7653 – Se a moda pega… – Roupa pró-paquera


Os dois irmãos estilistas suíços Daniel e Marcus Freitag já eram conhecidos por criar uma bolsa em estilo “carteiro”, feita com lona de caminhão, que causou furor entre os jovens, em 1999. Agora a dupla inventou mais uma moda. Cada peça bolada por eles para a Skim.com, uma loja suíça de roupas e acessórios, traz um número mágico estampado. Funciona assim: se o seu número é 0123,basta entrar no site skim.com e se cadastrar. Automaticamente você passa a ter o e-mail 0123@skim.com. Depois disso não estranhe se receber um e-mail daquela pessoa que estava sentada ao seu lado no metrô. Para quem é ruim no xaveco, nada melhor. Em vez de tomar coragem e conversar com a garota de jaqueta marrom, apenas anote os algarismos e mande um e-mail. “A idéia é criar uma ponte entre duas realidades: o mundo digital e as ruas”, disse Johne Eisenhut, co-fundadora da Skim.com, ao site de notícias americano WiredNews. Todas as peças podem ser compradas pela Internet.

7652 – Livro – Biografia de um Germe


Ar puro, rios transparentes, passarinhos e veados em liberdade – tudo isso é muito bonito, mas a natureza está longe de ser o paraíso. A vida selvagem também está repleta de armadilhas perigosas, como revela, em ritmo de suspense, o livro Biography of a Germ (Biografia de um Germe), que o escritor americano Arno Karlen lançou nos Estados Unidos. Ele conta a história sombria da bactéria Borrelia burgdorferi, que proliferou e criou uma epidemia nos anos 70, graças justamente ao esforço para preservar a fauna e a flora na região nordeste dos Estados Unidos. A bactéria causa o Mal de Lyman, responsável por danos neurológicos e cardíacos. Seu hábitat é um labirinto: ela mora no intestino de um carrapato que põe seus ovos em ratos do campo; e as larvas resultantes, depois de adultas, migram para o couro dos veados, onde engordam e acasalam. A bactéria geralmente entra nesse ciclo quando a larva do carrapato pica o rato. E passa para os humanos quando o carrapato dos veados – muito abundantes devido à preservação – pica moradores e visitantes das áreas rurais. Resumo: os urbanóides podem não ter os privilégios de quem vive no campo, mas também não precisam se preocupar com a vacinação, que hoje controla a doença nos Estados Unidos.

7651 – Planeta Verde – Incompetência ecológica


Planeta Verde

As algas venenosas, por si só, não são boas nem más. Elas moram em águas doces ou salgadas, em toda parte e normalmente não prejudicam a qualidade dos mananciais. O perigo vem com o desleixo – quando se despeja em lagoas ou represas, sem nenhum cuidado, qualquer tipo de lixo, especialmente esgotos e resíduos agrícolas. A água, então, se enche de nitrogênio e fósforo, os pratos prediletos das algas tóxicas e elas se reproduzem até tomar conta do hábitat. É o que está acontecendo nas represas de São Paulo. Das 80 espécies que registradas, 20 são potencialmente tóxicas,e três, muito comuns, são mortais, disse uma pesquisadora do Instituto de Botânica, na capital paulista. As algas produzem neurotoxinas que atacam os músculos do pulmão, causando asfixia, e epatotoxinas, que necrosam o fígado. Não há, ainda, registro de mortes, mas o risco não pode ser desprezado. Compare, agora, com a Itália, onde as algas tóxicas já foram um problema na bela laguna que separa Veneza do Mar Adriático.
Os italianos não só controlaram a praga como tiram proveito dela. Nas sacolas de compras da grife francesa Occitane, por exemplo, o papel é feito de massa de algas, em lugar da polpa de madeira tradicional. Isso, sim, é um atestado de competência ecológica.

