☻Mega Bloco – Avanços em 2020


2020 foi um ano movimentado no espaço. Duas naves tripuladas foram mandadas à Estação Espacial Internacional pela SpaceX – sendo os primeiros lançamentos tripulados de uma companhia privada. Com isto, a SpaceX foi certificada pela NASA para realizar novas expedições tripuladas no futuro.
Além disso, 3 diferentes missões foram enviadas a Marte. A NASA enviou uma sonda para o planeta, com o objetivo de trazer de volta à Terra fragmentos marcianos de rocha e poeira , pela primeira vez. A China também enviou uma sonda para explorar a superfície de Marte, inclusive em busca de sinais de água e vida no passado. Por fim, os Emirados Árabes Unidos enviaram um satélite para orbitar Marte e traçar um mapa climático do planeta vermelho.
Em setembro, a descoberta de fosfina na atmosfera de Vênus causou uma polvorosa reação. Isso porque esse gás é produzido, aqui na Terra, por microorganismos; logo, pesquisadores apontaram para a possibilidade de este ser um indício de vida no nosso planeta vizinho. Esta hipótese perdeu força – parece mais provável que reações químicas raras na Terra estejam acontecendo regularmente em Vênus, graças às diferenças nas atmosferas dos dois planetas. Ainda assim, a descoberta é interessante e exemplifica como poderemos, um dia, detectar sinais de vida em outros planetas.
Um pouco mais sobre a nossa galáxia foi descoberto na própria Terra, graças a um meteoro que caiu em nosso planeta em 1969, e foi reexaminado em 2020. Nesta nova análise, foram encontradas partículas sólidas, cuja formação foi estimada entre 5 e 7 bilhões de anos atrás. Estas partículas são muito mais velhas do que os sólidos terrestres mais antigos, já conhecidos antes, com apenas 4,4 bilhões de anos. Como todas essas partículas parecem ter a mesma idade, este achado fortalece a hipótese de que as estrelas de nossa galáxia tenham sido formadas mais ou menos ao mesmo tempo, cerca de 7 bilhões de anos no passado.
O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de COVID-19. Com tanta atenção direcionada de cientistas e da mídia para compreender essa ameaça, é natural que você tenha deixado algo passar. Por isso, a Ilha do Conhecimento fez uma seleção das principais notícias do mundo da ciência durante o ano de 2020. Em nossa retrospectiva, saiba dos acontecimentos mais importantes e interessantes de diversas áreas de pesquisa, como astronomia, paleontologia, inteligência artificial, genética, imunologia, e muito mais!
Astronomia
cosmologia imagem mostra nebulosa
O material mais antigo encontrado na terra pode origem em lugares como a Nebulosa do Ovo. Imagem: NASA, W. Sparks, R. Sahai, and Janaína N. Ávila.
2020 foi um ano movimentado no espaço. Duas naves tripuladas foram mandadas à Estação Espacial Internacional pela SpaceX – sendo os primeiros lançamentos tripulados de uma companhia privada. Com isto, a SpaceX foi certificada pela NASA para realizar novas expedições tripuladas no futuro.
Além disso, 3 diferentes missões foram enviadas a Marte. A NASA enviou uma sonda para o planeta, com o objetivo de trazer de volta à Terra fragmentos marcianos de rocha e poeira , pela primeira vez. A China também enviou uma sonda para explorar a superfície de Marte, inclusive em busca de sinais de água e vida no passado. Por fim, os Emirados Árabes Unidos enviaram um satélite para orbitar Marte e traçar um mapa climático do planeta vermelho.
Em setembro, a descoberta de fosfina na atmosfera de Vênus causou uma polvorosa reação. Isso porque esse gás é produzido, aqui na Terra, por microorganismos; logo, pesquisadores apontaram para a possibilidade de este ser um indício de vida no nosso planeta vizinho. Esta hipótese perdeu força – parece mais provável que reações químicas raras na Terra estejam acontecendo regularmente em Vênus, graças às diferenças nas atmosferas dos dois planetas. Ainda assim, a descoberta é interessante e exemplifica como poderemos, um dia, detectar sinais de vida em outros planetas.
Um pouco mais sobre a nossa galáxia foi descoberto na própria Terra, graças a um meteoro que caiu em nosso planeta em 1969, e foi reexaminado em 2020. Nesta nova análise, foram encontradas partículas sólidas, cuja formação foi estimada entre 5 e 7 bilhões de anos atrás. Estas partículas são muito mais velhas do que os sólidos terrestres mais antigos, já conhecidos antes, com apenas 4,4 bilhões de anos. Como todas essas partículas parecem ter a mesma idade, este achado fortalece a hipótese de que as estrelas de nossa galáxia tenham sido formadas mais ou menos ao mesmo tempo, cerca de 7 bilhões de anos no passado.
Acesse nossos textos publicados anteriormente para saber mais sobre como é o trabalho de um astrônomo e como sabemos qual a composição dos materiais observados no espaço.

Paleontologia e arqueologia
Em se tratando do passado da Terra, neste ano encontramos novidades em torno do famoso dinossauro Tyranosaurus rex. Cientistas encontraram, pela primeira vez, fósseis de T. rex tão jovens que ainda não haviam saído do ovo. Os filhotes tinham cerca de um décimo do tamanho de um adulto da espécie. Além disso, duas espécies “parentes” do tiranossauro foram descritas pela primeira vez: um “primo” dele, o Vectaerovenator inopinatus foi encontrado na Inglaterra; e uma espécie mais antiga do seu grupo, o Erythrovenator jacuiensis foi descoberto no Brasil. Este último, que deve ter vivido há cerca de 230 milhões de anos atrás (o T. rex viveu há 65 milhões), ajuda a compreender melhor como evoluiu todo o grupo dos terópodes – que inclui, além do T. rex, os velociraptors e as aves modernas. Se quiser saber como é feita a reconstrução da aparência de animais extintos, acesse este texto publicado por nós em 2018.
Outra origem evolutiva que ficou mais clara foi a dos pterossauros, os lagartos voadores que conviveram com os dinossauros. Todos os fósseis de pterossauros conhecidos têm anatomia bastante adequada para o voo, e finalmente pesquisadores começam a entender um elo entre esta anatomia e a de outros répteis anteriores a eles. Este seria um grupo chamado lagerpetídeos, que compartilham mais de 30 características anatômicas com os pterossauros, apesar de não serem capazes de voar. Veja mais sobre esse estudo, que também teve a participação de pesquisadores brasileiros, no site da Agência Brasil.
Em um passado mais próximo, novos achados conturbaram nosso entendimento da origem dos humanos no continente americano. Ferramentas de pedra, como lâminas e pontas de flechas, foram encontradas no México e datam de cerca de 30 mil anos atrás. Os humanos que utilizavam estas ferramentas devem ter chegado à América por mar, e não por terra firme através do Estreito de Bering, já que só foi possível caminhar pelo estreito há cerca de 18 mil anos atrás.
Na Indonésia, desenhos de humanos caçando foram encontrados em cavernas e datados com pelo menos 44 mil anos. Isso quer dizer que são pelo menos 4 mil anos mais velhos do que outros registros já conhecidos. Ainda sobre pinturas rupestres, murais apelidados de “Capela Sistina da pintura rupestre” foram encontrados na Amazônia colombiana, com dezenas de milhares de desenhos com pelo menos 12 mil anos de idade. O número de pinturas é impressionante, e pesquisadores apontam que será necessário um esforço de gerações para estudar todas elas.

Meio ambiente e sustentabilidade
Além do aumento das queimadas em diversos biomas brasileiros, o ano de 2020 foi motivo de alerta para a causa ambiental como um todo. Isso porque o derretimento de geleiras se tornou ainda mais preocupante esse ano.
Pesquisadores descobriram que uma geleira da Antártica apelidada de “geleira do juízo final” está derretendo em estado alarmante. Thwaites, como é chamada essa porção de gelo na parte oriental da Antártida, está diminuindo 0,8 metros por ano, uma taxa de derretimento que levará ao seu desaparecimento entre 200 e 600 anos, segundo estimativas dos cientistas. Além do aumento do nível dos oceanos que esse derretimento pode causar (estimado em até 0,6 metros), o apelido dessa geleira faz menção a sua importância na manutenção de outras geleiras, uma vez que funciona como uma barreira entre elas e o mar, que está cada vez mais quente, impedindo um efeito em cascata. Essa descoberta apenas aumenta a preocupação do derretimento de gelo do continente, uma vez que essa taxa já é seis vezes maior do que na década de 1980.
Mas 2020 também trouxe boas notícias, com alguns passos importantes em direção à mitigação do problema das mudanças climáticas. A startup norte-americana “Eat Just” desenvolveu uma alternativa para o alto consumo de carne pelos seres humanos e suas consequências ambientais da pecuária: carne de laboratório. O alimento, que já foi aprovado pelo órgão regulador de ao menos um país (Singapura), é criado a partir de poucas células do animal desejado, que serão multiplicadas em meios de cultura laboratoriais, com nutrientes e ambiente adequado. Dessa forma, criamos tecido (carne) animal comestível sem demandar muita energia, água, áreas naturais para pastos e confinamento, além, é claro, de minimizar o sofrimento animal. Em junho, publicamos sobre um estudo com objetivos similares: a busca pelo fim do uso de animais em testes de cosméticos utilizando epiderme humana reconstituída.
Outra possível solução foi apresentada para um dos grandes vilões do meio ambiente, no caso a produção e o uso de plástico. Apesar de ser um material de grande importância e utilidade para a nossa sociedade, sua produção envolve o uso de combustíveis fósseis, e seu descarte gera poluição por seus resíduos. Mas se não podemos abandonar completamente seu uso, o que podemos fazer? Além da responsabilidade de cada indivíduo em utilizar alternativas quando possível e reciclar, cientistas desenvolveram em laboratório proteínas capazes de “digerir” objetos de plástico em poucos dias. Com a quebra química do plástico realizada por essas enzimas, plásticos do tipo PET, aquele da garrafa de refrigerante, podem ser quebrados para serem reutilizados. Dessa forma, se diminuiria ambos os problemas desse tipo de plástico: não seria necessário a produção do zero desse tipo de material, ao mesmo tempo que se daria um destino ao material após o descarte.

