10.074 – Falta d’água em São Paulo – São Pedro, esse santo não faz milagre


Sistema Cantareira seco
Sistema Cantareira seco

É fato que São Pedro não tem sido lá muito amigo dos paulistas nestes primeiros meses de 2014. Desde dezembro, o Estado de São Paulo vive sua pior estiagem em mais de 80 anos. Agora, acender vela para que o apóstolo abra as portas do céu e faça a água cair sobre as represas sedentas não é a solução mais racional.
Aqui em terra, a preservação e proteção desse recurso é responsabilidade de todos, mas sua correta gestão recai, principalmente, sobre o poder público.
Caprichos da natureza não são suficientes para justificar que o Estado com o maior PIB do país e lar de 10% da população brasileira esteja à beira de um colapso d´água.
Com o passar das semanas e o aprofundamento do drama da Cantareira, que atingiu seu pior nível ontem, de 12,5%, fica cada vez mais cristalino que tem alguma coisa errada na gestão da água paulista.
A suspeita é reforçada pela recente admissão pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) de que existe, sim, risco de ocorrer rodízio de água, caso os níveis dos reservatórios da companhia no Estado de São Paulo não sejam reestabelecidos.
Faz pelo menos quatro anos que o Estado de São Paulo está a par dos riscos de desabastecimento de água na Região Metropolitana.
Em dezembro de 2009, o relatório final do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, feito pela Fundação de Apoio à USP, não só alertou para a vulnerabilidade do sistema Cantareira como sugeriu medidas cabíveis a serem tomadas pela Sabesp a fim de garantir uma melhor gestão da água.
O estudo afirmava que o sistema da Cantareira tinha “déficits de grande magnitude”. Entre as recomendações feitas pelo relatório estavam a instauração de processos de monitoramento de chuvas e vazões do reservatório e implementação de postos pluviométricos.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai instaurar, ainda nesta semana, um inquérito civil para esclarecer a crise no Sistema Cantareira.
Além de considerar a falta de chuvas sobre as bacias hidrográficas que alimentam a Cantareira nos primeiros meses do ano, o inquérito vai apurar informações sobre a possibilidade de erros de gestão da Sabesp.
À frente do inquérito está o 1º Promotor de Justiça do Meio Ambiente da capital, José Eduardo Ismael Lutti.
Referência em matéria de direito ambiental, o promotor já fez críticas públicas à possíveis falhas dos órgãos competentes pelo abastecimento de água e ao próprio governo Alckmin.
“Temos o pior sistema de gestão de recursos hídricos que se pode imaginar”, afirmou durante evento em São Paulo, em março, numa crítica direta a possíveis intervenções políticas.
Com a crise instalada, entraram em cena algumas medidas de emergência na tentativa de amenizar o problema.

10.073 – Biologia – Animais têm consciência?


