Economia -Qual é a Moeda mais Confiável do Mundo?


A moeda mais segura do mundo é o franco suíço (Fr), pois a Suíça tem a menor dívida e uma política monetária sólida. Isso torna a economia desse país europeu extremamente forte e estável.
Uma moeda forte mantém seu valor estável e constante, sem desvalorização causada por inflação ou instabilidade econômica. Ter moeda forte garante ao país uma economia estável, além de maior poder de negociação internacional.
As decisões e opiniões desses países com moedas fortes refletem na economia do resto do mundo devido ao seu alto poder de influência. Portanto, a força de uma moeda vem da estabilidade de seu país de origem.
Para atingir o status de país estável e com moeda forte, a nação precisa apresentar desempenho consistente no mercado financeiro e permitir que as suas empresas ou cidadãos tenham poder de compra e negociação internacional. Assim como no caso do euro e do dólar americano.

Uma moeda forte é importante por seguir com valorização em alta até em momentos de crise econômica. Isso garante ao país da moeda liderança econômica mundial e maior poder de compra para sua população, além de evitar que a moeda receba restrições de uso em outras nações.
Países com moedas fortes são mais influentes na economia mundial e, muitas vezes, ditam as regras da economia, sendo os principais envolvidos em questões importantes. Com isso, o natural é que esses países sejam sempre consultados em momentos de crise.
Um grande benefício é a valorização da moeda que está sempre em alta. Mesmo em momentos de crise econômica, que podem resultar em uma queda de sua valorização, a moeda continua entre as mais fortes do mercado
Para a população com a moeda forte, o poder de compra ao redor do mundo é maior. Um viajante pode aproveitar melhor a sua viagem em países onde a sua moeda é mais valorizada do que a do local.
Além disso, uma moeda com força não tem restrições de uso em outros países ou no comércio. Todos os países querem receber uma moeda forte em sua economia. Aqueles que também têm sua própria moeda, ainda estarão em vantagem, pois uma moeda forte é fácil de ser negociada, vendida, trocada ou aceita no mercado.
Moedas mais fortes do mundo:
Segundo levantamento da Forbes, as moedas mais fortes do mundo são:

  1. Dinar do Kuwait (KWD);
  2. Dinar do Bahrein (BHD);
  3. Rial de Omã (OMR);
  4. Dinar Jordaniano (JOD);
  5. Libra Esterlina (GBP)
  6. Dólar das Ilhas Cayman (KYD);
  7. Libra de Gibraltar (GIP);
  8. Franco Suíço (CHF);
  9. Euro (EUR);
  10. Dólar Americano (USD).

Dinar do Kuwait (د. ك)
O Dinar do Kuwait é a moeda mais forte do mundo, sendo que 1 dinar kuwaitiano compra 3,26 dólares americanos. Ou seja, US$ 1 equivale a 0.31 د. ك (Dinar do Kuwait).
O Kuwait está localizado entre a Arábia Saudita e o Iraque. Sua economia vem crescendo bastante por conta do país ser um dos líderes globais na exportação de petróleo.
Informações utilizadas conforme a cotação do Dinar do Kuwait no dia 14 de abril de 2023.

O Dinar do Bahrein é a segunda moeda mais forte do mundo, sendo que 1 dinar bareinita compra 2.65 dólares americanos. Isto é, US$ 1 equivale a ب 0.38 (Dinar do Bahrein).
O Bahrein é uma ilha no Golfo Pérsico, na costa da Arábia Saudita. Da mesma forma que Kuwait, o país enriquece muita a sua economia por ser um dos líderes na exportação de petróleo e gás.
O Rial de Omã é a terceira moeda mais forte do mundo, sendo que 1 rial omanense compra 2.60 dólares americanos. Ou seja, US$ 1 equivale a 0.38 ﷼ (Rial de Omã).
Omã está situada entre os Emirados Árabes Unidos e o Iêmen, no Oriente Médio. O país é um grande exportador de petróleo e gás.
O Dinar Jordaniano é a quarta moeda mais poderosa do mundo, sendo que 1 dinar jordaniano compra 1,41 dólares americanos. Em outros termos, US$ 1 equivale aproximadamente a 0.71 د. ا (Dinar Jordanianos).
A Jordânia é um país sem litoral no Oriente Médio. O país depende menos da exportação de petróleo e gás do que os seus vizinhos, e tem passado por um crescimento econômico lento e dívida crescente.
Informações utilizadas conforme a cotação do Dinar Jordaniano no dia 14 de abril de 2023.

Libra Esterlina (£)
Já a Libra Esterlina ocupa o quinto lugar entre moeda forte no mundo. Uma unidade compra 1.20 dólares americanos, isto é, US$ 1 corresponde a 0.83 £ (libras esterlinas).
A Grã-Bretanha é o sexto maior país em Produto Interno Bruto (PIB), conforme o Banco Mundial.
Informações utilizadas conforme a cotação da Libra Esterlina no dia 14 de abril de 2023.
Dólar das Ilhas Cayman (CI$)
O dólar das Ilhas Cayman é a sexta moeda mais forte do mundo, sendo que 1 dólar das Ilhas Cayman compra 1.20 dólares americanos. Ou seja, US$ 1 equivale a 0.83 CI$ (Dólares das Ilhas Cayman).
As Ilhas de Cayman é um território britânico no Caribe e é um centro financeiro offshore.
Informações utilizadas conforme a cotação do Dólar das Ilhas Cayman no dia 14 de abril de 2023.
Libra de Gibraltar ( £)
A Libra de Gibraltar é a sétima moeda mais poderosa no mundo, sendo que 1 libra gibraltina compra 1.20 dólares americanos. Portanto, US$ 1 corresponde a 0.83 £ (Libras Gibraltinas).
Gibraltar está localizado no extremo sul da Espanha, e é um território oficialmente britânico.
Informações utilizadas conforme a cotação da Libra de Gibraltar no dia 14 de abril de 2023.
Franco Suíço (Fr)
O Franco Suíço é a oitava moeda forte do mundo. Uma unidade compra 1.07 dólares americanos. Isto é, US$ 1 representa 0.93 Fr (francos suíços).
O franco suíço é a moeda legal oficial da Suíça e Liechtenstein, e é visto como um porto seguro devido à estabilidade política da Suíça.

Euro (€)
Já o euro é a nona moeda forte do mundo, sendo que uma unidade compra 1.07 dólares. Assim, US$ 1 equivale a 0.94 €.
O euro é a moeda oficial da Zona Euro, sendo 20 dos 27 países que fazem parte da União Europeia.
O dólar americano é a décima moeda mais forte do mundo, valendo exatamente US$ 1.
Todas as outras unidades de moeda em todo o mundo valem menos que um dólar americano. Essa moeda é vigente nos Estados Unidos, outros territórios dos EUA e em nações soberanas, como o Equador e Zimbábue.
Os EUA são a maior economia do mundo em PIB, e o dólar americano é de longe a moeda mais negociada globalmente.
O dólar americano também é a maior moeda de reserva do mundo (a moeda mais mantida pelos bancos centrais) e é a moeda usada para precificar muitas commodities, incluindo petróleo, ouro e cobre.
A moeda mais influente do mundo é o dólar americano (US$). Além de ser a mais conhecida por movimentar a economia global, é a principal moeda no mercado de câmbio e base para transações internacionais.
Existem diferenças nos conceitos de segurança e influência. A moeda mais segura é aquela que é considerada mais estável e confiável em termos de valor. Isso significa que a moeda mantém um valor relativamente constante em relação a outras moedas. Além de ser menos suscetível a desvalorização por flutuações de mercado, crises econômicas e instabilidade política.
Já a moeda mais influente é aquela que tem maior poder e aceitação global. Isso significa que a moeda é amplamente utilizada para transações internacionais e é aceita em muitos países como uma forma de pagamento.
Por que o dólar é uma moeda forte?
O dólar é uma moeda forte por ser a moeda mais proeminente do mundo. A moeda é utilizada e comumente trocada dentro e fora dos EUA, pois várias nações vinculam suas moedas ao dólar. Ainda há casos onde países adotaram o dólar como moeda oficial. Tudo isso ajudou a expandir a influência dos EUA e sacramentou o país como a maior economia do mundo.
Historicamente o dólar americano se consolidou como a moeda forte após os impactos da Segunda Guerra Mundial na Europa. O Acordo de Bretton Woods fez com que o câmbio do dólar fosse vinculado ao ouro. Assim, transformando-se em referência para o comércio mundial. Desde então, manteve a sua solidez como moeda forte. Ainda há o vínculo com o mercado de investimentos global.
Desde 1944, o dólar é uma moeda forte e padrão para o comércio internacional. Mais recentemente, líderes mundiais defendem a adoção de uma moeda alternativa ao dólar para as transações globais entre seus países.
Dessa forma, a ideia seria os países utilizarem suas próprias moedas em relações comerciais, sem movimentar o dólar. Assim, ficaria a cargo dos bancos centrais efetuar a intermediação.
Em março de 2023, o Banco Central Brasileiro divulgou um acordo com a China para a conversão direta das moedas de ambos países nas transações comerciais. Esse é um primeiro movimento para sair da zona direta de influência do dólar.
Uma moeda forte é valorizada e amplamente aceita globalmente, sendo vista como uma moeda estável e confiável. Isso pode atrair investimentos e estabilizar a economia de um país. No entanto, sua força pode variar ao longo do tempo, dependendo de vários fatores, como a política monetária do país, as condições econômicas globais e a confiança dos investidores.

Economia – Bancos em Baixa?


A soma dos ativos dos cinco maiores bancos brasileiros chega a superar todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país e, durante a crise econômica que se instalou na pandemia e quebrou centenas de milhares de empresas, as instituições financeiras bateram um recorde de lucro. Com toda essa pujança, o futuro dos bancos não parece ser de ruína tão cedo, mas o mercado financeiro passa por uma revolução que está mudando profundamente a atuação deles e altera de vez a relação dos clientes com essas instituições, avaliam especialistas. O caminho adiante, apontam eles, é de cada vez mais pessoas com contas bancárias, menos agências nas ruas e uma transformação do que significa ser bancário. 

Ano a ano, o número de brasileiros “bancarizados”, pessoas que têm acesso ao sistema financeiro de alguma forma, só aumenta. Desde o final de 2016 até julho de 2022, 37,8 milhões de brasileiros abriram uma conta ou tiveram alguma relação com uma instituição financeira, um aumento de 25,7%. Na pandemia, o movimento ganhou tração, impulsionado pela distribuição do Auxílio Emergencial, e, desde o final de 2019, foram 20,1 milhões novos “bancarizados”, crescimento de 12,2%.

As Cores da Economia – classe e raça interferem na desigualdade das finanças


Acumulo muitas reflexões e constatações. Uma delas é que a independência financeira é (ou deveria ser) um pilar da vida de todas, apesar de classe e raça.

Mas, triste dizer, mulheres de  grupos historicamente marginalizados enfrentam desafios adicionais. São casos que vão da não promoção aguardada no trabalho até a não liberação de crédito bancário para empreender. O empoderamento financeiro passa a ser uma ferramenta ainda mais significativa para essas mulheres em sua busca por equidade e justiça. A capacidade de controlar as nossas finanças — e a luta para que outras também possam — pode proporcionar liberdade, segurança e dignidade para todas. 

A igualdade de gênero, por exemplo, refere-se à ideia de que todos os indivíduos devem ter os mesmos direitos, oportunidades e tratamento em todas as áreas da vida, incluindo educação, emprego e vida familiar. Mas será que essa paridade parte de um mesmo lugar, de uma mesma condição? A equidade de gênero, por outro lado, reconhece que homens e mulheres, que brancas e pretas, que cis e trans, carregam contextos distintos e começam de pontos diferentes devido às desigualdades históricas e sociais.

O empoderamento, esta palavra tão banalizada hoje, passa por aprender a dominar seus próprios recursos, economizar, planejar e investir, mesmo diante de tantos atravessamentos e sobrecargas.

Por isso, é algo que precisa ressoar além, chegar a todas as classes, gêneros e raças, estejam elas nos consultórios, nas famílias, nas empresas, no governo ou em qualquer outro lugar.

Trabalho – Semana de 4 Dias


Em 2011, o jornalista inglês Alex Bellos – fã de matemática e autor do best seller Alex no País dos Números – fez um quiz online com a pergunta “qual é seu número favorito?”. Mais de 30 mil pessoas responderam. O 7 ficou em primeiro lugar, com 9,7% dos votos. 
É fato que essa foi uma pesquisa informal, sem representatividade estatística. Mas se o IBGE incluísse a questão no censo, com todo o rigor, é bem provável que o sete mantivesse a dianteira.
Ela é uma anomalia: trata-se da única unidade inteiramente artificial do calendário como o conhecemos. Os meses correspondem, grosso modo, ao ciclo de fases da Lua. Os anos, às voltas da Terra em torno do Sol. Os dias, às voltas da Terra em torno de si mesma. As semanas, porém, se distribuem à revelia do céu: um mês ou ano podem começar em plena quarta. 
Quando o rei Sargão I da Acádia invadiu a cidade suméria de Ur, mais de dois milênios antes de Cristo, ele impôs a primeira semana de sete dias da história registrada. A República romana adotava algo quase igual: os cidadãos trabalhavam sete dias e faziam feira no oitavo, quando os agricultores vinham à cidade. As crianças não tinham aula neste dia. Esse fascínio supersticioso pelo 7 vem de sua estranheza. Ele é ímpar e primo (não pode ser dividido por nenhum número que vem antes). Inventada a semana, era hora de criar seu final. Foram os judeus, no primeiro milênio antes de Cristo, que determinaram um dia de descanso, o shabat – sábado –, a cada seis dias de trabalho. Esse esboço pioneiro de CLT, talhado à imagem e semelhança do expediente de Deus no Gênesis, foi o pontapé inicial da semana de sete dias que seguimos até hoje. Já o final de semana de dois dias é uma invenção bem mais recente (e nem de longe universal: um estudo de 2007 da Organização Internacional do Trabalho calculou que 614,2 milhões de pessoas mundo afora trabalham mais de 48 horas por semana). 
Em 1930, o economista John Maynard Keynes previu que, no século 21, a tecnologia teria avançado o suficiente para garantir semanas de trabalho de apenas dois dias (15 horas) nos países desenvolvidos, sem mexer com a remuneração e a produtividade dos empregados. Ele acertou: os EUA atingiram um grau de inovação no ambiente de trabalho que permite a utopia keynesiana, em tese. Um empregado americano médio, hoje, demora 15 minutos para realizar o que um brasileiro faz em uma hora. Mas a filosofia no Brasil é bem diferente, de caixas eletrônicos a linhas de metrô sem maquinistas – seja sinônimo de demissão, jamais de folga. Parece contraditório que, países com grau altíssimo de automação, como Japão e os próprios EUA, estão em estado de pleno emprego. É que novos cargos surgiram para substituir profissões canceladas.
O Fórum Econômico Mundial (WEF) calcula que, até 2025, o avanço tecnológico criará 12 milhões de vagas a mais do que vai destruir. Um saldo final positivo: tecnologia da informação (TI) e desenvolvimento de software, por exemplo, são áreas que crescem mais rápido do que as universidades são capazes de formar especialistas.
Entre novembro de 2023 e abril de 2024, 21 empresas brasileiras vão adotar experimentalmente um regime de trabalho de quatro dias semanais.
91% das firmas que participaram resolveram manter a semana de quatro dias por tempo indeterminado, e 4% vão considerar seriamente implantá-la. Só 4% disseram “não” em definitivo.

