Sistema Prisional – Prendemos muito e prendemos mal


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O comando vermelho e o Primeiro Comando da Capital, as duas maiores organizações criminosas do Brasil, mantiveram durante os últimos anos um pacto de não agressão nos presídios e nas ruas do país. A disputa pelo controle do tráfico de drogas nas regiões Norte e Nordeste, no entanto, fez ruir o acordo de paz.

Em 16 de outubro, durante uma rebelião em um presídio de Roraima, dez detentos foram assassinados — alguns inclusive foram queimados vivos. A maioria dos mortos era ligada ao Comando Vermelho. Horas depois, em uma prisão de Rondônia, o conflito causou a morte de oito presos, asfixiados durante um incêndio.

Histórias desse tipo não são novidade para os pesquisadores que estudam o sistema prisional brasileiro. Violações sistemáticas de direitos, falta de infraestrutura e perda de controle dos presídios para o crime organizado são apenas alguns dos elementos que caracterizam o insustentável quadro dos cárceres do país. “A pessoa é presa por cometer uma ilegalidade e é colocada em um local repleto de ilegalidades”, afirma o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária.

Em setembro do ano passado, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que as prisões brasileiras descumprem preceitos fundamentais da Constituição e precisam de reformas. A questão, porém, é como fazer com que as sugestões dos magistrados se tornem realidade para as 622 mil pessoas presas nas cadeias do país.
DIÁRIO DE 622 MIL DETENTOS
O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, que vive em estabelecimentos superlotados e com milhares de presos provisórios

O assassino que tirou a vida de inocentes. O jovem detido com cinco pedras de crack no bolso da bermuda. A senhora que furtou um pacote de bolachas em um mercado. Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e réu da Operação Lava Jato. Seu amigo, que voltou de uma festa dirigindo após beber dez latas de cerveja. Qual a punição adequada para cada uma dessas pessoas?

Juristas e filósofos ofereceriam uma infinidade de argumentos para discutir a questão. A Justiça brasileira é mais prática: na dúvida, o sujeito que se adequar ao “perfil de criminoso” irá para a cadeia. “A curva da taxa de encarceramento no Brasil não parou de crescer porque prendemos muito e prendemos mal: há uma porta de entrada ampla e uma porta de saída estreita”, afirma Édson Luís Baldan, professor de criminologia do curso de Direito da PUC-SP e ex-delegado da Polícia Civil. De acordo com o levantamento oficial do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), divulgado em abril de 2016 e que reuniu dados de até dezembro de 2014, 622 mil pessoas ocupavam as celas brasileiras. Em 14 anos, o aumento da população prisional foi de 167,32%.

Os defensores do endurecimento de punições a criminosos até poderiam comemorar esses índices. Mas questões jurídicas são mais complexas do que o discurso reproduzido nos programas policiais: um processo criminal passa por um inquérito policial, pela análise do Ministério Público, pela coleta de provas e, finalmente, pela sentença de um magistrado. Até tudo isso acontecer, uma audiência de custódia determina se a pessoa aguardará seu julgamento em liberdade ou na cadeia. E se a cultura da impunidade existe no país, ela ainda não foi apresentada para 40% da população carcerária brasileira, formada por presos provisórios que aguardam uma sentença final da Justiça.

Ao decidir pela prisão provisória, o juiz leva em conta as circunstâncias do processo. Segundo a lei, o magistrado só poderia manter preso quem oferece risco à sociedade, ameaça o andamento do processo — intimidando testemunhas e destruindo provas — ou conta com meios para fugir. “Os pobres não conseguem provar que têm carteira assinada, não possuem contrato de aluguel. Então o juiz diz: ‘Estou inseguro, não sei se ele tem residência fixa; vou deixá-lo preso’”, destaca Gustavo Junqueira, defensor público do estado de São Paulo e professor da Damásio Educacional. “E o sujeito mais abastado leva a escritura da casa, da microempresa… e acaba solto. A lei não autoriza essa seletividade, mas ela acontece.”

