Apesar de os seres humanos se concentrarem no ovo de galinha – e, na falta de vigor, de codorna -, os ovos de todas as aves podem ser comidos. A galinha, que bota até 300 unidades ao ano, é imbatível. Mas não faria mal à saúde explorar ninhos mais exóticos. “Não existe diferença na composição nutricional de cada tipo de ovo”, explica a pesquisadora Nilce Maria Soares, do Laboratório de Patologia Avícola do Instituto Biológico. O que muda é o tamanho e a cor. Um ovo de codorna, por exemplo, possui as mesmas substâncias e nutrientes que um ovo de galinha: aqueles necessários para uma nova ave se desenvolver.
Por isso, os ovos de todas as aves têm praticamente o mesmo sabor – só variam com a alimentação. Se a espécie se alimenta de peixe, por exemplo, o ovo pode ficar com esse gosto. Ainda assim, fazer omeletes de beija-flor ou suspiro de ovo de pombo não é boa ideia, já que a produção de outros ovos não é monitorada por órgãos sanitários.
Consumo
GALINHA- D’ANGOLA
ONDE: África.
CONSUMO: Acredite se quiser, mas 80% dos ovos consumidos na África são de galinha-d´angola. A espécie é característica do continente, que a aproveita para consumo da carne e dos ovos. Mas ela é péssima poedeira: bota apenas 80 ovos por ano.
PATA
ONDE: China.
CONSUMO: Os chamados “ovos pretos”, ou “ovos de cem anos”, bastante comuns na culinária típica chinesa, são, na verdade, ovos de pata cozidos e mantidos enterrados por diversos dias em uma mistura de sal, argila, chá verde e até cinzas.
EMA?
ONDE: Brasil.
CONSUMO: Em 1827, o oficial alemão Carl Seidler veio ao Brasil e relatou que “o gosto do ovo de avestruz é áspero, e um único ovo satisfaz dois homens”. É provável que estivesse falando de emas, típicas do sul do Brasil, já que avestruzes habitavam só a África.
GAIVOTA
ONDE: Inglaterra.
CONSUMO: Entre os britânicos, comer ovos de gaivota não é considerado tão esquisito: o hábito já foi até considerado opção para reduzir a população excessiva da ave em cidades como Gloucestershire, no sudoeste da Inglaterra.