Economia – ‘Drex’: o que é a nova moeda digital brasileira?


O Banco Central caminha para a implementação de uma moeda digital brasileira. Segundo informações divulgadas pelo blog da Andréia Sadi, o BC decidiu batizar o primo do PIX — como a novidade está sendo chamada dentro da instituição — de Drex.
O projeto, no entanto, ainda está em fase de testes e não tem um cronograma oficial de lançamento. A expectativa é que a nova moeda seja liberada para o público no final de 2024, segundo o coordenador da iniciativa do real digital pelo BC, Fabio Araújo.
O tema tem sido discutido pelo BC há anos. Em 2020, por exemplo, a autarquia organizou um grupo de trabalho para estudar a emissão de uma moeda digital brasileira, tendo divulgado as diretrizes gerais do projeto em maio de 2021.
Na prática, a moeda digital de Banco Central (CBDC, na sigla em inglês) nada mais é do que uma nova representação do Real, só que 100% disponível em uma plataforma digital. Ou seja: o Drex é o Real, mas em plataforma digital.
O Drex deve ter utilidades parecidas às do sistema de pagamentos instantâneos, o PIX, mas há diferenças importantes. Entre elas, a possibilidade de compra e venda de títulos públicos, por exemplo.
O que é o Drex?
O Drex é a primeira moeda virtual oficial do Brasil, e também é chamada de Real Digital.
Na prática, ela servirá como uma nova expressão das cédulas físicas, já emitidas pelo BC, e será garantida pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas que determinam o valor e a estabilidade do real convencional, permitindo transações financeiras, transferências e pagamentos, por exemplo.
será emitida pelo próprio BC, como uma extensão da moeda física, com a distribuição ao público intermediada pelos bancos e instituições de pagamento;
sua custódia ficará no Banco Central;
poderá ser trocada pelo real tradicional (em notas), e vice-versa, mas o foco serão as transações financeiras;
a cotação frente a outras moedas também será a mesma;
não será permitido que os bancos emprestem esses recursos a terceiros — como acontece atualmente com o real físico — e depois os devolva aos clientes;
não haverá remuneração, ou seja, os recursos não terão uma correção automática;
haverá uma garantia da segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações.
Segundo o coordenador da iniciativa do real digital pelo BC, Fabio Araújo, a expectativa é que a nova moeda permita que os produtos que já existem no sistema financeiro sejam oferecidos com uma “variedade maior”, atendendo de forma mais específica as necessidades dos usuários e a um custo mais baixo.

De acordo com o especialista do BC, a ideia é que o usuário abra o aplicativo bancário ou da sua instituição financeira de preferência e encontre várias opções de um mesmo serviço financeiro, que sejam “mais adequadas” em termos de perfil e custos do que as disponíveis atualmente.

Por que a nova moeda digital se chama Drex?
Segundo o Banco Central, o nome da nova moeda digital junta uma série de elementos de inovação. De acordo com o BC:

O “D” seria para representar o digital;
O “R” para representar o real;
O “E” para representar a plataforma eletrônica;
E o “X” para representar as transações.
Existe alguma diferença entre o Drex e o real?
Não. O Drex nada mais é do que uma representação digital do real, moeda oficial do Brasil — ou seja, um real 100% disponível em uma plataforma digital. A diferença, nesse caso, estaria na possibilidade de utilização desses recursos.
Um exemplo de uso, nesse caso, seria na compra de um carro entre duas pessoas. Nessa situação, o contrato inteligente seria firmado com o uso do Drex, de maneira a evitar a discussão do que seria entregue primeiro — se o comprador precisaria depositar o dinheiro antes de receber o carro ou se o vendedor precisaria transferir a documentação do veículo para o nome do comprador antes de receber a quantia definida.
O especialista reforça, ainda que o entendimento é que, com o usuário tendo esse saldo em real digital, todo tipo de operação financeira que será feita virá com uma camada a mais de segurança, trazendo mais eficiência tanto para quem provê o serviço como do ponto de vista do usuário, que conseguirá benefícios que só podem ser colhidos com a utilização da tecnologia blockchain.
De acordo com o Banco Central, a ideia é que a nova moeda digital brasileira possa ser utilizada em todas as atividades financeiras já disponíveis — como empréstimos, seguros e investimentos, por exemplo —, além de criar novas possibilidades de uso (como é o caso dos contratos inteligentes).

Além disso, segundo Araújo, do BC, a expectativa é que os custos dessas operações sejam menores, permitindo um maior acesso da população.

O BC ainda destaca que uma das diretrizes para o desenvolvimento da moeda digital é a interoperabilidade (capacidade de um sistema se comunicar com outro de forma transparente) com os meios de pagamento hoje disponíveis à população.

Dessa forma, diz o BC, os usuários poderão fazer pagamentos em lojas, por meio do seu prestador de serviço de pagamentos — banco, instituição de pagamento ou outra instituição que venha a ser autorizada pelo BC para tal —, ou mesmo por meio do PIX.
Além disso, o usuário também poderá transferir reais digitais para outras pessoas, transformá-los em depósito bancário convencional e sacá-los em formato físico, além de pagar contas, boletos e impostos.
Qual a diferença entre a nova moeda digital e o PIX?
Segundo o Banco Central, enquanto o PIX é uma tecnologia de transações instantâneas, o Real Digital será a própria moeda em si.

Qual a diferença entre o Drex e os criptoativos?
Segundo o BC, os criptoativos (ou crypto assets) não têm as características fundamentais para serem considerados moeda — que se prestam como meio de troca, reserva de valor e unidade de conta — e não são emitidas por autoridades monetárias (bancos centrais). O Drex (e outros CBDCs), sim.

Além disso, o BC ainda reforça que criptoativos, como Bitcoin e Ethereum, apresentam “uma grande volatilidade”, o que dificultaria o seu uso como meio de pagamento.

Já no caso da nova moeda digital brasileira, o BC afirma que está sendo desenvolvida para “dar suporte a um ambiente seguro” onde empreendedores possam inovar e onde os consumidores possam ter acesso às vantagens tecnológicas trazidas por essas novas ferramentas e sem que, para isso, precisem “se expor a um ambiente financeiro não regulado.”
Como terei acesso ao Drex na prática?
Segundo o BC, os usuários finais precisarão ter uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado pelo próprio Banco Central — como um banco ou uma instituição de pagamento, por exemplo — para conseguir ter acesso à nova moeda digital.
Ainda segundo o BC, qualquer pessoa ou empresa que desejar ter a moeda digital precisará entregar reais em formato convencional, para que sejam emitidos os reais digitais correspondentes.
Haverá algum custo para utilizar a nova moeda digital?
Segundo o coordenador da iniciativa do real digital pelo BC, Fabio Araújo, por estar sempre associada a um serviço financeiro, é natural que os custos da plataforma da nova moeda digital estejam embutidos.
“A vantagem do ambiente digital é a automatização. Como você não precisa mais de um intermediário ali, você reduz muito o custo e facilita o uso da tecnologia para trocas mais baratas, além de ampliar e democratizar o acesso aos serviços [financeiros]. Então tem um custo, mas esse custo parece ser muito mais barato”.
O Drex é seguro?
De acordo com o BC, uma das diretrizes da nova moeda virtual brasileira é que ela mantenha os níveis elevados de segurança e privacidade que hoje já estão disponíveis nas operações realizadas no sistema bancário e de pagamentos.

Segundo Araújo, do BC, a plataforma do Drex será acessada por meio de um depósito bancário tokenizado. Tokens são contratos que representam a custódia de algum ativo. São inscritos de forma eletrônica e são imutáveis.
“Se hoje eu tenho R$ 500 no banco, eles estarão tokenizados em forma de Drex para eu utilizar. [Dessa forma] você mantém essa parceria no provimento de liquidez e de crédito para a economia, evitando problemas macroeconômicos que podem aparecer”.

A Terra que Sam Construiu – Problemas Sociais nos Estados Unidos


Embora sejam ricos e desenvolvidos, os Estados Unidos da América não estão isentos de problemas: o preconceito racial, a xenofobia, a falta de um sistema de saúde público nacional, a falta de matérias-primas e a manutenção de sua balança comercial estão entre os de maior controvérsia social, política e econômica do país.
Num país de riqueza e desenvolvimento humano elevados, não existe sequer uma raiz única para todos os problemas norte-americanos, sendo que cada mazela social tem uma origem única em particular, já que todos os países do mundo, sejam eles de maior ou menor PIB, são realmente sobrepujados positivamente e/ou negativamente pelo país apelidado pelos brasileiros de Tio Sam e pelos hispano-americanos de Gringolândia.
Até os anos 1970, a questão étnica era restrita, na prática, à população negra, habitantes dos estados do Sul, nos quais os negros e demais minorias étnicas tiveram os seus direitos socialmente restritos. Esse problema foi se agravando cada vez mais devido ao crescente fluxo de estrangeiros que imigraram da América Latina e da Ásia nas últimas décadas. Geralmente, as taxas de natalidade dessas minorias são de maior elevação do que a do resto da população, favorecendo a presença e a expressão da pressão demográfica cada vez mais problemática e reivindicativa na sociedade dos Estados Unidos. Existem também problemas sobre a diversidade sexual.
As regiões dos Estados Unidos nas quais se concentram mais imigrantes vindos da América Latina e da Ásia localizam-se em Nova Iorque, Miami, Los Angeles e nos estados do sul e sudeste do país.
Apesar de serem iguais em direitos perante a lei, a população de origem africana é colocada em atraso social e econômico, em contrapartida à população branca. A opressão ocorrida no decorrer da história, não permitiu que brancos e negros integrassem rapidamente. Durante décadas ambas as etnias brigaram seriamente entre si em especial nos estados sulistas, porém, por mais que recentemente, explodiram casos de criminalidade em 1992, na cidade californiana de Los Angeles.
Sendo procurada uma forma de desestímulo para que novos imigrantes não entrem jamais nos Estados Unidos e a dificuldade de legalizar milhares de clandestinos que já se encontram no país, uma grande diversidade de governos estaduais têm sido considerados como criadores de uma legislação de maior dureza e de intensificação de fronteiras destinadas à legalização. É por isso que, por exemplo, um estrangeiro com visto de turista no passaporte brasileiro não pode entrar nos Estados Unidos sem autorização das autoridades locais, justamente por ser terrorista, não-falante da língua inglesa, não ter trabalho formal, não ser estudioso, etc. Em 1994, o governo Biil Clinton impôs restrições à saúde e à educação dos imigrantes ilegais, o que tornaria cada vez mais graves os problemas econômicos e sociais que essa parcela da população enfrentou até hoje.
Outro problema que preocupa o país é a realização necessária de importar minérios para a manutenção de sua economia que está sempre se desenvolvendo. Economistas e geógrafos consideram os Estados Unidos como um país importador de mais de 15% do petróleo, 20% do cobre e do tungstênio, 50% do zinco e de bastante manganês e demais minerais que são consumidos pelo país.
Durante décadas — em especial depois da Segunda Guerra Mundial —, empresas transnacionais norte-americanas como Coca-Cola, McDonalds, Ford, Exxon Mobil, Walmart, Chevron e General Motors, e órgãos de auxílio à instrução e à pesquisa como a Wikimedia Foundation (entidade filantrópica da qual a Wikipédia é a principal ferramenta educacional mais importante da Internet mundial), a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e a Universidade de Harvard, assim como as demais instituições, foram transformadas em centrais que combatem de verdade a ideias que incitam o ódio e o preconceito contra os Estados Unidos, sendo infiltrados em órgãos midiáticos, associações educacionais e até mesmo instituições do governo.
Sendo procurada uma forma de adaptação aos novos requisitos globais para formar conjuntos de países que tenham as mesmas finalidades econômicas, os três países da América do Norte deram início à uma parceria cuja pretensão é beneficiar a todas as pessoas.

Economia – Ranking das Criptomoedas


MAIORES ALTAS EM 30 DIAS
CNT CENTURION
1.037.603,69%
ARAW ARAW
7.745,98%
FGC FANTASYGOLD
2.027,67%
ESCE ESCROCO EMERALD
393,05%
FLEX FLEX
230,08%
O número de criptomoedas disponíveis na internet, de acordo com dados de 25 de novembro de 2021, é superior a 14.000 e em constante crescimento. Novas criptomoedas podem ser criadas a qualquer momento.
O bitcoin é a principal criptomoeda do mercado, responsável por cerca de 40% da capitalização total de mercado. As 20 maiores criptomoedas alternativas (altcoins) juntas representam cerca de 45% da capitalização. O restante das 5.980 criptomoedas somadas são responsáveis por 9% da capitalização total.
O bitcoin é atualmente é a maior rede blockchain por capitalização de mercado, seguido pelo Ethereum, Binance Coin e Tether.
Uma criptomoeda ou cibermoeda é um meio de troca, geralmente descentralizado, que se utiliza da tecnologia de blockchain e da criptografia para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da moeda. O Bitcoin, a primeira criptomoeda descentralizada, foi criado em 2009 por um usuário que usou o pseudônimo Satoshi Nakamoto.
Desde então, muitas outras criptomoedas foram criadas. Mais recentemente, tem-se assistido a um fenômeno de explosão de inúmeros tokens que têm sido criados com base no protocolo do Ethereum, principalmente após a onda massiva de Ofertas Iniciais de Moedas (usualmente referida como ICO, do inglês Initial Coin Offering) que ocorreu em 2017.
Representantes dos bancos centrais afirmaram que a adoção de criptomoedas como o bitcoin é um grande desafio para a habilidade dos bancos em influenciar o preço do crédito para a economia. Também foi afirmado que, quando o uso de criptomoedas se torna mais popular, haverá uma perda da confiança dos consumidores nas moedas fiduciárias.
Jordan Kelley, fundador do Robocoin, lançou o primeiro caixa eletrônico de bitcoins nos Estados Unidos da América em 20 de fevereiro de 2014. O quiosque instalado em Austin, Texas, é muito semelhante aos caixas eletrônicos bancários, mas possui scanners para ler documentos emitidos pelo governo, como carteiras de motorista e passaportes, para identificar seus usuários.

O Papel Moeda Vai Acabar?


