10.968 – Em 20 de Agosto de 1977, a nave Voyager 2 é lançada para explorar Júpiter, Saturno, Urano e Mercúrio


voyager-2

Nesse dia, era lançada pela Nasa a nave Voyager 2, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). Esta nave passou por Júpiter, Saturno, Urano e Mercúrio e enviou dados importantíssimos para pesquisas científicas. Em 1989, ultrapassou a órbita de Plutão e saiu do Sistema Solar. Em 2005, a Voyager 2 estava a 75 UAs da Terra – UAs, a unidade astronômica, pode ser definida como a distância média entre a Terra e o Sol. A nave carrega um disco fonográfico feito de ouro intitulado “Sounds of the Earth” (Sons da Terra), com 1h30min de música e alguns sons da natureza do planeta Terra. Em maio de 2010, a sonda estava na constelação de Telescópio.

10.478 – Voyager – A sonda espacial que pode ter superado os limites do desconhecido


voyager sonda

A Voyager, considerada a invenção humana a alcançar as maiores distâncias na história depois de seu lançamento, em 1977, recentemente voltou a ser objeto de polêmica nos meios científicos. Um comunicado em 2012 anunciou ao mundo que a Voyager havia finalmente cruzado o limite do espaço sideral, deixando para trás o sistema solar. No entanto, alguns cientistas refutam esta afirmação. A pergunta natural portanto é: onde está realmente a Voyager I?
Segundo alguns especialistas, a nave ainda estaria vagando pela heliosfera, região do espaço dominada pelo Sol e seu vento, composta por partículas energéticas; ou seja, fora do espaço interestelar. Para comprovar essa teoria, os cientistas desenvolveram um estudo, publicado na Geophysical Research Letters. Ele afirma que, se a nave detectar uma mudança no campo magnético nos próximos dois anos, comprovará sua presença na heliosfera. Entretanto, se a mudança no campo magnético não ocorrer, a confirmação de que a Voyager I cruzou o limite interestelar será definitiva.
O professor George Gloeckler, um dos autores da denominada “prova final” explica de forma simples e direta: “Trajetórias são demonstradas com movimento”. O cientista, que desde 1972 trabalha na missão Voyager diz que a mudança de campo magnético não foi observada, apesar de a nave haver dado diversos sinais de haver chegado ao espaço interestelar, com a exposição a raios cósmicos, por exemplo. As gêmeas, Voyager I e II foram lançadas em 1977 para explorar Júpiter e Saturno. Apesar dos debates com relação ao seu paradeiro atual, não há dúvidas que a Voyager I chegou muito mais longe do que se imaginava.

8919 – Sonda Voyager finalmente sai do Sistema Solar


Agora é oficial. A sonda americana Voyager-1 se tornou o primeiro artefato humano a deixar o Sistema Solar.
E já faz um ano. A demora para o anúncio foi ocasionada pela dificuldade em interpretar os dados da nave, que está viajando há 36 anos rumo ao espaço interestelar.
Agora, num estudo publicado na revista científica americana “Science”, a Nasa confirma que o veículo não-tripulado já não sente mais a influência da radiação solar.
A sonda atingiu um ponto em que a pressão de radiação das estrelas já superou a exercida pelo Sol. “Agora que temos esses novos dados, acreditamos que esse é o salto histórico da humanidade no espaço interestelar”, diz Ed Stone, cientista-chefe das sondas Voyager.
As duas sondas Voyager, 1 e 2, lançadas em 1977, tinham como missão original explorar os quatro planetas gigantes do Sistema Solar. A ideia era aproveitar um raro alinhamento de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno para realizar um grande tour.

