A Colonização de Marte


Depois da Terra, Marte é o planeta mais habitável do sistema solar e tem sido considerado como um dos principais candidatos à colonização humana extensiva e permanente, não apenas por estar mais próximo ao nosso planeta mas também pelas condições da sua superfície – que são mais semelhantes às da Terra, comparativamente a outros planetas do Sistema Solar -, destacando-se, por exemplo, a disponibilidade de águas superficiais, embora congeladas, em Marte, mas em 2018 foi descoberto água em estado líquido embaixo do gelo de marte. Embora a Lua, devido à sua proximidade, tenha sido proposta como o primeiro local para a colonização humana, a gravidade lunar corresponde apenas a 16% da gravidade da Terra, enquanto a gravidade de Marte é mais substancial: corresponde a 38%. Há mais água presente em Marte do que na Lua, e Marte tem uma atmosfera tênue. Esses fatores dão a Marte maior capacidade potencial de abrigar a vida orgânica e a colonização humana.
A habitação humana permanente, em um corpo planetário que não seja a Terra, é um dos temas mais frequentes na ficção científica. Como a tecnologia tem avançado e as preocupações sobre o futuro da humanidade na Terra têm aumentado, a tese de que a colonização do espaço é uma meta alcançável e válida ganha impulso.
Embora o vizinho mais próximo da Terra seja Vênus considerando a distância no espaço, Marte é muito mais similar à Terra. As razões incluem:
O dia Marciano é mais parecido com o da Terra. Um dia solar em Marte tem 24 horas, 39 minutos e 35,244 segundos.
Marte tem uma área de superfície similar em 28,4% a da Terra, somente menor no quesito porção de terra arenosa (que são de 29,2% da superfície da Terra).
Marte tem uma inclinação axial de 25,19°, comparada com os 23,44° da Terra. Por causa disto, Marte tem estações muito parecidas como a Terra, embora elas durem o dobro por causa do ano marciano durar cerca de 1,88 vezes o ano terrestre. Um calendário foi criado para ser usado no planeta (o calendário dariano). O pólo norte Marciano aponta para Cygnus, em vez da Ursa Menor como a Terra.
Marte tem uma atmosfera. Embora muito menor, cerca de 0,7% da atmosfera terrestre, isto permite alguma proteção contra a radiação solar e a radiação cósmica e tem sido usada com sucesso como aero freio para espaçonaves.
Recentes observações feitas pelo Mars Exploration Rover (carro robô de exploração de Marte) da NASA e do Mars Express da ESA confirmam a presença de água em Marte. O planeta parece ter uma significante quantidade de todos os elementos Químicos necessários para o suporte à vida.
Porém, Marte também apresenta diferenças ao nosso planeta:
A gravidade superficial em Marte é apenas um terço a da Terra. Não se sabe se este nível é bastante alto para causar problemas de saúde associados à perda de peso.
Marte é mais frio que a Terra, isto significa temperaturas entre 18 °C e -140 °C.
Por Marte estar mais longe do Sol, o nível de energia solar que alcança a superfície (a chamada constante solar) é apenas a metade da Terra ou da Lua.
A órbita de Marte é mais excêntrica do que a Terra, exacerbando a temperatura e constantes variações solares.
A pressão atmosférica em Marte é inferior à necessária para humanos sobreviverem, sendo necessário trajes de descompressão (controle da pressão); e as estruturas habitacionais em Marte necessitariam de câmeras de descompressão similares às das espaçonaves, capazes de suportar a pressão de um bar.
A atmosfera marciana consiste principalmente de dióxido de carbono. Entretanto a pressão parcial de CO2 na superfície de Marte é 52 vezes mais alta do que na Terra, possivelmente permitindo o suporte a vida em Marte.
Marte tem dois satélites e eles são muito menores e mais próximos do planeta em relação a distancia da Lua à Terra. Fobos e Deimos podem provar serem úteis como testes para a conceituação da colonização de asteroides.
Marte quase não tem campo magnético para refletir o vento solar.
Diferente dos polos da Terra, Marte tem seus polos cobertos de CO2 congelado (gelo seco).
Fisiologicamente, a atmosfera de Marte pode ser considerada vácuo. Um ser humano desprotegido perderia a consciência em cerca de 20 segundos e não sobreviveria mais do que um minuto na superfície sem um traje espacial.
