Astronomia – Partiu Marte


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O robô Perseverance carrega instrumentos para, além de coletar amostras, observar a geologia e transformar dióxido de carbono em oxigênio para viabilizar uma missão com humanos no planeta.
Ele explicou que o foguete está “quase na rota de Marte”. Ainda será necessária outra “queima de motor” para, então, o foguete sair da sombra da Terra, encontrar o Sol e os cientistas poderem fazer contato com a nave.
“Uma vez que fizermos isso, estaremos, de fato, a caminho de Marte”, explicou Braun.

Entenda a Mars 2020
Os cientistas acreditam que Marte tinha, entre 3 e 4 bilhões de anos atrás, um lago onde hoje existe uma cratera. É lá que irá aterrissar a nova missão da agência espacial americana (Nasa), a Mars 2020, para coletar amostras em busca de vida. O local tem sedimentos similares aos encontrados na Terra que podem conter vestígios de organismos.
O Perseverance é o mais recente robô da linha de enviados a Marte. O primeiro foi o Sojourner, em 1997, seguido por Spirit e Opportunity, que desembarcaram no planeta em 2004. O último foi o Curiosity, que está no planeta desde 2012. Todos eles tiveram os nomes escolhidos em concursos nacionais.
De acordo com a agência espacial americana, o Perseverance é um “cientista robô” que pesa pouco mais de 1 tonelada. Ele conta com uma série de instrumentos: câmeras de engenharia, equipamentos nos braços, uma broca, uma estação meteorológica, instrumento de laser, câmeras para fazer panoramas coloridos, entre outros.
Pouso
O local da chegada a Marte foi escolhido especialmente por ter mais chance de encontrar indícios de vida. A cratera Jezero foi um lago bilhões de anos atrás, e contém um depósito rico em argila. O nome significa, inclusive, “lago” em diferentes línguas, como tcheco e esloveno.

As amostras coletadas em solo retornarão, no entanto, em uma missão futura. Os instrumentos irão empacotar as rochas em pedaços do tamanho de um giz e colocá-los em tubos. Uma parceria da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA) trará o material de volta para análise dos cientistas na Terra, com equipamentos de maior capacidade para investigação científica.
Geologia e oxigênio
Os instrumentos enviados também precisam abrir espaço para a chegada do homem ao planeta vermelho. Será acoplado o Ingenuity junto ao Perseverance, um helicóptero de 1,8 kg com hélices que giram cerca de 8 vezes mais rápido do que um helicóptero comum.

O terreno será fotografado como nunca no planeta — são 19 câmeras — para trazer informações sobre o clima e a geologia de Marte. O instrumento MOXIE deverá produzir oxigênio com base na atmosfera de dióxido de carbono. Essa conversão será um dos passos para conseguir levar astronautas em uma missão tripulada no futuro. Além disso, outras missões para a Lua deverão “preparar o caminho” para conseguir chegar lá.

Brasileiro Participa da Missão
Daniel Nunes, um astrônomo e físico brasileiro, garantiu os ajustes finais da missão Mars 2020 em casa, de quarentena. O carioca trabalha na Nasa desde 2014 e é responsável pela produção de um radar de penetração do solo do planeta vermelho. Ele disse que tudo é possível com “muito trabalho e dedicação”, mas que é um ambiente “bem competitivo” e “as coisas raramente vêm na primeira vez”.
“Eu tenho duas funções. A primeira é a de investigador científico do instrumento, um radar de penetração do solo, e representar os interesses da missão durante o desenvolvimento. Também sou um co-investigador que deve acompanhar os dados desse instrumento”.

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