Arqueologia – O Manuscrito Liber Linteus Zagrabiensis


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Redigido em etrusco, um idioma usado em uma região que hoje corresponde à península itálica, o Liber Linteus Zagrabiensis — ou “Livro de Linho de Zagreb” em latim — é o único livro escrito em linho de que se tem notícia, assim como o texto mais extenso em etrusco já descoberto no mundo. O manuscrito se encontra em exposição em um museu da cidade de Zagreb, na Croácia, daí o seu curioso nome.
O documento de tecido — escrito em tinta vermelha e preta — foi utilizado para envolver uma múmia de aproximadamente 2,2 mil anos encontrada no Egito em meados do século 19. O livro consiste em um texto com cerca de 13 mil palavras distribuídas em aproximadamente 230 linhas que, por sua vez, se repartem em uma dezena de colunas verticais redigidas sobre um pedaço de linho dividido em 20 requadros retangulares.
Contudo, como apenas umas 1,2 mil palavras continuam legíveis, os cientistas não conseguiram decifrar completamente o texto. Atualmente, o consenso é de que o Liber Linteus seja um calendário ritualístico, embora as menções aos meses só apareçam a partir da sexta coluna do manuscrito.
Com relação à explicação de como um documento etrusco foi parar no Egito, os especialistas explicaram que, na época em que o corpo da múmia foi preparado, o comércio já havia se espalhado por todo o Mediterrâneo, e era comum que diversos materiais fossem reutilizados para envolver cadáveres ou produzir máscaras funerárias. Assim, não era incomum que itens produzidos na Itália circulassem por outras paragens.

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