
Os itinerários formativos assumem um papel essencial nesse novo contexto. Efetivamente, são conjuntos de disciplinas, projetos e outras atividades de aprendizagem que o estudante poderá escolher no decorrer da sua formação.

Assim, permitem que o aluno aprofunde seus conhecimentos nas áreas do saber que selecionar, ou que desenvolva as habilidades profissionais. Também é possível conciliar as experiências. O principal atributo dos itinerários formativos é a chance de personalização da aprendizagem, com respeito às características e expectativas de cada jovem. Com isso, reforçam o protagonismo do aluno, que pode direcionar seus estudos conforme o projeto de vida pessoal.

Com foco na aproximação do estudante para a escolha da carreira e preparação para os desafios do século 21, a Plataforma AZ de Aprendizagem, por exemplo, irá disponibilizar microcursos alinhados às diretrizes dos Itinerários Formativos, que desenvolverão habilidades essenciais no mercado de trabalho atual, como a capacidade de resolução de problemas, a partir de temas como Criação de Startups, Saúde e Inovação, e Cidadão do Mundo.

Essa proposta tem a intenção de potencializar os conhecimentos para o mercado de trabalho e facilitar a escolha da possível carreira professional dos estudantes. Conheça os cursos:

· Criação de startups: o itinerário ensina o aluno a transformar uma grande ideia em um negócio;

· Saúde e inovação: dá a oportunidade do aluno ter uma visão ampla da carreira na área da saúde, com o intuito de despertar o interesse pela profissão;

· Cidadão do mundo: possibilita a extensão bilíngue para que o aluno esteja preparado para uma carreira internacional.

Informática na Educação


Sobre o Texto
Infoeducação, um passo além científico – profissional

No texto em si, o autor não se posiciona com clareza, mas nota-se que é altamente favorável a informatização na educação.
É um artigo que trata da infoeducação definida como linha de estudos e de ações socio-culturais, tendo em vista processos de apropriação de saberes informacionais. A Infoeducação é apresentada a partir de premissas teórico metodológicas que distinguem de “abordagens procedimentais”;
A formulação do conceito de infoeducação, fundamentada em investigação teórico práticas, redefine relações históricas entre informática e educação, causando uma ruptura de distinções teóricas e metodológicas e atitudes desconectadas da realidade cultural contemporânea.
Conclui afirmando que a Educação é um mpasso além científico-profissional e tem uma abordagem transdisciplinar e sociocultural, fornecendo bases para que um bibliotecário, museólogo ou arquivista ganhem centralidade nas dinâmicas de apropriação de informação, conhecimento e cultura de nossa época.