“Sabemos que existe hoje bastante tecnologia, mas até meados de 2019, grande parte da população era desbancarizada. São pessoas que não têm acesso a contas bancárias e às tecnologias oferecidas pelas instituições financeiras”.
De acordo com o estudo do Locomotiva, entre aqueles que usam dinheiro em papel, 20% afirmaram frequentar estabelecimentos que só aceitam o dinheiro físico, enquanto 16% são guiados pelo costume e 15% usam o dinheiro em papel para pedir descontos. Segurança (11%) e controle dos gastos (9%) também foram citados no levantamento.
Durante a pandemia, o papel moeda acabou ganhando espaço aqui no Brasil.
Em pouco mais de um ano, o volume de cédulas e moedas em circulação na economia brasileira cresceu 31,4%, passando de R$ 259,340 bilhões em fevereiro de 2020 para R$ 340,879 bilhões em abril de 2021.
“O número de notas físicas acabou crescendo por conta dos saques emergenciais, mas o volume de bancarizados cresceu. Como as pessoas não podiam sair, passaram a usar serviços digitais”, ressalta Eric. Ou seja, por mais que o uso do dinheiro físico tenha aumentado, por conta de um evento atípico, o acesso a serviços financeiros também evoluiu.
De acordo com o Banco Central, o país somou 182,2 milhões de brasileiros bancarizados em dezembro de 2021, um aumento de 10,3% em comparação com fevereiro de 2020.
Mais de 16 milhões de pessoas se tornaram clientes de instituições financeiras.
PIX também impulsionou o processo
Não foi só a pandemia que teve um papel decisivo no uso de serviços financeiros digitais.
A chegada do Pix , sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, ajudou a reduzir o papel moeda em circulação no Brasil.
O volume de dinheiro em circulação encerrou 2021 em R$ 339,01 bilhões, uma queda de 8,5% em relação a 2020, segundo dados do Banco Central. Esta foi a primeira diminuição desde o início do Plano Real, em 1994.
“Isso é fruto de um amadurecimento da tecnologia e das facilidades dos pagamentos digitais. Especialmente no Brasil, o dinheiro físico tem sido menos usado por conta do PIX, um meio de pagamento muito ágil, prático e sem taxas”, explica Marcos Botelho, especialista em Tecnologia da Informação e diretor da PIRA Digitals, marketplace de ativos digitais.
O dinheiro físico pelo mundo
A migração para o digital tem acontecido em diversos países.
Em Londres, por exemplo, grande parte dos estabelecimentos não aceita pagamento em espécie ou dificulta o uso das cédulas.
A compra de ingressos para a roda gigante London Eye, um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, é feita por um QR Code que direciona os clientes para um site.
Muitos restaurantes, hotéis, metrôs e até supermercados também passaram a adotar o pagamento digital, com avisos na porta.
Países como Suécia, Finlândia, China, Estados Unidos e Austrália também compõem a lista de locais que caminham para um sistema “cashless”.
No Brasil, o que muda com o real digital?
Por aqui, o real digital pode acelerar ainda mais essa migração. “O brasileiro, que já está bem adaptado ao Pix, terá mais um meio de pagamento, dessa vez lastreado na blockchain e dentro desse universo cripto. Isso permitirá o pagamento sem fronteiras, ligando o nosso real a outras moedas digitais do mundo todo”.
A nova tecnologia também vem para trazer mais segurança para o sistema financeiro.
“O real digital vai facilitar transações e atuar muito na questão de lavagem de dinheiro e fraudes. Acredito que essas moedas digitais são o futuro”.
Acredito que o dinheiro em espécie pode acabar em alguns anos, mas isso não é algo tão simples e rápido de acontecer. É um processo gradual. O dinheiro físico e o digital ainda serão complementares”.

Economia – A História do Bitcoin



Definição do Bitcoin
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente.
O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e a sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoins podem ser criados.

Quem criou o Bitcoin?
O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimo sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009. Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas razoáveis sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC. Satoshi também chamou Gavin Andresen de desenvolvedor principal.
Estima-se que Nakamoto possua cerca de um milhão de Bitcoins, o que equivalia a aproximadamente US$ 3,6 bilhões em setembro de 2017..

Quem controla o Bitcoin?
De acordo com Gavin Andresen, a primeira coisa em que ele se concentrou após Nakamoto lhe deixar o projeto foi uma descentralização adicional. Andersen queria que o Bitcoin continuasse sua existência de forma autônoma ainda que ele fosse “atropelado por um ônibus”.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e corporações. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, impor taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente – cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças.
Um usuário vê apenas a quantidade de Bitcoins em sua carteira e nos resultados da transação.

Nos bastidores, a rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado “corrente de blocos” (block – bloco, chain – corrente). Esse ledger contém todas as transações processadas. Os registros digitais das transações são combinados em “blocos”.

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um ledger público, um erro ou uma tentativa de fraude podem facilmente ser detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A autenticidade de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes às dos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Características do Bitcoin
Descentralizado
Um dos principais objetivos de Satoshi Nakamoto ao criar o Bitcoin foi o de manter a independência da rede de quaisquer autoridades governamentais. Ele é projetado para que cada pessoa ou empresa, bem como todas as máquinas envolvidas na mineração e verificação de transações, se tornem parte de uma vasta rede. Além disso, mesmo que parte da rede caia, o dinheiro continuará circulando.

Anônimo
Atualmente os bancos sabem praticamente tudo sobre seus clientes: histórico de crédito, endereços, números de telefone, hábitos de gastos e assim por diante. Com o Bitcoin é muito diferente, pois a carteira não precisa ser vinculada a nenhuma informação de identificação pessoal. E, embora algumas pessoas simplesmente não desejem que suas finanças sejam gerenciadas e monitoradas por qualquer tipo de autoridade, outros podem argumentar que o comércio de drogas, o terrorismo e outras atividades ilegais e perigosas prosperarão neste relativo anonimato.

Transparente
O anonimato do Bitcoin é apenas relativo, pois cada transação que já aconteceu até hoje em BTC é armazenada na Blockchain. Em teoria, se o endereço da carteira fosse usado publicamente, qualquer pessoa poderia dizer quanto dinheiro está nela ao estudar cuidadosamente o ledger da blockchain. Porém, o rastreamento de um endereço Bitcoin específico para uma pessoa ainda é quase impossível.

Aqueles que desejam se manter anônimos de suas transações podem tomar medidas para se manter fora do radar. Existem certos tipos de carteiras que priorizam a opacidade e a segurança, mas a medida mais simples seria usar vários endereços e não transferir enormes quantidades de dinheiro para uma única carteira.

Rápido
A rede Bitcoin processa os pagamentos quase que instantaneamente, normalmente leva apenas alguns minutos para que alguém do outro lado do mundo receba o dinheiro, enquanto as transferências bancárias normais podem demorar vários dias.

Imutavel
Depois de enviar seu Bitcoin para alguém, não há como recuperá-lo, a menos que o destinatário deseje mandá-lo de volta para você. Isso garante a recepção do pagamento, o que significa que não importa com quem você esteja negociando, não é possível mentir alegando que nunca recebeu o dinheiro.

O que posso comprar com Bitcoin?
Em 2009, quando o Bitcoin foi apresentado pela primeira vez, não era muito claro como e onde você poderia gastá-lo. Agora, você pode comprar praticamente de tudo. Por exemplo, gigantes como a Dell aceitam pagamentos em BTC para uma vasta gama de produtos e conteúdo digital. Você pode voar com companhias aéreas como AirBaltic e Air Lithuania, comprar ingressos de teatro através do Theatre Tickets Direct do Reino Unido, descolar algumas garrafas de cerveja artesanal da Honest Brew e assim por diante.

Outras opções incluem o pagamento de contas de hotéis e a compra de imóveis, a cobrança de contas em vários bares e restaurantes, juntar-se a um site de namoro, comprar um vale-presente, apostar em um cassino on-line e doar para uma boa causa. Há também uma enxurrada de mercados on-line comercializando de tudo, desde substâncias ilegais até itens de luxo de altamente requintadas.

O Bitcoin é uma forma de pagamento relativamente nova e bastante complexa, o que faz com que seja natural que as opções para se gastar ainda sejam limitadas, mas cada dia mais e mais empresas – desde pequenos cafés locais até gigantes da indústria – estão aceitando pagamentos em BTC.

Além disso, devido a sua taxa de câmbio constantemente flutuante, o Bitcoin tornou-se uma excelente oportunidade para o investimento. Apesar de ainda ser uma moeda instável e até certo ponto sequer reconhecida, tornou-se sete vezes mais valiosa ao longo do ano passado, atingindo uma taxa de quase US$ 5 000 por BTC.

Como conseguir Bitcoin?
A maneira mais simples de se conseguir Bitcoin é comprando. O Bitcoin está disponível em várias exchanges, mas você também pode comprá-lo diretamente de outras pessoas em mercadões. Você pode usar dinheiro, transferência de cartão de crédito e débito ou mesmo outras criptomoedas. Mas primeiro, você precisará de uma carteira de Bitcoin.

Há uma variedade de opções, mas as principais podem ser reduzidas a uma carteira on-line e uma carteira de software no disco rígido do seu computador. Nenhuma das opções é absolutamente segura, uma vez que um disco rígido pode se corromper, enquanto uma carteira on-line pode estar propensa a um ataque de hackers. Existem também carteiras móveis, que são muito simplificadas devido a uma enorme capacidade de armazenamento necessária para transportar toda a Blockchain; dispositivos dedicados, chamados carteiras hardware e carteiras de papel com dois códigos QR que não são armazenados digitalmente em nenhum lugar, tornando-as imunes a ataques cibernéticos padrão e falhas de hardware.

E, claro, há a mineração. Apenas alguns anos atrás, qualquer pessoa com um computador poderoso poderia minerar Bitcoin, mas já não é mais assim. A popularidade cada vez maior do BTC, bem como a sua taxa de câmbio, fizeram com que as grandes empresas entrassem no jogo armadas até os dentes com dispositivos específicos de mineração, portanto, a dificuldade e a energia necessárias para a mineração de quantidades lucrativas de Bitcoin foram para as alturas. Além disso, a quantidade de Bitcoin ainda por ser minerada diminui constante e drasticamente.

Prós
Liberdade
O BTC foi projetado com o sentimento de liberdade em mente. Mais importante ainda, de se ver livre das autoridades governamentais que controlam as transações, impondo taxas e se encarregando do dinheiro das pessoas. Quando se trata de comprar coisas, a criptomoeda tornou-se tão legítima quanto a moeda corrente nos últimos anos e, considerando a existência de inúmeros mercados da Deep Web que só aceitam Bitcoin, você pode comprar algumas coisas mais facilmente com BTC do que com qualquer outra moeda.

Alta portabilidade
Uma das características distintivas do dinheiro fiduciário é a portabilidade, o que significa que deve ser fácil de transportar e usar. Uma vez que o Bitcoin é completamente digital, praticamente qualquer soma de dinheiro pode ser carregada em um pen drive ou mesmo ser armazenada on-line.

Criptomoedas dão às pessoas liberdade para enviar e receber dinheiro apenas com a leitura de um código QR ou um clique de uma carteira on-line. Leva pouquíssimo tempo, não há taxas ultrajantes e o dinheiro vai de pessoa para pessoa sem intermediários desnecessários. Tudo o que você precisa é de acesso à Internet.

Escolha sua própria comissão
Outra vantagem indiscutível da rede Bitcoin é a possibilidade de escolher o valor da taxa de transação ou escolher não pagar. A taxa de transação é recebida pelo minerador, depois que um novo bloco é gerado com um hash bem-sucedido. Normalmente, o remetente paga a taxa total, já que deduzir esta taxa do destinatário pode ser considerado um pagamento incompleto.

As taxas de transação são completamente voluntárias e servem de incentivo para que os mineradores assegurem que a transação específica seja incluída no próximo bloco que está sendo gerado. Este incentivo também funciona como uma fonte de renda para os mineradores, muitas vezes levando mais dinheiro à mineração tradicional do que ela teria, especialmente considerando que a atividade de mineração acabará completamente no futuro, quando o limite de Bitcoin for alcançado.

Assim, o mercado de criptomoeda pede ao usuário que escolha entre o custo e o tempo de espera. A taxa de transação mais alta significaria um processamento mais rápido, enquanto os usuários sem restrições de tempo podem economizar dinheiro.

Sem PCI
PCI é a sigla em inglês para Indústria de Cartões de Pagamento e denota os cartões de débito, crédito, pré-pagos, carteira eletrônica, cartões POS e empresas associadas. Consiste em todas as organizações que armazenam, processam e transmitem os dados do titular do cartão, existem regulamentos de segurança rigorosos e as principais marcas de cartões são parte disso.

Embora regras e regulamentos unificados possam ser boas para as grandes empresas, elas podem não estar levando em consideração as necessidades de cada pessoa. Ao usar o Bitcoin, não há necessidade de cumprir os padrões PCI, o que pode permitir que os usuários se ramifiquem em novos mercados, onde os cartões de crédito não chegam ou os níveis de fraude são inaceitavelmente altos.

Como resultado disso, os usuários recebem comissões mais baixas, uma oportunidade para expandir seus mercados e reduzir suas despesas administrativas.

Segurança e controle
Os usuários do Bitcoin são capazes de controlar suas transações; ninguém pode retirar dinheiro da sua conta sem que você saiba e aceite, como às vezes acontece com outras formas de pagamento, e ninguém pode roubar suas informações de pagamento dos comerciantes.

Os usuários de BTC também podem proteger seu dinheiro com cópias de backup e criptografia. Além disso, suas identidades e informações pessoais estão sempre protegidas, já que nenhuma delas precisa ser divulgada para se fazer um pagamento.

Transparente e neutro
Cada transação única, bem como todas as informações sobre ela, estão sempre disponíveis a todos na Blockchain, que podem ser verificadas e usadas em tempo real. O protocolo BTC é criptografado, portanto, nenhum ser humano ou uma organização pode controlá-lo ou manipulá-lo. A rede é descentralizada, de modo que ninguém nunca o controlará completamente. É por isso que o Bitcoin sempre será neutro, transparente e previsível.

Não pode ser falsificado
Uma das formas mais populares de falsificação no mundo digital é usar duas vezes o mesmo dinheiro, fazendo com que ambas as transações sejam fraudulentas. É chamada de “gasto duplo”. Para evitar isso, o Bitcoin, como a maioria das outras criptomoedas, usa a tecnologia Blockchain, bem como os vários mecanismos de consenso incorporados em todos os algoritmos BTC.

Contras
Questões legais
O status legal do Bitcoin varia drasticamente de país para país. Em alguns, o uso e comércio de BTC é encorajado, enquanto que em outros é proibido e é ilegal.
Houve muitas preocupações com o apelo do Bitcoin junto aos criminosos. Algumas notícias já declararam que sua popularidade depende inteiramente da capacidade de gastar com bens ilegais. Na verdade, quando o infame mercado da dark web Silk Road foi fechado, o Bitcoin caiu instantaneamente de valor (wired.com).

Nível de reconhecimento
O Bitcoin é reconhecido e é perfeitamente legal em muitos países. Todavia, alguns dos governos do mundo ainda não possuem nenhum regulamento sobre o BTC, enquanto outros o proibiram.

A maioria dos negócios, não importa se grande ou pequeno, ainda são completamente ignorantes sobre ele. É quase impossível abandonar todas as outras moedas e começar a usar exclusivamente o BTC.

