República – Qual a função de um ministro?


Os ministros têm como principal função desenvolver ações de orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades das áreas de suas competências, além de referendar os atos assinados pelo presidente, assinando-os também para se responsabilizar por eles, e expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos. Entre outras atribuições estabelecidas na Constituição e nas leis, compete aos ministros apresentar ao presidente da República o relatório anual de sua gestão no ministério e praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas. A indicação de ministros é feita pelo presidente da República com base em critérios políticos , de modo a fazer acomodações na base de sustentação do governo. Entretanto, isso não exclui a possibilidade de, em alguns momentos, ser utilizado um critério exclusivamente técnico para a escolha do ministro. Um pouco de história sobre os ministérios É curioso observar os fatores que orientam a criação de ministérios. Entre eles, encontram-se principalmente, elementos de ordem prática e política, determinados pela época histórica. Mas os ministérios também podem ser criados em função de necessidades ou demandas sociais, e até mesmo para favorecer aliados políticos. Exemplos certamente deixarão mais claro o que se quer dizer aqui.
O Ministério da Justiça, por exemplo, foi o primeiro ministério do Brasil. Ele se originou ainda na administração portuguesa, quando, em 1643, o rei dom João 4º estabeleceu a Secretaria de Estado das Mercês. Esta evoluiu ao longo de quase um século e recebeu a denominação de Secretaria de Estado de Negócio do Reino. Esta, com a Independência (1822), tornou-se Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça e, após a proclamação da República, em 1891, Ministério da Justiça e dos Negócios Interiores. Finalmente, em 1967, recebeu a designação atual. Não se pode deixar de mencionar que, a alteração de denominações, foi acompanhada por mudança de atribuições de acordo com a evolução sociedade e de seu ordenamento jurídico. Ministério da Defesa Da mesma maneira, o atual Ministério da Defesa é resultado de um longo processo histórico cujo início data ainda da administração portuguesa: em 1736, dom João 5º criou duas secretarias de Estado: a da Marinha e Domínios Ultramarinos e a dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Elas são a origem dos ministérios da Marinha e do Exército.
Em 1941, uma nova força armada se junta às anteriores, com a criação do Ministério da Aeronáutica. Em 2003, com a intenção de unificar o comando das Forças Armadas e torná-las mais diretamente subordinadas ao presidente da República – que é seu comandante-em-chefe, de acordo com a Constituição – os três ministérios transformaram-se no Ministério da Defesa, subdividido em três comandos: da Marinha, do exército e da Aeronáutica.
Com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, foram criados novos ministérios, como o Ministério das Cidades e o Ministério do Turismo. Também foram criadas secretarias de Estado, cujos chefes têm status de ministro. É o caso, por exemplo, das secretarias especiais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, de Políticas para as Mulheres, e dos Direitos Humanos. As três secretarias atendem, em certa medida, demandas sociais: já que a discriminação por raça ou gênero, ou a tortura e escravidão são problemas que a sociedade brasileira decidiu enfrentar ao longo dos anos 90 e na virada do século.
Ao mesmo tempo, essas graves questões sociais faziam parte do programa de reformas da sociedade brasileira proposto pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a que o presidente é filiado. Nesses casos, existe, portanto, uma coincidência entre as aspirações sociais e a plataforma política do partido que chegou ao poder.
Casuísmos Não é o mesmo caso o da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, também criada em 2003, a qual não encontra uma justificação sólida para sua criação e manutenção. A pesca está longe de ser uma das principais atividades econômicas brasileiras e a atuação da Secretaria, ao menos no primeiro mandato de Lula, não chegou a aumentar significativamente seus resultados.

O Veículo Aéreo não Tipulado



Também conhecido como aeronave remotamente pilotada (ARP) ou ainda drone (do Inglês, zangão), é todo e qualquer tipo de aeronave que pode ser controlada nos 3 eixos e que não necessite de pilotos embarcados para ser guiada (DECEA, 2010). Estes tipos de aeronaves são controladas à distância por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão de humanos, ou mesmo sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (CLP).
O primeiro uso de veículos aéreos não tripulados foi em julho de 1849 através de balões por forças austríacas contra a cidade de Veneza. Durante a Primeira Guerra Mundial também foram desenvolvidas variações de aviões autônomos controlados por rádio, o ator Reginald Denny criou uma empresa de aviões radio-controlados na década de 1930, vários aviões rádio-controlados foram usados na Segunda Guerra Mundial, em 1951 foi desenvolvido o Ryan Firebee, durante a Guerra Fria inúmeros VANTs foram construídos principalmente para missões de espionagem, com a miniaturização das tecnologias, voltaram a ser usados em larga escala durante a Guerra do Golfo.
Os drones foram idealizados para fins militares tendo sido inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio-controlados. Estas máquinas voadoras foram concebidas, projetadas e construídas para serem usadas em missões tradicionalmente de elevado risco para humanos, nas áreas de inteligência militar, apoio e controle de tiro de artilharia, apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, controle de mísseis de cruzeiro, atividades de patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras, atividades de busca e resgate, entre outras. Eles são muitas vezes preferidos para missões que são “maçantes ou perigosas” para aviões tripulados como policiamento e combate a incêndios, e com a segurança não militar, como a vigilância de dutos.
Atualmente, o desenvolvimento de pesquisas e fabricação de VANT são realizadas e estimuladas, principalmente, por militares estadunidenses, pelas Forças Armadas de Israel. Os drones são, há vários anos, um dos principais instrumentos da estratégia militar dos Estados Unidos, mas 51 Estados já possuem esta tecnologia.
Segundo relatórios do Bureau of Investigative Journalism (BIJ), sediado em Londres, entre 2 629 e 3 461 pessoas foram mortas desde 2004 no Paquistão, por ataques de drones da CIA e DoD. Entre as vítimas, calcula-se que 475 a 891 eram civis. Nas últimas décadas, os drones foram usados sobretudo no Kosovo, no Tchad, e também nos ataques americanos ao Paquistão e contra a pirataria marítima.
Estima-se que de 2008 a 2012, os Estados Unidos tenham realizado 145 ataques na Líbia, 48 no Iraque e mais de 1 000 no Afeganistão utilizando drones. Os militares britânicos a partir de julho de 2013 lançaram ao Afeganistão 299 drones em suas ofensivas.
Em 24 de janeiro de 2012, a Organização das Nações Unidas lançou um projeto denominado Naming the Dead (“Dando nome aos Mortos”), com a finalidade de investigar a morte de civis e militantes por 25 ataques de drones americanos no Paquistão, no Iêmen, na Somália, no Afeganistão e nos Territórios Palestinos. A investigação é uma resposta a denúncias sobre a morte de civis, inclusive crianças, durante ataques de drones no Iêmen.De acordo com o relator especial da ONU sobre a proteção dos direitos humanos no combate ao terrorismo, “o aumento exponencial do uso da tecnologia dos drones em diversas situações representa um verdadeiro desafio para o direito internacional atual”. Segundo dados oficiais, os drones Predator e Reaper dispararam 506 mísseis em 2012, no Afeganistão, contra 294 em 2011 – um aumento de 72% – embora o total de ataques aéreos americanos tenha diminuído 25%, no mesmo período.
Em 12 de dezembro de 2013, 16 civis foram mortos e 10 ficaram feridos em um ataque no Iêmen na província de Al-Baida, onde foram confundidos com membros da Al-Qaeda quando participavam de duas procissões de casamento separadamente.
Um drone consegue captar melhores ângulos para fotos e filmagens mantendo a câmara estável por mais tempo facilitando também por conseguinte a produção de vídeo. Estas valências técnicas faz com que também sejam usados por emissoras de TV, diminuindo o custo em suas filmagens aéreas, considerando que as emissoras televisivas ainda utilizam amiúde o helicóptero.
A tecnologia dos drones pode ser utilizada em resgates em locais de difíceis acessos, áreas de desastres (alagamentos, desmoronamentos, desabamento, incêndios, construções interditadas, etc), pois tais dispositivos transmitem imagens e vídeo em tempo real contribuindo assim para o sucesso das equipes de resgate. Os drones também são usados para monitorar pessoas,como para evitar ataques ou mesmo casos de vandalismo. Está ainda em testes a utilização de drones para entrega de mercadorias e encomendas. Uma das empresas que está testando esta possibilidade é a Amazon.
Brasil
O primeiro VANT de que se tem registro no Brasil foi o BQM1BR, fabricado pela extinta CBT (Companhia Brasileira de Tratores), de propulsão a jato. Esse protótipo serviria como alvo aéreo e realizou um voo em 1983. Outro VANT de que se tem conhecimento é o Gralha Azul, produzido pela Embravant. A aeronave possui mais de 4 metros de envergadura, com autonomia para até 3 horas de voo. Os dois primeiros protótipos do Gralha Azul realizaram vários ensaios em voo, operando com rádio-controle.
Em 1996, o CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer) iniciou o Projeto Aurora, com o objetivo de desenvolver VANTs. Seriam dirigíveis usados em diversas áreas: segurança pública, monitoramento ambiental e de trânsito, levantamentos agrícolas, telecomunicações, etc. As forças armadas brasileiras pretendem utilizar dirigíveis híbridos na vigilância das fronteiras e do mar territorial, para garantir a segurança da Amazônia Verde e da Amazônia Azul.
A partir do ano 2000, os VANTs para uso civil começaram a ganhar força no mercado. Foi quando surgiu o Projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida), desenvolvido numa parceria do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), especialmente para utilização em agricultura de precisão. O projeto deu origem, em abril de 2005, ao primeiro VANT de asa fixa desenvolvido com tecnologia 100% brasileira, cujo desenho industrial foi patenteado pela EMBRAPA. A empresa AGX faz uso deste modelo e continua desenvolvendo novos VANTs para o setor elétrico, de meio ambiente, segurança pública e defesa.