As condições em Marte são mais habitáveis do que outros planetas que têm temperaturas mais altas e baixas que ele, como Mercúrio, ou a superfície superaquecida de Vênus, ou o frio criogênico do espaço sideral. Somente a uma altitude acima da malha de nuvens, Vênus é melhor em condições de habitabilidade do que Marte.
Há condições na Terra exploradas por humanos próximas às condições de Marte. As altitudes mais altas atingidas por um balão em ascensão, como um registro em maio de 1961, onde foi atingido 34,668 metros (113,740 pés). A pressão nesta altitude é a mesma da superfície de Marte. O frio extremo no Ártico e Antarctica são semelhantes à mais extrema temperatura em Marte. Também há desertos na Terra muito similares ao terreno marciano, como o Deserto de Kaʻū, no Havaí.
Terraformação de Marte
Marte é um fortíssimo candidato à terraformação. Em sua terraformação, o desafio será adensar a atmosfera de 0,008 atm a 1 atm, que corresponde a um aumento de efeito estufa, nivelando a temperatura diurna de -50 °C a 20 °C, logo após um breve aumento de escudo contra radiação solar.
Mesmo assim não podemos esquecer que a terraformação é um processo com alto risco de erro, extremamente caro, e demorado (neste caso, uma visão otimista engloba dois séculos), mas cálculos apontam que a terraformação de Marte será a mais fácil do Sistema Solar, por exemplo, a da Lua e de Ceres, será preciso criar a atmosfera, a de Mercúrio, engrossar a atmosfera com gases que ajudam ao máximo o resfriamento da superfície, e a de Vênus (a mais difícil), será preciso diminuir a pressão da atmosfera de 92 atm para 1 atm, isso provavelmente pode durar até um milênio numa visão realista.
Mas vale lembrar que a terraformação é um passo muito posterior a colonização, tendo que sua necessidade só ocorrerá, ao término do povoamento de toda a Lua e de habitações espaciais.
Marte não tem nenhum campo geomagnético global parecido com o da Terra. Combinado com a sua fina atmosfera, isto permite que uma significante porção de radiação ionizada e erupções solares atinjam a superfície de Marte. A espaçonave 2001 Mars Odyssey levou um instrumento, o Mars Radiation Environment Experiment (MARIE), para medir quanto isto seria perigoso para humanos. MARIE descobriu que os níveis de radiação na órbita de Marte são 2,5 vezes maiores do que na Estação Espacial Internacional.
A dose média foi de 22 milirads por dia (220 micrograys por dia ou 0,8 gray por ano). Uma exposição de três anos em tais níveis atingiria os limites de segurança adotados pela NASA. Os níveis na superfície de Marte podem variar significativamente para diferentes locais dependendo da altitude e do campo magnético local.
Ocasionais SPEs (solar proton events) ou erupções solares produzem altas doses de radiação. Astronautas em Marte podem ser avisados dos SPEs por sensores próximos ao Sol e presumivelmente se abrigar durante estes eventos. Alguns SPEs foram observados por MARIE que não foram observados por sensores próximos da Terra confirmando o fato dos SPEs serem direcionais. Isto implicará na necessidade de uma rede de espaçonaves em órbita do Sol para assegurar que todas as SPEs que ameacem Marte sejam detectadas. E em casos de emergência como esses os colonos precisariam ser avisados o mais rápido possível, tornando assim necessário ambientes blindados ou subterrâneos. O que acabaria tornando ainda mais difícil a colonização do planeta, já que levar materiais que bloqueiam a radiação torna a missão mais cara por conta do seu peso.
Falta muita informação sobre a radiação espacial. Em 2003, O Lyndon B. Johnson Space Center da NASA abriu uma instalação, a NASA Space Radiation Laboratory, no Brookhaven National Laboratory que emprega aceleradores de partículas para simular a radiação espacial. A instalação estudará os efeitos em organismos vivos juntamente com técnicas de proteção destes.
Há algumas evidências que este tipo de radiação de baixo nível, ou radiação crônica não é perigosa como se pensava; e do que a radiação hormesis.
O consenso geral entre aqueles que estudam o assunto é que os níveis de radiação, com a exceção do SPEs, que seriam experimentados na superfície de Marte, e enquanto se viaja para lá, são certamente preocupantes, mas não são intransponíveis se for usada a tecnologia atual.
A comunicação com a Terra é relativamente direta até meio-dia quando a Terra está acima do horizonte Marciano. A NASA e a ESA incluem equipamentos de comunicação para retransmissão em vários de seus equipamentos que orbitam Marte, assim Marte já tem satélite de comunicação. Entretanto, eles se tornaram gastos e necessitam ser substituídos durante a preparação da expedição de colonização.