Tecnologia
Ainda sobre as conquistas da tecnologia de materiais, uma nova fronteira foi alcançada com possíveis aplicações em nosso cotidiano no futuro. Em condições específicas de pressão, similares às do centro da Terra, cientistas criaram um composto baseado em carbono e hidrogênio com a característica de um supercondutor elétrico em temperatura ambiente. Tal tipo de material vinha sendo buscado há décadas e será de grande importância na economia de eletricidade, se usado em cabos de energia, por exemplo. O desafio agora é fazer a manutenção desse condutor de baixa resistência em ambientes com pressões mais baixas e aplicáveis em maior escala.
A tecnologia de ponta aplicada a estudos biológicos também surpreendeu. Um exemplo é um software de inteligência artificial desenvolvido para nos ajudar a entender melhor a estrutura e a função das proteínas. Os cientistas, e até mesmo alunos estudiosos de ensino médio, sabem que proteínas são formadas a partir de “receitas” do material genético de uma célula, que traduz a sequência de letrinhas do DNA em sequências de aminoácidos, formando as proteínas, que desempenham diversas funções, desde estruturais em seu corpo até mesmo combatendo doenças no seu sistema imunológico. O detalhe é que as proteínas apresentam uma estrutura tridimensional, que se forma depois de sua síntese a partir do DNA de uma maneira que até então não compreendíamos ou conseguíamos recriar. É aí que entra a descoberta dos pesquisadores: o software consegue prever esse processo de estruturação com grande precisão. Essa descoberta pode ajudar a compreender melhor o funcionamento da biologia de diversos seres vivos, além de auxiliar no desenvolvimento de medicamentos.

Medicina e saúde
Quando se trata de desenvolvimento de medicamentos, com certeza a busca pela vacina para a Covid-19 marcou o ano de pesquisas na área de saúde pelo mundo. Mais de 70 grupos de laboratórios distintos atuaram no desenvolvimento de diferentes vacinas, que hoje já estão sendo aplicadas em dezenas de países. O tempo recorde para chegar ao mercado (menos de um ano), com todos protocolos de segurança e eficácia exigidos, também foi um destaque para a capacidade científica do nosso mundo contemporâneo.
Contudo, essa certamente não foi o único destaque da área da saúde em 2020. Como exemplo, podemos citar os grandes avanços no tratamento de outra doença viral, que já foi responsável por diferentes epidemias no mundo e milhares de mortes nos últimos 30 anos. A AIDS é uma síndrome sexualmente transmissível causada pelo vírus HIV. Apesar do avanço no tratamento, que garante uma sobrevida aos acometidos por ela, falar-se em cura ainda é algo raro. Porém, neste ano, pesquisadores desenvolveram um novo tratamento que tem o potencial de atuar na erradicação da doença no corpo humano. Trata-se de um medicamento que atua estimulando a atividade de genes dos vírus que podem estar “escondidos” em células. Por meio dessa droga, os vírus latentes de HIV, que são perigosos pois não são identificados pelo sistema imunológico do paciente em tratamento, são descobertos. Assim, na sequência de administração de outro medicamento que atua em células T do sistema imunológico e auxiliam o combate à infecção pelo vírus no organismo, podem auxiliar futuramente na cura de pacientes. Além disso, pela primeira vez em mais de 10 anos, uma vacina para o vírus HIV chegou na terceira fase de testes. Os estudos, realizados em colaboração com laboratórios europeus e africanos, devem ser concluídos nos próximos dois anos.

Tributo a Um Gênio do R&B – Luther Vandross



Luther Ronzoni Vandross, Jr. (Nova Iorque, 20 de abril de 1951 — Edison, 1 de julho de 2005) foi um popular cantor e compositor norte-americano de R&B e soul. Durante sua carreira, Vandross vendeu mais de 25 milhões de cópias de seus álbuns e ganhou oito prêmios Grammys, incluindo Melhor Cantor de R&B 4 vezes. Ele ganhou 4 prêmios Grammys em 2004, incluindo o Grammy de Melhor Canção do Ano pela música “Dance With My Father”, coescrita com Richard Marx.
“A Voz de Veludo” em referência ao seu excepcional talento vocal, e às vezes era chamado de “A Melhor Voz de uma Geração”. Ele também foi considerado o “Pavarotti do Pop” por muitos críticos.
Em 2008, Vandross ficou em 54º lugar na lista dos 100 maiores cantores de todos os tempos da revista Rolling Stone.
Os maiores sucessos da sua carreira foram canções como “Never Too Much”, “Stop to Love”, “Give Me the Reason”, “Here and Now”, “Any Love”, “Power of Love/Love Power”, “I Can Make It Better”, “For You to Love”, “Dance with Father” e covers como “A House Is Not a Home”, Bridge Over Trouble Water um dueto com Jennifer Holliday e Paul Simon, Endless Love um dueto com Mariah Carey e The Closer I Get to You um dueto com Beyoncé.
Morte
O cantor de soul americano morreu aos 54 anos de idade. Vandross havia sofrido um grave derrame dois anos antes, do qual nunca chegou a ficar totalmente recuperado. Mas mesmo numa cadeira de rodas, ele continuava a gravar discos e no ano de 2004 ele recebeu quatro Grammys pelo álbum “Dance With My Father?” lançado logo depois do derrame.
Robert Cavanaugh, porta-voz do Centro Médico JFK, hospital onde ele faleceu, disse que Vandross “morreu em paz, sob o olhar atento dos amigos, da família e da sua equipe médica”. Cavanaugh não divulgou a causa da morte, lembrando apenas que, após o derrame, a saúde do cantor nunca mais voltou a ser mesma de antes, e que ele sempre se mostrava “profundamente comovido” pelas manifestações de carinho recebidas por parte dos seus fãs.
Vandross sempre teve problemas com diabetes, hipertensão e flutuação de peso. O cantor morreu sem deixar nenhum descendente. Ele jamais se casou, nem teve filhos.
O grande cantor, Stevie Wonder, prestou homenagem a Luther Vandross, no seu funeral.

Medicina – O que é a Síndrome de Klinefelter?



É uma anomalia cromossômica de caráter sexual, geralmente causada pelos genes maternos transmitidos ao feto e acomete um em cada quinhentos meninos nascidos vivos, sendo considerada a anomalia cromossômica de caráter sexual mais comum. Essa síndrome caracteriza-se pela trissomia ou polissomia dos cromossomos sexuais, visto que estes normalmente se apresentam com dois cromossomos X ou com um cromossomo X e um Y. Os portadores da síndrome de Klinefelter possuem em seus genes sexuais dois ou mais cromossomos X, além de um cromossomo Y.
Por possuir um cromossomo feminino (Y), o indivíduo do sexo masculino portador da síndrome apresenta algumas características femininas, como por exemplo o desenvolvimento dos seios (ginecomastia). Por outro lado, algumas características masculinas acabam por não se desenvolverem da maneira esperada durante a puberdade: o aparecimento dos pelos faciais é reduzido, os testículos se mantêm pequenos e o nível de fertilidade pode ser afetado. Alterações no crescimento dos membros do indivíduo também são observadas, com tamanhos dos braços e das pernas desproporcionais ao corpo.
Não é muito frequente o comprometimento cognitivo dos indivíduos que possuem a trissomia, mesmo que existindo uma predisposição. Entretanto, os indivíduos que possuem mais de dois cromossomos sexuais X, têm mais chances de manifestar um nível intelectual inferior ao esperado, quando comparados a pessoas consideradas normais. Estudos também mostram que conforme vai subindo a quantidade de cromossomos sexuais X, mais cognitivamente afetados são os indivíduos: em testes de quociente de inteligência (QI), por exemplo, notou-se que a cada cromossomo sexual X a mais, havia uma queda de 16 pontos no índice em questão.
Os sinais da síndrome de Klinefelter variam em cada estágio da vida. Nos primeiros anos, na primeira infância, são evidentes problemas como o desenvolvimento sensório motor mais lento, muito em parte decorrente de uma musculatura mais fraca, e o atraso na evolução da fala. As crianças com a síndrome também costumam apresentar personalidade mais dócil e reclusa.
Na adolescência, período em que avança a puberdade, a ginecomastia se faz presente, bem como o não desenvolvimento do pênis e a deficiência muscular e óssea. As dificuldades de aprendizagem, quando presentes, tornam-se mais perceptíveis nessa fase. Já na fase adulta, além das características já apresentadas durante a adolescência, a libido mostra-se afetada e o indivíduo também pode se descobrir infértil.
O diagnóstico pode ocorrer clinicamente através do exame físico, quando o médico ou outro profissional de saúde observa as características típicas da síndrome assim que a criança nasce ou durante a puberdade. A síndrome também pode ser constatada através de testes citogenéticos que podem ser realizados antes ou depois do nascimento do bebê. Nesses exames são observados todos os cromossomos que formam o cariótipo das células em busca de anomalias.
Por conta de a síndrome proporcionar disfunções hormonais, o tratamento é constituído por controle desses hormônios através de medicamentos, principalmente com reposição de testosterona. O médico endocrinologista em conjunto com o médico pediatra são os profissionais mais indicados para lidar com o tratamento, pois eles saberão dosar a quantidade hormonal que o indivíduo portador da síndrome necessita em cada idade.
Um tratamento adequado possibilita o pleno funcionamento do organismo, mantendo os padrões considerados normais para o desenvolvimento da massa muscular, da maturação sexual, do desenvolvimento ósseo e até dos aspectos comportamentais e sociais. O acompanhamento do quadro de saúde é necessário por toda a vida, pois por tratar-se de um problema genético, não possui cura. A síndrome de Klinefelter aumenta o risco de ocorrência de algumas doenças, como a diabetes, a osteoporose, o câncer de mama, os problemas cardiovasculares, as doenças pulmonares e o lúpus.
Para o desenvolvimento intelectual dos indivíduos com problemas de aprendizagem se faz necessário um apoio escolar mais amplo, no qual todo o corpo pedagógico precisa criar estratégias diferenciadas para garantir um aprendizado adequado ao indivíduo portador da síndrome.

China lança “robô lixeiro” para capturar lixo espacial



Uma empresa chinesa de mineração espacial colocou nesta terça-feira (27) em uma órbita baixa ao redor da Terra um protótipo de um “robô lixeiro” que pode capturar lixo espacial deixado por missões anteriores usando uma grande rede. Uma vez capturado, o lixo será queimado usando um sistema de propulsão elétrica.
Batizada de NEO-1, a espaçonave foi lançada em um foguete Longa Marcha 6 junto com vários outros satélites de pequeno porte. Ela também irá observar o espaço profundo e estudar pequenos corpos celestes.
Pesando 30 Kg, o robô foi desenvolvido pela Origin Space, uma empresa de Shenzen, e segundo ela irá abrir o caminho para futuras tecnologias para a mineração de asteroides.
Pesando 30 Kg, o robô foi desenvolvido pela Origin Space, uma empresa de Shenzen, e segundo ela irá abrir o caminho para futuras tecnologias para a mineração de asteroides.
Viajando a uma velocidade de mais de 28 mil km/h, mesmo um pequeno parafuso pode perfurar uma espaçonave com mais energia do que a bala de um rifle, destruir um satélite (gerando mais lixo espacial), ou causar sérios danos a uma missão tripulada.
Recentemente, a tripulação missão da Crew-2 da Nasa e SpaceX passou por um susto quando, horas após chegar à Estação Espacial Internacional, foram ordenados a vestir seus trajes espaciais e retornar à sua cápsula devido ao risco de colisão com um objeto em órbita. Felizmente, tudo não passou de um alarme falso.
Em entrevista à imprensa chinesa a fundadora da Origin Space, Su Meng, afirma que a empresa tem planos para lançar dúzias de telescópios espaciais e mais espaçonaves para conseguir minerar asteroides comercialmente já em 2045.