Mega Revolução Tecnológica



ENIAC: o primeiro computador do mundo
Sigla para Electronic Numerical Integrator Analyzer and Computer, foi o primeiro computador eletrônico de grande escala, desenvolvido pelos cientistas norte-americanos John Eckert e John Mauchly em 1946, durante a Segunda Guerra Mundial, sendo gastos 500 mil doláres para sua construção.
Criado a pedido do exército dos EUA, foi com o seu lançamento que ocorreu a revolução no mundo da computação. Ele tinha capacidade de processamento de 5 mil operações por segundo e possuía mais de 17 mil válvulas termiônicas com 160W de potência.
O computador era tão grande que era necessário uma sala inteira para a sua instalação, pesando 30 toneladas e ocupava 180m². Seu sistema operacional funcionava através de uma equipe de funcionários do exército, com o objetivo de cálculos precisos para trajetórias táticas que seriam percorridas.
Os primeiros computadores pessoais
Foi Steve Jobs o precursor dos primeiros computadores pessoais do mundo, a partir da década de 70. Com o intuito de facilitar as funcionalidades dos computadores tradicionais da época, ele fundou a Apple e lançou em 1976 o Apple I, montado a mão com um pequeno monitor gráfico e um teclado. Anos depois, seguindo a mesma ideia, surgiu o Apple II em 1979.
Os computadores Lisa (1983) e Macintosh (1984) foram os primeiros a utilizar o mouse e possuir a interface gráfica com mais qualidade, com pastas, menus e área de trabalho. Eles foram vendidos ao redor do mundo com um enorme sucesso.
Microsoft: o pioneiro dos sistemas operacionais
No final dos anos 70, Bill Gates fundou a Microsoft que também começou a desenvolver computadores pessoais. No início, Gates utilizou ideias de outras máquinas para construir suas próprias, desenvolvendo um dos primeiros e mais bem sucedidos sistemas operacionais, o MS-DOS, muito perto dos desenvolvidos por Steve Jobs.
Por isso, Bill Gates criou uma parceria com Jobs, copiando toda a tecnologia gráfica da Macintosh para um novo sistema operacional: o Windows. Assim, em meados dos anos 80, a empresa se tornou líder do mercado de computadores pessoais.
A Internet
A primeira rede mundial de computadores foi a World Wide Web, criada em 1992 pelo cientista Tim Berners-Lee. As suas siglas WWW foram utilizadas anos depois para a identificação do navegador da internet.
Ele também foi criador do HTML, uma linguagem de programação usada na criação de sites, e do HTTP, protocolo que estabelece as conexões da internet para o mundo inteiro.
Após a sua criação, a difusão da rede foi enorme. Em 1993, foi anunciado que a internet seria pública e isenta de taxas para usar e criar qualquer tipo de projeto online, disponibilizando o acesso para os usuários em geral com a criação de comunidades e interação entre as pessoas. Hoje, a internet tem mais de 250 milhões de usuários no mundo inteiro.
As redes sociais
A chegada das redes sociais revolucionaram o modo como as pessoas se relacionam e se comunicam. O ano de 2004 é o marco da popularidade das redes sociais como Orkut, Google, Facebook, Youtube e Myspace. A criação de Mark Zuckerberg, o Facebook, assumiu a liderança em nível global e hoje conta com mais de 2,3 bilhões de usuários.
O Youtube, em 2005, trouxe uma plataforma com uma solução definitiva para produzir, editar, compartilhar e disponibilizar vídeos. Com mais de 1 bilhão de usuários, a rede social abriu as portas para novas profissões e uma nova forma de consumir conteúdos.
O Twitter, criado em 2006, padronizou um estilo de microblogs para o compartilhamento de conteúdo de forma rápida e um alto alcance, com limite de caracteres por postagem. A rede conta com mais de 326 milhões de usuários ativos.
Outras plataformas célebres que merecem ser citadas são o Instagram, Whatsapp, Pinterest, Skype, LinkedIn entre outros.

Os smartphones
O pioneiro dos smartphones (celulares com tecnologias avançadas) é o BlackBerry 5810 nos anos 2000. Ele reunia telefone e organizador pessoal em um só lugar, podendo enviar mensagens, receber ligações, fazer anotações e ouvir músicas.
Durante anos, BlackBerry e Nokia dominaram o mercado até o lançamento do iPhone pela Apple em 2007. O iPhone combinava novas funcionalidades aos celulares além de receber ligações.
Com ele foi possível utilizá-lo com função multitoque, downloads de aplicativos, assistentes de voz (Siri) e um novo sistema operacional IOS.
A Inteligência Artificial
O termo “inteligência artificial” foi criado em 1956, mas foi popularizado apenas nos dias de hoje graças ao crescente volume de dados disponíveis, algoritmos e armazenamentos computacionais.
O sucesso inicial prosseguiu com o General Problem Solver (Solucionador de Problemas Gerais) ou GPS, desenvolvido por Newell e Simon. O GPS é considerado o primeiro programa a implantar a ideologia de “pensar de forma humana”.
Com ajuda da Internet das Coisas, Big Data, Machine Learning, Business Intelligence e outras, o IA tornou informações acessíveis e automatizou processos que hoje são usados para diversos campos, como na ciência e tecnologia.
Um exemplo são os carros autônomos e drones que transportam pessoas, que já estão sendo criados pela Tesla e Google, sem precisar da interferência humana.
Nos dias atuais, a IA evoluiu para fornecer muitos benefícios às indústrias. Graças à influência da inteligência artificial, as empresas já conseguem programar avisos em seu softwares, cadastrar produtos, gerar relatórios, fazendo que o sistema emita alertas automáticos quando há informações novas.

Automação industrial
A partir da implantação do Lean Manufacturing, a automação industrial se tornou presente em diversos processos nos chãos de fábrica, principalmente nas linhas de produção com máquinas autônomas.
Foi através do Sistema Toyota de Produção que surgiu no Japão nos anos 50 pela empresa automotiva Toyota. Nesta época, a indústria japonesa sofria de produtividade muito baixa e falta de recursos, sendo um problema que Toyoda Sakichi quis solucionar, aumentando a eficiência da produção e reduzindo desperdícios.
Hoje ele tornou-se conhecido no mundo todo graças ao best seller “A máquina que mudou o mundo”, no qual são descritos os aspectos que levaram o sucesso da produção da Toyota. Nos anos 80, ele foi implantando em toda a América Latina devido a fábrica da Toyota e Generals motors ter sido construída.
Carros elétricos
Carros elétricos já são uma realidade em vários lugares do mundo, principalmente no Vale do Silício, onde é comum vê-los sendo recarregados na frente das casas. Porém, a invenção de veículos elétricos começou em 1828, e o primeiro veículo elétrico foi construído por Thomas Davenport em 1835.
Grandes marcas automotivas já apostam o uso de veículos movidos a bateria como o meio de locomoção do futuro:
• BMW anunciou que a partir de 2025 só farão carros elétricos.
• Toyota pretende para de vender carros movidos a gasolina até 2050.
• Tesla só produz carros movidos à bateria, sendo que a empresa em 2016 já valia 60% do valor de mercado das centenárias Ford e GM.

