Astronomia – O Cometa Verde


O cometa foi descoberto em 2 de março de 2022, por astrônomos usando a câmera de pesquisa de campo amplo do Zwicky Transient Facility, no Observatório Palomar no condado de San Diego, na Califórnia. E fez sua maior aproximação do Sol em 12 de janeiro, de acordo com a Nasa.
Batizado como C/2022 E3 (ZTF), o cometa tem uma órbita ao redor do Sol que passa pelos confins do sistema solar, razão pela qual demorou tanto para passar pela Terra novamente, de acordo com a The Planetary Society.
De acordo com a EarthSky, os observadores que estavam no hemisfério norte com telescópios tiveram que olhar para o horizonte nordeste pouco antes da meia-noite para ver o cometa em 12 de janeiro.

Quando e como ver o cometa?
De acordo com a EarthSky, o objeto celeste gelado, que vem aumentando o brilho à medida que se aproxima do Sol, fará sua passagem mais próxima da Terra entre 1º e 2 de fevereiro, a cerca de 42 milhões de quilômetros de distância.

À medida que o cometa se aproxima da Terra, os observadores poderão identificá-lo como uma mancha verde fraca perto da brilhante estrela Polar, também chamada de Estrela do Norte, e deve ser visível no início da noite.

Segundo a Nasa, o cometa está visível no céu da manhã para observadores do hemisfério norte durante a maior parte de janeiro e para observadores do hemisfério sul no início de fevereiro.

Dependendo de seu brilho nas próximas semanas, o C/2022 E3 (ZTF) pode até ser visível a olho nu em céus escuros no final de janeiro.
O cometa pode ser distinguido das estrelas por suas caudas de poeira e partículas energizadas, bem como pela nuvem verde brilhante que o envolve. A nuvem é um envelope que se forma ao redor de um cometa quando ele passa perto do Sol, fazendo com que seu gelo se sublime, ou se transforme diretamente em gás. Isso faz com que o cometa pareça embaçado quando visto através de telescópios.

Cometa misterioso vindo de outro Sistema Solar guarda material de 4,5 bilhões de anos



O primeiro cometa interestelar a ser localizado no nosso Sistema Solar pode ser também o mais antigo já observado. Pesquisadores identificaram que o 2I / Borisov, encontrado pela primeira vez em 2019, pode ter material intacto de 4,5 bilhões de anos atrás.
Apenas um outro objeto vindo de outro sistema solar já foi visto por cientistas da terra, o asteroide Oumuamua, que ficou famoso por seu formato de panqueca e ser comparado com uma nave espacial.
Esses cometas são misteriosos pois vem de outro Sistema Solar e carregam informações que são impossíveis de serem alcançadas pela tecnologia atual. É literalmente um pedaço de uma galáxia desconhecida sendo explorado. Os pesquisadores tentam entender agora por onde este objeto passou antes de chegar por aqui e viajar a mais de 220 quilômetros por segundo.
Segundo o estudo publicado na Nature Communications, para determinar a “idade” do Borisov, os pesquisadores o compararam com um outro cometa, o Hale-Bopp, que possui características semelhantes (apesar se não ser de outro Sistema Solar) e foi descoberto em 1997. Basicamente o Bopp é muito, muito antigo, o que nos termos astronômicos significa que ele possui boa parte de seu material original intacto.
Cometa mais antigo já encontrado no Sistema Solar
Acontece que o Borisov possui ainda mais material preservado. O que indica que ele é mais velho que o Bopp. Muito provavelmente esse é o cometa mais puro (ou seja, velho) já visto, o que torna ainda mais importante a descoberta do objeto espacial.
Pelas pesquisas, o cometa possui um material igual ao que existia ao redor do Sol logo que ele nasceu, antes da existência de qualquer outro planeta, ou seja, há pelo menos 4,5 bilhões de anos. De forma simplificada, cometas que nasceram antes da maioria das estrelas e dos planetas possuem sua superfície mais intacta pois foram banhados por pouca luz.
No caso do Bopp, os astrônomos acreditam que ele tenha passado próximo do sol apenas uma vez quando foi descoberto. “Achamos que antes de sua aparição em 1997, ele fazia isso apenas uma vez, cerca de 4.000 anos atrás, então o material em sua superfície, quando o observamos, foi apenas ligeiramente processado pelo sol.”, explicou Stefano Bagnulo, astrônomo do Observatório Armagh, na Irlanda do Norte.
Já no caso do cometa Borisov, é provável que ele nunca tenha encontrado luz até entrar em nosso Sistema Solar, o que faz ele provavelmente ser o primeiro objeto “verdadeiramente intocado” a ser visto no nosso espaço.
“O fato de os dois cometas serem notavelmente semelhantes sugere que o ambiente no qual Borisov se originou não é tão diferente em composição do ambiente no início do nosso Sistema Solar”, disse Alberto Cellino, pesquisador do Observatório Astrofísico de Torino na Itália e co-autor do estudo.
Em outra pesquisa, cientistas analisaram dados coletados pelo telescópio ALMA, no deserto do Atacama, no Chile. “Queremos saber se outros sistemas planetários se formam como o nosso, mas não podemos estudar esses sistemas. Os cometas em outros sistemas planetários estão simplesmente muito distantes e pequenos para serem vistos por nossos telescópios”, disse o autor do estudo, Bin Yang, cientista planetário do European Southern Observatory em Santiago.

