A Muralha da China



A Muralha da China ou Grande Muralha é uma construção que tem 21.196 quilômetros de comprimento. Tem a altura de 8 metros e mede 4 metros de largura.
Ela começa na província de Gansu e termina no Golfo de Bohai.
Tendo em conta a sua grandiosidade arquitetônica e sua história, é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Por esse motivo, é uma das principais atrações turísticas da China, recebendo mais de 4 milhões de visitas por ano.
A Muralha da China é tão extensa que pode aparecer em imagens de radar tiradas em órbita terrestre baixa. Mas, ao contrário do que já foi divulgado por muitos, ela não pode ser vista da Lua.
A Grande Muralha atravessa vales e montanhas ao longo de 11 províncias do país e das regiões autônomas da Mongólia Interior e da Nacionalidade Hui de Ningxia.
A Muralha da China foi construída para consolidar o império de Qin Shihuang. Antes de ter ganhado o controle da China, os estados chineses tinham cada qual sua muralha.
Para mostrar que a China era uma só, o primeiro imperador chinês – Qin Shihuang – ordenou a construção da Grande Muralha, a qual foi feita ao longo de quatro dinastias: Zhou (1046 a 256 a.C.), Qin (221 a 207 a.C.), Han (206 a.C. até 220 d.C.) e Ming (1368 a 1644).
Ela tinha como objetivo proteger o país dos invasores e também ocupar homens desordeiros e soldados que com o fim das guerras ficavam sem trabalho.
Cerca de 300 mil desses trabalhadores, que totalizavam mais de um milhão de homens, morreram em decorrência das condições de trabalho.
A obra somente ficou pronta há cerca de 2200 anos, ou seja, centenas de anos depois do seu início, até porque esteve parada durante algum período.
Na dinastia Han, o imperador Liu Bang utilizou a construção não só como proteção militar, mas também para regular o comércio da seda.
Ao longo das dinastias, a construção foi reparada, mas nenhum esforço de manutenção foi tão forte até 1980.
Apesar disso, a Grande Muralha está em deterioração. Isso porque é feita uma má restauração da sua construção cujos materiais utilizados variam conforme a sua localização. Pode-se dizer que parte dela é feita de blocos de pedras, taipas e tijolos.
Outro fator que propicia a sua ruína é a depredação e o roubo de tijolos. Segundo estudiosos, cerca de 14 mil quilômetros podem estar em risco.
A muralha liga quase mil fortes. Por isso, ao longo dela existem janelas e troneiras (espaços onde são colocadas bocas de canhão). Há, ainda, plataformas que serviam para atacar inimigos e torres de almenara a partir das quais eram feitas as comunicações entre os militares.

