Astronomia Geral – Parte 2


Com base no que sabemos agora e podemos razoavelmente imaginar, não há absolutamente nenhuma perspectiva de que qualquer ser humano chegue um dia a visitar o limite do nosso sistema solar. Fica longe demais. O fato é que, mesmo com o telescópio Hubble, nem sequer conseguimos ver a nuvem de Oort, de modo que sua existência, embora provável, é totalmente hipotética.* [O nome completo, nuvem de Öpik-Oort, deve-se ao astrônomo estoniano Ernst Öpik, que formulou a hipótese de sua existência em 1932, e ao astrônomo holandês Jan Oort, que refinou os cálculos dezoito anos depois.]
quase tudo que se pode dizer com segurança sobre a nuvem de Oort é que ela começa em algum
ponto além de Plutão e se estende por um dois anos-luz cosmo afora. A unidade de medida básica do sistema solar é a Unidade Astronômica, ou UA, que representa a distância do Sol à Terra. Plutão fica
a cerca de quarenta UAs de nós. Já o núcleo da nuvem de Oort, fica a cerca de 50 mil. Em suma, é
superlonge.
Mas façamos de conta de chegamos à nuvem de Oort. A primeira coisa que você notará é que lá é
muito calmo. Estamos bem longe de qualquer lugar agora – tão longe de nosso Sol que ele nem é a
estrela mais brilhante do céu. É incrível que aquela cintilação minúscula e distante tenha gravidade
suficiente para manter todos aqueles cometas em órbita. Não é um vinculo muito forte, por isso os
cometas se deslocam devagar, a apenas uns 350 quilômetros por hora.
De tempos em tempos, alguns desses cometas solitários são desviados da órbita normal por alguma ligeira perturbação gravitacional – a morte de uma estrela, talvez. Às vezes, eles são ejetados no vazio do espaço, perdendo-se para sempre, mas em outras vezes caem numa longa órbita ao redor do Sol.
Cerca de três ou quatro desses cometas – os chamados cometas de período longo – passam
anualmente pelo sistema solar interno. Ocasionalmente, esses visitantes desgarrados colidem com algo sólido, como a Terra. Por isso viajamos para tão longe: porque o cometa que viemos ver começou uma longa quedo rumo ao centro do sistema solar. Ele vai cair bem no Rio de Janeiro.
Levará um bom tempo até que chegue lá – pelo menos 3 ou 4 milhões de anos –, de modo que o
deixaremos por ora para retornarmos a ele bem mais à frente nesta história.
Portanto, este é o seu sistema solar. E o que mais existe lá fora, além do sistema solar? Bem, nada e
muita coisa, dependendo de como você veja.
No curto prazo não existe nada. O vácuo mais perfeito já criado por seres humanos não é tão vazio
como aquele do espaço interestelar.
E há muito deste vazio até você chegar no próximo bocado de algo. O vizinho que esta mais perto de nós no cosmo, Próxima Centauro, parte do aglomerado de três estrelas conhecido como Alfa Centauro, está a 4,3 anos-luz de distância, um salto modesto em termos galácticos, mas mesmo assim 100 milhões de vezes mais longe que uma viagem à Lua.
Uma nave espacial levaria pelo menos 25 mil anos para chegar lá. E ainda que fizesse a viagem, você teria apenas chegado a um grupo solitário de estrelas em meio a um vasto fim de mundo. Alcançar o próximo marco importante, Sirius, exigiria mais 4,6 anos-luz de viagem. E assim sucessivamente, se
você tentasse viajar pelo cosmo. Só para alcançar o centro de nossa galáxia gastaríamos um período
de tempo muito maior do que aquele em que existimos como seres.
O espaço, vou repetir, é enorme. A distância média entre as estrelas é de 32 trilhões de quilômetros.