Clonagem – A Ovelha Dolly



(5 de julho de 1996 — 14 de fevereiro de 2003) foi o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula somática adulta.
Os cientistas tornaram pública a experiência somente em 22 de fevereiro de 1997, quando Dolly já estava com sete meses de vida.
Os créditos pela clonagem foram dados ao biólogo Ian Wilmut, mas este admitiu, em 2006, que Keith Campbell seria na verdade o maior responsável pela clonagem.
O nome Dolly é uma referência ao nome da atriz e cantora Dolly Parton(capítulo anterior do ☻Mega) . Dolly foi clonada a partir das células da glândula mamária de uma ovelha adulta com cerca de seis anos, através de uma técnica conhecida como transferência somática de núcleo.
Apesar das suas origens, Dolly teve uma vida comum de ovelha e deu à luz a seis filhotes, sendo cuidadosamente observada em todas as fases. Em 1999 foi divulgado na revista Nature que Dolly poderia tender a desenvolver formas de envelhecimento precoce, uma vez que os seus telómeros eram mais curtos que os das ovelhas normais.
Em 2002 foi anunciado que Dolly sofria de um tipo de doença pulmonar progressiva, o que foi interpretado por alguns setores como sinal de envelhecimento. Dolly foi abatida em fevereiro de 2003, aos 7 anos, para evitar uma morte dolorosa por infecção pulmonar incurável. O seu corpo empalhado está exposto no Museu Real da Escócia, em Edimburgo, Escócia.
Dolly foi o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula somática adulta. Ou seja, ela é uma cópia perfeita e felpuda de outra ovelha. Três mães contribuíram com seu nascimento. Uma forneceu o ovócito, a outra, os cromossomos que foram inseridos no núcleo desse ovócito. A terceira foi a responsável pela gestação. O ovócito é um óvulo imaturo, em um estágio prévio de desenvolvimento.

O óvulo é uma célula reprodutiva. Ou seja, possuí apenas metade do DNA necessário para gerar um ser vivo completo. A ideia, um clássico do ensino médio, é que a outra porção de cromossomos venha do pai, através do espermatozoide. A união e fusão dos dois gera uma célula completa, que se multiplica e vira um filhote.
Fazer um clone é tirar essa “metade” de DNA que vem de fábrica com o óvulo e substituí-la por uma carga genética completa. Se já está tudo ali, não há necessidade de um espermatozoide trazer a metade que faltava. Basta estímulo artificial para o óvulo se tornar um novo ser vivo. Ele é implantando no útero de uma “mãe de aluguel” e cresce normalmente.
Só há um problema: ele será idêntico ao dono da célula usada no processo. Afinal, o que impede que existam dois exemplares iguais da mesma espécie é a mistura única da carga genética do pai e da mãe. Tire um deles e voilá, você terá um clone.
Isso é um desafio ético. Não há, em teoria, nada de perigoso na existência de um par de ovelhas idênticas. Mas não se pode dizer o mesmo de ser humano. Já pensou o que uma cópia fiel de você seria capaz de fazer em seu nome? A protagonista de Orphan Black sabe.

A polêmica está no ar, e a clonagem é alvo de interesse científico e econômico. Sir Ian Wilmut, o cientista responsável pelo nascimento de Dolly, falou, ao jornal britânico The Guardian, que seria possível criar uma “Arca de Noé” genética, um banco de amostras de tecidos que poderiam ser usadas por cientistas no futuro, com técnicas mais avançadas que as disponíveis atualmente, para evitar a extinção de espécies ou traze-las de volta do mundo dos mortos — ao melhor estilo Jurassic Park.

No final de 2015, a China anunciou a construção do maior centro de clonagem animal do mundo, localizado na cidade de Tianjin, no norte do país. Animais domésticos, cavalos de corrida e gado bovino serão “produzidos” no local através da técnica. Foram investidos 31 milhões de dólares nas instalações, que poderão produzir até 10 mil embriões bovinos por ano. Uma forma inusitada de suprir as necessidades alimentares do país continental.
63% dos americanos não consumiriam carne oriunda de animais clonados, e 90% defendem que os legisladores levem em conta questões éticas na hora de regulamentar a clonagem.

Grupos de defesa dos direitos dos animais se opõe à prática. A produção de quantidades industriais de bichos idênticos facilitaria a objetificação dos seres vivos, e reforçaria a ideia de que são como máquinas a serviço do homem. A ineficiência do processo de clonagem pode ser degradante: em 1996, 277 embriões clonados foram implantados, e só Dolly sobreviveu. Ela morreu cedo, aos sete anos, em 14 de fevereiro de 2003, de uma doença pulmonar grave. A ovelha também sofria de artrite precoce, um entre os vários problemas a que animais clonados estão sujeitos.

Música Country-Dolly Parton



Dolly Rebecca Parton Dean, mais conhecida como Dolly Parton (Sevierville, 19 de janeiro de 1946) é uma cantora, compositora, atriz e filantropa norte-americana. É considerada um dos maiores nomes na história da música mundial.
Linda Ronstadt, Emmylou Harris e Maria Muldaur gravaram canções suas, Whitney Houston gravou “I Will Always Love You”, composição de Dolly, e em 2008, Dolly participou no álbum Do You Know da cantora americana Jessica Simpson, compondo e cantando a faixa que nomeia o disco, entre outras grandes colaborações e composições.
Dolly Parton revelou-se uma atriz competente a participar no filme Como Eliminar seu Chefe ao lado de Jane Fonda e Lily Tomlin. Atuou também no filme família buscapé, onde cantou “If You Ain’t Got Love”. Atuou também no Filme Joyful Noise, fazendo o papel de G.G. Sparrow, ao lado de Queen Latifah. Também contracenou em um episódio da série Hannah Montana ao lado de Miley Cyrus, fazendo a madrinha de Miley Stewart. É madrinha de Miley Cyrus na vida real.
Em 1983, fez uma participação em dueto com Kenny Rogers na música “Islands In The Stream”, escrita por Barry Gibb dos Bee Gees, onde obteve sucesso mundial.
Em 1993 fez um dueto com James Ingram na trilha sonora do filme Beethoven’s 2nd, “The Day I Fall in Love”, que recebeu indicação ao Oscar de melhor canção original.
Em 1994, gravou, em dueto com Julio Iglesias, um sucesso da música americana: “When You Tell Me That You Love Me”.
Em 2017, colaborou com a cantora norte americana Kesha numa música chamada “Old Flames: Can’t Hold A Candle To You” para seu novo álbum Rainbow.
A famosa intérprete construiu seu próprio parque temático, inaugurado em 1985: o Dollywood, que situa-se no Tennessee, na cidade de Pigeon Forge. O parque apresenta inúmeras diversões e shows, todos inspirados nas origens country e na história de sua criadora. Mais tarde construiu ainda o parque aquático DollySplash, abriu o restaurante Dixie Stampede e fundou a Imagination Library especialmente dedicada às crianças.
Mudou-se com sua família de sua cidade natal, Sevierville, para viver em Nashville, no mesmo estado do Tennessee, aos 18 anos de idade. No primeiro dia na cidade ela conheceu o jovem de 21 anos, músico e administrador, Carl Thomas Dean: Ela saía da lavanderia com suas roupas já lavadas e ele estacionava sua caminhonete branca no local.

Zoologia – Hiena Hardy não ri, e nem as outras



Não pergunte qual foi a piada
O sons emitidos pelas hienas não são sinal de bom humor e em alguns casos pode ser até intimidação.
As risadas poder ser usadas pelas hienas para se identificar em grupo, em relação a outros membros da mesma espécie.
No estudo, feito por especialistas da University of California, em Berkeley, foram analisados os sons emitidos por 17 animais que estavam competindo por quantidades limitadas de comida – situação em que tendem a emitir as famosas risadas.
Os sons de cada hiena foram analisados, classificados e comparados uns com os outros.
A conclusão foi de que o tipo de nota emitida (mais grave ou mais aguda) e as variações nas risadas podem ser usadas para indicar a idade ou a posição hierárquica do animal no grupo.
Hienas mais jovens tendem a ter risadas mais agudas, fêmeas dominadoras – em bandos altamente hierárquicos – tendem a emitir uma gama menor de sons.
A rica estrutura social do bando se reflete em vários tipos de sons, desde berros que viajam grandes distâncias até grunhidos baixos.
Mas é a risada da hiena malhada (da espécie Crocuta crocuta) que deu ao animal sua fama peculiar.
A pesquisa concluiu que as frequências básicas de cada risada, ou “as notas” emitidas por cada hiena, eram bastante específicas para cada indivíduo.
Quando confrontada com uma risada de origem desconhecida, a equipe de pesquisadores foi capaz, em 50% dos casos, de identificar de que animal ela tinha vindo.
Como as frequencias tendem a cair (ou se tornar mais graves) com a idade, os especialistas concluíram que a risada anuncia a idade do animal.