Com o inchaço dos processos judiciais, as decisões se arrastam e os presos continuam privados de liberdade sem contarem com um julgamento. Como a Constituição Federal recorda em seu artigo 5º, ninguém é considerado culpado até a decisão final do julgamento. Mas no Massacre do Carandiru, maior assassinato de detentos da história do país, 84 dos 111 presidiários mortos eram presos provisórios. “Temos um sistema de Justiça imenso e isso significa que os poderes Executivo e Legislativo não dão conta de assegurar direitos”, diz Maíra Cardoso Zapater, coordenadora adjunta do Núcleo de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.

E se o aumento da população carcerária é tão significativo, por que o sentimento de insegurança em relação à criminalidade permanece o mesmo? “Não temos políticas de segurança pública adequadas e falta integração entre União, estados e municípios”, diz Rodrigo Azevedo, professor da PUC-RS e membro do Conselho de Administração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Como em um ciclo vicioso, a ausência de medidas do Estado para garantir investimentos sociais acentua as desigualdades, não diminui os crimes e só faz crescer o depósito de rejeitados pelo sistema.

A GEOGRAFIA DA DETENÇÃO
São Paulo é o estado que abriga a maior população prisional do país: entre os mais de 622 mil encarcerados brasileiros, 35% estão em cadeias paulistas.
POBRE, NEGRO E JOVEM
Os engravatados réus da Lava Jato estão bem distantes do perfil da maior parte dos presos brasileiros

A cadeia como um local de reintegração social é um conceito historicamente recente, adotado pelos países entre o final do século 19 e o início do século 20. O Estado assume a custódia do criminoso e não está lá para aplicar uma vingança pessoal: independentemente da gravidade ou dos horrores dos crimes cometidos por alguém, a punição ao encarcerado deve respeitar as leis e a dignidade humana.

Apesar de a Constituição brasileira estabelecer o respeito à integridade física e moral dos detentos, não é essa a realidade observada nas mais de 1,4 mil unidades prisionais do país. “Saímos com a sensação de impotência e inação quando visitamos um presídio. O último caso que me deixou estarrecido foi em Carajás (PA), em uma cela feita para 12 detentos, mas que abrigava 40 e poucas pessoas”, afirma o padre Valdir João Silveira, da Pastoral Carcerária, instituição ligada à Igreja Católica que realiza o acompanhamento social dos detentos. “Naquele local não havia ventilação nenhuma: uma pessoa em fase terminal de câncer fazia as necessidades na própria roupa.”

Quem vive nessas condições não tem um perfil muito diferente da população acostumada a enfrentar arbitrariedades do Estado: de acordo com o relatório publicado pelo Departamento Penitenciário Nacional, a maior parte da população carcerária é formada por homens, jovens e negros que não tiveram acesso à educação e cometeram crimes ligados a drogas ou a roubos e furtos contra o patrimônio.

“Por que a condição nos presídios é precária? Porque há pessoas que pensam que o detento não é gente, mas um bandido que oferece um risco ao ‘cidadão de bem’”, diz a pesquisadora Maíra Cardoso Zapater. “A ideia de proteger a sociedade do preso é algo do início do século 20, de associar a pessoa que está na cadeia a um doente.”

Apesar da negação de direitos básicos aos detentos não causar comoção popular, os problemas do sistema prisional geram consequências também para as pessoas que estão fora das celas. “A superlotação carcerária e a organização de facções dentro dos presídios apenas potencializam o aumento dos crimes”, afirma o professor Rodrigo Azevedo.
BOLSA BANDIDO?
São poucos os detentos brasileiros que contam com auxílio financeiro do governo

É provável que algum de seus grupos do WhatsApp já tenha feito comentários sobre a existência de um programa governamental para auxiliar as famílias dos detentos com uma generosa quantia mensal.

O auxílio-reclusão até existe, mas está bem distante das regalias citadas: o benefício, no valor máximo de R$ 1.212,64, está restrito aos contribuintes do INSS de baixa renda e que exerceram uma atividade com carteira de trabalho assinada. De acordo com o site da Previdência Social, encarcerados que não realizaram pelo menos 18 contribuições mensais ao INSS só teriam direito a quatro meses do auxílio. “É muito raro o recebimento desse benefício: normalmente, os sujeitos que cometem os crimes mais comuns são aqueles que não têm emprego formal”, diz o professor Gustavo Junqueira. De acordo com pesquisa divulgada pela Associação Contas Abertas, pouco mais de 43 mil presos contavam com esse benefício para suas famílias.