A Robótica
No início do século XX, surgiu a necessidade de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos. Por isso, a implantação de robôs industriais surgiu com o intuito de facilitar o trabalho humano e acelerar processos.
O pai da robótica industrial foi George Devol, responsável pela criação do primeiro robô de materiais empregado no trabalho de produção, chamado de Unimate. As primeiras patentes de máquinas transportadoras pertenceram ao inventor, robôs primitivos que removiam objetos de um local para outro.

DESTINO OU ACASO?



A maioria das pessoas tende a desconfiar de coincidências: quando um amigo liga no instante exato em que estamos pensando nele, quando uma pessoa tem um sonho premonitório e não embarca num avião que acaba caindo, ou quando uma oportunidade fantástica aparece no momento em que estamos de saco cheio do emprego atual – obviamente há “algo mais” por trás disso, seja transmissão de pensamento ou a mão do destino, certo?
Bom, quem sabe? Talvez. Mas acontece que nem o destino, nem o paranormal são necessários para explicar até mesmo as coincidências mais extraordinárias, do tipo “uma chance em um milhão”. Para isso, basta apenas o bom e velho acaso. A aura mística que parece envolver os eventos fortuitos é provocada pela inclinação, muito humana, de enxergar padrões onde não existe nenhum – como ver faces nas nuvens – e pelo fato de que, em geral, somos péssimos em avaliar probabilidades.
A incompetência da intuição humana, desarmada, para lidar com questões de chance e acaso é uma das razões pelas quais tivemos de inventar a teoria das probabilidades e a estatística: para corrigir as impressões erradas que acabamos formando quando seguimos cegamente a nossas impressões subjetivas sobre o normal e o extraordinário.
Uma das falhas da intuição é que ela ignora o tanto de vezes em que nada acontece: por exemplo, o número de pessoas que têm medo de avião, sofrem com sonhos “premonitórios” na véspera do voo, causados pelo estresse da antecipação, desistem de voar – e o avião não cai. Essas pessoas, afinal, não têm incentivo nenhum para procurar a mídia (é possível que elas se sintam até um pouco embaraçadas), ao contrário daquelas cujos sonhos “se realizam”.
Também não prestamos atenção no número de vezes em que pensamos num amigo e ele não telefona, ou no número de cestas perdidas por um jogador de basquete logo depois de um arremesso certeiro. Mas cada não-evento desses é uma oportunidade para a coincidência acontecer: e se o número de oportunidades é alto, a coincidência deixa de ser tão espantosa assim, e se torna fruto do acaso.
E o número de oportunidades, num planeta com 7 bilhões de habitantes, não é nada desprezível, mesmo para as coincidências mais surpreendentes. Por exemplo, um evento que só acontece com uma pessoa em cada milhão pode parecer excepcional para o indivíduo afetado, mas num país com quase 200 milhões de habitantes, como o Brasil, é de se esperar que 200 pessoas acabem passando pela experiência – seja ela um sonho profético ou um telefonema atraído por “telepatia”.

História da Matemática – Leonardo Fibonacci



Também conhecido por Leonardo de Pisa, foi um matemático italiano nascido no ano de 1170, sem uma data precisa de seu nascimento. Foi considerado o primeiro grande matemático europeu da idade média.
Fibonacci era filho de um rico e influente mercador de Pisa, cidade onde nasceu. Numa das viagens a trabalho de seu pai, Fibonacci conheceu os números hindu-arábicos e a aritmética quando ainda era uma criança, tal descoberta foi mais tarde documentada em sua primeira obra, o livro Liber Abaci de 1202, com a frase: “Os números indianos são 9 8 7 6 5 4 3 2 1. Com esses nove algarismos, e com o símbolo 0 qualquer número pode ser escrito”. Tal obra foi responsável por apresentar à Europa o sistema numérico indiano, que usamos até hoje.
Sob influência do trabalho de seu pai, Fibonacci viveu grande parte de sua vida em contato com o comercio, o que possibilitou muitas viagens e contatos com diversos estudiosos muçulmanos do mediterrâneo. Sua carreira como matemático entra em ascensão ao retornar para a Itália em 1200. Fibonacci, após ter solucionado alguns problemas matemáticos propostos pela corte do imperador Frederico II, alcançou a fama. Fibonacci então publica ao todo 6 livros durante sua vida, sendo eles tratados sobre álgebra, geometria, aritmética e trigonometria, publicou também uma obra contendo comentários sobre o décimo livro da coleção Os Elementos, de Euclides.
Dentre as inúmeras contribuições de Fibonacci, destaca-se a famosa sequência de Fibonacci. Contribuição esta que deu origem a muitas pesquisas sobre padrões numéricos e geométricos presentes na natureza. Esta sequência possibilita a construção da famosa figura, a Espiral de Fibonacci, que aparece quando construímos uma série de quadrados cujos lados são os números da Sequência de Fibonacci:

(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, … )

Com isso temos que cada quadrado abaixo possui um número indicando quanto vale a medida do seu lado que coincide com a sequência de Fibonacci. Construindo então, a espiral:

Após o ano de 1228, não é possível encontrar noticias sobre o matemático com exceção de uma remuneração paga à Fibonacci pela República de Pisa em reconhecimento por serviços prestados à cidade e por suas contribuições valiosas para a contabilidade da República e de seus interesses. Fibonacci morre no ano de 1250, na cidade de Pisa.

História da Matemática – Origem dos Numerais Arábicos



Algarismos arábicos ou indo-arábicos são os dez dígitos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, criados com base no sistema numérico Indo-arábico, o sistema mais comum para a representação simbólica de números no mundo atual.
O primeiro zero verdadeiro foi desenvolvido por matemáticos antigos do subcontinente indiano. Algarismos arábicos são usados para representar números neste sistema numeral indo-arábico, em que uma sequência de dígitos, como “975”, é lida como um único número. Este sistema foi adotado por matemáticos persas e árabes na Índia e repassado para outros povos ao longo do tempo. Há alguma evidência que sugere que os números na sua forma atual foram desenvolvidos a partir de letras árabes nas regiões ocidentais do mundo árabe.
A forma atual dos numerais foi desenvolvida no Norte da África, de maneira distinta dos numerais arábicos indianos e orientais. Foi na cidade norte-africana de Bugia que o estudioso italiano Fibonacci encontrou pela primeira vez os algarismos; seu trabalho foi crucial para torná-los conhecidos em toda a Europa. A utilização de algarismos arábicos foi levada ao resto do mundo através do comércio e colonialismo europeu.
A maioria dos historiadores coincide em afirmar que teve a sua origem na Índia (de fato, no árabe, este sistema de numeração é chamado de “números indianos”, أرقام هندية, arqam hindiyyah), e expandiu-se pelo mundo árabe e daí, via Alandalus, pelo resto da Europa. Este sistema de numeração chegou ao Oriente Médio por volta de 670.
A primeira inscrição universalmente aceita que contém o uso do “0” é registrada pela primeira vez no século IX, em uma inscrição em Gualior na Índia Central, datada de 870. Por esta altura, a utilização do zero já atingira a Pérsia, tendo este sido mencionado por al-Khwarizmi nas suas descrições dos numerais hindus. Existem numerosos documentos indianos, a partir do século VI, em placas de cobre, que contêm o mesmo símbolo para o zero.
O matemático persa Alcuarismi escreveu o livro “A respeito dos cálculos com os números da Índia” por volta de 825 e, por volta de 830 o matemático árabe Alquindi escreveu “O uso dos números da Índia” (Ketab fi Isti’mal al-‘Adad al-Hindi) em quatro volumes. O seu trabalho foi muito importante na difusão do sistema no Oriente Médio e no Ocidente.
No século X, matemáticos do Oriente Médio estenderam o sistema de numeração decimal para incluir frações, como se registra em um tratado do matemático sírio Alboácem Aluclidici em 952-953. A notação do ponto decimal foi introduzida por Sinde ibne Ali, que também escreveu o mais antigo tratado em algarismos indo-arábicos.