O Cometa Neowise


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É um cometa retrógrado de longo período com uma trajetória quase parabólica descoberto em 27 de março de 2020 pelo telescópio espacial NEOWISE como um objeto de 17ª magnitude. A partir do dia 31 de março alguns observatórios situados na superfície da Terra passaram a acompanhar o cometa.
Em julho de 2020, estava brilhante o suficiente para ser visível a olho nu. É um dos cometas mais brilhantes do hemisfério norte desde o cometa Hale-Bopp, em 1997.
Sob o céu escuro, pode ser visto claramente a olho nu, e pode permanecer visível a olho nu durante a maior parte de julho de 2020.
Até 23 de julho, à medida que o cometa se afasta do Sol, ele se aproxima da Terra. Em 18 de julho, o cometa teve cerca de magnitude 3.
A vista da noite é melhor. Em 17 de julho, o cometa NEOWISE entrou na constelação da Ursa Maior, abaixo do asterismo da Ursa Maior (Grande Carro). (Se Ursa Maior estivesse na posição vertical, estaria à direita do grande carro a partir de 15 de julho.)
O objeto foi descoberto por uma equipe usando o telescópio espacial NEOWISE em 27 de março de 2020. Foi classificado como um cometa em 31 de março e recebeu o nome de NEOWISE em 1º de abril. Possui a designação sistemática C/2020 F3, indicando um cometa não periódico que foi o terceiro descoberto na segunda metade de março de 2020.
O cometa NEOWISE fez sua aproximação mais próxima do Sol (periélio) em 3 de julho de 2020, a uma distância de 0,29 UA (43 milhões de quilômetros; 27 milhões de milhas). Esta passagem aumenta o período orbital do cometa de cerca de 4500 anos para cerca de 6800 anos. Sua aproximação mais próxima da Terra ocorrerá em 23 de julho de 2020, 01:14 UT, a uma distância de 0,69 UA (103 milhões de quilômetros; 64 milhões de milhas), enquanto estiver localizado na constelação de Ursa Maior.
Visto da Terra, o cometa estava a menos de 20 graus do Sol entre 11 de junho e 9 de julho de 2020. Em 10 de junho de 2020, quando o cometa estava sendo perdido pelo brilho do Sol, era de magnitude 7 aparente quando estava a 0,7 UA (100 milhões de quilômetros; 65 milhões de milhas) de distância do Sol e a 1,6 UA (240 milhões de quilômetros; 150 milhões de milhas) de distância da Terra. Quando o cometa entrou no campo de visão do instrumento LASCO C3 da sonda SOHO em 22 de junho de 2020, o cometa tinha aumentado para cerca de magnitude 3, quando estava a 0,4 UA (60 milhões de quilômetros; 37 milhões de milhas) de distância do Sol e 1,4 UA (210 milhões de km; 130 milhões de milhas) de distância da Terra.

NEOWISE
No início de julho, o cometa NEOWISE havia aumentado para a magnitude 1, excedendo em muito o brilho alcançado pelos cometas anteriores, C/2020 F8 (SWAN) e C/2019 Y4 (ATLAS). Em julho, também havia desenvolvido uma segunda cauda. A primeira cauda é azul e feita de gás e íons. Há também uma separação vermelha na cauda causada por grandes quantidades de sódio. A segunda cauda é de cor dourada e é feita de poeira, como a cauda do cometa Hale-Bopp. Essa combinação se assemelha ao cometa C/2011 L4 (PANSTARRS). O cometa é mais brilhante que o C/2011 L4 (PANSTARRS), mas não tão brilhante quanto o Cometa Hale-Bopp em 1997. De acordo com a Associação Astronômica Britânica, o cometa brilhou de uma magnitude de cerca de 8 no início de junho para -2 em início de julho. Isso tornaria mais brilhante que Hale-Bopp. No entanto, como estava muito perto do Sol, foi relatado como magnitude 0 ou +1 e permaneceu tão brilhante por apenas alguns dias. Após o periélio, o cometa começou a desaparecer aproximadamente na mesma taxa que havia anteriormente iluminado, caindo para a magnitude 2.
Em 13 de julho de 2020, uma cauda de sódio foi confirmada pela instalação de entrada/saída do Instituto de Ciências Planetárias.
O cometa tem uma órbita retrógrada com uma excentricidade de 0.9991691, uma forte inclinação de 128.937° e inclinado a aproximadamente 129 graus, no final de junho de 2020.
Ele fez a sua aproximação mais próxima do Sol (periélio) em 3 de julho de 2020, a uma distância de 0,29 UA (43 milhões de km; 27 milhões de milhas). Em 18 de julho, o cometa atingiu uma declinação ao norte de +48 e foi circumpolar até a latitude 42N.

Como são Formados os Cometas?


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Eles não passam de bolas de gelo que deixam atrás de si um rastro de poeira e gás, mas que fascinam quem os vê rasgando o céu. Para entendê-los melhor, vamos fazer um paralelo entre os cometas e seus primos cósmicos, os asteroides. Esses dois tipos de astros são feitos de restos de planetas que não se formaram. A diferença é que os asteroides, constituídos basicamente por pedras, são versões menores de planetas rochosos como Terra ou Marte. Já os cometas são feitos basicamente de gases e poeira, igual ao gigante Júpiter e outros planetas gasosos. Essa separação entre os corpos de rocha e os de gás aconteceu há 4,6 bilhões de anos, quando o sistema solar estava nascendo e os planetas ainda não existiam. Naquela época, o material que formaria os planetas estava confinado em um disco de gás e poeira que girava em volta de um Sol frio. Mas, logo que a estrela começou a emitir calor, o aumento brutal da temperatura arremessou bem longe da estrela os elementos mais leves do disco, como os gases que iriam se aglutinar para forjar os planetas gigantes e cometas. “Por isso, os cometas se formaram em dois cinturões: um nas cercanias da órbita de Plutão e outro mil vezes mais longe”, afirma o astrônomo Enos Picazzio, da USP. Os cometas podem estar distantes, mas alguns têm órbitas tão malucas que, durante parte de sua jornada pelo sistema, acabam passando bem perto do Sol. É aí que o show começa: o calor da estrela faz o gelo do cometa virar gás novamente, como na infância do sistema solar. Isso levanta as partículas de poeira impregnadas no cometa, formando o belo jato de pó que chamamos de cauda. Depois, quando o cometa se afasta do Sol, o frio faz ele voltar a ser uma insignificante bolinha de gelo.