História das Universidades


Em 1920, pelo Decreto nº 14.343, foi criada a primeira universidade do Brasil, a Universidade do Rio de Janeiro. “Segundo alguns estudiosos, a razão principal da criação da Universidade do Rio de Janeiro teria sido a necessidade diplomática de conceder o título de doutor honoris causa ao rei da Bélgica em visita ao país” (Souza, 2012, p. 51). Com a união da Escola Politécnica, a Escola de Medicina e a Faculdade de Direito, houve a estruturação da universidade, embora as instituições funcionassem de forma isolada, sem integração entre suas áreas. A Universidade do Rio de Janeiro era voltada mais ao ensino do que à pesquisa, tendo caráter elitista (Oliven, 2002).
Um aspecto que vale ser ressaltado em relação à criação da Universidade do Rio de Janeiro foi o destaque dado à sua criação, ganhando notoriedade via Associação Brasileira de Educação (ABE) e Associação Brasileira de Ciências (ABC). Os principais pontos enfatizados por essas entidades foram o conceito e as funções desempenhadas pelas universidades brasileiras, sua autonomia e o modelo de Ensino Superior a ser seguido em âmbito nacional.
Em 1931, no governo de Getúlio Vargas, pelo ministro da Educação e Saúde, Francisco Campos, foi aprovado o Estatuto das Universidades Brasileiras, popularmente conhecido como “Reforma Francisco Campos”; ali era determinado que:
a universidade poderia ser oficial, ou seja, pública (federal, estadual ou municipal) ou livre, isto é, particular; deveria, também, incluir três dos seguintes cursos: Direito, Medicina, Engenharia, Educação, Ciências e Letras. Essas faculdades seriam ligadas, por meio de uma reitoria, por vínculos administrativos, mantendo, no entanto, a sua autonomia jurídica (Oliven, 2002, p. 3).
Durante esse período, foi dada grande ênfase à criação de uma faculdade de Educação nas universidades, com o objetivo de formar professores especialistas, que trabalhariam no ensino secundário; grande preocupação do ministro da Educação e Saúde. Essa prioridade dada pelo governo à educação básica causou desconforto entre educadores da Associação Brasileira de Educação (ABE), que almejavam que fossem implantadas nas universidades atividades voltadas à pesquisa.
Pelo Decreto nº 6.283/34, o Estado de São Paulo criou a sua primeira universidade em 1934, a Universidade de São Paulo (USP), a partir do movimento liderado por Fernando Azevedo, que buscava, com sua implantação, reconquistar a hegemonia política paulista, perdida devido à crise do café. Essa empreitada foi considerada por Oliven (2002) “um divisor de águas na história do sistema brasileiro de Educação Superior”.
Para concretizar esse plano político, foram reunidas faculdades tradicionais e independentes, dando origem à nova Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que contou com professores pesquisadores estrangeiros, principalmente da Europa. A USP tornou-se o maior centro de pesquisa do Brasil, concretizando o ideal de seus fundadores.
A criação da USP surgiu com as finalidades determinadas pelo Art. 2º daquele decreto:
promover, pela pesquisa, o progresso da ciência;
transmitir, pelo ensino, conhecimentos que enriqueçam ou desenvolvam o espírito ou sejam úteis à vida;
formar especialistas em todos os ramos da cultura, bem como técnicos e profissionais em todas as profissões de base científica ou artística;
realizar a obra social de vulgarização das ciências, das letras e artes por meio de cursos sintéticos, conferências e palestras, difusão pelo rádio, filmes científicos e congêneres.
Em 1935, Anísio Teixeira criou a Universidade do Distrito Federal (UDF), que tinha como um dos principais objetivos “a renovação e a ampliação da cultura e os estudos desinteressados”. As atividades voltadas à pesquisa foram estimuladas, mesmo com baixos recursos financeiros, com o objetivo de desenvolvimento social. A UDF surgiu com um princípio diferente das outras universidades do Brasil, inclusive da USP, caracterizando-se por tentar colocar em prática “as concepções e propostas da intelectualidade que, ligada à ABE e à ABC, empunhara, na década anterior, a bandeira de criação da universidade como lugar da atividade científica livre e da produção cultural desinteressada”.
Em 1939, pelo Decreto nº 1.190, foi criado o primeiro curso de Pedagogia na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, com o objetivo de criar bacharéis e licenciados. A partir desse momento, iniciou-se um modelo de licenciatura conhecido como “3 + 1”, em que eram dedicados três anos às disciplinas da Pedagogia, os conhecidos “Fundamentos da Educação” e um ano do curso de Didática, para a formação do licenciado.
A organização da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil fez parte de um contexto social, econômico e político que envolveu, desde meados da década de 1930, a formação dos professores em nível universitário ou superior. Os anos de 1930 foram marcados por um intenso debate político relacionado às questões educacionais, destacando-se as discussões sobre a formação docente. Entre as questões que se discutiam com relação à reforma educacional, havia um consenso de que a educação possuía papel fundamental na construção de um Estado Nacional moderno.
Durante toda a década de 1930, houve iniciativas de formação de professores em nível superior; entre eles, quatro projetos de qualificação de professores ganharam notoriedade e se consolidaram.
O primeiro foi o Instituto Católico de Estudos Superiores, no Rio de Janeiro, em 1932; o segundo, o Instituto de Educação da Universidade de São Paulo, criado por Fernando de Azevedo em São Paulo, em 1934; o terceiro, a Escola de Educação da Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em 1935, criada por Anísio Teixeira. O quarto projeto, consolidado na Universidade do Brasil, resultou do encerramento tanto da experiência de formação de professores de Azevedo quanto da de Teixeira em 1938, fruto do golpe de Estado que instituiu no Brasil o Estado Novo, em 1937. Encerrada a UDF, o Estado autoritário instalou a Universidade do Brasil e nesta a Faculdade Nacional de Filosofia. Nesse empreendimento também estiveram presentes os interesses da Igreja Católica.
A Universidade do Distrito Federal, dirigida por Anísio Teixeira, sofreu rejeição dos setores conservadores, entre eles a Igreja Católica, por seu caráter liberal. Esta instituição apontava como principal responsável pela crise brasileira a dissociação entre Igreja e Estado. Para reverter esse quadro e promover a “recristianização” das elites do país, em 1946, pelo Decreto nº 8.681, surgiu a primeira universidade católica do Brasil, a Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, tendo em seu currículo a frequência ao curso de cultura religiosa.
A partir de 1940, as Faculdades de Filosofia passaram a ser frequentadas por mulheres, que almejavam trabalhar como professoras no ensino secundário. Esse fato foi consequência da expansão do ensino e da entrada da mulher no mercado de trabalho. Essas faculdades se espalharam pelo país, sendo limitadas exclusivamente ao ensino e com infraestrutura defasada, em que cada curso formava um tipo específico de professor.
No final da década de 1940 e início da de 1950, houve algumas tentativas frustradas de buscar a autonomia integral das universidades. Na década de 1950, a rede federal de Ensino Superior se expandiu, principalmente com a “federalização” de instituições estaduais e privadas (Saviani, 2004). Com o desenvolvimento industrial e econômico do Brasil nesse período, houve conscientização de várias esferas da sociedade do cenário calamitoso instaurado nas universidades brasileiras, em que, a partir da metade da década de 1950, começou-se a elaborar e discutir as propostas do projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, confrontando a escola pública com a privada.
Em 18 de dezembro de 1960, pela Lei nº 3.848, foi criada a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, nome dado inicialmente à Universidade Federal Fluminense (UFF). Essa instituição surgiu com o objetivo de alavancar o desenvolvimento econômico do Estado do Rio de Janeiro, que sofria com a crise na agricultura, com a formação de engenheiros, médicos, dentistas e advogados, entre outras carreiras. A então Uferj buscou levantar a autoestima da população, que estava baixa devido à transferência do Distrito Federal para Brasília.
Em 1961, foi publicada a Lei nº 4.024, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Essa lei, que veio reafirmar na prática o modelo tradicional de instituições de Ensino Superior existentes no Brasil, manteve a preocupação com o ensino em relação à pesquisa. Em termos organizacionais, não houve grandes interferências, dando plenos poderes ao Conselho Federal de Ensino e reforçou a centralização do sistema de Educação Superior
No mesmo ano foi criada a Universidade de Brasília (UnB), pela Lei nº 3.998, de 15 de dezembro. Sua proposta se contrapunha às outras instituições de Ensino Superior, por seu caráter inovador, voltado para a pesquisa. Foi a primeira universidade do país que não foi criada a partir da junção de faculdades preexistentes, tendo uma estrutura flexível e integrada, se opondo à universidade segmentada, com cursos profissionalizantes, seguindo o modelo norte-americano, em que as cátedras foram substituídas por departamentos (Oliven, 2002). A implantação da UnB e a Reforma Universitária do Brasil foram marcadas pela grande participação do movimento estudantil (UNE), que almejava acabar com o caráter elitista e ultrapassado das universidades, debatendo questões relevantes sobre estes aspectos: autonomia universitária; participação de professores e alunos na administração, seguindo o critério de proporcionalidade; dedicação exclusiva do professor universitário; ampliação das vagas em escolas públicas e currículo flexível.
Com o golpe militar de 1964, as universidades sofreram intervenção direta do governo que buscava reprimir ações “subversivas”, tanto de alunos como de professores. Com isso, vários professores foram afastados, especialmente da Universidade de Brasília. Em 1966, foi promulgado o Decreto-Lei nº 53, que definiu as regras de estruturação para as universidades federais.
Vetava a duplicação de meios para fins idênticos ou equivalentes; determinava a unidade entre ensino e pesquisa; obrigava à concentração do ensino e da pesquisa básicos, de modo a formar um sistema comum para toda a universidade. Obrigava também à criação de uma unidade voltada para a formação de professores para o ensino secundário e de especialistas em questões pedagógicas – a Faculdade (ou centro ou departamento) de Educação.
Em 1968, foi aprovada a Lei da Reforma Universitária (Lei nº 5540/68), “que criava os departamentos, o sistema de créditos, o vestibular classificatório, os cursos de curta duração e o ciclo básico, dentre outras inovações” (Oliven, 2002, p. 7). Essa lei também estabeleceu a indissociação entre ensino, pesquisa e extensão, o regime integral de ensino, a dedicação exclusiva dos professores e a valorização do profissional da educação por título e produção científica. A Reforma Universitária, embora tenha sido elaborada para os institutos federais de Ensino Superior, acabou atingindo as universidades particulares, que sofreram reformulações para atender ao que foi estipulado, pois dependiam do governo.
A partir de 1968, houve a expansão do Ensino Superior privado, especialmente em regiões afastadas, como no interior dos estados mais desenvolvidos e na periferia das grandes cidades. Com esse processo de expansão, em 1980, as instituições privadas assumiram a liderança, em quantitativo, de alunos no Ensino Superior, tendo um perfil predominantemente de ensino, não de pesquisa (Oliven, 2002).
Em 1968, havia grande movimento não só nas universidades, mas também nas ruas, com participação ativa do movimento estudantil, que pressionava o governo para que fossem criadas medidas para resolver os problemas educacionais mais profundos. A principal resposta a essas exigências foi a criação do Decreto nº 62.937/68, do Grupo de Trabalho (GT), com objetivo de estudar soluções e implantar medidas para superar os problemas enfrentados nessa modalidade de ensino, além de buscar
a reforma da universidade brasileira, visando à sua eficiência, modernização, flexibilidade administrativa e formação de recursos humanos de alto nível para o desenvolvimento do país.
Durante os anos 1970, foi elaborado expressivo número de normas e regulamentos que, junto com as decisões do Conselho Federal de Educação, possibilitaram o crescimento do sistema nacional de Educação Superior. Isso foi possível pela implantação de faculdades isoladas, que demonstraram o insucesso da perspectiva de um modelo único de organização universitária. Nesse período foram criadas também instituições não universitárias, que eram predominantemente privadas, para atender à elevada procura pelo Ensino Superior. As universidades públicas e privadas não tinham estrutura suficiente para atender a essa demanda, pois o seu crescimento era limitado pelos altos custos provocados pelo princípio da indissociabilidade e sociabilidade ensino-pesquisa e pela dificuldade de manter em níveis adequados o investimento requerido pelo sistema público.
A Constituição Federal, promulgada em 1988,
consagrou a autonomia universitária, estabeleceu a indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão, garantiu a gratuidade nos estabelecimentos oficiais, assegurou o ingresso por concurso público e o regime jurídico único. Nesse contexto, a demanda dos dirigentes de instituições de ensino superior públicas e de seu corpo docente encaminhou-se na direção de uma dotação orçamentária que viabilizasse o exercício pleno da autonomia e, da parte dos alunos e da sociedade, de modo geral, o que se passou a reivindicar foi a expansão das vagas das universidades públicas. Desses setores não emergiu, portanto, nenhuma demanda por reforma da universidade.
A partir de 1995, houve a segunda grande expansão universitária no Brasil. Isso foi possível através das primícias estabelecidas pela Constituição Federal de 1988, que determinou a soberania universitária e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (Art. 207) e garantiu os preceitos básicos da participação do setor privado na oferta de ensino (Art. 209), e da Lei nº 9.394 (Brasil, 1996), que determinou o regimento e as bases da educação nacional.
Responsável por 42% das matrículas em meados dos anos 90, as instituições públicas respondem, nos anos iniciais do século XXI, por menos de 30% delas. Essa redução é ainda maior quando se analisa apenas o segmento federal de instituições públicas: sua participação no conjunto das matrículas passa de 20,8% em 1995 para 14,6% em 2003.
Quanto à natureza e categoria administrativa das instituições, observa-se, por um lado, a consolidação da participação das universidades privadas no conjunto do sistema, fixando uma tendência já presente ao longo dos anos 1980; por outro, a rápida expansão dos centros universitários criados a partir de 1997. Em 1999, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) registrava a existência de 39 centros universitários que respondiam por 6,8% das matrículas. Em 2003, foram registradas 501.108 matrículas, 12,9% do total, em 81 centros universitários.
Em 2004, o Ministério da Educação propôs uma reforma da Educação Superior no Brasil que, em um primeiro momento, causou impacto controverso de diferentes entidades e educadores, diante das propostas elaboradas pelo governo, pois apresentava artigos que se manifestavam inconstitucionais, mas que foram posteriormente adaptados à legislação educacional infraconstitucional. A reestruturação do Ensino Superior se faz necessária para que ocorra modernização, aprimoramento e democratização das instituições de ensino, além do ajuste ao Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso Nacional para o período de 2001/2010. A Reforma Universitária deveria ser firmada nas seguintes normas e diretrizes:
normatizar a avaliação e a regulação;
consolidar a autonomia universitária plena em todo o sistema;
aplicar adequadamente o princípio da indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão;
contemplar a diversidade de modelos de IES, programas, modalidades;
promover a aplicação de novas tecnologias;
estabelecer condições, incentivos e propostas para articulação e integração com a Educação Básica;
ordenar o processo de expansão da Educação Superior;
definir novos mecanismos de financiamento;
redefinir as funções de MEC, Capes, Sesu, CNE, INEP;
respeitar a Constituição Brasileira e o novo Código Civil
Atualmente, a Educação Superior no Brasil engloba um variado grupo de instituições públicas e privadas, que abrange diversos tipos de cursos e programas, integrando vários níveis de ensino que vão desde a graduação até a pós-graduação lato e stricto sensu. O atual regime de funcionamento dessas instituições se encontra fundamentado nos preceitos da Constituição Federal de 1988, na LDBEN de 1996 e num vasto conjunto de decretos, regulamentos e portarias complementares.

