De um Quebra Cabeça Desconjuntado Surge a Croácia


País europeu situado nos Balcãs que se limita ao norte com a Eslovénia e Hungria, a nordeste com a Sérvia, a leste com a Bósnia e Herzegovina e ao sul com Montenegro. É banhado a oeste pelo mar Adriático e possui uma fronteira marítima com a Itália, no golfo de Trieste.
pós a invasão do Eixo na Iugoslávia, em abril de 1941, a maior parte do território croata foi incorporado a um estado-cliente apoiado pelos nazistas, o Estado Independente da Croácia. Em resposta, um movimento de resistência se desenvolveu. Isso levou à criação do Estado Federal da Croácia, que após a guerra se tornou membro fundador e constituinte da República Socialista Federativa da Iugoslávia. Em 25 de junho de 1991, a Croácia declarou independência, que entrou em vigor integral em 8 de outubro do mesmo ano. A Guerra da Independência Croata foi travada com sucesso por quatro anos após a declaração.
O país é membro das Nações Unidas, da OTAN, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, do Conselho da Europa e mais recentemente, da União Europeia. A candidatura da Croácia à União Europeia (UE) ocorreu em 1 de fevereiro de 2003 e a adesão a 1 de julho de 2013, sendo o segundo país formado a partir do território da ex-Iugoslávia a ingressar na UE, depois da Eslovénia em 2004. A Croácia é classificada pelo Banco Mundial como um país de alta renda e foi classificada em 46º no Índice de Desenvolvimento Humano. A economia é dominada por serviços, setores industriais e agricultura. O turismo é uma fonte significativa de receita, com a Croácia classificada entre os 20 destinos turísticos mais populares do mundo. O estado controla uma parte da economia, com gastos substanciais do governo. A União Europeia é o parceiro comercial mais importante da Croácia. A Croácia oferece segurança social, sistema universal de saúde e educação primária e secundária sem taxa de matrícula, além de apoiar a cultura por meio de várias instituições públicas e investimentos corporativos em mídia e publicação.
A área conhecida como Croácia hoje foi habitada durante todo o período pré-histórico. Fósseis de neandertais que datam do período paleolítico médio foram desenterrados no norte da Croácia, com o local mais famoso se situando na região de Krapina.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial, o território da atual Croácia se tornou parte do Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios, entrando em união com o Reino da sérvia para criar o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, também conhecido como Iugoslávia ou Jugoslávia (o quebra cabeças desconjuntado ao qual nos referimos aqui).
Após a invasão pela Alemanha nazi em 6 de abril de 1941, a Jugoslávia foi desmembrada e o fascista Ante Pavelić tornou-se o líder do Estado Independente da Croácia. Sob sua tutela, centenas de milhares sérvios, judeus, ciganos e croatas não alinhados ao regime foram exterminados em campos de concentração, fato que gerou o aumento do ódio histórico de sérvios (majoritariamente cristãos ortodoxos) massacrados pelos croatas fascistas da Ustaše, que viam o catolicismo com sendo um dos pilares do nacionalismo croata.
Até hoje os croatas são acusados de nazistas por grande parte das populações da ex-Jugoslávia.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, Josip Broz Tito não somente havia derrotado os invasores nazis e seus cúmplices, como também havia unificado todas as repúblicas jugoslavas em torno de um Estado comunista. O ódio secular entre sérvios e croatas era reprimido pelas autoridades jugoslavas.
Com a morte de Tito, em 1980, iniciou-se um processo de fragilização da união das repúblicas jugoslavas. Tal quadro agravou-se ainda mais com a crise económica decorrente do desmoronamento dos regimes comunistas do Leste Europeu e das dificuldades de adaptação à economia de mercado.
Em 25 de junho de 1991, após plebiscitos que deram vitória esmagadora aos separatistas, os croatas anunciaram sua separação da Jugoslávia. Logo em seguida, o território croata foi invadido pelo exército federal da Iugoslávia, então sob domínio sérvio, que interveio em favor das minorias sérvias residentes na Croácia (cerca de 10% da população).

