História – Quem Foram os Francos?



A maioria dos reinos bárbaros formados a partir da destruição do Império Romano do Ocidente teve vida curta. Saxões, visigodos, ostrogodos alamos, burgúndios e outros povos não resistiram às pressões externas e acabaram dominados ou destruídos. Apenas os francos conseguiram se estruturar e fincar raízes na Gália. Depois expandiram seus domínios sobre territórios que hoke correspondem à França, Alemanha, Bélgica, Itália e mais oito países da Europa. A palavra franco vem do alemão antigo frekkr e significa forte, ousado, corajoso. Essas eram exatamente as qualidades que Carlos Magno procurava ostentar como o maior soberano dos francos e grande guerreiro cristão. Por isso, Carlos Magno foi coroado pelo papa Leão III com o título de Imperador na tentativa de resgatar a autoridade do antigo Império Romano.
De todos os povos bárbaros germânicos, os francos merecem especial atenção, pois conseguiram estruturar um poderoso Estado de grande significação na Alta Idade Média européia. Esse Estado franco formou-se e expandiu-se sob o governo de duas dinastias:
Dinastia dos Reis Merovíngios (século V a VIII) – período da formação do reino franco, das suas primeiras expansões territoriais e da aliança estabelecida entre o rei e a Igreja Católica Romana.
Dinastia dos Reis Carolíngios (século VIII e IX) – período do apogeu dos francos, da sua máxima expansão territorial e da tentativa de se fazer ressurgir, sob o governo dos francos, a autoridade de um império universal.

Os Merovíngios
Meroveu foi líder dos francos na primeira metade do século V, chefiando seu povo na luta contra os hunos (Batalha dos Campos Catalúnicos). Por descender de Meroveu, a primeira dinastia dos reis francos é dominado merovíngia.
Em termos efetivos, o primeiro rei merovíngio foi Clovis (neto de Meroveu), que governou durante vinte nove anos (482-511). Clovis conseguiu promover a unificação dos francos, expandiu seus domínios territoriais e converteu-se ao cristianismo católico.
Depois da morte de Clovis, seus quatro filhos dividiram o reino franco, enfraquecendo-o politicamente. Somente com o rei Dagoberto (629-639) houve uma nova reunificação dos francos. Entretanto, após sua morte surgiram novas lutas internas que aceleraram o desmoronamento do poder dos reis merovíngios.
Os sucessores de Dagoberto tiveram seus poderes absorvidos por um alto funcionário da corte, o prefeito do palácio (mordomo do paço) que, na prática, desempenhava o papel do verdadeiro rei. Quando aos reis merovíngios, assumiram uma vida de prazeres e de ociosidade, o que lhe valeu o título de reis indolentes.
No final do século VII, o mordomo do paço Pepino de Herstal (679-714) tornou seu cargo hereditário. Seu sucessor, Carlos Martel (714-741), adquiriu grande prestigio e poder, principalmente depois de conseguir deter o avanço dos árabes muçulmanos em direção à Europa Ocidental.
Foi na famosa Batalha de Poitiers, em 732 que Carlos Martel venceu o emir árabe Abderramã, contando com os esforços da infantaria dos francos. Interrompendo o avanço dos muçulmanos em direção à Europa, Carlos Martel ficou conhecido como o salvador da cristandade ocidental.
Ao morrer, Carlos Martel repartiu seus domínios entre seus dois filhos: Carlomano e Pepino. Em 747 Carlomano entrou para a vida monástica, deixando para Pepino todos os poderes políticos deixados pelo pai. Em 751, Pepino destronou o último e enfraquecido rei merovíngio, Childerico III, e fundou a dinastia carolíngia.

Os Carolíngios
Pepino, o Breve, obteve o reconhecimento do papa Zacarias para o destronamento do último rei merovíngio, que se recolheu a um mosteiro. Eleito rei de todos os francos, Pepino foi abençoado solenemente pelo arcebispo Bonifácio, representante do papa.
Antes de morrer, 768, Pepino dividiu reino entre seus dois filhos: Carlos Magno e Carlomano. Porém, três anos após receber sua parte no reino (771), Carlomano morreu e Carlos Magno tornou-se soberano absoluto do reino franco. Através de diversas guerras, Carlos Magno ampliou os domínios dos francos, apoderando-se de regiões como a Soxônia, Baviera, Lombardia e quase toda a Itália. Suas conquistas trouxeram-lhe prestígio e poder.

