Em torno da Terra sempre existiu uma camada de gases, chamada efeito estufa, que funciona como isolante térmico, mantendo a temperatura global. “O efeito estufa é benéfico, pois sem ele não haveria vida na Terra”, diz Rachel Biderman, coordenadora dos Programas de Sustentabilidade Global e Consumo Sustentável do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo ela, o problema é que a emissão de gases, como o dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), torna o efeito estufa maléfico – e provoca alterações no clima. O CO2 é produzido toda vez que há queima de fontes “sujas” de energia, como petróleo, carvão e gás natural. Fala-se que elas são sujas porque poluem a atmosfera.
Governos precisam investir em pesquisas para que os cientistas criem tecnologias que combatam as mudanças no clima. – Instituições financeiras devem emprestar dinheiro a custo baixo para as firmas comprarem máquinas que produzam de forma “limpa”. – Empresas têm que rever modelos de produção e dar o exemplo com ações de responsabilidade ecológica e social. – Consumidores devem exigir que supermercados, feiras e outros comércios tenham cada vez mais produtos feitos com respeito ao meio ambiente. Escolas devem ensinar os jovens sobre isso, pois eles são os adultos de amanhã.
Se a industrialização, por si própria, já provocou um estrago enorme ao planeta, outros fatores ajudaram a ampliar a degradação. O surgimento das fábricas, a partir da Revolução Industrial, no século 18, propiciou a produção em massa de alimentos, roupas e outros itens. Trouxe conforto, é verdade, mas, ao mesmo tempo, gerou um ciclo de produção e consumo irresponsável. O aumento das populações nas cidades levou a uma maior produção de itens para alimentá-las. Essa produção, por sua vez, exigiu grandes quantidades de fontes de energia “sujas”, conforme já foi dito. Isso sem falar no próprio lixo que resulta de todo esse processo e, não raro, é despejado de forma imprópria na natureza. Em resumo, os recursos naturais foram sendo minados, em vez de repostos, criando um ciclo de insustentabilidade – ou seja, que não se sustenta – e precisa ser revisto. A boa notícia é que dá para salvar a Terra de um desastre maior. Nós, habitantes da Terra,
temos obrigação de criar alternativas sustentáveis para o sistema capitalista industrial. Isso significa colocar a qualidade de vida (do planeta e das pessoas) em primeiro lugar. Não significa, por outro lado, reduzir o nível de investimento das empresas ou ter uma vida menos confortável. Trata-se de valorizar os recursos naturais, que continuam sendo desperdiçados. É preciso rever padrões de produção e consumo, sem comprometer o ritmo de crescimento das nações. Um ponto essencial é substituir energias não renováveis pelas renováveis, como a eólica (produzida pelo vento) e a solar. Esse trabalho precisa começar hoje. Portanto, sem essa de pensar: “Já que a Terra está doente, vamos aproveitar o que resta dela”. Como diria Al Gore, candidato derrotado à Presidência dos EUA e celebridade da causa ambientalista, “cada um de nós é uma causa de aquecimento global, mas cada um pode se tornar também parte da solução”.
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