Difusão na Europa
Na literatura ocidental, as primeiras menções destes algarismos encontram-se no Codex Virgilianus de 976.[7] Por volta do século X começou a surgir, no Magrebe e no al-Andalus, uma variante ocidental dos algarismos árabes, chamada ghubar (“areia de mesa” ou “pó de mesa”), que são a origem direta dos modernos algarismos arábicos ocidentais utilizados em todo o mundo.
A partir de 980 Gerberto de Aurillac (que seria mais tarde o papa Silvestre II), fez uso do seu ofício papal para difundir o conhecimento do sistema na Europa. Silvestre II estudou em Barcelona durante a sua juventude. No século XII, traduções para o latim da obra de al-Khwarizmi (778 (?) – 846) sobre os numerais indianos (Kitab al-Jabr wa-l-Muqabala) apresentaram a notação posicional decimal para o Mundo Ocidental.
Fibonacci, um matemático italiano que estudara em Bugia (Argélia), contribuiu para a difusão pela Europa do sistema arábico com o seu livro Liber Abaci, publicado em 1202. Contudo, não foi senão até a invenção da imprensa em 1450, quando este sistema de numeração começou a ser empregue de modo generalizado na Europa; por volta do século XV, são já usados amplamente. Na Rússia, pela sua vez, os números arábicos substituíram os cirílicos por volta de 1700, quando foram introduzidos pelo czar Pedro I.
O “zero” foi introduzido posteriormente e a sua correta notação foi de extrema importância histórica, pois a cadência decimal usada pelos números indo-arábicos impunha a sua representação gráfica. Esta representação teria sido historicamente demorada por corresponder à casa vazia do ábaco.

Fitness


Que ao menos uma hora de atividade física semanal é essencial para melhorar o condicionamento físico, além da capacidade cognitiva, não é novidade. Agora, a ciência se dedica aos estudos dos efeitos do emagrecimento dos exercícios.
Com base no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, pesquisadores da Clinica Mayo, uma das organizações de pesquisas médicas mais conceituadas do país, classificaram os 39 exercícios que mais queimam calorias. Tudo depende, é claro, da intensidade da atividade e do peso do praticante (quanto mais pesado, mais calorias se perde).

  1. Corrida (a uma velocidade de 12 km/h) 861 – 1.074 cal
    Quando Usain Bolt quebrou o recorde mundial de 100m, ele estava acelerando a 43km/h. Então, pensar em correr a 12km/h pode ser atividade relativamente fácil.
  2. Pular corda – 861-1.074 cal
    Além de divertido, é uma ótima opção para perder muitas calorias.
  3. Futebol – 752-937 cal
    De acordo com o último censo global realizado pela Fifa, estima-se que existam 265 milhões de pessoas que jogam futebol.
  4. Tae kwon do – 752-937 cal
    Esta arte marcial coreana se concentra em belos chutes em direção à cabeça. Para se ter uma ideia, somente na Grã-Bretanha há mais de 20.000 membros na Associação de Tae kwon do. Lá, há mais de 600 academias especializadas no esporte.
  5. Natação, com movimentos rápidos – 715-892 cal
    A natação é um tipo de exercício que envolve o corpo inteiro e isso é ótimo para as articulações. Movimentos bem desempenhados e feitos com rapidez garantem muitas calorias a menos.
  6. Subir escadas correndo – 657-819 cal
    Além de definir coxas e glúteos, incluir subidas de escada ao treino queima muitas calorias. De acordo com estudo do jornal britânico de medicina esportiva, mulheres sedentárias que passaram a subir degraus correndo não só aumentaram a capacidade aeróbica máxima em 17,1 % , como reduziram o colesterol “ruim” em 7,7% — além de observarem perda de peso, em uma hora de treino. E o melhor: qualquer escada de casa serve.
  7. Corrida leve (a uma velocidade de 8kmh) – 606-755 cal
    Correr mais rápido obviamente gasta mais calorias. Mas praticar o exercício em ritmo razoável também gasta. Tente correr em ritmo moderado, a cerca de 8 km/h por uma hora e veja o resultado.
  8. Tênis – 606-755 cal
    Estudos com diversos jogadores de tênis comprovaram que a massa óssea do braço desses atletas é mais forte do que a de pessoas que não praticam o esporte – o que sugere que jogar tênis durante a vida aumenta a mineralização dos ossos do braço.
  9. Escalada – 606-755 cal
    Cada parede de escalada é um quebra-cabeça, pois o cérebro precisa pensar nos próximos passos, onde o praticante deverá colocar as mãos e os pés. Treina-se mente e o corpo.
  10. Futebol americano – 584-728 cal
    Além da perda calórica, praticantes do esporte aumentam força e equilíbrio. Em 2009, aconteceu o primeiro campeonato brasileiro dessa modalidade de futebol. Segundo a Confederação Brasileira de Futebol Americano, já existem mais de 100 times espalhados pelo país.
  11. Basquete- 584-728 cal
    Basquete é daqueles esportes ótimos para exercitar a coordenação motora. É preciso mirar a cesto, correr batendo a bola, se desvencilhar do adversário e, enfim, suar a camiseta.
  12. Patinação- 548-683 cal
    Ao patinar, você faz força com as pernas para o lado. O movimento fortalece a parte externa dos glúteos e é bastante divertido.
  13. Aeróbico de alto impacto – 533-664
    Os exercícios de alto impacto incluem corrida, saltos e outras sequências misturadas. É preciso abaixar, tocar o chão, pular, subir rapidamente…
  14. Raquetebol- 511-637 cal
    À primeira vista, o esporte, muito praticado pelos americanos, lembra o squash: ambos são atividades com raquete, jogados em quadras fechadas e com bolas de borracha. As diferenças estão nas regras do jogo, no tamanho da quadra e no tipo de raquete. Mas é tão divertido quanto.
  15. Patinação no gelo – 511-637 cal
    A patinação no gelo é benéfica para as articulações, já que é de baixo impacto, além de melhorar equilíbrio e coordenação. Ótimo para todas as idades.
  16. Mochilar – 511-637 cal
    Qualquer viagem ao estilo de mochileiros, com bagagem nas costas e muita caminhada, será, além de divertida, benéfica para se livrar de algumas calorias. Ainda melhor se essa mochila estiver cheia de roupas de ginástica.
  17. Esqui lento (à uma velocidade de 4 km/h) – 496-619 cal
    O esqui lento requer uma técnica semelhante à da patinação tradicional e a no gelo — em vez de simplesmente empurrar-se para baixo em uma montanha, por exemplo, se deixe levar com pouquíssimos movimentos.
  18. Wakeboard ou esqui aquático – 438-546 cal
    O esporte proporciona um excelente treino de pernas. O praticante tem que estabilizar suas pernas para absorver os impactos na água.
  19. Máquina de remo – 438-546 cal
    Quem tiver problemas nas costas, é melhor evitar esse exercício. Acredita-se que 30% a 50% dos praticantes poderão ter algum episódio de dor lombar, em um período de doze meses.
  20. Caminhadas – 438-546 cal
    Um estudo realizado pela Universidade de Michigan descobriu que caminhar em terrenos irregulares aumenta a quantidade de energia gasta em 28% a mais do que em terrenos planos.
  21. Natação leve – 423-528 cal
    O exercício de peito é o menos benéfico para o gasto calórico, mas ainda assim o mais eficaz para treino cardiovascular.
  22. Hidroginástica – 402-501 cal
    Na hidroginástica, os exercícios realizados na têm pouco impacto. É recomendado principalmente para a terceira idade.
  23. Beisebol – 365-455 cal
    Jogadores profissionais de beisebol tendem a ser magros, com baixo índice de gordura corporal e com grande capacidade de corrida em apenas sete segundos.
  24. Canoagem – 256-319 cal
    A principal diferença entre uma canoa e um caiaque está nas lâminas da pá (a canoa tem uma, o caiaque tem duas). A posição de assento também é um diferencial: enquanto o canoista se senta ou se ajoelha, o praticante de caiaque fica com as pernas esticadas na parte da frente.
  25. Halterofilismo – 365-455 cal
    Levantamento de peso. Estudos compravam que a atividade é capaz de retardar a chamada sarcopenia: perda natural de massa muscular que ocorre à medida que envelhecemos.
  26. Corrida leve, ao estilo trote, em esteira – 365-455 cal
    Se puder optar por dar os chamados “trotes” em asfalto, tanto melhor. Mas ter esteira em casa é uma ótima forma de não escapar dos exercícios diários.
  27. Aeróbico de baixo impacto – 365-455 cal
    Qualquer tipo de treino que não seja musculação, com baixa intensidade. O gasto calórico é garantido.
  28. Caminhada leve (à velocidade de 5km/h) – 314-391 cal
    Friedrich Nietzsche já dizia que as grandes ideias acontecem ao caminhar.
  29. Esqui alpino – 314-391 cal
    Conhecido esporte de inverno, consiste em percorrer um percurso com passagens obrigatórias, e entre estacas plantadas na neve chamadas “portas”. O objetivo é completar o trajeto no menor tempo possível.
  30. Golfe – 314-391 cal
    Há estudos que comprovam que golfistas vivem, em média, cinco anos a mais em relação aos não praticantes do esporte. No mínimo, vale tentar e se divertir com as tacadas.
  31. Power yoga – 292-364 cal
    Power yoga é semelhante à ioga tradicional, mas a um ritmo mais rápido.
  32. Vôlei- 292-364 cal
    Um estudo de 2017 da Universidade Pública de Economia, de Londres, com 459 atletas, comprovou que aqueles que praticavam esportes de equipe, como o vôlei, relataram estar mais satisfeitos com sua vida em geral.
  33. Pedalada leve (menos de 10 mph) – 292-364 cal
    Diversos estudos já comprovaram que andar de bicicleta estimula a produção de endorfina, ativa a circulação sanguínea e gera bem-estar.
  34. Caiaque – 365-455 cal
    Andar com caiaque é unir o o útil ao agradável: bela vista do mar, com bastante exercício nos braços. Aventure-se!
  35. Tai chi – 219-273 cal
    A prática originária na China do séc. XIII é caracterizada por movimentos leves e graciosos. Ideal para qualquer idade, com impacto zero nas articulações.
  36. Boliche – 219-273 cal
    Além de tonificar os músculos, um jogador de boliche certamente vai perder calorias ao se esforçar para jogar bolas cada vez mais pesadas.
  37. Dança de salão – 219-273 cal
    Com variações de passos aos diversos ritmos aprendidos em aulas de dança de salão, uma hora é suficiente para perder até 273 calorias, em média.
  38. Caminhada lenta – 204-255 cal
    Exercitar-se sempre, não importa a que ritmo ou velocidade. Caminhadas são fáceis, práticas e garantem um gasto mínimo de energia.
  39. Hatha yoga – 183-228 cal
    Pesquisadores da Universidade de Harvard descobriram que oito semanas de ioga diária melhoraram significativamente a qualidade do sono, além de ajudar a baixar os ponteiros da balança.