Octopus3

Um grupo de cientistas reunidos na Universidade de Cambridge proclamou que humanos não são os únicos seres conscientes. “Animais não-humanos como mamíferos e aves, e vários outros, incluindo o polvo, também possuem as faculdades neurológicas que geram consciência”, declarou o grupo, na chamada Declaração de Cambridge. Minha primeira reação foi de total incredulidade. Nós realmente precisávamos de um anúncio para definir algo tão óbvio?
Todo mundo sabe que os animais têm consciência. Eles percebem e entendem seu entorno. E muitos, entre eles golfinhos, elefantes e alguns pássaros, são inclusive auto-conscientes. Eles possuem um certo senso de si. Ok, pode ser que um cachorro não saiba quem é do mesmo jeito que eu e você sabemos quem somos. Mas o ponto é: mesmo que não saibam quem são, eles têm consciência de sua própria dor.
Sabemos, por exemplo, que ratos e galinhas sentem empatia. Eles conseguem se colocar no lugar dos bichos ao redor e sentem pena ao vê-los sofrer. Elefantes vivenciam alegria, luto e depressão. Lamentam a perda dos amigos, assim como os cães, chimpanzés e raposas vermelhas. Os polvos foram protegidos de pesquisas invasivas no Reino Unido bem antes dos chimpanzés, pois os cientistas já haviam reconhecido que eles são conscientes e sentem dor. Hoje muita gente ainda não quer admitir esses fatos científicos, pois terão de mudar a forma como tratam os animais. Na verdade, temos de tratar todos os animais da mesma forma, com compaixão e empatia – sejam eles os “animais humanos” como nós, sejam todas as outras espécies.
A consciência animal tem sido pesquisada ativamente desde há mais de 100 anos.
O delicado tema da consciência animal envolve três dimensões principais: a cognição, a auto-consciência e a senciência. Um estudo levado a cabo por Philip Low, juntamente com o reconhecido físico Stephen Hawking, comprovou que a estrutura que se pensava que distinguia os animais humanos e os animais não humanos, o córtex cerebral, não é o produtor de consciência. Assim sendo, considerando o restante cérebro que produz os estímulos de consciência de si, concluiu-se que os animais não humanos possuem consciência. No entanto, da sua compreensão, e da análise de estudos científicos recentes, resulta a dúvida sobre a possível presença de consciência nos animais invertebrados. De acordo com Burghardt, 1985, “a melhor abordagem é a utilização de experimento (especialmente psicofísica) e observação para traçar o alvorecer e ontogenia da auto-consciência, percepção, comunicação, intenção, crenças e reflexão em fetos humanos normais, bebés e crianças”, de consciência
O tema da consciência animal é assolada por uma série de dificuldades. Ele coloca o problema de outras mentes numa forma essencialmente grave, pois os animais, sem a capacidade de expressar a linguagem humana, não nos podem comunicar as suas experiências.
Além disso, é difícil raciocinar objetivamente sobre esta questão, visto que a negação de que um animal é consciente muitas vezes leva a entender que eles não sentem, que a sua vida não tem valor, e que a agressão neles exercida não é moralmente errado. O filósofo francês René Descartes no século XVII, por exemplo, é por vezes acusado de maus-tratos de animais, visto ter argumentado que somente os seres humanos são conscientes.
Neurologistas de todo o mundo, após uma compilação de pesquisas sobre ondas cerebrais de animais como mamíferos, aves e outras criaturas, incluindo polvos, concluíram que estes possuem consciência. Durante a Francis Crick Memorial Conference, na Universidade de Cambridge, Inglaterra, realizada no dia 7 de julho de 2012, 13 neurocientistas de renomadas instituições, como Caltech, MIT e Instituto Max Planck, assinaram um manifesto admitindo a existência de “consciência” em diversos animais, como pássaros, cães e gatos.
As pesquisas demonstram a capacidade de tais animais perceberem sua própria existência e o mundo ao seu redor. Além disso, nos últimos anos a neurociência tem vindo a mapear as áreas do cérebro, descobrindo que as áreas que nos distinguem dos outros animais não são as que produzem a consciência. Assim, deduz-se que os animais estudados possuem consciência porque “as estruturas cerebrais responsáveis pelos processos que geram a consciência nos humanos e outros animais são equivalentes”.

10.072 – Mega Sampa – É hoje – Rick Astley pela 1ª vez no Brasil


Rick Astley no hotel em Sampa
Rick Astley no hotel em Sampa

O cantor britânico Rick Astley, 48, dá risada, mas acha estranho ser famoso na internet. “Eu não tive nada a ver com isso. Poderia ter sido com qualquer um, sabe?”, diz o astro pop da década de 1980.
“Never Gonna Give You Up”, clipe de Astley de 1987, se tornou “meme” (piada que se multiplica rapidamente na web) 20 anos depois.
Batizado de “rickrolling”, o meme é um tipo de pegadinha: uma pessoa recomenda um link, dizendo se tratar de qualquer outra coisa. Quando esse link é acessado, porém, surge o clipe de Astley.
“O ‘rickrolling’ fez a música renascer. Mesmo que seja de modo irônico ou engraçado, não importa”, diz aos risos o cantor, que se apresenta pela primeira vez no Brasil.
“Sempre que vejo adolescentes no meu show, digo que foram ao local errado. Não sou o Calvin Harris. Eu suspeito que haja ironia no fato de eles estarem ali, mas eles compraram a porcaria do ingresso”, ri. “Então deve ser algo mais do que só ironia.”
“Never Gonna Give You Up” não é seu único hit. Com 40 milhões de discos vendidos numa carreira rápida (foram quatro álbuns em seis anos, até se afastar da música, em 1994), ele emplacou outras faixas, como “Together Forever”, “Hold Me In Your Arms” e “She Wants To Dance With Me”.
Astley assume que até gostaria de voltar a estourar com uma música nova, mas vê isso como uma possibilidade distante. “Exige muita dedicação, você tem que viver para aquilo. É preciso não apenas sorte, mas muito dinheiro e poder por trás de você”, comenta, esclarecendo que foram esses obstáculos que o levaram a passar alguns anos longe dos holofotes.
Sua filha de 21 anos, por exemplo, cresceu sem ter muita dimensão de que o pai havia sido um popstar. Para o cantor, isso foi saudável na relação entre eles, evitando muitas “perguntas estranhas” que poderiam ter sido feitas por ela quando criança.