Chaves perdidas
Uma chave é uma senha alfanumérica única necessária para acessar uma carteira Bitcoin. Perder essa chave essencialmente significa perder sua carteira. Entretanto, a maioria das carteiras atuais tem mecanismos de backup e restauração, mas, obviamente, o usuário precisa configurá-los antes de poder usá-los.

Volatilidade
O preço do Bitcoin teve seus altos e baixos, atravessando vários ciclos entre decolagens e desabamentos, referidos por alguns como bolhas. Ao longo de sua história, o BTC atingiu novos picos, apenas para sofrer um enorme tombo logo na sequência. Seu valor é imprevisível, muda rapida e drasticamente, o que pode causar prejuízos financeiros significativos a um investidor imprudente.

Desenvolvimento contínuo
O futuro do Bitcoin é bastante obscuro. Atualmente, governos e bancos não conseguem controlar o BTC, ele é quase desregulamentado. No entanto, quanto maior e mais popular ele se tornar, mais os governos mundiais tentarão controlá-lo. Um Bitcoin regulamentado e governado seria um tipo de moeda completamente diferente.

O Bitcoin é um esquema de pirâmide?
Um investidor bilionário chamado Howard Marks afirmou recentemente que as moedas digitais não são mais que um esquema de pirâmide. Ele disse que o sucesso atual das moedas digitais é baseado em nada além da vontade de atribuir valor a algo que realmente não tem valor além daquele que as pessoas vão pagar por ele (Cointelegraph).

Aqueles que investem em um esquema de pirâmide obtêm seus retornos de seu próprio dinheiro ou do dinheiro dos investidores subsequentes, em vez de um lucro feito pelos indivíduos que executem o negócio. Quando se trata de Bitcoin, no entanto, os ganhos e o seu valor provêm do fornecimento limitado de moedas. À medida que mais pessoas adquirem as moedas, a oferta fica mais rara, tornando cada moeda cada vez mais valiosa. O Bitcoin simplesmente não tem nada em comum com um esquema de pirâmide padrão.

O Bitcoin é uma bolha?
Robert Shiller, economista vencedor do Prêmio Nobel, propôs uma lista de verificação que ajuda a determinar se algo é uma bolha. Essa lista de verificação inclui aumentos substanciais no preço de um ativo, grande entusiasmo público, frenesi da mídia, histórias de pessoas ficando ricas e crescente interesse no bem entre o público em geral. O Bitcoin marca “sim” em todas essas caixas de resposta.

Então, de certa forma, o Bitcoin é uma bolha e já explodiu antes. Após o fechamento da infame Mt.Gox, uma exchange chinesa que lidava com mais de 70% de todas as transações de Bitcoin em todo o mundo, os preços do BTC caíram por cerca de um ano e meio. Os preços levaram exatamente 3 anos para se recuperar. Claro, é difícil prever o que acontecerá no futuro e existe a possibilidade de os preços do Bitcoin caírem novamente. Porém, o Bitcoin se recuperou antes e atualmente está mais forte do que nunca.

Diferença do Bitcoin de moedas tradicionis
Descentralização
Toda moeda do mundo, afora as criptomoedas, é governada por algum tipo de autoridade. Toda transação passa por um banco, onde são cobradas enormes taxas das pessoas e normalmente leva muito tempo para que o dinheiro chegue ao destinatário.

O Bitcoin, por outro lado, não é controlado por ninguém. É uma rede descentralizada e é construída sobre a cooperação e comunicação de todas as pessoas que participam dela. Por isso, mesmo que alguma parte da rede esteja off-line, as transações continuarão acontecendo.

Não pode ser falsificado
O Bitcoin foi projetado como uma moeda que pode resistir a tentativas de falsificação. A legitimidade do BTC é assegurada pela tecnologia Blockchain, bem como por vários mecanismos de defesa diferentes incorporados em cada algoritmo.

A maioria das outras moedas tradicionais são extremamente propensas a falsificação e aqueles que as controlam parecem estar perto do zero quando se trata de corrigir isso.

Durabilidade
O Bitcoin não existe em forma física, o que significa que ele não pode ser danificado. Todo Bitcoin é essencialmente eterno, ao contrário do papel-moeda ou das moedas.

Uma vez enviadas, as criptomoedas não podem ser recuperadas

Se alguém comete um erro e envia dinheiro para a carteira errada e deseja recuperá-lo, não há o que se possa fazer. Como muitos outros recursos do Bitcoin, isso foi feito para evitar fraudes. Infelizmente, quando se trata de moedas tradicionais, a maioria das transações pode ser recuperada. Basta um telefonema.

Fungibilidade
Embora existam algumas moedas tradicionais, como dólar e euro que são aceitos em vários países, a maioria das moedas mundiais só pode operar dentro das fronteiras geográficas de seu país de origem. Em contraste a isso, o BTC é uma moeda on-line, o que significa que seu ambiente operacional autorizado é mundial.

Como o Bitcoin é tributado?
O Bitcoin ainda não obteve um status de curso forçado na maioria das jurisdições, mas algumas autoridades fiscais reconheceram seu significado e propuseram regulamentos específicos. Esses regulamentos variam significativamente de país para país.

Por exemplo, o Internal Revenue Service dos EUA trata o Bitcoin e todas as outras moedas digitais proeminentes como uma propriedade em vez de uma moeda. Todo contribuinte que venda bens e serviços em Bitcoin deve incluir o valor do Bitcoin recebido em suas declarações fiscais anuais. Os mineradores também estão sujeitos à tributação dos EUA, mas somente se a mineração for bem-sucedida.

De acordo com o Tribunal de Justiça Europeu, o Bitcoin é uma moeda, não uma propriedade. Embora esteja isento de IVA, o Bitcoin ainda pode estar sujeito a outros impostos. As autoridades fiscais do Reino Unido tratam o Bitcoin como uma moeda estrangeira, com cada caso relacionado ao BTC sendo considerado com base em seus próprios fatos e circunstâncias individuais. A partir de julho de 2017 a venda de Bitcoin se tornou isenta do imposto sobre o consumo no Japão, onde é oficialmente reconhecido como método de pagamento.
Assim, como o Bitcoin é uma moeda relativamente nova, os quadros regulamentares que regem a tributação diferem significativamente de acordo com o país. Além disso, em muitas jurisdições não existem leis ou regulamentos específicos sobre a criptomoeda.

(IN) Justiça Social – Pobreza e degradação social no Brasil contemporâneo


O aumento da pobreza e da desigualdade social é um dos maiores desafios do capitalismo contemporâneo, vivemos em um mundo de constantes mudanças e transformações estruturais com graves impactos sobre as comunidades, gerando medos e desesperanças, esta desigualdade não está mais restrita aos países em desenvolvimento, mas afetam todos os países e regiões, obrigando os governos e as lideranças empresariais a repensarem as estratégias de combate a estes desajustes e melhorar as condições destes grupos mais vulneráveis. A sociedade brasileira desde meados dos anos 90 passou a conviver com melhoras consideráveis na economia, a redução da inflação, os incrementos dos investimentos na educação, as políticas públicas e os avanços institucionais geraram um período de crescimento mais consistente, criando com isso, as expectativas de que uma nova classe média estivesse em ascensão e o país, felizmente, estaria melhorando suas condições econômicas e ingressando em um novo momento de progresso e de desenvolvimento social.
Depois desta euforia do período 2003/2012, onde o país apresentou crescimento anual na casa dos 4,3%, os avanços obtidos foram sendo perdidos e novos espaços de instabilidades foram sendo construídos de forma acelerada, as reivindicações de 2013 geraram mais instabilidades em um governo fraco e incompetente e contribuíram para mergulhar o país na sua mais intensa e demorada recessão, com forte degradação política e perdas consideráveis na renda agregada e um incremento no desemprego cuja recuperação econômica está se fazendo mais difícil e complicada, como não se imaginava anteriormente.
Dados recentes divulgados pelo Banco Mundial traduzem em números a nossa crise generalizada, segundo esta renomada instituição, entre 2014 e 2017, mais 7,3 milhões de brasileiros caíram na pobreza extrema e passaram a viver com renda mensal de até US$ 5,50 por dia, algo equivalente, pelo câmbio atual, a cerca de R$ 635 por mês, com isso, o grupo dos pobres cresceu de 17,9% para 21% da população nos anos da crise econômica, algo em torno de 40 milhões de pessoas.
A economia brasileira está entre as dez maiores do mundo e, mesmo assim, temos um contingente de pobres e miseráveis de quase 52 milhões de indivíduos, o total de brasileiros vivendo abaixo da linha de extrema pobreza saltou de 5,6 milhões para os 10,1 milhões entre 2014 e 2017, um incremento de 80% ou mais de 4,4 milhões de pessoas, tudo isto nos ajuda a compreender a explosão na área da insegurança e na violência urbana, somente em 2017 foram mais de 62 mil homicídios, um número semelhante a países que vivem em conflitos militares.
A crise econômica iniciada em 2014 foi responsável por grande parte destes números, nestes mais de cinco anos o Brasil conviveu com sua maior recessão, com uma queda no produto interno bruto de mais de 8% e um incremento no desemprego, que levou mais de 13 milhões de pessoa a verem sua renda ser reduzida e as perspectivas de retorno ao mercado de trabalho escasseando, gerando impactos imediatos na economia, reduzindo consumo e obrigando as empresas e os agentes econômicos a diminuir os investimentos.
Desde 2017, a economia não mais se encontra em recessão, o crescimento no último biênio foi de pouco mais de 1,1% ao ano, com isso, nossa renda agregada apresentou uma queda considerável, com previsão de volta aos números de 2013 apenas no ano de 2023, estamos vivendo uma situação sombria com forte degradação social e perdas crescentes para os trabalhadores, uma nova década perdida, diante disso, cabe aos movimentos organizados repensarem suas estratégias e construir alternativas para um futuro próximo, deixando de lado os conflitos por hegemonia e apresentar propostas consistentes para viabilizar novas politicas públicas para o incremento dos indicadores sociais tão devastados nos anos recentes.
Para que tenhamos ideia do tempo perdido pelo Brasil, a taxa média de crescimento econômico na década atual foi de 0,6%, sendo que, nos últimos 30 anos, foi de parcos 2,2%, números muito baixos e insuficientes para uma melhora mais consistente das condições econômicas e produtivas do Brasil. Este período foi marcado por políticas fortemente centradas no combate a inflação que assolava o país, com números na casa do 30% ao mês, onde para vencer os desequilíbrios nos mercados de preços foram adotadas as mais diferentes estratégias, desde congelamento de preços e tablitas a substituição da moeda corrente por uma nova base monetária, além de uma forte valorização cambial.
A trajetória de concentração de renda faz parte da história da sociedade brasileira, nossos números estão nos últimos lugares deste ranking vergonhoso, a população por mais que faça críticas crescentes a esta situação, já se acostumou com esta realidade assustadora e macabra, evitando um discurso político mais estruturado e consistente, fazendo de contas que esta situação está amplamente amparada num determinismo imutável, com isso, vamos vivendo e contribuindo para a perpetuação deste ambiente tenebroso.
Um dos livros mais instigante sobre o tema da desigualdade brasileira foi escrito por Pedro Ferreira de Souza, “Uma História da Desigualdade: a Concentração de Renda entre os Ricos no Brasil (1926-2013)”, uma obra de escol e leitura imprescindível, que retrata nossa histórica desigualdade social e como a população convive com esta chaga aberta na sociedade, para alguns a população é muitas vezes conivente com a desigualdade mas, com certeza, é pouco informada de como esta situação degrada os laços sociais e cria espaços para conflitos e desequilíbrios estruturais, incrementando a violência, a exclusão e a insegurança.
Vivemos em uma sociedade onde a mobilidade social é reduzidíssima, onde as chances de uma criança oriunda de uma favela carioca ou paulista crescer e se transformar em um profissional de destaque é algo desprezível, nesta sociedade somos governados pelos mesmos agentes públicos, com ocupações que passam de pais para filhos como se vivêssemos em um período feudal, onde a ascensão é desprezível, inexistente.
Como retratou Raimundo Faoro, no seu livro clássico Os Donos do poder, o poder público é indutor de nossa desigualdade, já que é exercido por grupos que administram a maquina pública para derivar benefícios do poder, privilégios e riquezas, esta descrição feita pelo ilustre intelectual em 1958, passados mais de sessenta anos, ainda se mantem bastante atual e preocupante, muitas vezes nos condenando a uma condição de indignidade e exclusão social.
A história da sociedade brasileira é uma história de violências constantes, inicialmente contra os indígenas, depois contra a população negra, fomos um dos últimos povos a abolir a escravidão, nossa elite agroexportadora explorou ao máximo os negros cativos e, ainda hoje, percebemos uma grande indiferença em relação a miséria e a violência generalizadas. Com estes atrasos históricos e a persistência nestas políticas, nos distanciamos a passos largos dos países mais civilizados no mundo que deixaram, a muito tempo, estas heranças escravistas e escravocratas nefastas que prejudicam a economia e retardam o desenvolvimento econômico e as melhorias sociais.
Existem muitas políticas para a redução desta pobreza, de um lado encontramos algumas teses interessantes que devem ser consideradas, tais como o aumento da tributação daqueles que auferem lucros elevados dentro do sistema econômico, principalmente dentro do sistema financeiro, temos uma estrutura tributária centrada nos impostos sobre consumo, tributamos muito pouco a renda e isentamos de impostos aplicações financeiras, com isso, estimulamos uma péssima concentração da renda, fazendo com que nossa situação se transforme em algo insustentável, onde uma pequena parte dos cidadãos são beneficiados enquanto uma grande quantidade são condenados a viverem em situação de degradação, incrementando a pobreza e a desigualdade social.
Temos muitas medidas imprescindíveis na pauta do país, desde a reforma da previdência, até as reformas tributária, política e do Estado, mas precisamos ainda, de reformas que estimulem a concorrência e o incremento da produtividade, reduzindo o papel do Estado em várias áreas através de parcerias público-privada, privatizações e a introdução de uma lógica de eficiência no setor público, ou seja, uma medida pró mercado que prescinda do Estado como agente fundamental no sistema econômico e produtivo.
O aumento da produtividade do trabalho pode ser traduzido como o chamado desenvolvimento econômico, sua efetivação leva a uma melhora nas condições sociais e aumenta as oportunidades de emprego e de renda, para isso, fazem-se necessárias uma maior qualificação do capital humano e uma educação de qualidade que capacite os trabalhadores para as grandes transformações da chamada Quarta Revolução Industrial.
Acreditamos fortemente na integração entre Estado e Mercado, cada um dos agentes possui um papel relevante dentro da sociedade, a atuação integrada é fundamental para garantir uma melhora mais consistente nos investimentos, na distribuição da renda, na geração de empregos e na condição social da população, atuando ainda como fiscalizador e regulador de todo o sistema econômico e produtivo, evitando sempre um crescimento exagerado de suas intervenções e seus resultados negativos, como excessos burocráticos e ineficiências generalizadas, além de um incremento da corrupção e fragilidade da democracia e do sistema político.
Um país com níveis de desigualdade como o Brasil, deve ter um projeto humanista de inclusão social, sem viés ideológico e não deve ser indiferente quanto a miséria de nosso povo, sobretudo esta miséria presente entre os descendentes de escravos, africanos e indígenas e, mais recentemente, de trabalhadores estrangeiros que fogem de seus países em busca de novas e melhores oportunidades de emprego e sobrevivência, muitos deles, como haitianos e venezuelanos, a chegada ao Brasil se dá em busca da sobrevivência.
A situação social do país é tão degradante que, segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), 45% da população brasileira não tem acesso adequado a esgoto e a saneamento básico, com implicações diretas na saúde da população, ao mesmo tempo, temos uma tecnologia cada vez mais avançada na sociedade global, onde encontramos uma elite com acesso a serviços inimagináveis em países mais ricos e desenvolvidos.
O país vive momentos de grandes transformações e retrocessos evidentes, depois de um forte e consistente crescimento na primeira década do século XXI, os desajustes fiscais e os desequilíbrios criados no pós 2013 levaram o país a uma forte recessão, depois de mais de 8% de queda no produto interno bruto a economia voltou a crescer de forma tímida e insuficiente, este crescimento nos parece frágil em demasia, necessitamos de uma impulso com urgência, sem este, dificilmente conseguiremos melhorar nossa performance, depois de diagnósticos de forte crescimento em 2019, muitos analistas se mostram preocupados e estão refazendo seus cálculos para 2019, antes 3% de crescimento, hoje as previsões estão na casa dos 2%, pra mim o crescimento será menor, algo entre 1,5% e 2%, número insuficiente para melhorar nossa condição de atraso econômico.
A crise econômica degrada as condições sociais, aumenta a informalidade e reduz os trabalhadores formalizados do sistema, desta forma, percebemos uma redução dos repasses para as instituições previdenciárias e um incremento nos gastos públicos, como forma de reduzir os impactos negativos desta crise, levando o Estado a déficits crescentes que reduzem sua credibilidade perante os agentes econômicos locais e internacionais, encarecendo a captação dos recursos e inviabilizando sua atuação efetiva como investidor para impulsionar o crescimento dos investimentos, atitude esta central para turbinar o crescimento econômico.
O brasileiro acostumou com esta paisagem marcada pela desigualdade social, desde os primórdios somos descritos como uma sociedade desigual, os indicadores do IBGE ou de organismos internacionais, como o Banco Mundial ou a Oxfam, nos mostram claramente esta realidade, sem políticas públicas consistentes e efetivas dificilmente conseguiremos uma melhora neste ambiente, outro ponto central para a redução das desigualdades no médio e longo prazo é a educação, cujos resultados a sociedade brasileira deixa muito a desejar, diante disso, os desafios para o Brasil são imensos e devem ser vistos com urgência pela sociedade, unindo os movimentos sociais, a classe política e os grupos empresariais, deixando de lado os confrontos ideológicos e as picuinhas políticas e eleitoreiras.