Livro físico x livro digital: vantagens e desvantagens de cada um



Escolher um livro já não é uma tarefa fácil. Escolher entre comprar um livro físico ou uma versão digital, então, menos ainda. Quando falamos das diferenças de comprar um livro físico ou baixar um livro digital, as discussões podem ficar calorosas entre os amantes da literatura. Se você está na dúvida entre qual escolher, veio ao lugar certo. Afinal, quais as vantagens e desvantagens de cada um?
ntes de tudo, é bom lembrar que, por mais que os dois formatos tragam experiências diferentes, o conteúdo interno das obras é sempre igual. O que um leitor do livro físico vai ler é exatamente a mesma coisa do leitor da versão digital. As diferenças mais significativas podem ficar em livros físicos que brincam com questões sensoriais ou páginas pop-up (aquelas que saltam quando abrimos a página, geralmente presentes em livros infantis). Do contrário, está tudo presente, sem tirar nem pôr. Vamos dizer a verdade: a gente sabe que um livro físico tem um caráter romântico que é insubstituível. Quem nunca se sentiu mais acolhido sabendo que tem um livro na bolsa? Ou ficou curioso no transporte público tentando espiar o que a outra pessoa está lendo?
As versões físicas dos livros ainda são o carro-chefe do mercado editorial e, aparentemente, têm a preferência de muitos leitores.
Livro Físico Vantagens
Exploração sensorial: os amantes da literatura costumam dizer que não há cheiro igual ao das páginas de um livro novo. A diversidade de experiências sensoriais que o objeto propõe é um dos principais motivos de sua defesa. O sentir das páginas virando, a textura da capa, o relevo do título. “São esses pequenos detalhes, eu acho, que fazem a experiência mais especial, de alguma forma”.
Opção de colecionar: ter uma biblioteca digna de escadinha para pegar os livros mais altos da estante é o sonho de muito leitor. E virou desejo de consumo para dar aquele up no fundo das videoconferências da pandemia. A opção de colecionar é algo que os aparelhos digitais (ou e-readers) nunca poderão reproduzir. Há coleções, boxes e edições de luxo feitas exclusivamente para aqueles que, além de ler, visualizam os exemplares na estante.
É um objeto social: andar com um livro na mão ou pegá-lo no metrô para ler é mais do que apenas um momento de prazer, é um ato social. Quem nunca teve vontade de parar um estranho na rua só para falar que também já leu aquele livro? Uma das vantagens do livro físico é a sua possibilidade de compartilhá-lo. Dar de presente, emprestar ou ainda trocar com os amigos são exemplos.

Desvantagens
É pesado: carregar mais de um livro na bolsa pode ser um incômodo para os leitores. O peso dos livros, sobretudo aqueles maiores, conhecidos como calhamaços, se torna um problema no dia a dia. E, muitas vezes, os leitores deixam de levar um livro consigo por falta de espaço na mochila ou medo de molhar ou estragar a obra. Eles também costumam ser grandes vilões nas mudanças de casa.
Impacto na natureza: “Se a gente parar para pensar quantas árvores uma biblioteca cheia de livros representa… Isso é uma coisa que me deixa triste.
Mesmo os livros podendo ser feitos de material reciclável, muito papel é utilizado”, comenta Erika. A preocupação da leitora é válida. O uso excessivo de papel é ainda um lado triste da produção de livros.
O preço: que um livro físico é mais caro que um livro digital é um fato. A diferença pode muitas vezes ser o dobro ou o triplo da versão para e-reader. Em sites como a Amazon, não é difícil encontrar livros digitais por menos de 2 reais.
Os preços altos que a produção de um livro físico requer são refletidos em seu preço final e isso pode sair salgado. O jeito é ficar de olho nas promoções, como as de leve 3, pague 2.

A implementação dos livros digitais foi uma verdadeira revolução na vida dos leitores. Poder carregar milhares de exemplares em um objeto que cabe na palma da mão?
Os e-readers chegaram no início da década passada e já conquistaram muitos fãs dentro da comunidade literária. E, usualmente, quem é adepto da tecnologia diz que não volta mais para os livros físicos.

Vantagens dos livros digitais
Praticidade: e-readers como o Kindle, da Amazon, possuem uma capacidade de armazenamento de 8GB. O tamanho equivale a milhares de livros digitais (ou e-books) e é bem improvável que o leitor fique sem espaço. A possibilidade de levar todos os seus livros em um único objeto é ótimo para quem está sempre saindo ou com pressa. “Me ajudou muito com o meu ritmo de leitura começar a ler em um leitor digital. Principalmente no ônibus, é muito fácil e leve”.
Sem interrupções: uma das principais reclamações dos leitores é a dificuldade de arranjar tempo para ler. A vida moderna nos bombardeia com notificações e anúncios a todo momento e se concentrar pode se tornar uma tarefa difícil. Uma vantagem dos leitores digitais é a sua interface simples, feita especialmente para a leitura e que não tem notificações, anúncios ou redes sociais.
É possível usar o smartphone para ler – duro é conseguir se concentrar!
Rapidez: “Quando compro livro físico, geralmente é pela internet, e sempre tem aquela demora do frete. Gosto dos e-readers porque, se tenho vontade de ler um livro novo, é só ir ao aplicativo e baixar. Além dos preços mais baixos, e de sistemas como o Kindle Unlimited, em que, nos primeiro 3 meses, se paga apenas R$1,99 mensais para acesso a mais de um milhão de livros digitais, a rapidez de download de um e-book permite começar um livro novo quando e onde quiser.

Desvantagens
Não tem como colecionar: uma das reclamações dos leitores é a impossibilidade de criar uma coleção quando se tem um livro digital. A falta do objeto físico na estante pode ser um problema para os mais apegados. “Por isso que, quando gosto muito de um livro, ainda acabo comprado a versão física. É mais difícil de emprestar: é até possível emprestar um e-book para um amigo. A tarefa, porém, não é tão simples como com um livro físico. Para quem tem costume de trocar livros com entes queridos ou gosta de presentear os amigos, a falta da presença física é empecilho. Para os mais apegados, pode ser a desculpa perfeita para não emprestar.
Tem que carregar: essa é uma questão polêmica. Isso porque os e-readers usualmente tem uma bateria que dura vários dias em uso constante.
Para baixar livros novos, é necessário, também, ter acesso a uma rede Wi-Fi.