Império Carolíngio
A Igreja católica aliou-se a Carlos Magno, pois desejava a proteção de um soberano poderoso e cristão que possibilitasse a expansão do cristianismo. Assim, no dia 25 de dezembro de 800, Carlos Magno recebeu do papa Leão III o título de imperador do Sacro Império Romano.
Foi uma cerimônia pomposa e solene, que pretendia reviver, através do novo imperador, a autoridade do Império Romano do Ocidente, desaparecido em 476 com as invasões germânicas. Desse modo, Carlos Magno foi coroado como legítimo sucessor dos grande imperadores romanos.
A princípio, o Império Bizantino não recolheu o título concedido a Carlos Magno. O imperador bizantino Miguel I exigiu, para dar seu reconhecimento, concessões territoriais da região da Dalmácia e da Ístria.

A Administração do Império
O império Franco não tinha capital fixa. Sua sede dependia do lugar onde se encontrava o imperador e sua corte. De modo geral, Carlos Magno permanecia por maior tempo na cidade de Aquisgrã (Aix-la-Chapelle).
Procurando dar uma organização mais adequada aos usos e costumes vigentes no império, Carlos Magno baixou normas escritas conhecidas como capitulares.

Condes, Marqueses e Missi-Dominici
Carlos Magno criou subdivisões administrativas, encarregando os condes, os marqueses e os missi-dominici de controlá-las.
Cabia aos condes, responsáveis pelos territórios do interior (condados), fazer cumprir as capitulares e cobrar os impostos em nome de Carlos Magno.
Aos marqueses, cabia defender e administrar os territórios situados nas fronteiras do império, isto é, as marcas.
Os missi-dominici, inspetores reais, viajavam por todo o império e tinham plenos poderes para controlar a ação dos administradores locais.

O Beneficium e os Vassalos do Rei
Durante o governo de Carlos Magno, muitas terras do império foram concedidas em beneficium a diversos nobres locais. Esses nobres tornavam-se, então, vassalos do rei, tendo para com ele dever de fidelidade. Por estarem na condição de vassalos diretos do rei, muitos desses nobres se recusavam a obedecer às instruções de autoridade administrativas, como os missi-dominici.
Essa atitude dos nobres foi um importante elemento para a formação da sociedade deudal, com fragmentação do poder nas mãos de diversos nobres senhores de terra, unidos apenas pelos laços de vassalagem.

A Renascença Carolíngia
Guerreiro audacioso, Carlos Magno dedicou-se, durante toda a vida, muito à espada do que ao cultivo do espírito, permanecendo analfabeto praticamente até a idade adulta. Entretanto, na qualidade de administrador, preocupou-se em promover o desenvolvimento cultural do Império Franco, talvez para dar legitimidade à pretendida recriação do Império Romano Ocidental.
Assessorado por intelectuais, como o monge Alcuíno, o bibliotecário Leidrade e os historiadores Paulo Diácomo e Eginardo, Carlos Magno abriu escolas e mosteiros, estimulou a tradução e a cópia de manuscritos antigos e protegeu artistas.
Assim, o período de seu governo foi marcado por significativa atividade cultural, que abrangeu os setores das letras, das artes e da educação. Trata-se da chamada renascença carolíngia, que contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da cultura da Antiguidade Clássica.