Voyager fora

A Voyager-1 passou por Júpiter (1979) e Saturno (1980), para depois rumar para fora do sistema. Já sua gêmea, Voyager-2, também passou por Urano (1986) e Netuno (1989), antes de fazer a mesma coisa.
As duas funcionam até agora graças à fonte nuclear de energia. Os dados levam cerca de 16 horas para percorrer a distância entre elas e a Terra.
Sem depender de painéis solares, as espaçonaves ainda têm bateria para pelo menos até 2020, quando os instrumentos devem ser desligados e a missão, concluída. Sorte então que a última fronteira do Sistema Solar foi encontrada antes disso.
Não é a primeira vez que dizem que a Voyager-1 deixou a esfera de influência solar. Diversos pesquisadores começaram a sugerir isso desde o ano passado.
A mais forte afirmação veio de Marc Swisdak, da Universidade de Maryland, e seus colegas. No último dia 15, eles publicaram um estudo no “Astrophysical Journal Letters”, sugerindo que a saída da Voyager-1 havia acontecido em 2012.
No mesmo dia, a Nasa divulgou uma nota contestando as conclusões. Segundo Ed Stone, a conclusão dos pesquisadores de Maryland era derivada de um modelo alternativo de modelagem da campo magnético solar.
Por outros modelos, “a Voyager-1 ainda estaria dentro da nossa bolha solar”, escreveu Stone.
Contudo, menos de um mês depois, veio a resposta definitiva, confirmando a conclusão do grupo de Swisdak.
Dessa vez, o trabalho foi liderado por Donald Gurnett, da Universidade de Iowa, em conjunto com cientistas da própria Nasa.
De acordo com o novo trabalho, a Voyager-1 teria atingido o espaço interestelar em 25 de agosto de 2012.
A conclusão foi obtida depois que medições da densidade de elétrons ao redor da espaçonave saltou de 0,002 por centímetro cúbico para 0,08.
Essa modificação é a que era esperada caso a nave deixasse a heliopausa –nome dado à região que marca a fronteira da influência magnética do Sol– e atingisse o meio interestelar.
“Essas e outras observações oferecem evidências fortes de que a Voyager-1 cruzou a heliopausa”, afirmam os cientistas, no artigo publicado na “Science”.
A Voyager-2, que está a 101 UA (unidades astronômicas, o equivalente à distância Terra-Sol, cerca de 150 milhões de km), ainda não encontrou essa transição, o que reforça as conclusões.
Já a Voyager-1 atravessou a heliopausa, no ano passado, a 121 UA do Sol. Avançando a 3,5 UA por ano, ela deve estar a quase 125 UA de distância.
O que não é muito em termos interestelares. Isso equivale a aproximadamente um milésimo de um ano-luz. O sistema estelar mais próximo, Alfa Centauri, fica a 4,3 anos-luz.
A Voyager transporta um disco de ouro e uma placa com informações sobre o Sistema Solar, a Terra e seus habitantes, para o caso de ser resgatada por uma civilização alienígena.

8470 – Sonda Voyager 1 explora última fronteira do Sistema Solar


voyager

Três novos artigos científicos sobre a sonda Voyager lançada pela Nasa em 1977– foram divulgados recentemente, com dados de sua localização atual. Mas não foi desta vez que ocorreu a aguardada confirmação de que ela finalmente saiu do Sistema Solar para a vastidão do espaço interestelar.
Depois de mais de 35 anos de viagem e 18 bilhões de quilômetros percorridos, a nave parece estar mesmo na última parte da periferia de influência solar, uma região com características muito diferentes das que os cientistas imaginavam.
Acreditava-se que a transição da heliosfera (a área de influência do Sol) para o espaço interestelar (região não ocupada por estrelas ou galáxias) seria gradual e sem grandes emoções.
Mas, nos artigos publicados na revista “Science”, os cientistas relatam dados que mostram as intensas variações nessa região, batizada de “estrada magnética”.
Os instrumentos da Voyager 1 detectaram a maior taxa de partículas carregadas vindas de fora da heliosfera, em comparação com o desaparecimento das partículas carregadas vindas do Sol.

“Vimos um desaparecimento rápido e dramático de partículas de origem solar, que diminuíram mais de mil vezes em intensidade, como se houvesse um aspirador gigante na rampa de entrada da estrada magnética”, disse Stamatios Krimigis, da Universidade Johns Hopkins.
Mas, para atestar que a sonda está fora do Sistema Solar, é preciso ainda haver uma mudança abrupta na direção do campo magnético, mostrando que a influência do Sol já não acontece.
Os pesquisadores disseram não poder precisar exatamente quanto tempo mais vai levar para que a sonda finalmente saia do Sistema Solar. Segundo eles, isso pode levar meses ou até anos.

