Lado Obscuro da Ciência – Mengele e os médicos nazistas


À entrada do campo de concentração de Auschwitz, em território polonês ocupado, os recém-chegados encontravam os dizeres: “O trabalho liberta”. Era apenas a primeira das muitas mentiras usadas pelos nazistas para manter os cativos sob controle no que viria a ser o maior dos campos de extermínio operados sob o comando de Hitler. Pois, a julgar pelos opressores, a ideia era que nenhum deles saísse vivo de lá.
Ao chegar, passavam por uma triagem. Quem fosse comandado a avançar à direita (os mais saudáveis, principalmente homens) seria escravizado para realizar trabalhos forçados em favor do Terceiro Reich.
Os chamados à esquerda (idosos, mulheres e crianças, em sua maioria) eram conduzidos como gado para um suposto processo de “desinfecção”, seguido de envio a um “campo de repouso”. Mentira. Mas os prisioneiros assim caminhavam sem resistência para as câmaras de gás, onde eram assassinados – quase mil de cada vez.
Para que se tenha uma ideia da frieza envolvida, após a execução nas câmaras de gás, os cadáveres eram “processados”, com a extração de dentes de ouro, por exemplo, antes de serem cremados em massa.
Uma fábrica de horrores, funcionando como um relógio. Mais de 1 milhão de pessoas foram executadas em Auschwitz.
Muitos dos trabalhos que envolviam a operação das câmaras de gás eram feitos por prisioneiros – grupos selecionados chamados de Sonderkommando, em sua maioria compostos por judeus, tinham de ajudar no massacre. Eles recebiam tratamento melhor que os prisioneiros comuns, mas eram substituídos a cada três meses, e a primeira ação de um novo Sonderkommando era proceder com a cremação do grupo anterior. A ideia era não deixar testemunhas. Todos os detalhes dessa operação macabra foram dolorosamente descritos por Miklós Nyiszli, médico judeu-húngaro que chegou a Auschwitz em maio de 1944 e, na triagem , se voluntariou para praticar sua profissão entre os prisioneiros.
Sua habilidade cirúrgica chamou atenção de um dos médicos da SS, o doutor Josef Mengele. Hoje o conhecemos pelo apelido de “Anjo da Morte”.
Mengele o recrutou para auxiliá-lo e montou um laboratório de necrópsia para ele ao lado do Crematório 2, onde ele se juntou ao 12º onderkommando. Ali, o húngaro veria todos os horrores da “ciência” experimental de Mengele.
Apesar de o médico da SS ter doutorado em antropologia pela Universidade de Munique, suas pesquisas estavam fortemente contaminadas pela ideologia nazista, que se pautava pela ideia de que havia uma “raça superior”, a ariana, e de que havia diferenças genéticas palpáveis a produzir essa superioridade. Conceitos como higiene racial e eugenia, hoje considerados aberrações, eram abraçados entusiasticamente.
Mengele se ofereceu para trabalhar no campo de concentração de Auschwitz em 1943 e tinha a expectativa de provar suas ideias antropológicas e genéticas num ambiente em que poderia fazer experiências. O “Anjo da Morte” tinha especial interesse no estudo de gêmeos idênticos. Uma das metas das pesquisas era no campo da genética comportamental – Mengele esperava demonstrar a importância dos genes na personalidade e no desempenho dessas crianças. Outro era de ordem reprodutiva. “O objetivo final era a produção de alemães puros em número suficiente para substituir os tchecos, húngaros, poloneses, todos condenados a serem destruídos, mas por ora ainda vivendo nos territórios declarados vitais pelo Terceiro Reich”.
Mengele cometeu as maiores atrocidades que se pode imaginar com esses prisioneiros. Os gêmeos eram submetidos a exames e medições semanais, e alguns dos experimentos envolviam a amputação desnecessária de membros,a contaminação intencional de um dos gêmeos com tifo ou outra doença fatal, a transfusão de sangue de um gêmeo para outro. Em Auschwitz, os nazistas também realizavam experimentos de infectologia – simplesmente observando como certas doenças se espalhavam entre os prisioneiros nos diversos campos que compunham o complexo.Quando a epidemia ameaçava escapar do controle, o campo era sumariamente “encerrado” – todos os seus prisioneiros eram executados nas câmaras de gás.
A fome também era um dos desafios a serem vencidos pelos cativos –e mais uma oportunidade para estudos médicos. Casos de disenteria causada pela inanição eram extremamente comuns e os doutores nazistas se aproveitaram disso para fazer 150 necrópsias de vítimas (todas realizadas por Nyislzy) e assim identificar todos os efeitos patológicos da diarreia nos prisioneiros. Em janeiro de 1945, a Alemanha perdia territórios diariamente, e a derrota era iminente. Isso levou à evacuação de Auschwitz, que foi libertado pelo Exército Vermelho ainda naquele mês.
Mengele conseguiu fugir da Europa e, passando pela Argentina, acabou vivendo o resto dos seus dias clandestinamente no Brasil.Apesar de todos os esforços para caçá-lo, ele escapou impune. E nada rigorosamente científico saiu desses experimentos pavorosos. “Como os estudos etnológicos, como as noções de uma raça superior, a pesquisa do doutor Mengele sobre as origens dos nascimentos duais era nada mais que uma pseudociência”. Outros médicos nazistas praticaram crueldades similares com nenhum resultado que não fosse a tortura e a morte indiscriminada de suas cobaias.
Mas quem sobrevivia aos procedimentos terminava executada por um tiro. Não podia haver testemunhas.
Gebhardt foi um dos médicos nazistas capturados, julgados e condenados à morte no tribunal de Nuremberg (Alemanha), após o fim da guerra.
O sadismo e a perversão dos experimentos não tinham limites.
Rascher era tão maluco que não sobreviveu nem mesmo no sociopata regime nazista. Dificilmente haverá demonstração mais contundente de que a ciência, por si só, não é benévola. É preciso que ela venha acompanhada de uma moralidade que respeite as diferenças e as liberdades individuais – sem espaço para exceções.