A Comunicação pode ser dificultada em alguns dias no período sinódico, e parcialmente pela conjunção superior (planetas formando um a linha aparente) quando o Sol está diretamente entre a Terra e Marte. A viagem de ida e volta para a retransmissão da comunicação na velocidade da luz varia em cerca 6,5 minutos na aproximação mais próxima a 44 minutos na conjunção superior. A conversação em tempo real com a Terra como o telefone ou a mensagem instantânea não é possível com o presente conhecimento cientifico, considerando que para que haja uma comunicação entre Terra e Marte, haveria uma demora de mais ou menos 30 minutos para enviar e 30 minutos para voltar, com o uso de ondas de rádio. Deve ser lembrado que a grande maioria das colonizações e explorações da Terra foram conduzidas sem o beneficio das comunicação em tempo real com o “lar”.
Região Polar
O pólo norte e sul de Marte atraíram grande interesse como locais para a colônia por causa da variação periódica da calota de gelo polar muito observada por telescópios da Terra. A Mars Odyssey achou uma grande concentração de água perto do pólo norte, mas foi encontrada água também em latitudes mais baixas, fazendo dos pólos competidores pobres como local da colônia. Como na Terra, em Marte se vê o sol da meia-noite nos pólos durante o verão e a noite polar tem a duração do seu inverno.


Depois da Terra, Marte é o planeta mais habitável do sistema solar e tem sido considerado como um dos principais candidatos à colonização humana extensiva e permanente, não apenas por estar mais próximo ao nosso planeta mas também pelas condições da sua superfície – que são mais semelhantes às da Terra, comparativamente a outros planetas do Sistema Solar -, destacando-se, por exemplo, a disponibilidade de águas superficiais, embora congeladas, em Marte, mas em 2018 foi descoberto água em estado líquido embaixo do gelo de marte. Embora a Lua, devido à sua proximidade, tenha sido proposta como o primeiro local para a colonização humana, a gravidade lunar corresponde apenas a 16% da gravidade da Terra, enquanto a gravidade de Marte é mais substancial: corresponde a 38%. Há mais água presente em Marte do que na Lua, e Marte tem uma atmosfera tênue. Esses fatores dão a Marte maior capacidade potencial de abrigar a vida orgânica e a colonização humana.
A habitação humana permanente, em um corpo planetário que não seja a Terra, é um dos temas mais frequentes na ficção científica. Como a tecnologia tem avançado e as preocupações sobre o futuro da humanidade na Terra têm aumentado, a tese de que a colonização do espaço é uma meta alcançável e válida ganha impulso.
Embora o vizinho mais próximo da Terra seja Vênus considerando a distância no espaço, Marte é muito mais similar à Terra. As razões incluem:
O dia Marciano é mais parecido com o da Terra. Um dia solar em Marte tem 24 horas, 39 minutos e 35,244 segundos.
Marte tem uma área de superfície similar em 28,4% a da Terra, somente menor no quesito porção de terra arenosa (que são de 29,2% da superfície da Terra).
Marte tem uma inclinação axial de 25,19°, comparada com os 23,44° da Terra. Por causa disto, Marte tem estações muito parecidas como a Terra, embora elas durem o dobro por causa do ano marciano durar cerca de 1,88 vezes o ano terrestre. Um calendário foi criado para ser usado no planeta (o calendário dariano). O pólo norte Marciano aponta para Cygnus, em vez da Ursa Menor como a Terra.
Marte tem uma atmosfera. Embora muito menor, cerca de 0,7% da atmosfera terrestre, isto permite alguma proteção contra a radiação solar e a radiação cósmica e tem sido usada com sucesso como aero freio para espaçonaves.
Recentes observações feitas pelo Mars Exploration Rover (carro robô de exploração de Marte) da NASA e do Mars Express da ESA confirmam a presença de água em Marte. O planeta parece ter uma significante quantidade de todos os elementos Químicos necessários para o suporte à vida.
Porém, Marte também apresenta diferenças ao nosso planeta:
A gravidade superficial em Marte é apenas um terço a da Terra. Não se sabe se este nível é bastante alto para causar problemas de saúde associados à perda de peso.
Marte é mais frio que a Terra, isto significa temperaturas entre 18 °C e -140 °C.
Por Marte estar mais longe do Sol, o nível de energia solar que alcança a superfície (a chamada constante solar) é apenas a metade da Terra ou da Lua.