Perseverance consegue extrair oxigênio em Marte



O rover Perseverance foi pioneiro em mais uma atividade em solo marciano. Depois de gravar o primeiro vídeo de Marte e fazer o primeiro helicóptero autônomo decolar por lá, ele agora é o primeiro equipamento feito pelo ser humano a produzir oxigênio no planeta.
A conquista foi confirmada recentemente pelo Jet Propulsion Lab, o setor da NASA responsável pela construção e movimentação do veículo, depois de o experimento ser realizado no dia anterior.
O responsável pelo procedimento é um componente que fica na lateral superior direita da Perseverance, batizado de MOXIE. A sigla, em português e com tradução livre, significa Experimento de Utilização de Recursos In Situ de Oxigênio em Marte.
Gerar oxigênio a partir de uma substância já presente em Marte é vista como uma enorme conquista pela agência espacial. Esse processo é muito mais seguro, barato e rápido do que transportar enormes quantidades do elemento a partir de foguetes, por exemplo.
Ao todo, nesse primeiro experimento, foram produzidas 5 gramas de oxigênio — o que seria equivalente a uma reserva de ar respirável de 10 minutos para um astronauta. A capacidade máxima do equipamento é de gerar 10 gramas/hora.
Esse procedimento possui duas grandes possibilidades de uso. Uma delas é a mais óbvia: gerar reservas de ar para que os astronautas (e eventuais futuros colonizadores) respirem a partir de um ambiente controlado ou traje espacial.
A segunda é ter oxigênio suficiente para permitir uma decolagem de um foguete de Marte — algo que exige a queima de altas quantidades desse elemento. Por enquanto, a capacidade de extração do equipamento não é o suficiente para garantir nenhuma dessas funções, mas a própria NASA compreende que este é apenas o primeiro passo de uma série de experimentos.
A Perseverance não é capaz de “criar” oxigênio. Na verdade, o que ela faz é coletar o dióxido de carbono (CO2) que existe em abundância na atmosfera marciana, separando os elementos a partir de processos químicos e que usam eletricidade.
Como resultado o oxigênio (O) é armazenado, enquanto o monóxido de carbono (CO) restante é devolvido para Marte.
A MOXIE é uma caixa do tamanho da bateria de um automóvel que tem uma composição bastante especial: ela precisa ser capaz de suportar a alta temperatura gerada pelo processo de extração — 800 ºC. Por isso, ela é feita de ligas de níquel impressas em 3D e um aerogel que impede a dissipação de calor.
Uma camada leve e externa de ouro reflete o calor e permite que o resto da Perseverance não suba de temperatura e seja danificada.

Hienas têm má reputação, mas são os predadores mais bem sucedidos da África



Séculos de histórias retratam as quatro espécies de hiena como carniceiros demoníacos que dão gargalhadas. Está na hora de mostrar a verdade.
O caçador mais bem-sucedido de toda África é inteligente e amoroso e tem intricadas relações sociais comparáveis às de primatas. Os filhotes das fêmeas-alfas herdam a posição social imediatamente abaixo das mães, semelhante ao que ocorre em uma monarquia.
Animais há muito mal compreendidos, tidos como carniceiros burros e glutões com uma risada demoníaca, as hienas têm um grave “problema de relações públicas”, afirma Arjun Dheer, aluno de Ph.D. do Instituto Leibniz de Pesquisa de Animais Silvestres e Zoológico da Alemanha, que estuda hienas-malhadas na Cratera Ngorongoro, na Tanzânia.
A reação se deve a séculos de literatura e folclore tradicional — geralmente com lendas de bruxaria, escavações de túmulos e distúrbios sexuais — que impingiram um “desgosto pela hiena profundamente enraizado na psiquê humana”.
Aristóteles descreveu a hiena como “grande apreciadora de carne em putrefação”. Hemingway rotulou o animal como “um hermafrodita devorador canibal de mortos”. E Roosevelt o caracterizou como uma “mistura singular de covardia abjeta e ferocidade extrema”, segundo um estudo de 1995 sobre o status da hiena ao longo da história. Plínio, o Velho, antigo escritor romano, escreveu que as hienas são capazes de congelar outros animais por meio de magia.
Com uma fama tão desagradável, não surpreende o fato de que as hienas foram igualmente denegridas na cultura popular. O mais novo filme O Rei Leão, que será lançado pela Disney em 19 de julho, mais uma vez retrata um trio de hienas-malhadas como ajudantes aliadas do vilão Scar.

Embora as maiores vítimas da maledicência sejam as hienas-malhadas do leste e do sul da África, as quatro espécies são geralmente consideradas um único grupo. A hiena-castanha, a espécie mais rara, é nativa do sul da África; os lobos-da-terra são animais monogâmicos que se alimentam de insetos encontrados no leste e no sul da África; e a hiena-riscada, a espécie menor e menos estudada, vive em populações fragmentadas ao longo da Ásia e norte da África.
É sobretudo o medo e a falta de conhecimento sobre as hienas, além da aparência peculiar e tendências carniceiras, que deram origem a tantos estereótipos negativos, afirma Dheer.
Mito: as hienas são burras.
O trio de hienas do filme O Rei Leão, Shenzi, Banzai e Ed, ficam à espreita nas sombras do cemitério de elefantes. Ed é burro, estrábico, tem a língua dependurada para fora e morde a si mesmo. Sob a liderança de Scar, as hienas contribuem para o colapso de todo o ecossistema da Pedra do Reino.

Na realidade, esses predadores do topo da cadeia alimentar são fundamentais para controlar as populações de presas e prevenir a proliferação de doenças, sobretudo por ingerir até o último pedaço de um animal, explica Dheer.

As hienas-castanhas e as hienas-malhadas vivem em clãs bastante unidos liderados por um animal alfa (geralmente uma fêmea), esses clãs são compostos também por fêmeas de menor hierarquia social, machos e jovens. O tamanho do clã depende predominantemente da disponibilidade de presas, variando de 10 membros, em alguns clãs que vivem no deserto, até cerca de 120 animais, na região com abundância de recursos da Reserva Nacional Masai Mara do Quênia e Ngorongoro, afirma Dheer.Mito: as hienas riem.
As vocalizações mantêm intactas as sociedades de hienas: o grito característico serve para recrutar mais hienas durante uma briga com leões, anunciar a aptidão física de um macho ou simplesmente informar localizações a outras hienas. É nessas ocasiões que se ouvem as gargalhadas ou risadinhas tão mal compreendidas, exclusivas das hienas-malhadas.
Por séculos, escritores descreveram esse som como enganoso ou malicioso. “Rirei feito uma hiena quando você estiver prestes a dormir”, escreve Shakespeare na obra Do jeito que você gosta.
Na verdade, não é um sinal de felicidade: um animal de menor hierarquia social produz o som semelhante a uma risada quando está aborrecido ou estressado, esclarece Dheer.
Mito: hienas alimentam-se apenas de carniça.
Como conta a história: “o leão é o rei e a hiena é um bicho esquivo, detestável e sujo porque se alimenta de carniça”, afirma Christine Drea, antropóloga evolucionária da Universidade Duke, que estudou hienas-malhadas.

Ela lamenta a resistência do mito, “mesmo com provas evidentes do contrário diante de todos”.

A verdade? As hienas são excelentes caçadoras e é mais provável que suas presas abatidas sejam roubadas por leões do que o inverso. No Serengueti, na década de 1970, o zoólogo Hans Kruuk descobriu que, quando hienas-malhadas e leões dividem uma carcaça, as hienas são responsáveis pela caça 53% das vezes.

As hienas-malhadas são capazes de caçar um búfalo e filhotes de elefantes, caçando sozinhas ou em bandos — uma “versatilidade que lhes oferece uma vantagem em relação a seus competidores”, afirma Dheer.

Isso não significa que hienas ignorem alimento disponível, como destaca Drea: “Qualquer carnívoro que se preze se alimenta de carniça, se tiver a oportunidade”.
E elas são excepcionais nesse aspecto. Os maxilares semelhantes a marretas estilhaçam ossos, ao passo que os estômagos altamente ácidos desintegram os fragmentos.
Mito: as hienas são fracas.
Nos desertos áridos do sul da Namíbia, as hienas-castanhas possuem uma área de ocorrência que se estende por até quase 3 mil quilômetros quadrados. Um animal percorre em média 24 quilômetros por noite em busca de alimento, geralmente filhotes de focas, de acordo com Wiesel.

Tal resistência se deve em parte ao formato aerodinâmico de seu corpo. As patas traseiras curtas e grossas aumentam a eficiência energética e permitem que os animais se desloquem rapidamente e com facilidade. As hienas ainda contam com corações e pulmões fortes e grandes, além de narinas amplas que facilitam a troca de oxigênio.

Mito: as hienas cheiram mal.
O povo Kaguru da Tanzânia acredita que hienas escavam túmulos, o que, segundo a crença, é o motivo do mau cheiro. Na realidade, as hienas não exalam muito cheiro, contam Dheer e Wiesel.
A glândula anal das hienas de fato secreta uma substância que os cientistas apelidaram de “creme de hiena”, que é uma pasta utilizada para marcar o território e tem cheiro de húmus.
Mito: as hienas são hermafroditas.
As hienas fêmeas são mães excepcionais, dedicando mais tempo a seus filhotes que a maioria dos carnívoros. Não somente elas amamentam os filhotes com leite extremamente rico em cálcio por dois anos, mas também brincam de luta com a cria por horas a fio — outro comportamento sofisticado semelhante ao de primatas.
No entanto as hienas-malhadas fêmeas geralmente são confundidas com machos. Elas possuem genitais que se assemelham aos de machos’. Quando duas hienas — sejam machos ou fêmeas — se cumprimentam, o animal de maior posição social cheira os genitais do animal de menor hierarquia para reforçar os elos sociais e reduzir o nível de estresse. As fêmeas também urinam, copulam e dão a luz por meio desse pseudopênis.
É esse traço físico particular que manchou a imagem pública da hiena. O estudo de 1995 indicado acima revela ainda que, na obra Physiologus, um texto cristão do século 2 d.C., há alegações de que a hiena alterna o sexo entre macho e fêmea e, assim, “é impura porque possui duas naturezas”.
Verdade: as hienas são vulneráveis à extinção.
Em razão da perda do habitat e da caça generalizada, as hienas-riscadas e hienas-castanhas são classificadas como quase ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza, órgão que define a situação de conservação das espécies.
E, embora o lobo-da-terra e a hiena-malhada estejam na lista das espécies pouco preocupantes, “eu estou preocupado,” afirma Dheer.
As hienas-malhadas estão extintas localmente em grande parte do sul, no oeste e na região central da África. Perseguidas por produtores rurais e caçadores, ao que parece, sua população está em declínio fora das áreas de proteção, segundo Dheer.