Senado polonês aprova lei que pune associar o Holocausto ao país


nazismo símbolo
Suástica, símbolo do Nazismo

Projeto prevê prisão para quem disser “campos de morte poloneses”; EUA e Israel temem que lei limite a liberdade de expressão e o debate histórico.
O senado da Polônia aprovou na madrugada desta quinta-feira a controversa lei sobre o Holocausto que tem como objetivo defender a imagem do país. A provação gerou críticas por parte de Israel que acusa Varsóvia de “querer reescrever a História”.
O projeto prevê até três anos de prisão ou uma multa a toda pessoa que utilizar a expressão “campos da morte poloneses” para denominar os campos de extermínio instalados pelos nazistas no país durante a Segunda Guerra Mundial.
A Polônia tem lutado contra o uso da expressão em alguns veículos da mídia ocidental por anos, argumentando que a frase sugere que o Estado polonês foi ao menos parcialmente responsável pelos campos, onde milhões de pessoas, principalmente judeus, foram assassinados pela Alemanha nazista.
Os campos foram construídos e operados pelos nazistas depois da invasão em 1939 da Polônia, que abrigava a maior comunidade judaica da Europa na época.
“Temos que enviar um sinal claro para o mundo de que nós não vamos permitir que a Polônia continue a ser insultada”, disse Patryk Jaki, vice-ministro de Justiça, a repórteres no Parlamento.
Pouco antes da aprovação, os Estados Unidos expressaram sua preocupação pelas “consequências” do projeto, pedindo a Varsóvia que o reconsiderasse.
“Concordamos que expressões como ‘campos da morte poloneses’ são imprecisas, suscetíveis de induzir a erros e causar feridas”, declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em comunicado. “Mas nos preocupa que esse projeto de lei, se for promulgado, afete a liberdade de expressão e o debate histórico”, acrescentou.
O porta-voz também advertiu de que a lei pode ter “repercussões sobre os interesses e as relações estratégicas da Polônia, inclusive com os Estados Unidos e Israel”.
Para que entre em vigor, o texto agora só precisa ser promulgado pelo presidente polonês, Andrzej Duda.
Políticos israelenses de todas as tendências criticaram o voto no Senado polonês e reclamaram uma resposta do governo.
Israel Katz, ministro dos Transportes e membro do Likud, partido conservador do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, pediu que o embaixador israelense na Polônia seja chamado para consultas.
“Não toleraremos que se deforme a verdade e que se reescreva a história ou que se negue o Holocausto”, disse o primeiro-ministro israelense.
Andrzej Duda tentou pôr fim à crise demonstrando flexibilidade. No domingo prometeu avaliar as partes da lei que Israel critica.
Um grupo de judeus poloneses publicou uma carta aberta afirmando que a nova lei “pode penalizar os que dizem a verdade sobre os delatores poloneses e sobre os cidadãos poloneses que assassinavam seus vizinhos judeus”.
O ministério das Relações Exteriores da Ucrânia também denunciou outro projeto de lei que permite estabelecer ações legais contra quem negar os crimes de nacionalistas ucranianos cometidos entre 1925 e 1950, inclusive dos que colaboraram com a Alemanha nazista.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, protestou contra as disposições da lei que são “categoricamente inaceitáveis” e permitem levar ante a justiça os que negam os crimes nacionalistas ucranianos cometidos entre 1925 e 1950.
O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, que coordena os trabalhos dos 28 membros da União Europeia, afirmou no Twitter que “os autores da lei promoveram no mundo inteiro esta vil calúnia como ninguém havia feito até agora”.

10.736 – Essa não!! Ele voltou…- Alemanha “reconstrói” Muro de Berlim para comemorar 25 anos da unificação do país


Marreta nele
Marreta nele

Durante 30 anos, o muro que dividia Berlim em dois representava a tensão da Guerra Fria. Não era apenas a capital alemã que estava partida em dois. O mundo se dividia entre países socialistas, encabeçados pela União Soviética, e capitalistas, ao lado dos Estados Unidos. Em novembro de 1989, com o fim da Guerra Fria, a separação da União Soviética e a predominância dos EUA, o muro foi derrubado. Mas agora, 25 anos depois, ele será reconstruído.
Mas, calma, isso não significa a volta da Guerra Fria e muito menos a transformação da Alemanha em um país comunista. A reconstrução do muro será simbólica: em vez de arames, concreto e vigilância militar, ele será feito de balões de luz. Isso aí. 8 mil balões vão dividir a capital alemã em dois, seguindo a mesma linha do muro, por 16 km.
A ideia de reerguer a barreira foi do artista Christopher Bauder e do cineasta Marc Bauder. Os balões vão cruzar Berlim do dia 7 ao dia 9 de novembro. Ao longo da linha, serão projetadas imagens que mostram como era a Alemanha na época da Guerra Fria e contam histórias de pessoas que tiveram suas vidas separadas pelo muro.
Voluntários também poderão escrever mensagens nos balões biodegradáveis da Lichtgrenze (alemão para “fronteira de luz”) e depois soltá-los no ar.

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Hitler – Explicando o Inexplicável


Suástica, símbolo do Nazismo
Suástica, símbolo do Nazismo

A ordem foi a de levar para campos de concentração e exterminar todos os judeus e comunistas encontrados pela Rússia. Pouco tempo depois, a mesma diretiva passou a valer para todos os judeus da Europa. Milhões deles – principalmente mulheres e crianças – encontraram seu fim em câmaras de gás.
Em linhas gerais, a história de como ocorreu o maior genocídio da história é bastante conhecida. Mas mesmo os estudiosos no assunto gaguejam ao tentar explicar por que Adolf Hitler, o homem por trás de toda essa tragédia, tinha objetivos tão vis e como pôde levar uma nação inteira junto com ele.
Há dois aspectos assustadores que logo vêm à cabeça de quem tenta estudar a origem de Hitler. O primeiro é como alguém que foi um completo fracasso até os 30 anos de idade pode ter ascendido até se tornar um homem com poder para matar milhões e deixar a Europa em ruínas. O segundo é descobrir qual a origem de tanto ódio. “Hitler era obcecado pelo anti-semitismo. A questão é saber por quê”, afirma Browning. A tarefa se torna especialmente complicada porque Hitler eliminou vários dos documentos que poderiam jogar alguma luz sobre o assunto. Segundo William Patrick Hitler – filho do meio-irmão do ditador – seu meio-tio teria lhe dito: “Ninguém deve saber de onde venho”.
A história começa antes mesmo do nascimento de Hitler, com a teoria de que ele próprio poderia ter sangue judeu. Seu avô paterno é desconhecido. Segundo Hans Frank, o advogado do Partido Nazista que investigou a história em 1930, Maria Schicklgruber, avó de Hitler, trabalhava como empregada doméstica na casa de uma família judia na época em que ficou grávida do pai do ditador em 1937. A história oficial diz que o avô de Hitler era Johann Georg Hiedler, um dono de moinho com quem Maria se casaria cinco anos depois. Mas Frank teria descoberto um detalhe estranho: os patrões judeus pagaram uma pensão alimentícia à criança até ela completar 14 anos e trocaram cartas com Maria nas quais indicam que o responsável pela gravidez era o filho mais novo da família. Hitler, ao receber o relatório de Frank, teria lhe fornecido outra explicação: seu pai era filho de Georg Hiedler, mas sua avó fez a família judia acreditar que era responsável pela gravidez, só para obter a pensão. Em outras palavras: o líder nazista preferiu acusar sua avó de chantagem sexual a admitir que pudesse ter sangue judeu.
Apesar do alvoroço que a história causou ao vir a público em 1953, não existe nenhum documento que a comprove. É difícil que algum dia ela se confirme: a região da Áustria onde esses fatos teriam ocorrido foi totalmente destruída pela guerra, talvez por ordem do próprio Hitler. “Essa história não comprovada foi usada como pedra angular para explicar a origem do anti-semitismo de Hitler”, afirma o jornalista americano Ron Rosenbaum, autor do livro Para Entender Hitler, uma análise das diversas teorias já feitas sobre o ditador. Muitos propuseram que o ódio contra os judeus fosse a forma de eliminar de dentro de si mesmo a dúvida sobre suas origens, mas essa permanece como apenas uma das muitas possíveis explicações para a obsessão do ditador.
Há quem ressalte, por exemplo, o trauma que Hitler teria sofrido aos 18 anos, em 1907, quando Klara, sua mãe, morreu de câncer. O jovem Adolf teria culpado o médico da família, um judeu, e tentado anos depois eliminar o que chamava de “câncer do sionismo”. Outros atribuem o anti-semitismo aos eventos ocorridos meses depois em Viena, quando Hitler foi rejeitado pela Academia de Artes Gráficas. Ele, um aspirante a pintor sem nenhuma instrução formal em arte, teria ficado revoltado contra os judeus que trabalhavam no setor artístico da cidade. Há até a história, defendida pelo caçador de nazistas criminosos de guerra Simon Wiesenthal, de que a demência de Hitler tivesse origem em uma suposta sífilis, contraída de uma prostituta judia durante seus anos na capital austríaca.
Nenhum terreno rendeu tantas explicações para o ódio de Hitler quanto sua sexualidade. Todos os tipos de deturpações e orientações sexuais já foram atribuídos ao Führer – “líder” em alemão – sem que ninguém saiba ao certo qual era o problema. “É raro encontrar um pesquisador de Hitler que não faça do segredo sexual uma variável oculta da psique de Hitler”, afirma Ron Rosenbaum. A acusação mais recente é a de que Hitler foi um homossexual. Muita gente já suspeitava, mas a hipótese só se tornou séria em 2001, com a publicação de O Segredo de Hitler, do historiador alemão Lothar Machtan.
O ódio de Hitler contra os judeus, apesar de mais radical que a média, não era nada de novo nem de estranho na Europa daquela época. “Hitler assimilou o clima político da Áustria e começou a culpar vários elementos, particularmente os judeus, pela sua própria frustração. Após ir para a Primeira Guerra, ele começou a achar que poderia ter um papel político”, afirma o historiador Richard Breitman, da Universidade Americana, em Wa-shington, Estados Unidos.
Hitler dizia que os anos passados na Primeira Guerra foram os melhores de sua vida. Em 1914, assim que começaram os conflitos, ele se alistou no Exército alemão e, apesar de trabalhar atrás das trincheiras como mensageiro, conseguiu condecorações por bravura raras para o seu posto. Em 1918, um ataque com gás o levou, parcialmente cego, ao hospital, onde recebeu a notícia de que a guerra havia acabado. Uma revolução havia tomado o país no momento em que o Exército alemão sofria derrotas no campo de batalha. Instaurou-se a República de Weimar – em 1918 – e se assinou um misto de armistício e rendição que impunha duras condições à Alemanha. Para Hitler, foi uma traição. Nesse momento, ele afirma ter tido a visão que o fez seguir carreira na política. Deveria tomar como missão vingar a Alemanha contra a “punhalada nas costas” que tinha tomado dos políticos, muitos deles judeus, que proclamaram a república. “Era uma mentira óbvia, mas uma mentira que Hitler usou como veículo para chegar ao poder”, afirma Rosenbaum.

