Aviação Comercial – Aviões supersônicos comerciais podem voltar aos céus


Voar mais rápido que a velocidade do som ainda soa como algo do futuro para as pessoas comuns, mesmo após mais de 15 anos desde que os últimos voos supersônicos comerciais foram encerrados. Os aviões que faziam essas jornadas, 14 aeronaves conhecidas como Concorde, estiveram em atividade entre 1976 e 2003. Mesmo voando três vezes mais rápido que uma aeronave de passageiros normal, as empresas de aviação não conseguiram obter lucro com essas viagens.

O motivo para o Concorde não ter rendido lucro foi, na verdade, um efeito colateral da sua velocidade. Quando o avião passava a barreira do som — cerca de 1230 km/h —, produzia ondas de choque no ar que atingiam o chão num baque alto e repentino: um estrondo sônico (do inglês, “sonic boom”). É um barulho tão impactante para as pessoas que uma lei federal dos Estados Unidos baniu todas as aeronaves comerciais de voar sobre o solo em velocidade mais rápida que o som.
A regulação e a capacidade de armazenamento de combustível dos aviões limitaram a atuação do Concorde a voos transatlânticos. Além disso, a operação era tão cara que uma passagem de um trecho entre Londres e Nova York chegava a custar US$ 5 mil. E o Concorde frequentemente voava com metade de seus assentos vazios.

O principal benefício da viagem supersônica é a redução no tempo de voo. Um voo de três horas atravessando o Atlântico tornaria possível um bate-volta dos Estados Unidos para Londres ou Paris, praticamente economizando um dia de trabalho. Como um engenheiro aeroespacial especialista em veículos aéreos de alta velocidade, eu acredito que os avanços tecnológicos recentes e as novas tendências na aviação comercial podem tornar o voo supersônico economicamente viável. Mas as regulações terão que mudar antes que os civis possam atravessar os céus mais rápido que o som.

Avião Supersônico