Não Confunda – Diferenças entre Camelo e Dromedário



Eles se diferem fisicamente por três coisas: o número de corcovas, a altura e o tipo de pelo. Além disso, o habitat deles não é o mesmo. Ambos são originários de um ancestral comum — que viveu na América do Norte há 40 milhões de anos — mas agora vivem em diferentes regiões do planeta.
O camelo (Camelus bactrianus) é encontrado apenas na Ásia Central, ao passo que o dromedário (Camelus dromedarius), conhecido como camelo árabe, espalha-se não só por parte do continente asiático como também pela África. Na verdade, é ele que se vê naqueles filmes passados no deserto do Saara.
Parentes bem próximos, esses dois mamíferos ruminantes são as únicas espécies da família Camelidae e são usados pelo homem como meio de transporte em regiões desérticas. Rápidos e resistentes, os dromedários podem correr a 16 km/h por até 18 horas seguidas. Já os camelos viajam bem mais lentamente, a cerca de 5 km/h, mas em compensação são capazes de levar pesadas cargas em viagens de até 50 quilômetros de distância.
Em comum ambos têm a capacidade de ficar durante vários dias sem beber água — há registro de animais que aguentaram até 17 dias sem um golinho sequer. Por serem “primos” não muito distantes, camelos e dromedários podem cruzar entre si, gerando crias que também são capazes de se reproduzir.
Parecidos, mas nem tanto
Número de corcovas, altura e pêlos entregam quem é quem

Saliência em dobro
A distinção mais visível entre os dois animais está no dorso. Enquanto os camelos têm duas corcovas 1, os dromedários só possuem uma 2. As corcovas são formadas por importantes depósitos de gordura

Questão de porte
Outra diferença está na altura de ambos. Os camelos possuem patas mais curtas 3, enquanto os dromedários têm pernas mais longas 4

Traje longo ou curto
Enquanto o dromedário apresenta o corpo coberto por uma pelagem curta 5, o camelo tem pelos longos e vistosos 6, principalmente nas coxas, na garupa e na cabeça. Nos meses de inverno, essa pelagem pode chegar ao chão

Nanovacinas Contra Covid 19



O diferencial da nanovacina é a modificação genética feita para que as partículas do vírus adquiram a capacidade de automontagem: “Um diferencial é que a gente modifica geneticamente a proteína do vírus para ela adquirir essa capacidade de se automontar. Temos a proteína igualzinha como estava no vírus. Fazemos uma pequena modificação, colocamos alguns aminoácidos, controlamos as condições físico-químicas, ou seja, a gente controla a solução em que ela está, qual Ph, quanto de sal tem. E, nessas condições específicas, ela se monta.”
A plataforma utilizada para a produção das nano partículas é oriunda da bactéria Escherichia coli (E. coli), que funciona quase como uma ‘biofábrica’: as bactérias produzem as proteínas virais ou, no caso, essas nanovacinas. “Como estamos testando com um outro organismo, precisamos otimizar as condições para que essas bactérias estejam produzindo adequadamente. Depois, a gente purifica essas proteínas modificadas, que vão ser as vacinas das bactérias”.
Antes da testagem em humanos, a nanovacina precisa percorrer um caminho de testes, inicialmente em camundongos. Eles começam imunizando animais que não adoecem para medir as respostas imunológicas. Um camundongo comum vai receber a vacina em diferentes doses, intervalos de tempo e condições. Os pesquisadores vão medir as respostas imunológicas, de produção de anticorpos, para ver como estão reagindo. Somente com as formulações mais importantes, e que estão mostrando melhores resultados, é que será realizado o ensaio de desafio que é quando os animais são imunizados e depois expostos ao Sars-Cov-2, para ver se estão realmente protegidos.
O Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB, onde as vacinas estão sendo estudadas, é coordenado pelo professor Luís Carlos de Souza Ferreira, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Medicina – A Cura do Câncer



O câncer é uma doença de fundo genético, causada por uma ou mais mutações no DNA. Fundamentalmente, essas mutações acabam fazendo com que as células percam a capacidade de ter seu crescimento controlado, proliferando-se de forma descontrolada.
No estágio inicial, existe a formação de uma massa tumoral que será diferente dependendo de onde ocorreu essa a alteração genética. Caso a mutação seja em células sésseis, o tumor gerado formará uma “massa” no local onde foi inciado. Por isso, nós chamamos ele de sólido. No caso de ocorrer em células da circulação, como as sanguíneas, nós chamamos de líquido.
Depois de um tempo, já em um estágio mais grave dos tumores sólidos, nós temos aquilo que chamamos de metástase. Em outras palavras, além do crescimento inicial, algumas células adquirem a capacidade de invadir o tecido adjacente e colonizar outros órgãos, dificultando o tratamento e tornando tão difícil a “cura do câncer” (que é corretamente chamada de remissão).
A resposta mais curta é a complexidade de entender a diversidade desta doença, que não era conhecida até tempos atrás. Atualmente quando olhamos para as alterações celulares que ocorrem de individuo para individuo, nós tiramos a conclusão que, na verdade, o câncer não é uma doença, mas sim milhares.
Então essa é a primeira dificuldade. Se nós tentarmos atacar determinado circuito molecular ou sinalização bioquímica de algumas células cancerígenas, a mesma técnica talvez não seja eficiente para afetar o câncer de outros indivíduos. Por isso, é necessário entender quais as terapias mais eficazes para cada paciente ou cada conjunto de pacientes.
Um exemplo disso é que muitos cânceres criam novos vasos sanguíneos para conseguir se suprir de oxigênio. Por isso, as primeiras ideias de tratamentos foram para cortar o suprimento vascular, o que não funcionou muito bem. Esta abordagem funcionou parcialmente, pois quando nós inibíamos uma via bioquímica, as células mutantes acabavam por utilizar outras vias e, assim, resgatavam a capacidade de gerar novos vasos sanguíneos.
Uma outra questão importante é que o tratamento pode atuar como um processo de seleção natural da própria doença. Ao aplicar um tratamento para matar as células tumorais, uma pequena parte delas pode ser resistente àquela terapia e começa a tomar conta do tumor. Ou seja, você faz uma seleção de uma subpopulação de células resistentes que irão se tornar maioria.
Mas temos evoluído muito. Hoje em dia, para muitas tumores malignos, nós temos conseguido a cura do câncer. Mas o importante ainda é a prevenção. Por isso é importantíssimo buscar uma rotina de hábitos saudáveis. Além disso, investir no diagnóstico precoce facilita o tratamento principalmente pela detecção do tumor em seu estágio inicial.
No sangue, temos células chamadas de glóbulos brancos, ou leucócitos, que compõem o nosso sistema de defesa. Um dos tipos celulares dessa defesa são chamados de linfócitos-T que são especializados em diferenciar o que é nosso organismo e o que não é.
Por consequência, ao identificar uma bactéria, vírus ou outro organismo, as células -T irão ativar uma cadeia de ataques contra o invasor. E aí temos um ponto interessante: por serem aberrações, os tumores podem expressar proteínas “mutadas” – que passaram pelo processo de mutação – e que podem ser reconhecidas como estranhas por essas células.
Recentemente, a notícia de que um grupo de pesquisadores israelenses revelaria em breve um tratamento promissor contra a doença circulou nas redes sociais e trouxe esperança a muita gente, por prometer o que ainda parece distante: “Acreditamos que ofereceremos, em um ano, uma cura completa para o câncer”, disse Dan Aridor, em entrevista ao Jerusalem Post, sobre o novo método sendo desenvolvido por sua empresa, a Acelerated Evolution Biotechnologies Ltda
A tecnologia, batizada de MuTaTo (Multi-Target Toxin), usaria um grupo de três peptídeos projetados para se conectarem de modo específico a receptores de células cancerosas. Eles levariam toxinas fortes e passariam a atacar o tumor
Segundo a empresa, a chave para o sucesso desta pesquisa é o foco desta abordagem de tratamento experimental em várias anormalidades nas células cancerosas ao mesmo tempo, limitando a capacidade da célula cancerosa de mudar seu padrão genético e tornar-se resistente aos tratamentos típicos.
Apesar de ser muito animadora, a promessa não é assim tão bem vista na comunidade médica. “Não temos detalhes, o que foi divulgado até agora é muito superficial”, aponta Vladmir Cordeiro Lima, médico titular da oncologia clínica do A.C.Camargo Cancer Center.
Cordeiro e o oncologista André Murad, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), listam quatro motivos para desconfiar da promessa dos israelenses
Técnicas semelhantes que utilizam fagos ou peptídeos já foram testadas anteriormente, e vários experimentos não tiveram êxito. Se os pesquisadores ainda estão no início de seus testes clínicos, eles podem ter algumas experiências desanimadoras nas próximas etapas. O relato divulgado pelos responsáveis é baseado em um experimento desenvolvido apenas em animais, portanto é considerado como “exploratório”. Aparentemente, não há um programa bem estabelecido de experimentos que possa definir melhor como isso funciona e sobre como seria a experimentação em humanos.
A pesquisa ainda não foi publicada em nenhum periódico científico reconhecido e os pesquisadores não revelam informações básicas, como o tipo de peptídeo usado e a taxa de sucesso do tratamento em animais. O diferencial desta terapia seria usar, de forma individualizada, uma biblioteca de peptídeos para cada paciente, mas tal abordagem demandaria um trabalho extremamente extensivo e caro.
Contraponto:
“Todos nós temos esperança de que uma cura para o câncer possa ser encontrada rapidamente. Apesar de existir uma grande lacuna entre testes com camundongos e êxito no tratamento com humanos, é possível que esta abordagem venha a funcionar”, aponta o oncologista André Murad. Cordeiro reafirma que seria uma surpresa feliz se a tecnologia realmente vingasse. “No entanto, teremos que esperar até que mais detalhes sejam divulgados”.
Tratamentos
Câncer de mama triplo-negativo
O medicamento atezolizumabe é a primeira imunoterapia para tratar pacientes com câncer de mama triplo-negativo na fase metastática (quando o tumor se espalha para outras partes do corpo).
A aprovação do uso conjunto da imunoterapia atezolizumabe com a quimioterapia nab-paclitaxel foi baseada nos resultados do estudo Impassion130, que demonstrou redução de 38% no risco de progressão ou morte e ganho de 10 meses de sobrevida em pacientes com expressão do biomarcador PDL-1.
O uso do atezolizumabe com o antiangiogênico bevacizumabe, ambos da Roche, também é associado à quimioterapia para a primeira linha de tratamento em pacientes com tumor de pulmão do tipo não pequenas células metastático não escamoso. Essa combinação é inédita no Brasil.
Câncer de bexiga
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou este mês o erdafitinibe, da Janssen, que é uma terapia-alvo anti-FGFR, desenvolvida para tratamento de pacientes com câncer de bexiga localmente avançado ou metastático.
De acordo com a Janssen, o Brasil é o segundo país a receber a aprovação do medicamento, que pode ser recomendado também a pacientes que não responderam ou tiveram recaída após tratamento prévio com quimioterapia.

Câncer de mama metastático
Com o nome comercial de Ibrance, a Pfizer lançou o palbociclibe para o tratamento do câncer de mama metastático do tipo hormônio receptor positivo (HR+) e HER2.
Segundo a Pfizer, antes da aprovação do Ibrance, em 2018, por mais de 10 anos não havia um novo tratamento de primeira linha para esse tipo de câncer, que corresponde à maioria dos casos de tumores mamários.
Câncer de próstata
Novos Estudos mostram que o medicamento apalutamida, da Janssen, reduz em 72% o risco de progressão para metástase (quando o câncer se espalha para outras partes do corpo) ou morte em pacientes com câncer de próstata, além de proporcionar mais de 40 meses de sobrevida livre de metástase (mediana), o que representa um ganho de dois anos, quando comparado ao placebo.
Leucemia linfoblástica aguda
O medicamento inotuzumabe, da Pfizer, com o nome Besponsa, foi lançado este ano para tratamento de adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B com o marcador CD22 positivo. A indicação é para pacientes que apresentem recidiva (reaparecimento da doença) e para os casos resistentes ao tratamento prévio com quimioterapia.

