Tecnologia – Os Supercomputadores


Tianhe-1A
Ele já foi o supercomputador mais rápido do mundo em novembro de 2010 e, depois de dois anos e meio, está ainda entre os 10 mais velozes. Esta máquina é fabricada pela NUDT e pertence ao Centro Nacional de Supercomputador de Tianjin, China. Ela traz um processador com 183.638 núcleos, capaz de processar dados a uma velocidade média de 2,5 teraflops por segundo.

SuperMUC
Equipamento do Centro de Supercomputador de Leibniz, na Alemanha, o SuperMUC já foi o quarto mais veloz do mundo em junho de 2012. Atualmente, a nona posição que ocupa é graças ao processador de 147.456 núcleos, que processa dados a uma  velocidade média de 2,9 mil teraflops por segundo. Este computador é fabricado pela IBM.

Vulcan
O supercomputador Vulcan pertence ao Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, é fabricado pela IBM e traz 393.216 núcleos em seu processador. A unidade processa dados a uma velocidade média de 4,3 mil teraflops por segundo, além de contar com 393.216 GB de memória

Juqueen
Com processador de 458.752 núcleos, que alcança uma velocidade de 5 petaflops, esta máquina pertence ao Centro de Supercomputador de Jülich, na Alemanha. Ele tem memória de 458.752 GB e, em novembro de 2012, data da última medição feita pelo Top500, ocupava a quinta posição na lista.

Stampede
O Centro de Computação Avançada do Texas, localizado na Universidade do Texas, nos EUA, conta com o Stampede, sexto supercomputador mais rápido do planeta. Ele é fabricado pela Dell, traz 192.192 GB de memória e processador com mais de 462 mil núcleos, com velocidade de 5,1 mil teraflops por segundo.

Mira
O quinto colocado na lista pertence ao Departamento de Energia do Laboratório Nacional Argonne, nos Estados Unidos. Ele também é fabricado pela IBM e ocupava a quarta posição em novembro de 2012. A atual posição é garantida com um processador com mais de 786 mil núcleos, o qual processa dados a 8,5 petaflops por segundo.

mira

K Computer
O primeiro representante do Japão na lista está em quarto lugar. O K Computer pertence ao Instituto Avançado de Ciência do Computador RIKEN, no Japão. O mais rápido do mundo durante todo o ano de 2011, ele apresenta a seguinte configuração: processador com mais de 705 mil núcleos, velocidade de 10,5 petaflops por segundo e memória de 1.410.048 GB. Ele foi fabricado pela Fujitsu.

Sequoia
O Laboratório Nacional Lawrence Livermore é dono também do supercomputador Sequoia, terceiro mais rápido do mundo hoje. Fabricado pela IBM, esta máquina era a mais veloz do planeta há um ano, com mais de 1,5 milhão de núcleos, velocidade de mais de 17 petaflops por segundo e memória de 1.572.846 GB.

Titan
Há seis meses ele era o mais rápido do mundo, mas perdeu o topo da tabela mesmo com velocidade de 17,6 petaflops por segundo. Ele pertence ao Laboratório Nacional Oak Ridge, Estados Unidos, e seu processador traz mais de 560 mil núcleos. A memória aqui é de 710.144 GB e ele foi fabricado pela Cray Inc.

titan

Tianhe-2
E a China batalhou para retomar a liderança da lista de supercomputadores mais rápidos do planeta. O Tianhe-2, uma “versão atualizada” do décimo colocado desta lista, traz 3,1 milhões de núcleos, velocidade de 33,8 petaflops por segundo e memória de 1.024.000 GB. Esta máquina absurda é fabricada pela NUDT.