Espetáculo do crescimento
Calor do Sol é essencial para gerar as caudas gigantescas desses astros
BASE DE SUSTENTAÇÃO
Chamada pelos astrônomos de coma, a gigantesca “atmosfera” que envolve o cerne do cometa é uma espécie de envelope gasoso feito de vapor d’água, amônia e dióxido de carbono. Com a ação do calor do Sol, essa base se expande a um diâmetro de quase 100 mil quilômetros, deixando a cabeça do astro maior do que Júpiter por alguns dias

RADICAIS LIVRES
A parte em azul do rabo do cometa é formada por uma pasta de elétrons e núcleos atômicos que se desprendem da coma do astro. Elas são arrancadas para longe do cometa com as interações magnéticas do vento solar — o fluxo constante de partículas que jorra do Sol

COMPANHEIROS HISTÓRICOS
Esse spray branco, criado pela pressão da luz do Sol, forma a parte principal do rabo do cometa. Composto majoritariamente por poeira e gases que ficavam impregnadas no gelo do núcleo, a cauda branca pode chegar a 100 milhões de quilômetros de extensão

NÚCLEO DURO
Uma pedra que representa apenas 0,00001% do tamanho do cometa fornece a matéria-prima para o rastro enorme que ele deixa no céu. Com diâmetro médio de apenas 10 quilômetros, ela é impregnada de poeira e gases. Quando a trajetória do astro se aproxima do Sol, o calor faz com que a pedra solte o pó e a fumaça que criam a famosa cauda do cometa

Madrugada com Chuva, de Meteoros


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Causado pela poeira do cometa Thatcher (C/1861 G1), a anual chuva de meteoros Líridas poderá ser observada no céu no brasileiro na madrugada do dia 22 de abril (quarta-feira).
A experiência astronômica poderá ser observada de qualquer lugar do país, mas quem mora nas regiões Norte e Nordeste terá visão privilegiada. Será possível observar até 18 meteoros por hora cruzarem o céu. Quem mora na região Sul, apenas 7.
Apesar da chuva de meteoros ter começado no dia 14 de abril, ela ainda não registrou o seu pico de exposição. O melhor horário para acompanhar o evento ocorre exatamente no dia 22, por volta das 2h.
Segundo especialistas em astronomia, não será necessário nenhum equipamento especial para observar o fenômeno. É recomendado apenas estar em uma região com pouca poluição luminosa. Ou seja, o mais escuro possível.
A boa notícia é que neste ano a Lua vai dar uma ajudinha extra. A luminosidade do satélite natural da Terra estará mais baixa, uma vez que a Lua estará em sua fase nova.

Mais Sobre o Cinturão de Asteroides


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É como se fosse uma estrada elíptica formada por bilhões de asteroides em volta de um corpo celeste com densidade suficiente para segurá-los nessa órbita.
Os asteroides são corpos celestes rochosos e metálicos que orbitam o sol e podem ser encontrados em várias regiões do sistema solar, mas a maioria se encontra entre a órbita de Marte e de Júpiter na região conhecida como Cinturão de Asteroides.
Os asteroides diferem dos planetas porque são menores e, atualmente, segundo a nova definição estipulada pelo IAU (International Astronomic Union), só são considerados planetas os corpos celestes que, além de outras características, têm a órbita livre, ou seja, não possuem outros corpos celestes na mesma órbita (o que no caso de um cinturão com bilhões de asteroides não ocorre).
O cinturão de asteroides se formou, provavelmente da colisão de diversos corpos maiores que, ao colidir, se partiram em diversos pedaços menores ainda na época de formação do sistema solar e continuam colidindo entre si enquanto permanecem no cinturão. Ou ainda, segundo uma outra teoria, teriam se originado do material que sobrou da formação dos outros planetas.
Asteroide “Gaspra 951”, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.
Alguns asteroides podem escapar do cinturão quando atraídos pela gravidade de algum planeta, ou mesmo pela gravidade do sol, se sua órbita sofrer algum tipo de perturbação. Neste caso, ele pode chegar a colidir com este planeta, ou com o sol, ou então ficar em órbita deste, como um satélite.
Esta é a origem, por exemplo, de algumas luas que orbitam Júpiter visto que ele está mais perto do cinturão de asteroides e tem uma força gravitacional muito grande.

Astronomia – Cometa de 26 km de diâmetro em rota de colisão


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IMPACTO PODERÁ GERAR A MAIOR EXTINÇÃO EM MASSA QUE O PLANETA JÁ VIVENCIOU!

Novos cálculos realizados sobre a órbita do cometa Swift-Tuttle revelaram que há uma possibilidade de que o corpo celeste colida contra a Terra. Foi o que afirmou o cientista Ethan Siegel, responsável pela descoberta da chuva de meteoros das Perseidas. Ele acredita que o trajeto do asteroide poderá ser acelerado pela gravidade de Júpiter, o que fará com que ele se choque contra o nosso planeta.
O Swift-Tuttle possui um diâmetro de 26 quilômetros. Siegel explica que, com somente um pequeno golpe gravitacional de Júpiter, o corpo celeste poderá viajar até o Sol e ser expulso do Sistema Solar ou se lançar diretamente contra a Terra. Se isso acontecer, há uma possibilidade real para a colisão dentro de 2.400 anos e será a maior extinção em massa que o nosso mundo verá em centenas de milhões de anos.
Embora a comunidade científica afirme que o asteroide não representa uma ameaça iminente para a humanidade, diversos astrônomos reconhecem que esse objeto é, de fato, o mais perigoso para o planeta Terra – dentre os que existem no Sistema Solar atualmente.