PROPORÇÃO DO CÁRCERE
Brasil é o sexto país com a maior taxa de presos por 100 mil habitantes entre as nações com mais de 10 milhões de pessoas.
Quem garante o quê?
Apesar de ter negada a sua liberdade, o preso tem direito a saúde, alimentação e infraestrutura digna, afirma a lei. “Mas como o Estado não tem recursos, oferece apenas aquilo que é absolutamente vital aos presos, como a água do banho”, diz o professor Gustavo Junqueira. “Os produtos de consumo diário acabam sendo fornecidos pela família.”

O acesso a itens como rádio ou televisão depende dos regulamentos de cada presídio, levando em consideração fatores como o comportamento do detento durante o cumprimento da pena. Como a comunicação externa não é permitida, equipamentos como celulares são, obviamente, proibidos. Mas isso não é um problema para a maioria dos presos, sobretudo aqueles ligados a organizações criminosas: depois de uma rebelião ocorrida em julho deste ano, uma cadeia do Ceará recolheu 426 celulares. Dentro das celas também é comum o consumo de drogas, como maconha, cocaína e crack.

Violência como política de estado
Em outubro, a Pastoral Carcerária divulgou um relatório sobre torturas e violações cometidas contra detentos. Com base em acusações de familiares e dos próprios presos, a organização coletou relatos que incluem violência física, tratamento humilhante ou violência sexual. A Pastoral Carcerária estima que os números sejam modestos diante da realidade do sistema presidiário do país (veja dados no quadro ao lado). “A falta de controle social do cárcere permite torturas e maus-tratos sem o conhecimento da sociedade”, ressalta o padre Valdir João Silveira. A violência não está restrita aos encarcerados: de acordo com organizações de direitos humanos, mesmo após ser proibida em todo o estado de São Paulo desde 2014, a revista vexatória ainda persiste em presídios paulistas. Como não há equipamentos para inspeção não invasiva, o sistema obriga mulheres que visitam as cadeias a agacharem-se nuas para que sejam revistados a vagina e o ânus.
37 casos – Tratamento humilhante ou degradante
35 casos – Agressão verbal
10 casos – Violência resultando morte
6 casos – Violência sexual*
*Dois casos de estupro, uma denúncia de empalação e três casos envolvendo nudez forçada diante de outros presos e servidores, com os órgãos genitais das presas sendo fotografados

DO OUTRO LADO
Policiais e agentes penitenciários são os principais denunciados pela violência
ENSINO É EXCEÇÃO
Mas apenas uma fração dos presos se envolve com a educação

Presos envolvidos em atividades de ensino formais – 11%
Presos envolvidos em outras atividades educacionais – 2%

DONOS DOS PRESÍDIOS
Organizador das regras de convivência entre os detentos, crime organizado ganha força para além dos muros

Em 1993, ano seguinte ao Massacre do Carandiru, presos paulistas deram início ao que se transformaria na maior organização criminosa do país. “Existiam quadrilhas e bandos que se agrupavam nas prisões, mas não um grupo que extrapolasse sua influência para além da unidade prisional”, afirma Camila Nunes Dias, professora de Políticas Públicas da UFABC que pesquisa a expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema carcerário.

Com o discurso de união entre os detentos, o PCC ganhou poder nos presídios paulistas e organizou rebeliões orquestradas e ataques contra policiais e agentes carcerários. A partir de 2006, a organização consolidou sua influência nos presídios, com um período de “pacificação” entre presos. “Quando o PCC adquiriu essa hegemonia foram percebidas mudanças, como a diminuição dos casos de violência física e sexual entre os detentos”, revela a pesquisadora.

Na prática, o Estado perdeu a autoridade sobre a dinâmica das prisões. “São presídios comandados por facções criminais, que impõem suas regras no sistema”, diz o professor Rodrigo Azevedo. “O encarceramento se torna uma forma de organização do crime, com consequências bastante conhecidas fora do ambiente do contexto prisional.”

TEMPO DE BARBÁRIE
Os piores crimes das prisões do Brasil

2 · out · 1992
O maior massacre do sistema penitenciário: chamada após uma rebelião, a Polícia Militar entra no presídio do Carandiru, em São Paulo, e 111 presos são assassinados.