thiane

Espaço – Empresas privadas querem reconquistar a Lua


privatizacao-da-lua
Lá se vão quase 45 anos desde a última vez em que o homem pôs os pés na Lua. As imagens da tripulação da missão Apollo 17 pousando o módulo Challenger no Vale da Taurus-­Littrow são o derradeiro registro, quase apagado da memória, de um tempo em que o corpo celeste mais próximo de nosso planeta deixou de ser só dos poetas, seresteiros e namorados.
Desde então, a Lua ficou metaforicamente mais longe. A Nasa, a agência espacial americana, praticamente a abandonou. Houve iniciativas da extinta União Soviética, da Rússia e da China, mas sempre com naves sem ninguém dentro. Foram experiências interessantes, mas sem o tom espetacular e os grandes avanços científicos dos primeiros tempos.
Vencer a corrida lunar era busca incansável dos Estados para demonstrar força no apogeu da Guerra Fria. Já não é assim. Agora, tudo leva a crer que estamos no caminho da privatização da Lua. “Se dependermos apenas de governos, o universo continuará inexplorado”, diz o engenheiro John Thornton, fundador da americana Astrobotic. Até o ano que vem, a empresa pretende enviar a primeira sonda privada para a Lua. Quer se aventurar nas cavernas cor de Flicts. Se cumprir a meta, garantirá ainda uma pomposa recompensa de 20 milhões de dólares, prometida pela premiação Lunar — parceria entre o Google e a organização sem fins lucrativos XPrize — à primeira companhia da história a concluir a estratosférica missão.
O prêmio Lunar foi idealizado em 2007 com um claro objetivo: “Incentivar empreendedores espaciais a criar uma nova era de acesso barato à Lua e além”. Para entrar na competição, era necessário que um time de cientistas qualificados apresentasse um plano possível para pousar no satélite e percorrer uma distância de 500 metros no terreno, por meio de uma sonda controlada a distância, da Terra. A condição: ao menos 90% do financiamento do projeto tem de vir do setor privado; os outros 10% podem brotar do governo. Ao todo, será distribuído um butim de 30 milhões de dólares — os 20 milhões ao campeão, 5 milhões ao segundo colocado e outros 5 milhões de bônus aos que atingirem uma série de etapas científicas preestabelecidas.
Liderada pelo Google e pela XPrize, e com o apoio de empreendedores do porte de Elon Musk, fundador da Tesla, fabricante de carros elétricos, e da SpaceX, de exploração espacial —, a competição estava, até há pouco, envolta em descrédito. De início, a promessa era lançar um foguete em 2012. Porém, quando a data chegou, o Lunar puxou o freio, anunciando que nenhum time aparentava estar próximo de elaborar uma proposta razoável para vencer. O prazo, então, foi estendido para 2015, depois para 2016 e, recentemente, para 2017. Das 29 empresas que se candidataram à disputa, de catorze países, treze desistiram (boa notícia: sobrou uma brasileira). “Não é fácil ser o primeiro a realizar algo tão ousado, e é de esperar que existam percalços”, disse a americana Chanda Gonzales-Mowrer, diretora do Lunar. “Depois de chegarmos lá, e de colocarmos nosso nome nos livros de história, ninguém se lembrará desses problemas, apenas da glória.”

Esporte – Morre Muhammad Ali


muhammad_ali
O mito Muhammad Ali faleceu em (4/6/2016), aos 74 anos de idade, em um hospital, em Phoenix, após ser internado com urgência em devido à uma infecção respiratória. O tricampeão mundial dos peso pesados passava a maior parte do tempo em sua casa, adaptada especialmente para propiciar o clima mais adequado ao seu estado de saúde, debilitada em decorrência do mal de Parkinson que o afetava há mais de 3 anos. Cassius Clay, mais conhecido como Muhammad Ali, é considerado o boxeador mais completo da história. Destacava-se por suas condições físicas extraordinárias e seus reflexos fora do comum nos punhos e pernas. Sua técnica exitosa, que desenvolveu com muito esforço desde os 12 anos, lhe garantiu o reconhecimento e admiração do mundo todo, desde o princípio, quando conquistou a Medalha de Ouro nas Olimpíadas de Roma, em 1960, até sua última luta, em 1980, em que foi derrotado.