History Chanel

 

Astrobiologia – Cometa explorado pela sonda Rosetta contém ingredientes da vida


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No dia 27 de maio de 2016 foi confirmado pelo espectômetro de massa da sonda Rosetta, a presença de substâncias relacionadas à origem da vida na cauda do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko: o aminoácido glicina, o elemento fósforo, além de metilamina, etilamina, sulfeto de hidrogênio e cianeto de hidrogênio.
Tratam-se de ingredientes considerados cruciais para a origem da vida na Terra que foram encontrados pela espaçonave da Agência Espacial Europeia que tem explorado o cometa por quase dois anos – entre 2014 e 2015, por meio de módulo Philae, dotado de instrumentos científicos.
Eles incluem o aminoácido glicina, que é comumente encontrado em proteínas, e fósforo, um componente-chave do DNA e membranas celulares.
Os cientistas há muito debatem a possibilidade de que a água e as moléculas orgânicas foram trazidas pelos asteróides e cometas quando a Terra era jovem e depois esfriou após sua formação, fornecendo alguns dos principais blocos de construção para o surgimento da vida.
Enquanto alguns cometas e asteroides já são conhecidos por ter água em sua composição, assim como os oceanos da Terra, a sonda Rosetta encontrou uma diferença significativa no seu cometa – alimentando o debate sobre seu papel na origem da água da Terra.
Contudo, os novos resultados revelam que os cometas têm o potencial de ingredientes importantes para o surgimento da vida como a conhecemos.

Sonda Rosetta colide em cometa e finaliza sua missão histórica


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Após doze anos coletando valiosos dados sobre o Sistema Solar, a sonda Rosetta terminou sua missão. O aparelho da Agência Espacial Europeia (ESA) colidiu com o cometa 67P/Churyumov-Gersasimenko no início da manhã desta sexta-feira (30) no horário de Brasília.
A agência perdeu contato com a sonda no fim da tarde de quinta-feira (29), quando ela entrou no curso de colisão com o cometa em uma altitude de 19 quilômetros. Rosetta foi eficiente até o fim: durante a aproximação, ela coletou informações sobre o gás, a poeira e o plasma que envolvem a superfície do 67P, além de captar imagens dele — os dados foram enviados para a Terra antes da perda de contato.
“A Rosetta fez história mais uma vez”, disse Johann-Dietrich Wörner, diretor da Agência Espacial Europeia. “Hoje celebramos o sucesso de uma missão que mudou o jogo, uma que ultrapassou todos nossos sonhos e expectativas e que continuará o legado da ESA no estudo de cometas.”

Histórico
Desde que saiu da Terra, em 2004, a Rosetta deu várias voltas ao redor do nosso planeta, passou por Marte e encontrou dois asteroides. Em novembro de 2014, o robô Philae se desprendeu da sonda para pousar no cometa 67P Churyumov-Gerasimenko, se tornando a primeira criação humana a tocar a superfície de um cometa.
A decisão de terminar a missão colidindo no cometa surgiu a partir do fato de que a sonda e o cometa estavam indo para além da órbita de Júpiter. A distância do Sol dificultaria a recarga de Rosetta, que ficaria com pouca energia para funcionar. Vida longa e próspera.

Bioastronomia – Cientistas detectam em cometa matérias-primas para a vida


cometas vida
Cientistas conseguiram detectar em um cometa a presença de dois ingredientes fundamentais para a vida: a glicina – um aminoácido – e o fósforo, segundo um novo estudo.
O achado foi realizado no 67P/Churyumov-Gerasimenko. O cometa foi descoberto no fim dos anos 1960 por cientistas ucranianos e, em 2014, um módulo que se desprendeu da sonda Rosetta pousou em sua superfície, num feito inédito.
Ainda que tenha sido detectada a presença de mais de 140 moléculas orgânicas diferentes no espaço, é a primeira vez estes que são encontrados estes elementos, essenciais para o desenvolvimento do DNA e das membranas celulares.
Traços de glicina, necessários para formar proteínas, já haviam sido encontrados nos restos da cauda do cometa Wild 2, que a Nasa conseguiu obter em 2004.
Mas, naquele momento, os cientistas não puderam descartar por completo a possibilidade de as amostras terem sido contaminadas de alguma maneira durante a análise feita na Terra.
O achado agora permite confirmar a existência de glicina e fósforo nos cometas.
Já a origem do fósforo detectado na fina atmosfera do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não foi determinada com exatidão, acrescentou a investigação.

Fragmentos do Cometa Halley poderão ser vistos no céu


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Halley emprestou seu nome ao mais famoso dos cometas

Esse fenômeno atinge seu auge entre os dias 5 e 7 de maio e será melhor visualizado do Hemisfério Sul. Embora o corpo celeste só se aproxime da Terra a cada 76 anos (a última vez foi em 1986), fragmentos de sua cauda são visíveis anualmente.
Você não vai precisar de telescópios ou equipamentos sofisticados para ver o fenômeno, apenas de seus olhos, um céu limpo e um pouco de paciência. O ideal é procurar um lugar mais rural, afastado das luzes da cidade. Como neste ano a chuva de meteoros ocorre em um período de lua nova, sua visibilidade deve ser maior. A atividade mais intensa está prevista para ocorrer na noite desta quinta-feira.
Essa chuva de meteoros associada ao Cometa Halley é chamada de Eta Aquáridas. Ela tem esse nome porque seu radiante fica próximo da estrela Eta Aquarii, uma das mais brilhantes da constelação de Aquário. Durante sua atividade, até 30 meteoros podem ser vistos por hora.
O Cometa Halley é uma bola de rocha e gelo que resultou da formação do nosso sistema solar. Quando esse corpo celeste passa perto do sol, o calor derrete sua superfície gelada, liberando partículas de gelo e poeira. Os destroços acompanham a trajetória do cometa, formando uma cauda que aponta para longe do sol. Quando a Terra cruza a órbita do cometa, nós passamos por essa cauda.
A gravidade do nosso planeta atrai o gelo e poeira que o Halley deixou para trás. Quando esses fragmentos atravessam nossa atmosfera, ele entra em atrito com as moléculas do ar. Com isso, os destroços queimam, deixando um rastro no céu, causando uma chuva de meteoros.