Educação – Disciplinas Antigas nas Escolas


Você sabia que sua avó aprendia a costurar e sua mãe a preencher um cheque na escola? Disciplinas que hoje podem não fazer sentido eram comuns antigamente. Mudanças culturais, sociais e até políticas ajudaram a moldar mudanças no currículo escolar. As conquistas femininas no mercado de trabalho e até a transição do regime militar para o regime democrático são algumas dessas forças de mudança. A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Lívia Freitas ajudou o Terra a selecionar cinco disciplinas que já não constam nos currículos escolares.
Educação Moral e Cívica e OSPB
A disciplina foi criada pelo Decreto-Lei nº 869, em 1969, e previa o culto à pátria, bem como aos seus símbolos, tradições e instituições. A matéria deveria constar em todas as grades curriculares brasileiras durante o primário, que hoje equivaleria ao ensino fundamental, e era uma forma de exaltar o nacionalismo presente na época da ditadura militar (1964 – 1985). Eram abordados, também, conteúdos que “aprimoravam o caráter do aluno por meio de apoio moral e dedicação tanto à família quanto à comunidade”. Os professores ensinavam a compreensão dos direitos e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sociopolítica e econômica do País.
Esses conteúdos eram ensinados com mais profundidade na disciplina de organização social e política brasileira (OSPB) no segundo grau – atualmente, ensino médio. Na época, foi criada a Cruz Mérito da Educação Moral e Cívica. A distinção era entregue a personalidades que, na avaliação dos militares, prestavam esforços e dedicação à disciplina. Por não ser considerada parte de um regime democrático, Educação Moral e Cívica foi extinta da grade curricular brasileira em 1993, por meio da Lei 8.663, assinada pelo ex-presidente Itamar Franco.
Porém, partes da matéria foram incorporadas em outros conteúdos, mas sem o viés ideológico. Os conteúdos da disciplina que abordavam questões históricas e políticas foram somados a Estudos Sociais e História, por exemplo. Em relação à questão cívica, ainda é comum cantar o Hino Brasileiro e hastear a bandeira nas escolas em datas comemorativas, como na Independência do Brasil.
Economia Doméstica
A disciplina não é mais obrigatória, mas ainda é lecionada em alguns colégios no Brasil. O que mudou, principalmente, foi a abordagem dos professores ao passar o conteúdo aos alunos. A economia doméstica que nossos pais e avós aprenderam tratava de um único provedor, o homem, na época em que a maioria das mulheres cuidavam da casa e eram educadas para isso. Hoje, é adaptada à nova realidade de inserção das mulheres no mercado de trabalho e ao reconhecimento da importância de cuidar do meio ambiente. São tratadas questões como a preservação dos recursos hídricos, por exemplo. Seus conteúdos podem, também, ser abordados dentro das disciplinas de geografia, história e sociologia.
Educação para o Lar
Ao contrário da economia doméstica, a educação para o lar era ensinada nos colégios brasileiros com o intuito de ensinar mulheres e homens a cuidarem do lar. Porém, a disciplina era voltada principalmente às mulheres, então tidas como responsáveis pelas tarefas domésticas. O contexto social mudou, as mulheres ingressaram fortemente no mercado de trabalho e hoje, idealmente, dividem as tarefas do lar com o marido e família – embora haja muitos casos de atraso pelo País. Por isso, a disciplina acabou não fazendo mais sentido de ser lecionada.
Latim
Além de lideranças religiosos católicos, são raras as pessoas que falam latim atualmente – há muito que a língua não é mais universal. Se você é estudante de direito, certamente já buscou algum tradutor para descobrir termos que foram escritos na época em que a língua era mundialmente conhecida. No Brasil, a disciplina foi obrigatória até 1964, quando um acordo entre o Ministério da Educação (MEC) do Brasil e a United States Agency for International Development (Usaid), dos Estados Unidos, tirou do currículo matérias consideradas obsoletas. Hoje, são poucas as escolas que mantêm o latim em sala de aula.
Técnicas Comerciais
Conteúdos administrativos, econômicos e contábeis faziam parte de Técnicas Comerciais. A disciplina ensinava práticas como, por exemplo, utilizar serviços bancários. Com o avanço das tecnologias e sua difusão, se tornou mais acessível e fácil descobrir como se preenche um cheque – o que também constava na ementa. Alguns conteúdos da matéria são lecionados até hoje nas faculdades de administração, economia e ciências contábeis, mas não estão mais presentes nas salas de aula.

Brasil – Deputado pede a ‘ministro astronauta’ escola de ensino digital para idosos


O deputado federal Pedro Augusto (PSD-RJ) pediu ao  ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, o “astronauta” Marcos Pontes, a criação da Escola Nacional de Educação Digital para Idosos (ENEDI).
Membro titular da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, Pedro Augusto quer combater a exclusão digital na terceira idade — faixa etária também frequentemente alvo da disseminação de fake news.

Inteligência Artificial e Educação



Inteligência Artificial (AI) é uma área da ciência da computação que visa produzir dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas. A partir de estímulos do ambiente externo, as máquinas de AI realizam ações baseadas na análise de dados de interações anteriores. Por meio dessa tendência, as empresas podem melhorar seu planejamento e estrutura, tornando-se mais competitivas no mercado. A Inteligência Artificial é capaz de ajudar as organizações a extraírem novos insights de suas informações e, assim melhorar seus processos internos, criando serviços mais inteligentes. Atualmente, podemos ver diversas aplicações da Inteligência Artificial na sociedade, como em programas de computador, aplicativos de segurança, jogos, sistemas informacionais, robótica, programas de diagnósticos médicos, entre outros. Já muito utilizada por diversos setores do mercado, a AI está sendo inserida na vertical da educação, propondo modernas metodologias de aprendizado. Por meio das chamadas plataformas adaptativas, é proposto trilhas de aprendizado individualizadas, capazes de oferecer uma experiência personalizada para cada aluno. Por meio de softwares que utilizam essa tecnologia, é possível entender quais são as principais dúvidas dos estudantes em uma disciplina e, assim, elaborar conteúdos especializados para reforçar o conhecimento deles. Além disso, alguns desses sistemas baseados em Inteligência Artificial já são capazes de antecipar dificuldades que os alunos podem vir a ter em disciplinas futuras. Isso permite que os professores preparem um estrutura de ensino mais focada no perfil desses estudantes. A AI é uma excelente ferramenta educacional, que também pode ser usada para diagnosticar problemas mais sérios de aprendizagem, como a dislexia e o autismo. Além disso, permite que as instituições de ensino disponibilizem interfaces capazes de dialogar com os estudantes. Dessa forma, eles poderão tirar dúvidas, fazendo perguntas diretamente para a máquina, sem precisar tomar tempo dos professores. A sala de aula do futuro Aliar a AI a outras tecnologias e ferramentas modernas, como Big Data e a gamificação, pode reinventar o ambiente educacional. As salas de aulas se tornarão inovadoras, sendo equipadas com câmeras e microfones que permitem a identificação do nível de engajamento da classe. Os professores precisarão repensar como podem aproveitar todo o potencial da AI para otimizar seus métodos de ensino e metodologias utilizadas para adaptar sua técnica pedagógica. Dessa forma, eles poderão melhorar o aproveitamento das aulas, personalizando o ensino de acordo com o perfil de seus estudantes. O uso efetivo de plataformas AI integradas à sala de aula oferece ainda uma série de relatórios aos professores para que eles acompanhem sua turma durante todo o ano letivo. Com esses dados em mãos, o docente pode identificar se seus alunos estão próximos ou distantes dos objetivos previstos para aquele período. A partir de suas análises, os professores conseguem propor novas trilhas de aprendizagem, tanto para os estudantes que precisam de apoio, quanto para aqueles que já demonstram domínio do assunto e podem enfrentar novos desafios. Um novo jeito de estudar Para os alunos, as plataformas AI podem ser um verdadeiro parceiro de estudo que irá acompanhá-los na jornada escolar. Por meio de apps inteligentes, eles podem se comunicar com o professor e a escola, o que torna o processo de troca de informação mais ágil e eficiente. Os estudantes podem ainda acessar a rede para assistir vídeoaulas, conversar com tutores virtuais para tirar dúvidas ou revisar algum conteúdo. Tudo passa a estar à disposição com maior facilidade, o que poderá ampliar a exploração do conhecimento a níveis mais profundos. Por meio de chatbots e outras aplicações de AI, os alunos do ensino superior, por exemplo, podem contar com consultorias sob demanda e serviços de planejamento para uma possível graduação. A Inteligência Artificial é capaz de resolver uma série de tarefas administrativa, ajudando os estudantes até a buscarem oportunidades de carreira. O futuro da educação já começou e está presente em diversas iniciativas de instituições de ensino que saíram na frente e começaram a se adaptar a essas evoluções tecnológicas. As plataformas de aprendizagem adaptativas podem auxiliar as escolas a venceram barreiras importantes no ensino, como a grande diversidade de alunos em uma mesma sala de aula. Por isso, é necessário que sua revenda esteja preparada para atender clientes desse setor, fornecendo as ferramentas certas, que sejam capazes de melhorar a experiência das instituições de ensino.

Universidades da Idade Média


No tramitar da Idade Média, uma grande parte da população não tinha acesso ao conhecimento, nem mesmo o básico que é ler e escrever, e não tinha nenhuma perspectiva na vida de reter tais conhecimentos.
O que ocorria neste período é o que ocorre nos dias atuais, as disparidades financeiras e de oportunidades. Na Idade Média ler e escrever eram privilégio de uma estreita parcela da população composta por integrantes da igreja e comerciantes.
As primeiras escolas medievais se instalavam e eram regidas pelas igrejas e mosteiros, a partir do século XII, houve uma conscientização acerca da educação, pois a formação se fazia importante no comércio, que utilizava a escrita e o cálculo, e nesse mesmo período surgiram escolas fora da igreja.
As universidades tiveram início no século XIII, como um tipo de associação de professores e alunos que se unia para questionar as autoridades, a universidade da França surgiu a partir de uma associação de professores e a da Itália foi composta por alunos.
As universidades da Idade Média permitiam dentro de suas dependências o livre pensamento e ideologias, nesta época existia faculdade de artes, medicina, direito e teologia, todas as aulas eram ministradas em latim assim como grande parte das obras escritas.
No século XI desenvolveu-se uma literatura variada: A poesia épica (falava sobre heróis e honra), a poesia amorosa (falava de amor e admiração à mulher) e Romance (guerra, aventura e amor).
No campo da filosofia, os principais eram Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, o primeiro defendia a razão e o mundo espiritual como superior e o segundo afirmava que o homem não devia se apoiar na religião.