A obsessão do Führer por suas obras
Um orador que se contorcia no palco, cercado de bandeiras gigantescas, músicas e enormes batalhões com movimentos coreografados – basta ver os comícios de Hitler para perceber que havia ali algo mais do que simples política. Não é à toa que o arquiteto nazista Albert Speer, a pessoa mais próxima de Hitler durante seus anos no poder, tenha afirmado que, para entender o Führer, era preciso perceber que ele se via, acima de tudo, como um artista. O costume vinha do berço: Hitler estudou piano e canto quando criança e, aos 18 anos, tentou ingressar na Academia de Artes Gráficas de Viena, Áustria.
Foi recusado duas vezes – segundo os críticos, seus trabalhos não tinham vida nem originalidade. Mesmo assim, sobreviveu por seis anos vendendo na rua suas pinturas, que continuou a fazer mesmo nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial.
Rejeitado pela academia, resolveu aplicar seu estilo na política. Tomou como símbolo do movimento a cruz suástica – um dos sinais mais fortes e antigos da humanidade, utilizado por centenas de etnias ao redor do mundo. Participou do desenho dos uniformes, insígnias, bandeiras e prédios nazistas. Talvez o único assunto que o obcecasse mais que o ódio aos judeus fosse a arquitetura – e nesse ponto seu estilo era muito particular. Considerava as artes modernas “degeneradas” e tentava retomar a grandiosidade que via nos estilos clássicos, com edifícios tão grandiosos quanto as pirâmides egípcias. Seus prédios deveriam demonstrar a superioridade que atribuía ao povo alemão. Um auditório para seus discursos abrigaria 17 vezes mais pessoas que a Basílica de São Pedro, em Roma. Projetou também um Arco do Triunfo 70 metros mais alto que o de Paris. Caberia a esses edifícios manter viva a imagem de Hitler: os materiais usados deveriam, milênios depois, deixar ruínas tão impressionantes quanto as romanas. Nenhuma dessas obras monumentais saiu do papel, o que, para muitos, é um sinal de que a verdadeira arte de Hitler não estava na construção, mas sim na destruição.

hitler

A trajetória de Hitler, da infância à destruição da Europa
1889 – Adolf Hitler nasce na pequena cidade de Braunau am Inn, na Áustria. Seu fraco desempenho escolar o faz abandonar o colégio com 16 anos e seguir pouco depois para Viena com o intuito de estudar pintura
1914 – O início da Primeira Guerra Mundial o impele a se alistar na infantaria alemã. Mesmo condecorado duas vezes por bravura, é tido como inapto para promoção por não demonstrar liderança. Acaba no hospital depois de sofrer um ataque com gás
1918 – Ainda no Exército, recebe a missão de vigiar grupos extremistas em Munique e acaba se tornando o 55º integrante de um deles. Seus discursos fazem com que, cinco anos depois, o movimento passe a reunir 55 mil membros
1923 – Proclama sem sucesso uma revolução contra o governo e acaba na prisão, onde escreve seu livro Minha Luta. Cumpre apenas dez meses de reclusão e reorganiza o partido, que nove anos depois se torna o maior do Parlamento
1932 – Hitler concorre à presidência, é derrotado por Paul von Hindemburg e começa a perder força política. Mas, dez meses depois, manobras nos bastidores forçam Hindemburg a dar a ele o controle do governo, no cargo de chanceler
1933 – Um atentado incendeia o prédio do Parlamento. Hitler aproveita a oportunidade para suspender direitos civis e prender inimigos políticos. Nos meses seguintes, ganha o direito de promulgar leis e fecha todos os partidos e organizações não-nazistas
1934 – Hindemburg morre, Hitler assume também o cargo de presidente e consolida de vez seu poder. Aproveita o impasse nas relações internacionais para armar seu Exército, reocupar territórios perdidos durante a Primeira Guerra Mundial e anexar a Áustria
1939 – Depois de invadir a Tchecoslováquia, Hitler avança sobre a Polônia e dá início à Segunda Guerra Mundial. Menos de dez meses depois, França, Holanda, Noruega, Dinamarca, Bélgica e Luxemburgo já estão sob domínio alemão
1941 – Hitler ordena o assassinato em massa de judeus e invade a Rússia. O fracasso desse ataque abre espaço para a contra-ofensiva soviética e para que britânicos, americanos e seus aliados comecem a retomar os territórios ocupados
1945 – Mesmo acuado, Hitler se recusa a colocar seu Exército na defensiva, tenta ataques desesperados e perde cada vez mais territórios. Com os russos nas redondezas de Berlim, suicida-se e ordena que seu corpo seja incinerado.