18 · fev · 2001
O Primeiro Comando da Capital (PCC) lidera a maior rebelião do Brasil: mais de 27 mil detentos se amotinam em 29 penitenciárias de São Paulo. Durante a revolta, 16 presos são assassinados por rivais.

1 · jan · 2002
Grupo de detentos assassina 27 presos de uma facção inimiga durante rebelião no Presídio Urso Branco, na cidade de Porto Velho, capital de Rondônia.

1 1 · set · 2002
Quatro lideranças do crime organizado morrem após confronto entre facções inimigas no presídio de segurança máxima de Bangu 1, no Rio de Janeiro.

1 2 · mai · 2006
Em retaliação ao plano de isolar os líderes do PCC em presídios de segurança máxima, a organização criminosa inicia rebeliões e uma série de ataques a agentes de segurança, causando 59 assassinatos.

08 · nov · 2010
Conflitos entre facções levam à morte 18 detentos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o maior estabelecimento prisional de São Luís, capital do Maranhão.

16 · out · 2016
Dez presos são mortos em penitenciária de Roraima após disputa entre facções. No dia seguinte, outro conflito acontece em presídio de Rondônia e oito detentos morrem.

PRISÃO PARA GERAR LUCRO
Criticada por especialistas, a privatização do sistema carcerário é alvo de discussão em projeto de lei do Senado

Em tempos de recorte do Orçamento cresce o apoio a leis que transfiram parte do sistema prisional à iniciativa privada. De autoria do senador Vicentinho Alves (PR/TO), o Projeto de Lei nº 513/2011 prevê o estabelecimento de parcerias público-privadas nos cárceres: em troca da garantia de infraestrutura digna, a empresa utilizaria a mão de obra do detento. De acordo com a lei, o trabalho nas prisões privatizadas seria obrigatório.

Em tramitação no Senado, o projeto de conceder a empresas a administração dos presídios é criticado por especialistas. “O Estado não pode delegar para a iniciativa privada a custódia dos detentos”, diz o professor Rodrigo Azevedo. “Nos Estados Unidos, essa prática foi adotada desde os anos 1980, e hoje a análise é de que a experiência não deu certo.” Neste ano, o governo norte-americano anunciou que deixará de utilizar prisões privadas para abrigar presos que estão sob custódia federal.

Por enquanto, o complexo penal de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, é a primeira experiência de privatização no Brasil. Construído por um consórcio composto de cinco empresas, o presídio começou a funcionar em 2013, com capacidade máxima projetada para 3.336 detentos. O “modelo de negócio” da empresa-cadeia depende do dinheiro estatal: no contrato, o Estado repassa ao consórcio R$ 2,7 mil por preso mensalmente. Há uma cláusula que prevê a obrigatoriedade de o local contar com, no mínimo, 90% de ocupação.

O PONTAPÉ INICIAL
O complexo penal de Ribeirão das Neves é o primeiro do país a adotar o modelo privatizado

São 5 prisões
Capacidade prisional 3.336 vagas

Um consórcio formado por construtoras é responsável pela gestão do presídio

LUZ NO FIM DO CÁRCERE
Para diminuir a reincidência criminal, é necessária a garantia de direitos dentro e fora das prisões

MERCADO DE TRABALHO
Apesar de ser uma garantia da constituição, apenas 20% dos presos trabalham

Além da prisão, algumas penas preveem ao condenado o pagamento de uma multa, que pode ser quitada após a saída da cadeia. O problema é que apenas uma pequena parcela da população carcerária conta com garantias de trabalho. O salário também não é dos melhores: mais de 37% dos presos recebem menos de três quartos do salário mínimo e 38% deles nem sequer são remunerados. “O Estado dificilmente garante o trabalho ao preso e, como ele não tem renda, não consegue pagar a multa”, afirma o professor Gustavo Junqueira, da Damásio Educacional.