Universidades da Idade Média


No tramitar da Idade Média, uma grande parte da população não tinha acesso ao conhecimento, nem mesmo o básico que é ler e escrever, e não tinha nenhuma perspectiva na vida de reter tais conhecimentos.
O que ocorria neste período é o que ocorre nos dias atuais, as disparidades financeiras e de oportunidades. Na Idade Média ler e escrever eram privilégio de uma estreita parcela da população composta por integrantes da igreja e comerciantes.
As primeiras escolas medievais se instalavam e eram regidas pelas igrejas e mosteiros, a partir do século XII, houve uma conscientização acerca da educação, pois a formação se fazia importante no comércio, que utilizava a escrita e o cálculo, e nesse mesmo período surgiram escolas fora da igreja.
As universidades tiveram início no século XIII, como um tipo de associação de professores e alunos que se unia para questionar as autoridades, a universidade da França surgiu a partir de uma associação de professores e a da Itália foi composta por alunos.
As universidades da Idade Média permitiam dentro de suas dependências o livre pensamento e ideologias, nesta época existia faculdade de artes, medicina, direito e teologia, todas as aulas eram ministradas em latim assim como grande parte das obras escritas.
No século XI desenvolveu-se uma literatura variada: A poesia épica (falava sobre heróis e honra), a poesia amorosa (falava de amor e admiração à mulher) e Romance (guerra, aventura e amor).
No campo da filosofia, os principais eram Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, o primeiro defendia a razão e o mundo espiritual como superior e o segundo afirmava que o homem não devia se apoiar na religião.

Ensino – Faculdades preparam demissões após corte em massa da Estácio


estacio
Após a demissão de 1.200 professores anunciada pela Estácio no início deste mês, outras instituições de ensino superior dispensaram dezenas de docentes ou preparam cortes para os próximos dias.
A Metodista mandou embora cerca de 50 professores, conforme cálculos do Sinpro-ABC (sindicato do ABC), que relata atrasos nos salários e no 13° desde 2015. A escola não quis comentar.

Recentemente, a Cásper Líbero desligou 13.
É comum que os cortes ocorram em dezembro devido a convenções coletivas da categoria que restringem as demissões no resto do ano. Mas o movimento se aprofundou, segundo sindicatos.
Silvia Barbara, diretora do Sinpro-SP (sindicato de São Paulo), atribui as demissões à redução do Fies e ao avanço do ensino a distância. “As instituições tiveram um ciclo de expansão grande devido ao financiamento público, em especial desde 2010. Após 2014, os financiamentos ficaram mais restritos, e as instituições estão buscando manter suas margens de lucro”, afirma Barbara.
Os sindicatos estimam que o Mackenzie anunciará perto de cem demissões. Em nota, a instituição diz que implementou novos projetos pedagógicos “cujas matrizes curriculares foram atualizadas para vigorar a partir do primeiro semestre de 2018”.
Alunos se sentem lesados. No caso da Metodista, fizeram protesto. “Minha pesquisa estava sendo encaminhada para a Fapesp quando aconteceu isso e fiquei sem a orientadora. Como eles vão substitui-la por um professor que não tem a mesma linha de pesquisa?”, diz Melissa Galdino, aluna de jornalismo.

Folha de São Paulo

☻Mega no Dia do Professor


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Ensinar é uma arte e uma técnica

Fundamentos Pedagógicos
Foram estruturados na Folosofia, mas desde o século 20, outras áreas começaraqm a dar suas contribuições:
A Biologia, a Sociologia e a psicologia, que possibilitaram conhecer mais sobre o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano em seus diferentes aspectos, a fim de entender as demandas infantis a partir das diferenças individuais, reconhecendo a influência dos fatores externos nos processos de aprendizagem.
A Escola Nova foi um movimento de revisão e crítica à escola tradicional de conhecimento dogmático e externo ao aluno. Defende mudança na educação on de o aluno passaria a ser o entro do processo.
Paideia – Conceito de educação da sociedade grega voltado a formar meninos cidadãos. Processo de ensino organizado para a formação em todos os aspectos da vida, desenvolvendo o homem em todas as suas potencialidades.
O professor busca um ideal maior que é a formação humana a partir do estabelecimento de uma aprendizagem mais interativa.
A escolarização é um processo sistemático de instrução dos indivíduos, composto pela informação e difusão de saberes, a respeito do ambiente, dos indivíduos e da sociedade. É na instituição escolar que se desenvolve um saber sistemático e organizado.
Epistemologia Genética – Incentiva a interação da criança com o meio ambiente. Nesta perspectiva, as informações não são controladas pelo professor cujo papel é fazer o aluno interagir com o meio ambiente.
O sensório-motor é a 1ª fase.
A Pedagogia é a ciência que estuda a Educação, já a Didática é um campo de estudo da Pedagogia que que estuda as práticas de ensino e as relações de ensino, instrumentalizando o professor para atividades práticas.
A 1ª fase, sensório-motor (0 a 2 anos), nesta fase a criança ainda não consegue evocar eventos sober o passado, presente e futuro, lida com o meio a patir de ações práticas e cosntroi seus esquemas mentais.
Na 2ª fase, Pré-operacional (2 anos) – Aprende linguagem. Ações mentais irreversíveis.
Na 3ª – Operatório concreto (7 anos) Pensamento lógico, objetivo, reversível e menos egocêntrico.
Na 4ª, Pensamento abstrato (12 anos) – Pensamento lógico formal.

Coexistindo escolas públicas e particulares, ambas devem ser avaliadas pela União, delimitando conteúdos mínimos.

A Didática organiza os saberes, potencializando o trabalho do docente.

dia dos professores

Tá falando Grego – O que é Maiêutica?


maieutica
A Maiêutica foi elaborada por Sócrates no século IV a.C. Através desta linha filosófica ele procura dentro do Homem a verdade. É famosa sua frase “Conhece-te a ti mesmo”, que dá início à jornada interior da Humanidade, na busca do caminho que conduz à prática das virtudes morais. Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complicadas.
Sócrates, seu criador, nasceu por volta de 470 ou 469 a.C., na cidade de Atenas. Ao longo de sua vida ocupou alguns cargos públicos, mas seu comportamento sempre foi modelo de integridade e ética. Sua educação se deu principalmente através da meditação, moldada na elevada cultura ateniense deste período. Ele acreditava não ser possível filosofar enquanto as pessoas não alcançassem o autoconhecimento, percebendo assim claramente seus limites e imperfeições. Assim, considerava que deveria agir conforme suas crenças, com justiça, retidão, edificando homens sábios e honestos, ao contrário dos sofistas, que só buscavam tirar vantagens pessoais das situações.
Sua forma de viver, porém, com liberdade de opinião, considerações críticas, ironia e uma maneira específica de educar, provocaram a ira geral e lhe angariou uma lista de inimigos. Sob a ótica de seus contemporâneos, ele era visto como líder de uma elite intelectual. Acusado de perverter os jovens e de substituir os deuses venerados em sua terra natal por outros desconhecidos, ele negou-se a elaborar uma defesa própria, pois argumentava que seus ensinamentos eram imortais, não algo para ser compreendido e aceito naquele momento, no âmbito da vida material. Assim, preferiu morrer, recusando inclusive a fuga providenciada por seu discípulo Criton, porque não desejava ir contra as leis humanas. Assim, morreu aos 71 anos de idade, vítima da execução à qual fora condenado.
O filósofo busca o conhecimento através de questões que revelam uma dupla face – a ironia e a maiêutica. Através da ironia, o saber sensível e o dogmático se tornam indistintos. Sócrates dava início a um diálogo com perguntas ao seu ouvinte, que as respondia através de sua própria maneira de pensar, a qual ele parecia aceitar. Posteriormente, porém, ele procurava convencê-lo da esterilidade de suas reflexões, de suas contradições, levando-o a admitir seu equívoco.
Por intermédio da maiêutica, ele mergulha no conhecimento, ainda superficial na etapa anterior, sem atingir porém um saber absoluto. Ele utilizava este termo justamente porque se referia ao ato da parteira – profissão de sua mãe -, que traz uma vida á luz. Assim ele vê também a verdade como algo que é parido. Seu senso de humor costumava desorientar seus ouvintes, que na conclusão do debate acabavam admitindo seu desconhecimento. Deste diálogo nascia um novo conhecimento, a sabedoria. Um exemplo comum deste método é o conhecido diálogo platônico ‘Mênon’ – nele Sócrates orienta um escravo sem instrução a adquirir tal conhecimento que ele se torna capaz de elaborar diversos teoremas de geometria.