História do Muro de Berlim



Foi construído em 13 de agosto de 1961 e derrubado 28 anos depois, em 9 de novembro de 1989.
O muro dividiu a cidade de Berlim em duas, a fim de evitar a emigração da população de Berlim Oriental para o lado Ocidental.
Desta maneira, entre 1961 e 1989, a cidade ficou dividida em duas zonas distintas: Berlim Ocidental e Berlim Oriental.
Para compreender a existência do Muro de Berlim precisamos lembrar do contexto da Guerra Fria (1945-1991). Esta foi uma disputa geopolítica iniciada ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) entre os Estados Unidos (liderando o bloco capitalista) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (à frente do bloco socialista).
Ao término da Segunda Guerra Mundial, os principais vencedores – Inglaterra, Estados Unidos, França e União Soviética – ocuparam a Alemanha derrotada. Na cidade de Berlim se via esta situação com mais claridade, pois as três nações também se apropriaram de Berlim.
Os três primeiros países possuíam o mesmo alinhamento político-econômico, ou seja, o capitalismo. Assim, criaram a zona “tripartida”, algo que não agradou a Stalin, pois deixava ameaçado o território ocupado pela URSS.
Em 1948, Stalin decreta o “Bloqueio de Berlim”, um cerco “pacífico” que impedia a chegada de suprimentos à Alemanha Ocidental, pela terra e pelos rios. A resposta dos Estados Unidos e da Inglaterra foi utilizar aviões para garantir o abastecimento e o transporte.
O cerco foi interrompido em 13 de maio de 1949 e os Aliados permaneceram em Berlim. Igualmente, no dia 23 do mesmo mês, criam a República Federal Alemã (Alemanha Ocidental), impedindo que Stalin se apoderasse de todo território alemão.
Por sua parte, a URSS decreta a criação da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) em 7 de outubro de 1949.
Berlim e o Muro
Se a Alemanha sofreu todo com esta divisão, para a cidade Berlim foi pior. A antiga capital estava em pleno território ocupado pelos soviéticos e foi cortada – literalmente – em duas.
O Muro media tinha cerca de 155 km de comprimento, cruzava 24 quilômetros de rios e 30 quilômetros de bosques. Interrompeu o trajeto de oito linhas de trens urbanos, quatro de metrô e cortou 193 ruas e avenidas.
Estava defendido por grades com alarmes, cercas elétricas e arames farpados, pontilhado por mais de 300 torres de observação, patrulhadas por cães de guarda e soldados bem armados. Estes, tinham ordem de atirar para matar, em qualquer pessoas que tentasse atravessá-lo.
Algumas construções sofreram diretamente as consequências da construção como a Igreja da Reconciliação, de 1894, que ficou restrita aos moradores do lado comunista. Na década de 80, com o objetivo de criar uma área junto ao muro (que ficou conhecida como zona da morte), o governo da RDA optou por sua demolição, em 1985.
Outro lugar dilacerado foi o Cemitério Sophien que passou a ser acessível somente aos berlinenses orientais. Sua área foi cortada e vários corpos não foram retirados adequadamente.
Porém, uma rua se tornou o símbolo desta divisão: a “Bernauer Strasse” (rua Bernauer). Com 1,4 km de extensão, o Muro ocupou quase toda sua área e os edifícios contíguos tiveram suas janelas emparedadas.
Ali, se produziu a primeira vítima mortal que tentou escapar de Berlim Oriental, em 22 de agosto de 1961, quando uma moradora saltou do terceiro andar e veio a falecer com a queda.

Fugas pelo Muro de Berlim
Estima-se que 118 pessoas tenham morrido arriscando cruzar o Muro. Outras 112 foram alvejadas ou despencaram das alturas, mas sobreviveram e foram presas juntas com cerca de 70 mil pessoas acusadas de traição por tentar fugir da República Democrática Alemã.
No entanto, 5.075 pessoas conseguiram superar todas essas barreiras e alcançar a Alemanha Ocidental.
As fugas da porção oriental para a ocidental eram corriqueiras antes de 1960 e cerca de 2 mil pessoas evadiam-na diariamente, em busca de melhores condições de vida no lado capitalista.
Construção
Em 1961, a fim de evitar mais fugas, Walter Ulbricht (1893-1973), Secretário Geral do Partido Comunista da República Democrática Alemã, decreta um novo bloqueio ao livre trânsito das forças armadas nos dois lados na cidade de Berlim.
Assim, em 13 de agosto de 1961, é iniciada a construção de um grande muro que se tornaria o símbolo máximo da Guerra Fria.
Já no plano cotidiano, milhares de famílias se viram afetadas, pois muitos parentes e amigos ficaram de lados opostos e sem possibilidade de encontrarem-se.
No dia 27 de outubro de 1961, devido a um incidente, tanques dos EUA chegaram a enfrentar tanques soviéticos, no posto fronteiriço CheckPoint Charlie. Felizmente, ninguém disparou e a situação foi resolvida pela via diplomática.
Queda do Muro de Berlim
A história do Muro de Berlim segue em paralelo com o Guerra Fria.
Em 1963, o presidente americano Jonh Kennedy, de visita a Berlim, faz um discurso memorável solidarizando-se com Berlim Ocidental, onde se declara que era um berlinês. Porém, as duas Alemanhas só reatariam os laços diplomáticos dez anos depois, ao mesmo tempo que URSS e Estados Unidos tentavam diminuir a tensão da Guerra Fria.
Tanto a URSS quanto seus sócios do bloco comunista passavam por uma crise econômica e política. Por isso, usavam estratégias de abertura para oxigenar seus regimes.
Em 1987 foi a vez do presidente americano Ronald Reagan desafiar a Mikhail Gorbachev a derrubar o Muro. Enquanto isso, Gorbachev preparava a abertura paulatina da União Soviética ao mundo.
Na mesma época, são registradas várias manifestações por mais liberdade em ambos os lados da fronteira alemã. Numa declaração transmitida pelas televisões, os políticos da Alemanha Oriental anunciam a abertura da fronteira.
No próprio bloco da Europa Oriental, vários países realizavam tímidas reformas. Em 1989, por exemplo, o governo da Hungria abre suas fronteiras, permitindo aos alemães alcançarem, em massa, a Alemanha Ocidental.
Como não disseram nenhuma data em concreto, uma multidão de berlinenses se dirigiu ao Muro no dia 9 de novembro de 1989, e começou a derrubá-lo com suas próprias ferramentas. Apesar de todo esse esforço, o Muro só foi realmente destruído por escavadeiras.
Até hoje parte do Muro de Berlim foi mantido na capital alemã. Parte dele virou um mural de pinturas para artistas consagrados internacionalmente, enquanto outras servem como monumentos para que nunca mais se esqueça esta terrível construção.
Por fim, Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental se unificam em 3 de outubro de 1990, onze meses após a Queda do Muro de Berlim.