pele e muhamad

Rejuvenescimento: a polêmica do chip com hormônio


chip1
Trata-se de um aparelho de silicone do tamanho de um palito de fósforo, introduzido sob a pele no braço ou na nádega para jogar hormônios na corrente sanguínea. Ela disse que seu rosto ficou como o de um bebê. A modelo Talytha Pugliesi aplicou, aos 30, o mesmo tipo de implante. Contou que as medidas do quadril passaram de 91 cm para 88 cm, deu tchau para a celulite e ainda ganhou músculos. A tática é comum entre as jovens modelos. E cada vez mais adultos surfam nessa onda na tentativa de rejuvenescer.
Nos últimos anos, a terapia hormonal antienvelhecimento vem se popularizando cada vez mais nos Estados Unidos e, ultimamente, no Brasil. Chips debaixo da pele, pílulas, géis e injeções que se apresentam como a bala de prata para manter o corpo jovem. Funciona assim: hormônios são substâncias que ordenam reações metabólicas no organismo. A maioria é produzida nas glândulas endócrinas, mas muitos também nascem em outras partes do corpo, como testículos, ovários ou até mesmo no tecido gorduroso. Em conjunto, eles são maestros que regem o trabalho do corpo e são responsáveis por inúmeras reações, desde a definição do nosso sexo até a sensação de barriga cheia após o prato de lasanha de domingo.
Mas, ao envelhecer, você diminui a produção de vários hormônios, como se os maestros prestes a se aposentar estivessem com braços cansados demais para reger a orquestra. A terapia anti-aging (nome inglês para a terapia hormonal antienvelhecimento) parte do pressuposto de que é saudável repor essas substâncias para combater os efeitos do relógio.
Na verdade, aplicar hormônios no corpo não é exatamente uma novidade. A técnica é recomendada há várias décadas nos casos em que eles estão em déficit no organismo por causa de algum problema. É o caso de diabéticos, que usam insulina (um hormônio) sintética para limitar a quantidade de glicemia no sangue, ou de pessoas com ananismo, que repõem o hormônio do crescimento (o GH) em falta. Isso tem um nome: terapia hormonal.
O tratamento também pode ser usado, com muito cuidado, quando há uma deficiência esperada da produção de hormônios. Todo mundo sabe, por exemplo, que mulheres na menopausa reduzem a fabricação de estrógeno e de progesterona. Em casos graves, nos quais a paciente sofre muito com calorões, ressecamento vaginal, insônia e alterações no humor, a reposição é uma alternativa para combater esses efeitos. “Quando fazemos a terapia hormonal, tratamos os sintomas de uma fase da vida que pode ser incômoda e que para algumas pessoas chega a ser incapacitante”, explica o médico Fernando Reis, responsável pelo ambulatório de endocrinologia ginecológica do Hospital de Clínicas da UFMG.
Mas a terapia hormonal pode contribuir para o surgimento de diversas doenças, como câncer de mama e de endométrio, infarto, derrame cerebral, entre outros efeitos colaterais nada agradáveis. Um estudo famoso lançado em 1991 chamado Women¿s Health Initiative observou os efeitos da reposição hormonal em 161.608 mulheres de 50 a 79 anos. Metade tomou estrógeno e progesterona. A outra metade, placebo. Cinco anos e meio antes do previsto, por motivos éticos, a pesquisa foi encerrada. Na população que fazia uso da terapia hormonal, aumentaram em 29% os riscos de ataques cardíacos, 41% de derrames cerebrais, 113% de embolia pulmonar, 26% de câncer de mama e 50% de demência nas mulheres com mais de 65 anos. Houve, no entanto, benefícios: o risco de fraturas nos ossos caiu em 34% e de câncer de cólon em 37%.
A terapia hormonal antienvelhecimento, porém, segue outra lógica. Nela, a pessoa toma doses manipuladas de hormônios artificiais mesmo que eles não estejam em falta no organismo ou mesmo quando sua redução é normal, com o objetivo de turbinar o organismo – um tipo de doping estético. Isto é, usá-los enquanto você é jovem e a produção está ótima ou quando você já envelheceu, mas a redução deles está dentro dos padrões. Os mais usados nas terapias estéticas são a testosterona, o GH, o estradiol, o DHEA, a progesterona, o estrógeno e a melatonina. Esse grupinho é responsável por estimular a multiplicação de células, o que ajuda na regeneração da pele e outros órgãos, e demais efeitos no corpo que associamos ao rejuvenescimento, como ter mais disposição ou mais músculos.
Na prática, a ideia é que, se a melatonina fortalece o sistema imunológico, por que não usá-la no dia a dia para ficarmos mais protegidos contra doenças ou para fortalecer os velhinhos? Seguindo a mesma lógica, GH é fundamental na infância ao estimular a divisão celular e favorecer o crescimento dos ossos. Se idosos têm maior tendência a desenvolver osteoporose, que tal dar o hormônio para eles?
Para isso, são usados hormônios produzidos em laboratório, mas com exatamente a mesma estrutura molecular dos que são fabricados no nosso corpo. São chamados de bioidênticos, hormônios sintetizados na natureza, oriundos de plantas ou até de xixi de éguas grávidas. Antes de iniciar o tratamento, o médico faz uma bateria de exames para verificar os níveis de todos os hormônios, se o paciente tem histórico de alguma doença ou algum tumor em desenvolvimento, realiza entrevistas clínicas para entender se ele enfrenta algum problema de saúde e acompanha de perto o indivíduo.