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Os pensamentos que levaram ao genocídio
1 – A história é uma disputa entre raças, na qual as mais fortes tendem a derrotar as mais fracas. Assim como na evolução das espécies, apenas as raças mais “aptas” sobrevivem.
2 – As grandes civilizações da história desapareceram porque deixaram que seu sangue se misturasse ao de outras raças. A miscigenação é a causa da decadência das culturas.
3 – Judeus são a mais inferior das raças, mas com um incrível instinto de autopreservação. São como parasitas: usam o poder do dinheiro e do capital internacional para se espalhar pelo mundo, infectar e destruir as raças puras.
4 – O marxismo é uma estratégia judaica para dominar o mundo. Com ele, os judeus destruíram a Rússia e pretendem “infectar” outros povos, causando sua destruição. Cabe aos arianos, a raça mais superior, eliminar essa ameaça.
5 – Para se desenvolver, os alemães precisam de um grande território. As outras raças da Europa devem ser eliminadas para que os arianos possam prosperar sem risco de miscigenação.
6 – O Estado deve empreender essas missões, mas não de forma democrática. É preciso um líder genial, moldado para essa tarefa, que leve os alemães à expansão e à luta contra os judeus.

Um dos principais fatores para a ascensão de Hitler era a paixão de seus discursos, capaz de levar ouvintes às lágrimas. Uma amostra de sua retórica, de sua capacidade de sofismar, de costurar uma argumentação capciosa a fim de fortalecer seus pontos está no trecho abaixo, retirado de um pronunciamento de 1927, feito em Nuremberg
Se alguém o chamar de imperialista, pergunte a ele: Você não quer ser um? Se disser que não, então nunca poderá ser pai, porque aquele que tem um filho precisa se preocupar com o pão de cada dia. Mas, se você fornece o pão de cada dia, então é um imperialista. O nosso objetivo deve ser formar uma semente que irá crescer constantemente, ganhando energia e força para o grande objetivo. Àquele a quem os céus deram a grandeza de decidir, eles também deram o direito de dominar.

9256 – História – A Religião na Alemanha Nazista


Em 1933, Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha. Junto com ele, chegava também uma ideologia totalitarista que instalaria no país um regime autoritário e doutrinador, o Nazismo. Foram criados diversos órgãos para disseminar a nova ideologia e garantir o seu funcionamento. No centro de sua argumentação, estava a ideia de purificar a Alemanha, limpando-a de raças julgadas inferiores, com especial aversão aos judeus.
A Alemanha era formada principalmente por católicos e protestantes na década de 1930. Adolf Hitler e Joseph Goebbels, um dos principais responsáveis pelo extermínio de judeus, eram católicos, porém já haviam abandonado suas congregações antes da ascensão ao poder em 1933. Eles não haviam negado a Igreja e nem deixaram de cumprir suas obrigações como fieis, mas passaram a conceder especial atenção ao projeto Nazista. É difícil definir a posição que as igrejas protestantes assumiram em relação ao Nazismo porque elas são muito mais livres em relação à Igreja Católica. Cada congregação tem liberdade para escolher suas posições. Sabe-se, contudo, que grande parte das congregações era contrária ao Nazismo. De modo que sempre havia tensão para com alguns grupos.
A relação com a Igreja Católica, na verdade, não era muito diferente. Ela variava entre tolerância e agressão, apesar das origens católicas de Hitler e Goebbels. Grande parte dos nazistas tinha aversão ao clero em suas vidas pública e privada e a situação ficava ainda mais intensa pelo próprio fato da simbologia Nazista fazer tanta referência ao paganismo. Por fim, tanto Hitler como Mussolini eram contrários ao clero, todavia sabiam que um choque afetaria seus planos ideológicos, retardando-os. A Igreja Católica, por sua vez, era declaradamente contrária a ideologia nazista antes desta chegar ao poder. Mas, a partir de 1933, a associação deixou de ser proibida e buscaram-se meios para trabalhar em parceria. Em 1937, o Papa Pio IX condenou a ideologia nazista e o totalitarismo, dando início a uma caçada aos dissidentes políticos na Alemanha. Padres foram perseguidos, presos e enviados a campos de concentração. Com medo, muitos religiosos encorajaram orações em defesa de Hitler e evitaram falar sobre antissemitismo. Em 1941, a Alemanha Nazista decretou a dissolução de todos os monastérios e abadias em seu território, abrindo espaço para a ocupação da SS, organização militar de elite dos nazistas comandada por Himmler. Mas Hitler abafou a operação com receio de que os católicos alemães pudessem protestar contra as medidas e criar problemas paralelos em tempos de guerra.
Em suma, a Alemanha Nazista expandia sua ideologia totalitarista e, como tal, pretendia superar e controlar questões religiosas. Católicos e protestantes tiveram relacionamento tenso com os nazistas, mas, devido ao fato de a grande maioria da população ser adepta dessas duas vertentes religiosas, o embate direto não foi tão explícito, embora Hitler não simpatizasse com nenhuma das duas. Entretanto, um grupo religioso em específico, além dos judeus, estava entre os principais perseguidos pelo governo nazista, as Testemunhas de Jeová. Seus adeptos somavam cerca de 25 mil fieis na Alemanha. Quando presos, recebiam um triangulo roxo para identificação. Eles receberam o desgosto dos nazistas pela recusa de servir ao exército alemão e ao governo. Mas eram dos poucos prisioneiros que podiam deixar os campos de concentração com vida. Bastava assinar um documento renunciando a sua religião que eles estavam aptos a voltar a ser cidadãos alemães. Só que, para os seguidores dessa religião, a fé vinha em primeiro lugar, o que causou ódio aos nazistas e a morte de milhares de fieis.

Religião – Os papas do século 20


Leão XIII (1878-1903) O papa da transição para o século 20 escreveu cerca de 50 encíclicas, nas quais se pronunciou sobre a paz, justiça social e direitos humanos.
Pio X (1903-14) – Conservador, condenou as ideias modernistas. Também tentou impedir o início da 1ª Guerra Mundial.
Bento XV (1914-22) Dedicou-se a reforma administrativa da igreja, criando dioceses no Terceiro Mundo, e ensaiou a conciliação entre as igrejas do Ocidente e do Oriente.
Pio XI – (1922-39) – Em seu pontificado, o Vaticano foi reconhecido como Estado independente e o Catolicismo se transformou na religião oficial da Itália.
Pio XII (1939-58) – Durante a 2ª Guerra Mundial, ofereceu abrigo nas igrejas de Roma a judeus que fugiam da perseguição nazista, mas foi condenado por não criticar publicamente o Holocausto.
João XXIII (1958-63) – Impressionou ao convocar o Concílio Vaticano II, cuja meta era abrir a Igreja ao mundo moderno.
Paulo VI (1963-78) Concluiu o Concílio Vaticano II e tentou manter a união dentro da Igreja ao excluir da discussão temas que dividem as religiões, como o celibato e a contracepção.
João Paulo I (1978) – Pretendia dar continuidade à abertura da Igreja iniciada por seus antecessores, mas morreu pouco mais de 30 dias após ser eleito.
João Paulo II (1978-2005)

João-Paulo-II

Um polonês no trono de São Pedro
Nome – Karol Josef Wojtyla
Nascido em 18 de maio de 1920, em Wadowice, na Polônia.
Morte – 2 de abril de 2005 em Roma.
Operário, ator e professor de Teologia.
Um poliglota que falava alemão, latim, polonês, grego, francês, inglês e russo. Visitou 129 países.
Contribuiu para a queda do regime comunista no Leste Europeu, esteve em países não católicos, estabeleceu diálogo com diferentes religiões, pediu perdão aos judeus pela omissão católica durante o Holocausto, clamou pela paz.
Desagradou ao reprovar o uso de preservativos e métodoa anticoncepcionais, condenou o homossexualismo, rejeitou a ordenação de mulheres e a ocupação de cargos políticos por padres.