A volta aos palcos foi no início dos anos 2001, mas só depois de estourar na internet, há cerca de seis anos, ficou famoso mundialmente e começou a ser convidado para se apresentar em países onde nunca tinha estado antes.

No final de março, por exemplo, foi à Malásia. O show acabou cancelado por causa do acidente com o voo da Malaysia Airlines, desaparecido após deixar Pequim.

Traumatizado, Astley, que já tinha medo de voar, dispensou a ponte aérea para ir de São Paulo ao Rio. Ele fará o trajeto por terra.

RICK ASTLEY NO BRASIL
QUANDO hoje (SP); amanhã (Rio), à meia-noite
ONDE HSBC Brasil, r. Bragança Paulista, 1.281, tel. (11) 4003-1212; Vivo Rio, av. Infante D. Henrique, 85, tel. (21) 2272-2901
QUANTO R$ 300 (SP); de R$ 150 a R$ 280 (Rio)
CLASSIFICAÇÃO 14 anos (SP); 18 anos (Rio)

10.071 – Mega Lista – Todos os Papas, 3ª Parte


Para você que segue o Mega Arquivo, este é o 3° capítulo da série que mostra os nomes dos papas, paramos no Papa de n° 100, continuemos então com as lista do Papa 101 ao 200:

Papa Leão VII
Papa Leão VII

101 Gregório IV de 827 a Janeiro de 844 Gregorius Quartus
102 Sérgio II Janeiro de 844 a 7 de Janeiro de 847
103 São Leão IV Janeiro de 847 a 17 de Julho de 855 Canonizado.
104 Bento III 29 de Set de 855 a 17 de Abr de 858
105 São Nicolau I 24 de Abr de 858 a 13 de Nov de 867 Canonizado.
106 Adriano II 14 de Dez de 867 a 14 de Dez de 872
107 João VIII 14 de Dez de 872 a 16 de Dez de 882
108 Marinho I 16 de Deze de 882 a 15 de Mai de 884
109 Santo Adriano III 17 de Mai de 884 a Set de 885
110 Estêvão V (VI) 885 a 14 de Set de 891
111 Formoso 19 de Set de 891 a 4 de Abr de 896
112 Bonifácio VI 4 de Abr de 896 a 19 de Abr de 896
113 Estêvão VI (VII) 22 de Abr de 896 a Agosto de 897
114 Romano Ago de 897 a Nov de 897
115 Teodoro II Dez de 897 a Dez de 897
116 João IX Jan de 898 a Jan de 900
117 Bento IV 900 a 903
118 Leão V Jul de 903 a Set de 903
119 Sérgio III 29 de Jan de 904 a 14 de Abr de 911
120 Anastácio III Abr de 911 a Jun de 913
121 Lando Ago de 913 a Março de 914
122 João X mar de914 a Mai de 928
123 Leão VI Maio de 928 a Dez de 928
124 Estêvão VII (VIII) Dez de 928 a Fev de 931
125 João XI Mar de 931 a Dez de 935
126 Leão VII 3 de Jan de 936 a 13 de Jul de 939
127 Estêvão VIII (IX) 13 de Jul de 939 a Out de 942
128 Marinho II 30 de Out de 942 a Mai de 946
129 Agapito II 10 de Mai de 946 a Dez de 955
130 João XII 16 de Dez de 955 a 14 de Mai de 964
131 Bento V 22 de Mai de 964 a 23 de Junho de 964
132 Leão VIII Jul de 964 a 1 de Mar de 965
133 João XIII 1 de Out de 965 a 6 de Set de 972
134 Bento VI 19 de Jan de 973 a Jun de 974
135 Bento VII Out de 974 a 10 de Jul de 983
136 João XIV Dez de 983 a Ago de 984
137 João XV Ago de 985 a Mar de 996
138 Gregório V Mai de 996 a 18 de Fev de 999
139 Silvestre II 2 de Abr de 999 a 12 de Mai de 1003
140 João XVII 16 de Mai de 1003 a 6 de Nov de 1003
141 João XVIII 25 de Dez de 1003 a 31 de Jul de 1009
142 Sérgio IV 31 de Jul de 1009 a 12 de Mai de 1012
143 Bento VIII 18 de Mai de 1012 a 9 de Abr de 1024
144 João XIX 9 de Abr de 1024 a 20 de Out de 1032
145 Bento IX 1 de Ago de 1032 a 16 de Jan de 1045