Mesmo em velocidades próximas da velocidade da luz, são distâncias assustadoras para qualquer
viajante. Claro que é possível que extraterrestres viajem bilhões de quilômetros para se divertir
formando círculos de megálitos em Wiltshire ou assustando um pobre sujeito em um caminhão numa estrada deserta do Arizona (afinal, deve haver adolescentes entre eles), mas parece improvável.
Mesmo assim, a probabilidade estatística de que existam outros seres presentes no cosmo é grande.
Ninguém sabe quantas estrelas existem na Via Láctea – e as estimativas variam de 100 bilhões a
talvez 400 bilhões –, e a Via Láctea é apenas uma entre as cerca de 140 bilhões de outras galáxias,
muitas delas maiores que as nossa. Na década de 1960, em professor de Cornell chamado Frank
Drake, empolgado com tais números assombrosos, elaborou uma equação famosa para calcular as
chances de existência de vida avançada no cosmo, com base numa série de probabilidades
decrescentes.
Pela equação de Drake, divide-se o número de estrelas num trecho selecionado do universo pelo
número de estrelas com probabilidade de possuírem sistemas planetários; divide-se o resultado pelo
número de sistemas planetários que poderiam teoricamente conter vida; divide-se o número assim
obtido pelo número daqueles em que a vida, tendo surgido, avança até um estado de inteligência; e
assim por diante. A cada uma dessas divisões, o número cai vertiginosamente – no entanto, mesmo
com os dados mais conservadores, o número de civilizações avançadas, somente na Via Láctea,
sempre se situa na casa dos milhões.
Que pensamento interessante e empolgante. Podemos ser apenas uma entre milhões de civilizações
avançadas. Infelizmente, dada a extensão do espaço, calcula-se que a distância média entre quaisquer
duas dessas civilizações seja no mínimo de duzentos anos-luz, o que é bem mais do que parece. Para
inicio de conversa, ainda que aqueles seres saibam que estamos aqui e consigam nos enxergar em
seus telescópios, estão observando a luz que deixou a Terra duzentos anos atrás. Portanto, não estão
vendo você e eu, eles estão vendo a revolução francesa e Thomas Jefferson e gente com meias de
seda e perucas empoadas – gente que nem sequer sabe o que é um átomo ou um gene, e que acha
divertido produzir eletricidade esfregando uma haste de âmbar numa pele de animal. Qualquer
mensagem que recebermos deles nos tratará de “Vossa alteza” e elogiará a beleza de nossos cavalos
e nosso domínio da tecnologia do óleo de baleia. Duzentos anos-luz é uma distância tão além de
nossa compreensão que está, simplesmente, bem, muito além de nossa compreensão.
Portanto, ainda que não estejamos realmente sozinhos, para todos os fins práticos estamos. Carl
Sagan calculou que o número de planetas prováveis em todo o universo seria de 10 bilhões de
trilhões – um número muito além da imaginação. Mas igualmente além da imaginação é a quantidade
de espaço no qual eles estão dispersos. “Se fôssemos inseridos aleatoriamente no universo”,
escreveu Sagan, “as chances de estarmos num planeta ou perto de um deles seriam inferiores a uma em 1 bilhão de trilhões de trilhões” (isto é 1033, ou 1 seguido de 33 zeros). “os mundos são
preciosos”.
Daí talvez ser uma boa notícia que, em fevereiro de 1999, a União Astronômica Internacional tenha
declarado oficialmente que Plutão é um planeta. O universo é um lugar grande e solitário, e quanto
mais vizinhos tivermos, melhor.