Diante dos violentos conflitos entre croatas e sérvios e da ocupação do território croata por milícias sérvias, as Nações Unidas intervieram militarmente para assegurar a paz. Em 1992, o país foi reconhecido como independente. Em 1995, numa operação militar com êxito, a Croácia recupera, sem nenhuma ajuda externa, praticamente todos os seus territórios ocupados pelos sérvios, no que foi a primeira derrota do até então temível e invencível Exército Popular Iugoslavo. Em 1998, sob forte pressão internacional, a Iugoslávia devolveu o último território croata ocupado, a Eslavônia oriental. 250 000 sérvios foram expulsos das suas casas em 1995, na maior operação de limpeza étnica da Europa.
Hoje a Croácia tem uma das economias mais fortes das ex-repúblicas jugoslavas e é a segunda maior de toda a região dos Bálcãs, apenas atrás da economia da Grécia.
A Croácia é um país europeu cujo território apresenta uma forma peculiar, parecida com uma ferradura, e faz fronteira com um número considerável de países vizinhos: Eslovénia, Hungria, Sérvia, Montenegro e Bósnia e Herzegovina, além de uma fronteira marítima com a Itália no mar Adriático. O seu território continental é dividido em duas partes pelo porto de Neum, na Bósnia e Herzegovina.
Banhado pelo mar Adriático, o litoral croata é bastante recortado, com penínsulas, baías e mais de 1 000 ilhas que formam uma paisagem semelhante à da costa grega.
A maior parte da Croácia possui um clima continental moderadamente quente e chuvoso, conforme definido pela classificação climática de Köppen. A temperatura média mensal varia entre -3 °C em janeiro e 18 °C em julho.
A população da Croácia estagnou-se na década de 1990. A guerra de 1991 a 1995 fez com que partes da população emigrassem ou se refugiassem. A taxa de crescimento natural é mínima ou negativa (menos que +/- 1%), pois a transição demográfica (redução do número de nascimentos e mortes devido ao desenvolvimento econômico) completou-se há mais de meio século.
População urbana: 57% (1998)
Crescimento demográfico: -0,1% ano ano (1995-2000)
Taxa de fecundidade: 1,56 filho por mulher (1995-2000)
Expectativa de vida: Homens 69 anos e mulheres 76,5 anos (1995-2000)
Mortalidade infantil: 10 por 1 000 (1995-2000)
Capital Zagrebe
O governo da Croácia (Vlada), chefiado pelo presidente, é integrado pelo primeiro-ministro, por dois vice-primeiros-ministros e 14 ministros encarregues de sectores particulares de actividade. O ramo executivo é responsável por propor legislação e um orçamento, por executar as leis, e por determinar as políticas externa e interna da república.
A Croácia tem um sistema judicial de três níveis, que consiste de um Supremo Tribunal, tribunais de condado e tribunais municipais. O Tribunal Constitucional decide sobre matérias relacionadas com a constituição.
Panorama Cultural
A cultura da Croácia tem raízes bem antigas: os croatas vêm habitando a região há treze séculos, mas há reminiscências de períodos ainda mais antigos bem preservadas no país.

Algumas destas reminiscências antigas são:

Ossos de 100 mil anos de idade de um homem de Neandertal achados próximos a Krapina (localidade de Krapina-Zagorje);
Escavações do Neolítico na localidade de Ščitarjevo, próxima à capital do país, Zagrebe, e também em Sopot (próximo a Vinkovci), Vučedol (próxima a Vukovar), em Nakovanj (situada na península Pelješac) e outros lugares;
marcas de habitação na ilha de Vis deixadas pelos gregos antigos (a rainha Teuta de Issa);
várias construções e ruínas do Império Romano, incluindo muitas cidades romanas na costa da Dalmácia, destacando-se o aqueduto de Salona, o Palácio de Diocleciano em Split, ou a Basílica de Eufrásio, em Poreč;
Igreja de São Marcos: Há brasões no telhado dessa igreja que são respetivamente o da Croácia (à esquerda) e o de Zagrebe (a direita) e foram feitos no século XIX. O brasão da Croácia é composto por três partes que simbolizam as três províncias históricas: Croácia (topo esquerda), Dalmácia (topo direita) e Slavónia (área inferior). A colorida Igreja de São Marcos é um dos edifícios mais antigos de Zagrebe e um dos seus símbolos. É mencionada pela primeira vez na lista das igrejas paroquiais no Estatuto do Kaptol de 1334. Foi construída no século XIII, inicialmente no estilo românico, da qual, apenas uma janela na parede sul e a fundação torre sineira se encontram preservadas. Os arcos góticos e o santuário foram construídos na segunda metade do século XIV, altura em que a igreja adquiriu a sua parte mais valiosa, o luxuoso portal sul gótico. Em termos das figuras que ele contém, é dos portais góticos mais bonitos da Croácia.
O início da Idade Média trouxe uma grande migração de eslavos, e este período provavelmente foi uma idade das trevas do ponto de vista cultural. Os estados eslavos que se formaram no interior coexistiam com as cidades-estado italianas que dominavam a costa, todas seguindo o modelo da República de Veneza, como, por exemplo, a República de Ragusa (atual Dubrovnik).