O Presidente Vladimir Puttin



Leningrado, 7 de outubro de 1952), é o atual (2021)presidente da Rússia, além de ex-agente do KGB no departamento exterior e chefe dos serviços secretos soviético e russo, KGB e FSB, respectivamente. Putin exerceu a presidência entre 2000 e 2008, além de ter sido primeiro-ministro em duas oportunidades, a primeira entre 1999 e 2000, e a segunda entre 2008 e 2012.
Putin governa a Rússia desde a renúncia de Boris Iéltsin, em 1999. Seu primeiro governo foi marcado por profundas reformas políticas e econômicas, pelo estadismo, por novas tensões com os Estados Unidos e Europa Ocidental, pela rigidez com os rebeldes chechenos e pelo resgate do nacionalismo russo, atitudes que lembram em parte o regime soviético e o czarismo. Entre os eventos mais notáveis de seu governo, estão o decreto que permite a indicação dos governadores dos distritos russos pelo próprio presidente, a restauração do controle russo sobre a república separatista da Chechênia, os assassinatos não esclarecidos de vários seus opositores políticos, como Anna Politkovskaia e Alexander Litvinenko, o fim do colapso econômico russo, a estatização de setores estratégicos que até então estavam nas mãos dos oligarcas russos e as consequentes prisões de muitos deles e vários desacordos diplomáticos com a OTAN, sendo os mais memoráveis deles a discussão quanto ao estabelecimento de mísseis no Leste Europeu, que levou Putin a criticar publicamente a política internacional norte-americana, e o apoio russo aos separatistas na Ucrânia, após este país ter se alinhado à Aliança Atlântica.
Putin tem sido amplamente responsabilizado pelo retorno da estabilidade política e do progresso econômico da Rússia, pondo fim à crise dos anos 1990.
Durante a primeira gestão de Putin (1999-2008), o lucro real aumentou em fator 2,5, e os salários mais que triplicaram. O desemprego e a pobreza caíram em mais da metade, e a satisfação de vida da população russa aumentou significantemente.
O primeiro governo de Putin foi marcado pelo grande crescimento econômico: a economia russa cresceu diretamente em oito anos, observando um aumento de 72% no PIB.
Essas conquistas foram atribuídas pelos analistas à boa gestão macroeconômica, a importantes reformas fiscais, ao aumento do fluxo de capitais, ao acesso às finanças externas de baixo custo e a um aumento de cinco vezes no preço do petróleo e gás, que constituem os principais produtos de exportação da Rússia.
Putin nasceu em 7 de outubro de 1952 em Leningrado (atual São Petersburgo). O pai de Putin, Vladimir Spiridonovitch Putin (1911-1999), participara da Segunda Guerra Mundial, onde foi gravemente ferido. A mãe era Maria Ivanovna Shelomova (1911-1998), que trabalhava em uma fábrica, sobrevivente do Cerco a Leningrado.

Seu avô era um renomado chef de cozinha, que trabalhava para diversas autoridades, cozinhando, inclusive, para Lênin e Stálin. Vladimir Putin era o terceiro filho da família, apesar de os irmãos mais velhos terem morrido ainda na infância.

A família de Putin vivia em um apartamento comunitário de Leningrado. Após ter sido eleito presidente, o próprio Putin afirmou que na infância se divertia com filmes soviéticos de espionagem, e sonhava trabalhar nos órgãos de defesa nacional. Em 1966, aos 14 anos ingressou em um instituto técnico, onde estudou química, terminando seus cursos em 1970.

Entre 1970 e 1975, estudou na faculdade de Direito da Universidade Estatal de Leningrado. Lá ingressou no Partido Comunista, então o único partido político permitido na União Soviética. Graduou-se em 1975, com a dissertação a respeito da Cláusula de Nação Mais Favorecida.
Em 1975, aos 23 anos de idade e recém graduado no curso de Direito, ingressa no Comitê de Segurança Nacional, o KGB.
No mesmo ano, acaba o seu curso preparatório, assumindo o posto de Oficial Júnior, de acordo com o antigo sistema organizacional do KGB.
A partir de 1977, passa a trabalhar no setor de contra-inteligência no departamento investigativo do KGB de Leningrado.
Em 1979, se forma de um curso semestral em Moscou, voltando para Leningrado no mesmo ano.
Em 1985, como Major de Justiça, se especializa em inteligência estrangeira, aprendendo alemão.
Entre 1985 e 1990, trabalhou em Dresden, na Alemanha Oriental, chefiando o departamento de fronteiras.
Após o término de seu serviço e retorno à União Soviética, Putin recusou o serviço na central de inteligência estrangeira, na capital Moscou. Em vez disso, voltou a trabalhar no primeiro departamento do KGB de Leningrado, cuja especialidade era a inteligência territorial. Em 20 de agosto de 1991, em meio aos golpes de estado que tentavam manter o estado soviético e as manobras que pretendiam consolidar o fim da União Soviética, Putin abandona o KGB, após Anatoli Sobchak, seu principal aliado, se posicionar contra o serviço secreto, que até então apoiava o golpe a favor da integridade da URSS.