A Divisão e a Decadência do Império
Ao morrer, em 814, Carlos Magno deixou o poder imperial para seu filho Luís I, o Piedoso, No reinado de Luís I, o Império Carolíngio ainda conseguiu manter sua unidade política, mas após sua morte, em 840, o império foi disputado por seus filhos, numa desgastante guerra civil.
Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843, os filhos de Luís I firmaram a paz, estabelecendo a seguinte divisão do Império Franco:
Carlos II, o Calvo, ficou com a parte ocidental, compreendendo a região da Franca atual;
Luís, o Germânico, ficou com a parte oriental, compreendendo a região da Alemanha atual;
Lotário ficou com a prte central, compreendendo regiões que estendiam da Itália até o mar do Norte.
Em cada uma dessas regiões carolíngias foi perdendo o poder, com as sucessivas divisões internas dos reinos. Assim, a ora de unidade política realizada por Carlos Magno não conseguiu sobreviver um século depois de sua morte.
Causas da decadência: crise e invasões
O desmembramento do poder real dos monarcas carolíngios foi acompanhado pela crescente independência e autonomia da nobreza agrária. Houve forte descentralização e fragmentação do poder político, evidenciando a crise interna vivida pelo império.
Depois de um período sem invasões, a Europa cristianizada sofreu uma série de novas invasões, nos século IX e X, em três grande frentes: leste, norte e sul.
Do leste vieram os húngaros (magiares), que promoveram ataques periódicos, saqueando vilas, mosteiros e propriedades rurais.
Do norte ocorreu a invasão do vikings (escandinavos), que, vindos da Dinamarca pelo mar do Norte, lançaram-se em constantes ataques de pirataria locais do litoral europeu. Em 911, o rei franco Carlos, o Simples, cedeu a um dos chefes cikings, Rollon, o território da Normandia. Em contrapartida, Rollon tornou-se vassalo do rei franco.
Pelo sul chegaram os árabes, de religião muçulmanos, que, dominando a navegação pelo mar, Mediterrâneo, lançaram-se em sucessivos ataques de pilhagem e diversas regiões da Itália (Roma, Campânia e Lácio) e as grandes ilhas (Sicília, Córsega e Sardenha).
O renomado historiador Henri Pirenne defende a tese de que o comércio entre Europa e Oriente continuou ativo, ainda que enfraquecido, mesmo com o fim do Impéiro Romano do Ocidente. Só com o estabelecimento do domínio árabe no mar Mediterrâneo é que houve forte retração no comércio europeu-oriental:
“O fato de a expansão islâmica ter fechado o Mediterrâneo, no século VII, teve como resultado a rapidíssima decadência do comércio. No decorrer do século VIII, os mercadores desapareceram em virtude da interrupção do comércio. A vida urbana, que ainda permanecia, graças a esses mercadores, malogrou ao mesmo tempo.
Manifestou-se, então, um empobrecimento geral. O numerário de ouro, herdado dos romanos, desapareceu, sendo substituido pela moeda de prata dos carolíngios. Essa é uma prova evidente do rompimento com a economia antiga caracteristicamente mediterrânea”.
A Formação das Sociedades Feudais
O clima de insegurança e de intranqüilidade espalhado pela onde de invasões conduziu os cristãos europeus a construir vilas fortificadas e castelos cercados com grandes estacas.
Todo esse sistema defensivo criado pela iniciativa particular dos nobres de cada região demonstrava a falta de poder dos reis para organizar a defesa da sociedade como um todo. Cada um defendia-se como podia, associando-se a senhores mais poderosos, em busca de proteção. Nesse sentido, as “invasões” assinalaram uma data essencial na formação das sociedade feudais do ocidente.

A Civilização Maia



Os maias formavam uma civilização que foi desenvolvida na região conhecida como Mesoamérica e que ficava localizada na América Central, em sua maior parte, e América do Norte, apenas em parte do território em que hoje está localizado o México.
A civilização maia teve seus principais centros localizados na Guatemala e no México, mas vestígios dessa civilização também foram encontrados em El Salvador, Belize, Honduras etc. São conhecidos por serem uma civilização pré-colombiana e também uma civilização mesoamericana.
Religião
A primeira informação de relevância sobre a religião maia é que eles acreditavam em mais de um deus, portanto, eram politeístas. Eles, assim como outros povos mesoamericanos, consideravam que os seus deuses habitavam em um local chamado Tamoanchan, um paraíso mitológico.
Esse povo acreditava que os acontecimentos do mundo natural eram regidos por forças espirituais e pelo poder dos ancestrais. Além disso, pensava-se que os locais da natureza eram locais sagrados. As cavernas, por exemplo, eram enxergadas como portas para o mundo sobrenatural e eram lugares nos quais uma série de rituais eram realizados.
Dentro da religião maia, julgava-se que os sacrifícios humanos eram importantes para garantir que os deuses estivessem satisfeitos e garantissem o funcionamento do universo. Esse povo costumava sacrificar prisioneiros de guerra e pessoas que entregavam-se voluntariamente ao sacrifício. O arqueólogo Nicholas J. Saunders afirma que os governantes dessa sociedade organizavam milícias com o propósito único de aprisionar grandes guerreiros de cidades vizinhas para sacrificá-los.
Os sacrifícios aconteciam em rituais bastante violentos e as formas mais comuns de sacrifícios eram a decapitação e a retirada do coração enquanto a pessoa estivesse viva. As cerimônias religiosas dos maias também eram marcadas pelo consumo de substâncias alucinógenas. Uma das bebidas alucinógenas era o balche, composta por bebida alcoólica feita de mel, cascas de árvore e cogumelos alucinógenos|2|. Os rituais de transe, por sua vez, eram restritos à elite da sociedade.
Alguns dos deuses maias que podem ser citados são Itzamná, o deus criador do Universo; Ix Chel, a senhora do arco-íris; Kinich Ahau deus Sol, entre outros. Muitos outros deuses Hunab Ku e Chac eram entendidos como outras manifestações de Itzamná