As Sete Maravilhas do Mundo Moderno



Representam os monumentos mais importantes da modernidade segundo sua história e arquitetura.
Escolhidos por meio de pesquisa aberta e divulgados no dia 07 de julho de 2007, eles foram apresentados numa cerimônia no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal. Uma das sete maravilhas do mundo moderno está no Brasil: O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Coliseu de Roma (Itália)
Localizado na capital italiana, Roma, o Coliseu (ou Anfiteatro Flaviano) é o maior anfiteatro do mundo com 45 metros de altura e que abrigava cerca de 50 mil pessoas.
Esse monumento arquitetônico cilíndrico foi construído na Antiguidade (cerca de 70 d.C.) sendo um dos símbolos mais emblemáticos do Império Romano.
O local era utilizado para grandes espetáculos com animais selvagens e nas lutas entre gladiadores. Atualmente, é um dos locais mais visitados da Itália, sendo possível encontrar parte de sua estrutura.
Chichén Itzá (México)
Localizada na península de Yucatán, a cidade arqueológica (ou Cidade Templo) foi a capital da civilização maia, fundada aproximadamente em 450 a.C.. Importante centro político e econômico dos maias, ela foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1988.
A Chichén Itzá é formada pela pirâmide de Kukulkan (El Castillo), o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas e o Campo de Jogos dos Prisioneiros. Atualmente é um dos locais mais visitados no México.

Machu Picchu (Peru)
Construída no século XV, o Machu Picchu está localizado a 2400 metros de altitude, no cume de uma das montanhas da Cordilheira dos Andes, próximo a Cusco, no Peru.
Considerada patrimônio mundial pela Unesco, o Machu Picchu representa o local onde floresceu parte da civilização Inca e por isso, é também chamado de “cidade perdida dos Incas”.
Foi construída majoritariamente em pedra e está bem conservada até os dias atuais, uma vez que os espanhóis quando conquistaram parte da América do Sul, não encontraram o local, que foi redescoberto por um professor estadunidense (Hiram Bingham) em 1911. Atualmente é um dos locais mais visitados do Peru.
Cristo Redentor
Localizado no Morro do Corcovado, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, o monumento de Jesus Cristo é um dos ícones mais importantes do país, sendo um cartão postal da cidade maravilhosa.
Construído de concreto e pedra-sabão, o Cristo Redentor está localizado a 709 metros acima do nível do mar. Foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931 (Dia de Nossa Senhora da Aparecida) e possui 38 metros de altura e 28 metros de largura.
Localizado no Parque Nacional da Tijuca, o Cristo de braços abertos representa um grande símbolo do cristianismo, sendo um dos locais mais visitados do país.
Muralha da China (China)
Grande construção em pedra, granito e tijolo, a Muralha da China (ou Grande Muralha) foi construída entre os séculos III a.C. e XVII d.C., e possui cerca de 20 mil quilômetros e 7 metros de altura.
Foi erguida a mando do Imperador Chinês Qin Shihuang e tinha como principal função a proteção militar. Foi construída durante diversas dinastias da China Imperial. Atualmente é uma das maiores atrações turísticas da China.

