Inventos – O Fonógrafo


É um aparelho inventado em 1877 por Thomas Edison para a gravação e reprodução de sons através de um cilindro. Ele foi o primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons.
A invenção do fonógrafo por Thomas Edison foi o ponto culminante de uma série de inventos que primeiro tentaram realizar a tarefa de gravar de forma mecânica em algum meio as vibrações sonoras. A grande inovação do fonógrafo encontra-se em sua capacidade de também reproduzir os sons que gravava.
O primeiro desses inventos foi o vibroscópio de Thomas Young que foi o primeiro invento a traduzir as vibrações sonoras em uma representação gráfica analógica e já utilizando-se de um cilindro como meio. Posteriormente, Leon Scott inventou o fonoautógrafo que utilizava um sistema próximo aquele que seria utilizado pelo fonógrafo: um cone acústico era utilizado para captar o som e fazer vibrar um diafrágma localizado no final do cone; com a vibração do diafrágma uma agulha gravava marcas em um cilindro que representavam as ondas sonoras propagando-se no ar.
Estes aparelhos, na verdade, preocupavam-se em fazer representações gráficas das ondas sonoras, de modo a possibilitar estudos de acústica, e não pretendiam permitir a reprodução do som gravado para qualquer fim, comercial ou não.
É apenas com a descrição do parleofone por Charles Cros que a preocupação com a gravação e a reprodução do som gravado, em um mesmo aparelho, toma forma. Entretanto, Cros nunca chegou a construir sua invenção e acabou sendo suplantado pelas notícias da invenção do aparelho de Edison.
O fonógrafo foi anunciado por Edison em 21 de Novembro de 1877 e teve a sua primeira demonstração pública em 29 de novembro do mesmo ano. O aparelho consistia em um cilindro com sulcos coberto por uma folha de estanho. Uma ponta aguda era pressionada contra este cilindro e, conectados à ponta oposta, ficavam um diafragma (uma membrana circular, cujas vibrações convertiam sons em impulsos mecânicos e vice-versa) acoplado a um grande bocal em forma de cone. O cilindro era girado manualmente e, conforme o operador ia falando no bocal, a voz fazia o diafragma vibrar, o que fazia a ponta aguda criar um sulco análogo na superfície do cilindro. Quando a gravação estava completa, a ponta era substituída por uma agulha e o cilindro era girado no sentido contrário: a máquina desta vez reproduzia as palavras gravadas e o cone amplificava o som.
O aparelho foi patenteado em 19 de fevereiro de 1878 mas encontrou dificuldades iniciais para a comercialização: o aparelho provocou pouco interesse da parte de músicos e editores e Edison mesmo relutava na utilização do invento para o entretenimento, dando prioridade à lâmpada incandescente.[1][2] É apenas quando Charles Tainter e Alexander Graham Bell, em 1886, aperfeiçoam o invento criando o cilindro removível (até então o meio da gravação era fixo ao aparelho) e mudando sua composição para papelão coberto com cera que Edison resolve voltar a trabalhar no invento criando um cilindro feito inteiramente à base de cera (resolvendo o problema da fragilidade do cilindro que rachava devido à dilatação diferente dos materiais em resposta ao calor), mas violando a patente de Bell.
O mercado cresce cada vez mais com o impulso de outras tecnologias, como a invenção do método pantográfico de gravação, no final do século XIX, ou a dos cilindros moldados, no início do século XX por Edison, que possibilitaram a gravação vários cilindros ao mesmo tempo (o processo anteriormente era feito com a gravação artesanal, cilindro por cilindro).
Concorrência com o gramofone e declínio
Desde o embate com Bell e a fundação das duas empresas (a de Edison e a de Bell), além da concorrência de mais empresas no mercado de cilindros e tocadores de cilindros, desde 1895, com a invenção do gramofone por Berliner, existia a concorrência de outro formato, os discos de goma-laca.
Edison recusava-se a gravar discos ou a produzir tocadores. Com o passar do tempo, o mercado de cilindros foi diminuindo e o de discos aumentando. Não que o disco fosse um meio mais “fiel” ou com melhor “qualidade” que o cilindro. O que ocorreu é que o disco suplantava dificuldades técnicas da reprodutibilidade das gravações e dificuldades do cilindro como produto. Por um lado, o disco possibilitava a prensagem como técnica de reprodução em massa, tornando-a de semi-artesanal com os cilindros para uma produção em escala industrial. Por outro lado, o cilindro não permitia selos fonográficos, não tinha espaço para capas e dois cilindros com a mesma música do mesmo artista não eram exatamente iguais, já que sua reprodução exigia várias gravações por parte dos artistas (era limitado o número de cópias que podiam ser feitas a partir de um cilindro).
Assim, em 1912, a gravadora de Edison, a Edison Records, passa a comercializar discos e aparelhos que tocavam esses discos. Entretanto, os discos de Edison eram diferentes e apenas o seu fonógrafo adaptado poderia tocá-los. Entre as principais diferenças estão a sua espessura (de quase 4 cm), a diferença de velocidade da rotação (evoluía a 80 rpm) e o fato da agulha ter movimento vertical como a agulha que lia os cilindros (os discos das outras companhias eram lidos de forma horizontal, já que as informações eram gravadas nas laterais dos sulcos e não no fundo). Com isso, as vendas da gravadora despencam cada vez mais, enquanto o gramofone e o disco de 78 rpm tornam-se o padrão do mercado mundial. O golpe final vem com a invenção das gravações elétricas em 1925, às quais Edison não adere até junho de 1927, quando já era tarde demais e a grande depressão provoca a falência de sua companhia em outubro de 1929.
A gravação de cilindros é grande até 1913, quando é fundada fábrica de prensagem de discos da Odeon, no Rio de Janeiro, que passa a abastecer com discos a Casa Edison e provoca o início do fim da comercialização de cilindros e de fonógrafos no Brasil. Esta parceria duraria até 1926, com o início das gravações elétricas e a decisão da Odeon de abrir filial no Brasil.

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