Sociedade e cultura
Os maias possuíam uma sociedade hierarquizada, isto é, dividida em grupos sociais muito bem definidos, cada qual com funções distintas. O grupo mais numeroso da sociedade era dos camponeses, os responsáveis pela agricultura e pelo abastecimento de sua cidade. A elite era a responsável pela administração das cidades-estado e pelas funções religiosas. A autoridade máxima e topo da pirâmide social maia era o rei de cada cidade, chamado de ajaw.
Os maias enxergavam o mundo como um local que funcionava de maneira cíclica, isto é, em ciclos de fases que iriam repetir para sempre. Dentro dessa visão, possuíam um sistema duplo de calendário em que um era composto por 365 dias (chamado Haab) e outro era composto por 260 (era chamado de Tzolkin).
Acreditavam que a Terra era plana e que ela possuía quatro direções sagradas, cada qual possuindo uma cor respectiva. Utilizavam de desenhos de animais para representarem suas ideias filosóficas e outras áreas do conhecimento, como a Astronomia.
Os maias nunca formaram um império propriamente dito, como os incas e astecas, porque sua organização política era baseada na ideia de cidades estado. Ou seja, cada cidade era uma entidade administrativa independente, com autoridades próprias e fronteiras que eram estabelecidas pelos limites da própria cidade. No caso da civilização maia, a sua zona de ocupação é considerada como as regiões que estavam sob a influência maia.
As cidades estado maias praticavam o comércio entre si, mas os historiadores e arqueólogos também provaram que elas travavam guerras entre si. Essas guerras aconteciam, porque determinadas cidades sempre tentavam impor seu domínio sobre as cidades vizinhas. Ao longo da história maia, algumas cidades conseguiram impor um certo domínio regional. Entre as cidades de destaque podemos mencionar Palenque, Tikal e Calakmul. A cidade de Chichen Itzá é apontada por alguns historiadores como uma cidade de cultura mista de toltecas e maias.
Como já exposto, o rei chamado pelos maias de ajaw, era a autoridade máxima da cidade e era tido pelos súditos como uma manifestação dos deuses. O poder real era transmitido de maneira patrilinear, isto é, seguia a linhagem do pai. Apesar dessa linhagem patrilinear, o trono poderia ser ocupado por uma mulher nas seguintes situações: quando o rei nomeado não tivesse a idade suficiente ou se estivesse lutando na guerra.
Os sacrifícios humanos tinham uma importante função na política maia. As citadas milícias formadas pelo rei para aprisionar guerreiros de cidades vizinhas para sacrificá-los visavam, principalmente, a guerreiros de alto nível e a governantes. Isso porque capturar guerreiros conhecidos de outras cidades traziam grande prestígio para o rei responsável pela captura.
Decadência dos maias
A civilização maia viveu seu auge durante o período entre 250 d.C. e 900 d.C. Após esse período, os historiadores apontam que foi iniciada a decadência que levou ao desaparecimento deles. Esse período de declínio é conhecido como Período Pós-Clássico. Os motivos dessa decadência são estudados ainda pelos historiadores, que apontam atualmente como principais causas: a falta de alimentos resultante da superpopulação e do esgotamento da terra, desastres naturais, doenças, além das guerras.
Durante o enfraquecimento da civilização maia, alguns locais perderam, de maneira drástica, um grande número de habitantes. Essas pessoas mudaram-se para outros locais da Mesoamérica em busca de melhores condições para viver. Com isso, grande parte das cidades maias foram abandonadas e, quando os europeus chegaram à Mesoamérica, encontraram essas cidades total ou parcialmente vazias.