Astronomia – Cometa Lovejoy libera álcool etílico e açúcar


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Cometa de longo período C/2014 Q2, ou Lovejoy, como é conhecido, libera álcool etílico e açúcar, afirmam cientistas em estudo divulgado na última sexta-feira (23) na publicação científicaScience Advances.
“Nós descobrimos que o cometa estava soltando uma quantidade de álcool relativa a de 500 garrafas de vinho por segundo durante sua atividade de pico”, disse Nicolas Biver, condutor da pesquisa e cientista do Observatório de Paris, na França. Entre as substâncias liberadas pelo cometa, foi encontrado um açúcar simples chamado gliceraldeído e outras 19 moléculas orgânicas.
Essas informações fazem com que os cientistas cheguem mais perto de confirmar a teoria de que os cometas fizeram parte dos ingredientes necessários para a origem de vida na Terra.
O Lovejoy foi descoberto em agosto de 2014 e fez sua passagem mais próxima do Sol no dia 30 de janeiro de 2015. O calor intenso causado por esse encontro fez com que o cometa liberasse várias nuvens de gás nos arredores, enquanto soltava cerca de 18 toneladas de moléculas de água por segundo.
Nicolas Biver e sua equipe conseguiram descobriram a composição desse gás usando observações feitas pelo rádiotelescópio do Observatório Pico Veleta, na Espanha. Os cientistas perceberam que a forma como a luz solar interagia com as moléculas na atmosfera do cometa fez com que elas brilhem em frequências específicas. A partir dessas informações foi possível identificar as moléculas.
Os cometas são ótimas fontes para descobrir quais foram os materiais que serviram de base durante o surgimento da Terra. Estima-se que quando as nuvens de gás são produzidas por estrelas que explodem, ou supernovas, elas se misturam com ventos de gigantes vermelhas, comprimindo a si mesmas em uma nuvem concentrada de material estelar que desmorona abaixo de sua própria gravidade para formar novas estrelas e planetas.
Esses gases formadores coletam grãos de poeiras, nos quais dióxido de carbono, vapor de água, e outros gases se acumulam e congelam, antes que a radiação os converta em diferentes tipo de moléculas orgânicas. Os grãos se tornam então parte do interior de cometas e asteroides.
Existem diversas hipóteses de que vários cometas carregados com moléculas orgânicas impactaram a Terra logo após ela ter nascido, se espalhando pela superfície. As últimas observações do cometa Lovejoy dão um novo peso a essa ideia. “O resultado definitivamente reforça a ideia de que cometas carregam consigo uma química bem complexa”, disse Stefanie Millam, do Centro de Voo Espacial Goddard, da NASA, nos Estados Unidos.
O próximo passo para os cientistas será descobrir se o álcool, o açúcar e as outras moléculas orgânicas encontradas no cometa Lovejoy surgiram pela nuvem primordial formada pelo Sistema Solar, ou se elas foram colhidas de outras fontes.

11.641 – Solo de cometa é rico em tijolos precursores da vida, revela sonda


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Quase nove meses atrás, o módulo Philae realizou seu pouso num cometa. Agora, os cientistas da épica missão espacial europeia finalmente dão à luz os frutos da expedição, incluindo um relato detalhado da atribulada descida da sonda.
Em 12 de novembro do ano passado, foram duas quicadas e uma passagem de raspão pela borda de uma cratera, antes do pouso final, numa região bem acidentada do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko –”Chury”, para os íntimos.
Aliás, até mesmo esse processo de pouso “com escalas” redundou em acréscimo de dados para a missão. Graças a isso, foi possível estudar as características do solo tanto no ponto da primeira quicada como no local da descida final.
O primeiro terreno a ser tocado pelo Philae era muito mais granulado e fofo –uma camada de cerca de 25 centímetros de espessura, recobrindo um solo mais duro por baixo.
Já no local do pouso final não havia essa camada fofa –o solo era muito duro já na superfície, ajudando um dos pés da sonda a se atarrachar ao chão.
O Philae ficou preso por apenas um dos três pés, e numa inclinação diagonal que deixou apenas um dos cinco painéis solares bem exposto à luz.
Foi essa posição que acabou abreviando o tempo de operação do módulo, encerrado após pouco mais de dois dias, por exaustão das baterias.
AS PRINCIPAIS DESCOBERTAS
SUPERFÍCIE: Os terrenos variam bastante no cometa. No primeiro pouso, a superfície era mais fofa; no pouso final, bem mais dura.A temperatura diurna variava entre -183ºC e -143ºC
ESTRUTURA INTERNA: O interior do cometa parece ser bem homogêneo e pouco diferenciado, além de muito poroso (75% a 85% de vazio), como uma esponja
COMPOSIÇÃO: Muitos compostos orgânicos (que formam base da vida) foram encontrados, quatro deles até então jamais detectados num cometa
DINÂMICA: Imagens do solo revelam muitos sinais de erosão e dão pistas das rochas que compõem os objetos mais primitivos do Sistema Solar
COMPOSIÇÃO
Uma das mais intrigantes revelações dos novos estudos diz respeito à composição do solo. Ela é riquíssima em moléculas orgânicas, a base da vida na Terra, e imagina-se que os cometas possam ter tido um papel trazendo esses compostos para cá, nos primórdios da formação do Sistema Solar.
Os instrumentos Cosac e Ptolemy, instalados no Philae, tinham por objetivo estudar as substâncias presentes na superfície, por meio de coleta de amostras.
O robô não conseguiu perfurar e colher esse material, mas os instrumentos tinham um modo de operação “de garantia”, que envolvia estudar o que quer que entrasse neles passivamente, sem a coleta intencional.
Com isso, foi possível detectar 16 diferentes compostos, quatro dos quais (metil-isocianato, acetona, propionaldeído e acetamido) nunca haviam sido detectados num cometa antes.
Após a descida, o Philae também transmitiu ondas de rádio para baixo, fazendo com que elas atravessassem o interior do cometa.
Esse estudo de radar permitiu estimar a estrutura interna do objeto, que é basicamente como uma esponja –muito porosa e homogênea, com os espaços vazios respondendo por 75% a 85% do volume total.
Também foi possível estimar a proporção entre gelo e rocha presente no cometa –e há cinco vezes mais do primeiro do que do segundo.
Além desses estudos de estrutura e composição, as imagens capturadas pelas câmeras Rolis e Civa ajudaram a investigar os processos que acontecem na superfície, com evidências de erosão –esperadas, considerando o aumento de atividade conforme o cometa se aproxima do Sol, numa órbita com período de 6,5 anos.
E não será a última vez que ouviremos falar do cometa Chury. A orbitadora Rosetta –que levou o Philae até lá– segue estudando o astro, que atingirá o periélio (ponto de máxima aproximação do Sol) em 13 de agosto.
Além disso, com o aumento da radiação solar nos últimos meses, o Philae chegou a recarregar suas baterias e retomou o contato com a Rosetta.
Não está, claro, contudo, se ele poderá fazer ciência no futuro. A comunicação é irregular, dificultada pela distância que a Rosetta precisa guardar do núcleo para evitar problemas com os jatos de partículas que estão emanando do objeto.
Também não está claro que o módulo possa sobreviver à intensa atividade do periélio. De toda forma, os participantes da missão se sentem com o dever cumprido.