As Maiores Economias do Mundo



Fonte: GOV.br
Produto Interno Bruto (PIB), em bilhões de US$, 2016

País US$ bilhões

1º Estados Unidos 18.569,10
2º China 11.218,28
3º Japão 4.938,64
4º Alemanha* 3.466,64
5º Reino Unido 2.629,19
6º França 2.463,22
7º Índia 2.256,40
8º Itália 1.850,74
9º Brasil 1.798,62
10º Canadá 1.529,22
11º Coreia do Sul 1.411,25
12º Rússia 1.280,73
13º Austrália 1.258,98
14º Espanha 1.232,60
15º México 1.046,00
PIB Paridade Poder de Compra (PPC), em bilhões de US$, 2016

País US$ bilhões

1º China 21.291,77
2º Estados Unidos 18.569,10
3º Índia 8.662,35
4º Japão 5.237,79
5º Alemanha* 3.980,28
6º Rússia 3.799,70
7º Brasil 3.141,34
8º Indonésia 3.032,09
9º Reino Unido 2.785,56
10º França 2.733,68
11º México 2.315,65
12º Itália 2.234,50
13º Turquia 1.988,33
14º Coreia do Sul 1.934,03
15º Arábia Saudita 1.750,86
Fonte: FMI, World Economic Outloook Database (abril de 2017).

  • Estimativa do FMI.
    PIB per capita, em US$, 2016

País US$

1º Luxemburgo* 103.198,82
2º Suíça 79.242,28
3º Noruega* 70.391,57
4º Macau* 67.079,30
5º Irlanda 62.562,27
6º Catar* 60.786,72
7º Islândia 59.629,05
8º Estados Unidos 57.436,41
9º Dinamarca* 53.743,97
10º Singapura 52.960,73
11º Austrália* 51.850,27
12º Suécia* 51.164,51
13º San Marino* 46.446,62
14º Países Baixos 45.282,63
15º Áustria 44.498,37
Fonte: FMI, World Economic Outloook Database (abril de 2017).

  • Estimativa do FMI.

Economia – PIB da China cresce 4,8% no 1º trimestre de 2022 e supera expectativas


A economia da China teve um forte início em 2022, registrando uma taxa de crescimento que superou as expectativas. Mas com o país enfrentando um aumento significativo dos indíces de Covid-19 e com dezenas de cidades sob lockdown, os próximos meses podem representar mais desafios.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,8% nos primeiros três meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas do país.
O número é maior do que o aumento de 4% registrado pela segunda maior economia do mundo no trimestre anterior, e também superou a taxa de crescimento de 4,4% prevista por economistas ouvidos pela agência Reuters.
O crescimento foi impulsionado por um desempenho econômico surpreendentemente bom em janeiro e fevereiro, com vários indicadores econômicos para esses dois meses superando as previsões dos analistas.
Mas os esforços de Pequim para conter seu pior surto de Covid-19 em dois anos deram um golpe na atividade econômica em março, inclusive em Xangai, centro financeiro e industrial do país. Muitas empresas foram forçadas a suspender operações, incluindo Volkswagen e Tesla e a empresa de tecnologia, como a iPhone Pegatron.
Analistas econômicos estimam que quase um quarto da população da China e 40% da economia estão sendo afetados pelos atuais lockdowns.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, alertou repetidamente na semana passada sobre a ameaça que o aumento dos casos de Covid-19 representa para o crescimento econômico e o emprego. Na semana passada, o premiê prometeu mais cortes nas taxas de juros para impulsionar a economia.
Dias depois, o Banco Popular da China anunciou um corte no índice de reservas obrigatórias – que determina a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em suas reservas – uma medida destinada a estimular os empréstimos.
O Banco Mundial e alguns bancos de investimento rebaixaram recentemente suas previsões para o crescimento do PIB da China em 2022, citando riscos crescentes da adesão de Pequim às suas rigorosas restrições.
A economia da China cresceu 8,1% em 2021, superando as próprias metas do governo. Mas o ritmo de expansão desacelerou acentuadamente nos últimos meses do ano. O governo estabeleceu sua meta de crescimento para 2022 em cerca de 5,5%, a menor em três décadas.

Sem Ufanismo – Brasil é vice-campeão em desigualdade no mundo


Livro mostra que, com 1% dos mais ricos detendo 23,2% da renda, o país só perde para o Qatar, onde essa fatia da população tem 27% da riqueza. Na França, 1% possui 10%
O Brasil é o segundo país mais desigual do mundo entre aqueles que disponibilizam estimativas com base em dados tributários, só perdendo para o Qatar: 1% da população mais rica – cerca de 1,5 milhão de pessoas – concentra 23,2% da fatia da renda total declarada pelas pessoas físicas ao Imposto de Renda, pouco abaixo dos 27% naquele país do Oriente Médio. A concentração de renda deste pequeno grupo de ricos no Brasil é 164% maior do que na Suécia, onde a fatia do centésimo mais rico responde por 8,8% da renda total. E se por um lado a Suécia, entre as décadas de 1930 até recentemente, assistiu ao encolhimento da fatia de renda do centésimo mais rico de 12,3% para 8,8%, no Brasil, nessas nove décadas, o padrão da distribuição demonstrou uma estável e persistente concentração: 1% mais rico respondeu entre 20% e 25% da renda total.
As conclusões são de Pedro Herculano Guimarães Ferreira de Souza, sociólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de 2019 pela obra Uma história da desigualdade: a concentração de renda entre os ricos no Brasil – 1926-2013 (Hucitec Editora). O autor também recebeu o primeiro lugar na categoria Humanidades. A original publicação, que ao estudar a desigualdade desloca o olhar para os mais ricos, é baseada em sua tese de doutorado defendida em 2016, que já foi premiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2017, e considerada a melhor tese da área de sociologia no Brasil.
Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, o Brasil continua sendo o campeão das desigualdades sociais e econômicas na América Latina e Caribe, segundo relatório do Banco Mundial (Bird) sobre a região, divulgado nesta sexta-feira no Rio de Janeiro. O estudo mostra, por exemplo, que os 10% brasileiros mais pobres recebem 0,9% da renda do país, enquanto os 10% mais ricos ficam com 47,2%. Na avaliação de Ferranti, as desigualdades no Brasil têm origem complexa “e muita relação com a colonização européia”.
Ainda segundo o relatório, nos últimos anos a desigualdade social e econômica na América Latina e Caribe piorou muito em relação às outras regiões do mundo. O Bird aponta o Uruguai como o país latino-americano com os menores índices de desigualdades. Assim mesmo, as diferenças são maiores do que nos países industrializados do Leste Europeu.

Sócio – Economia – As Desigualdades Sociais


A desigualdade social é a diferença existente entre as classes sociais ou castas dominantes e as classes sociais ou castas dominadas. Ao longo dos tempos, os sistemas econômicos e políticos das cidades foram criando mecanismos de distinção entre as pessoas. Nas chamadas sociedades estratificadas, esses mecanismos são as divisões de castas, como os nobres na Europa feudal e as castas indianas, predominantes como sistema de distinção até o século XX.
Nessas sociedades a possibilidade de mobilidade social (sair de uma casta inferior e passar para uma superior) é nula ou quase nula, sendo que a origem familiar determina a casta. O republicanismo e o capitalismo criaram outro sistema de distinção baseado na capacidade de acúmulo de capital. Esse sistema tem uma possibilidade maior de mobilidade, mas alimenta-se ferozmente da desigualdade social, que é uma barreira para o pleno desenvolvimento das sociedades capitalistas contemporâneas.
A desigualdade social não é um fenômeno novo, mas as formas mais avançadas do capitalismo (industrial e financeiro) resultaram numa intensificação dela no mundo a partir do século XIX. Outro fenômeno que a intensificou foi o colonialismo europeu sobre os países do Hemisfério Sul.
A colonização europeia — sobretudo sobre as Américas Central e do Sul, sobre a África e sobre partes da Ásia — foi movida pelo interesse na exploração de recursos naturais. A retirada desses recursos desses locais, a exploração da mão de obra escrava ou de baixo custo e a ida de colonos para os territórios colonizados geraram um sistema desigual que perdura até hoje.
Portanto, os dados sobre a desigualdade social no mundo demonstram a existência de um verdadeiro abismo entre a minoria mais rica e a maioria mais pobre, sendo que os países mais pobres (com exceção dos Estados Unidos, que não é campeão em desigualdade, mas possui altos índices levando-se em conta o seu PIB) são campeões nos rankings sobre a desigualdade social.
Como é medida a desigualdade social?
Existe um padrão de medida criado pelo matemático e estatístico italiano Conrado Gini, chamado coeficiente de Gini (ou índice de Gini), que mede a desigualdade em um determinado local e é comumente utilizado para medir a desigualdade de renda. O índice de Gini é expresso por um número que varia de zero a um, sendo zero o marco da ausência de desigualdade de renda, enquanto o numeral um representa o máximo possível dela.
Dados sobre a desigualdade social no mundo
No levantamento exposto pela revista Desafios do Desenvolvimento, mantida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)|1|, em 2004, Hungria, Japão e Dinamarca eram os países com menores taxas de desigualdade social, tendo índice de Gini de 0,244, 0,247 e 0,249, respectivamente. Os Estados Unidos ocupavam o 76º lugar no ranking, com índice de 0,408, enquanto o Brasil ocupava o 120º lugar, com o índice marcado em 0,591. O último país dos 127 rankeados no estudo foi a Namíbia, com índice em 0,707.
Além do coeficiente de Gini, temos dados de pesquisas variadas que mostram a alta desigualdade social no mundo. Segundo matéria publicada no periódico El País em 17 de outubro de 2015|2|, 1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta.
Na mesma matéria há uma pirâmide de renda demonstrando que 0,7% da população mundial possui renda de mais de um milhão de dólares mensais, 7,4% possuem renda entre 100 mil e um milhão, 21% possuem renda entre 10 mil e 100 mil dólares, e 71% possuem renda menor que 10 mil dólares mensais. O maior problema é que grande parte desses 71% mais pobres do planeta possui rendas extremamente baixas ou está abaixo da linha da pobreza, tendo dificuldades para manter alimentação e moradia dignas.
Desigualdade social no Brasil
O Brasil encontra-se na faixa dos países com alto índice de desigualdade social. Entre os chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China, países com elevado índice de crescimento econômico e potencialidade de crescimento para as próximas décadas), o Brasil é o país com maior desigualdade social. Enquanto Índia, China e Rússia ocupam, respectivamente, 34º, 90º e 93º lugares, o Brasil está em 120º no ranking de 127 países feito pelo Ipea, em 2004, sob a medição do coeficiente de Gini.
Dados expostos em matéria do periódico online G1 mostram que, em 2017, o Brasil foi classificado como o 10º país com maior desigualdade social em um ranking de 140 países. A pesquisa apresentada na matéria foi coordenada pelo ex-diretor do Ipea e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A matéria aponta que dados levantados pela Oxfam (uma confederação internacional com mais de 3000 membros que estuda e luta contra a pobreza no mundo) mostram que os seis maiores bilionários brasileiros concentram, juntos, a riqueza da metade da população brasileira. Isso significa que, em um país com aproximadamente 210 milhões de habitantes, seis deles possuem a riqueza equivalente a de outros 105 milhões.
O Brasil é o país que mais concentra riqueza entre o 1% mais rico na América Latina, tendo seu coeficiente de Gini mais baixo entre os países latino americanos, ficando atrás apenas de Colômbia e Honduras.
Como acabar com a desigualdade social?
Ao longo da história contemporânea, a preocupação com a desigualdade social começou a surgir, dando lugar a teorias que visavam reduzir ou eliminar as diferenças econômicas entre ricos e pobres. Assim tiveram origens os ideais socialistas, que visavam uma forma de organização estatal capaz de promover a igualdade econômica.
As primeiras formas de socialismo, hoje chamadas de socialismo utópico, não expressaram qualquer indício de prática. O socialismo científico foi a forma mais desenvolvida de economia socialista proposta no século XIX pelo filósofo, sociólogo e economista alemão Karl Marx e pelo economista e escritor alemão Friedrich Engels.
Existe também a perspectiva anarquista, embasada principalmente nos estudos do filósofo, sociólogo e economista francês Pierre-Joseph Proudhon e do filósofo e teórico político russo Mikhail Bakunin. Segundo a teoria anarquista, o Estado deve ser abolido completamente e, junto a ele, abole-se o capitalismo. As entidades estatais seriam substituídas por sistemas de assembleias e pela autogestão popular para a tomada de decisões políticas. A economia capitalista daria lugar ao sistema de cooperativismo.
Outras perspectivas ganharam destaque no século XX e ainda se mantêm no século XXI. Trata-se do conjunto de ideias chamado de reformismo — são perspectivas políticas que colhem elementos socialistas e capitalistas, visando manter a economia regida pelo sistema capitalista, mas com ideias de redução da desigualdade social e de redistribuição de renda via atuação estatal. Uma dessas perspectivas é a social-democracia, sistema político econômico adotado em países europeus, como Noruega, Finlândia e Suécia.
Desigualdade social para Karl Marx
Marx e Engels fundaram uma teoria baseada na abolição do capitalismo com o aparelhamento do Estado em favor do proletariado e na estatização de toda a propriedade privada. Para Marx havia uma absurda exploração da classe trabalhadora (o proletariado) por parte da classe dominante (a burguesia, ou seja, os donos dos meios de produção).
A teoria marxista foi classificada como socialismo científico por apresentar, pela primeira vez, uma base de estudos para justificar e amparar o pensamento socialista. No século XX, várias tentativas de implantação do socialismo de viés marxista foram postas em prática, porém críticos apontam o fracasso delas por não acabarem com a desigualdade (em alguns casos até acirrá-la pela corrupção) ou por criarem situações de extrema miséria.
No entanto outros críticos rebatem essas visões alegando que as experiências socialistas iniciadas no século XX desviaram-se dos ideais marxistas. Podemos elencar, como os maiores exemplos de experiências de socialismo com embasamento marxista os casos da União Soviética, da China e de Cuba.

