10.879 – Neurologia – Sofre com lapsos de memória? Então previna-se contra o AVC


MEDICINA simbolo

Um dos possíveis danos deixados pelo acidente vascular cerebral (AVC) são problemas de memória. Agora, pesquisadores sugerem que o efeito contrário também pode acontecer: lapsos de memória podem indicar que o indivíduo possui um risco alto de sofrer um derrame.
A conclusão faz parte de um estudo feito na Universidade de Roterdã, na Holanda, e publicado na revista científica Stroke. A pesquisa se baseou nos dados de 9 152 pessoas com mais de 55 anos que foram submetidas a testes de memória e de saúde mental entre os anos de 1990 e 1993 e novamente entre 2000 e 2001.
Desde o início do estudo e até 2012, houve 1 134 casos de AVC entre os participantes. Os pesquisadores observaram uma relação entre queixas de problemas de memória e probabilidade mais elevada de derrame nos anos seguintes. Surpreendentemente, o maior risco, de 38%, foi observado entre pessoas com os maiores níveis de escolaridade.
A hipertensão é a principal desencadeadora do AVC, isquêmico ou hemorrágico. Ela pode causar lesões nas paredes internas das artérias, tornando-as menos elásticas e mais predispostas a entupimento e endurecimento. “O tratamento da hipertensão, feito por meio de medicamentos, dieta e prática de atividade física, diminui em 90% o risco de um derrame em hipertensos”, afirma Adriana Conforto, neurologista chefe do Grupo de Doenças Cerebrovasculares do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Segundo ela, um estudo feito no Hospital das Clínicas de São Paulo mostrou que 80,5% dos pacientes admitidos por AVC isquêmico no pronto-socorro apresentavam antecedente de hipertensão arterial.
A obesidade e o sobrepeso podem desencadear hipertensão e diabetes, fatores de risco do AVC. “Quem está acima do peso tem maior probabilidade de sofrer um derrame”, diz Antonio Cezar Galvão, neurologista do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
O cálculo do índice de massa corpórea (IMC), medida que relaciona altura, peso e nível de gordura, ajuda a determinar se o indivíduo está com o peso ideal.

10.878 – Falta pouco para terminar Frank, homem biônico do século XXI


homem-bionico-biotecnologia

Apresentamos a você o Frankenstein do século XXI. Como se fosse uma “pessoa sem corpo” que foi recebendo órgãos artificiais capazes de funcionar em um corpo humano, este robô tem um organismo quase completo – ao vê-lo sobre a mesa de operações, seus criadores decidiram abandonar seu nome inicial (Rex, por causa de “robotic exoeskeleton”) e rebatizá-lo simplesmente de Frank, em homenagem à aterrorizante e premonitória ficção de Mary Shelley. Agora, Frank é uma prova da quantidade de partes do corpo humano que podem ser substituídas por implantes ou próteses biônicas.
Filho da globalização, suas partes vêm de todos os pontos cardeais: na Grã-Bretanha, Nova Zelândia, Califórnia e Alemanha, por exemplo, foram desenvolvidos suas pernas, braços, traqueia, rins e seu coração, que bombeia sangue artificial. E ao contrário de seu predecessor fictício – o monstro criado pelo melancólico Dr. Frankenstein –, Frank não deverá causar medo, mas, sim, esperança. É por esse motivo que sua criação foi mostrada em um documentário chamado “Como Construir um Homem Biônico”, dirigido pelo psicólogo social Bertolt Mayer, cujo rosto foi copiado e utilizado em Frank.
Conforme foi dito, o homem biônico ainda não está completo: faltam a ele um aparelho digestivo e um cérebro e, por conseguinte, a ligação de cada uma de suas partes com essa central de operações. Além da boa notícia que significa a possibilidade de criar um corpo quase inteiro de maneira artificial, para a ciência médica, a existência de Frank traz de volta todos os debates sobre o trans-humanismo, que se tornarão mais profundos e urgentes de acordo com os avanços tecnológicos. O que vai acontecer com a nossa espécie quando algumas pessoas puderem decidir “melhorar a si mesmas”, trocando seus órgãos naturais por outros artificiais e mais eficazes?