3671 – História – Ciência e Nazismo


A ciência produzida na Alemanha entre as décadas de 1930 e 1940 foi repugnante. Os experimentos causaram dor, humilhação e mortes terríveis às pessoas confinadas em campos de concentração – fossem elas judias, ciganas, homossexuais ou qualquer tipo de inimigo do regime. Acontece que os responsáveis por essas “pesquisas” podiam ser sádicos, mas não eram leigos. Pelo contrário. Muitos foram formados nas escolas mais tradicionais do planeta – antes da chegada dos nazistas ao poder, a Alemanha era um dos líderes mundiais em inovação científica. Metódicos como só pesquisadores alemães podem ser, eles sistematizaram as experiências, coletaram dados, chegaram a conclusões. E geraram informações que, além de inéditas na época, nunca mais foram reproduzidas em testes sérios – afinal de contas, e ainda bem, não é todo dia que aparece alguém propondo jogar ácido na pele de um ser humano para entender como nosso corpo reage à substância.
O médico Robert Pozos, diretor do Laboratório de Hipotermia da Universidade de Minnesota, nos EUA, é um deles. Ele estuda como nosso corpo responde ao frio para descobrir a melhor maneira de reanimar pessoas que cheguem quase congeladas aos hospitais. Mas o trabalho de Pozos enfrenta um sério problema: muitas de suas pesquisas não podem ser concluídas, pois há risco de morte quando a temperatura dos voluntários do estudo cai abaixo de 36 ºC. A única fonte conhecida de dados sobre seres humanos nessas condições são os experimentos nazistas. É ético utilizá-los com o intuito de salvar vidas? Pozos respondeu que sim. Em seguida, viu a New England Journal of Medicine, uma das mais respeitadas revistas médicas do mundo, se recusar a publicar a pesquisa.
Primeira Guerra Mundial. Entrincheirados, soldados do Exército francês observam, atônitos, um inimigo desconhecido se aproximar. Alguns compreendem logo que é impossível combatê-lo e batem em retirada. Outros permanecem parados, sem saber o que fazer. Não têm idéia de como lutar contra o oponente mais letal que já enfrentaram: uma espessa nuvem verde-amarelada, de 1,5 m de altura.Dez minutos antes de a arma mortal varrer o ar, uma tropa que parecia saída de um filme de ficção científica havia tomado a dianteira do Exército alemão. O Pionierkommando 36 era um batalhão formado por cientistas com uniforme militar e máscaras protetoras, liderados por nada menos que um ganhador do Prêmio Nobel de Química, o alemão Fritz Haber. Ao sinal de Haber, foram abertos 730 cilindros, com 100 quilos cada um, de gás cloro em forma líquida. Assim nasceu a nuvem que, carregada pelo vento, partiu em direção à tropa inimiga, corroendo pulmões e cegando. Quando a bruma esverdeada se dissipou, os únicos integrantes do Exército aliado que permaneceram incólumes em seus postos foram 50 canhões. O saldo de estréia do novo gênero de combate: 10 mil mortos e 5 mil feridos.
A técnica de fixação da amônia a partir do nitrogênio do ar serviu tanto à criação de explosivos quanto ao desenvolvimento de fertilizantes baratos. Otto Hahn, outro laureado com o Nobel que liderou um ataque com gás, foi um dos descobridores do processo de fissão nuclear, que é usado em bombas atômicas, mas também em usinas de energia. “O Exército alemão se convenceu de que a ciência desenvolveria armas superiores, que compensariam as restrições à produção de armamento impostas pelo Tratado de Versalhes”, diz o pesquisador do Instituto Max Planck, Helmut Maier. “Após a guerra, a elite científica levou o país à liderança nos ramos de balística, química, aviação e construção de foguetes.”
Planck foi um dos cientistas que optaram por continuar na Alemanha nazista, mesmo não concordando com os ideais do novo regime. O físico Max von Laue, que costumava sair de casa com um embrulho debaixo de cada braço para não ter de fazer a saudação nazista, tomou a mesma decisão. Planck e Laue encorajavam colegas a não deixar o país, dizendo que deveriam esperar por dias melhores. Nem todos no mundo da ciência, porém, compartilhavam da mesma opinião. “A conduta dos intelectuais alemães como grupo não foi melhor que a de uma ralé”, afirmou Albert Einstein a respeito da reação de seus pares ao nazismo. Einstein, que era judeu, foi criticado por Laue quando decidiu abandonar a Alemanha rumo aos EUA, em 10 de março de 1933 – um mês antes de uma lei expulsar todos os descendentes de judeus do funcionalismo público, fazendo cerca de 1 000 cientistas de elite perderem o emprego. Passariam-se mais 30 dias até que universitários alemães saíssem às ruas para aplaudir as chamas que consumiram mais de 10 mil livros em praças públicas por toda a Alemanha. Se Einstein ainda estivesse no país, seria apenas um desempregado observando suas obras sobre a Teoria da Relatividade desaparecerem nas fogueiras do Reich. Mais um pouco de tempo e talvez o próprio Einstein cumprisse a profecia do poeta alemão Heinrich Heine: “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas”.
A ciência sob Hitler
Química
Não existia rival à altura da química alemã antes das guerras. O país inventou a aspirina e a novocaína (anestesia usada por dentistas) e desenvolveu fertilizantes, corantes e microscópios muito mais baratos e eficientes. O setor foi um dos que mais se envolveram com o nazismo – a ponto de o maior conglomerado farmacêutico do mundo na época (e que depois da guerra se dividiria nas empresas Bayer, Hoechst e Basf) instalar uma fábrica dentro do campo de concentração de Auschwitz.
Matemática
Sob o regime de Hitler, o raciocínio matemático abstrato foi associado aos judeus e substituído pela “verdade empírica concreta” e a “intuição nórdica”. Perguntado certa vez sobre quanto a matemática havia sofrido, o alemão David Hilbert, um dos matemáticos mais importantes do século 20, respondeu: “Sofreu? Não sofreu, não. Ela simplesmente deixou de existir”.
Biologia
Entre 1933 e 1938, o financiamento para pesquisas aumentou em 10 vezes. Biólogos trabalhavam com relativa tranqüilidade – apenas 14% deles foram perseguidos. Mas a profunda ligação dos nazistas com a genética faz o ramo ser visto com reservas até hoje na Alemanha. “Uma perseguição completamente irracional à genética ainda existe”, afirma o cientista Benno Muller-Hill.
Física
A Alemanha foi o berço das idéias mais revolucionárias da física teórica: a mecânica quântica e a relatividade. Mesmo assim, esse foi o ramo da ciência mais prejudicado pela ascensão do nazismo: 25% do total de físicos deixou o país – entre eles 6 vencedores de prêmios Nobel.