O TRABALHO NA PRISÃO
A maior parte dos presos realiza atividades dentro das próprias cadeias.
Hay que endurecer? Na verdade, não
A proposta do Ministério da Justiça de aumentar o tempo de reclusão para algumas penas é apoiada pela sociedade, mas não tem respaldo entre os especialistas de segurança pública. “Essa medida apenas reforça o controle das facções sobre o sistema, que já está superlotado”, diz o professor Rodrigo Azevedo, da PUC-RS.
Pela restauração e diminuição das prisões
Para além da punição, a justiça restaurativa é uma medida em que se busca a reparação do dano produzido pelo crime com mecanismos de conciliação garantidos pelo Estado. “Busca se criar um ambiente seguro para que as partes cheguem a uma conciliação”, diz o professor Edson Baldan, da PUC-SP.
O dinheiro é pouco e investimentos são necessários
Em 2014, o Fundo Penitenciário Nacional arrecadou R$ 459 milhões para realização de investimentos. O dinheiro é insuficiente para arcar com os custos do dia a dia das prisões: em uma penitenciária estadual, o custo mensal de um preso é estimado entre R$ 1,3 mil e R$ 1,7 mil.

A CONDENAÇÃO NÃO TEM FIM
Preconceito do “cidadão de bem” alimenta a alta reincidência criminal

Pesquisa divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirma que um de cada quatro ex-detentos volta a ser condenado em um prazo de cinco anos. Mais do que discutir o caráter do criminoso, é necessário entender o motivo da reincidência. “Quem contratará um egresso do sistema prisional? Quem gostaria de ter um ex-detento ao seu lado na sala de aula?”, questiona a pesquisadora Maíra Cardoso Zapatar. “Precisamos desfazer a imagem de que o preso é um monstro social: enquanto não se resolver isso, essas pessoas serão reabsorvidas pelo crime.”

DE VOLTA À CADEIA
Elaborado com base na análise de 817 processos em cinco estados,
A punição resolve? Sistema prisional em debate
A ideia sobre o papel das prisões como lugar de “ressocialização” dos detentos tem de ser repensada. “Ninguém cumpre a pena de forma neutra. Os presos sairão do sistema carcerário melhores ou piores? Isso depende de como eles serão tratados”, afirma o professor Gustavo Junqueira. “Se o sistema os trata com violência, obviamente sabemos qual será o resultado disso.”

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Curiosidades – O Boneco Vodu


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Religião – Vodu
Surgimento – Século 17, Haiti
Onde é mais praticada – Caribe e EUA
Praticantes – 10 milhões

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Muitas civilizações antigas, como a grega, a egípcia e a babilônia, tinham estátuas e bonecos para uso cerimonial. O caso do vodu é um pouco diferente: o objeto não representa um deus ou um ser. Ele serve como amuleto para atrair sorte, dinheiro, emprego, saúde ou amor. Existem muitas maneiras de fazer o boneco, mas a original, a preferida da religião que surgiu no Haiti (e é uma espécie de prima do nosso candomblé), segue seis passos básicos.
1- SELEÇÃO DO MATERIAL
Para o recheio, o fiel pode optar por um amontoado de penas, chumaços de algodão, pedaços de tecido ou até papel amassado. Para a roupa, ele escolhe entre papel, folhas de árvore, pedaços de tecido, palha, saco de batata e cascas de milho. Por fim, a definição da cor é importante: ela ajuda a definir o objetivo do amuleto

2- ESQUELETO
Devido à influência do cristianismo, o boneco é construído sobre uma cruz. Dois gravetos ou pedaços de lápis, cruzados e colados, formam a estrutura básica. Para o amuleto funcionar, é importante que a pessoa esteja concentrada. Para isso, o ideal é encontrar um lugar tranquilo, sem TV, computador nem celular por perto

3- ENTRANHAS
O recheio deve cobrir o esqueleto. Basta passar cola sobre a estrutura e grudar o material. Se o objetivo for atrair alguém para um relacionamento, o fiel costuma usar pedaços da roupa da pessoa no recheio. O mais comum é pedir algo para si, não para fazer mal aos outros. Mais ou menos como fazer promessa a um santo

4- COBERTURA
A forma mais simples de vestir o boneco é formar uma espécie de saco de tecido macio, amarrado nas extremidades. Por motivos religiosos, um tecido rústico é mais adequado, pois é mais fiel às origens. Nesse caso, ele precisa ser recortado e colado para formar uma bata. O tamanho da roupa precisa deixar para fora cabeça, mãos e pés