Nobel de Medicina de 2021



David Julius e Ardem Patapoutian são os ganhadores do Prêmio Nobel 2021 em Medicina, anunciou a a Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska, da Suécia, nesta segunda-feira (4), por descobertas sobre receptores de temperatura e toque no corpo humano.
As descobertas explicaram como o calor, o frio e o toque podem iniciar sinais em nosso sistema nervoso. “Os canais identificados são importantes para muitos processos fisiológicos e condições de doença”, afirmou o comitê.
O conhecimento está sendo usado para desenvolver tratamentos para uma série de doenças, incluindo dores crônicas.

David Julius utilizou a capsaicina, um composto da pimenta malagueta que induz uma sensação de queimação, para identificar um sensor nas terminações nervosas da pele que responde ao calor.
Ardem Patapoutian usou células sensíveis à pressão para descobrir uma nova classe de sensores que respondem a estímulos mecânicos na pele e órgãos internos.
Os vencedores dividirão o prêmio, que totaliza 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,1 milhões).
Ao entregar o prêmio, a Academia ponderou que “essas descobertas revolucionárias lançaram atividades de pesquisa intensas, levando a um rápido aumento em nossa compreensão de como nosso sistema nervoso sente o calor, o frio e os estímulos mecânicos. Os laureados identificaram elos essenciais que faltavam em nossa compreensão da complexa interação entre nossos sentidos e o meio ambiente”.
David Julius nasceu em 1955 em Nova York, EUA. Recebeu o doutorado em 1984, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e fez pós-doutorado na Universidade de Columbia, em Nova York. É professor da Universidade da Califórnia em San Francisco.

Ardem Patapoutian nasceu em 1967 em Beirute, no Líbano. Recebeu o doutorado em 1996, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em Pasadena, EUA, e foi pesquisador de pós-doutorado na Universidade da Califórnia em San Francisco. É cientista e professor na Scripps Research, Califórnia, e pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, em Maryland, desde 2014.
No ano passado, o prêmio de Medicina foi para três cientistas, pela descoberta do vírus da hepatite C.

CIENTISTAS: Mulheres somam apenas 5% dos vencedores do Prêmio Nobel desde 1901

Nobel de Química de 2021



Benjamin List e David W.C. MacMillan são os ganhadores do Prêmio Nobel 2021 em Química, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia nesta quarta-feira (6), pelo desenvolvimento de uma nova ferramenta de construção de moléculas: a organocatálise.
Essa ferramenta é útil para pesquisa de novos produtos farmacêuticos e também ajudou a tornar a química mais verde, segundo o comitê do Nobel.
Os vencedores dividirão o prêmio, que totaliza 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,1 milhões).
A descoberta
Como muitas reações químicas são muito lentas, é comum que cientistas usem catalisadores – substâncias que aumentam a velocidade de uma reação.
Por muito tempo, cientistas acreditaram que havia apenas dois tipos de catalisadores: metais e enzimas.
Trabalhando separadamente, Benjamin List e David MacMillan desenvolveram, em 2000, um terceiro tipo de catalisador – a organocatálise assimétrica, que se baseia em pequenas moléculas orgânicas.
Essas moléculas tornaram as reações mais rápidas, eficientes e com menor impacto ambiental. A ferramenta também tornou muito mais fácil produzir moléculas assimétricas.
“‘Assimétrica’ significa que alguns tipos de moléculas podem existir em duas formas, que são a imagem no espelho uma da outra. A composição é a mesma, mas a posição relativa dos átomos da molécula são imagens especulares. Quando a gente está tentando desenvolver um fármaco, é importante que desenvolva com a composição correta, mas não só isso: que ele seja a imagem especular correta, que seja a apresentação que a gente deseja”, explica o pesquisador André Formiga, do Instituto de Química da Unicamp.
No ano passado, o prêmio de Química foi para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma. Foi a primeira vez na história que duas mulheres ganharam, juntas, o Nobel de Química.

CIENTISTAS: Mulheres somam apenas 5% dos vencedores do Prêmio Nobel desde 1901

Nobel de Física de 2021



Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi são os ganhadores do Prêmio Nobel 2021 em Física, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia pelas contribuições inovadoras para a nossa compreensão de sistemas físicos complexos.

Os vencedores dividirão o prêmio, que totaliza 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,1 milhões). Metade do prêmio será dividido por Syukuro Manabe e Klaus Hasselmann, por um modelo físico do clima da Terra, quantificando a variabilidade e prevendo com segurança o aquecimento global.
A outra metade irá para Giorgio Parisi, por suas “soluções teóricas para uma vasta gama de problemas na teoria de sistemas complexos”.
Todos os três vencedores contribuíram para o entendimento dos sistemas físicos complexos – que podem ter um número enorme de componentes ou serem governados pelo acaso. Um exemplo desse tipo de sistema é o clima da Terra.
Syukuro Manabe, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, demonstrou como o aumento das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera leva ao aumento da temperatura na superfície da Terra.
Ele descobriu que, quando o nível de CO2 na atmosfera dobrava, a temperatura global aumentava mais de 2ºC.
Na década de 1960, Manabe liderou o desenvolvimento de modelos físicos do clima da Terra e foi a primeira pessoa a explorar a interação entre o balanço de radiação e o transporte vertical de massas de ar. Seu trabalho lançou as bases para o desenvolvimento de modelos climáticos.
Cerca de dez anos depois, Klaus Hasselmann, do Instituto Max Planck de Meteorologia, em Hamburgo, na Alemanha, criou um modelo que liga o tempo e o clima – respondendo, assim, à pergunta de por que os modelos climáticos podem ser confiáveis apesar de o tempo ser mutável e caótico.
Ele também desenvolveu métodos para identificar sinais específicos – “impressões digitais” – que fenômenos naturais e atividades humanas imprimem no clima. Seus métodos têm sido usados para provar que o aumento da temperatura na atmosfera é devido às emissões humanas de dióxido de carbono.
Na avaliação do comitê, Manabe e Hasselmann “contribuíram para o maior benefício para a humanidade, no espírito de Alfred Nobel, fornecendo uma base física sólida para nosso conhecimento do clima da Terra”.
O terceiro laureado, Giorgio Parisi, da Universidade Sapienza de Roma, na Itália, ficou com metade do prêmio sozinho (5 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 3,1 milhões). A descoberta dele é do campo da física teórica – e um pouco mais complexa de entender.