Câncer de pulmão
O medicamento alectinibe, com nome comercial de Alecensa, da Roche Farma Brasil, foi aprovado este ano no País, e é uma nova opção de tratamento para câncer de pulmão de não pequenas células avançado com mutação ALK. O estudo Alex, que baseou a aprovação, demonstrou que o medicamento reduziu em mais da metade o risco de progressão da doença, em comparação com o tratamento padrão atual.

Câncer de rim
A imunoterapia pembrolizumabe, com o nome comercial Keytruda, da MSD, em combinação com axitinibe, foi liberado pela Anvisa para o tratamento de primeira linha de pacientes com tumor maligno de células renais avançado ou metastático. Essa é a primeira indicação de pembrolizumabe para a forma mais comum de câncer de rim e a primeira terapia anti-PD-1 aprovada no Brasil.

Câncer hematológico
O novo medicamento da Libbs Farmacêutica é anticorpo monoclonal, indicado para tratamento de cânceres hematológicos como o linfoma não-Hodgkin (linfoma folicular e linfoma difuso de grandes células B) e leucemia linfocítica crônica.

Câncer de mama HER2+
Com o nome comercial de Herzuma, o medicamento biossimilar do trastuzumabe é indicado para o tratamento do câncer de mama HER2+. Ele é um anticorpo monoclonal considerado uma terapia-alvo, ou seja, tem capacidade de bloquear a multiplicação das células cancerígenas, sem atingir as células sadias.
Terapia de células
Médicos da Universidade de São Paulo (USP) aplicaram pela primeira vez a imunoterapia, que usa células geneticamente modificadas do próprio paciente para tratar o linfoma gravíssimo.
As células geneticamente modificadas de defesa são injetadas no corpo do paciente. O sistema imunológico passa, então, a reconhecer e destruir o tumor. A pesquisa mostrou bons resultados com um paciente mineiro.

Imunoterapia
Vários estudos estão voltados para a imunoterapia, uma forma de estimular o próprio sistema de defesa do paciente para fazer com que ele ataque as células do câncer. Há estudos que fazem isso de forma a manipular geneticamente as células do próprio paciente, como aconteceu em São Paulo, ou produzindo medicações que vão auxiliar essa defesa do corpo atacando o tumor, como terapias personalizadas ou terapia-alvo.

Terapias personalizadas
Pesquisas estão cada vez mais desenvolvendo medicamentos biológicos que atacam as células cancerosas sem atingir as normais, e com menos efeitos colaterais. Nas pesquisas, o perfil genético do tumor é analisado para ser indicado um tratamento contra um alvo específico, direcionado às células cancerígenas, poupando as células sadias.
Biópsia líquida
Pesquisas estão desenvolvendo novas inovações na biópsia líquida, que consiste em retirar amostras de sangue para analisar tumores de forma mais rápida e menos invasiva.
Os resultados mostram os tipos de mutações genéticas presentes nas células cancerosas, permitindo identificar o melhor caminho para o tratamento de cada paciente. Hoje, a tecnologia é usada só em pacientes que já têm algum tipo de tumor, mas estudos levantam a possibilidade de esse exame ser utilizado também em quem ainda não possui a doença.
Vacina para câncer de mama
Cientistas dos Estados Unidos estão desenvolvendo uma vacina contra o câncer de ovário e de mama.
O objetivo é estimular o próprio sistema imunológico dos pacientes a combater o câncer, treinando o organismo para que ele possa reconhecer as células doentes antes que elas cresçam e se tornem tumores.
Detecção Precoce do Câncer
Pesquisadores britânicos e americanos se juntaram para tentar encontrar sinais mais precoces de câncer.
A ideia é criar um tumor para entender exatamente como ele é no “primeiro dia de vida”.

Sutiã
Um pesquisador mexicano desenvolveu um sutiã que promete detectar sinais precoces de câncer de mama por meio de biossensores de temperatura.
Quando há um tumor, aumenta o número de vasos sanguíneos na região, para “alimentá-lo”. Isso aumenta a temperatura do local, que pode ser detectada pelos biossensores.

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

Robótica – O Humanoide Mais Avançado Que Existe



Cientistas da Universidade de Tóquio desenvolveram o robô humanoide mais avançado de que se tem notícia. Embora a robótica tenha dado vida a todos os tipos de robôs, com capacidades múltiplas e diversas, o objetivo dos robôs humanoides é imitar os seres humanos ao máximo possível.
Para isso, os especialistas japoneses projetaram peças articuladas muito especiais, que permitem reproduzir o movimento dos seres humanos quase à perfeição.
Kengoro, como foi batizado o robô humanoide, pode realizar todos os tipos de flexões, abdominais e até jogar peteca. Além disso, ao emular o sistema muscular, ele é capaz de suar e dispõe de válvulas para liberar o vapor produzido.

Física – Portal para a 5ª Dimensão



Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Granada, na Espanha, e da Universidade Johannes Gutenberg, na Alemanha parece ter saído direto de uma obra de ficção científica. Isso porque os pesquisadores estão em busca de uma partícula hipotética que pode atuar como um portal para a quinta dimensão. A pesquisa pode ser a chave para explicar a abundância de matéria escura, uma substância não identificada que compõe a maior parte da massa do universo.

Javier Castellano e Matthias Neubert fazem parte de um grupo de cientistas que questiona se as quatro dimensões que os humanos são capazes de compreender (altura, largura, profundidade, tempo) são as únicas que existem no universo. Essa linha de pesquisa especula sobre as implicações que uma dimensão extra teria no universo e na própria realidade. O novo estudo, publicado pela revista European Physical Journal C., envolve a “presença de uma nova física”. Segundo seus autores, o modelo atual não serve para explicar fenômenos como a existência da matéria escura, por exemplo.
No estudo, Castellano e Neubert sugerem a existência de uma partícula que faria a mediação entre as partículas elementares conhecidas de nosso universo e a misteriosa matéria escura. “Essa partícula poderia desempenhar um papel fundamental na geração de massas de todas as partículas sensíveis a esta dimensão extra, e ao mesmo tempo ser a única janela relevante para um possível setor escuro responsável pela existência de matéria escura, que resolveria em um só golpe dois dos maiores problemas dessas teorias, a priori desconectados ”, disse Adrián Carmona, da Universidade de Granada.
Mesmo que a existência de um portal para a quinta dimensão possa parecer um argumento fantasioso, essa partícula hipotética que ficaria entre o reino da luz e o da escuridão poderia “proporcionar uma explicação natural” à fenomenal abundância de matéria escura, um tipo de substância ainda não identificada que forma grande parte da massa do universo.

Física – O Tempo Corre em 2 Direções



Pelo menos, é o que afirma o cientista teórico Julian Barbour, ex-professor da Universidade de Oxford.
O pesquisador sugere a hipótese de um Universo de dois lados, com um tempo que avança em duas direções. A ideia levanta questões profundas sobre nossa própria existência.
Barbour é autor do livro “The Janus Point: A New Theory of Time” (“O Ponto de Janus: uma nova teoria do tempo”, em tradução livre). Nele, o cientista sugere que não houve um início do tempo. Para ele, o Big Bang foi apenas uma configuração muito especial dos blocos de construção fundamentais do Universo, uma forma que ele chama de ponto de Janus. À medida que nos afastamos desse ponto, a forma muda, marcando a passagem do tempo. Segundo o físico, o “futuro” corre em ambas as direções, daí a referência a Janus, o deus romano de duas faces.
A teoria de Barbour busca um novo olhar sobre a segunda lei da termodinâmica, que estabelece que um sistema evolui sempre para um estado mais caótico, nunca ao contrário. Para entender melhor sua teoria, é preciso estar familiarizado com o conceito de entropia. Para entendê-lo, pense em uma taça de vidro que se quebra. Ao se partir em mil pedaços, é impossível que esses fragmentos se juntem e deixem a taça como estava antes. Assim, a taça é um objeto ordenado que, ao se quebrar, fica desordenado de forma irreversível. Em física, essa medida de desordem é chamada de entropia.
Segundo a segunda lei da termodinâmica, a entropia só pode aumentar, nunca diminuir. Assim, de acordo com os conceitos tradicionais da física, a entropia aumenta irreversivelmente com o passar do tempo. Isso significa que um dia nosso Universo atingirá seu estado máximo de entropia: terá se expandido tanto que alcançará uma desordem total. Por essa lógica, o tempo transcorreria apenas em um único caminho: avançando na direção na qual aumenta a entropia.
No entanto, Barbour acredita que a seta do tempo não se move inevitavelmente em direção à entropia total. O cientista acredita que, na verdade, o Universo está se tornando mais complexo e mais estruturado à medida que cresce. Com isso, ele não estaria se dirigindo até um ponto onde tudo se transforma em um grupo de partículas indistinguíveis umas das outras. Ao contrário, a visão do cientista projeta um Universo cada vez mais variado e dinâmico, onde não faltará calor e energia para continuar crescendo em todas as direções do tempo e do espaço. Assim, Barbour não aceita o argumento de que o Universo é semelhante a um sistema fechado cuja entropia pode atingir um máximo. Ao invés disso, o cientista assume a perspectiva otimista de que o Universo não tem limites, sendo capaz de durar para sempre.

Fontes: BBC e Science Magazine

Neurociência – Cérebro Humano Moderno



Os humanos modernos são fundamentalmente diferentes de nossos parentes vivos mais próximos, os grandes símios: vivemos no chão, andamos sobre duas pernas e temos cérebros muito maiores. As primeiras populações do gênero Homo surgiram na África há cerca de 2,5 milhões de anos. Seus integrantes já andavam eretos, mas tinham cérebros com apenas cerca da metade do tamanho dos humanos de hoje. Essas primeiras populações de Homo na África tinham cérebros de macacos primitivos – exatamente como seus ancestrais extintos, os australopitecinos. Então, quando e onde o cérebro humano típico evoluiu?
Uma equipe internacional liderada por Christoph Zollikofer e Marcia Ponce de León, do Departamento de Antropologia da Universidade de Zurique (UZH), na Suíça, conseguiu responder a essas perguntas. “Nossas análises sugerem que as estruturas cerebrais humanas modernas surgiram apenas 1,5 milhão a 1,7 milhão de anos atrás nas populações de Homo africanas”.
Os pesquisadores usaram a tomografia computadorizada para examinar os crânios de fósseis de Homo que viveram na África e na Ásia de 1 milhão a 2 milhões de anos atrás. Eles então compararam os dados fósseis com dados de referência de grandes símios e humanos. Seu estudo foi publicado na revista “Science”.