5- DECORAÇÃO
Os acessórios são fundamentais para a magia funcionar, como colar uma foto da pessoa amada no rosto do boneco. Se o pedido for pessoal, a imagem pode ser mais figurativa. Por exemplo, quem quer dinheiro coloca uma moeda no rosto. Vale usar tinta, glitter, botões… E cada cor tem um significado diferente

6- ATIVAÇÃO
O ritual de preparo termina com cânticos. Só então chega a hora dos alfinetes, que são fincados para reforçar o pedido. Quando a figura está pronta, é hora de guardá-la em uma estante, em um local alto e discreto. Junto dela, o fiel pode colocar velas da mesma cor. E tem que realizar orações todo os dias

UMA ÚLTIMA CURIOSIDADE: A versão mais famosa do boneco foi bolada por lojistas dos EUA, para quem preferir comprá-lo já pronto

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A vitamina C combate o câncer. Saiba Como.


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Vitamina C mata células cancerígenas. Isso já havia sido provado em testes de laboratório, com células in vitro, e em ratos. O problema é que, quando a coisa chegava ao ser humano, não importa quantos litros de suco de acerola alguém tomasse, a vitamina C não surtia efeito nenhum.
Um grupo de cientistas da Universidade de Iowa (EUA) acredita ter matado a charada de duas formas. Primeiro, o problema com outras pesquisas é que a vitamina C era administrada oralmente – como o corpo procura regular a quantidade dela no sangue, então, não importa o quanto você tome, a maioria acaba sendo expelida. Para driblar isso, os cientistas aplicam a vitamina C por via intravenosa e conseguem atingir concentrações de 100 a 500 vezes maiores que a normal.
O segundo avanço: uma dose cavalar de vitamina C mata o câncer, mas não as células normais – além disso, overdose de vitamina C não detona o corpo, ao contrário de outras vitaminas que podem ser tóxicas e até letais em excesso.
E tem uma surpresa também: segundo o grupo, o efeito “matador” das células cancerosas não vem da vitamina C, mas de outra substância, produzida quando ela começa a se decompor no sangue: peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água oxigenada. Embora ela seja vendida na farmácia sem receita, é uma substância corrosiva, capaz de até mesmo queimar a pele e matar uma pessoa se injetada. O surpreendente é que, quando produzida pela decomposição da vitamina C no sangue, a água oxigenada não agride células saudáveis e destrói as cancerígenas.
O segredo está na enzima catalase, que serve como escudo celular contra a água oxigenada, e é produzida em quantidade muito baixa pelas células cancerígenas. “Por isso, elas são muito menos eficientes em remover o peróxido de hidrogênio que as células normais”, afirma o oncologista Garry Buettner, condutor do estudo. “Assim, são muito mais susceptíveis ao dano e morte diante de uma grande quantidade da substância”.
A Universidade de Iowa atualmente está testando a vitamina C combinada com quimioterapia e radioterapia em cânceres de pulmão e pâncreas. A próxima fase da pesquisa é começar a medir o nível de catalase em diferentes tipos de câncer. Quanto menor, mais eficiente será tratá-los com vitamina C.