Controvérsias
A reposição hormonal utilizada em mulheres que chegam à menopausa vem sendo criticada e associada ao aparecimento de câncer, de doenças cardiovasculares e de trombose. Para muitos médicos, a reposição de estrógeno, progesterona e testosterona (mulheres também produzem o hormônio masculino, mas numa quantidade 30 vezes menor) nessa fase só deve ser usada em último caso.
Uma força-tarefa liderada pela Sociedade Europeia de Endocrinologia, por exemplo, emitiu conselhos rígidos para o consumo de hormônios. O grupo não recomenda o uso de testosterona em mulheres nos casos de infertilidade, disfunção sexual, cognitiva, cardiovascular, metabólica, dos ossos ou outros problemas de bem-estar – o hormônio masculino aumenta os músculos, reduz gordura e turbina a libido nas mulheres. Tudo porque não haveria bons estudos para provar a eficácia do hormônio nessas situações e para garantir a segurança de paciente no longo prazo. Isso sem contar que nenhum dos hormônios da terapia antienvelhecimento é feito especificamente para proporcionar efeitos rejuvenescedores. É uma prática off-label – isto é, usada para aplicações fora do aconselhado na bula.
Nos últimos anos, várias pesquisas começaram a questionar a eficácia da medicina anti-aging. O GH, por exemplo, pode causar uma sensação de mais ânimo e energia. Mas um estudo feito em 2000 na Universidade de Ohio e publicado no jornal da Endocrine Society investigou dois grupos de ratos: um era geneticamente modificado para produzir mais GH e o outro produzia normalmente a substância. O resultado foi que os bichinhos que fabricavam mais GH morreram bem mais cedo, em vez de viverem mais.

Os efeitos da melatonina também foram analisados e tiveram um resultado pouco animador. Um estudo do Instituto Petrov de Pesquisa Oncológica, de São Petersburgo, na Rússia, feito em 2003 e publicado na revista da Sociedade Americana de Gerontologia, forneceu esse hormônio a ratinhas ao longo de meses. Apesar de aumentar a expectativa de vida delas, a substância aumentou a incidência de tumores. Na conclusão, os pesquisadores não recomendaram a melatonina em terapias de longo prazo para humanos.
Evidentemente, há uma série de estudos que dão argumentos favoráveis para a terapia hormonal antienvelhecimento. Mas os críticos dizem que as pesquisas têm poucos voluntários e que são publicadas em revistas científicas de menor relevância. Um dos estudos feitos por Dr. Life, publicado em 1992 no Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, testou os efeitos da testosterona em homens obesos. De fato, quem tomou o hormônio diminuiu a gordura abdominal, os níveis de colesterol, a pressão arterial e o açúcar no sangue, em comparação a quem tomou placebo.