Astronomia Geral – Parte 1


Olhar para estrelas é enxergar o passado. É claro que olhar para o passado é a parte fácil. Basta observar o céu noturno e você verá um monte de história: as estrelas não são como agora, mas quando eram quando sua luz as deixou. Por tudo que
sabemos, a Estrela Polar, nossa fiel companheira, pode ter se extinguido em janeiro passado, ou em
1854, ou em qualquer momento desde o século XIV, sem que esta noticia tenha chegado até nós. O
máximo que podemos dizer é que ela continuava brilhando 680 anos atrás. As estrelas morrem o
tempo todo. O que Bob Evans faz melhor do que qualquer pessoa que já tenha tentado é localizar
esses momentos de despedida celeste.
De dia, Evans é um pastor gentil, e agora semi-aposentado, da Igreja Unitária da Austrália, que
eventualmente substitui algum pastor e pesquisa a história dos movimentos religiosos do século XIX.
Mas de noite ele é, à sua maneira modesta, um titã dos céus. Ele caça supernovas.
Os supernovas ocorrem quando uma estrela gigante, bem maior que o nosso Sol, colapsa e depois
explode espetacularmente, liberando num instante a energia de 100 bilhões de sóis e ardendo por um
tempo com mais brilho do que qualquer outra estrela de sua galáxia.
“É como se 1 trilhão de bombas de hidrogênio explodissem ao mesmo tempo”, diz Evans.
Se uma supernova explodisse num raio de quinhentos anos-luz de distância de nós, seria o nosso fim, de acordo com Evans –
“estragaria a festa”, como ele diz em tom jocoso. Mas o universo é vasto, e as supernovas costumam
estar afastadas demais para nos prejudicar. Na verdade, algumas estão tão inimaginavelmente
distantes que sua luz nos alcança como uma cintilação débil. Durante o período de mais ou menos um mês em que ficam visíveis, só se distinguem das outras estrelas no céu por ocupar um espaço que não estava preenchido antes. São esses pontinhos anômalos e muito ocasionais na abóboda apinhada do céu noturno que o reverendo Evans descobre.
Para entender a magnitude dessa façanha, imagine uma mesa de jantar comum, coberta com uma
toalha preta. Alguém joga um punhado de sal sobre a mesa. Os grãos espalhados podem ser
comparados a uma galáxia. Agora imagine outras 1500 mesas iguais – número suficiente para lotar
um estacionamento do Wal-Mart ou para formar uma linha com mais de três quilômetros de
comprimento –, cada qual com um arranjo aleatório de sal em cima. Agora acrescente um grão de sal
a uma das mesas e deixe Bob Evans caminhar por entre elas. De relance ele o localizará. O grão de
sal é a supernova.
O talento de Evans é tão excepcional que Oliver Sacks, em Um antropólogo em Marte, dedica uma
passagem a ele em um capítulo sobre sábios autistas – logo acrescentando que “não vai aqui nenhuma insinuação de que ele seja autista”.
As supernovas são importantes para nós de outra maneira fundamental: sem elas não estaríamos aqui.
Você deve se lembrar do enigma cosmológico com que encerramos o primeiro capítulo: que o big-
bang criou montes de gases leves, mas nenhum elemento pesado. Estes vieram mais tarde, contudo
por muito tempo ninguém conseguia descobrir como eles vieram mais tarde. O problema era que se
precisava de algo realmente quente – mais quente até que o centro das estrelas mais quentes – para
forjar carbono, ferro e os outros elementos sem os quais seríamos tristemente inexistentes. As
supernovas forneceram a explicação, e foi um cosmologista inglês quase tão excêntrico como Fritz
Zwicky que a descobriu.
Foi Fred Hoyle, nascido em Yorkshire. Hoyle, que morreu em 2001, foi descrito em um obituário da
revista Nature como “cosmologista e criador de controvérsias”, e isso ninguém pode negar. Ele esteve, de acordo com o obituário da Nature, “envolvido em controvérsias quase a vida toda” e
“colocou seu nome em muita bobagem”. Por exemplo, ele afirmou, sem a menor prova, que o valioso fóssil de um arqueópterix no Museu de História Natural era uma farsa, no espírito da conhecida fraude do homem de Piltdown, deixando exasperados os paleontólogos do museu, que tiveram de passar dias atendendo a telefonemas de jornalistas do mundo inteiro. Ele também acreditava que não só a vida terrestre como muitas doenças, por exemplo, a gripe e a peste bubônica, foram semeadas do espaço, e sugeriu, certa vez, que os seres humanos desenvolveram narizes protuberantes com narinas embaixo para evitar que patógenos do espaço caíssem dentro deles.
Foi ele quem, num momento de gozação, cunhou o termo big-bang para uma transmissão de rádio em

  1. Ele observou que nada em nossa compreensão da física conseguia explicar porque tudo, reunido num ponto, iria súbita e dramaticamente começar a se expandir. Hoyle preferia uma teoria do estado estacionário, em que o universo estava constantemente se expandindo e continuamente criando nova matéria no processo.
    Ele também percebeu que se estrelas implodissem, liberariam enormes quantidades de calor: 100 milhões de graus ou mais, suficientes para começar a gerar os elementos mais pesados num processo conhecido como nucleossíntese.
    Em 1957, trabalhando com colegas, Hoyle mostrou como os elementos mais pesados se formaram em
    explosões de supernovas. Por esse trabalho, W. A. Fowler, um de seus colaboradores, recebeu o
    prêmio Nobel. Hoyle, vergonhosamente, ficou a ver navios.
    De acordo com a teoria de Hoyle, uma estrela em expansão geraria calor suficiente para criar todos
    os elementos novos e espalhá-los no cosmo, onde formariam nuvens gasosas – o meio interestelar,
    como são conhecidas – que acabariam se aglutinando em novos sistemas solares. Com as novas teorias, tornou-se enfim possível construir cenários plausíveis de como chegamos aqui. O que agora julgamos saber é: cerca de 4,6 bilhões de anos atrás, um imenso turbilhão de gás e poeira, com cerca de 24 bilhões de quilômetros de diâmetro, acumulou-se no espaço onde agora estamos e começou a se agregar. Praticamente todo ele – 99,9% da massa do sistema solar constituiu o Sol.