146 Silvestre III 20 de Jan de 1045 a 10 de Abr de 1045
147 Bento IX 10 de Abr de 1045 a 1 de Mai de 1045
148 Gregório VI 1 de Mai de 1045 a 20 de Dez de 1046
149 Clemente II 20 de Dez de 1046 a 9 de Out de 1047
150 Bento IX 9 de Out de 1047 a 17 de Julho de 1048 282
151 Dâmaso II 17 de Jul de 1048 a 9 de Ago de 1048
152 São Leão IX 12 de Fev de 1049 a 19 de Abr de 1054
153 Vítor II 13 de Abr de 1055 a 28 de Jul de 1057
154 Estêvão IX (X), 2 de Ago de 1057 a 29 de Mar de 1058
155 Nicolau II 6 de Dez de 1058 a 27 de Jul de 1061
156 Alexandre II 30 de Sete de 1061 a 21 de Abr de 1073
157 São Gregório VII 22 de Abr de 1073 a 25 de Mai de 1085
158 Beato Vítor III 24 de Mai de 1086 a 16 de Set de 1087
159 Beato Urbano II 12 de Mar de 1088 a 29 de Jul de 1099
160 Pascoal II 13 de Ago de 1099 a 21 de Jan de 1118
161 Gelásio II 24 de Jan de 1118 a 28 de Jan de 1119
162 Calisto II 2 de Fev de 1119 a 13 de Dez de 1124
163 Honório II 15 de Dez de 1124 a 13 de Fev de 1130
164 Inocêncio II 14 de Fev de 1130 a 24 de Set de 1143
165 Celestino II 26 de Set de 1143 a 8 de Mar de 1144
166 Lúcio II 12 de Mar de 1144 a 15 de Fev de 1145
167 Beato Eugénio III 15 de Fev de 1145 a 8 de Jul de 1153
168 Anastácio IV 8 de Jul de 1153 a 3 de Dez de 1154
169 Adriano IV 4 de Dez de 1154 a 1 de Set de 1159
170 Alexandre III 7 de Set de 1159 a 30 de Ago de 1181
171 Lúcio III 1 de Set de 1181 a 25 de Nov de 1185
172 Urbano III 25 de Nov de 1185 a 19 de Out de 1187
173 Gregório VIII 21 de Out de 1187 a 17 de Dez de 1187
174 Clemente III 17 de Dez de 1187 a 20 de Mar de 1191
175 Celestino III 21 de Mar de 1191 a 8 de Jan de 1198

Papa Inocêncio III
Papa Inocêncio III

176 Inocêncio III 8 de Jan de 1198 a 16 de Julho de 1216
177 Honório III 18 de Jul de 1216 a 18 de Mar de 1227
178 Gregório IX 19 de Mar de 1227 a 22 de Ago de 1241
179 Celestino IV 25 de Out de 1241 a 10 de Nov de 1241
180 Inocêncio IV 25 de Jun de 1243 a 7 de Dez de 1254
181 Alexandre IV 12 de Dez de 1254 a 25 de Mai de 1261
182 Urbano IV 29 de Ago de 1261 a 2 de Out de 1264
183 Clemente IV 5 de Fev de 1265 a 29 de Dez de 1268
29 de Dez de 1268 a 1 de Set de 1271
184 Beato Gregório X 1 de Sete de 1271 a 10 de Jan de 1276
185 Beato Inocêncio V 21 de Jan de 1276 a 22 de Jun de 1276
186 Adriano V 11 de Jul de 1276 a 18 de Ago de 1276
187 João XXI 20 de Setembro de 1276 a 20 de Maio de 1277
188 Nicolau III, 25 de Nov de 1277 a 22 de Ago de 1280 1001
189 Martinho IV 22 de Fev de 1281 a 28 de Mar de 1285
190 Honório IV 2 de Abr de 1285 a 3 de Abr de 1287
191 Nicolau IV 22 de Fev de 1288 a 4 de Abr de 1292
Interregno 4 de Abr de 1292 a 5 de Jul de 1294
192 São Celestino V 5 de Jul de 1294 a 13 de Dez de 1294
193 Bonifácio VIII 24 de Dez de 1294 a 11 de Out de 1303
194 Beato Bento XI 22 de Out de 1303 a 7 de Jul de 1304
195 Clemente V 5 de Jun de 1305 a 20 de Abril de 1314
20 de Abril de 1314 7 de Ago de 1316
196 João XXII 7 de Ago de 1316 a 4 de Dez de 1334
197 Bento XII 20 de Dez de 1334 a 25 de Abr de 1342
198 Clemente VI, 7 de Mai de 1342 a 6 de Dez de 1352
199 Inocêncio VI 18 de Dez de 1352 a 12 de Set de 1362
200 Beato Urbano V 28 de Set a de 1362 19 de Dez de 1370

