O Fim da Revista de Humor mais antiga do Planeta



O mundo dos quadrinhos está perdendo mais um ícone: depois de 67 anos de publicação ininterrupta, desde sua primeira edição, a MAD MAGAZINE, ícone ímpar do humor satírico, está dizendo adeus ao mercado de quadrinhos. A DC Comics, que publica a revista, emitiu nota afirmando que a edição de agosto de 2019 foi a última a contar com material inédito. A revista, na verdade, continuou a ser publicada por mais algum tempo, mas trazendo apenas republicações de material antigo, com capas novas. Segundo comentários, a publicação só não está sendo cancelada de vez para atender aos assinantes, mas tão logo todas as assinaturas vençam, deve sair de cena de vez. Da mesma forma, falou-se que uma edição especial de fim de ano poderia trazer material inédito, mas isso carece de confirmação oficial.
O que vale mesmo, é que a MAD, depois de quase 70 anos de existência, é a mais nova vítima dos novos tempos no que se refere ao mercado editorial, e com o agravante de se perder um dos últimos bastiões do humor livre e politicamente incorreto que acabou por se tornar tabu nestes tempos do massacrante estilo do politicamente correto, frente a um público que parece cada vez mais radical e que não sabe mais rir de si mesmo, ofendendo-se por qualquer coisa, por menor que seja, o que tem feito do mundo um lugar cada vez mais chato e egocêntrico.
A publicação estreou em outubro de 1952, sob a batuta do editor Harvey Kurtzman, que trabalhava para a editora EC Comics, de William Gaines., com o título completo de “Tales Calculated to Drive You Mad” (“Histórias com a intenção de levá-lo a loucura”, numa tradução em português), e desde o início, publicava paródias e piadas. O estilo ácido e provocativo da revista logo a colocou na alça de mira do Comics Code Authority, órgão de censura que virou o pesadelo de muitas editoras na década de 1950, concebido para “vigiar” as publicações editoriais estadunidenses depois da polêmica desencadeada pelo livro “Sedução dos Inocentes”, que associava a delinquência juvenil à leitura de quadrinhos por parte dos jovens. A MAD, contudo, conseguiu escapar da censura ao mudar o seu formato para o estilo magazine (revista), dissociando-se do tradicional formato americano que os títulos de quadrinhos ostentavam na época, e dali em diante, nada mais deteria a publicação da EC Comics.
Nada era tabu na revista, que parodiava a tudo e a todos. De grandes sucessos da TV e do cinema, a personalidades e situações do dia-a-dia, tudo era assunto para render piadas, sátiras, e todo tipo de produção humorística que viesse à cabeça de seu grupo de colaboradores. A revista ganhou até seu personagem-símbolo, Alfred E. Newman, que passou a estrelar as capas da revista e várias páginas internas, sempre “interpretando” ou “estrelando” as maiores loucuras imaginadas. Apesar do grande sucesso que a revista estava alcançando, a EC Comics ia mal das pernas, e Harvey Kurtzman teve de pular fora do negócio, ao mesmo tempo que a EC fechava as portas. Mas a MAD seguiu em frente, agora com Al Feldstein como editor, e a partir dali, a publicação viveria seus momentos mais icônicos, chegando no auge a vender mais de 2 milhões de exemplares. Al Feldstein esteve à frente da publicação até 1984, quando se aposentou. A editoria da publicação passaria para a dupla Nick Meglin e John Ficarra, que por lá ficaram até 2004, quando Meglin também se aposentou da função, deixando Ficarra à frente da revista desde então. William Gaines, por sua vez, havia vendido o que restou da EC Comics para a Kinney Parking Company, que também era dona da National Comics, que viria a se tornar a DC Comics. Gaines passou a ser membro do conselho diretivo da Kinney, e teve liberdade para continuar publicando a MAD sem interferências editoriais, e fez isso até 1992, quando morreu, tendo sido um dos pilares que garantiram a independência da publicação, e um dos motivos da sua fama entre os leitores.
Tal sucesso não era obra do acaso. Contando com uma trupe de colabores de peso, como Al Jaffee, Don Martin, Dave Berg, Mort Drucker, Antonio Prohías, Sérgio Aragonés, entre muitos outros, a MAD se notabiliza por um humor politicamente incorreto, onde nada era sagrado, mas fazendo também humor sutil e inteligente, parodiando situações com muita classe e sem cair no baixo calão. A revista ganhou muitos leitores de peso, que declararam publicamente seu amor pelo conteúdo por vezes tresloucado que era publicado, e muitos afirmaram que a decisão da DC, atual editora responsável pela publicação, de encerrar a produção de material para a revista significa uma perda irreparável para o mundo editorial, e ao humor contemporâneo.