Proibição no Brasil
Gradualmente, hormônio após hormônio começou a ser questionado. A história mudou aqui no Brasil em 2012, quando o Conselho Federal de Medicina emitiu uma resolução que proibiu essa terapia. Desde então, hormônios só podem ser receitados quando houver déficit comprovado da substância. O médico que for pego aplicando essa técnica para combater o envelhecimento pode ter o registro cassado. A resolução também proíbe as receitas de antioxidantes (vitaminas ou sais minerais) com o mesmo objetivo. “Não existe terapia hormonal contra o envelhecimento. Todos os estudos que tentaram demonstrar isso acabaram com aumento do risco de câncer de mama em mulheres e câncer de próstata em homens, além do aumento do risco de AVC”, argumenta Emílio Morguchi, geriatra que fez parte do grupo de trabalho que fez uma revisão de vários estudos sobre o assunto e que emitiu a resolução do conselho.
As terapias hormonais prometem menos peso, mais energia, pele macia. Conheça melhor essa técnica, popular nos EUA, mas proibida no Brasil.
Na verdade, aplicar hormônios no corpo não é exatamente uma novidade. A técnica é recomendada há várias décadas nos casos em que eles estão em déficit no organismo por causa de algum problema. É o caso de diabéticos, que usam insulina (um hormônio) sintética para limitar a quantidade de glicemia no sangue, ou de pessoas com ananismo, que repõem o hormônio do crescimento (o GH) em falta. Isso tem um nome: terapia hormonal.

Na prática, a ideia é que, se a melatonina fortalece o sistema imunológico, por que não usá-la no dia a dia para ficarmos mais protegidos contra doenças ou para fortalecer os velhinhos? Seguindo a mesma lógica, GH é fundamental na infância ao estimular a divisão celular e favorecer o crescimento dos ossos. Se idosos têm maior tendência a desenvolver osteoporose, que tal dar o hormônio para eles?
Para isso, são usados hormônios produzidos em laboratório, mas com exatamente a mesma estrutura molecular dos que são fabricados no nosso corpo. São chamados de bioidênticos, hormônios sintetizados na natureza, oriundos de plantas ou até de xixi de éguas grávidas. Antes de iniciar o tratamento, o médico faz uma bateria de exames para verificar os níveis de todos os hormônios, se o paciente tem histórico de alguma doença ou algum tumor em desenvolvimento, realiza entrevistas clínicas para entender se ele enfrenta algum problema de saúde e acompanha de perto o indivíduo.

A maioria dos adeptos da medicina antienvelhecimento, incluindo Dr. Life, rejeita a ideia de que a terapia promove rejuvenescimento, uma vez que não há como retroceder o tempo. No lugar, preferem dizer que o tratamento proporciona um envelhecimento com mais qualidade de vida. Há quem defenda uma certa filosofia contra o “sistema”: usar hormônios para garantir um envelhecimento melhor seria mais saudável do que depender da indústria farmacêutica e tomar um remédio atrás do outro, cada qual com possíveis efeitos colaterais. Uma carta aberta do endocrinologista brasileiro Victor Sorrentino, adepto da medicina antienvelhecimento, circula na internet e defende que a prática “fura” a indústria farmacêutica, ao não depender de patentes e ao diminuir a demanda por medicamentos. Por causa dos resultados e de discursos como este, os hormônios se tornaram populares.

