Costumes – Como surgiu a tourada?


Corrida_de_Toros,_Barcelona,_Catalonia,_Spain,_1890s
Na Espanha do século III a.C., a caça aos touros selvagens já era um esporte popular, com raízes em cultos religiosos ancestrais. “O animal era celebrado como deus da fertilidade pelos povos mediterrâneos da Antiguidade. Antes dos casamentos, o ritual exigia que o noivo matasse um touro para invocar uma união próspera”, diz o antropólogo holandês Marco Legemaate, especialista no assunto. No início da Idade Média, por volta do século V, a matança do bicho havia se consagrado, na península Ibérica, como exercício de coragem e destreza e os touros eram perseguidos até a exaustão por multidões, também comemorando casamentos, nascimentos e batizados. Algo parecido ocorre até hoje na festa de São Firmino, em Pamplona – onde, todo ano, mais de 2 mil pessoas correm dos touros soltos nas ruas da cidade espanhola – e na famigerada Farra do Boi, aqui mesmo no Brasil, em Santa Catarina.
Mas o registro mais antigo de algo semelhante às touradas atuais só aparece em 1135, como parte dos festejos da coroação de Afonso VII, rei de Leão e Castela. Nessa época, porém, o toureiro era um nobre que enfrentava o touro montado a cavalo e armado de uma lança. “Esse era o teste supremo na preparação dos cavaleiros medievais espanhóis”, afirma Legemaate. Para os plebeus, restava o papel de escudeiro, que, a pé, ajudava a liquidar o bicho. Esses papéis seriam invertidos numa surpreendente reviravolta histórica. Com a chegada à Espanha da dinastia francesa dos Bourbon, no início do século XVIII, a nobreza local abandonou diversões rústicas como essa para se entregar aos prazeres da corte, deixando a arena livre para camponeses e boiadeiros criarem a tourada moderna. Resultado: o antigo escudeiro assumiu o papel principal de toureiro e o cavaleiro passou a ser o mero coadjuvante que ajuda a minar a resistência do animal.

“Aí começam a surgir o repertório de técnicas e manobras e o conjunto de regras que definem a tourada como arte popular”, afirma Maria de La Concepción Valverde, professora de literatura espanhola da Universidade de São Paulo (USP). A figura-chave nesse processo, ainda no século XVIII, foi o lendário Francisco Romero, o primeiro toureiro profissional, creditado como introdutor da espada, para liquidar o touro, e da muleta, uma capa de tourear menor. Entre 1910 e 1920, a tourada atingiria seu apogeu como febre nacional, estimulada pela rivalidade entre Joselito e Belmonte, famosos por criarem novas manobras espetaculares. Hoje, as 325 arenas espanholas são palco de 17 mil touradas por ano, movimentando mais de 1 bilhão de dólares e empregando 200 mil pessoas – quase 1% da força de trabalho do país. Mas, para os movimentos de defesa dos animais, tudo não passa de tortura sádica. “O sofrimento do touro é explícito, com muita perda de sangue”, diz António Abel Pacheco, do Movimento Anti-Touradas de Portugal.

A luta entre homem e animal é de vida ou morte
1. No início, a única defesa do toureiro é o capote, capa vermelha de forro amarelo. Incapaz de distinguir cores, o bicho é atraído pelo movimento do pano – o vermelho só serve para disfarçar as manchas de sangue. A manobra fundamental é a verónica: o toureiro segura o capote com as duas mãos e dribla o animal com um recuo de pernas.
2. Especialmente treinados para a batalha, os touros pertencem à espécie selvagem mais feroz que existe: Bos taurus ibericus. Eles ficam no mínimo três anos em cativeiro à espera da arena, mas nem os sobreviventes retornam a ela: os touros têm uma memória tão impressionante que poderiam fugir de uma segunda luta.
3. Enquanto o matador cansa o touro, entram em ação os picadores, cavaleiros com lanças que espetam o animal para diminuir a força dos músculos do pescoço e das patas dianteiras. Três estocadas bastam para o touro perder quase 2 litros de sangue. Mesmo vendado e protegido por lonas de algodão e camurça, o cavalo também sai ferido com os ataques.
4. Outros ajudantes do toureiro, os banderilleros, fincam varas com ponta de arpão na traseira do pescoço do touro, região cheia de terminações nervosas. O objetivo é enfurecer o bicho para o final da luta. Em geral, seis banderillas são cravadas, uma para cada ataque do banderillero, que atua sem proteção.
5. No final da luta, o matador enfrenta o touro com a muleta, uma capa vermelha de apenas 56 cm de largura montada num bastonete de madeira, toureada com apenas uma das mãos. Com o toureiro cada vez mais próximo do bicho, as manobras ficam mais arriscadas.
6. O toureiro coloca o animal na posição ideal para o sacrifício, distraindo-o com a muleta e mantendo-o de cabeça baixa e com as patas dianteiras unidas. Assim, fica descoberto o “olho das agulhas”, região entre os ossos na junção do pescoço, que deve ser atravessada com a espada para que o touro tenha uma morte rápida.
7. Se a lança de 90 cm de aço atinge a aorta do bicho, a morte é instantânea. Ao todo, a luta dura cerca de 45 minutos e, para o toureiro, o prêmio máximo para um desempenho excepcional é receber as orelhas e a cauda do animal. Pela tradição, os animais mortos são vendidos a açougues depois de retirados da arena.