Campos de concentração eram fábricas de cobaias-humanas
1. Auschwitz-Birkenau (abril de 1940 a janeiro de 1945)
Número de mortos – 1,1 milhão a 1,5 milhão.
Experiências – Pesquisas com gêmeos e anões; infecção com bactérias e vírus; eletrochoque; esterilização; remoção de partes de órgãos; ingestão de veneno; criação de feridas para testar novos medicamentos; operações e amputações desnecessárias.
2. Buchenwald (julho de 1937 a abril de 1945)
Número de mortos – 56 mil.
Experiências – Operações e amputações desnecessárias; contaminação com febre amarela, cólera e tuberculose; ingestão de comida envenenada; queimaduras com bombas incendiárias.
3. Ravensbrück (maio de 1939 a abril de 1945)
Número de mortos – Mínimo de 90 mil.
Experiências – Pesquisas fisiológicas, com remoção e transplante de nervos, músculos e ossos; esterilização; fuzilamento com balas envenenadas.
4. Dachau (março de 1933 a abril de 1945)
Número de mortos – Mínimo de 30 mil.
Experiências – Testes de hipotermia com exposição ao frio; câmeras de baixa pressão; infecção com vírus da malária; privação de líquidos com ingestão de água salgada.
5. Sachsenhausen (julho de 1936 a abril de 1945)
Número de mortos – 100 mil.
Experiências – Inalação e ingestão de gás mostarda; infecção forçada pelo vírus da hepatite; fuzilamento com munição envenenada.
6. Natzweiller-Struthof (maio de 1941 a setembro de 1944)
Número de mortos – 25 mil.
Experiências – Utilização de prisioneiros como “viveiros” de bactérias e vírus como os do tifo, varíola, febre amarela, cólera e difteria.
No ano de 1986, um encontro de neuropsicofarmacologia terminou em polêmica. Após a apresentação da pesquisa sobre esquizofrenia do psiquiatra alemão Berhard Bogerts, dois médicos acusaram Bogerts de não saber com certeza se dois dos cérebros que utilizara foram obtidos éticamente. Os cérebros, pertencentes à coleção do Instituto Vogt, em Düsseldorf, na Alemanha, eram de gêmeos que podem ter sido mortos por médicos nazistas. A polêmica colocou toda a coleção de cérebros do instituto sob suspeita.

3613 – Médico ou Monstro? Josef Mengele, o anjo da morte


Ele nasceu em Günzburg, na Alemanha, em 1911. Estudou medicina e filosofia na Universidade de Munique. Na Segunda Guerra, em 1942, foi condecorado por bravura militar. No ano seguinte, foi para o campo de concentração de Auschwitz como coronel-médico da SS (a tropa de elite nazista). Mandou então executar 400 mil prisioneiros, entre judeus, ciganos, gays e deficientes físicos. Os poupados da morte imediata eram enviados para o “zoológico”, os barracões onde ficavam as cobaias humanas de seus experimentos. Entre eles, havia principalmente irmãos gêmeos, anões e portadores de deficiências físicas. O “anjo da morte”, como foi apelidado, dissecava anões vivos a fim de provar serem fruto da excessiva miscigenação de raças, amputava pernas e braços de crianças para tentar sem sucesso regenerá-los, e jogava prisioneiros em água fervente para ver o quanto suportavam.
Como foi possível tanta maldade? Uma resposta pode estar em seus anos de formação. Na faculdade, Mengele se enamorou da genética e conheceu o doutor Ernst Rudin, para quem os médicos tinham o dever de eliminar “criaturas indesejáveis”, como deformados, homossexuais e judeus. Depois, aprofundou estudos e preconceitos no Instituto de Hereditariedade, Biologia e Pureza Racial do Terceiro Reich, em Frankfurt. Em 1943, Mengele viu em Auschwitz a chance de subir na carreira científica. Não faltavam cobaias. O surpreendente é que invejava os judeus: “Existem dois povos superiores no mundo: os arianos e os judeus. Só existe lugar para um deles”, dizia. Nesse caso, a inveja literalmente matou.
Fugiu de Auschwitz em 17 de janeiro de 1945, pouco antes de as tropas soviéticas chegarem ali. Escondeu-se na Alemanha até 1949, quando veio para a Argentina, na época um porto seguro para os nazistas. Viveu no Brasil de 1970 até sua morte, em 1979, em sítios nos arredores de São Paulo (Caieiras e perto da represa Billings). Não tinha conta em banco e era sustentado por uma rede de antigos nazistas. Passava os dias cuidando do jardim e ouvindo obras de Wagner e Mozart. Tinha uma carteira de identidade falsa, com o nome de um amigo, o austríaco Wolfgang Gerhardt. Mas aqui era conhecido apenas como “seu Pedro”.
• Era fascinado por gêmeos. Injetava o sangue de um em outro, de tipo sanguíneo diferente, para ver a reação. Jogava corante em seus olhos, provocando infecções ou cegueira. Muitos foram castrados ou esterilizados. Dos 3 mil gêmeos que entraram em Auschwitz, só 183 sobreviveram.
• Morreu afogado em Bertioga, litoral paulista. Em 1985, sua ossada foi descoberta e, em 1992, um exame de DNA feito na Inglaterra, cruzado com o de seu filho Rolf, comprovou: a ossada era de Mengele.
• Suas pesquisas não contribuíram em nada com a ciência.

3301 – Mega Personalidades – Winston Churchill


O lendário primeiro ministro inglês

Sir Winston Leonard Spencer-Churchill, (Oxfordshire, 30 de novembro de 1874[1] — Londres, 24 de janeiro de 1965, foi um político, estadista, escritor, jornalista, orador e historiador britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura e o primeiro Cidadão Honorário dos Estados Unidos.
Durante sua carreira no exército Churchill pôde assistir à ação militar na Índia britânica, no Sudão e na Segunda Guerra dos Bôeres. Ganhou fama e notoriedade como correspondente de guerra a através dos livros que ele escreveu descrevendo as campanhas militares. Ele serviu brevemente no Exército britânico no Fronte Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial comandando o 6º Batalhão dos Fuzileiros Reais Escoceses. Em 1900, ele publicou seu único romance, Savrola e, seis anos depois, sua primeira grande obra, a biografia de seu pai, Lorde Randolph Churchill. Nesse mesmo ano tornou-se um membro conservador do Parlamento.
No período entre guerras, dedicou-se fundamentalmente à redação de diversos tratados. Notabilizou-se neste período, na Câmara dos Comuns, por uma violenta crítica ao nazismo alemão, rogando diversas vezes ao governo britânico que fossem investidos recursos na militarização, prevendo um possível ataque alemão num futuro próximo e temendo que o Reino Unido não estivesse preparado para resistir. Na ocasião, Churchill foi acusado de belicista, mas muitos estudiosos entendem que o acerto desta previsão foi uma das principais razões que levaram Churchill a ser eleito primeiro-ministro nove meses após a invasão da Polônia por Hitler em setembro de 1939 e consequente declaração de guerra à Alemanha pela Inglaterra em função do tratado de defesa mútua assinado com a Polônia.
Em 10 de maio de 1940, Churchill chegou ao cargo de primeiro-ministro britânico, contando 65 anos de idade. Seus discursos memoráveis, conclamando o povo britânico à resistência e sua crescente aproximação com o então presidente americano Franklin Delano Roosevelt, visando a que os Estados Unidos da América ingressassem definitivamente na guerra, foram essenciais para o êxito dos aliados. O exemplo de Churchill e sua incendiária oratória permitiram-lhe manter a coesão espiritual do povo britânico nas horas de prova suprema que significaram os bombardeios sistemáticos da Alemanha sobre Londres e outras cidades do Reino Unido. Devido a estes bombardeios em 20 de julho de 1944, mesmo dia em que Hitler sofreria um grave atentado contra sua vida, Churchill consideraria a possibilidade de utilizar gás venenoso em civis alemães, contrariando as regras internacionais da guerra moderna, sendo fortemente desencorajado pelos generais britânicos, abandonando a ideia ao final. Nessa época, ele comandava a Inglaterra de um prédio de escritórios simples, que não fora projetado para seu conforto, passando as manhãs deitado na cama, tomando banho em um cômodo separado de seu quarto, de forma tal que às vezes oficiais ingleses encontravam-no andando pelo prédio seminu e molhado. A má alimentação de Churchill, que passava o dia fumando charutos e bebendo um coquetel de whiskies, apavorava seu médico.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1953, por suas memórias de guerra (cinco volumes, também disponível nas livrarias em versão condensada, em volume único) e seu trabalho literário e jornalístico, anterior aos tempos de primeiro-ministro. Na ocasião, ele foi saudado como o maior dos ingleses vivos. Foi o primeiro a cunhar o termo “cortina de ferro” para ilustrar a separação entre a Europa comunista e a ocidental. Em primeiro de março de 1955, Churchill proferiu seu último discurso na Câmara dos Comuns como chefe de governo, intitulado “Jamais desesperar” anunciando a sua renúncia ao mandato de primeiro-ministro, não sem antes alertar o mundo, mais uma vez, para o risco de guerra nuclear. Depois, continuou na Câmara dos Comuns até pouco tempo antes de falecer. Nos últimos anos de vida parlamentar, teve atuação discreta, proferindo discursos apenas ocasionalmente.
Em 21 de junho de 1955 foi inaugurada pela prefeitura de Londres a estátua de Churchill com a presença dele próprio. Em 1963, aos 89 anos, foi homenageado com o título de cidadão honorário dos Estados Unidos pelo então presidente John Kennedy. Não podendo receber a homenagem em Washington em razão de estado de saúde precário, foi representado pelo seu filho Randolph.
Morreu em Hyde Park Gate em Londres, a 24 de Janeiro de 1965. Está sepultado na St Martin’s Church, Bladon.
Apesar da carreira política de Churchill ser marcada por ocupar posições de destaque dentro do governo britânico em ambas as grandes guerras do século XX, pela análise de seus discursos verifica-se sempre uma busca pela paz, tendo chamado a Segunda Guerra Mundial de “a guerra desnecessária”, defendendo a ideia que os países europeus deveriam ter impedido a Alemanha de recompor suas forças armadas antes da guerra, visando a evitá-la.