11.560 – Cometa 67P poderia abrigar vida?


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As características distintas do cometa 67P / Churyumov-Gerasimenko, tais como a sua crosta orgânica negra, são melhores explicadas pela presença de organismos vivos debaixo de uma superfície gelada, dizem eles. Os peritos sugerem que o cometa é mais propício para a vida do que as regiões polares da Terra.
Rosetta, a nave espacial europeia que orbita e explora o cometa, também detectou fragmentos estranhos de materiais orgânicos que parecem partículas virais. Infelizmente, Rosetta e Philae não estão equipados para procurar evidências diretas de vida, após uma proposta para incluir a habilidade na missão ser vetada por um tribunal.
O astrobiólogo Chandra Wickramasinghe, que estava envolvido no planejamento da missão há 15 anos, disse: “Eu queria incluir um experimento de detecção de vida muito barato. Na época, pensava-se que era uma proposta bizarra”. Ele e seu colega, Max Wallis, da Universidade de Cardiff, acreditavam que 67P e outros cometas semelhantes poderiam fornecer ambientes ideais para micróbios similares aos “extremófilos”, que habitam as regiões mais inóspitas da Terra. Os cometas podem ter ajudado a semear a vida na Terra, e, possivelmente, de outros planetas, como Marte no início da vida do sistema solar, eles argumentam.
Os astrônomos vão apresentar as descobertas do cometa 67P na Assembleia Nacional de Astronomia da Royal Astronomical Society, em Llandudno, País de Gales.
O cometa, descrito como parecendo um “pato de borracha”, encontra-se a 284.4 milhões de quilômetros da Terra e viaja a mais de 117,482 km/h.
Wickramasinghe e Wallis realizaram simulações de computador que sugerem que os micróbios poderiam habitar regiões lacrimejantes do cometa. Organismos que contêm sais anticongelantes poderiam estar ativos em temperaturas tão baixas quanto -40 °C, revelou a pesquisa.
O cometa tem uma crosta negra cobrindo gelo de hidrocarboneto e crateras de fundo chato contendo “lagos” de águas congeladas com detritos orgânicos. “O material escuro está sendo constantemente reabastecido ao ferver por conta do calor do sol. Alguma coisa deve estar fazendo isso em um ritmo bastante prolífico”, revelou Wickramasinghe.
Os mecanismos biológicos foram a explicação provável para as grandes quantidades de gases orgânicos que tinham sido observados em torno de cometas, juntamente com a água que ele continha.
Uma descoberta tentadora foi a de que ‘grupos de partículas’ orgânicos nos gases que cercam o cometa são semelhantes a partículas virais coletadas da atmosfera superior da Terra. “Elas podem ser partículas virais”, disse o professor Wickramasinghe.
Como o cometa atinge o seu ponto mais próximo do Sol a uma distância de 195 milhões de km, é provável que seus microrganismos tornem-se mais ativos, disseram os cientistas.
“A atual estimativa para o número de planetas extra-solares na galáxia é de 140 bilhões ou mais. Os planetas que podem abrigar vida são realmente muito abundantes na galáxia, e o próximo sistema vizinho está apenas a uma distância mínima. Eu acho que é inevitável que a vida seja um fenômeno cósmico. Quinhentos anos atrás era uma luta para que as pessoas aceitassem que a Terra não era o centro do universo”, disse.
Missões futuras no 67P e outros cometas devem incluir instrumentos de busca de vida, disse ele. Mas as agências espaciais parecem relutantes em se envolver em uma busca séria por vida, por conter “um paradigma estabelecido há muito tempo”.
“Rosetta já mostrou que o cometa não pode ser visto como um corpo inativo ultracongelado, suportando processos geológicos, podendo ser mais hospitaleiro para a micro-vida do que nossas regiões árticas e antárticas”, finalizou Wallis.