Pestalozzi – A Educação Transforma


pestalozzi
(Zurique, 12 de janeiro de 1746 — Brugg, 17 de fevereiro de 1827) foi um pedagogista suíço e educador pioneiro da reforma educacional.
Ele conheceu de perto o preconceito social e teve de lutar muito para se tornar conhecido numa sociedade dividida entre nobres e plebeus e entre ricos e pobres. Durante esse período recebeu orientação religiosa protestante, mas considerava-se sempre um cristão, sem defender qualquer religião.
Após a leitura do Emílio, de Rousseau, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país.
Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas. Gastou parte de sua juventude nas lutas políticas mas, em 1781, com a morte do amigo e político Bluntschli, abandonou o partido para dedicar-se à causa da educação.
Casou-se aos 23 anos e comprou um pedaço de terra onde intentou o cultivo de ruiva (Rubia tinctorum – planta herbácea de onde se pretendia tirar um corante) mas, não sendo agricultor, fracassou.
Por este tempo havia feito de sua casa na fazenda uma escola. Escreveu “As Horas Noturnas de um Ermitão” (Die Abendstunde eines Einsiedlers – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões. A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes (“Leonard und Gertrud” – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada. A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato
Em 1801 Pestalozzi concentrou suas idéias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe a sua didática pedagógica, o Método Pestalozzi, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo. Continuava daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante.
Em 1799 obteve permissão para manter uma escola em Burgdorf, onde permaneceu trabalhando até 1804. Em 1802 foi como deputado a Paris, e fez de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema nacional de educação primária; mas o conquistador disse-lhe que não podia perder tempo com o alfabeto.
Pestalozzi foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais, e longe está de deixar de ser uma referência. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.

“A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É atividade.”
Johann Heinrich Pestalozzi
Os trabalhos completos de Pestalozzi foram publicados em Stuttgart em 1819, 1826, e uma edição por Seyffarth apareceu em Berlim, em 1881.
Trechos extraídos do Livro Minhas indagações sobre a marcha da natureza no desenvolvimento da espécie humana escrito por Pestalozzi em 1797, (traduzido do original alemão Meine Nachforschungen über den Gang der Natur in der Entwicklung des Menschengeschlechts):

Estado natural
O homem nesse estado é filho puro do instinto, que o conduz simples e inocentemente para todos os gozos dos sentidos.

Estado social
O homem como espécie, como povo não se submete ao poder como ser moral, nem tampouco entra na sociedade e na cidadania para servir a Deus ou amar ao próximo. Ele entra na sociedade e no estado de cidadania para tornar sua vida mais alegre e para gozar tudo o que seu ser animal e sensorial tem que gozar e para que seus dias sobre a terra transcorram satisfeitos e tranqüilos. O direito social não é assim um direito moral, mas apenas uma modificação do direito animal. ( …)

O poder só pode exigir de mim que eu seja um homem social. Ele não pode exigir que eu seja um homem moral. Se eu o sou, sou-o para mim e não para ele. O poder só pode exigir de mim que eu seja um homem moral na medida em que ele mesmo o seja, isto é, se ele não for poder, não se comportar como poder. Só pode exigir de mim, se ele viver a força de sua divindade, não para ser servido, mas para servir e dar a vida para a redenção de muitos. (…)

Simples satisfação é a cota do estado natural. Esperança é a cota do estado social. Não pode ser diferente: toda a estrutura da vida social repousa em representações que basicamente não existem – ela é uma representação. Propriedade, lucro, profissão, autoridade, leis são meios artificiais para satisfazerem minha natureza animal pela escassez de liberdade animal. (…)

Estado moral
Se eu alcançar na minha condição e na profissão tudo o que eu posso alcançar, se minha felicidade está garantida pelo direito, em suma, se eu, no pleno sentido da palavra, for um cidadão e se a palavra de meu país, liberdade – liberdade –, soasse novamente na boca dos homens honestos e felizes, estaria eu então satisfeito no meu íntimo? Deveria pensar que sim, mas não é verdade (…), o direito social não me satisfaz, o estado social não me realiza, não posso permanecer tranqüilo sobre o fundamento da minha formação civil, como não posso permanecer no mero prazer sensual e animal – sou , em todo o caso, através dessa formação, emudecido; na minha alma entraram desconfiança, sinuosidade e intranqüilidade, que nenhum direito social pode desfazer. (…)

Se eu te declaro animal no envoltório do teu nascimento, não coloco o objetivo da tua perfeição nos limites do invólucro da tua origem. Vejo o interior do teu ser como divino, assim como o ser interior da minha natureza (…). Se o homem planta uma árvore ou uma flor, ele a enterra no solo, põe esterco na raiz e a cobre de terra. Mas o que ele faz com tudo isso ao ser íntimo da flor? O material, através do qual a semente se desenvolve, é em toda a natureza infinitamente de menor valor que a semente em si. (…)

Logo vi que as circunstâncias fazem o homem, mas vi também que o homem faz as circunstâncias, tem uma força em si mesmo que pode conduzir de várias maneiras, segundo sua vontade. (…)

Como obra da natureza, sinto-me livre no mundo para fazer o que me agrada e me sinto no direito de fazer o que me serve.

Como obra da espécie, sinto-me no mundo atado a relações e contratos, fazendo e suportando o que essas relações me prescrevem como dever.

Como obra de mim mesmo, sinto-me livre do egoísmo da minha natureza animal e das minhas relações sociais, e ao mesmo tempo no direito e no dever de fazer o que me santifica e o que santifica o meu ambiente.(…)

Como obra da natureza, sou um animal perfeito. Como obra de mim mesmo, esforço-me pela perfeição. Como obra da espécie, procuro me tranqüilizar num ponto sobre o qual a perfeição de mim mesmo não é possível.

A natureza fez a sua obra inteira, assim também faze a tua.
Reconhece-te a ti mesmo e constrói a obra do teu enobrecimento sobre a consciência profunda de tua natureza animal, mas também com a consciência completa da tua força interior de viver divinamente no meio dos laços da carne.
Quem quer que tu sejas, acharás nesse caminho um meio de trazer tua natureza em harmonia contigo mesmo. Queres porém fazer tua obra apenas pela metade, quando a natureza fez a dela inteira? Queres estacionar no degrau intermediário entre tua natureza animal e tua natureza moral, sobre o qual não é possível o acabamento de ti mesmo? – Então não te espantes de que serás um costureiro, um sapateiro, um amolador ou um príncipe, mas não serás um homem.

Não te espantes então de que tua vida seja uma luta sem vitória e que nem sequer te tornes o que a natureza, sem a tua ação, fez de ti – mas muito menos serás um meio-homem civil. (…)

O princípio de que o bem do homem e o direito do homem repousam inteiramente na subordinação das minhas exigências animais e sociais à minha vontade moral é outra maneira de dizer o resultado do meu livro.

pestalozzi livro

Mega Polêmica – O Ensino Religioso nas Escolas


religião
A Constituição brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) permite, desde que não sejam obrigatórias para os alunos e a instituição assegure o respeito à diversidade de credos e coíba o proselitismo, ou seja, a tentativa de impor um dogma ou converter alguém. Mas faz sentido oferecer a disciplina na rede pública?

Argumento Contra:
O que fazer com os estudantes que, por algum motivo, não queiram participar das atividades? Organizar a grade para que eles tenham como opção atividades alternativas é o que se espera da escola. Porém, não é o que acontece em muitas redes. Nelas, nenhum aluno é obrigado a frequentar as aulas da disciplina, mas, se não o fizerem, têm de descobrir sozinhos como preencher o tempo ocioso. A lei não obriga a rede a oferecer uma aula alternativa, mas é contraditório permitir que as crianças fiquem na escola sem uma atividade com objetivos pedagógicos.
A questão da diversidade, outro item previsto na lei, também não é uma coisa simples de ser resolvida. Como garantir que todos os grupos religiosos – incluindo divisões internas e dissidências – sejam respeitados durante o programa em um país plural como o nosso? Dados do Censo Demográfico 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 64,6% da população se declara católica, 22,2% evangélica, 2% espírita, 3% praticante de outras religiões e 8% sem religião.
De que forma assegurar que o professor responsável por lecionar Ensino Religioso não incorra no erro de impor seu credo aos estudantes? Ou que aja de maneira preconceituosa caso alguém não concorde com suas opiniões? É fato que todos, educadores e alunos, têm o direito de escolher e exercer sua fé. Está na Constituição também. Não há mal algum em rezar, celebrar dias santos, frequentar igrejas (ou outros templos), ter imagens de devoção e portar objetos, como crucifixos e véus. Porém, em hipótese alguma, a escola pode ser usada como palco para militância religiosa e manifestações de intolerância. É bom lembrar que a mesma carta magna determina que o Estado brasileiro é laico e, por meio de suas instituições, deve se manter neutro em relação a temas religiosos.
Cabe a escola usar os dias letivos para ensinar aos estudantes os conteúdos sobre os diversos campos do conhecimento. Há tempos, sabe-se que estamos longe de cumprir essa obrigação básica. Os resultados de avaliações como a Prova Brasil e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, sigla em inglês) comprovam com clareza essa falta grave. Boa parte dos estudantes conclui o Ensino Fundamental sem alcançar proficiência em leitura, escrita e Matemática.