As Ruínas de Petra (Jordânia)
Situada na Jordânia, no Oriente Médio, as ruínas de petra representam um cidade histórica e arqueológica que foi construída cerca de 300 a.C., sendo esculpida nos penhascos de arenito núbio.
As ruínas de Petra estão incluídas na categoria de Patrimônio Mundial da UNESCO, desde 1985. O local representa o que restou da ocupação de diversas civilizações (edomitas, nabateus, árabes, romanos, bizantinos) que floresceram durante a antiguidade. Foi parcialmente destruída por terremotos que ocorreram na região cerca de 550 d.C..
Taj Mahal (Índia)
O Taj Mahal é uma das construções mais famosas da Índia, eleita patrimônio mundial pela Unesco. Localizado em Agra, o suntuoso mausoléu foi construído em mármore branco em meados do século XVII a mando do imperador Shan Jahan, em homenagem a morte de sua mulher Aryumand Banu Begam que morreu ao dar à luz ao 14° filho.
É considerado uma das maiores provas de amor do mundo e atrai milhões de visitantes todos os anos. Estima-se que foi erguido com a força de 22 mil homens. Além do mármore, o Taj Mahal é composto por diversas pedras preciosas.

Biologia – Os Cetáceos



Os cetáceos são animais de vida aquática (maioria de água salgada) e mamíferos, pertencentes ao Filo Chordata. São conhecidas, atualmente, 85 espécies de cetáceos. Os mais conhecidos são os golfinhos e as baleias.
Origem da palavra: A palavra tem origem no grego, sendo que kētos (cetus) significa baleia ou monstro marinho.
Características gerais dos cetáceos:

  • Corpo muito parecido com o dos peixes.
  • Membros da frente modificados em barbatanas.
  • Não possuem membros traseiros.
  • A barbatana da cauda possui posição horizontal.
  • Os cetáceos são sociáveis e vivem em grupos.
  • O formato do corpo possibilita aos cetáceos grande habilidade para nadar. São rápidos, podendo chegar entre 30 e 40 quilômetros por hora. Conseguem também mergulhar em profundidades grandes. Conseguem também saltar acima da água (entre 2 e 4 metros).
  • São inteligentes e algumas espécies, como os golfinhos, por exemplo, são brincalhonas.
  • Vivem entre 25 e 30 anos.
  • A alimentação dos cetáceos consiste, principalmente, de peixes e lulas.
  • Possuem apurado sentido de ecolocalização (biosonar), através da emissão de ondas ultrassônicas na água.
  • Possuem uma camada de gordura, que funciona como isolante térmico.
    Famílias de cetáceos:
  • Família Balaenidae
  • Família Balaenopteridae
  • Família Delphinidae
  • Família Eschrichtiidae
  • Família Hyperoodontidae
  • Família Iniidae
  • Família Kogiidae
  • Família Monodontidae
  • Família Neobalaenidae
  • Família Phocoenidae
  • Família Physeteridae
  • Família Platanistidae
    Exemplos de cetáceos:
  • Baleia-azul
  • Baleia-branca
  • Baleia-bicuda
  • Baleia-jubarte
  • Orca
  • Golfinhos ou delfins
  • Baleia cinzenta
  • Cachalote
  • Inia
  • Narval (baleia dentada)
    Classificação científica: Reino: Animalia
    Filo: Chordata
    Classe: Mammalia
    Infraclasse: Placentalia
    Ordem: Artiodactyla
    Subordem: Whippomorpha
    Infraordem: Cetacea

Curiosidade biológica:

  • A Cetologia é o ramo da Zoologia que estuda o comportamento, o corpo e a vida dos cetáceos.