Putin havia renunciado ao cargo de tenente-coronel em 20 de agosto de 1991 no segundo dia da tentativa de golpe de Estado na União Soviética em 1991 contra o presidente soviético Mikhail Gorbachev.[34] Putin teria dito em uma ocasião posterior: “Assim que o golpe começou, eu imediatamente decidi de que lado eu estava”, embora ele também tenha observado que a escolha era difícil porque ele passara a melhor parte de sua vida com “os órgãos”.
Em 16 de agosto de 1999, Vladimir Putin foi eleito Primeiro-Ministro da Rússia com 233 votos, e Boris Iéltsin apontou-o como seu sucessor. A posse de Putin coincidiu com o confronto entre as forças de segurança do Daguestão e guerrilheiros separatistas da Chechênia. Putin chefiou energeticamente a operação de larga-escala, que expeliu completamente os rebeldes chechenos. O combate selou a confiança dos russos em Putin, que no ano seguinte tentaria a eleição para a Presidência, com o objetivo de suceder seu padrinho político. Em 31 de dezembro de 1999, no tradicional discurso presidencial na passagem de ano, o então presidente Iéltsin renunciou inesperadamente, passando os poderes de presidente para Putin, e adiantando as eleições em três meses.
Em vez da dicotomia do “comunismo versus o capitalismo” que dominou o discurso político na década de 1990, de 1999-2000, Putin começou a enfatizar outra razão para votar em seu partido (Unidade): a estabilidade, desejada pelos cidadãos russos após uma década de mudança revolucionária caótica. Com exceção da luta contínua no Cáucaso do Norte, Putin a entregou.
Prometendo reconstruir o país, Vladimir Putin, presidente em exercício, foi eleito oficialmente presidente da Rússia com mais de 53% dos votos, o que lhe deu uma vitória logo no primeiro turno.
A reforma legal da Rússia prosperou durante o primeiro mandato de Putin. Particularmente, Putin obteve sucesso na codificação das legislações sobre terra e impostos, que não progrediram na gestão de Iéltsin, por causa das oposições comunista e oligárquica, respectivamente. Outras reformas legais incluíram novos códigos nas legislações trabalhistas, administrativas, comerciais e civis.
O primeiro grande desafio à popularidade de Putin ocorreu em Agosto de 2000, quando foi criticado por seus supostos equívocos no desastre com o submarino Kursk.
Por dezesseis anos, Putin foi oficial do KGB, o serviço secreto da União Soviética, chegando à patente de tenente-coronel. Ele se aposentaria das atividades militares para ingressar na política, em sua cidade, São Petersburgo, em 1991. Mudou-se para Moscou em 1996, para que fizesse parte da administração do então presidente Boris Iéltsin, na qual cresceu rapidamente, tornando-se presidente interino em 31 de dezembro de 1999, quando o presidente Iéltsin renunciou ao cargo inesperadamente.[14] Putin venceria a eleição do ano seguinte, tornando-se de fato Presidente da Rússia, sendo reeleito em 2004. Putin foi impedido de concorrer para um terceiro mandato em 2008, já que, na época, a Constituição russa só permitia dois mandatos consecutivos. Assim sendo, seu aliado Dmitri Medvedev seria seu sucessor, o que levaria à escolha de Putin como primeiro-ministro do país, cargo que ele manteve até o final da presidência de Medvedev. Em Setembro de 2011, Putin anunciou que concorreria a um terceiro mandato nas eleições do ano seguinte, gerando diversos protestos nas principais cidades do país. Como esperado, Putin foi reeleito por mais seis anos, em seu terceiro mandato, que tem fim previsto para 2018.
O massacre de Beslan, ocorrido em Setembro de 2004, no qual centenas de civis foram assassinados, fez com que a popularidade de Putin caísse, devido às críticas à sua postura tomada contra os rebeldes chechenos. Putin foi até mesmo acusado de ter comandado o atentado, de forma a justificar a repressão contra os terroristas. Entre as medidas tomadas após o ato terrorista, Putin substituiu a eleição direta de governadores das subdivisões federais, de forma que as autoridades fossem nomeadas pelo presidente, e então aprovadas pelos legislativos regionais. Em 2005, Putin criou a Câmara Pública da Rússia.
No mesmo ano, um projeto de prioridade nacional foi iniciado para melhorar a assistência médica, a educação, a moradia e a agricultura. A mudança mais relevante dentro do projeto foi o aumento geral do salário nas áreas médica e educacional, assim como a decisão de modernizar os equipamentos em ambos os setores, durante os anos de 2006 e 2007. Putin anunciou suas intenções de aumentar os benefícios da assistência maternidade e um apoio do estado para cuidados pré-natais. Os programas demográficos do governo levaram a um aumento de 45% na taxa de nascimentos de um segundo filho entre as mulheres, e a um aumento de 60% na taxa de nascimentos de um terceiro filho, segundo dados de 2012.