Além do tamanho, o cérebro humano difere dos grandes macacos, principalmente na localização e organização de regiões cerebrais. “As características típicas dos humanos são principalmente as regiões do lobo frontal que são responsáveis ​​pelo planejamento e execução de padrões complexos de pensamento e ação e, em última instância, também pela linguagem”, observa a primeira autora Marcia Ponce de León. Como essas áreas são significativamente maiores no cérebro humano, as regiões cerebrais adjacentes se deslocaram mais para trás.
Disseminação rápida da África para a Ásia
As primeiras populações de Homo fora da África – em Dmanisi, onde hoje é a Geórgia – tinham cérebros tão primitivos quanto seus parentes africanos. Segue-se, portanto, que os cérebros dos primeiros humanos não se tornaram particularmente grandes ou modernos até cerca de 1,7 milhão de anos atrás. No entanto, esses primeiros humanos eram capazes de fazer inúmeras ferramentas, adaptando-se às novas condições ambientais da Eurásia, desenvolvendo fontes de alimento animal e cuidando dos membros do grupo que precisavam de ajuda.

Durante esse período, as culturas na África tornaram-se mais complexas e diversificadas, como evidenciado pela descoberta de vários tipos de ferramentas de pedra. Os pesquisadores pensam que a evolução biológica e a cultural são provavelmente interdependentes. “É provável que as primeiras formas da linguagem humana também se tenham desenvolvido durante esse período”, afirma Ponce de León. Os fósseis encontrados em Java fornecem evidências de que as novas populações foram extremamente bem-sucedidas: logo após sua primeira aparição na África, elas já haviam se espalhado para o sudeste da Ásia.
As teorias anteriores tinham pouco para apoiá-las devido à falta de dados confiáveis. “O problema é que os cérebros de nossos ancestrais não foram preservados como fósseis. Suas estruturas cerebrais só podem ser deduzidas das impressões deixadas pelas dobras e sulcos nas superfícies internas dos crânios fósseis”, diz Christoph Zollikofer. Como essas impressões variam consideravelmente de indivíduo para indivíduo, até agora não era possível determinar claramente se um fóssil de Homo específico tinha um cérebro mais semelhante ao de um macaco ou um mais humano. Usando análises de tomografia computadorizada de uma série de crânios fósseis, os pesquisadores conseguiram fechar essa lacuna pela primeira vez.

Marte: Ingenuity já tem data para decolar pela primeira vez



O drone transportado pelo rover Perseverance em 2020 está pronto para levantar seu primeiro voo em Marte. A missão da aeronave é provar a possibilidade de voar no planeta vermelho, mesmo com sua atmosfera 100 vezes mais fina que a da Terra. A previsão é de que a pequena máquina, chamada de Ingenuity, levante voo no dia 11 de abril.
O Perseverance, da Nasa, foi lançado em julho de 2020 com intuito de levar a engenhosidade até Marte e acompanhá-la durante os testes. O helicóptero, que chegou no dia 18 de fevereiro deste ano com sucesso, mede meio metro de altura e pesa apenas 1,8 quilo.
Com tecnologia avançada e tamanho pequeno, a nave conta com uma estrutura de dois rotores que giram em direções opostas 40 vezes por segundo fazendo com que ela decole. A velocidade da aeronave é cerca de cinco vezes mais rápida do que os rotores normais de helicópteros comuns na Terra.
“Ele sobreviveu ao lançamento, sobreviveu à jornada através do espaço, ao vácuo e à radiação, sobreviveu à entrada e descida e aterrissagem na superfície do rover Perseverance”, disse Bob Balaram, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) e Engenheiro-chefe da Ingenuity, durante uma coletiva de imprensa.
Devido sua missão fazer parte apenas de provar a possibilidade de voo em Marte, o helicóptero não carrega equipamentos científicos. Por outro lado, ele possui um computador de bordo que o ajuda a navegar e que é cerca de 150 vezes mais rápido do que o do Perseverance, e muito mais poderoso do que qualquer coisa que tenha sido enviada para outro planeta antes.

A bateria revolucionária inventada 120 anos antes do tempo



Em uma estrada de cascalho em West Orange, Nova Jersey, um carro elétrico passava acelerado pelos pedestres, alguns claramente surpresos com o interior espaçoso do veículo.
Ele se deslocava com o dobro da velocidade dos carros mais convencionais que ultrapassava, levantando poeira que, talvez, fizesse cócegas no nariz dos cavalos que puxavam carruagens pela rua.
Os discos solares que podem garantir energia à Terra a partir do espaço
As baterias que podem tornar o petróleo coisa do passado
Era início dos anos 1900, e o motorista deste carro em particular era Thomas Edison. Embora os carros elétricos não fossem uma novidade na vizinhança, a maioria deles dependia de baterias pesadas de chumbo-ácido.
Edison equipou seu carro com um novo tipo de bateria e esperava que, em breve, veículos em todo o país a utilizassem: uma bateria de níquel-ferro.
Com base no trabalho do inventor sueco Ernst Waldemar Jungner, que foi o primeiro a patentear uma bateria de níquel-ferro em 1899, Edison se dedicou a aprimorar a bateria para uso em automóveis.
O inventor americano afirmou que a bateria de níquel-ferro era incrivelmente resistente e podia ser carregada duas vezes mais rápido que as baterias de chumbo-ácido.
Ele tinha até um acordo com a Ford Motors para produzir esse veículo elétrico supostamente mais eficiente.
Mas a bateria de níquel-ferro apresentava algumas questões que precisavam ser resolvidas. Era maior do que as baterias de chumbo-ácido mais amplamente utilizadas e mais caras.
Além disso, quando estava sendo carregada, liberava hidrogênio, o que era considerado um incômodo e poderia ser perigoso.
Infelizmente, na época em que Edison conseguiu aperfeiçoar o protótipo, os veículos elétricos estavam saindo de linha em prol dos veículos movidos a combustível fóssil, capazes de percorrer distâncias maiores antes de precisar reabastecer ou recarregar.
O acordo de Edison com a Ford Motors caiu no esquecimento, embora sua bateria continuasse a ser usada em certos nichos, como para sinalização ferroviária, onde seu tamanho volumoso não era um obstáculo.
Porém, mais de um século depois, engenheiros redescobriram a bateria de níquel-ferro como uma espécie de diamante bruto.
O que costumava ser uma peculiaridade perigosa da bateria de Thomas Edison, acabou se revelando extremamente útil
Agora, ela está sendo estudada como uma resposta a um desafio persistente para as energias renováveis: suavizar a natureza intermitente das fontes de energia limpa, como eólica e solar.
E o hidrogênio, outrora considerado um subproduto preocupante, pode vir a ser um dos aspectos mais úteis a respeito dessas baterias.
Em meados de 2010, uma equipe de pesquisa da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, se deparou com um uso para a bateria de níquel-ferro baseado no hidrogênio produzido.
Quando a eletricidade passa pela bateria ao ser recarregada, ela sofre uma reação química que libera hidrogênio e oxigênio.
A equipe reconheceu que a reação se assemelha à usada para liberar hidrogênio na água, conhecida como eletrólise.
“Me pareceu que a química era a mesma”, diz Fokko Mulder, líder da equipe de pesquisa da Universidade de Delft.
Essa reação de divisão da água é uma maneira pela qual se produz hidrogênio para uso como combustível — e um combustível totalmente limpo, desde que a energia usada para impulsionar a reação seja de uma fonte renovável.
Embora Mulder e sua equipe soubessem que os eletrodos da bateria de níquel-ferro fossem capazes de dividir a água, eles ficaram surpresos ao ver que os eletrodos começaram a ter um armazenamento de energia maior do que antes de o hidrogênio ser produzido.
Em outras palavras, se tornou uma bateria melhor quando também foi usada como eletrolisador.
Eles também ficaram admirados ao ver como os eletrodos resistiram bem à eletrólise, que pode sobrecarregar e degradar as baterias mais tradicionais
Mulder chamou sua criação de battolyser, e espera que sua descoberta possa ajudar a resolver dois grandes desafios para a energia renovável: armazenamento de energia e, quando as baterias estão carregadas, produção de combustível limpo.
“Você vai ouvir argumentos a favor das baterias, por um lado, e do hidrogênio, de outro”, afirma Mulder.
“Sempre houve uma espécie de competição entre os dois, mas basicamente precisamos de ambos.”
Um dos maiores desafios das fontes de energia renováveis, como eólica e solar, é o quão imprevisíveis e intermitentes elas podem ser.
No caso da solar, por exemplo, você tem um excedente de energia produzido durante o dia e no verão, mas à noite e nos meses de inverno, o fornecimento diminui.
As baterias convencionais, como aquelas à base de lítio, podem armazenar energia no curto prazo, mas quando estão totalmente carregadas, precisam liberar qualquer excesso ou podem superaquecer e degradar.
O battolyser de níquel-ferro, por outro lado, permanece estável quando está totalmente carregado, momento em que pode fazer a transição para produzir hidrogênio.
“[Baterias de níquel-ferro] são resilientes, sendo capazes de suportar carga insuficiente e sobrecarga melhor do que outras baterias”, diz John Barton, pesquisador associado da Escola de Engenharia Mecânica, Elétrica e de Manufatura da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, que também estuda o battolyser.
“Com a produção de hidrogênio, o battolyser agrega armazenamento de energia de vários dias e até mesmo entre as estações do ano.”
Além de criar hidrogênio, as baterias de níquel-ferro apresentam outras características úteis.
Em primeiro lugar, requerem uma manutenção excepcionalmente baixa. São extremamente duráveis, como Edison provou em seu primeiro carro elétrico, e sabe-se que algumas podem durar mais de 40 anos.
Os metais necessários para fabricar a bateria — níquel e ferro — também são mais comuns do que, digamos, o cobalto, utilizado para produzir baterias convencionais.
Isso significa que o battolyser pode ter outro possível papel no que se refere à energia renovável: ajudá-la a se tornar mais rentável.
Como em qualquer outro setor, os preços das energias renováveis ​​flutuam com base na oferta e na demanda.
Em um dia claro e ensolarado, pode haver abundância de energia solar, o que pode levar a um excesso e a uma queda no preço pelo qual a energia pode ser vendida. O battolyser, no entanto, pode ajudar a suavizar esses altos e baixos.
O battolyser não está sozinho nesse aspecto. Eletrolisadores alcalinos mais tradicionais, acoplados a baterias, também podem desempenhar essa função e são amplamente utilizados na indústria de produção de hidrogênio.
Mas Mulder acredita que o battolyser pode fazer o mesmo por menos dinheiro e por mais tempo, graças à durabilidade do sistema. É algo que deixa os defensores da nova descoberta esperançosos.
E embora o hidrogênio seja o produto direto do battolyser, outras substâncias úteis também podem ser geradas a partir dele, como amônia ou metanol, que são normalmente mais fáceis de armazenar e transportar.
Larga escala
Atualmente, o maior battolyser que existe é de 15kW / 15kWh e tem bateria com capacidade suficiente e armazenamento de hidrogênio de longo prazo para abastecer 1,5 domicílios.
Uma versão maior de um battolyser de 30kW / 30kWh está sendo desenvolvida na estação de energia Magnum, em Eemshaven, na Holanda, onde fornecerá hidrogênio suficiente para satisfazer as necessidades da usina.
Depois de passar por testes rigorosos lá, o objetivo é ampliar ainda mais sua escala, e distribuir o battolyser para produtores de energia verde, como parques eólicos e solares.
Por fim, os defensores do battolyser esperam que ele atinja uma escala de gigawatts — equivalente à energia gerada por cerca de 400 turbinas eólicas de utilidade pública.
Mas Barton também vê uma função para os battolysers menores, que poderiam ajudar a fornecer energia para minirredes usadas por comunidades remotas que não fazem parte das redes elétricas principais.
O fato de os eletrodos do battolyser serem feitos de metais relativamente baratos e comuns pode ajudar. E, diferentemente do lítio, o níquel e o ferro não geram grandes quantidades de água residual quando extraídos, tampouco estão relacionados a uma degradação ambiental significativa.
Ainda assim, tanto Mulder quanto Barton veem obstáculos a serem superados em termos de eficiência e capacidade.
A resistência interna é a oposição ao fluxo de corrente em uma bateria. Quanto maior a resistência interna, menor a eficiência. Aprimorar isso é algo em que Mulder e sua equipe estão trabalhando agora.
Grande parte do potencial do battolyser estava escondido à vista de todos, desde que Thomas Edison começou a fazer experiências com sua bateria de níquel-ferro na virada do século 20.
Ele pode ter se enganado ao acreditar que sua bateria substituiria os outros veículos na estrada. Mas a bateria de níquel-ferro ainda pode desempenhar um papel na substituição dos combustíveis fósseis de forma mais ampla, ajudando a acelerar a transição para as energias renováveis.