 
Evidentemente, há uma série de estudos que dão argumentos favoráveis para a terapia hormonal antienvelhecimento. Mas os críticos dizem que as pesquisas têm poucos voluntários e que são publicadas em revistas científicas de menor relevância. Um dos estudos feitos por Dr. Life, publicado em 1992 no Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, testou os efeitos da testosterona em homens obesos. De fato, quem tomou o hormônio diminuiu a gordura abdominal, os níveis de colesterol, a pressão arterial e o açúcar no sangue, em comparação a quem tomou placebo. Mas o teste foi realizado com apenas 23 voluntários, acompanhados por oito meses. “Estudos para aprovar a terapia antienvelhecimento precisam ser feitos com 500 mil pessoas”, defende a médica Eliane Maria Frades da Costa, supervisora da Endocrinologia do Hospital de Clínicas da USP.

Proibição no Brasil
Gradualmente, hormônio após hormônio começou a ser questionado. A história mudou aqui no Brasil em 2012, quando o Conselho Federal de Medicina emitiu uma resolução que proibiu essa terapia. Desde então, hormônios só podem ser receitados quando houver déficit comprovado da substância. O médico que for pego aplicando essa técnica para combater o envelhecimento pode ter o registro cassado. A resolução também proíbe as receitas de antioxidantes (vitaminas ou sais minerais) com o mesmo objetivo. “Não existe terapia hormonal contra o envelhecimento. Todos os estudos que tentaram demonstrar isso acabaram com aumento do risco de câncer de mama em mulheres e câncer de próstata em homens, além do aumento do risco de AVC”, argumenta Emílio Morguchi, geriatra que fez parte do grupo de trabalho que fez uma revisão de vários estudos sobre o assunto e que emitiu a resolução do conselho.

Nos Estados Unidos, meca da medicina anti-aging, cada Estado tem autonomia para liberar a prática. Existe, inclusive, uma organização especializada no assunto: a American Academy of Anti-Aging Medicine, que conta com aproximadamente 26 mil membros de mais de 120 países, incluindo brasileiros. No entanto, quase todos os Estados norte-americanos proíbem a técnica. Um estudo de 2014 da American Society for Parental and Enteral Nutrition, intitulado Anti-Aging Diet and Supplements: Fact or Fiction? (“Dieta e suplementos antienvelhecimento: fato ou ficção?”) concluiu: “Testes clínicos encontraram um risco maior de doenças cardiovasculares com a terapia por estrógeno e testosterona e um aumento do risco de câncer com a terapia hormonal em indivíduos outrora saudáveis”.

Precursor do implante hormonal no mundo todo (aquele com um chip, usado pelas modelos), o endocrinologista e farmacêutico brasileiro Elsimar Coutinho diz que desaprova o uso para efeitos antienvelhecimento. “Clínica de endocrinologia não é clínica de beleza. Hormônio só deve ser usado quando está em déficit”, afirma.

Os principais hormônios das terapias antienvelhecimento

DHEA (dehidroepiandrosterona)
USADO PARA: há quem defenda que melhora a cognição, a libido, ajuda a emagrecer e diminui a perda óssea. É um pré-hormônio que o organismo converte em testosterona e, por causa disso, é usado na terapia antienvelhecimento para render os mesmos efeitos.
RISCOS: por outro lado, está relacionado ao aumento do risco de câncer de próstata.

Testosterona
USADO PARA: regula a libido, a potência sexual, o coração e favorece a produção de músculos e a queima de gordura tanto em homens como em mulheres.
RISCOS: usada de forma inadequada, pode desequilibrar os níveis de colesterol e masculinizar as mulheres – isto é, engrossar a voz, aumentar a quantidade de pelos e o tamanho do clitóris.

Progesterona
USADO PARA: hidratante para a pele (amenizaria as rugas), promove a libido, fortalece o coração, o raciocínio, a memória e os ossos. Ela prepara o útero para receber o óvulo fecundado, além de estimular o desenvolvimento das glândulas mamárias para a produção de leite. Compostos sintéticos parecidos com a progesterona inibem a ovulação e são usados como método contraceptivo.
RISCOS: pode causar depressão, dores de cabeça, retenção de fluidos, flacidez nos seios, disfunções renais e até aborto.