Veja, a seguir, o exemplo que o comitê do Nobel deu para explicar a contribuição do físico para a área dos sistemas complexos:

Imagine as partículas em um gás. Elas podem ser consideradas como pequenas bolas, voando a velocidades que aumentam com temperaturas mais altas.
Quando a temperatura cai ou a pressão aumenta, as bolas primeiro se condensam em um líquido e, em seguida, em um sólido. Este sólido é geralmente um cristal, em que as bolas são organizadas em um padrão regular.
No entanto, se essa mudança acontecer rapidamente, as bolas podem formar um padrão irregular que não muda – mesmo se o líquido for mais resfriado ou comprimido.
Se o experimento for repetido, as bolas assumirão um novo padrão, apesar de a mudança ocorrer exatamente da mesma forma.
Na década de 1970, muitos físicos, incluindo vários ganhadores do Prêmio Nobel, procuraram uma maneira de descrever os vidros spin. Parisi foi o que conseguiu fazer isso, em 1979. Mesmo assim, foram necessários muitos anos para que sua solução fosse provada matematicamente correta.
“Quando pássaros voam em bando, todos querem estar na região turbulenta, onde gastam menos energia ao bater as asas. Parisi mostrou que considerando somente isso é possível prever a forma e tamanho dos bandos de aves”, explica Tessler.
Para o brasileiro, a descoberta é importante porque “permitiu que a gente entenda coisas muito profundas sobre o que chama de sistemas frustrados – sistemas que não conseguiram encontrar o mínimo de energia – aí entra o clima também. Qualquer sistema que por algum motivo não consegue atingir o seu mínimo de energia, a sua configuração mais estável, é descrita pelas equações do Parisi”, conclui.
Syukuro Manabe nasceu em 1931 em Shingu, no, Japão. Obteve o doutorado em 1957 na Universidade de Tóquio. Hoje, é meteorologista sênior da Universidade de Princeton, nos EUA.
Klaus Hasselmann nasceu em 1931 em Hamburgo, na Alemanha. Obteve o doutorado em 1957 na Universidade de Göttingen. É professor do Instituto Max Planck de Meteorologia em Hamburgo.
Giorgio Parisi nasceu em 1948 em Roma. Obteve o doutorado em 1970 na Universidade Sapienza de Roma, onde é professor.
No ano passado, o prêmio de Física foi para três cientistas, por descobertas sobre buracos negros.

CIENTISTAS: Mulheres somam apenas 5% dos vencedores do Prêmio Nobel desde 1901
Nobel 2021
A láurea em Medicina foi a primeira a ser anunciada, na segunda (4). Os prêmios em Química, Literatura e Paz serão entregues ainda nesta semana; já a láurea em Economia será divulgada na próxima segunda (11). Veja o cronograma:
Medicina: segunda-feira, 4 de outubro
Física: terça-feira, 5 de outubro
Química: quarta-feira, 6 de outubro
Literatura: quinta-feira, 7 de outubro
Paz: sexta-feira, 8 de outubro
Economia: segunda-feira, 11 de outubro

Física – O que é o espaço-tempo?



É o sistema de coordenadas utilizado como base para o estudo da relatividade restrita e relatividade geral. O tempo e o espaço tridimensional são concebidos, em conjunto, como uma única variedade de quatro dimensões a que se dá o nome de espaço-tempo. Um ponto, no espaço-tempo, pode ser designado como um “acontecimento”. Cada acontecimento tem quatro coordenadas (t, x, y, z); ou, em coordenadas angulares, t, r, θ, e φ que dizem o local e a hora em que ele ocorreu, ocorre ou ocorrerá.
Na mecânica clássica (não-relativista), o tempo é tomado como uma unidade de medida universal, uniforme por todo o espaço, e independente de qualquer movimentação nesse, enquanto que no contexto da relatividade especial, o tempo é tratado integralmente à dimensão espacial, pois a taxa observada da passagem do tempo depende da velocidade do objeto em relação ao seu observador.[2][3]

Pontos no espaço-tempo são chamados de eventos e são definidos por quatro números, por exemplo, (x, y, z, ct), onde c é a velocidade da luz e pode ser considerado como a velocidade que um observador se move no tempo. Isto é, eventos separados no tempo de apenas 1 segundo estão a 299 792 458 metros um do outro no espaço-tempo. Assim como utilizamos as coordenadas x, y e z para definir pontos no espaço em 3 dimensões, na relatividade especial utilizamos uma coordenada a mais para definir o tempo de acontecimento de um evento.
Enquanto que na mecânica clássica não-relativista de Isaac Newton o tempo é tomado como uma unidade de medida universal, uniforme por todo o espaço, e independente de qualquer movimentação nesse, no contexto da relatividade especial de Albert Einstein o tempo é tratado como uma dimensão adicional às três dimensões espaciais, não podendo ser separado dessas, pois a taxa de passagem do tempo observada para um determinado objeto depende de sua velocidade em relação à velocidade do observador.
Os intervalos espaço-tempo, concebidos numa variedade (termo matemático), definem uma métrica pseudo-euclidiana chamada de métrica de Lorentz. Esta métrica é similar à das distâncias no espaço euclidiano. Contudo, note-se que enquanto que as distâncias são sempre positivas, os intervalos espaço-tempo podem ser positivos, nulos ou negativos. Os acontecimentos com um intervalo de espaço-tempo zero são apenas separados pela propagação de um cones de luz|sinal luminoso. Os acontecimentos com um intervalo de espaço-tempo positivo situam-se no seu futuro ou passado recíproco, sendo o valor do intervalo definido pelo tempo próprio medido por um observador viajando entre eles. O espaço-tempo, vista à luz desta métrica pseudo-euclidiana, constitui uma variedade pseudo-riemanniana.
Muitas variedades espaço-temporais tem interpretações que podem parecer bizarras ou desconfortáveis para muitos físicos. Por exemplo, um espaço-tempo compacto tem curvas de tempo fechadas, “loops”, que viola a noção de causalidade tão cara aos físicos. Por essa razão, os físicos matemáticos levam em consideração apenas um subconjunto de todos os espaço-tempo possíveis. Uma forma de fazer isto é estudar “soluções realísticas” das equações da Relatividade Geral. Outro é adicionar alguma restrição física “razoável”, mas ainda assim geometricamente genérica, e em seguida tentar provar coisas interessantes sobre o espaço-tempo resultante. A última abordagem tem levado a resultados importantes, notavelmente os teoremas de singularidade de Penrose-Hawking.

Em física matemática é comum restringir a variedade a variedades conexas de Hausdorff. Um espaço-tempo Hausdorff é sempre paracompacto.

Será o espaço-tempo quantizado?
A pesquisa científica atual centra-se na natureza do espaço-tempo ao nível da escala de Planck. A gravidade quântica em loop, a teoria das cordas e a termodinâmica dos buracos negros predizem um espaço-tempo quantizado sempre com a mesma ordem de grandeza.

História da Escrita


Uma das primeiras maneiras de trocar mensagens e registrar experiências foi a pintura rupestre. Estudiosos já encontraram, em paredes de cavernas pelo mundo, gravações que datam de 40 mil anos atrás.
Uma escrita sistematizada aparece somente por volta de 3500 a.C., quando os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme na Mesopotâmia. Os registros cotidianos, econômicos e políticos da época eram feitos na argila, com símbolos formados por cones. Nesse mesmo momento, surgem os hieróglifos no Egito. Essa escrita era dominada apenas por pessoas poderosas da sociedade, como escribas e sacerdotes.
As primeiras civilizações usaram uma série de suportes para a escrita que são impensáveis no mundo de hoje: barro, cascas de árvore, rochas, couro de animais, ossos… Acompanhe alguns meios curiosos que possibilitaram que a escrita se tornasse central para a humanidade.