Mega Curiosidades – Tempo de Gestação dos Mamíferos



O tempo de gestação dos mamíferos vária de espécie para espécie. Ela dura o necessário para o feto se desenvolver até o momento de estar preparado para o nascimento. Segue abaixo, como exemplo, o tempo médio de gestação (período gestacional) de várias espécies de mamíferos.
Espécie e tempo médio de gestação
Homem – 270 dias (9 meses)
Baleia – de 365 a 545 dias
Cabra – 150 dias
Cachorro – 63 dias
Camelo – 405 dias
Cavalo – 330 dias
Coelho – 30 dias
Elefante Indiano – 625 dias
Gato – 63 dias
Girafa – 425 dias
Hipopótamo – 240 dias
Leão – 100 dias
Leopardo – 97 dias
Lobo – 63 dias
Macaco – 165 dias
Porco – 111 dias
Raposa – 52 dias
Rato – 19 dias
Rinoceronte – 561 dias
Tigre – 105 dias
Urso-polar – 240 dias
Vaca – 285 dias
Veado – 200 dias
Zebra – 365 dias

Consciência Animal – Os Animais tem Consciência?



Um grupo de cientistas reunidos na Universidade de Cambridge proclamou que humanos não são os únicos seres conscientes. “Animais não-humanos como mamíferos e aves, e vários outros, incluindo o polvo, também possuem as faculdades neurológicas que geram consciência”, declarou o grupo, na chamada Declaração de Cambridge. Nós realmente precisávamos de um anúncio para definir algo tão óbvio?
Todo mundo sabe que os animais têm consciência. Eles percebem e entendem seu entorno. E muitos, entre eles golfinhos, elefantes e alguns pássaros, são inclusive auto conscientes. Eles possuem um certo senso de si. Ok, pode ser que um cachorro não saiba quem é do mesmo jeito que eu e você sabemos quem somos. Mas o ponto é: mesmo que não saibam quem são, eles têm consciência de sua própria dor. É errado fazer um animal sofrer só porque ele pode não saber quem é.
Os pesquisadores descobriram mais do que isso. Sabemos, por exemplo, que ratos e galinhas sentem empatia. Eles conseguem se colocar no lugar dos bichos ao redor e sentem pena ao vê-los sofrer. Elefantes vivenciam alegria, luto e depressão. Lamentam a perda dos amigos, assim como os cães, chimpanzés e raposas vermelhas. Os polvos foram protegidos de pesquisas invasivas no Reino Unido bem antes dos chimpanzés, pois os cientistas já haviam reconhecido que eles são conscientes e sentem dor. Hoje muita gente ainda não quer admitir esses fatos científicos, pois terão de mudar a forma como tratam os animais. Na verdade, temos de tratar todos os animais da mesma forma, com compaixão e empatia – sejam eles os “animais humanos” como nós, sejam todas as outras espécies.
Não estou falando apenas dos abatedouros – embora seja óbvio que, se houvessem mais vegetarianos no mundo, menos animais sofreriam. Estima-se que 25 milhões de ratos, pássaros, peixes e outros animais sejam usados todo ano em experimentos de laboratório. Muitos passam por um sofrimento terrível durante os testes e a maioria sofre “eutanásia” – são mortos – depois. As pessoas justificam atitudes assim dizendo que vão ajudar os humanos. No entanto, mais de 90% das drogas que funcionam em animais não têm o mesmo efeito em nós. Menos de 10% delas nos ajudam de fato. Além disso, já existem formas de pesquisa que não maltratam os animais. Em lugar de gotejar xampu nos olhos de coelhos imobilizados, por exemplo, podemos usar modelos de computador para simular a ação do produto sem dano algum. Portanto, não se trata apenas de um desperdício de animais; é um desperdício de tempo e dinheiro que poderiam ser investidos em outras alternativas.
Por isso, concluí que devemos aplaudir a Declaração de Cambridge. Ela não traz nada de novo, mas mostra que cientistas famosos finalmente admitem que animais têm consciência. A declaração é mais uma prova de que devemos tratar os animais com todo o respeito. E reconhecer que eles não querem sentir dor, do mesmo jeito que nós não queremos. Seria perigoso fazer esse tipo de distinção. Todos os animais devem ser tratados como indivíduos. Ainda vai levar tempo para que isso aconteça. Mas a boa notícia é que cada vez mais pessoas aderem a essa ideia.