Hormônio do crescimento (GH)
USADO PARA: diminuir a produção de gordura, aumenta a massa muscular e promove o desenvolvimento dos ossos.
RISCOS: pode provocar diabetes, ganho de peso, estimular o crescimento de tumores e aumentar a largura dos ossos, em especial da mandíbula, dos pés e das mãos.

Estrógeno
USADO PARA: aliviar os sintomas associados à menopausa. Determina as características sexuais femininas e fortalece o coração, os ossos e tem efeitos benéficos sobre a pele – esses três últimos efeitos motivam seu uso na terapia anti-aging.
RISCOS: a longo prazo, está associado ao surgimento do câncer de mama e da trombose.

Estradiol
USADO PARA: produzir efeitos similares ao estrógeno, além de dar mais disposição. É o mais potente dos estrógenos produzidos pela mulher. Nos homens, é fabricado em menor quantidade.
RISCOS: além de poder trazer os efeitos negativos de qualquer estrógeno, o estradiol aumenta as chances de desenvolver fotossensibilidade.

Melatonina
USADO PARA: o hormônio do sono ajuda a ter noites de descanso mais tranquilas, o que reduz a presença de radicais livres que levam ao envelhecimento e doenças.
RISCOS: ligado ao surgimento de tumores e à piora de asma.

Cortisol
USADO PARA: combater inflamações e estabilizar a pressão arterial. Liberado em situações de stress, ele dá mais disposição.
RISCOS: o uso exagerado pode causar aumento do peso, hipertensão, diabetes e imunossupressão.

Do Olho na Rede – Facebook Messenger para Android pode ganhar recurso de respostas rápidas


messenger
O Facebook Messenger está testando um recurso de respostas rápidas que permite ao usuário enviar uma mensagem direto da notificação, como já acontece na versão para iOS. A novidade foi descoberta pelo site Android Police na versão beta mais recente do aplicativo.
É importante lembrar, no entanto, que quando houver diversas conversas, o usuário não será capaz de responder a todas as mensagens direto da tela de notificações.
Por enquanto, o recurso só está disponível na versão beta, mas é provável que ele seja disponibilizado a todos os usuários em breve.

recurso

Saúde e Sedentarismo – Não caminhar durante o trabalho pode ser tão perigoso quanto fumar?


caminhada

Seja no escritório, no transporte público, no carro ou mesmo em casa, ficar sentado por muito tempo pode ser muito ruim para a nossa saúde. Ao ponto de ser tão perigoso quanto fumar.
É o que defende o cientista Rob Copeland, da Universidade Sheffield Hallam, no Reino Unido, sobre os efeitos de se levar um estilo de vida sedentário.
“Nos últimos 20 ou 30 anos, a distância total que toda a população britânica caminha vem caindo em média 96,5 km a cada ano”, diz Copeland.
“Com isso, não nos movimentamos o quanto deveríamos e gastamos menos energia, fazendo com que nosso peso aumente e passemos a ter problemas de saúde crônicos, como diabetes e doenças cardiovasculares. Além de alguns tipos de câncer se tornarem mais frequentes.”
Estudos anteriores já tinham apontado para problemas de saúde decorrentes da vida sedentária, mas uma nova pesquisa se concentrou específicamente nos movimentos diários de um trabalhador de escritório na Grã-Bretanha.
Esse estudo, da empresa de planos de saúde Westfield Health, indica que 51% dos trabalhadores só levantam de suas mesas no escritório para ir ao banheiro. Do total, 62% afirmam passar o dia ocupados demais para fazer um intervalo no horário do almoço. E 55% dizem andar menos de 20 minutos por dia.
Andar não faz bem apenas para o corpo, diz Alison Cragg, voluntária do grupo de apoio Widowed and Young (WAY, na sigla em inglês), que reúne homens e mulheres com 50 anos ou menos que perderam seus parceiros.
Ela organiza caminhadas entre seus integrantes no condado de Hertforshire, no sul da Inglaterra. Para o grupo, esses passeios trazem outros benefícios – principalmente para os novos membros, segundo Cragg.