Sonda Espacial – Nasa nega que Voyager I tenha deixado Sistema Solar


A União Geofísica Americana divulgou na última quarta, 21 de março, que a sonda Voyager I havia ultrapassado a fronteira do Sistema Solar. Contudo, a Nasa, responsável pela sonda, não confirma a informação e diz haver um consenso em sua equipe de a Voyager I continua ainda na heliosfera – bolha de gás e campos magnéticos gerados pelo Sol.
A informação divulgada anteriormente pela União Geofísica, representada pelo Prof. Webber, emérito da Universidade Estadual do Novo México, dizia que as constatações da Voyager I indicavam que a quantidade de raios cósmicos da heliosfera diminuiu e que a intensidade dos raios cósmicos oriundos de pontos mais distantes da galáxia aumentaram. Essa configuração seria um sinal de saída do Sistema Solar.
A Nasa, porém, afirma que, uma vez que ainda não foi observada uma alteração na direção do campo magnético, não há como afirmar que o espaço interestelar foi atingido. Os dados de raios cósmicos indicam que a Voyager I está em uma zona de transição dentro da parte exterior da heliosfera, mas que a sonda permanece sob a esfera da influência magnética do sol.

Encéladus, o satélite de Saturno


Com 498,8 km de diâmetro e com um período orbital de 1,37 dias. Ele deve seu nome a um titã da mitologia grega, como vimos no resumo anterior, derrotado em uma batalha e sepultado sob o vulcão Etna pela deusa Atena.
Em junho de 2009, pesquisadores europeus confirmaram a existência de um oceano de água salgada sob a calota de gelo do polo sul do satélite.
Encélado foi descoberto em 28 de Agosto de 1789 por William Herschel.
As primeiras imagens a partir de sondas em visita a Encélado foram tiradas pelas duas sondas Voyager. A Voyager 1 apenas observou a lua de longe em Dezembro de 1980, a Voyager 2, em Agosto de 1981, conseguiu tirar imagens de muito melhor resolução, revelando uma superfície jovem e uma complexidade geológica inesperada.
Para que se desvendassem os segredos de Encélado foi necessário esperar mais de vinte anos. Em 30 de Junho de 2004, a sonda Cassini chegou a Saturno para revelar os segredos do planeta senhor dos anéis e das suas luas.
Dadas as imagens surpreendentes da Voyager 2, Encélado foi considerado uma prioridade, e foram planejados vários sobrevoos a 1500 km da superfície e outras oportunidades de visionamento a 100 mil quilômetros de Encélado. Até hoje, foram feitos três encontros com Encélado, que desvendaram mais segredos sobre esta lua; um dos mais surpreendentes foi a descoberta de fontes de vapor de água do pólo sul, uma zona geologicamente activa.
Na primavera de 2008, Cassini visitou novamente este pequeno mundo a apenas 350 km de distância. Os cientistas da missão colocam Encélado ao lado de Titã como uma das prioridades futuras, afirmando um deles que Saturno deu-nos dois mundos excitantes para explorar.
Estudos feitos com recurso às imagens obtidas pela sonda Voyager 2 mostraram que Encélado possui pelo menos cinco tipos diferentes de terreno, incluindo várias regiões de terreno crivado, terreno plano recente e faixas de terreno acidentado. Foram ainda observadas fissuras lineares de dimensão considerável. Dada a relativa falta de crateras nas planícies, estas regiões têm, provavelmente, menos de 100 milhões de anos. Desta forma, Encélado deve ter tido actividade recentemente com recurso a “vulcanismo de água” ou outros processos que renovam a superfície. O gelo novo e limpo que domina a sua superfície torna Encélado no corpo celeste do sistema solar com maior albedo (0,99).
Imagens de alta resolução da Cassini mostram jactos gelados e plumas em torre ejectando grandes quantidades de partículas a alta velocidade. Estes jactos provêm de bolsas de água (acima de 0 graus centígrados) próximas à superficie. Assim, Encélado foi adicionado à lista de mundos com uma forma de vulcanismo activo.