Espaço e Economia – Mineração de Asteroides


Os minerais e os compostos voláteis podem ser extraídos de um asteroide ou um cometa para fornecer materiais de construção no espaço (por exemplo, ferro, níquel, titânio), extrair água e oxigênio para sustentar a vida de astronautas exploradores no espaço, assim como o hidrogênio e o oxigênio para seu uso como combustível de foguete. Na exploração do espaço, essas atividades são conhecidas como utilização de recursos in-situ.
A ideia de extrair matérias-primas de asteroides como ferro, níquel e água, é levada em consideração desde a década de 80, mas nunca avançaram devido aos altos custos do projeto. Atualmente, com empresários bilionários envolvidos, o projeto começa a ser levado a sério como uma alternativa à escassez de recursos naturais terrestres.
Os asteroides possuem os mais variados materiais para a mineração, como ouro, ferro e platina, que são de grande importância para o mercado mundial. Porém, um dos recursos mais valiosos para os seres humanos que exploram o espaço é a água, que também pode ser encontrada nesses corpos celestes. Outro recurso imprescindível para a exploração espacial são os combustíveis para o abastecimento de foguetes e espaçonaves, que também poderão ser extraídos desses objetos, o que reduziria os custos das futuras missões espaciais.
O objetivo é que essa mineração ocorra em asteroides próximos da Terra. De acordo com empresários, existem cerca de 400 mil desses objetos nestas condições.Os asteroides próximos da Terra são considerados como melhores candidatos para as primeiras atividades de mineração. Suas localizações os tornam disponíveis para uso na extração de materiais de construção para as instalações com base no espaço próximo à Terra, reduzindo razoavelmente o custo econômico para o transporte de suprimentos em órbita ao redor da Terra.A exploração do espaço sempre fascinou a humanidade e os primeiros passos para esta grande aventura poderá começar em breve. Duas empresas pioneiras foram recentemente fundadas, a Planetary Resources Inc. e a Deep Space Industries, já estão elaborando projetos para iniciar a mineração de asteroides.As duas empresas afirmam que a mineração destes corpos celestes é mais fácil do que a mineração da crosta terrestre. E acredita-se que existem bastantes metais preciosos no espaço à espera de serem explorados. Segundo a Planetary Resources, uma única rocha espacial de 500 metros de largura poderá ser tão rica em platina que conteria o equivalente a todos os metais do grupo platina já extraídos na história humana.

Mineração de Asteroides

Economia – Perspectivas para o PIB do Brasil em 2021



Otimismo(?)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a perspectiva de crescimento do Brasil neste ano, citando a melhora nos termos das trocas comerciais do país, mas ao mesmo tempo reduziu a alta estimada para 2022.
A melhora do cenário do país para este ano ajudou a elevar a perspectiva de crescimento econômico da América Latina e Caribe para 5,8% em 2021, 1,2 ponto a mais do que em abril. A previsão para a região no ano que vem, por sua vez, melhorou em apenas 0,1 ponto, e ficou em 3,2%.
“A melhora da projeção para a América Latina e Caribe resulta principalmente de revisões para cima no Brasil e México, refletindo resultados melhores do que o esperado no primeiro trimestre”, disse o FMI no relatório.
Além disso, o Fundo citou repercussões positivas para o México da melhora do cenário para os Estados Unidos e termos comerciais em alta expressiva no Brasil, que tem sido favorecido pela alta dos preços das commodities.
Já a perspectiva para o grupo de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, passou para 6,3% em 2021 e 5,2% em 2022, ante 6,7% e 5,%, respectivamente, previsto em abril.
A projeção do FMI para a expansão do PIB brasileiro este ano ficou em linha com a do Ministério da Economia feita em meados deste mês. Mas para 2022 a expectativa do ministério é melhor, para 2,51%.
Já a estimativa de crescimento do PIB na pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de analistas de mercado está em 5,29% para 2021 e 2,1% para 2022.
O FMI chamou a atenção para a possibilidade de piora da pandemia e de condições financeiras externas mais apertadas, o que seria um revés grave para a recuperação dos mercados emergentes e em desenvolvimento, levando o crescimento global para abaixo do cenário básico previsto no relatório.
O relatório destacou ainda a inflação elevada esperada para esse grupo de países, relacionada em parte à alta de preços dos alimentos.

Home office deve ser adotado definitivamente por 30% das empresas



Um levantamento aponta que as corporações pretendem manter mais da metade de sua equipe remotamente. No Brasil, segundo a Pulses, 80% dos profissionais ouvidos preferem o home office como regime de trabalho. Entre os entrevistados, 21% afirmam que falta as companhias oferecerem estrutura adequada para os funcionários.
Em meio à adoção do home office, muitas empresas precisaram fortalecer suas estruturas de tecnologia da informação. Hoje, apenas 55% das instituições avaliadas têm equipe qualificada para fazer a transição do modo de trabalho com segurança. Para os próximos 24 meses, cerca de 70% das corporações querem investir em profissionais da área.
Segundo Frederico Tostes, gerente nacional da Fortinet Brasil, um dos motivos é o aumento significativo nas tentativas de ataques cibernéticos.
Participaram do levantamento 400 empresas de grande porte de 17 países, incluindo o Brasil.

☻Mega Bloco Economia – Ca(pe)talismo Selvagem Made in Brazil



BREVE INTRODUÇÃO HISTÓRICA
Com o colapso do mercado internacional do café em 1930 começa no Brasil a era industrial. A repentina contração do comércio exterior que se seguiu ao crack de 1929 foi parcialmente controlada pela compra dos estoques cafeeiros pelo Governo. Essa política, e as condições favoráveis criadas pelas dificuldades de importação, estimularam investimentos industriais e sustentaram a economia durante os anos críticos. O produto total caiu menos de 10% nos anos iniciais da depressão, e por volta de 1933 restabelecia os níveis de 1929. Essa combinação de restrições externas e políticas econômicas internas favoráveis reforçaram os fatores internos de desenvolvimento. A indústria assume gradualmente o papel de líder desse processo. O mercado interno torna-se mais atraente do que o mercado externo (Furtado, 1968).
A revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, fortaleceu a União em detrimento dos sistemas locais de poder. Esse fator por si só sedimentaria as bases do desenvolvimento industrial, já que reduzia a influência dos velhos políticos ligados aos interesses exportadores. Mas a indústria não seria diretamente estimulada até meados dos anos 30.
Em 1937, num contexto político de forte movimento popular, Vargas assume poderes ditatoriais plenos. As tendências autoritárias e centralizadoras prévias transformam-se em fortes estruturas político-administrativas. A aliança jamais desfeita entre a burguesia urbana e a oligarquia rural é então consolidada. As oligarquias locais são removidas das esferas centrais do Governo, em troca da paz social e da manutenção de seu poder político e econômico local. A burguesia industrial emerge como a classe mais influente no Governo.
No Brasil, a burguesia industrial ascendeu num período de crise. A base material da dominação oligárquica fora enfraquecida pela crise mundial, mas os velhos políticos ainda controlavam as alavancas do país. Nesse contexto, a burguesia ascendente somente poderia consolidar sua supremacia sobre a oligarquia por um lado, e sobre os movimentos populares por outro, assumindo o controle de um Estado forte (Andrade, 1978).
O controle dos processos econômicos pelo Executivo é uma característica central da ordem capitalista no país. Durante o Estado Novo, várias agências econômicas estatais foram criadas com o poder de formular e implementar políticas setoriais. A nova Constituição democrática de 1946 não alterou essa estrutura administrativa.
O começo do desenvolvimento industrial no Brasil foi favorecido pela crise das economias industrializadas nos anos 30 e durante o período da Segunda Guerra. A partir de 1945 a competição internacional aumenta. Em 1947 foi estabelecido forte controle cambial com taxas de câmbio múltiplas. Os ingressos do café, inflados pelos preços internacionais ascendentes, foram parcialmente apropriados pelo Estado e transferidos para a indústria. Taxas de câmbio de bens de capital e de bens intermediários subsidiadas, por um lado, e câmbio para bens de consumo artificialmente elevado, por outro, geraram um mercado protegido para os segundos. Esse sistema desencorajou a integração vertical da indústria como um todo.
O Plano de Metas (1956-1961) do presidente Juscelino Kubitschek foi uma tentativa de corrigir o desequilíbrio industrial anteriormente descrito (Lessa, 1964). Esse período constituiu-se num período de reorientação na história econômica do Brasil. Mudanças substanciais foram introduzidas na abrangência e magnitude da intervenção estatal, na estrutura industrial e no modelo de relações com os países industrializados. Os investimentos públicos saltaram de 25.8%, em média, do total de investimentos em 1952-1956 para 35.6% em 1956-1960, em virtude sobretudo de investimentos estatais em programas de energia elétrica e infra-estrutura de transportes (EPEA, 1966). Os vultosos recursos financeiros necessários para o desenvolvimento acelerado foram obtidos através de instrumentos fiscais e monetários, incluindo emissão de moeda. Um elenco de instituições de desenvolvimento foi mobilizado ou criado para lidar com questões de desenvolvimento setorial, tarifas e questões monetárias e financeiras.
Os Grupos Executivos, para citar apenas um exemplo, tinham por atribuição a definição das estratégias e padrões para o desenvolvimento dos principais setores industriais, bem como recomendar ou mesmo aprovar incentivos para projetos de investimento específico (Martins, 1976). Essa poderosa máquina institucional operava preponderantemente à margem dos controles democráticos, abrigando os interesses do big business industrial, tanto nacional quanto estrangeiro.
Já em 1953 eram tomadas medidas extremamente favoráveis ao capital estrangeiro. Essa política foi reforçada por Kubitschek, envolvendo taxas de câmbio preferenciais para remessas de lucros, legislação favorável para registro de capital, direito de importação de bens de capital sem cobertura cambial pelas autoridades e reduções ou isenções tarifárias. Outras vantagens de crédito e tributação completavam o quadro de incentivos, que tornavam as condições de investimento extremamente atraentes para investidores externos.
Os investimentos estrangeiros diretos concentraram-se em grandes empreendimentos industriais, especialmente nos seguintes setores: indústria automobilística, estaleiros, mecânica pesada, e siderúrgicas.

O grau de monopólio na indústria brasileira foi reforçado pelos investimentos estrangeiros diretos. Todos os novos setores dinâmicos apresentavam uma estrutura oligopólica. Grandes empresas de montagem defrontavam-se à rede de fornecedores em situação de oligopsônio. Conseqüentemente os ganhos de produtividade gerados em qualquer ponto, praticamente, na cadeia econômica, tendiam a ser transferidos através de mecanismos de preço, ou para as indústrias terminais ou para as indústrias de bens de capital. Esse fenômeno poderia ter diminuído o dinamismo dos grandes investimentos. Entretanto as complementaridades internas, para a frente e para trás desses investimentos, no contexto de uma economia previamente em expansão, potencializaram seus efeitos desenvolvimentistas globais durante os primeiros anos do ciclo.

A médio prazo era previsível um excesso de acumulação. A estrutura altamente oligopolista da indústria implicava que taxas decrescentes de crescimento industrial afetariam gravemente unidades menores, fenômeno este que levaria, por sua vez, a uma maior concentração industrial. Problemas sérios de instabilidade dinâmica eram portanto inerentes a esse modelo de desenvolvimento. Ao mesmo tempo surgiram também problemas de realização dos lucros. A possibilidade de efetuar lucros, por mais reduzido que fossem, numa situação de excesso de capacidade poderia levar a remessas de lucros crescentes em períodos de baixa atividade, com efeitos negativos no balanço de pagamentos (Tavares, 1977).

Estritamente falando, o bloco de investimentos estrangeiros no fim dos anos 50 não desnacionalizou a indústria brasileira, posto que esses investimentos inauguraram novas linhas de produção. Pela mesma razão o crescente grau de monopólio não implicou, no começo, o desaparecimento de indústrias menores. Todos beneficiaram-se desse agrupamento (bunching) de investimentos com forte componente de capital estrangeiro. Os salários cresceram até 1959, embora em proporção menor que a produtividade. O mercado de trabalho industrial também se expandiu significativamente, sobretudo na área urbana.

Essas são algumas das razões pelas quais tal estratégia de desenvolvimento não provocou reações imediatas por parte dos movimentos populares nacionalistas. Forte oposição nacionalista ocorreria no princípio dos 60, sob o Presidente João Goulart.

Durante esse período, a concentração de renda não foi acompanhada de redução absoluta da renda real de qualquer segmento da população trabalhadora urbana. Essa concentração era o produto natural (a) de um novo modelo de industrialização num contexto de oferta abundante de força de trabalho e, (b) de uma expansão muito rápida da demanda da força de trabalho de white collars tanto nos setores privados quanto públicos (Oliveira,1977).

A crise começou em 1962-1963. A capacidade de utilização estimada na indústria de bens de capital alcançou 60% no início dos 60. (Reischstul e Goldenstein,1980). No setor da indústria pesada, a relação entre a demanda estimada e a capacidade era abaixo dos 30% nas caldeiras, turbinas elétricas, transformadores, estruturas metálicas e fornalhas horizontais. (CEPAL, 1963). O aumento da produção no setor de bens de capital como um todo caiu de 20% em 1962 para 2.6% em 1963 e diminuiu nos anos subseqüentes (Leff, 1968).