A órbita de Marte é mais excêntrica do que a Terra, exacerbando a temperatura e constantes variações solares.
A pressão atmosférica em Marte é inferior à necessária para humanos sobreviverem, sendo necessário trajes de descompressão (controle da pressão); e as estruturas habitacionais em Marte necessitariam de câmeras de descompressão similares às das espaçonaves, capazes de suportar a pressão de um bar.
A atmosfera marciana consiste principalmente de dióxido de carbono. Entretanto a pressão parcial de CO2 na superfície de Marte é 52 vezes mais alta do que na Terra, possivelmente permitindo o suporte a vida em Marte.
Marte tem dois satélites e eles são muito menores e mais próximos do planeta em relação a distancia da Lua à Terra. Fobos e Deimos podem provar serem úteis como testes para a conceituação da colonização de asteroides.
Marte quase não tem campo magnético para refletir o vento solar.
Diferente dos polos da Terra, Marte tem seus polos cobertos de CO2 congelado (gelo seco).
Fisiologicamente, a atmosfera de Marte pode ser considerada vácuo. Um ser humano desprotegido perderia a consciência em cerca de 20 segundos e não sobreviveria mais do que um minuto na superfície sem um traje espacial.
As condições em Marte são mais habitáveis do que outros planetas que têm temperaturas mais altas e baixas que ele, como Mercúrio, ou a superfície superaquecida de Vênus, ou o frio criogênico do espaço sideral. Somente a uma altitude acima da malha de nuvens, Vênus é melhor em condições de habitabilidade do que Marte.
Há condições na Terra exploradas por humanos próximas às condições de Marte. As altitudes mais altas atingidas por um balão em ascensão, como um registro em maio de 1961, onde foi atingido 34,668 metros (113,740 pés). A pressão nesta altitude é a mesma da superfície de Marte. O frio extremo no Ártico e Antarctica são semelhantes à mais extrema temperatura em Marte. Também há desertos na Terra muito similares ao terreno marciano, como o Deserto de Kaʻū, no Havaí.
Terraformação de Marte
Marte é um fortíssimo candidato à terraformação. Em sua terraformação, o desafio será adensar a atmosfera de 0,008 atm a 1 atm, que corresponde a um aumento de efeito estufa, nivelando a temperatura diurna de -50 °C a 20 °C, logo após um breve aumento de escudo contra radiação solar.
Mesmo assim não podemos esquecer que a terraformação é um processo com alto risco de erro, extremamente caro, e demorado (neste caso, uma visão otimista engloba dois séculos), mas cálculos apontam que a terraformação de Marte será a mais fácil do Sistema Solar, por exemplo, a da Lua e de Ceres, será preciso criar a atmosfera, a de Mercúrio, engrossar a atmosfera com gases que ajudam ao máximo o resfriamento da superfície, e a de Vênus (a mais difícil), será preciso diminuir a pressão da atmosfera de 92 atm para 1 atm, isso provavelmente pode durar até um milênio numa visão realista.
Mas vale lembrar que a terraformação é um passo muito posterior a colonização, tendo que sua necessidade só ocorrerá, ao término do povoamento de toda a Lua e de habitações espaciais.
Marte não tem nenhum campo geomagnético global parecido com o da Terra. Combinado com a sua fina atmosfera, isto permite que uma significante porção de radiação ionizada e erupções solares atinjam a superfície de Marte. A espaçonave 2001 Mars Odyssey levou um instrumento, o Mars Radiation Environment Experiment (MARIE), para medir quanto isto seria perigoso para humanos. MARIE descobriu que os níveis de radiação na órbita de Marte são 2,5 vezes maiores do que na Estação Espacial Internacional.
A dose média foi de 22 milirads por dia (220 micrograys por dia ou 0,8 gray por ano). Uma exposição de três anos em tais níveis atingiria os limites de segurança adotados pela NASA. Os níveis na superfície de Marte podem variar significativamente para diferentes locais dependendo da altitude e do campo magnético local.
Ocasionais SPEs (solar proton events) ou erupções solares produzem altas doses de radiação. Astronautas em Marte podem ser avisados dos SPEs por sensores próximos ao Sol e presumivelmente se abrigar durante estes eventos. Alguns SPEs foram observados por MARIE que não foram observados por sensores próximos da Terra confirmando o fato dos SPEs serem direcionais. Isto implicará na necessidade de uma rede de espaçonaves em órbita do Sol para assegurar que todas as SPEs que ameacem Marte sejam detectadas. E em casos de emergência como esses os colonos precisariam ser avisados o mais rápido possível, tornando assim necessário ambientes blindados ou subterrâneos. O que acabaria tornando ainda mais difícil a colonização do planeta, já que levar materiais que bloqueiam a radiação torna a missão mais cara por conta do seu peso.