Mega Personalidades-Quem foi Garcia Lorca?


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Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 18 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transferiu-se para Madrid, onde fez amizade com artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseia-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens do Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas ideias socialistas e, com fortes tendências homossexuais.
Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.

O assassinato e o corpo
O biógrafo de García Lorca, Stainton, afirma que seus assassinos fizeram comentários sobre sua orientação sexual, o que sugere que ele desempenhou um papel em sua morte. Ian Gibson sugere que o assassinato de García Lorca foi parte de uma campanha de assassinatos em massa que visava a eliminar apoiantes da Frente Popular Marxista. No entanto, Gibson propõe que a rivalidade entre a anticomunista Confederação Espanhola de Direito Autônomo (CEDA) e a Falange foi um fator importante na morte de Lorca. O ex-vice parlamentar da CEDA, Ramon Ruiz Alonso García, prendeu Garcia Lorca na casa de Rosales e foi o responsável pela denúncia original que levou ao mandado de captura emitido.
Tem sido argumentado que García Lorca era apolítico e tinha muitos amigos em ambos os campos republicanos e nacionalistas. Gibson contesta isso em seu livro de 1978 sobre a morte do poeta. Ele cita, por exemplo, o manifesto publicado de Mundo Obrero, que Lorca assinara mais tarde, e alega que Lorca foi um apoiante activo da Frente Popular. Lorca leu um manifesto num banquete em honra do companheiro poeta Rafael Alberti em 9 de fevereiro de 1936.
Muitos anticomunistas eram simpáticos a Lorca. Nos dias antes de sua prisão ele encontrou abrigo na casa do artista e líder membro da Falange, Luis Rosales. O poeta comunista vasco Gabriel Celaya escreveu nas suas memórias que uma vez se encontrou com García Lorca, na companhia do falangista José Maria Aizpurua. Celaya escreveu ainda que Lorca jantava todas as sexta-feiras com o fundador e líder falangista José Antonio Primo de Rivera.
Em 11 de março de 1937 foi publicado um artigo na imprensa falangista denunciando o assassinato de García Lorca: ” O melhor poeta de imperial Espanha foi assassinado”.
O processo relativo ao assassinato, compilado a pedido de Franco e referido por Gibson e outros, ainda virá a tona. O primeiro relato publicado de uma tentativa de localizar o túmulo de Lorca pode ser encontrado no livro do viajante britânico e hispânico Gerald Brenan em “A face da Espanha”. Apesar das tentativas iniciais, como Brenan em 1949, o local permaneceu desconhecido durante a era franquista.

Poesia
Livro de Poemas – 1921
Ode a Salvador Dalí – 1926.
Canciones (1921-24) – 1927.
Romancero gitano (1924-27) – 1928.
Poema del cante jondo (1921-22) – 1931.
Ode a Walt Whitman – 1933.
Canto a Ignacio Sánchez Mejías – 1935.
Seis poemas galegos – 1935.
Primeiras canções (1922) – 1936.
Poeta em Nueva York (1929-30) – 1940.
Divã do Tamarit – 1940.
Sonetos del Amor Oscuro – 1936

Curiosidades – Mortos transformados em Diamantes


Na Suíça, um homem é pioneiro em uma tendência que cresce mundialmente e permite transformar a degradação do tempo em obras belas e imutáveis.
Suas instalações estão localizadas no oeste da Suíça, onde um laboratório sofisticado faz a transfiguração de mais de 850 restos humanos todos os anos, por um valor de US$ 5 a US$ 22 mil, dependendo do tamanho do diamante que se queira comprar.
O processo consiste no tratamento das cinzas resultantes da cremação de um cadáver, aplicando nelas diferentes agentes químicos para extrair seu carvão. Em seguida, o carvão é convertido em grafite.
Depois, o grafite é processado com máquinas capazes de emular o processo natural pelo qual os diamantes são formados nas profundezas da terra, a mais de 1.500 graus Celsius e a uma pressão praticamente inconcebível.
Finalmente, após dois meses de trabalho, chega-se a um diamante sintético que possui todas as propriedades de um diamante natural, embora, dada a sua origem, seja muito mais barato.

Política – Brasil, o país sem ministras


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Temer anunciou um ministério 100% masculino – o primeiro desde a ditadura militar. A medida vai totalmente contra a corrente global, já que em vários países a mulheres ocupam pelo menos um terço da pastas. Em alguns casos, mais de 50%.

Extensão para Chrome que mostra quem fuçou seu Facebook está de volta


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O Facebook Flat, plugin do Chrome para a rede social que revelava usuários que estavam “bisbilhotando” outros perfis, está de volta à loja do navegador. No ano passado, a extensão fez bastante sucesso entre os usuários, mas acabou sendo banida depois de pressão do Facebook.
Agora, a desenvolvedora afirma que o Facebook Flat exibe “usuários que provavelmente visitaram seu perfil e interagem com você com mais frequência”, o que significa que o propósito anterior da extensão não é cumprido. Não se sabe ao certo como a lista é construída, mas é possível que ela se baseie nas últimas pessoas com quem o usuário falou no chat e em amigos próximos.
Ao usar o Facebook Flat, o usuário perceberá mudanças na interface da rede social. Um menu de funções aparece na lateral esquerda, oferecendo a função de visitantes, representada por um binóculo.