Tabuletas de argila
Os primeiros pictogramas foram gravados nessa espécie de tábua de madeira coberta de argila. Com um instrumento feito de algum tronco vegetal, a argila era empurrada e os símbolos eram gravados. As tabuletas eram levadas ao forno para que o registro se tornasse permanente. Quando eram revestidas de cera, podiam ter os escritos apagados. Assim, as tábuas eram reaproveitadas.

Óstraco
Nesse fragmento de cerâmica, na maioria das vezes quebrado, eram registrados avisos, rascunhos e mensagens curtas. A escrita era feita com objetos pontiagudos. Bem mais acessível do que o papiro ou o pergaminho, o óstraco foi muito presente na vida das classes mais baixas. O termo “ostracismo”, que se refere a uma punição existente na Grécia Antiga, foi cunhado porque os habitantes de Atenas usavam um óstraco para votar sobre o exílio do réu.

Papiro
O percursor do papel foi desenvolvido por volta de 2500 a.C., pelos egípcios, a partir da planta papiro, que tinha o miolo cortado em finas lâminas. Depois de secas, elas eram mergulhadas em água, na qual permaneciam por seis dias. Outra vez secas, as lâminas eram ajeitadas em fileiras horizontais e verticais, sobrepostas umas às outras. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras, para formar uma longa fita que era depois enrolada.

Pergaminho
O pergaminho surgiu na Ásia, na cidade de Pérgamo, por volta do século 2 a.C. Era produzido com pele de animal, geralmente carneiro, bezerro e cabra. As peles passavam por um banho de cal e eram colocadas para secar em uma moldura de madeira. O pergaminho era um material nobre, usado para documentos muito importantes. Nos mosteiros católicos, os monges reproduziam textos religiosos nesse suporte.

Máquina de escrever
A máquina de escrever foi o primeiro uso da mecânica na escrita. O primeiro protótipo funcional surgiu em 1867, pelas mãos do tipógrafo americano Christopher Sholes. A máquina era feita de madeira, e as teclas eram presas com hastes de arame, escrevendo só em letras maiúsculas. Os aperfeiçoamentos foram tornando a escrita mais precisa e veloz, saltando para peças eletrônicas que faziam o papel se movimentar sozinho.
Segundo os historiadores, os sistemas de escrita que se tem conhecimento foram instituídos de forma independente, em períodos distintos, por civilizações diferentes, entre elas a Mesopotâmia, China, Egito e América Central.

Assim como as línguas, o processo da escrita está sempre a mudar. A prova disso é que os textos produzidos a cem anos atrás, por exemplo, provavelmente possuem palavras que não são mais tão usadas hoje em dia.

Todo o desenrolar da história da escrita foi um passo importante para a humanidade, não somente por ser um recurso que comprova os registros históricos, mas também por representar uma outra forma de ler e interpretar o mundo.

A mudança da escrita é tão clara que atualmente, em vista da evolução da tecnologia, a caligrafia que tinha tanta relevância, acabou perdendo o primor por conta do acesso aos computadores. O uso de aparelhos tecnológicos acaba por facilitar o uso de letras digitais e, além disso, a internet tem possibilitado uma escrita cada vez menos rica, principalmente por conta do uso do encurtamento das palavras, gírias, etc.
Início da escrita: Mesopotâmia

Sabe-se que a história da escrita começou na antiga civilização mesopotâmica (atual Iraque) por meio dos povos sumérios. Essas pessoas desenvolveram a escrita cuneiforme por volta de 4.000 a.C. Eles iniciaram o processo da escrita usando argila e a cunha (uma ferramenta de metal ou madeira dura, em forma de prisma). Geralmente os registros do cotidiano desse povo eram representados por desenhos, feitos nessas placas de barros. Com esse material não precisava um grande desenhista para fazer todos os caracteres. Na escrita cuneiforme eram usados cerca de 2000 símbolos, todos feitos da direita para a esquerda.

De acordo com os historiadores, no decorrer de três mil anos a escrita cuneiforme foi usada por quinze línguas diferentes e entre eles estava o sumério, o persa e o sírio. Conforme essa escrita se difundia pelo Oriente Médio, outros estilos de escrita eram elaborados nas civilizações do Egito e da China.

História da Escrita no Egito

Não muito distante do período em que os sumérios criaram a escrita cuneiforme, na civilização egípcia, os povos antigos também começaram a elaborar a própria escrita. Na sociedade deles foram criadas duas formas de escrita. Uma representa uma técnica mais simples e popular, chamada de escrita demótica e a outra escrita possui uma prática mais complexa, formada por desenhos e símbolos, denominada escrita hieroglífica (escrita sagrada dos túmulos e templos).

Os povos egípcios usavam a parede das pirâmides para preencher de textos que simbolizavam a vida dos faraós, sobretudo preces e mensagens para afastar a invasão de prováveis saqueadores. Eles utilizavam um papel chamado papiro, feito a partir de uma planta que possuía o mesmo nome. A escrita no Egito, no início, era uma atribuição dos escribas, uma classe de especialistas. Os escrivães, como também eram designados, assumiam uma posição de destaque nessa sociedade. Eles tinham que passar por um processo de formação e, além disso, eram o elo entre o faraó, funcionários do governo, os sacerdotes e o povo.

Um fato curioso e importante da cultura egípcia é que a escrita hieroglífica só foi decifrada a partir do século XIX, por Jean-François Champollion, um estudioso francês. O francês utilizou uma pedra que continha inscrições em hieróglifos e sua tradução para grego.

História da escrita na Roma Antiga

Já na Roma Antiga, onde foi instituído o alfabeto romano, só existiam letras maiúsculas, inicialmente. Após um tempo, as letras eram escritas em pergaminhos – peles de animais, geralmente cabras, carneiro, ovelhas, cordeiro – com o apoio de hastes de bambu, penas de patos e outras aves. Entretanto, ocorreram algumas modificações no alfabeto romano, em sua forma original, pois criou-se um novo estilo de escrita batizado escrita uncial, que perdurou até o século VIII, muito usado na escritura de Bíblias escritas.

No período da Alta Idade Média, a partir do século VIII, Alcuíno, um monge da Nortúmbria, decidiu inventar outro tipo de alfabeto a pedido do imperador Carlos Magno. Contudo, este novo modelo também apresentava letras maiúsculas e minúsculas. Com o passar do tempo essa escrita sofreu algumas modificações que tornou a leitura mais difícil. O que aconteceu foi que alguns italianos letrados, em pleno século XV, inquietos com o estilo mais complicado, decidiram elaborar uma nova maneira de escrita.

Lodovico Arrighi, outro italiano letrado, realizou a publicação do primeiro caderno de caligrafia. A ele se deve o estilo que hoje conhecemos por itálico. Após a publicação do primeiro caderno de caligrafia, foram impressos outros cadernos, nos quais seus tipos eram gravados em chapas de cobre (calcografia). Foi por meio da calcografia que deu-se origem a designação da escrita calcográfica.

História da escrita na China

A história da escrita da China, assim como as outras civilizações, também foi marcada pelo desenvolvimento de forma independente do seu próprio sistema de escrita, criado há mais de 3 mil anos. Antes da invenção do papel, feito por eles, muitos outros recursos foram utilizados para a escrita. O sistema de escrita dos chineses possui um símbolo para cada coisa chamado sistema ideográfico. A escrita chinesa possui um acervo de mais de 160 mil ideogramas, mas boa parte sofreu mudança ao longo dos anos, pois priorizava os traços fundamentais. Hoje, são usados entre 5.000 e 8.000 caracteres. Apenas 3.000 caracteres são utilizados para a vida diária.

História da escrita na América Central
Na América Central, os povos maias e os astecas, possuíam seus próprios sistemas de escrita, mas os europeus, ao invadirem e conquistarem a região, arruinaram boa parte dos seus documentos escritos. A escrita pertencente a esse povo, chamada de escrita nahuatl, teve início a partir do século XIII, mas ela ainda não foi totalmente decifrada pelos pesquisadores.