Falta muita informação sobre a radiação espacial. Em 2003, O Lyndon B. Johnson Space Center da NASA abriu uma instalação, a NASA Space Radiation Laboratory, no Brookhaven National Laboratory que emprega aceleradores de partículas para simular a radiação espacial. A instalação estudará os efeitos em organismos vivos juntamente com técnicas de proteção destes.
Há algumas evidências que este tipo de radiação de baixo nível, ou radiação crônica não é perigosa como se pensava; e do que a radiação hormesis.
O consenso geral entre aqueles que estudam o assunto é que os níveis de radiação, com a exceção do SPEs, que seriam experimentados na superfície de Marte, e enquanto se viaja para lá, são certamente preocupantes, mas não são intransponíveis se for usada a tecnologia atual.
A comunicação com a Terra é relativamente direta até meio-dia quando a Terra está acima do horizonte Marciano. A NASA e a ESA incluem equipamentos de comunicação para retransmissão em vários de seus equipamentos que orbitam Marte, assim Marte já tem satélite de comunicação. Entretanto, eles se tornaram gastos e necessitam ser substituídos durante a preparação da expedição de colonização.
A Comunicação pode ser dificultada em alguns dias no período sinódico, e parcialmente pela conjunção superior (planetas formando um a linha aparente) quando o Sol está diretamente entre a Terra e Marte. A viagem de ida e volta para a retransmissão da comunicação na velocidade da luz varia em cerca 6,5 minutos na aproximação mais próxima a 44 minutos na conjunção superior. A conversação em tempo real com a Terra como o telefone ou a mensagem instantânea não é possível com o presente conhecimento cientifico, considerando que para que haja uma comunicação entre Terra e Marte, haveria uma demora de mais ou menos 30 minutos para enviar e 30 minutos para voltar, com o uso de ondas de rádio. Deve ser lembrado que a grande maioria das colonizações e explorações da Terra foram conduzidas sem o beneficio das comunicação em tempo real com o “lar”.
Região Polar
O pólo norte e sul de Marte atraíram grande interesse como locais para a colônia por causa da variação periódica da calota de gelo polar muito observada por telescópios da Terra. A Mars Odyssey achou uma grande concentração de água perto do pólo norte, mas foi encontrada água também em latitudes mais baixas, fazendo dos pólos competidores pobres como local da colônia. Como na Terra, em Marte se vê o sol da meia-noite nos pólos durante o verão e a noite polar tem a duração do seu inverno.

Terra média
A exploração da superfície de Marte está em plena marcha. Os dois Rovers de Exploração para Marte, Spirit e Opportunity, encontraram solos bem diferentes e rochas características. Isto sugere que a aterrissagem é muito variável e a localização ideal para uma colônia será melhor determinada quando se tiver mais dados disponíveis. Como na Terra, quanto mais próximo do equador, menor é a variação climática.

Valles Marineris
Valles Marineris, o “Grand Canyon” de Marte, tem cerca de 3 000 km de distância e em média 8 km de profundidade. A pressão atmosférica no fundo deve ser 25% mais alta do que a média na superfície, 0,9 kPa contra 0,7 kPa.
O cânion se estende para o meio oeste, assim as sombras de suas encostas não devem interferir na coleta de energia solar. Canais de rios dirigem-se para o cânion, indicando que ele já foi submerso em algum momento da história geológica de Marte.
Satélites Marcianos
Embora eles não sejam estritamente parte do próprio Marte, os satélites têm a sua atração para a colonização. O delta-v das luas para uma trajetória de retorno a Terra é menor, e as luas possuem propelentes de foguetes tais como a rochas de gelo seco. Desta forma, elas podem se tornar pontos de reabastecimento para veículos de volta para a Terra, e podem ser economicamente viáveis em recargas periódicas de propelente e outros materiais. Isto poderá pagar a colonização da superfície Marciana.
Alguns se preocupam sobre a contaminação do planeta com a vida terrestre. A questão de se a vida existiu alguma vez ou existe agora em Marte não foi totalmente esclarecida. Veja vida em Marte.