Solidão pode ser veneno para a saúde de idosos, dizem estudos


Os anos vão passando e os idosos vão a funerais demais. Amizades mantidas por décadas acabam à medida que companheiros e confidentes se aposentam, se mudam de cidade ou adoecem.
Mas até mesmo em idades avançadas, novos relacionamentos podem ser criados e fortalecidos. O filho de Sylvia Frank, que se mudou para uma residência de vida independente em Lower Manhattan em 2014, vivia repetindo que a prima de uma colega, Judy Sanderoff, iria se mudar para a mesma instituição. Ambas entraram em contato.
Agora, Sylvia, 91, e Judy, de 96, tomam café da manhã juntas praticamente todos os dias; jantam uma com a outra ou com outros amigos muitas vezes por semana. Judy passou o Dia de Ação de Graças com a família de Sylvia no Brooklyn.
Tenho conversado com idosos que fizeram amigos já em idade avançada. Embora sofram com as perdas, são gratos pela capacidade de encontrar amizade, valores e interesses compartilhados, compreensão e confiança.
“A necessidade que tivemos a vida toda -pessoas que nos conheçam, nos valorizem e nos tragam felicidade- nunca vai embora”, afirma Barbara Moscowitz, assistente social geriátrica sênior do Hospital Geral de Massachusetts.
A forma como priorizamos as amizades pode mudar. Laura Carstensen, psicóloga da Universidade de Stanford, desenvolveu uma teoria chamada “seletividade socioemocional”: à medida que as pessoas sentem que não têm muito mais tempo pela frente, desenvolvem relacionamentos superficiais para se concentrar naqueles que consideram mais significativos.
Inúmeras pesquisas recentes destacam a importância desses laços. O isolamento social e a solidão podem ter um impacto fortíssimo nos idosos, tanto psicológica, quanto fisicamente.
Podemos entender os riscos do isolamento e de uma vida solitária. “Por inúmeras razões, ninguém se preocupa com as necessidades diárias do indivíduo –alimento, medicação, consultas médicas. A geladeira está vazia, mas não há ninguém para quem telefonar. As pessoas se sentem desesperadas e humilhadas”.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, acompanharam 1.600 participantes (com média de idade de 71 anos) e revelaram que os mais solitários eram os que tinham maior dificuldade de executar atividades do dia a dia.
Mesmo quando o estudo levou em conta fatores socioeconômicos e de saúde, os solitários exibiam uma taxa de mortalidade mais elevada: quase 23% deles morreram em um intervalo de seis anos, comparados com 14% dos que não eram solitários.
Com fortes evidências da importância da amizade para salvar vidas e promover a saúde, assistentes sociais e pesquisadores afirmam que devemos prestar mais atenção em seu papel. Diretores de atividade, funcionários de centros de idosos e cuidadores: existem formas melhores de ajudar os idosos a manterem contato com amigos, ou conhecer novas pessoas? Todos estamos dispostos a levar parentes a consultas com o médico; levá-los para passar tempo com amigos é igualmente importante.

Mega Sampa – O Restaurante Terraço Itália


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Folha e ☻ Mega

Fetiche, restaurante Terraço Itália está mais para uma atração turística

Aliado ao fato de São Paulo parecer menos selvagem quando observada de 41 andares acima, isso explica a recomendação de 20 dias de antecedência para se conseguir uma reserva para jantar. Aliás, é a única explicação.
Com preço em torno de R$ 100 por pratos apenas médios, carta de vinhos leonina e serviço ineficiente, o Terraço Itália é atração turística antes de restaurante.
Entendido assim, o local se torna algo divertido, com a duvidosa sofisticação do ambiente, clientes em figurinos fora de contexto, como se tudo não passasse de uma tentativa coletiva e esquisita de reviver os decadentes anos 1970 de um modo que eles não aconteceram.
Se o intuito for esse mesmo, a sugestão é começar e, por que não, terminar a noite no bar. Um andar acima do restaurante e com acesso apenas por escada, gera uma sensação curiosa à primeira vista —que às vezes dura, pois há fila para entrar.
Um trio tocando estandartes, balcão baixo, cadeiras e sofás parecem navegar sobre a cidade que se mostra pelas paredes inteiras de vidro.
Sim, soa como um clichê, mas é exatamente disso que se trata.
Edifício Itália. Av. Ipiranga, 344, 41º e 42º andar, República, região central, tel. 2189-2929. 400 lugares. Restaurante: seg. a qui.: 12h às 24h. Sex. e sáb.: 12h à 1h. Dom.: 12h às 23h. Bar: seg. a qui.: 15h às 24h. Sex.: 15h à 1h. Sáb.: 12h à 1h. Dom.: 12h às 23h. Couv. art.: R$ 35 e R$ 47 (no bar). Valet (R$ 25).
MELHOR RESTAURANTE A QUE O PÚBLICO JÁ FOI (DATAFOLHA)

A visão da cidade é espetacular! E um famoso comercial da década de 70 com a música São Paulo de Chic como tema reforçaram os ares de requinte dessa lendária casa.

Frase de um cliente assíduo do Terraço:
O salão é todo envidraçado e a vista é espetacular!

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