Educação e verdades incontestáveis não combinam. Enquanto os credos são dogmáticos e pautados na heteronomia (quer dizer, as normas são reguladas por uma autoridade ou um poder onipresente), a escola é o lugar para a conquista e o desenvolvimento da autonomia moral. Isso quer dizer que crianças e adolescentes devem aprender e ser estimulados a analisar seus atos por meio da relação de respeito com o outro, compreendendo as razões e as consequências de se comportar de uma ou outra maneira. Bons projetos de Educação moral, que abrem espaço para questionamentos e mudanças de hábito, dão conta do recado.

Mesmo sem oferecer a disciplina, muitas instituições pecam ao usar a religião no dia a dia. Segundo respostas dadas por 54.434 diretores ao questionário da Prova Brasil 2011, independentemente de oferecer a matéria, 51% das escolas cultivam o hábito de cantar músicas religiosas ou fazer orações no período letivo, no horário de entrada ou da merenda, entre outros(leia outros dados no gráfico abaixo).

Outro exemplo de como os limites são extrapolados é apresentado no estudo O Uso da Religião como Estratégia de Educação Moral em Escolas Públicas e Privadas de Presidente Prudente, de Aline Pereira Lima, mestre em Educação e docente da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Felicam). Na instituição pública analisada, mesmo sem a presença da matéria na grade dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a religião estava muito mais presente do que nas duas escolas particulares visitadas, que tinham caráter confessional declarado. O discurso teológico permeava o dia a dia dos estudantes: era usado para solucionar casos de indisciplina e até de violência. A pesquisadora observou também que os professores diziam aos estudantes frases como “Deus castiga os desobedientes”.

Sem contestar ou ameaçar a liberdade de credo de ninguém, espera-se que os educadores sigam buscando ensinar o que realmente interessa. Sem orações, imagens e afins.

Religiosidade e Educação

Contrariando a laicidade do Estado, as escolas têm manifestações de crenças

66% ministram aulas de Ensino Religioso

51% têm o costume de fazer orações ou cantar músicas religiosas

22% têm objetos, imagens, frases ou símbolos religiosos expostos

Argumento pró:
As religiões fazem parte de um mosaico cultural da história da humanidade. São fortemente ligadas as civilizações e se apresentadas de maneira imparcial sem imposição de ideias e dogmas pode ser uma ferramenta de auxílio na formação moral dos alunos além de aumentar a bagagem cultural. Desde é claro, que expostas sem preconceito ou favorecimento.
1988
A nova Constituição diz no artigo 210, parágrafo primeiro: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. O artigo 5 define: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. No artigo 19, consta: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II – recusar fé aos documentos públicos; III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
“Art. 11 – A República Federativa do Brasil, em observância ao direito de liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do País, respeita a importância do ensino religioso em vista da formação integral da pessoa. §1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação”.

ensino religioso

Educação – Novo Ensino Médio tem a meta de alinhar o Brasil com sistemas estrangeiros


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Um dos argumentos dos que defendem a reforma do ensino médio é que ela alinha o currículo brasileiro a experiências internacionais. Isso porque prevê que o aluno possa escolher, segundo seu interesse, uma área de formação entre as cinco previstas.
Especialistas concordam que a tendência é não ter mais um caminho único para o aprendizado. Fazem, porém, duas ressalvas à reforma brasileira: a primeira diz respeito ao fato de que ainda não há um detalhamento de como ela será implantada; a segunda, a de que existem pontos mais sérios a serem tratados na reforma do que o alinhamento internacional.
Simon Schwartzman, sociólogo e pesquisador do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), considera que a reforma é um avanço. “Não existe no mundo sistema parecido com o brasileiro antes da reforma”, destaca. “O sistema europeu permite diferentes trilhas no ensino médio e, nesse sentido, a reforma nos aproxima desse sistema. A diferença é que, na Europa, isso é feito em redes de ensino diferentes, enquanto aqui a proposta não é essa. O sistema americano não tem redes separadas, mas é mais flexível.”

Já Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação e professor de filosofia da USP, avalia que, com 13 disciplinas, uma reforma era necessária, mas considera que existem outros pontos mais importantes que o alinhamento aos currículos internacionais. Um deles é que não há nenhuma garantia de que será oferecida ao aluno mais de uma opção.

ARGENTINA
(escuela secundaria)
Início a partir dos 13 anos
Duração 5 anos
13 disciplinas espanhol, matemática, biologia, química, física, história, geografia, educação cidadã, língua estrangeira, geografia, artes, educação tecnológica.

É divida por um ciclo básico e outro orientado, conforme a área escolhida. O país também discute uma reforma no ensino

CANADÁ
(high school)
Início a partir dos 15 anos
Duração 4 anos (5 anos em Québec)
9 disciplinas (inglês, matemática, física, química, história, geografia, biologia, educação física e língua estrangeira)

Nos dois primeiros anos, o aluno faz as matérias obrigatórias. Depois, escolhe as eletivas, inclusive o nível de dificuldade

CHILE
(escuela secundaria)
Início A partir dos 14 anos
Duração 4 anos
11 disciplinas espanhol, matemática, biologia, química, física, história, geografia, inglês, educação física, filosofia e artes.

Tem um currículo bastante parecido ao atual ensino médio brasileiro. Há ainda a modalidade de ensino técnico

ESTADOS UNIDOS
(high school)
Início a partir dos 14 anos
Duração 4 anos
7 disciplinas inglês, matemática, história, geografia e economia, educação física e língua estrangeira

Além das matérias obrigatórias, possui disciplinas eletivas que somam créditos para concluir o ensino médio e entrar na universidade

REINO UNIDO
(high school)
Início A partir dos 15 anos
Duração 4 anos
12 disciplinas inglês, matemática, ciências, história, geografia, língua estrangeira, tecnologia, artes, música, cidadania, educação física e computação. Nos dois primeiros anos, todas são obrigatórias -depois, só inglês, matemática e ciências, e as outras passam a ser eletivas

O que é a reforma?
É um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio implementadas via Medida Provisória apresentadas pelo governo federal em 22 de setembro de 2016. Por se tratar de uma medida provisória, o texto teve força de lei desde a publicação no “Diário Oficial”. Para não perder a validade, precisava ser aprovado em até 120 dias (4 meses) pelo Congresso Nacional.

Quem elaborou a MP?
A MP foi elaborada pelo Ministério da Educação e defendida pelo ministro Mendonça Filho, que assumiu a pasta, após a posse de Michel Temer, em 1º de setembro de 2016.
Antes da MP, estava em tramitação na Câmara o Projeto de Lei nº 6840/2013, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). Entidades como o Movimento Nacional pelo Ensino Médio defendiam a continuidade da tramitação e das discussões sobre o PL. Governo e congressistas dizem que o conteúdo da MP considera discussões da Comissão Especial que resultou no PL.

O que ficou definido na reforma?
A reforma flexibiliza o conteúdo que será ensinado aos alunos, muda a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, dá novo peso ao ensino técnico e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral.