A Escrita Maia



Entre todos os sistemas de escrita existentes na Mesoamérica, segundo alguns especialistas, a escrita maia é considerada uma das mais desenvolvidas. Esse sistema de escrita, de fato, foi fruto do intercâmbio cultural estabelecido com a civilização olmeca, que anteriormente ocupou a região mexicana entre os anos de 1500 e 400 a.C.. Desprovido de um sistema alfabético, a escrita maia contava com um extenso conjunto de caracteres que representavam sons ou símbolos.
Os pesquisadores ainda não foram capazes de decifrar integralmente os códigos usados pelos maias. Somente com o auxílio de computadores é que, recentemente, cerca da metade dos caracteres foram traduzidos. Toda essa dificuldade é proveniente da falta de um padrão simplificado onde um glifo representa um único som ou letra. A escrita dos maias adota o uso de um mesmo caractere para representar dois ou mais símbolos e sons. Ao mesmo tempo, um mesmo conceito poderia ser representado por caracteres completamente diferentes.
Além de constituir uma forma de comunicação entre os maias, a escrita também tinha uma vinculação religiosa. Os maias acreditavam que a escrita era um presente dos deuses e, por isso, deveria ser ensinada a uma parcela privilegiada da população. De maneira geral, utilizavam diferentes materiais para o registro de alguma informação. Pedras, madeira, papel e cerâmica eram os materiais mais recorrentes. Além disso, os maias também fabricavam livros e códices confeccionados a partir de fibra vegetal, resina e cal.
De forma geral, os documentos maias privilegiavam o registro dos fatos cotidianos do povo. Uma importante função da escrita era o registro do tempo, pelo qual eram regulamentados os períodos de celebração religiosa. Outros escritos contavam do desenvolvimento de novos conhecimentos e rituais religiosos. Infelizmente, boa parte desse material foi perdido com o processo de dominação espanhola. O bispo Diego Landa, em 1566, esforçou-se para traduzir alguns documentos com a ajuda dos índios catequizados.
O processo de dominação espanhola tratou de incinerar a grande maioria da documentação escrita maia. Sob a aprovação da Igreja, os registros maias foram queimados por conta de sua origem pagã. Atualmente, somente três grandes obras da cultura letrada dos maias foram preservadas. São os códices de Códex Dresdensis, Tro-Cortesianus e Peresianus. Essas valiosas fontes de pesquisas se encontram separadas em museus da Alemanha, Espanha e França.

História da Destruição dos Maias



A civilização Maia, quando sofreu a invasão espanhola, já estava em decadência por diversos motivos discutidos entre historiadores. Um dos problemas que levou a degradação das cidades Maias defendido aqui é a agricultura.
Com modo de produção tributário, era necessário retirar da terra o alimento para o sustento e manutenção da classe-Estado. Tendo em vista que o solo da planície do Yucatan era pobre foi necessário aplicar uma rotatividade de plantios, para possibilitar o descanso da terra. O problema que aí encontramos foi o grande crescimento populacional.
A exigência de novas terras para cultivar, no Novo Império, provocou a crise do sistema e a guerra, como forma de estender o controle das cidades sobre um território maior. Com a guerra entre as cidades Estado a civilização Maia entrou em decadência.
Segundo alguns houve outros fatos que só pioraram a situação da população além das guerras como terremotos e pestes, mas estes fatos usados para explicar a decadência giram em torno do aqui demonstrado: a falta de terras para o cultivo. Assim a dominação espanhola foi facilitada pela decadência das cidades Maias, que já estavam abaladas.
Em 1523, quando os espanhóis chegaram à península de Yucatán, o império maia era apenas uma sombra do que fora outrora.
Os maias já se encontravam em decadência na época do embate. Mesmo assim, os europeus traziam outro trunfo nas caravelas: os cavalos. Os cavalos eram poucos, mas cobertos de arreios de guerra semeava, o terror entre o povo.
Os maias de Yucatán resistiram até 1546. Logo após, foram submetidos ao trabalho forçado, perderam gradativamente sua identidade cultural e a população primitiva foi praticamente destruída.