O processo criminal contra o então homem mais rico da Rússia e presidente da YUKOS, Mikhail Khodorkovski, ocorrido em 2003, foi visto pela imprensa internacional como uma retaliação pelo apoio financeiro de Khodorkovski aos oponentes liberais e comunistas do Kremlin. O governo afirmou que Khodorkovski estava corrompendo um grande setor da Duma para impedir mudanças no código de impostos. Com a prisão de Khodorkovski, a YUKOS faliu, e as ações da empresa foram vendidas a um valor irrisoriamente a baixo do seu valor de mercado, compradas principalmente pela estatal Rosneft. O caso YUKOS foi visto pelos analistas ocidentais como um grande passo dado pela Rússia em direção a um sistema de capitalismo de estado.
Em 4 de março de 2012, Putin venceu as eleições presidenciais no primeiro turno, com 63% dos votos. Enquanto medidas extraordinárias foram tomadas para manter as eleições transparentes, incluindo o uso de webcams na grande maioria dos locais de votação, o resultado foi criticado pela oposição russa e por algumas organizações internacionais por irregularidades perceptíveis. Vários chefes de estado parabenizaram Putin pela vitória nas eleições.
O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também parabenizou Putin, dizendo que está “certo de que, sob sua liderança, a Rússia continuará a trilhar o caminho de sucessos que vem alcançando nos planos interno e internacional e que a sólida parceria com o Brasil será aprofundada, intensificando o denso diálogo político que logramos consolidar nos últimos anos”.
Putin tomou posse no complexo do Kremlin, em 7 de maio de 2012. Em seu primeiro dia como presidente, Putin passou 14 decretos presidenciais, sendo um deles um comprido artigo a respeito dos objetivos de longo prazo da economia russa. Outros decretos foram sobre educação, moradia, treinamento de trabalho especializado, relações com a União Europeia, indústria de defesa, relações interétnicas e outras áreas tratadas por Putin em seu programa político proposto em sua campanha presidencial.
4º mandato
Putin ganhou as eleições presidenciais de 2018 com mais de 76% dos votos.O seu quarto mandato começou em 7 de Maio de 2018,e durará até 2024.
Sob a administração de Putin, a economia teve ganhos reais em uma média de 7% ao ano (2000: 10%, 2001: 5.1%, 2002: 4,7%, 2003: 7,3%, 2004: 7,2%, 2005: 6,4%, 2006: 8,2%, 2007: 8,5%),[80] fazendo da Rússia a 7ª maior economia mundial em poder de compra. O PIB nominal russo aumentou em seis vezes, subindo do 22º ao 10º maior do mundo. Em 2007, o PIB russo ultrapassou o da Rússia Soviética em 1990, provando que a economia foi capaz de superar os efeitos devastadores da recessão dos anos 1990, seguida da trágica moratória de 1998.
Política energética
A riqueza em petróleo e gás da Rússia foi transformada no bem-estar do país e em influência internacional, e a Rússia foi frequentemente descrita na mídia como uma superpotência energética. Putin verificou que o crescente aumento dos preços de exportação do petróleo e gás proporcionou um crescimento no orçamento, enquanto os preços, a produção e a exportação de gás e petróleo cresceram significantemente.
Putin colaborou com a grande parcela russa no mercado europeu de energia através da construção de oleodutos e gasodutos subterrâneos cruzando a Ucrânia e a Europa oriental. Os projetos de canalização apoiados por Putin incluem o fluxo azul, que através do Mar Negro liga a Rússia à Turquia, o fluxo norte, que liga a Rússia à Alemanha, sendo o gasoduto mais longo do mundo, construído no Mar Báltico, e o fluxo sul, que liga a Rússia aos Balcãs e à Itália, cruzando o Mar Negro. Ao comprar o gás turcomeno e desviá-lo para os seus próprios gasodutos, a Rússia acabou com o projeto Nabucco, apoiado pelos norte-americanos, que tinha por objetivo prejudicar o mercado energético da Rússia e acabar com a dependência européia do gás russo, construindo um gasoduto que levasse gás da Turquia para o restante da Europa.
De qualquer forma, a Rússia diversificou seu mercado exportador construindo o oleoduto transiberiano, expandindo o mercado à China, Japão e Coreia, além de ter construído o gasoduto Sacalina-Khabarovsk-Vladivostok no extremo oriente. No Golfo da Finlândia, a Rússia construiu um canal em Ust-Luga, conectado com os sistemas de canais do Báltico, o que permite a exportação do petróleo sem a necessidade de trânsito através dos portos dos países bálticos. A porcentagem de petróleo processado cresce gradativamente com a construção de refinarias de petróleo no Tartaristão e em outras regiões da Rússia.
De acordo com pesquisas de opinião pública conduzidas pela ONG Levada Center , o nível de aprovação de Putin era de 81% em Junho de 2007, maior do que qualquer outro líder do mundo. Sua popularidade subiu de 31% em agosto de 1999 para 80% em Novembro de 1999, e desde então nunca caiu para menos de 65% durante sua presidência. Observadores vêem as altas taxas de aprovação de Putin como uma consequência das significantes melhoras no padrão de vida e a reinserção da Rússia no cenário mundial, ocorrida durante sua presidência. A popularidade de Putin pode ser, também, um reflexo da televisão, controlada pelo estado.