Nas condições próximas do vácuo da superfície, essa água dissipar-se-ia no espaço. Análises feitas aos jactos e plumas indicam que a maioria das partículas acabam por cair de novo na superfície, dando ao pólo sul um aspecto extremamente brilhante, local que deverá ser o único, na lua, onde a água existe mais próxima da superfície. As partículas que conseguem escapar à gravidade de Encélado acabam por entrar na órbita de Saturno, formando o anel E.
Dado que Encélado reflecte praticamente toda a luz que recebe do Sol, a temperatura média à superfície é de -198 °C, algo mais frio que as outras luas de Saturno. A atmosfera é uma fina cobertura composta por vapor de água, e sua maior concentração no pólo sul se deve à atividade geológica na região, que é a mais quente do satélite, com -163 °C. As listas de tigre também estão associadas à condução dos gases atmosféricos por toda a superfície do satélite. Considerando a baixa gravidade desse pequeno satélite, a atmosfera se deve exclusivamente aos vapores que saem de suas entranhas, uma vez que Encélado a perde constantemente para o espaço; portanto, há produção e perda constante de gases atmosféricos. Nessa atividade, as partículas que Encélado emite abastecem o mais externo dos anéis de Saturno.
A sonda Cassini parece ter encontrado provas da existência de reservatórios de água líquida que entra em erupção ao estilo de géisers (que podem atingir mais de cem metros de altitude devida à reduzida força gravítica). A existência deste tipo de actividade geológica num mundo tão pequeno e frio acrescenta significativamente o número de habitats com capacidade de sustentar organismos vivos no sistema solar.
Outras luas do sistema solar, tais como Europa ou Ganímedes, têm oceanos de água líquida por baixo de quilómetros de uma crosta gelada. No entanto, no caso de Encélado, existem bolsas de água a poucos metros da superfície.

Sonda Voyager, a recordista


A aventura começou em 20 de agosto de 1977, quando a Voyager 2 foi lançada do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A Voyager 1 foi lançada mais tarde, em 5 de setembro. Mas, posta numa rota mais rápida, foi a primeira a chegar a Júpiter, o maior planeta do sistema solar, seguindo a trilha deixada pelas sondas Pioneer 10 e 11, lançadas alguns anos antes. Mas as ambições dessa vez eram muito maiores.
O lançamento coincidiu com um alinhamento planetário que só ocorre uma vez a cada 175 anos. Ele permitiu que, uma vez que Júpiter fosse atingido, sua atração gravitacional colocasse a sonda a caminho de Saturno. O planeta dos anéis, por sua vez, desviaria a sonda na direção de Urano, e Urano despacharia a sonda para Netuno. Ou seja, era a chance de fazer um “grande tour” do sistema solar exterior.
Em Júpiter
As sondas chegaram lá em 1979. A Voyager 1 fez seu sobrevoo do planeta em março. Já a Voyager 2 chegou em julho. Foram detectados discretos anéis ao redor do planeta, e várias observações foram feitas da dinâmica atmosférica joviana. A maior surpresa foi a descoberta de vulcões ativos na lua Io, além de uma suspeita de que Europa, outra lua, pudesse ter um oceano de água sob a crosta de gelo.
Em Saturno
A Voyager 1 chegou em novembro de 1980. Fez observações dos famosos anéis, além de dar uma boa espiada na lua Titã. Dali, a sonda foi colocada numa rota para fora do sistema solar. Já a Voyager 2 chegou a Saturno em agosto de 1981 e fez excelentes observações da atmosfera do planeta, mostrando diferenças provavelmente sazonais de temperatura e dando informações detalhadas de sua composição.
Em Urano
Até hoje, apenas a Voyager 2 foi até lá. A imensa maioria do que sabemos sobre Urano veio dessa breve visita, ocorrida em janeiro de 1986. E os achados foram muitos. Para começar, a sonda descobriu 10 novas luas uranianas. A sonda também estudou o sistema de anéis de Urano, revelando detalhes dos que já eram conhecidos e detectando dois novos aros de poeira ao redor do planeta.
Em Netuno
A Voyager 2 também foi a única sonda até hoje a visitar o planeta Netuno. Em agosto de 1989, a sonda passou a apenas 4 950 km do polo norte netuniano. Além de ajudar a caracterizar a atmosfera de Netuno, similar à de Urano, a Voyager 2 fez observações espetaculares de Tritão, a maior das luas netunianas. Objeto complexo, ele parece ser “primo” de Plutão e outros objetos que ficam em órbitas além de Netuno.
As duas sondas Voyager foram projetadas para funcionar no mínimo 5 anos. Ninguém esperaria que hoje, mais de 30 anos depois, elas ainda estivessem em operação. Mas estão. Movidas por uma bateria de plutônio (sim, elas usam energia nuclear!), as espaçonaves viajantes continuam a enviar dados. Sem outros objetos para fotografar, o trabalho das sondas consiste em observar basicamente partículas de radiação. O objetivo é determinar em que ponto termina a influência do vento solar e a radiação vinda de outras estrelas começa a tomar conta. Literalmente, é a busca pela fronteira que separa o sistema solar do espaço interestelar.