10.070 – Mega Byte – A Internet e a Religião


anjo

Argumento contra a Internet
A popularização do uso da internet é uma das principais causas para a diminuição vertiginosa da religiosidade dos americanos dos anos 1990 para cá.
Ou ao menos é o que diz uma nova pesquisa, divulgada pela “Technology Review”, revista do MIT.
O trabalho mostrou que há uma correlação entre ser criado numa família que segue determinada tradição religiosa e acabar seguindo essa religião quando adulto. Tanto que, como hoje há mais pessoas não recebendo esse tipo de criação nos EUA, isso parece ter influenciado o aumento de “não afiliados”. Do ponto de vista estatístico, esse fator responderia por 25% desse aumento (ou da queda no número de religiosos tradicionais, tanto faz).
Também houve um aumento do número de pessoas com formação universitária — de 17% nos anos 1980 para 27% nos anos 2000 –, o qual, estatisticamente, também poderia explicar 5% do aumento de “não afiliados”.
As mesmas técnicas estatísticas, porém, também indicam a correlação entre “desafiliação” religiosa e uso da internet, uma das variáveis que mais brutalmente mudou de 1990 para cá, como a gente está careca de saber. A variável explicaria 25% das alterações de “religioso” para “não afiliado”.

Argumento pró
Quase metade dos adultos que usam a Internet, o fazem para fins religiosos, indica um novo estudo do Instituto Grey Matter Research. Os pesquisadores entrevistaram mais de 1000 adultos que usam a Internet regularmente. O Grey Matter utiliza as técnicas de estatística mais atuais e tem se especializado em temas religiosos. A margem de erro desta pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Veja alguns números sobre os diferentes aspectos dessa “religiosidade digital”:

· 19% visitaram, nos últimos seis meses, o site da igreja ou outro local de culto que eles frequentam;

· Durante esse mesmo período, outros 17% visitaram o site da igreja ou lugar de culto que eles não frequentam;

· Nos últimos seis meses, 19% visitaram pelo menos um site que oferece alguma forma de ensino religioso;

· 17% leem blogs de religião uma vez por mês ou mais;

· 14% têm um pastor ou outro líder religioso como amigo no Facebook ou outra rede social semelhante;

· Nos últimos seis meses, 11% visitaram pelo menos um site de um grupo ou organização religiosa diferente da sua;

· 10% já “curtiram” a página de uma igreja ou outro local de culto no Facebook ou outra rede social semelhante;

· 8% participam uma vez por mês ou mais de discussões on-line sobre religião (por exemplo, grupos de e-mails ou fóruns);

· 2% seguem uma igreja ou outro local de culto no Twitter;