Infelizmente, a MAD já não tinha mais a inspiração e a sagacidade dos bons tempos. Mas, em vez de tentar formar uma nova e competente equipe que soubesse dar continuidade ao longo histórico de produções realizadas em quase sete décadas, os manda-chuvas editoriais preferiram a saída mais fácil, que era acabar com o título, ainda que de forma sutil. Não foi uma decadência recente, mas um longo processo que foi se acumulando nos últimos anos, onde a MAD foi perdendo relevância e importância não apenas pela queda da qualidade do que era publicado em suas páginas, mas também por más decisões editoriais, que não souberam atualizar a revista para encarar os novos tempos. Sempre houve lugar para o humor, mas ultimamente essa se tornou uma área cinzenta e hostil, com um público cada vez mais rabugento, que implica com piadas por implicar, onde rir de minorias, gays, entre outros esteriótipos passou a ser visto como discriminação e racismo. O mundo perdeu a graça de saber rir, e parece determinado cada vez mais a ficar mais carrancudo e intolerante. A MAD sentiu isso, ainda mais porque o time criativo dos últimos anos nãol possuía a erudição e o talento com o qual muitos colaboradores de antigamente sabiam fazer piada de uma maneira inteligente sem ser provocativa e esculachada.
O grande sucesso que a MAD fazia no mercado editorial estadunidense não passava despercebido em outros países, e um deles foi o Brasil, onde a editora Vecchi resolveu arriscar e lançou a edição nacional da publicação, em 1974. Com Otacílio D’Assunção à frente da publicação brasileira, a MAD em Português também se tornou um grande sucesso editorial, chegando a vender cerca de 200 mil exemplares por edição. O melhor de tudo foi que, para aumentar o material disponível para publicação, começaram a produzir sátiras e piadas por aqui mesmo, utilizando o trabalho de artistas nacionais, dando um charme adicional à edição brasileira. Foram 103 edições regulares até 1983, além de várias edições especiais, todas encerradas pela falência da Vecchi. Mas, para felicidade dos leitores nacionais, a MAD não ficaria muito tempo longe das bancas: em 1984, a editora Record assumiu a publicação, que teve por lá o seu período mais longevo, terminando apenas no ano 2000, após 159 edições regulares e muitas publicações especiais no meio do caminho com o título MAD in Brazil. E, como vaso ruim não quebrava fácil, a revista continuou nas bancas brasileiras, agora pela Mythos Editora, e sempre com o velho Ota como editor, garantindo a qualidade do conteúdo da revista. A publicação na Mythos encerrou-se em 2006, após 46 números, onde a periodicidade já não era mais mensal como antigamente. O mercado editorial nacional, que nunca foi muito fácil, também tinha lá suas crises, e a MAD também começava a sofrer com isso. Em 2008, a publicação ganhou mais uma chance, agora pela Panini, que lançou a revista de forma mais regular até 2016, com 90 números, para então encerrar definitivamente o ciclo da MAD em terras tupiniquins, até o presente momento. O sucesso da MAD nacional motivou até o surgimento de revistas concorrentes tentando imitar o seu estilo de humor, como a Pancada, mas sem conseguir o mesmo sucesso e popularidade, durando pouco tempo nas bancas nacionais.