Estátua na Inglaterra

3161 – Papa na mira dos nazistas


Invadir o Vaticano, seqüestrar o papa Pio 12 e levá-lo para o norte. Foi por muito pouco que os nazistas não cumpriram essa missão

O telefone acordou Karl Wolff bem cedo na manhã de 13 de setembro de 1943. Do outro lado da linha, o aviso de que Adolf Hitler queria vê-lo imediatamente. O general vestiu o uniforme com pressa e tomou o caminho que separava seu quarto do bunker do führer. Enquanto percorria os extensos corredores, imaginava o que estava por vir. Três dias antes, as tropas alemãs haviam entrado em Roma. Hitler tinha sede de vingança contra os italianos desde junho, quando eles depuseram seu aliado Benito Mussolini. Quando Wolff chegou ao bunker, o ditador foi direto:

“Tenho uma missão especial para você, Wolff”, teria dito Hitler, conforme o depoimento de Karl Wolff anos depois. “Suas tropas devem ocupar o Vaticano o mais rápido possível, proteger seus bens e levar o papa e a cúria para o norte. Não quero o pontífice nas mãos dos Aliados. O Vaticano já é um ninho de espiões­ e um centro de propaganda anti-nazista. Arranje os detalhes mais importantes e dê notícias a cada duas semanas.”

Comandante da SS na Itália, Karl Wolff saiu da sala decidido não a executar o plano de que Hitler lhe havia incumbido, mas a sabotá-lo. Kurzman foi o primeiro jornalista a entrevistar o general Wolff logo depois de ele sair da prisão, em 1969. Baseado nessa e em outras entrevistas com embaixadores e generais nazistas, Kurzman tentou reconstituir os meses em que o führer quase invadiu o Vaticano. “O papa sempre soube que Hitler queria acabar com o cristianismo”Mas o perigo se tornou real apenas no fim de 1943, quando o ditador italiano Benito Mussolini foi deposto.” Para Hitler, era preciso acabar com a dupla ameaça que o papa representava. Ele temia, por um lado, uma declaração pública de Pio 12 contra o massacre dos judeus, que poderia levar quase metade dos soldados, alemães católicos, a se voltarem contra o führer. Por outro, o ditador sabia que o papa era um forte líder espiritual – que poderia influenciar as almas.
A missão secreta de Karl Wolff nunca chegou a ser cumprida. Pio 12 deixou o Vaticano apenas em 1958, quando morreu.

Karl Wolff

Depois de evitar o seqüestro do papa Pio 12, Wolff foi um dos principais negociadores da Operação Sunrise, que articulou a rendição completa dos nazistas que ocupavam a Itália. Preso pelos aliados em 1945, foi condenado a 5 anos de prisão em 1947 acusado de ser membro da SS. Em 1962, foi condenado mais uma vez, por ter contribuído para mandar 300 mil judeus para o campo de Treblinka. Em 1969, foi posto em liberdade por causa de problemas de saúde. Morreu em 1984.

Ernst von Weizsäcker

Preso em 1947, foi condenado a 5 anos de prisão, morrendo em 1951. Sua condenação ocorreu sob protestos – alguns políticos, entre eles Winston Churchill, eram contrários à prisão de Weinzsäcker porque ele teria trabalhado contra a vontade de Hitler. Seu filho Richard von Weizsäcker foi chanceler da Alemanha entre 1984 e 1994.

3092 – Sociologia: O que é o Neonazismo?


Suástica, símbolo do Nazismo

Está associado ao resgate do nazismo ou nacional-socialismo, ideologia política propagada por Adolf Hitler, no começo da década de 1920.
O movimento neonazista (ou neo-nazi) tem suas origens assentadas na intolerância e em preceitos racialistas, primando sempre pela “raça pura ariana” ou “superioridade da raça branca”. Os seguidores da doutrina neonazista em sua maioria promovem discriminação contra minorias e grupos específicos, como homossexuais e outros não-heterossexuais ou não-cisgêneros, negros, ameríndios, judeus e comunistas (bem como outras correntes político-ideológicas correlatas à esquerda política), além de imigrantes caboclos/mestizos, islâmicos, médio-orientais e norte-africanos de uma forma geral, e demais asiáticos. Algumas correntes preferem apenas a segregação da “raça pura ariana” das demais “raças”, condenando agressões físicas contra tais grupos (muitas vezes condenando também violência moral e psicológica, mesmo que às vezes assegurada por lei). Outras promovem explicitamente o ataque físico aos grupos citados. Há grande oposição vinda dos neonazistas com relação a grupos punks, fazendo com que cresça uma hostilidade entre os dois grupos. Alguns grupos chegam a defender o uso da força para tomar o controle do Estado ou segregar regiões através de movimentos separatistas, como o Neuland.Muitos neo-nazis promovem a minimização ou negação do Holocausto. Afirmam que o genocídio deliberado (freqüentemente em câmaras de gás) de mais de 6.000.000 de pessoas, a maioria judeus, é mentira ou exagero. Historiadores conceituados calculam que o número de judeus mortos durante o Holocausto varia entre 5,1 e 6,2 milhões. lguns suspeitam que o número de mortos possa ser ainda maior, mas existem ainda os historiadores que calculam um número extremamente inferior, por volta de 500 mil pessoas.Outros negacionistas se apoiam no fato de que nem todos os 6 milhões de mortos nos campos de concentração nazistas eram judeus. Esta argumentação, ainda que verdadeira, ainda não retira do extermínio a sua essência negativa, pois mesmo reconhecendo que entre os mortos também estavam poloneses, ciganos, homossexuais, sindicalistas e socialistas, todos eram seres humanos e teriam sido mortos nas câmaras de gás, nos campos de concentração. Normalmente existem diversos grupos neonazistas, principalmente formado por jovens entre 16 e 25 anos de idade. O material destes grupos provém de sites na internet, tendo forte influência de grupos neonazistas alemães, ainda presentes. Mesmo a Alemanha tendo proibido qualquer atividade relacionada ao nazismo, estes grupos são mantidos por partidos de extrema direita, sediados na Europa e em outros países.
O recrutamento de novos membros ocorre principalmente pela ferramenta mais popular atualmente, a internet. Apesar de inúmeros países terem leis que proíbam a divulgação da ideologia nazista, os sites se hospedam em países que permitem tal divulgação, dificultando a punição destes envolvidos. Nestes sites encontram-se materiais para divulgação dos movimentos neonazistas, informações de reuniões, artigos e textos de apoio à causa neonazista. Mesmo assim esses sites registram inúmeros acessos diariamente, estando principalmente em inglês, alemão e português, respectivamente.Existem muitas propagandas desses sites em outros sites alemães, aumentando mais ainda a divulgação do movimento neo-nazi.