Áreas de concentração
O currículo do ensino médio será definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), atualmente em elaboração. Mas a nova lei já determina como a carga horária do ensino médio será dividida. Tudo o que será lecionado vai estar dentro de uma das seguintes áreas, que são chamadas de “itinerários formativos”:

 

linguagens e suas tecnologias
matemática e suas tecnologias
ciências da natureza e suas tecnologias
ciências humanas e sociais aplicadas
formação técnica e profissional
As escolas, pela reforma, não são obrigadas a oferecer aos alunos todas as cinco áreas, mas deverão oferecer ao menos um dos itinerários formativos.
Carga horária
O texto determina que 60% da carga horária seja ocupada obrigatoriamente por conteúdos comuns da BNCC, enquanto os demais 40% serão optativos, conforme a oferta da escola e interesse do aluno, mas também seguindo o que for determinado pela Base Nacional. No conteúdo optativo, o aluno poderá, caso haja a oferta, se concentrar em uma das cinco áreas mencionadas acima.
Inglês
A língua inglesa passará a ser a disciplina obrigatória no ensino de língua estrangeira, a partir do sexto ano do ensino fundamental. Isso quer dizer que Congresso manteve a proposta do governo federal. Antes da reforma, as escolas podiam escolher se a língua estrangeira ensinada aos alunos seria o inglês ou o espanhol. Agora, se a escola só oferece uma língua estrangeira, essa língua deve ser obrigatoriamente o inglês. Se ela oferece mais de uma língua estrangeira, a segunda língua, preferencialmente, deve ser o espanhol, mas isso não é obrigatório.
Mais escolas em tempo integral
Outro objetivo da reforma é incentivar o aumento da carga horária para cumprir a meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê que, até 2024, 50% das escolas e 25% das matrículas na educação básica (incluindo os ensinos infantil, fundamental e médio) estejam no ensino de tempo integral.
No ensino médio, a carga deve agora ser ampliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800 horas por ano, de acordo com o MEC. No texto final, os senadores incluíram uma meta intermediária: no prazo máximo de 5 anos, todas as escolas de ensino médio do Brasil devem ter carga horária anual de pelo menos mil horas. Não há previsão de sanções para gestores que não cumprirem a meta.

Disciplinas obrigatórias
A principal polêmica diz respeito às disciplinas obrigatórias do ensino médio. Antes da MP, no Brasil, não existia uma lei que especificava todas as disciplinas que deveriam obrigatoriamente ser ensinadas na escola – esse documento será a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que ainda não saiu do papel. Até então, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) só citava explicitamente, em trechos diversos, as disciplinas de português, matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia como obrigatórias nos três anos do ensino médio.
Na versão original enviada pelo governo, a MP mudou isso, e retirou do texto as disciplinas de artes, educação física, filosofia e sociologia. Ela determinava que somente matemática e português seriam disciplinas obrigatórios ao longo dos três anos, e tornava obrigatório o ensino de inglês como língua estrangeira. Mas, além disso, os demais conteúdos para a etapa obrigatória seriam definidos pela Base Nacional, ainda em debate.

MP altera artigos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e da Lei nº 11.494, de junho de 2007, que é a Lei do Fundeb. Além disso, institui a Política de Fomento à Implementação de Escola de Ensino Médio em Tempo Integral.

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Mega Techs – Senai-SP abre 160 vagas gratuitas para cursos de programação


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O Senai-SP está com vagas abertas para curso de programação. O Senai Code Experience oferece 160 vagas gratuitas nas áreas de Front-End, Back-End, Mobile e Internet das Coisas para candidatos com ensino médio completo.
Durante o curso, os alunos desenvolverão projetos reais para as empresas e terão o acompanhamento técnico de mentores que já estão no mercado. Além disso, os alunos participarão do Hackathon, uma maratona de programação para criar soluções inovadoras com a orientação de especialistas do mercado de TI.
O curso será ministrado de segunda à sexta-feira, na Escola Senai de Informática, em São Paulo, e tem duração de seis meses, com início em outubro de 2017 e término em abril de 2018. As inscrições estão abertas até o dia 10 de setembro e é preciso efetuar o pagamento da taxa de inscrição, no valor de R$ 20.

Educação – Por que é tão difícil aprender matemática?


Matematica
A dificuldade de estudar matemática nem sempre está associada ao conceito. Muitos alunos conseguem somar, diminuir e efetuar problemas matemáticos quando perguntados de maneira informal. Porém, quando se deparam com o exercício escrito não conseguem desenvolver o raciocínio.
A maioria das dificuldades começa no ensino básico e vai se arrastando durante os demais anos escolares. Mas é importante lembrar que até passar no vestibular, terminar a escola, no trabalho e em muitos momentos cotidianos de nossas vidas a matemática está presente. É necessário ter os conhecimentos mínimos da disciplina para saber gerenciar sua conta bancária no futuro, organizar seu orçamento e planejar compras, viagens e etc.

A melhor forma de estudar matemática é:
1. Não começar pelos exercícios mais díficeis.

2. Inicie pelos exercícios instrumentais e operacionais. Por exemplo, ao estudar subtração não comece tentando resolver os probleminhas de subtração, mas realize o maior número possível de contas de subtrair com diferentes graus de dificuldade.

3. Mantenha o raciocínio sempre muito organizado. Isso começa pela folha onde você escreve. Tenha sempre uma folha de rascunho e outra para desenvolver o pensamento lógico do exercício.

4. Saiba a tabuada de cor! Atualmente há muitas formas divertidades de aprender a tabuada, aplicativos no celular, jogos no computador. Quanto mais claro estiver a tabuada de 1 a 10, mais rapidamente você resolverá os exercícios.

5. Não deixe números e contas soltas pela folha. Utilize as linhas do caderno, evite colorir, use sempre lápis e deixe a caneta apenas nos resultados.

Ao resolver um problema leia atentamente a questão. Imagine a situação, traga para sua realidade e tente resolvê-lo. Nesta fase o português é muito importante. A interpretação de texto vem antes do raciocínio matemático!

O que diz a pesquisa:
A aversão é tanta que o senso comum aponta: o brasileiro já nasce sem vocação para aprender matemática. O estudo na área começa com professores sem formação específica, que em geral não gostam da disciplina, e acaba com docentes que têm conteúdo para transmitir, mas não didática. No fim do ensino médio, exames confirmam o despreparo.
O resultado do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), divulgado recentemente, mostrou que 57% dos alunos terminam o ensino médio com rendimento insatisfatório em matemática.
Os números do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que avaliou o desempenho em matemática de jovens na faixa de 15 anos, colocaram o Brasil na 57.ª posição em um ranking de 65 países. No topo da lista estão China, Cingapura e Hong Kong.
Se a meta é fazer com que a produção de ciência e tecnologia acompanhe o crescimento econômico do Brasil, essa intolerância à matemática precisa ser combatida com urgência, dizem os especialistas.
E a mudança precisa começar na sala aula. Mas não naquela que as crianças frequentam. A reforma deve ocorrer, primeiramente, nas classes das universidades que formam os futuros professores do País.
O desafio começa na formação dos docentes que dão aulas para o ensino fundamental 1. No Brasil, os professores do 1.º ao 5.º ano são polivalentes, isto é, responsáveis pelo conteúdo de todas as disciplinas e, por isso, não têm uma formação específica. Entre eles, poucos estudaram exatas. “Além de ter de dar conta de todas as matérias, muitos trazem a tradição brasileira de não gostar de matemática”, diz Priscila Monteiro, consultora pedagógica para a área de matemática da Fundação Victor Civita.

Para esses, segundo a especialista, falta conhecimento. “Ele sabe ensinar, mas, como não domina o conteúdo, acaba preso às regras. Logo, a criança aprende de forma arbitrária, sem lógica.” Priscila conta que, numa análise de cadernos de estudantes, constatou que, nas questões de matemática, sempre havia a resposta, nunca o processo de resolução. “Desse jeito, o aluno não constrói uma postura investigativa.”
Problema oposto ocorre com os docentes do ciclo 2 do ensino fundamental, que dão aula para estudantes do 6.º ao 9.º ano. “Nesse caso, o professor de matemática é formado na área, tem conteúdo, mas lhe falta didática. Daí, ele se foca naqueles alunos que acompanham a aula e os outros continuam parados, aumenta o vale entre eles,” diz Priscila.

Mudanças. Para tratar de propostas e materiais para o ensino de matemática, o Instituto Alfa e Beto (IAB) promove, em agosto, um seminário internacional sobre o tema, voltado a professores e coordenadores pedagógicos. “Vamos discutir a forma de ensino: o material pedagógico que usamos é adequado? Qual o tempo de aula ideal? A fração tem que ser ensinada em forma de pizza? Decora ou não tabuada?”, elenca João Batista Araujo e Oliveira, presidente do IAB.
Efeito cascata. Formar alunos com gosto pela matemática pode ajudar a resolver até mesmo a carência de professores da disciplina. Nos vestibulares da USP e da Unesp, por exemplo, a concorrência para licenciatura na área é de cerca de dois candidatos por vaga.
No País há 59 mil professores formados em Matemática para 211 mil com formação em Letras. Somado a isso, muitos dos formados passam longe da escola. A baixa remuneração paga aos professores não atrai esses profissionais e muitos optam, por exemplo, pelo trabalho na rede bancária.

Comparação

4 em cada 10 jovens brasileiros de 15 anos não sabem fazer uma operação de multiplicação, habilidade ensinada até o 5º ano do ensino fundamental.
30 mil engenheiros se formam ao ano no Brasil. O número representa 23 engenheiros para cada 10 mil habitantes. Em Israel, o índice chega a 140. No Japão, são 75.