Carlos Chagas na Disputa do Nobel de Medicina



Não foi apenas em gramados internacionais que o Brasil já foi injustiçado pelo destino. Na ciência, ainda penamos com a falta de um Prêmio Nobel (conferido pelo Instituto Karolinska, da Suécia) , uma das maiores distinções em algumas áreas do conhecimento humano, como a medicina, a física e a química.
Até nossos vizinhos sul-americanos já levaram suas medalhas para casa. Ao longo da história, a Argentina ganhou em cinco ocasiões, o Chile e a Colômbia em duas e o Peru e a Venezuela uma vez cada. Nós, por enquanto, continuamos virgens de Nobel.
Entre as principais razões para esse hiato, podemos incluir a histórica falta de incentivo à pesquisa no Brasil. As verbas são curtas e as autoridades públicas geralmente não ligam para a educação e a produção de conhecimento em longo prazo — uma lástima que parece não ter fim.
Porém, mesmo com essas graves falhas, já merecíamos, sim, ter conquistado pelo menos um desses prêmios. E o maior injustiçado de todos atende pelo nome de Carlos Chagas.
O mineiro nasceu em 1879 na pequena cidade de Oliveiras e estudou medicina no Rio de Janeiro. Depois de formado, foi trabalhar com Oswaldo Cruz, grande sanitarista brasileiro do início do século 20.
Sua história de maior sucesso começa em 1907, quando Chagas foi enviado para a cidade de Lassance, em Minas Gerais, onde trabalhadores estavam construindo uma nova linha de trem. Sua missão era controlar um surto de malária que assolava a região.
Ele montou um pequeno laboratório dentro de um vagão de trem, onde começou a estudar uma série de mosquitos que transmitiam doenças. Ao coletar sangue de um pequeno macaco e analisar o conteúdo no microscópio, o cientista descobriu um novo tipo de protozoário.
Após fazer uma análise mais profunda, o doutor Chagas confirmou que se tratava de uma espécie desconhecida de micro-organismo e nomeou-o de Trypanosoma cruzi — o cruzi, aliás, foi uma homenagem ao seu mestre Osvaldo Cruz.
Durante sua estadia em Lassance, ele também foi alertado por um engenheiro da presença de um inseto que picava o rosto das pessoas enquanto elas dormiam. Era o Triatoma infestans, conhecido popularmente como o barbeiro.
A partir dessa observação de campo, o especialista começou a suspeitar da relação do inseto, do protozoário e de uma possível infecção provocada por eles. Após uma série de estudos, conseguiu confirmar a ligação entrew ambas as partes.
Ele é, aliás, o único cientista da história da medicina a descrever completamente o ciclo de uma doença: o agente causador (o protozoário Trypanosoma cruzi), o vetor (o mosquito barbeiro), os hospedeiros (o ser humano e outros animais), as manifestações clínicas (sintomas como o crescimento do coração e uma posterior insuficiência cardíaca) e a epidemiologia (número de pessoas atingidas.
Afinal, por que ele não levou o Nobel?
Diante de um feito tão impressionante, era de se imaginar que Carlos Chagas ganhasse o prêmio máximo das ciências.
O brasileiro chegou a receber o título de doutor honoris causa pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e pela Universidade de Paris, na França, mas não foi lembrado pelo Instituto Karolinska, numa das maiores injustiças já cometidas pelos nossos amigos nórdicos.
Muito se especula sobre os motivos de ele não ter sido lembrado. Primeiro, vale dizer que, para conquistar a medalha, é preciso receber indicações de outros profissionais de destaque. Chagas foi lembrado em duas ocasiões: em 1913 e em 1921. Na primeira, perdeu para o francês Charles Robert Richet, que descreveu a anafilaxia, uma reação alérgica exagerada.
Segundo os registros da época, o brasileiro ganhou apenas uma indicação, vinda de Pirajá da Silva, um professor universitário brasileiro — Richet, por sua vez, contou com nove votos. Já em 1921, não houve nenhum vencedor nessa categoria.
A verdade é que Carlos Chagas enfrentou forte oposição no nosso próprio país. À época, havia um grupo contrário às suas ideias dentro da Academia Brasileira de Ciências.
Alguns especialistas simplesmente refutavam a existência da enfermidade. Isso, sem dúvida, causou desconfiança dos pares estrangeiros na hora de considerar o nome dele para ser laureado.
Infelizmente, o mineiro só foi reconhecido mesmo após sua morte, aos 55 anos, vítima de um infarto. A partir daí, começou-se um movimento de valorização de seu trabalho e de seu legado para a ciência.
— Chagas também foi diretor do Instituto Oswaldo Cruz e produziu uma série de pesquisas sobre a leptospirose, a febre espanhola e as doenças venéreas.

O Micro e o Macro


Microscópios e telescópios foram fundamentais para a ciência. Eles serviram para ajudar a fazer grandes descobertas e simbolizam o interesse do homem tanto pelo micro – as coisas pequenas, invisíveis a olho nu, quanto pelo macro – a vastidão do Universo. Hoje, como você vai ver nestas e nas próximas páginas, a ciência caminha ainda mais para o estudo dessas duas pontas, mas em uma escala nunca vista antes. O estudo de coisas previstas apenas na teoria, como partículas subatômicas muitas vezes menores que o átomo, passa a ser possível também na prática, assim como a observação de galáxias cada vez mais distantes. E o que empurra a ciência nessa direção é o avanço das técnicas de investigação da natureza, que ficam cada vez mais sofisticadas.
A verdade é que o homem sempre gostou de estudar esses dois extremos. Até o século 16, contudo, os experimentos nessa área eram limitados por aparelhos rudimentares e teorias difíceis de provar. Foi no século 17 que surgiram o microscópio e o telescópio, dois equipamentos fundamentais, que permitiram testar teorias e avançar na observação do céu e das partículas.
O telescópio foi criado em 1606 por um holandês e adaptado pelo astrônomo Galileu Galileu, o primeiro a usá-lo para estudar o céu. O aparato permitiu que o italiano de Pisa descobrisse fenômenos como o relevo da Lua, os satélites de Júpiter e a natureza da Via Láctea. Algumas décadas depois, veio o microscópio. O holandês Antonie van Leeuwenhoek foi o primeiro a usar o equipamento para observar materiais biológicos, como plantas, glóbulos de sangue e espermatozoides do sêmen.
Hoje, ambos evoluíram. Parece até coisa do Obama, mas o que motiva a realização de estudos em níveis tão profundos é, simplesmente, porque nós podemos. Assim como a astronomia e a biologia floresceram no século 17 graças ao telescópio e ao microscópio, hoje é possível desbravar as fronteiras mais longínquas do micro e do macro porque temos as ferramentas necessárias. Os instrumentos tradicionais ficaram bem mais poderosos – chegamos à era dos extremely large telescopes (“telescópios extremamente grandes”), que têm espelhos de mais de 30 metros e permitem fotografar e catalogar o céu inteiro.
Também surgiram outras tecnologias, impensáveis há até pouco tempo. A ferramenta mais significativa é o megaprocessamento de dados. A capacidade de armazenar e processar quantidades inimagináveis de informações é uma das formas de aprender sobre tudo que está ao redor de nós, em todas as escalas.
Microscópios e telescópios modernos geram tanta informação por dia que é impossível para o ser humano compilá-la e condensá-la. Mas um computador consegue encará-la – e é na análise dessa montanha monstruosa de dados que moram respostas para muitas das nossas dúvidas.
Mas, quando os números são muito grandes, mesmo as respostas do computador podem ser difíceis de digerir. É para isso que surgiram técnicas como a visualização de dados. Na prática, são programas que produzem gráficos simples a partir de informações complexas. Só de olhar dá para entender o que eles querem dizer. Esse é o trabalho do arquiteto da informação Manuel Lima, criador do projeto Visual Complexity, que reúne projetos inovadores de visualização de redes, e do Many Eyes, que fornece ferramentas para a interpretação visual de dados. Com a técnica, é possível enxergar desde a interação entre proteínas até a forma como as pessoas usam a internet, e fica mais simples entender conhecimentos complexos, gerados a partir de um monte de estatísticas. O uso das novas ferramentas permite não só que as pessoas explorem o micro e o macro de uma forma nunca vista antes mas também que possam compreender com facilidade o que isso significa para elas.