3081 – Um Dia no Inferno – 2ª Guerra Mundial


RESISTÊNCIA

Agnès Humbert é uma heroína da Resistência à ocupação nazista na França. Ela redigiu e distribuiu, clandestinamente, o jornal Résistance, contra o governo controlado pelos alemães. E pagou caro. Denunciada e entregue ao inimigo, Agnès foi condenada a 5 anos de trabalhos forçados, comendo o pão que Goebbels amassou em prisões francesas e, pior ainda, em fábricas alemãs, onde tinha de manusear ácidos que queimavam a pele. Dureza. “Para as mãos, eu precisava de bandagens úmidas, só que não havia água… Tentemos, então, xixi”, escreveu a francesa. Agnès chegou a emagrecer 20 quilos (não havia comida suficiente), e ficar semanas sem tomar banho (não havia água para todo mundo), mas nem por isso entregou os colegas de subversão. E ainda ajudou os americanos a caçar nazistas quando a Alemanha entregou os pontos.

O DIÁRIO DE RUTKA

Às vésperas de ser mandada para o campo de concentração de Auschwitz, onde morreria numa câmara de gás em 1943, a adolescente polonesa Rutka Laskier redigiu um diário curto, tipo agenda – típico das meninas da sua idade. Obrigada a viver no gueto judaico de Bedzin, distraía-se do horror em volta escrevendo frivolidades sobre as amigas e seus amores platônicos – que não eram poucos. Mas não deixou de descrever as restrições e o assombro dos judeus, cada vez mais encurralados, e a angústia de quem tem a morte diante de si. Além do diário, o livro traz um posfácio generoso, com um resumo da história dos judeus na Polônia, as manifestações anti-semitas que persistiram no país após o fim da guerra e uma explicação sobre como se formou o iídiche, o dialeto judeu que combina alemão antigo e hebraico.
Se os nazistas foram terríveis com judias e estrangeiras, a vida das alemãs na Berlim de 1945 também não foi moleza. Com a derrota nazista e a chegada do Exército russo à cidade, as moças tiveram que se virar para evitar o pior. Mas o pior invariavelmente acontecia. Pelotões russos movidos a vodca não perdiam oportunidade para descontar nas derrotadas os meses de abstinência sexual e a fúria contra qualquer um que falasse o idioma de Hitler. O diário de uma berlinense anônima, testemunha e vítima desses últimos dias da guerra, revela um cotidiano de estupros, medo e vergonha. A própria autora passa a explorar o sexo como ferramenta de proteção, atraindo oficiais para a cama – e para a escada, e para o sofá – a fim de evitar a violência.

Julgamento dos Nazistas – Os 4 Grandes Ausentes


Símbolo do Nazismo

O 1° deles, o próprio Hitler, se matara junto com sua amante no Bunker, no dia 30 de abril de 1945, quando os primeiros soldados soviéticos já estavam há apenas 200 metros de sua destroçada chancelaria, ali, no Bunker, no dia seguinte também se matara Goe Bells, o Coxo Maldito, que arrastara consigo sua mulher Magda e seus 6 filhos aos quais ministrara veneno. Martin Bormon, que seria julgado á revelia e condenado á forca, desapareceu e dele não se teve mais notícias e faltava ainda Robert Lay, que se suicidara em sua própria cela de 1,80m por 3,20m de Nuremberg, pouco antes de ter início o julgamento.
Os crimes de que eram acusados os réus estavam assim divididos:
Crimes contra a paz
Planificação, preparação e condução de guerra nas quais foram violados todos os convênios e acordos internacionais. Crimes de guerra, violação das leis de guerra com práticas de assassinatos, deportações, assassinatos de prisioneiros de guerra, demolição deliberada de cidades ou sua devastação.
Crimes contra a humanidade – Assassinatos, extermínios, deportações e demais atos inumanos contra a população civil, ou perseguição por motivos radicais, políticos ou religiosos. Os sumários de Nuremberg compreenderam 16 mil páginas.
No Brasil, como em vários outros países, a apologia ao nazismo é capitulada em lei como crime inafiançável.

O nazismo é frequentemente considerado por estudiosos como uma derivação do Fascismo. Mesmo incorporando elementos tanto da direita política quanto da esquerda política, o nazismo é considerado de extrema direita.Os nazistas foram um dos vários grupos históricos que utilizaram o termo nacional-socialismo para descrever a si mesmos, e na década de 1920, tornaram-se o maior grupo da Alemanha. O Partido Nazista apresentou seus ideais no programa de 25 pontos do Nacional Socialista em 1920. Entre os elementos-chave do nazismo, há o anti-parlamentarismo, o pangermanismo, o racismo, o coletivismo, a eugenia, o antissemitismo, o anticomunismo, o totalitarismo e a oposição ao liberalismo econômico e político
Na década de 1930, o nazismo não era um movimento monolítico, mas sim uma combinação de várias ideologias e filosofias centradas principalmente no nacionalismo, no anticomunismo e no tradicionalismo. Alguns grupos, como strasserismo, faziam inicialmente parte do movimento nazista. Uma de suas motivações foi a insatisfação com o Tratado de Versalhes, que era entendido como uma conspiração judaica-comunista para humilhar a Alemanha no final da Primeira Guerra Mundial. Os males da Alemanha pós-guerra foram críticos para a formação da ideologia e suas críticas à República de Weimar pós-guerra. O Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha em 1933.

Em resposta à instabilidade criada pela Grande Depressão, os nazistas procuraram um terceiro jeito de gerenciar a economia do seu país, sem que tenha ideais comunistas ou capitalistas.O governo nazista efetivamente acabou em 7 de maio de 1945, no Dia V-E, quando os nazistas incondicionalmente renderam-se às potências Aliadas, que tomaram a administração da Alemanha até que o país formasse o seu próprio governo democrático.