· Outros 2% seguem um pastor ou outro líder religioso no Twitter;
O uso da Internet para fins religiosos é mais comum entre os jovens. Cinquenta e sete por cento dos adultos com idade inferior a 35 anos usam a Internet para fins religiosos; 48% estão entre 35 e 49 anos; 36% têm de 50 a 64 anos e 31% já passaram dos 65.
Obviamente, as pessoas que são ativas em sua religião usam mais a Internet para fins religiosos. Por exemplo, 69% dos entrevistados que frequentam cultos uma vez por mês ou mais usam a Internet para fins espirituais, contra 27% daqueles que não frequentam o culto. Da mesma forma, 70% das pessoas que leem a Bíblia ou outro texto sagrado pelo menos uma vez por mês usam a internet para esse fim, em contraste com 28% entre aqueles que não leem.
Católicos romanos são menos propensos a usar a Internet para fins espirituais que os evangélicos. Por exemplo, 91% dos evangélicos que usam a Internet, fazem algum uso religioso. Um dado curioso é a frequência que a Internet é usada para esse fim por pessoas que não são religiosas. Cerca de 27% das pessoas que não frequentam reuniões religiosas usam a Internet para fins espirituais e 23% de ateus e agnósticos fazem o mesmo.
Ron Sellers, presidente da Grey Research, salientou que a comunidade religiosa on-line não é necessariamente um reflexo da comunidade religiosa off-line. “Os jovens são particularmente suscetíveis a usar a Internet para fins religiosos, mas eles parecem fazer tudo pela internet hoje em dia… No entanto, os jovens em geral são menos propensos que as pessoas mais velhas a frequentar os cultos ou ter uma identidade religiosa específica. Para essa geração, a Internet parece ser uma parte significativa de sua experiência de fé”.
Sellers também observou a grande diversidade como a Internet é usada para fins espirituais. ”Nenhum tipo de uso ou método religioso domina a Internet”, explicou. “Existem diferentes atividades que avaliamos, não só blogs ou sites de igreja e as mídias sociais. Há uma enorme diversidade na maneira como as pessoas usam a web para atividades espirituais, desde tirar dúvidas sobre a fé até participarem virtualmente de cultos, períodos de oração ou louvor”.

E você, o que acha?

10.069 – Biotecnologia – Comissão libera uso de mosquito transgênico antidengue


A CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão responsável por verificar a segurança de novas biotecnologias no Brasil) aprovou nesta quinta-feira a liberação comercial de um mosquito transgênico criado para combater a dengue.
Isso quer dizer que há evidências suficientes para afirmar que o organismo não ameaça o ambiente ou as populações humanas.
A aprovação é mais um passo para que o produto, desenvolvido pela empresa britânica Oxitec, possa ser usado em larga escala em território nacional. Contudo, o mosquito transgênico ainda não pode ser comercializado.
O que já se pode fazer são iniciativas de teste do desempenho do organismo geneticamente modificado, sem depender de aprovação individual da CTNBio para cada projeto.
A grande sacada do mosquito é a inclusão de um gene que não mata seu possuidor, mas, ao ser transmitido aos descendentes, mata-os antes de chegarem à fase adulta.
Como só as fêmeas do Aedes aegypti picam (e assim contraem e transmitem o vírus causador da dengue), os pesquisadores só liberam os machos transgênicos no ambiente.
Ao encontrar fêmeas selvagens, esses machos modificados as fecundam, e os ovos ganham o gene “mortal”. Assim ocorre a redução da população de mosquitos.
Essa é a teoria. Como funciona na prática?
Testes anteriores iniciados em 2011 na cidade de Juazeiro, na Bahia, mostraram redução acima de 80% na população de mosquitos selvagens. Num dos dois bairros em que ocorreram os testes, Itaberaba, a queda foi de 81%. Em Mandacaru, 93%.
Outro experimento realizado nas Ilhas Caiman conseguiu taxa de 82%, e os resultados mais recentes, divulgados ontem pela Oxitec, apontam uma taxa de redução de 79% no bairro de Pedra Branca, em Jacobina (BA).
Todas as iniciativas de uso do mosquito da Oxitec realizadas no Brasil foram feitas em parceria com a organização social Moscamed.
Para comercializar seus mosquitos, a Oxitec ainda precisa de um registro comercial do produto. Como não existe um protocolo definido para algo como um mosquito transgênico, a empresa conversa com o governo brasileiro a fim de encontrar o caminho para a obtenção do registro.
“Esperamos notícias para as próximas semanas”, diz Glen Slade, diretor global de desenvolvimento de negócios da companhia britânica, que já se instalou no Brasil e montou uma fábrica de mosquitos em Campinas (SP).
A infra-estrutura instalada é capaz de fabricar 2 milhões de mosquitos por semana. Pode parecer bastante, mas os executivos da empresa estimam que qualquer projeto maior que os atuais exigirá a construção de outras unidades.
Eles estimam que uma iniciativa que envolva uma cidade de 50 mil habitantes deve consumir, em seu primeiro ano, entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões. Depois, nos anos seguintes, que envolveriam só manutenção, o custo cairia para menos de R$ 1 milhão.
Até agora, com taxa de redução na faixa de 80%, essa é a estratégia mais eficaz já vista para combater o mosquito.
Em geral, o que de melhor se pode fazer sem a biotecnologia é reduzir os locais em que o Aedes aegypti pode depositar seus ovos –como locais que abrigam água parada.

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