10.735 – Automóvel – Freios: Do tambor ao ABS


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Nas últimas décadas, a indústria automobilística evoluiu bastante o sistema de freio dos automóveis. Mas antes de chegar ao patamar tecnológico, vamos conhecer como eram os freios até pouco tempo atrás.
O primeiro e mais antigo tipo, ainda hoje utilizado nas rodas traseiras de alguns modelos mais populares é o freio a tambor. Totalmente mecânico, ele funciona com um cilindro hidráulico que aciona as sapatas de freio para que elas gerem atrito com o tambor e pare o veículo. Além da manutenção complicada, o freio a tambor já não é mais eficiente para os carros atuais.
Em um automóvel, apenas 30% da força de frenagem é feita nas rodas traseiras. Isso explica porque alguns modelos ainda utilizam o freio a tambor atrás. Nas rodas dianteiras, já também há bastante tempo, o que se vê são os freios a disco – responsáveis por 70% da força de frenagem. O sistema de disco também é mecânico: uma pinça hidráulica é acionada quando o motorista pisa no freio e o atrito com o disco faz o carro parar.
Os discos evoluíram com o passar do tempo. Sua maior eficiência em comparação com os freios a tambor se devem principalmente a uma característica…
Mecanicamente, o que evoluiu nos freios a disco foi o material. No automobilismo, os carros de corrida utilizam discos de carbono para aumentar a performance do sistema de frenagem. Mas a maior evolução nos freios a disco não foi mecânica e, sim, eletrônica. A chegada do ABS nos anos 90 foi um avanço enorme na segurança dos automóveis.
ABS é abreviação de “Antilock Brake System” ou Ssistema Antibloqueio de Frenagem. Durante a frenagem de emergência, o ABS evita o travamento de uma ou mais rodas. O ABS funciona com um conjunto de sensores de velocidade instalados em cada roda. Quando o pneu perde aderência com o solo, o ABS alivia automaticamente a pressão hidráulica na roda em travamento evitando a derrapagem.
A partir do ABS, a tecnologia chegou com força total para deixar os sistemas de freios ainda mais seguros e modernos. Uma série de siglas surgiu para classificar os tipos de ABS. Uma das primeiras a aparecer foi o EBD, sigla para “Electronic Brakeforce Distribution” ou Sistema de Distribuição Eletrônica de Frenagem. A grande maioria dos carros com ABS também têm EBD atualmente. Trata-se de um dispositivo eletrônico que distribui a frenagem entre os eixos em situações normais; como dissemos o início, 30% no eixo traseiro e 70% no dianteiro.
Em conjunto com o ABS, outra tecnologia embarcada nos freios a disco é o BAS, sigla para “Break Assist System”. Este é um sistema inteligente de auxílio para a frenagem de emergência que entende por uma série de condições que aquela é uma situação crítica e aumenta a força de frenagem.
Outro dispositivo que aumenta a segurança e eficiência do ABS é o AFU, abreviação do francês para “Aide au Freinage d´Urgence” ou Auxílio à Frenagem de Urgência. Em situações de emergência, a forte trepidação do pedal gerada pelo ABS pode fazer com que o motorista alivie a pressão, minimizando ou até mesmo anulando o efeito do ABS. O AFU corrige esta falha. O sistema é capaz de detectar a velocidade com que o freio foi acionado e se considerar que foi uma frenagem de emergência, aplicar uma força extra ao freio para que o ABS continue funcionando.
A maioria das tecnologias voltadas para performance e segurança nos automóveis veio das pistas. A grande evolução sempre vem do automobilismo. Interessante é que a evolução dos freios é tamanha que a maioria dessas tecnologias foi banida das corridas porque ela acaba tirando a emoção das provas. Carros esportivos de luxo como as Ferraris, por exemplo, trazem tudo que foi desenvolvido para o automobilismo para as ruas.
Recentemente, você viu aqui no Mega uma reportagem sobre o futuro dos carros autônomos, nos quais os motoristas serão meros passageiros. A evolução dos freios vai exatamente nesta direção. Alguns carros mais modernos já possuem sistemas de sensores que brecam o carro automaticamente em caso de emergência ou falha do motorista. Ou seja, se hoje o sistema de frenagem mais moderno ainda depende do motorista, isso não será assim para sempre.