11.487 – Sonda Philae, que aterrissou em cometa, envia sinais após 7 meses


sonda no cometa
Depois de sete meses, o módulo Philae despertou de sua hibernação sobre um cometa e se comunicou com o planeta Terra com mais de um minuto, disse a Agência Espacial Europeia neste domingo (14 de junho).
Trata-se do primeiro artefato espacial a pousar num cometa, quando tocou na superfície gelada do 67P/Churyumov-Gerasimenko em novembro. O pouso foi considerado o fato científico do ano em 2014 pela revista “Science”.
Logo depois de seu pouso histórico, transmitido inclusive por uma conta própria no Twitter, a Philae fez experimentos e enviou dados para a Terra por cerca de 60 horas antes de suas baterias solares descarregarem e ela ser forçada a hibernar até voltar a ter alguma exposição ao sol.
O Centro Aeroespacial Alemão, que opera o Philae, disse que a sonda retomou as comunicações às 22h28 locais de sábado (17n28 no Brasil). Ela enviou cerca de 300 pacotes de dados até a Terra por meio de sua nave-mãe Rosetta, que orbita o cometa.
“O módulo ficou tão escondido que nem mesmo imagens feitas a poucos quilômetros de distância pela sonda orbitadora Rosetta (que segue operando normalmente ao redor do Churyumov-Gerasimenko) conseguiram identificar com precisão sua posição. Outro problema decorrente disso é que ele recebia luz solar em apenas um dos paineis e mesmo assim por pouco tempo, o que o impedia de recarregar suas baterias e continuar seu trabalho. Por isso ele entrou em hibernação”.

11.203 – Rosetta: pode haver gelo no ‘pescoço’ do cometa


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Novas fotos do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko feitas pela sonda Rosetta mostram a presença de gelo em seu “pescoço”. Lembrando um pato de borracha, o cometa parece formado por dois corpos interligados por uma região menor, conhecida como região Hapi, informalmente chamada de “pescoço”. A revelação foi divulgada pelo Instituto Max Planck, organização alemã que participa da missão.
Três imagens capturadas pela câmera Osiris, a bordo da sonda, permitiram a descoberta. Cada uma correspondia às cores vermelho, verde e azul. Juntando as três, os pesquisadores obtiveram uma imagem colorida do cometa e com isso perceberam que a região Hapi reflete menos luz vermelha do que as demais, ficando mais azulada. Essa coloração indica a presença de gelo no local, seja na superfície ou logo abaixo de uma camada de poeira.
Além disso, nos últimos meses, com a aproximação com o Sol, essa parte do cometa tem se mostrado mais ativa, expelindo jatos de gás e poeira. A diferença de coloração, porém, é pequena, de modo que a quantidade de gelo presente também deve ser limitada. As imagens do Osiris foram feitas no dia 21 de agosto de 2014, quando Rosetta se encontrava a aproximadamente 70 quilômetros do cometa.
A nave Rosetta é equipada com instrumentos adicionais para identificar de forma direta a presença de gelo na superfície. O espectrômetro Virtis, por exemplo, pode determinar claramente as marcas espectrais de moléculas de água. “Temos muita curiosidade de ver se os indícios se confirmam a partir dessas medições”, afirma o chefe da equipe Osiris, Holger Sierks.
“Em agosto, quando o 67P alcançar a máxima aproximação do Sol, ele se aquecerá muito, mas a região Hapi será a exceção: vai permanecer na escuridão e experimentar uma espécie de noite polar”, afirma Sonia Fornasier, do Observatório de Paris e também integrante da equipe Osiris. O “pescoço” do cometa só receberá de novo luz solar a partir de março de 2016.

11.146 – Mega Memória – Descoberto Cometa Olinda no céu de Pernambuco


No dia 26 de fevereiro de 1860 o astrônomo francês Emmanuel Liais descobriu o Cometa Olinda, quando estava a serviço do Observatório Imperial de Paris, trabalhando no observatório do Alto da Sé, na cidade de Olinda (PE). Foi o primeiro cometa descoberto na América do Sul. O Cometa Olinda tem órbita parabólica, o que impede uma nova observação no mesmo local. O astrônomo publicou um artigo sobre a sua descoberta na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. O cometa foi visualizado na região celeste representado pela constelação de Dourados.

10.984 – Cometa Lovejoy é visível no Brasil até o fim de janeiro


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Com um brilho esverdeado, o cometa Lovejoy (C/2014 Q2) está visível na Terra desde o fim de dezembro. No Brasil, porém, ele se tornou aparente somente desde o dia 9, e permanecerá exibindo seu núcleo, que mede entre 3 e 5 quilômetros, até o próximo dia 31. Apesar do tamanho relativamente pequeno da cabeça, ou coma, atinge cerca de 600 quilômetros, ao expelir gases, vapor e poeira conforme se aproxima do Sol. O cometa se move a uma velocidade de cerca de 132 mil km/h e está a 74 mil quilômetros de distância da Terra.
É possível observá-lo com a ajuda de um binóculo em lugares em que o céu esteja limpo e o mais longe possível da poluição luminosa, como as luzes de cidade grande (foi mal, São Paulo). Hoje, o cometa passa próximo da constelação de Touro, subindo à direita da constelação de Orion, identificável através de seu cinturão, formado pelas popularmente conhecidas Três Marias, como mostra a imagem abaixo do site Universe Today. É possível ainda acompanhar a trajetória do cometa no site Live Comet Data.