Medicina – Qual o Melhor Hospital Para O Tratamento do Câncer?


Todos os anos, a revista americana Newsweek, em parceria com a empresa global de pesquisa de mercado Statisa, elege os melhores hospitais em geral e os melhores hospitais especializados do mundo.
“Essa é uma das mais respeitadas classificações existentes hoje em termos de avaliação de serviços hospitalares e a posição do nosso hospital é única e muito meritosa. Não só na classificação na América Latina, em outros quesitos ficamos à frente de centros tradicionalíssimos, como o Massachusetts General Hospital, em Boston, que pertence ao complexo de Harvard, dentre outros centros americanos e europeus muito respeitados”, diz a VEJA o oncologista Fernando Maluf, um dos mais respeitados no Brasil, membro do comitê gestor do centro oncológico do Einstein e fundador do Instituto Vencer o Câncer.

Os diferenciais por trás dessa classificação incluem um corpo clínico bem selecionado – cerca de 80% a 90% dos profissionais foram formados nos melhores centros europeus e americanos; atendimento integrado – todos os novos casos são discutidos em reuniões com especialistas de áreas distintas, incluindo cirurgia, oncologia clínica e radioterapia; padronização das formas de tratamento; investimento em medicina de precisão e terapia celular; pesquisa clínica com certificação internacional; ensino – por meio da participação e organização de congressos e eventos médicos, a faculdade de medicina e publicações científicas; estrutura hospitalar impecável e vasta experiência em tratamentos minimamente invasivos inovadores, incluindo cirurgia robótica.

O Centro de Oncologia do Einstein existe desde 2013 e foi construído com base em uma consultoria de uma década do MD Anderson Cancer Center, nos Estados Unidos, eleito o melhor hospital oncológico do mundo. A parceria, oficializada em 2012, previa a transferência de todo o conhecimento no tratamento oncológico da instituição americana, com enfoque em atendimento ao paciente, pesquisa, educação e prevenção.
Outros aspectos que refletem a boa classificação do hospital brasileiro, segundo o diretor médico do centro de oncologia e hematologia Einstein, o cirurgião Sergio Araujo, são as terapias de suporte durante o tratamento e os cuidados paliativos, para proporcionar uma melhor qualidade de vida quando a cura não é mais possível. “Em concomitância ao tratamento anticâncer, há a necessidade de realizar outros tratamentos, como avaliação psicológica, nutricional, física, odontológica. Essas áreas se agrupam sob o guarda chuva das terapias de suporte e ocorrem paralelamente ao tratamento oncológico. Deixar de cuidar dessa integralidade do paciente leva a piores resultados oncológicos e essas terapias têm um nível de excelência muito alto aqui no Einstein”, afirma Araujo.

Outros centros de referência brasileiros também integraram a lista, como o Hospital Sírio Libanês, classificado na 28ª posição entre os melhores hospitais oncológicos do mundo, o A.C. Camargo Câncer Center (30º lugar) e a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Outras classificações
O Einstein também se destacou na lista dos melhores hospitais de outras especialidades. O departamento de cardiologia ficou em primeiro lugar entre os hospitais privados da região, nas áreas de gastroenterologia e ortopedia, o hospital obteve a primeira colocação na América Latina e ficou entre as 100 melhores do mundo nas áreas de neurologia​​ e endocrinologia.
No ranking geral, ficou em 36º lugar. Na pesquisa feita em 21 países, foi o único da América Latina a ser mencionado entre os 50 primeiros. “Com essa classificação, nós ultrapassamos fronteiras, porque esse reconhecimento está sendo feito pela comunidade médica internacional.”, comemora Sidney Klajner, presidente do Albert Einstein.
O ranking Os melhores hospitais do mundo avalia hospitais de 21 países, em quatro continentes. Além do Brasil, participam da seleção: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Suíça, Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Israel, Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Índia, Tailândia e Austrália.
Os parâmetros avaliados incluem recomendações de profissionais de saúde, resultados de pesquisas com pacientes e indicadores-chave de desempenho médico.