Discute-se se a crise poderia ter sido atenuada por maiores esforços de investimentos por parte do Estado. Os recursos financeiros eram entretanto particularmente escassos. Os déficits orçamentários já tinham alcançado a elevada taxa de 4.2% do PNB em 1963. O crédito externo, necessário em grande escala em virtude dos elevados coeficientes de importação dos investimentos estatais, também não era suficiente. Isso se devia à má vontade ou ceticismo das agências internacionais durante esses anos de inflação alta, de política nacionalista e de agitação política geral no país (Belluzzo e Cardoso de Mello, 1977).

Na indústria de bens de consumo duráveis, os efeitos da diferenciação de produtos e os esforços de promoção de vendas poderiam ter sido potencializados pela decisão do Governo de expandir o crédito ao consumidor. Esse mecanismo foi tentado de maneira tímida, com resultados modestos naqueles anos de recessão. A taxa média de crescimento setorial caiu de 24% em 1955-1962 para 4.1% em 1962-1967.

Os déficits orçamentários, parcialmente devidos à precariedade do sistema financeiro existente, aceleraram o processo inflacionário até quase 100% em 1963-1964 a despeito da diminuição dos salários (Kalil,1973). Por trás desse processo estava a decisão política, por parte do governo nacionalista do presidente Goulart, de não desistir das políticas do desenvolvimento. Portanto, deve-se levar em conta fatores estruturais e conjunturais de ordem econômica e política nas tentativas de explicação da crise de 1962-1967 no Brasil.

Estabeleceu-se um regime autoritário no qual o Congresso e os sindicatos praticamente não atuavam. Entretanto, esse regime não era uma mera ditadura militar. Esse novo regime expressava o crescente poder político, ao nível do Executivo, da grande burguesia industrial associada aos altos escalões da tecnocracia estatal e da alta oficialidade militar.

A meta número um do governo era reduzir a inflação. Apesar da severidade do programa de estabilização – especialmente no que tange à política salarial – os resultados não foram imediatos nem satisfatórios. A produção caiu mas os preços não foram afetados na mesma proporção. A habilidade por parte dos setores oligopolistas, em transferir todos os aumentos de custos para o preço final, foi uma das principais causas da ineficácia da terapia anti-inflacionária ortodoxa (Fishlow, A., 1972).

O MODELO BRASILEIRO

A autonomia do “modelo”

O desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil não pode ser dissociado do desenvolvimento do mundo capitalista. Mas seria ingenuidade pensar que a economia brasileira nada mais é do que o representante local de um sistema global único e que, por isso, conhecendo-se as leis do capitalismo internacional, se conhece as leis do capitalismo no Brasil. Evidências históricas específicas, um resumo das quais foi apresentado na primeira parte, demonstram que no Brasil foi necessária a prévia consolidação do Estado para que a rápida industrialização, incorporando capital estrangeiro, pudesse realizar-se.

Em outras palavras, foi necessário que a organização política das aspirações e forças sociais locais e das condições e potencialidades econômicas específicas, sob a liderança da burguesia, fornecessem o quadro institucional e as motivações para o desenvolvimento. Qualquer que seja a influência dos poderes externos na sua constituição, o Estado nacional expressa a identidade histórica específica de um país.

O desenvolvimento é no Brasil um processo ambivalente. Ele não eliminou o elemento de dominação inerente às relações centro-periferia; ele apenas modificou suas formas e modos de operação. Mas à medida que o desenvolvimento pressupunha a constituição de um sistema local de poder, lutando no plano internacional para o controle de uma riqueza interna crescente, ele trouxe à baila a questão nacional. Para uns, essa questão exprimiu-se em sonhos de futura Grande Potência. Outros preocuparam-se com a subordinação dos esforços produtivos nacionais aos interesses multinacionais.

Ao longo de algumas décadas, gerou-se no Brasil um sistema econômico relativamente autônomo. Sua economia diversificou-se e é, em grande parte, autodeterminada, no sentido de que suas flutuações cíclicas são principalmente explicadas por variáveis endógenas. Mesmo as poderosas tentativas das multinacionais (MN) de adquirir completo domínio da economia são internas ao processo de decisão política brasileiro. Isso é claramente demonstrado por alguns estudos de caso descrevendo as negociações entre o governo, as MN e o capital nacional a respeito de grandes projetos envolvendo decisões estratégicas sobre tecnologia e alocação de recursos (Tavares, J. e Dick, V. M., 1974).

Já no início de 70 a natureza endógena do ciclo foi ressaltada (Singer, P., 1972). Mais recentemente, prestou-se mais atenção aos desequilíbrios setoriais da estrutura industrial, característicos dos países de capitalismo recente. Mais especificamente, essa instabilidade é explicada pela dimensão relativamente pequena das indústrias de bens de capital e bens duráveis. Essas indústrias se caracterizam por altas taxas de crescimento em períodos de expansão geral, seguidas por recessões graves. Nessa ótica, desequilíbrios externos e inflação não são fatores primários das crises. Eles são apenas sintomas de taxas decrescentes de expansão. Quando o ritmo da atividade econômica se desacelera, a luta pela massa decrescente de lucros inflaciona os preços. Recursos não investidos são transferidos ao circuito financeiro. O crédito estrangeiro necessário ao equilíbrio externo torna-se caro (Tavares, M. C. e Belluzzo, L. G. M., 1979).

Essa visão nega a validade tanto da teoria do sub-consumo quanto da sub-poupança, que gozavam de alguma credibilidade na década de 60. De acordo com a primeira, a distribuição desigual de renda induziria fortes investimentos de capital, diminuiria a proporção dos salários no valor adicionado, reforçaria a concentração de capital e finalmente levaria à estagnação, à medida que a demanda contida de bens duráveis fosse satisfeita. O argumento da “insuficiência de poupança” tem sido associado na América Latina à análise da relação capital-produto. Tem-se argumentado que escalas crescentes de produção associadas à substituição de importações envolvem demandas crescentes de capital. Rapidamente chega-se a um ponto no qual tais demandas são incompatíveis com a extensão do mercado. Ambas teorias foram discutidas por Fishlow (1974); a segunda teoria mencionada foi criticada por Tavares e Serra (1972). Para os propósitos desse trabalho, é suficiente mencionar que as taxas de crescimento observadas no período 1968-1973 desautorizam a teoria da estagnação em qualquer de suas versões.

O papel do Estado na economia

A atividade econômica do Estado procura atingir ao mesmo tempo objetivos de dinamização e estabilização na economia como um todo. A participação estatal no total dos investimentos fixos é substancial, crescendo 38% em 1970 para 43% em 1978. Estima-se que 35% da demanda total de bens de capital produzidos localmente em 1975 foi gerada por investimentos públicos (Suzigan, W., 1976). Em 1974, o Estado controlava 68.5% das ações na mineração, 72% na siderúrgica, 96.4% na produção de petróleo e 34.8% na química e petroquímica. O Estado monopoliza o transporte ferroviário, o serviço de telecomunicações, geração e distribuição da energia elétrica e nuclear e outros serviços públicos. Todas essas atividades produtivas têm sido sustentadas pela estrutura financeira não-ortodoxa do Estado. Além de recursos orçamentários, o Estado estimula poupança privada a longo prazo através de benefícios tributários e creditados. O Estado também recolhe poupança forçada para os fundos sociais controlados pelo Governo e manipula enorme quantidade de recursos através do open market, que se mantém ativo pelas altas taxas de correção monetária e juros.

A atividade produtiva do Estado afeta o setor industrial como um todo de quatro maneiras diferentes. Primeiramente, ele gera economias externas que são apropriadas pelo setor privado. Uma pesquisa de 1977, sobre uma amostra de 1261 importantes empresas nos mais variados setores, revelou que os setores produtivos estatais contribuíram com 70% da produção industrial total; as escalas de produção e a intensidade de capital eram mais elevadas no setor público do que no setor privado, mas os lucros no setor produtivo estatal foram bem menores que a média, devido à sua política de preços baixos (Tavares, M. C. e Façanha, I. C., 1977). Em segundo lugar, o Estado atenuou as oscilações do setor de bens de capital através da manutenção da demanda durante os anos de dificuldades. Em terceiro lugar, o Estado teve papel decisivo no emprego e na demanda de bens de consumo, através do seu controle sobre as indústrias de construção. Grandes obras públicas e programas de habitação realizados pelo Estado são instrumentos estratégicos das políticas estabilizadoras do Governo. Em quarto lugar, as transações financeiras estatais remuneram o setor privado e ajudam a manutenção dos retornos privados globais nos anos de crise.

A concentração de renda, o Estado e a industrialização

Conforme foi mencionado antes, a industrialização rápida no contexto brasileiro levou naturalmente à concentração da renda. De 1964 em diante tal tendência foi reforçada por políticas do Governo.

Os salários básicos reais foram fortemente deprimidos. O salário mínimo oficial caiu uniformemente, em termos reais, do índice 100 em 1960 para 52 em 1979 (DIEESE, 1979). Cerca de 60% da força de trabalho assalariada foi diretamente atingida. Os salários médios reais permaneceram constantes de 1963 a 1970 (Wells, 1975); aumentaram um pouco durante o boom e parecem ter decrescido nos últimos anos. De qualquer forma, os salários não incorporaram os enormes ganhos de produtividade gerados nos últimos anos.

A crescente massa de mais valia – ou lucros totais – foi redistribuída segundo linhas determinadas pelas condições de mercado e pelas políticas governamentais beneficiando os estratos de alta renda. Dessa forma, a concentração de renda foi agravada pela escassez de certos profissionais altamente qualificados e pela capacidade quase ilimitada do Governo de comprimir os salários básicos; pelos esforços do Governo em assegurar a lealdade da burocracia pública, das Forças Armadas e dos serviços de segurança, e pela extensa corrupção; pela concentração de capital e propriedade bem como pela exacerbação de uma “ética da selva” nas classes dirigentes, empresariais e na classe média alta.
A história da expansão industrial brasileira é a história de uma série de descontinuidades econômicas. As “leis do mercado” têm sido constantemente desrespeitadas. Controles administrativos do câmbio, altos subsídios e crédito a taxas de juros negativas, períodos de deliberados desequilíbrios monetários e financeiros, controle salarial estrito: esses são alguns dos instrumentos criados para remover as barreiras à acumulação, contra a sabedoria do mercado e os conselhos dos economistas ortodoxos. Mas esse processo espontaneamente arbitrário está subordinado a outro tipo de lógica. A industrialização não foi o produto fortuito de um processo irracional. Essa lógica diferente pode ser percebida na peculiar mecânica de equilíbrio na industrialização brasileira.

No modelo brasileiro, o princípio da equalização da demanda agregada corrente à produção corrente não tem o papel de prima dona absoluta. Ele foi suplantado pelo princípio da equalização dinâmica da capacidade produtiva real à demanda rapidamente crescente. (Tavares, M. C., 1977). A capacidade produtiva real é determinada em grande parte pelos custos financeiros e tecnológicos, independentemente da demanda corrente. Por exemplo, a capacidade de inovação tecnológica a custo marginal praticamente nulo (importação de equipamento usado) e a disponibilidade de capital de giro a juros negativos foram os principais responsáveis pelos investimentos iniciais nos setores modernos. Incentivos fiscais também foram um fator importante nas decisões de investir. Previsões de consumo, por outro lado, não partem da premissa da estabilidade das condições correntes. A probabilidade de mudanças de parâmetros estruturais da economia a curto e médio prazo são também levadas em conta.

Níveis tão elevados de ociosidade como os que têm sido observados nos setores de ponta no Brasil teriam sido catastróficos em economias maduras, de crescimento lento. Aqui, excesso de capacidade é reabsorvido a médio prazo por forças dinâmicas operando na economia. Primeiramente, taxas positivas de crescimento (mesmo durante crises), acompanhadas por rápida concentração de renda, abrem perspectivas suficientemente favoráveis para as indústrias de bens duráveis, de modo a justificar grandes investimentos, mesmo se a demanda corrente for insuficiente. Em segundo lugar, a valorização de recursos de crédito e/ou a criação de novos instrumentos de crédito, num mercado financeiro sob o impacto das intervenções do Governo, pode causar uma repentina expansão do mercado nos setores “estratégicos” ameaçados. Em terceiro lugar, os investimentos estatais operam como uma variável relativamente independente no mercado de bens de capital. É verdade que o gasto de capital do governo não é contínuo em relação às indústrias individuais. Setores distintos são ativados em momentos diversos. Mas o impacto global dos investimentos estatais é muito grande e permanente. Esses investimentos não são apenas medidas paliativas, empregadas neste ou naquele momento. Eles são componentes essenciais do complexo mecanismo de crescimento em todas as suas fases.

A expansão das multinacionais

Os dados disponíveis demonstram que a penetração das multinacionais é maciça e economicamente abrangente. As multinacionais cresceram mais rapidamente que o resto da economia durante o boom, e parecem ter mantido sua posição em anos recentes. Seu poder é potencializado pelo seu caráter oligopólico e pela sua superioridade tecnológica. O relatório da comissão de Inquérito sobre Multinacionais do Senado dos Estados Unidos (1975) demonstra que “com quase metade da indústria sob controle estrangeiro, o comportamento das multinacionais é um determinante crítico da performance da economia brasileira. Além do mais, como muitas firmas estrangeiras são oligopolistas, a desnacionalização está ligada à concentração do mercado de produtos. Concentração de mercado confere poderes adicionais às multinacionais, liberadas da disciplina imposta pela competição” (Newfarmer e Muller, 1975).

O peso da capital local diminui em comparação ao das empresas estatais e multinacionais, tanto em termos de tamanho das empresas como da proporção de participação no patrimônio total. De 1966 a 1972, o número de indústrias privadas brasileiras constante da lista das 300 firmas mais importantes (de acordo com a magnitude do capital) caiu de 156 para 139. O capital das companhias brasileiras incluídas na lista das 300 caiu de 36% em 1966 para 28% em 1972. Nada indica que essa tendência tenha sido invertida após 1972. Na realidade, tanto as companhias estatais quanto as multinacionais mantiveram altas taxas de investimentos através da década. Um relatório do Ministério do Planejamento revela que entre 1970 e 1977 o capital dos empreendimentos públicos como um todo aumentou de 47.5% para 53.3% do total de uma amostra de 1069 firmas. A média anual dos investimentos multinacionais quase triplicou de 1969-1973 a 1974-1978 (Relatório do Banco Central).

Ninguém discute o impacto positivo das multinacionais do ângulo da industrialização brasileira. Mas o impacto global do capital estrangeiro é avaliado de maneiras muito diversas. A burguesia local sempre foi favorável a investimentos estrangeiros diretos no país, como um modo de incorporação de tecnologia avançada. Pesquisas empíricas não detectaram nenhum componente nacionalista significativo na ideologia empresarial local (Cardoso, 1972; Diniz e Boschi, 1978). Entretanto, muitas vozes, dentro e fora dos aparelhos de Estado, clamam por um controle mais efetivo sobre as multinacionais no país, e por negociações mais duras com elas. A oposição popular denuncia os altos custos sociais do desenvolvimento, e chama a atenção para a alienação cultural e econômica do país. Mas as esperanças baseadas na ação política de uma burguesia nacional progressista parecem ter desaparecido.
O campo e as cidades: o reverso da medalha

Os efeitos desse estilo de industrialização no setor agrícola são complexos e ambíguos. Estimulados pelas políticas de taxação, preços mínimos e créditos subsidiados do Governo, as exportações primárias retomaram o fôlego. Nos setores afetados pelo boom de exportação, o uso de máquinas agrícolas e outros insumos modernizou os métodos de cultivo, principalmente nos estados mais ricos do Centro e Sul. A produção de culturas de subsistência (arroz, feijão, mandioca e batatas) foi substituída e cresceu pouco ou declinou na última década.