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10.870 – Missão Rosetta: asteroides, não cometas, teriam trazido água para a Terra


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A teoria não se comprovou. Um estudo publicado na revista Science mostra que a água presente no 67P é muito diferente da que existe no nosso planeta.
As medições que levaram a essa conclusão foram feitas pelo instrumento Rosina, a bordo da sonda Rosetta, composto por dois espectrômetros de massa e um sensor de pressão, durante os meses de agosto e setembro. Diante do resultado negativo, os pesquisadores, liderados por Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, na Suíça, apontam a possibilidade de a água ter vindo dos asteroides.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram a composição da água do 67P. Na Terra, a água é mais comumente formada por átomos de oxigênio com oito prótons e oito nêutrons em seu núcleo (o oxigênio 16) e de hidrogênio com um próton e nenhum nêutron. Mas essa não é a única fórmula encontrada por aqui. A água também pode ser composta por isótopos (átomos de um mesmo elemento químico que diferem em massa) mais pesados, oxigênio 18 (oito prótons e dez nêutrons) e deutério, também conhecido como hidrogênio pesado, com um próton e um nêutron em seu núcleo.
Os instrumentos mediram a quantidade de deutério em comparação com hidrogênio na água do cometa, e o resultado encontrado foi cerca de três vezes o valor da Terra. “Agora sabemos que a água do 67P não é igual à da Terra”, afirma Enos Picazzio, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. “Mas a água não é igual em todos os cometas. Esses corpos celestes podem ter se formado em várias partes do Sistema Solar”.
Duas “famílias” de cometas já tiveram a composição da água analisada: as da Nuvem de Oort, mais distantes do Sol, e as da família de Júpiter, mais próximas do astro. Só o 67P e o Halley, porém, foram medidos in loco, com a ajuda de sondas espaciais. Nos demais casos, as medições foram feitas por telescópios.
O Hartley 2 e 45/P, cometas da família de Júpiter, têm água relativamente parecida com a da Terra. Já a água do 67P revelou-se mais parecida com a dos cometas da Nuvem de Oort.
“Por hora, a probabilidade mais forte é a água ter vindo dos meteoritos”, afirma Picazzio. Os condritos, meteoritos rochosos, têm a água mais semelhante à da Terra já observada no Sistema Solar. Acredita-se que eles sejam fragmentos de asteroides, os corpos celestes apontados pelos autores do estudo como nova possibilidade de origem da água do planeta azul.
Há uma semana, a agência espacial japonesa, Jaxa, lançou a sonda Hayabusa 2, que percorrerá 300 milhões de quilômetros para chegar, em 2018, ao asteroide 1999 JU3, com objetivo de recolher amostras dele. Paralelamente, a Nasa planeja para o ano que vem o lançamento da OSIRIS-REX, com destino ao asteroide Bennu, para recolher amostras em 2019.

Em 1993, a Missão Internacional Rosetta foi aprovada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), com o objetivo de programar a expedição a um cometa, considerado um vestígio dos primórdios do Sistema Solar que continua vagando pelo espaço. Ela custou 1 bilhão de euros.

10.789 – Astronomia – Confirmado: Robô liberado pela sonda Rosetta pousa em cometa


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Pela primeira vez, o homem conseguiu pousar um robô em um cometa, em uma missão que durou mais de dez anos e que tem o objetivo de estudar esse corpo celeste. Dados enviados pelo módulo Philae e rebatidos à Terra pela sonda Rosetta, responsável por levar o equipamento ao cometa, confirmaram no início da tarde desta quarta-feira (12-novembro) o feito inédito na ciência.
A Agência Espacial Europeia, ESA, recebeu a confirmação às 14h03 de que o módulo espacial Philae tocou o solo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, uma massa imensa com superfície composta de gelo e poeira. “Estamos sentados na superfície. Estamos no cometa”, disse Paolo Ferri, um dos líderes da missão Rosetta, depois de confirmar o funcionamento da transmissão do sinal.
A chegada ocorreu 28 minutos e 20 segundos antes, já que existe um intervalo entre a emissão do sinal da Rosetta e a recepção dele na Terra – tempo chamado pelos cientistas de “minutos de terror”.
De acordo com a ESA, após análise da telemetria, verificou-se que o toque na superfície do cometa não aconteceu conforme o planejado, já que os arpões, que fixariam o módulo no cometa, não dispararam em um primeiro momento. Os pesquisadores analisam o que podem fazer para reverter o problema.
Compostos químicos, gases e muita poeira presentes no cometa podem conter respostas sobre a formação dos planetas do Sistema Solar. Além disso, apontariam aos cientistas uma direção para descobrir como a vida surgiu, no estágio em que a conhecemos.
Uma das teorias sobre o início da vida na Terra sugere que os primeiros ingredientes da chamada “sopa orgânica” vieram de um cometa, considerados alguns dos corpos celestes mais antigos do Sistema Solar.
O Philae levou cerca de sete horas para aterrissar. Ao longo desta manhã, os pesquisadores sediados em Darmstadt, na Alemanha, e em vários outros países da Europa que cooperam com a agência, acompanharam cada passo do processo de descida.
Depois da liberação da sonda, outras etapas importantes foram concluídas com sucesso. Entre elas, o reestabelecimento da comunicação entre a Terra e o robô, e o acionamento do trem de pouso do módulo.
Após a aterrisagem, uma nova etapa da missão Rosetta se inicia. Câmeras de alta resolução devem fornecer panorâmicas do ponto de pouso, chamado pelos cientistas de Agilkia, e dez outros equipamentos de pesquisa colherão dados sobre a estrutura interna do cometa.
O módulo Philae vai perfurar o 67P/Churyumov-Gerasimenko para colher amostras, que serão analisadas remotamente. O robô vai ainda medir seu núcleo. Esses dados vão para a sonda e serão rebatidos para a Terra.
O robô terá 64 horas de bateria para fazer tudo isso. É possível recarregá-las, já que os cientistas da ESA instalaram equipamentos que permitem o recarregamento pela luz solar, mas isso vai depender da claridade existente na região da aterrisagem.

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