Os níveis de radiação durante as viagens a Marte são muito altos, além de significativamente aumentarem o risco de câncer, e se mulheres grávidas forem enviadas haveria possibilidade de surgirem defeitos de nascimento.
Muitos acreditam que seria mais econômico explorar Marte com robôs, embora argumentem que isto não necessariamente leve à colonização posterior.
Outros sugerem a Lua como um local mais lógico para a primeira colonização planetária, talvez usando-a como uma área de passagem para futuras missões para Marte, a despeito da pobreza da Lua em vários elementos-chaves requeridos para a vida, sendo o mais notável o hidrogênio, nitrogênio e carbono (50 – 100 ppm).
É desconhecido se a gravidade marciana pode suportar a vida humana por longo prazo (todas as experiências são ou em 1 g ou na gravidade zero). Os pesquisadores de medicina espacial teorizam sobre se há benefícios na saúde com aumento lento ou rápido da gravidade, do sem peso à gravidade total da Terra. A experiência no Bio satélite de gravidade Marciana se tornou a primeira experiência para testar os efeitos da gravidade parcial, gerada artificialmente na 0,38 g comparável a gravidade de Marte, sobre a vida dos mamíferos, especificamente os ratos, por um ciclo de vida (concepção até a morte).
A velocidade de escape de Marte é de 5 km/s, razoavelmente alta. Isto faz a comercialização com os outros planetas mais cara e mais difícil para uma colônia.
Estar em um planeta (até então sem vida), com pessoas que você não conhece e tendo que se submeter as mais diferentes sensações, pode causar stress excessivo e até desenvolver traumas, como a claustrofobia e a síndrome de adaptação ao espaço, mas isso pode ser combatido com a mistura de competência e compatibilidade.
Alimentação dos colonos
Com os projetos em andamento, estudantes têm se dedicado a possibilidade da cultivação em Marte. Uma fonte de alimentos sustentáveis para os colonos. A equipe Seed ganhou a disputa para mandar um agrião a bordo da missão do planeta vermelho, a equipe, formada por estudantes de Portugal, Holanda e Espanha, crêem que é possível cultivar e plantar sementes em Marte. A espécie Arabidopsis thaliana passará por diversos experimentos. Os integrantes da Seed se antecipariam, deste modo, pelo menos dois anos ao projeto da Nasa com o mesmo propósito de levar vegetais a Marte,como a Mars Plant Experiment.
Ao se deparar perante uma ilha deserta, uma das primeiras ações do homem, deverá ser a de criar um abrigo para garantir a sua sobrevivência. O mesmo acontece em Marte, e aos primeiros humanos a habitá-lo, que enfrentarão um ambiente adverso e necessitarão de encontrar forma de se proteger dos raios cósmicos e obter água e oxigénio. No momento em que a NASA anuncia que existe verdadeiramente água neste planeta, deixou-se de questionar “se” vamos colonizar Marte, mas sim “quando”. O conceito da colonização do planeta vermelho refere-se à proposta de instalação de assentamentos humanos permanentes neste. Porquê Marte? Depois da Terra, Marte é o planeta mais habitável do sistema solar, uma vez que está mais próximo do nosso planeta, mas também porque as condições da sua superfície, são as que mais se assemelham à do planeta azul. Nomeadamente, o ano marciano ser 1.88 vezes o ano terrestre, as estações são muito parecidas em ambos os planetas, e o planeta vermelho tem cerca de 0,7% da atmosfera do planeta azul, o que permite alguma proteção contra a radiação solar e cósmica, dando ainda indícios de possuir uma significante quantidade de todos os elementos químicos necessários para o suporte à vida.

Um outro conceito muito atual, é a terraformação de Marte, um processo que parte do pressuposto de que se pode alterar por meios artificiais o ambiente do planeta, em que a atmosfera seria alterada até possuir uma composição e pressão atmosféricas semelhantes à da Terra, permitindo então a colonização da vida humana no planeta vermelho. A aliança entre estes conceitos da terraformação e colonização de Marte com o avanço da tecnologia e as preocupações com o futuro da humanidade na Terra, representa para o arquiteto o desafio ideal, numa fase em que se discute muito que hoje em dia já não é possível fazer nada de novo, de original na arquitetura, algo que alguém não tenha já pensado. Elon Musk, empreendedor e visionário, defende que temos de começar por qualquer lado, temos de começar pelo sonho, e algures no tempo as coisas tornar-se-ão reais, o que implica resolver diversos problemas, e é perante esta realidade que a arquitetura se torna essencial e necessária a este novo planeta.