A capitalização das propriedades médias e grandes nas regiões Sul e Central implicou a extensão da legislação trabalhista às áreas rurais. Isso foi feito indiscriminadamente desde o início dos anos 60. Em conseqüência os colonos foram expulsos das fazendas. Destes, parte emigrou para as cidades e parte permaneceu nas cidades pequenas, trabalhando a terra como assalariados temporários (bóias frias).

Os trabalhadores empregados estavelmente são relativamente poucos. Eles trabalham nas grandes fazendas, realizando uma série de serviços na entressafra. Embora o número de bóias frias e assalariados permanentes tenham aumentado, a unidade familiar (pequenos proprietários e parceiros) ainda predomina no país.
A capitalização da agricultura ocorreu apenas em algumas poucas áreas próximas de centros industriais. Com exceção desse fenômeno, a economia rural não foi afetada substancialmente pela industrialização. A renda monetária dos assalariados rurais é apenas 60% do salário mínimo oficial do Rio de Janeiro (Bacha, 1976). A política local ainda se baseia no clientelismo local. Essas estruturas têm sido funcionais para o desenvolvimento brasileiro (Paiva, 1966). A baixa produtividade da maioria das culturas é compensada por mão-de-obra extremamente barata o que se torna possível pela persistência de ampla agricultura de subsistência. A estabilidade a longo prazo dos preços setoriais relativos beneficia o setor industrial, onde a produtividade cresce rapidamente (Silva, 1977).

Já que não existem pressões fortes para a capitalização da terra, e já que o binômio minifúndio-latifúndio tem sido um fator de estabilidade política no campo, as estruturas de economia rural persistem. O crédito público, as políticas fiscais e de reforma agrária (distribuição de terras) beneficiam os grandes proprietários e negligenciam os pequenos, contribuindo portanto para a manutenção do status-quo.

Uma situação global desta natureza gera tensões crescentes à medida que a economia se desenvolve. Em primeiro lugar, as tensões sociais nas cidades se agravam pelo fluxo migratório e a falta de trabalho nas indústrias. Em segundo lugar, a especulação imobiliária aumenta à medida em que a fronteira agrícola se expande. Sérios conflitos se multiplicam por todo o país entre os posseiros e os agentes dos grupos econômicos invasores.

As cidades resumem o país. Trabalhadores industriais, empregados domésticos, desempregados, semi-empregados, todos eles fazem parte de uma imensa, sempre crescente massa de pessoas dentro e ao redor das cidades. Eles não constituem grupos sociais em transição, como pretendem alguns. Expressam a peculiar combinação de condições pré-capitalistas e de condições capitalistas altamente desenvolvidas na formação histórica brasileira. Nesse tipo de formação, a mobilidade social vertical é ilusória: a pobreza urbana nada mais é do que a reciclagem da indigência rural.

A taxa ponderada de desemprego nas quatro maiores cidades industrias do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre) era de 6.4% em maio de 1980, para a população acima de 15 anos. A taxa de semi-empregados – os que trabalham menos do que as horas regulamentares por semana ou os que ganham menos do que um salário mínimo por mês – é mais ou menos a mesma (IBGE). A população das áreas urbanas de São Paulo e do Rio de Janeiro tem aumentado a uma taxa de 4.5% anualmente na última década. A população total aumentou cerca de 2.9% no mesmo período. O crescimento do mercado de trabalho no país foi de 7.3% em média em 72-73 e 2.3% de 74 a 79 (IBGE). Essas cifras sugerem uma tendência de expansão do “setor marginal” sempre que o crescimento industrial seja menos que 7-8% por ano.
A internacionalização da economia brasileira não implicou em estagnação econômica. Pelo contrário, essa foi a forma que assumiu a rápida acumulação de capital no país. Também não é certo que esse fenômeno tenha levado à completa submissão às multinacionais ou a governos estrangeiros. Operou aí um tipo de dialética: a internacionalização acompanhou-se do fortalecimento de interesses locais (senão nacionais). A análise das tendências mais recentes, realizada na última seção, sugere a possibilidade de alteração desse processo.

Historicamente, no Brasil, uma estrutura industrial moderna diversificada ligou-se a um mercado interno previamente em expansão. Essa formação particular tornou-se um sistema (relativamente) independente e competitivo no contexto internacional. Á medida em que os interesses internacionais no país cresceram, e a economia local se tornou mais e mais integrada à economia internacional, a margem de pressões arbitrárias por parte de interesses estrangeiros diminui. Perguntando há algum tempo atrás, sobre a dívida externa, um ministro do atual governo sorriu: “Deveríamos nos preocupar se devêssemos pouco. Como devemos muito, os credores é que devem preocupar-se”.
No contexto do capitalismo selvagem brasileiro, o Estado tende a desligar-se de interesses excessivamente particulares. Isso não se deve às virtudes cívicas das autoridades. A autonomia relativa do Estado é reforçada pela impossibilidade de atender às demandas de todos. A luta entre corporações pelos favores do Estado é selvagem. Os conflitos urbanos e industriais são agudos. Nesse contexto, um Estado forte e relativamente independente é a contrapartida, não de uma “sociedade frouxamente organizada”, mas de uma sociedade extremamente competitiva. O Estado brasileiro não é um simples serviçal deste ou daquele grupo específico. Ele é o fulcro de uma ordem normativa que reflete, através de mediações ideológicas complexas, os interesses a longo prazo das classes dominantes como um todo.
Claro está que o capitalismo não se desenvolverá num vácuo político. Não é necessário, neste passo, muito realismo para prever-se tensões agudas no curso dos próximos anos: mas essa previsão não se baseia tanto nos problemas da economia – visto que não se justificam, empírica ou teoricamente, passagens imediatas de um plano a outro – como na constatação de que, ocorrendo tais problemas, o sistema político não se tem mostrado capaz de absorvê-los e solucioná-los em termos nacionais.

USP

Economia e Desenvolvimento – Os países mais e menos desenvolvidos do mundo em 2019



A constatação é da edição 2019 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), produzido anualmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
O relatório traz à tona dados alarmantes sobre o estado da desigualdade no mundo hoje. Revelou, ainda, que a distribuição desigual em educação, saúde e padrão de vida freou o progresso de vários países: 20% dos avanços feitos nos últimos anos se perderam no ano passado.

Na expectativa de vida, por exemplo, 17% das crianças nascidas no ano 2000 em países de baixo desenvolvimento vão morrer antes dos 20 anos contra apenas 1% nos países desenvolvidos. Em igualdade de gênero, revelou que, no ritmo atual, serão necessários 202 anos para fechar a lacuna existente entre os homens e as mulheres.
Há, ainda, o ranking do desenvolvimento, que avalia 189 lugares, entre países e territórios, e mostra quais são os mais e menos desenvolvidos do mundo de acordo com a média dos avanços feitos em três dimensões: expectativa de vida, educação e renda per capita. Com os resultados, é calculado o IDH. Quanto mais próxima de 1 a pontuação, mais desenvolvido é o local.

Na edição 2019 do ranking do desenvolvimento, poucas novidades. Entre os mais desenvolvidos, o território de Hong Kong subiu uma posição na comparação com a análise anterior, da 6ª colocação para a 5ª, posição antes ocupada pela Austrália.

Estados Unidos e Reino Unido estão na mesma posição, que é, ainda, a mesma registrada no ano passado, a 15ª, o que o índice coloca como estagnação. Já entre os menos desenvolvidos, a lista é composta por países africanos.

Veja abaixo o ranking dos países mais desenvolvidos e, em seguida, os menos desenvolvidos.

Os países mais desenvolvidos do mundo em 2019
1 – Noruega (IDH 0,954)

2 – Suíça (IDH 0,946)

3 – Irlanda (IDH 0,942)

4 – Alemanha (IDH 0,939)

4 – Hong Kong (IDH 0,939)

6 – Austrália (IDH 0,938)

6 – Islândia (IDH 0,938)

8 – Suécia (IDH 0,937)

9 – Singapura (IDH 0,935)
10 – Holanda (IDH 0,933)

11 – Dinamarca (IDH 0,930)

12 – Finlândia (IDH 0,925)

13 – Canadá (IDH 0,922)

14 – Nova Zelândia (IDH 0,921)

15 – Reino Unido (IDH 0,920)

15 – Estados Unidos (IDH 0,920)

Os países menos desenvolvidos do mundo em 2019
188 – Níger (IDH 0,377)

188 – República Centro-Africana (IDH 0,381)

187 – Chade (IDH 0,401)

186 – Sudão do Sul (IDH 0,413)

185 – Burundi (IDH 0,423)

184 – Mali (IDH 0,427)

182 – Eritréia (IDH 0,434)

182 – Burkina Faso (IDH 0,434)

181 – Serra Leoa (IDH 0,438)

180 – Moçambique (IDH 0,0446)

Capitalismo Selvagem na Rússia – Os Bilionários Russos


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De acordo com o novo ranking anual dos bilionários da Rússia, juntos, os empresários têm US$ 485 bilhões. Além disso, o número de bilionários no país aumentou de 96 para 106.
Aqui, mostramos os dez homens mais ricos da Rússia, segundo a “Forbes”. Quase todos mantêm ativos e propriedades no exterior.

1. Vladímir Lisin, 61 anos (US$ 19,1 bilhões)
O proprietário da quarta maior empresa privada russa, a Novolipetsk Steel, especializada na produção de aço, ocupava a terceira posição em 2017. Ele também é diretor da União de Tiro da Rússia e vice-presidente da Federação Internacional de Tiro Esportivo. É proprietário de uma mansão na Escócia, onde gosta de caçar.
Outro magnata de aço, dono da empresa de mineração Severtstal e acionista da empresa de turismo alemã TUI Group. Em 2017, Aleksêi Mordachov também ocupou o segundo lugar no ranking. É proprietário da produtora de ouro NordGold e da Power Machines, uma empresa global de engenharia.
Coproprietário da maior empresa privada de extração de gás natural da Rússia, a Novatek, caiu neste ano do primeiro para o terceiro lugar na lista. Mikhelson tem participação na holding Sibir, do setor petroquímico. Filho de um construtor, ele começou como capataz na construção de um gasoduto.
Vagit Alekperov, 67 anos (US$ 16,4 bilhões)
Nascido na capital do Azerbaijão parte de uma família no setor petrolífero, Vagit Alekperov é o principal magnata do petróleo na Rússia. É dono da Lukoil, a companhia que em março deste ano ultrapassou a Rosneft e a Gazprom por capitalização de mercado, atingindo US$ 58 bilhões, segundo a “Forbes”.
Alekperov é coproprietário do estaleiro Heesen Yachts Dutch, onde seu iate de 70 metros “Galactica Super Nova” foi construído em 2016. Outro empreendimento do presidente da Lukoil é o International Numismatic Club Museum em Moscou, que ele abriu em 2016.

5. Gennádi Timtchenko, 65 anos (US$ 16 bilhões)
Amigo do presidente russo e dono do grupo de investimento privado Volga Group, Gennádi Timtchenko, foi incluído na lista das sanções dos Estados Unidos e da UE em 2016. Juntamente com a esposa, ele é proprietário de uma fundação de caridade e também preside a diretoria da Liga Continental de Hóquei.
Seu cachorro, Roni, é cria do labrador-retriever Koni, de Vladímir Pútin.
6. Vladímir Potánin, 57 anos (US $ 15,9 bilhões)
Se você já esteve em Sôtchi, provavelmente conhece a estação de esqui Rosa Khútor. Vladímir Potanin é o empresário que investiu US$ 141 milhões na construção desse resort. É proprietáiro de 30% da empresa Nornickel, uma das maiores produtoras de níquel, paládio e cobre do mundo. Fã de hóquei, ele investe muito em esportes, cultura e educação – cerca de US$ 10 milhões por ano, segundo a “Forbes”.

7. Andrêi Melnitchenko, 46 anos (US$ 15,5 bilhões)
O industrial Andrêi Melnitchenko tem participação majoritária na fábrica de fertilizantes EuroChem, na de carvão térmico SUEK e na energética Siberian Generating.
Ele abriu o primeiro empreendimento – uma casa de câmbio no dormitório da Universidade Estatal de Moscou – no início da década de 1990. Hoje, mora em um iate de US$ 500 milhões, considerado o maior iate privado do mundo.
Como muitos outros bilionários, Melnichenko tem uma coleção de arte impressionista e gasta parte de sua fortuna em caridade. Segundo a “Forbes”, na última década o empresário gastou US$ 400 milhões em filantropia.

8. Mikhail Fridman, 53 anos (US$ 15,1 bilhões)
Mikhail Fridman é fundador de um dos maiores bancos privados da Rússia, o Alfa Bank, e começou a vida vendendo ingressos de teatro e organizando shows e festas na universidade.
Hoje, ele é o principal proprietário do Alfa Group, que inclui o banco Alfa Bank, a companhia de seguros AlfaInsurance e a rede de supermercados X5 Retail Group, além de ser o proprietário da LetterOne, empresa de investimentos sediada em Luxemburgo.
Fridman tem cidadania israelense, mas passa a maior parte do tempo em Londres. Em 2016, ele comprou uma mansão abandonada no norte de Londres: a Athlone House foi comprada por 65 milhões de libras esterlinas, e após restaurada e reformada pelo novo proprietário, seu preço subiu para 130 milhões.

9. Víktor Vekselberg, 61 anos (US$ 14,4 bilhões)
Viktor Vekselberg, um dos oligarcas russos que foram incluídos na lista de sanções dos Estados Unidos, fez fortuna na Rússia com alumínio e petróleo e graças a sua empresa de investimentos Renova.
Hoje, a maior parte de sua riqueza fica fora do país: ele tem participação de 40% na Oerlikon, um conglomerado de tecnologia suíço, e de 57% na Sulzer, empresa suíça de engenharia industrial e manufatura.
Vekselberg também é presidente do principal centro de inovação da Rússia, a Fundação Skôlkovo, e proprietário da maior coleção de ovos Fabergé.

10. Alicher Usmanov (US$ 12,5 bilhões)
Proprietário de um dos maiores impérios de negócios da Rússia, a USM Holdings, que inclui a holding de exploração e mineração Metalloinvest, a Baikal Mining Company, uma das principais operadoras de telefonia russas Megafon, e até o clube de futebol inglês Arsenal, Usmanov caiu do quinto para o décimo lugar no ranking da Forbes.
Desde 2008, Usmanov também é presidente da Federação Internacional de Esgrima (IFE) e investe muito na promoção do esporte.