O grande sucesso que a MAD fazia no mercado editorial estadunidense não passava despercebido em outros países, e um deles foi o Brasil, onde a editora Vecchi resolveu arriscar e lançou a edição nacional da publicação, em 1974. Com Otacílio D’Assunção à frente da publicação brasileira, a MAD em Português também se tornou um grande sucesso editorial, chegando a vender cerca de 200 mil exemplares por edição. O melhor de tudo foi que, para aumentar o material disponível para publicação, começaram a produzir sátiras e piadas por aqui mesmo, utilizando o trabalho de artistas nacionais, dando um charme adicional à edição brasileira. Foram 103 edições regulares até 1983, além de várias edições especiais, todas encerradas pela falência da Vecchi. Mas, para felicidade dos leitores nacionais, a MAD não ficaria muito tempo longe das bancas: em 1984, a editora Record assumiu a publicação, que teve por lá o seu período mais longevo, terminando apenas no ano 2000, após 159 edições regulares e muitas publicações especiais no meio do caminho com o título MAD in Brazil. E, como vaso ruim não quebrava fácil, a revista continuou nas bancas brasileiras, agora pela Mythos Editora, e sempre com o velho Ota como editor, garantindo a qualidade do conteúdo da revista. A publicação na Mythos encerrou-se em 2006, após 46 números, onde a periodicidade já não era mais mensal como antigamente. O mercado editorial nacional, que nunca foi muito fácil, também tinha lá suas crises, e a MAD também começava a sofrer com isso. Em 2008, a publicação ganhou mais uma chance, agora pela Panini, que lançou a revista de forma mais regular até 2016, com 90 números, para então encerrar definitivamente o ciclo da MAD em terras tupiniquins, até o presente momento. O sucesso da MAD nacional motivou até o surgimento de revistas concorrentes tentando imitar o seu estilo de humor, como a Pancada, mas sem conseguir o mesmo sucesso e popularidade, durando pouco tempo nas bancas nacionais.

Mega Polêmica, trocadilho no dito popular – Franqueza não se põe na mesa, é um presente da Natureza



É cada vez mais comum ver por aí pessoas que fazem questão de afirmar –em alto e bom som ou nas redes sociais– o quanto são sinceras, verdadeiras e que “falam na cara, mesmo”. Muitas vezes, no entanto, toda essa atitude anti hipocrisia não passa de um comportamento grosseiro. Muita gente que se diz autêntica, na prática, acaba magoando os outros sem necessidade, com comentários que parecem motivadores ou críticas construtivas, mas não passam de ofensas.
Vários comentários, considerados sinceros, são desnecessários. Afinal, qual a utilidade de falar para um amigo que ele está ficando careca, chegou ao trabalho com um ar abatido, engordou ou se parece com alguma celebridade intragável? Se ele anda insatisfeito com a própria aparência, ouvir esse tipo de observação só fará com que se sinta ainda pior. Se você faz parte do time dos adeptos da “franqueza a qualquer preço”, está na hora de rever a forma como vem tratando os outros. O primeiro passo é entender as diferenças entre sinceridade e grosseria. De acordo com Alexandre Bortoletto, instrutor da SBPNL (Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística), a sinceridade é sinônimo de assertividade. “É algo positivo, que oferece ganhos tanto para quem escuta como para quem diz”, afirma. “Porém, quando a ação está carregada de intenções ofensivas para o outro, a ponto de menosprezar e não agregar nada, pode ser sinal de baixa autoestima de quem fala”. São comuns comentários travestidos de sinceridade que nada mais são do que alfinetadas, ditas por pessoas que projetam as próprias fraquezas nos outros. Na opinião da psicóloga organizacional Izabel Failde, muitos dos que se dizem sinceros são, realmente, mal-educados e desrespeitosos. Mas podem ser, também, sensíveis, por isso tratam os demais de um jeito indelicado propositalmente, para manter distância, como uma forma de proteção.
“Assertividade é dizer o que precisa ser dito, para a pessoa certa, no lugar certo e no momento certo, tudo isso com uma embalagem elegante”.
É preciso, ainda, ter cuidado com as ênfases, pois determinadas palavras recebem um peso maior ou menor. O tom e o volume de voz também devem ser levados em consideração, assim como o perfil da própria pessoa que pediu a opinião ou para quem você vai falar o que pensa. Há pessoas mais frágeis emocionalmente, enquanto outras filtram o que escutam ou conseguem dar uma boa resposta sem precisar retribuir a alfinetada.
Segundo a psicóloga Maria Rocha, podemos dizer certas verdades que podem parecer mais construtivas e não grosseiras quando temos uma relação mais íntima com a pessoa. Por outro lado, em um contexto no qual não temos um grau de liberdade com o outro, há o risco de uma opinião pessoal soar agressiva para quem está ouvindo.
Para mudar esse padrão de conduta, tenha autocontrole. É preciso refletir antes de falar, pois não se deve por para fora tudo o que vem à mente. E, principalmente, é essencial reconhecer o próprio posicionamento errado para realizar a mudança.
Para quem vem sendo alvo de grosseria disfarçada de sinceridade, a psicóloga Izabel Failde tem uma dica: “A pessoa grosseira não está acostumada a ser tratada com educação, por isso, a polidez pode ser impactante e quebrar o padrão. Sem entrar na mesma frequência mal-educada, solicite que o emissor da mensagem seja mais polido, calmo ou claro”.