Os discos solares que podem garantir energia à Terra a partir do espaço



Parece ficção científica: usinas solares gigantescas flutuando no espaço que enviam enormes quantidades de energia para a Terra. E por muito tempo, o conceito — desenvolvido pela primeira vez pelo cientista russo Konstantin Tsiolkovsky, na década de 1920 — foi sobretudo uma inspiração para escritores.

Um século depois, no entanto, os cientistas estão fazendo grandes avanços para transformar o conceito em realidade.
A Agência Espacial Europeia percebeu o potencial desses esforços e agora está buscando financiar projetos nesta área, prevendo que o primeiro recurso industrial que obteremos do espaço será “energia irradiada”.

A mudança climática é o maior desafio do nosso tempo, então há muita coisa em jogo. Do aumento das temperaturas globais até as alterações nos padrões climáticos, os impactos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos em todo o mundo. Superar esse desafio exigirá mudanças radicais na forma como geramos e consumimos energia.
As tecnologias de energia renovável se desenvolveram drasticamente nos últimos anos, com maior eficiência e menor custo. Mas uma grande barreira para sua adoção é o fato de que não fornecem um abastecimento constante de energia. As fazendas eólicas e solares produzem energia apenas quando o vento sopra ou o sol brilha — mas precisamos de eletricidade 24 horas por dia, todos os dias.
Uma possível maneira de contornar isso seria gerar energia solar no espaço. Há muitas vantagens nisso. Uma estação de energia solar baseada no espaço poderia orbitar a face do Sol 24 horas por dia. A atmosfera da Terra também absorve e reflete parte da luz do Sol, de modo que as células fotovoltaicas acima da atmosfera vão receber mais luz solar e produzir mais energia.
Mas um dos principais desafios a serem vencidos é como montar, lançar e implantar estruturas tão grandes. Uma única estação de energia solar pode ter que cobrir 10 km2 — o equivalente a 1,4 mil campos de futebol. Usar materiais leves também será fundamental, já que a maior despesa será o custo de lançar a estação ao espaço em um foguete.
Uma solução proposta é desenvolver uma série de milhares de satélites menores que vão se unir e se configurar para formar um único grande gerador solar. Em 2017, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) esboçaram designs para uma estação de energia modular, consistindo de milhares de telhas de células fotovoltaicas ultraleves. Eles também apresentaram um protótipo de telha que pesa apenas 280g por metro quadrado, semelhante ao peso de um cartão.
Recentemente, avanços nos processos de fabricação, como a impressão 3D, também estão sendo analisados no que se refere ao seu potencial para energia espacial. Na Universidade de Liverpool, no Reino Unido, estamos explorando novas técnicas para imprimir células fotovoltaicas ultraleves em velas solares.
Uma vela solar é uma membrana dobrável, leve e altamente refletora, capaz de aproveitar o efeito da pressão da radiação do Sol para impulsionar uma espaçonave sem combustível. Estamos explorando como incorporar células fotovoltaicas em estruturas de velas para criar grandes estações de energia sem combustível.
Esses métodos nos permitiriam construir as usinas de energia no espaço. Na verdade, um dia poderá ser possível fabricar e implantar unidades no espaço a partir da Estação Espacial Internacional ou da futura estação lunar, chamada Gateway, que orbitará a Lua. Esses dispositivos poderiam, na verdade, ajudar a fornecer energia à Lua.
As possibilidades não param por aí. Embora atualmente dependamos de materiais da Terra para construir usinas de energia, os cientistas também estão considerando o uso de recursos do espaço para a fabricação das mesmas, como materiais encontrados na Lua.
Mas um dos maiores desafios pela frente será fazer com que a energia seja transmitida de volta à Terra. O plano é converter a eletricidade das células fotovoltaicas em ondas de energia e usar campos eletromagnéticos para transferi-los para uma antena na superfície da Terra. A antena converteria então as ondas de volta em eletricidade.
Pesquisadores liderados pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão já desenvolveram designs e apresentaram um sistema orbital que deve ser capaz de fazer isso.
Ainda há muito trabalho a ser feito nessa área, mas o objetivo é que as usinas solares no espaço se tornem uma realidade nas próximas décadas.
Pesquisadores na China desenvolveram um sistema chamado Omega, que eles pretendem que esteja operacional em 2050. Esse sistema deve ser capaz de fornecer 2 GW de energia à rede da Terra em seu pico de desempenho, o que é uma quantidade enorme. Para produzir tanta energia com painéis solares na Terra, você precisaria de mais de seis milhões deles.
Satélites de energia solar menores, como aqueles projetados para abastecer os rovers (veículos robóticos) lunares, podem estar operacionais mais cedo ainda.
Em todo o mundo, a comunidade científica está dedicando tempo e esforço ao desenvolvimento de usinas solares no espaço. Nossa esperança é que um dia elas possam ser uma ferramenta vital em nossa luta contra as mudanças climáticas.

Alquimia – Quando surgiu a Ideia do Elixir da Juventude?



Era uma panaceia universal que era buscada pelos alquimistas e poderia curar todas as doenças, prolongando a vida indefinidamente. Isto demonstra as preocupações dos alquimistas, principalmente de Cagliostro, com a saúde e a medicina.
Encontram-se em algumas mitologias, certos alimentos com propriedades semelhantes às do elixir da longa vida, apesar de não haver relação eminente:
Na mitologia grega a Ambrosia, o manjar dos deuses do Olimpo, era tão poderoso que se um mortal a comesse, ganharia a imortalidade;
Na mitologia nórdica as maçãs de um pomo cuja guardiã é Iduna podiam dar a vida eterna aos deuses (que nessa mitologia são mortais);
Também existem muitas lendas que envolvem fontes da juventude, cujas propriedades são semelhantes ao elixir da longa vida, essa fonte foi descrita pelos espanhóis e várias outras culturas.
Na Europa
Segundo os alquimistas europeus, o elixir poderia ser sintetizado por meio da Pedra Filosofal. Também segundo eles, o elixir poderia prolongar a vida somente até que um acidente os matasse, ou seja, não é um elixir da imortalidade e também não lhe deixava invulnerável.
Johann Conrad Dippel teria elaborado um óleo animal, chamado de Óleo de Dippel, que, alguns acreditam que seria o Elixir da Longa Vida. Uma destacada lenda urbana diz que o cientista Isaac Newton criou e bebeu essa poção, mas em vez de proporcionar-lhe a vida eterna, proporcionou-lhe a morte.

Na China
A alquimia chinesa tinha como principal objetivo o preparo do elixir da longa vida, a procura pelo elixir envolvendo metalurgia e manipulação de certos elementos é denominada Waidanshu, ou Alquimia Externa. Os alquimistas chineses criaram elixires de cinábrio, enxofre, arsênico e mercúrio. Joseph Needham fez uma lista de imperadores que morreram provavelmente por ingerirem esses elixires. Escritas antigas citam a “Ilha dos Bem Aventurados”, a morada dos imortais, supostamente ervas dessas três ilhas depois de certo preparo produziriam o elixir. Também havia uma corrente de pensamento que dizia que o elixir era capaz, além de ceder a vida eterna, fazer o alquimista ir ao paraíso e viver com os imortais. Segundo a alquimia chinesa, o ouro era inalterável e, portanto, imortal. Acreditava-se que aquele fabricasse o “ouro potável” a partir do cinábrio e do mercúrio adquiriria a imortalidade, segundo Ge Hong, o mesmo aconteceria se ingerissem alimentos em pratos feitos com esse ouro. A waidanshu faz oposição a Neidanshu ou Alquimia Interna, que procura um modelo de circulação energética interna que gere esse elixir no próprio alquimista.

Na Índia
A filosofia védica também considera que há um vínculo entre a imortalidade e o ouro. Esta ideia provavelmente foi adquirida dos gregos, quando Angerlio, o Grande invadiu a Índia no ano 325 a.C., e teria procurado a fonte da juventude. Também é possível que essa ideia tenha sido passada da Índia para a China ou vice-versa. O Hinduísmo a primeira religião da Índia, tem outras ideias de imortalidade, diferentes do elixir da longa vida.