Aliados invisíveis
Além do poderio bélico, os conquistadores contaram com aliados inesperados: os vírus e as bactérias. Os europeus trouxeram várias cepas de doenças, como; varíola, tétano, enfermidades pulmonares, intestinais e outras.
O sistema imunológico dos nativos que sobreviveram às balas não resistiu à varíola, a primeira epidemia a parecer.
O contato com os espanhóis gerou ema epidemia de doenças infecciosas, como a varíola, o que ajudou a derrubar a resistência dos maias.

Espaço – Quantas Sondas Já Foram Enviadas A Marte?



A corrida espacial impulsionada pela Guerra Fria foi responsável pelas primeiras missões rumo a Marte, e agora chegamos ao marco de seis décadas de falhas e acertos nas tentativas de explorar o planeta, com algumas novas missões sendo lançadas neste mês de julho. A seguir, destacamos algumas das missões mais marcantes dos últimos 60 anos quando o assunto é a exploração de Marte.
Na acirrada competição promovida pela Guerra Fria, os soviéticos saíram na frente, fazendo os primeiros lançamentos de sondas espaciais já em 1960, apenas três anos depois de colocarem em órbita seu primeiro satélite artificial, o Sputnik-1.
A primeira missão soviética para Marte tinha como objetivo investigar o espaço entre a Terra e o Planeta Vermelho, estudando a superfície marciana por meio de imagens obtidas ao se sobrevoar o planeta. Esperava-se também estudar os efeitos de longas viagens espaciais sobre os instrumentos de bordo e ainda explorar comunicação via rádio a longas distâncias.
As sondas Marsnik 1 e 2, contudo, sequer conseguiram alcançar a órbita da Terra. Quatro anos mais tarde, a sonda Zond 2 foi a primeira a se aproximar de Marte, ainda que não tenha sido possível investigar o planeta.
1965: o primeiro contato
Menos de um ano depois do lançamento de Zond-2 pela União Soviética, os Estados Unidos passaram à frente na corrida: em 15 de julho de 1965, a sonda Mariner 4, da NASA, conseguiu alcançar Marte, enviando de volta à Terra aproximadamente vinte imagens da superfície desértica do planeta, que hoje já nos é tão familiar.
Alguns anos mais tarde, as Mariner 6 e 7 repetiram o sucesso de sua antecessora, aumentando o acervo de fotografias de Marte.
1971: chegamos para ficar
Depois das sondas na década anterior, Mariner 9 foi o primeiro satélite artificial a alcançar a órbita de Marte, no ano de 1971. Graças ao satélite, foi possível fazer um detalhado mapeamento fotográfico da superfície do planeta, registrando inclusive traços de atividade vulcânica e erosão fluvial.
Ainda neste mesmo ano, tivemos o primeiro pouso em Marte, desta vez feito pelos soviéticos: Mars-3 foi a primeira nave a aterrissar no planeta, mas infelizmente o contato se perdeu por completo cerca de vinte segundos depois.
1976: as primeiras missões completas
Foram necessários mais cinco anos de preparativos e estudos para termos as primeiras missões de exploração da superfície de Marte plenamente bem sucedidas. Viking 1 e Viking 2, também da NASA, tinham objetivos que iam muito além de fotografar o território: foram conduzidas também experiências no campo da biologia, averiguando a possibilidade de sinais de vida extraterrestre.
Os experimentos verificaram atividades químicas inesperadas no solo marciano, mas não foi encontrada qualquer evidência conclusiva da presença de microorganismos no entorno das zonas de aterrissagem.