7650 – Medicina – A Hipocondria


Do grego hypo- (a baixo) e chondros (cartilagem do diafragma), também conhecida por nosomifalia, é um estado psíquico em que a pessoa tem crença infundada de se padecer de uma doença grave. Costuma vir associada a um medo irracional da morte, a uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes, preocupação e auto-observação constante do corpo e até às vezes, à descrença nos diagnósticos médicos. Muitas vezes encarada como algo engraçado, a patologia é séria e prejudica a vida de pacientes e parentes.
Um grande contingente de pessoas saudáveis do ponto de vista clínico e laboratorial recorre diariamente a hospitais, consultórios e prontos-socorros, sempre reclamando de doenças graves. Inconformados com médicos e exames que indicam a inexistência de qualquer problema de saúde, muitas dessas pessoas saem dali direto para a avaliação de outro profissional, na expectativa de encontrar o diagnóstico sobre o mal que supostamente os acomete. A procura será em vão e aí pode estar o indício de uma doença real, embora essa ainda não seja imaginada pelo paciente. Trata-se da hipocondria ou a ‘mania de doença’, como é mais conhecido o mal que se caracteriza pela supervalorização de sintomas corriqueiros e perfeitamente normais.
A hipocondria pode vir associada ao transtorno obsessivo-compulsivo e à ansiedade.
Um hipocondríaco é um indivíduo que acredita na presença de doença. Geralmente reconhecem a presença de sinais e sintomas das mais variadas patologias no seu próprio corpo, entrando por vezes em estados de pânico. É tido como um distúrbio psiquiátrico, necessitando muitas vezes de ajuda médica especializada. O hipocondríaco em muitos casos se sente melhor ao tomar uma série de remédios para se dopar, achando assim, estar livre das supostas doenças. Alguns relatam que ficam felizes ao tomar os remédios, por vezes entra numa depressão profunda por pensar ter muitas doenças.
Muitos hipocondríacos descobrem métodos alternativos para curar ou amenizar as supostas doenças, que no seu caso funcionam, pois a doença é, na verdade, sintoma da hipocondria. Como é algo mental, qualquer coisa deduzida o seu cérebro é capaz de reproduzir, portanto se a “Hipocondria” deduzir que tal coisa irá melhorar ou agravar o seu estado de saúde, geralmente ocorre, porque a própria doença é criação de sua cabeça. Muitos ligam alguns acontecimentos como agravador ou causador da doenças, sendo que a maioria deles não faz nenhum sentido.
No filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain Georgette, a empregada na tabacaria, está sempre tomando alguma coisa para as alegadas manchas, ou inalando algum pó para qualquer doença inexistente.
Em Madagascar (filme),a girafa Melman apresenta os sintomas da hipocondria,e está sempre alegando sintomas de doenças,tomando remédios sem motivo real e se preocupando excessivamente com normas para prevenção de doenças. No filme,o assunto é tratado de forma cômica.

7649 – Tratamento de choque contra a depressão


Pesquisadores da USP testam uma alternativa indolor, de baixo custo e com poucos efeitos colaterais para o tratamento da depressão.
Trata-se da estimulação com corrente elétrica contínua. E, ao que indica um estudo publicado pelo grupo no “Jama Psychiatry”, revista da Associação Médica Americana, a técnica é eficaz.
Na pesquisa, 120 pessoas com depressão foram divididas em grupos para avaliar a eficácia da técnica, do antidepressivo sertralina (um inibidor da recaptação da serotonina) e da combinação dos dois tratamentos.
Drogas e estimulação tiveram resultados similares e, juntas, um resultado ainda melhor. Entre os que usaram as terapias combinadas, 63% tiveram alguma melhora.
Desses, 46% tiveram remissão, ou seja, a ausência completa de sintomas.
combinação
Segundo André Brunoni, psiquiatra do Hospital Universitário da USP e principal autor da pesquisa, esse é o primeiro estudo a comparar o tratamento com antidepressivos e a combiná-los.
A explicação para o sucesso dessa soma ainda precisa ser confirmada por exames de imagem, mas os pesquisadores imaginam que a estimulação e o remédio atuem em diferentes regiões do cérebro ligadas à depressão.
A técnica, ainda experimental, tem poucos efeitos colaterais (no estudo, foram observados vermelhidão na área da cabeça onde os eletrodos foram posicionados e sete episódios de mania) e custo relativamente baixo.
O aparelho é simples de ser fabricado, pode ser portátil e custa de R$ 500 a R$ 1.000, segundo Brunoni.
Um aparelho de estimulação magnética transcraniana (técnica de neuromodulação não invasiva mais estudada e que recebeu o aval para depressão no Brasil em 2012) chega a custar de US$ 30 mil a US$ 50 mil (R$ 59 mil a R$ 119 mil).
A estimulação por corrente contínua não é novidade –pesquisas em humanos para depressão e esquizofrenia são feitas desde a década de 1960. Os estudos foram retomados a partir de 1990, mas a quantidade é pequena.
Bobinas e eletrodos na cabeça não são exclusividade da estimulação elétrica por corrente contínua. Duas técnicas similares, que têm em comum a ausência de medicação, são usadas e aprovadas para depressão no país.
A eletroconvulsoterapia, conhecida como eletrochoque, é a mais invasiva. O paciente recebe anestesia geral, e os eletrodos induzem uma corrente elétrica no cérebro que provoca a convulsão, alterando os níveis de neurotransmissores e neuromoduladores, como a serotonina.
Ela é indicada para depressão profunda e em situações em que o paciente não responde aos medicamentos.
Seus efeitos cognitivos, porém, são indesejáveis e incluem perda de memória. Os defensores da técnica dizem que o problema é temporário.
Já a estimulação magnética é indolor e não requer anestesia, assim como a que usa corrente contínua.
Uma bobina, que é apoiada na cabeça do paciente, gera um campo magnético que afeta os neurônios, ativando-os ou inibindo-os. As ondas penetram cerca de 2 cm.
Em maio de 2012, o CFM (Conselho Federal de Medicina) aprovou a técnica para tratamento de depressões uni e bipolar (que pode causar oscilações de humor) e de alucinações auditivas em esquizofrenia e para planejamento de neurocirurgia.
O IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP), centro pioneiro em pesquisas com estimulação magnética no país, estuda a aplicação para depressão desde 1999.

eletrochoque