1997: a retomada
Depois de um longo período sem novidades, os anos 1990 marcaram o retorno das atividades de exploração de Marte. Mas não foi fácil: sete sondas foram perdidas nas primeiras tentativas.
Quando a NASA finalmente teve sucesso, ele veio em dose dupla. O ano de 1997 foi marcado pela missão Pathfinder, que levou o rover Sojourner a Marte em segurança para uma exploração detalhada do território ao seu redor. Em paralelo, o satélite Surveyor se estabeleceu na órbita marciana, com a missão de estudar toda a superfície de Marte, bem como sua atmosfera e o interior do planeta.
2003: ESA se junta ao time
A Agência Espacial Europeia (ESA) lança a sonda Mars Express, que permanece em atividade até hoje, circulando Marte. A missão, contudo, não foi de todo bem-sucedida: ela também incluía a sonda Beagle-2, que deveria explorar a superfície do planeta. Beagle-2 jamais enviou qualquer sinal de volta à Terra e sua situação permaneceu um mistério até 2015, quando enfim foi avistada.
2004: os rovers Spirit e Opportunity
Os rovers Spirit e Opportunity foram levados a Marte pela NASA para conduzir observações de caráter geológico por períodos consideravelmente longos: os dois estiveram na ativa até 2010 e 2018, respectivamente.
O Opportunity, inclusive, tem até hoje o marco da mais longa distância percorrida em outro planeta: o rover cobriu 45 quilômetros, enviando de volta à Terra mais de 200 mil fotos. Ele também foi responsável pela descoberta de umidade na atmosfera marciana.
2012: rover Curiosity (e uma dose de Brasil em Marte)
Também uma iniciativa da norte-americana NASA, o rover Curiosity aterrissou em Marte há oito anos, sendo o único veículo robótico operando atualmente na superfície do planeta. Ainda em plena atividade, o Curiosity revolucionou nosso conhecimento sobre o Planeta Vermelho, comprovando, por exemplo, que Marte teve condições de abrigar vida microbiana em seu passado remoto. Dados recentes indicam que o planeta pode já ter tido água o suficiente para dar origem à vida como a conhecemos.
Por sinal, Ivair Gontijo, físico brasileiro, faz parte da equipe da NASA e se dedica a projetos de exploração de Marte — incluindo o rover Curiosity. Há mais de dez anos, ele ajudou a construir os transmissores e receptores do radar utilizado para o pouso do rover na superfície marciana. Ele também tem envolvimento com o rover Perseverance, que faz parte da missão Mars 2020, chegando ao seu destino em fevereiro de 2021 para buscar por bioassinaturas.
2014: Índia chega com menos gastos e mais agilidade
Primeiro país asiático a se juntar à exploração de Marte, a Índia tem uma sonda orbitando Marte desde setembro de 2014. A Mars Orbiter Mission, como é chamada, tem por objetivo medir a presença de metano na atmosfera do planeta, tendo sido produzida em velocidade recorde, com custos reduzidos.

2020: uma nova era na exploração de Marte
A década de 2020 é promissora para a exploração de Marte. O cenário da pandemia de COVID-19, contudo, afetou o andamento de alguns projetos.
A nova fase da missão ExoMars, desenvolvida em uma parceria entre a ESA e a Agência Espacial Federal Russa, tem como principal objetivo averiguar se já houve vida no Planeta Vermelho com o rover Rosalind Franklin. Seu lançamento estava previsto para este ano, mas dificuldades técnicas e o atual cenário global fizeram com que a missão fosse adiada para 2022.
Ainda assim, três outras missões estão sendo lançadas em julho: os Emirados Árabes Unidos lançaram sua primeira sonda marciana com a missão Hope Mars, enquanto a China também teve sucesso ao lançar a sonda Tianwen-1, em uma missão envolta em mistérios. Enquanto isso, os Estados Unidos continuam trabalhando nos preparativos da missão Mars 2020, que, tal qual a ExoMars, tem por objetivo encontrar bioassinaturas na superfície de Marte. A missão partirá nesta quinta-feira (30) e levará ao Planeta Vermelho o rover Perseverance e um helicóptero chamado Ingenuity.

Fonte: Mars Daily; NASA (1), (2), ESA

Home office deve ser adotado definitivamente por 30% das empresas



Um levantamento aponta que as corporações pretendem manter mais da metade de sua equipe remotamente. No Brasil, segundo a Pulses, 80% dos profissionais ouvidos preferem o home office como regime de trabalho. Entre os entrevistados, 21% afirmam que falta as companhias oferecerem estrutura adequada para os funcionários.
Em meio à adoção do home office, muitas empresas precisaram fortalecer suas estruturas de tecnologia da informação. Hoje, apenas 55% das instituições avaliadas têm equipe qualificada para fazer a transição do modo de trabalho com segurança. Para os próximos 24 meses, cerca de 70% das corporações querem investir em profissionais da área.
Segundo Frederico Tostes, gerente nacional da Fortinet Brasil, um dos motivos é o aumento significativo nas tentativas de ataques cibernéticos.
Participaram do levantamento 400 empresas de grande porte de 17 países, incluindo o Brasil.